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1 HISTÓRICO E ASPECTOS GERAIS DA ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA Histórico: ● + de 4000a.C.: Primeiro relato da tentativa de aliviar a dor: ○ Sumérios; ○ Administração de ópio; ● 2000 – 2200 a.C.: Babilônicos ○ “Poção mágica” para alívio da dor; ● MUITO tempo sem NADA! ● Até meados do século XVI as técnicas de “anestesia” eram: ○ Concussão cerebral; ○ Compressão de carótida, para diminuir o nível de oxigênio; ○ Contenção física; ● 1525: Paracelso: ○ Fluido suave; ○ Pombos dormiam; ○ Primeira centelha de uma possível anestesia; ● 1800: Guinada! ● Químico britânico Humphry Davy: ○ Óxido nitroso “alívio da dor” (nele mesmo); ○ Gas hilariante; ● Horace Wells: N2O na rotina odontológica 2 ○ Massachusetts General Hospital ○ 1845: Demonstração com voluntário William Thomas Green Morton ● Aluno de Wells ● Trocar da droga administrada ○ Éter! ■ No cachorro, no periquito, no papagaio, no café da manhã, nele mesmo... ● 1846: Documento!!! ● 16/10/1846: Massachusetts General Hospital ○ Tumor cervical ○ “Doutor, o paciente está pronto, ele é seu” ○ “Cavalheiros, nós não estamos diante de uma farsa” ● Conhecido como pai da anestesia; Na Veterinária: ● Em animais: Edward Mayhem ○ Janeiro de 1847; ○ Éter em cães e gatos; ● 1848: Primeiros inaladores ○ London Veterinary College; ○ Éter juntamente com o ar ambiente, para evitar a toxicidade; ● George H. Dadd ○ Primeiro médico veterinário a utilizar o éter e o clorofórmio em cirurgia; ○ Livro: The Modern House Doctor (1854) - anestesia em todas cirurgias; ● 1878: Hidrato de Coral 3 ○ 1908: Por via IV ● 1860: isolamento da cocaína ● 1978: von Anrep sugeriu seu uso na anestesia local ● 1943: Lidocaína!!! ● 1941: John George Wright publica 1ª edição da Veterinary Anaesthesia ● 1973: primeira disciplina dedicada à Anestesiologia Veterinária na UNESP ● 1983: primeiro programa de residência em Anestesiologia Veterinária ● 2003: CFMV reconhece a Anestesiologia Veterinária como uma especialidade. INTRODUÇÃO À ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA O que é anestesia? “Obtenção de um estado reversível de não-reconhecimento do estímulo doloroso pelo córtex cerebral, podendo ser localizada ou geral em estado inconsciente”; Anestesiologia: Estudo dos fármacos e das técnicas empregadas para a obtenção do estado anestésico; Anestésico: Fármaco ou equipamento empregado para anestesiar bem como equipamentos e demais condutas clínicas relacionadas ao ato anestésico; Objetivos do procedimento anestésico: ● Permitir a realização de procedimentos: ○ Cirúrgicos; ○ Exames semiológicos e diagnósticos; ○ Transporte de animais; ○ Contenção química; ○ Eutanásia. ● Imobilidade do paciente; 4 ● Ausência de dor durante o procedimento cirúrgico; ● Conforto no período pós-operatório; Períodos: ● Pré-anestésico: ○ Avaliação do paciente; ○ Coletas (sangue, realização de alguns exames - raio x/ultrassonografia); ○ Estabilização: ■ Ex: se o animal está desidratado > fazer uma fluidoterapia; ■ Ex: se o animal está com anemia > fazer uma transfusão; ○ Determinação do risco. ● Trans-anestésico: ○ Medicamentos anestésicos e adjuvantes (medicações que auxiliam na cirurgia > analgésicos, relaxantes musculares, antibióticos); ○ Monitoração: ■ A cada 5 minutos; ■ Verifica: TPC / COloração das Mucosas / Temperatura / Saturação / FC / FR; ○ Intercorrências: ■ Bradicardia; ■ Hipotensão; ■ Hipotermia; ■ Parada cardíaca; ● Pós-anestésico: ○ Recuperação; ○ Analgesia; ○ Alta. 5 Terminologia: ● Anestesia Local: Administração local de 1 ou mais agentes ○ Anestesia em parte localizada ○ Não envolve inconsciência ● Anestesia Loco Regional: Anestesia de um tronco nervoso ○ Sem envolver inconsciência; ● Anestesia Geral: Perda total e reversível da consciência e ausência do reconhecimento do estímulo doloroso; ○ Hipnose e Analgesia ● Anestesia Cirúrgica: estágio/plano de anestesia geral ○ Inconsciência; ○ Relaxamento muscular; ○ Analgesia. ● Anestesia Dissociativa: dissociação dos sistemas tálamo-cortical e límbico ○ Estado de catalepsia. ● Anestesia Balanceada: Múltiplas drogas com mínimos efeitos colaterais ● Hipnose: Indução do sono de maneira artificial ● Narcose: Estado de profunda sedação ○ Completamente desligado do ambiente; ○ Não sendo facilmente acordado; ○ Opióide. ● Tranquilização: Redução da ansiedade ○ Mudança comportamental; ○ Relaxado, mas consciente; ○ Parece estar indiferente à dor de intensidade baixa. ● Sedação: depressão central associada à sonolência 6 ○ Pode aparentar inconsciência, mas é responsivo à manipulação. ● Neurolepto-analgesia: Estado de sedação profunda associado à profunda analgesia, mantendo a consciência. ○ Neuroléptico + Analgésico. ANALGESIA: Perda da percepção ou ausência de resposta ao estímulo doloroso; ALODINIA: Resposta dolorosa a estímulos não dolorosos; HIPERALGESIA: Resposta exagerada ao estímulo nocivo; Avaliação do paciente: ● Espécie; ● Raça; ● Sexo; ● Idade; ● Peso; ● ANAMNESE DETALHADA!!! ○ Perguntas que exijam respostas completas ○ Sinais e sintomas nos últimos dias ○ Patologias anteriores ○ Patologias concomitantes ■ Tosse, espirro, desmaio, convulsão... ○ Anestesias anteriores ■ Foi anestesiado alguma vez? Relataram alguma complicação? ○ Alergia a medicamentos? ■ Toma algum medicamento? ○ Transfusão? ● ABORDAR SISTEMAS 7 ○ Cardiopulmonar: ■ Faz exercícios ou caminhada? Cansaço fácil? ■ Tosse com frequência? Tem secreção? ○ Neurológico: ■ O animal desmaia ou convulsiona? ○ Biotransformação: ■ Água? Apetite? ■ Vômitos? ■ Urina e fezes? Exame físico: ● Condição geral do paciente ● Temperamento; ● Tegumentar; ● Metabólico e endócrino; ● Cardiovascular; ● Musculoesquelético; ● Pulmonar; ● Nervoso; ● Hepático e Renal. Exames Complementares: ● Hemograma e Bioquímico: ○ ALT, FA, Albumina, Ureia, Creatinina. ○ Mudanças no protocolo anestésico; ○ Comparação com exames pós-anestésicos; ○ Certificação legal; 8 ○ Tratamento paralelo à anestesia. ● Hemogasometria: ○ pH e bicarbonato; ○ Gases sanguíneos (PaO2 e PaCO2); ● Eletrólitos; ● Eletrocardiografia; ● Imagem (RX e ultrassom). A anestesiologia: “Anestesiologia Veterinária é a especialidade que estuda e proporciona ausência ou alívio da dor e outras sensações ao paciente que necessita realizar procedimentos médicos, como cirurgias ou exames diagnósticos, identificando e tratando eventuais alterações das funções vitais.” Me dá um protocolo para hérnia diafragmática? ERRADO! Não paramos a hérnia diafragmática, paramos o paciente que está com essa patologia. O protocolo precisa ser feito para o paciente, com suas particularidades, a espécie, a idade do paciente, a condição (possui alguma comorbidade além da hérnia?). 9 Classificação ASA: Moribundo: se fizer a cirurgia pode morrer e se não fizer a cirurgia é mais provável ainda que morra. Exercício: ● Castração, canino, fêmea, labrador, hígida, 14 anos, 30Kg > ASA II, pois é canino geriátrico. ● Castração, canino, macho, pug, hígido, 2 anos, 6Kg > ASA I ● Castração, canino, macho, Pinscher, 2 anos, 8Kg > ASA II, pois é um paciente obeso ● Mastectomia, canino, fêmea, SRD, 4 anos, sem mais sinais > ASA III, pois é uma mastectomia. ● Torção gástrica < Emergência Exames complementares: 10 Índice de complicações: ● Cães/Gatos: ○ ASA I-II: 0.15% ○ ASA III-V: 3.23% ● Equinos: ● ASA I-II > 0,7 - 1% ● ASA III-V < 0,3% Jejum: ● Variável; ● Espécie, peso, ASA, idade... ● Pequenos animais: ○ Sólido: 8-12 horas e absoluto - 2 horas; ○ Filhotes: 2-4h; ○ Neonatos: ZERO!!!! ○ Hidrico: ZERO!!! ● Equinos Absoluto - 12 horas sem comida e água; ● Bovinos ½ Sólido: 48 horas e Absoluto: 24 horas; ● Pequenos Roedores e Aves > Absoluto: máximo 3 horas; 11 ● Coelhos, similares e Aves Reiformes > Absoluto: 6 horas. 12
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