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SISTEMA NERVOSO COLINÉRGICO

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SISTEMA NERVOSO COLINÉRGICO 
Professora Paula do Carmo – 22 de julho de 2021 
INTRODUÇÃO 
Precisamos lembrar que o sistema nervoso autônomo é 
dividido em simpático - cujo os neurônios saem da região 
toracolombar - e parassimpático cujo os neurônios saem do 
crânio e do sacro. 
Temos o primeiro neurônio longo que libera acetilcolina e se 
liga aos receptores nicotínicos ou muscarínicos do tipo I do 
segundo neurônio. Essa sinapse ocorre no gânglio localizado 
perto dos tecidos. O segundo neurônio mais curto com 
liberação de acetilcolina que se liga nos receptores 
muscarínicos M1, M2, M3, M4 e M5 ou nicotínicos Nn 
(neuronais) ou Nm (muscular). 
O sistema parassimpático funciona quando o individuo está 
mais calmo, em repouso, como nos momentos após 
digestão. 
TRANSMISSÃO COLINÉRGICA 
A acetilcolina é o principal neurotransmissor desse sistema. 
Tem sua síntese iniciada a partir da colina num cotransporte 
com sódio e sofre uma reação como acetilCoa formando 
acetilcolina. É armazenada em vesículas e para que ocorre a 
liberação destas é necessária despolarização desses 
neurônios com abertura dos canais de cálcio e influxo dessa 
molécula => indução à exocitose. 
A acetilcolina é rapidamente degrada da fenda simpática 
pela acetilcolinesterase que forma colina e acetato. A colina 
é reaproveitada. Não existe então o processo de recaptação 
neuronal que ocorre no sistema simpático. 
 
M1 e M3 = acoplados a proteína Gq → ativa a fosfolipase C 
e dá origem ao DAG e IP3 
M2 = acoplados a proteína Gi → inibe adenilciclase → 
impede a entrada de cálcio e permite influxo de K+ 
O RECEPTOR MUSCARÍNICO 
PPSE: potencial pós-sináptico excitatório 
M2 = efeito inibitório na função cardíaca 
 
Ligação da acetilcolina → produção de NO → dinfunde-se 
para o endotélio → vasodilatação 
 
O RECEPTOR NICOTÍNICO 
Apresenta 5 subunidades, sendo 2 alfas que as os sítios de 
ligação da Ach. Por isso, para ser ativado, demanda 2 
moléculas de Ach para abertura do canal e entrada de sódio 
na célula. 
FARMACOLOGIA EAD Camilla Lavadores – Turma XX 
 
 
 
 
 
 
 
➔ A transmissão neuromuscular faz parte do sistema 
somático que é o sistema voluntário que regula a 
contração da musculatura esquelética. 
AGONISTAS MUSCARÍNICOS DE AÇÃO DIRETA 
Esses agonistas não apresentam uma seletividade especifica 
com relação a M1, M2 e M3. Dessa forma, em geral todos 
vão acarretar nos mesmos efeitos. 
Propriedades farmacológicas: 
- Sistema cardiovascular: diminuição da frequência cardíaca, 
diminuição do dromotropismo, diminuição da força de 
contração e vasodilatação 
- TGI: aumento da motilidade intestinal, aumento da 
secreção gástrica; 
- Trato urinário: contração do musculo detrusor da bexiga, 
aumento da peristalse uretral 
- Glândulas: aumento da secreção de glândulas lacrimais, 
sudoríparas, salivares e traqueobrônquicas 
- Aparelho respiratório: broncoconstrição; 
- Olho: miose (contração pupilar) 
Apesar de não ter seletividade, alguns fármacos apresentam 
maior preferência a alguns tecidos em detrimento de outros. 
 
Usos terapêuticos: 
• Atonia gástrica pós operatória 
• Íleo paralitico 
• Retenção urinaria pós operatória e parto 
• Xerostomia após radiação de cabeça e pescoço 
(radioterapia) 
• Síndrome de Sjogren 
• Diagnóstico de hiper-reatividade brônquica 
• Glaucoma de ângulo aberto e fechado 
O uso de colírios vai gerar uma contração da pupila que vai 
facilitar a drenagem do humor aquoso. 
Contraindicações: 
• Asma 
• Hipertireoidismo 
• Insuficiência coronariana 
• Doença ácido péptica 
Efeitos adversos: 
• Rubor 
• Sudorese 
• Salivação 
• Cólicas abdominais 
• Cefaleia 
• Dificuldade de acomodação visual 
AGONISTAS MUSCARINICOS DE AÇÃO INDIRETA 
- ANTICOLINESTERÁSICOS 
São os que inibem a enzima acetilcolinesterase. Conhecidos 
como anticolinesterásicos. 
Inibição da enzima ➔ acumulo de Ach na fenda sináptica ➔ 
estimulação excessiva dos receptores 
Não existe a possibilidade de administrar acetilcolina por IV 
porque existe uma colinesterase parecida no sangue 
butinilcolinesterase. Então a única maneira de aumentar a 
quantidade de acetilcolina no sistema é através desse 
mecanismo de inibição. 
FARMACOLOGIA EAD Camilla Lavadores – Turma XX 
Essa enzima possui dois sítios de ligação para fármacos e 
outras substancias. O sítio esterásico (ligação irreversível) e 
sítio aniônico (ligação reversível). 
Exemplo: edrofônio se liga a enzima bloqueia sua ação e 
posteriormente a enzima volta a funcionar. Os ésteres do 
ácido carbâmico tem como exemplo o chumbinho e podem 
ser irreversíveis. 
 
MECANISMO DE AÇÃO DOS 
ANTICOLINESTERÁSICOS 
 
REVERSIVEIS 
Edrofônio, ambemonio, neostigmina, fisostigmina, 
piridostigmina, rivastigmina, donepezil, tacrina e 
galantamina. 
IRREVERSIVEIS (INSETICIDAS) 
- DFP 
- Tabun, Sarin, Soman 
- Paration 
- Malation 
- TEPP 
- Ecotiofato = fármaco na forma de colírio 
As propriedades farmacológicas dos anticolinesterásicos 
são bem semelhantes à dos receptores muscarínicos: 
• Miose, hiperemia conjuntival, diminuição da 
pressão intraocular 
• Aumento da motilidade do TGI 
Usos terapêuticos: 
• Íleo paralitico 
• Atonia de bexiga 
• Glaucoma 
• Reversão do efeito de BNM competitivo 
• Doença de Alzheimer 
• Intoxicação com fármacos anticolinérgicos 
• Miastenia gravis = doença autoimune que produz 
anticorpos que atingem e destroem os receptores 
nicotínicos da placa somática Um dos principais 
sinais clínicos é a ptose palpebral devido a 
diminuição da força muscular. 
Pode haver paralisação do diafragma gerando parada 
respiratória. Haverá um aumento de acetilcolina. 
Contraindicações: 
• Asma 
• Hipertireoidismo 
• Insuficiência coronariana 
• Doença ácido péptica 
INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFORADOS 
Pode ser de alguns tipos como aguda ou grave. 
AGUDA 
→ Pela exposição local a vapores ou aerossóis ou após a 
inalação. Observa-se: 
- Miose acentuada 
- Congestão conjuntival 
- Dor ocular 
- Visão embaçada 
- Rinorreia 
- Aumento da secreção brônquica 
- Broncoconstrição 
→ Pela ingestão observa-se: 
- Náuseas e vômitos 
- Sialorreia 
- Cólicas intestinais 
FARMACOLOGIA EAD Camilla Lavadores – Turma XX 
- Diarreia 
- Sudorese 
- miofasciculações e lacrimejamento 
INTOXICAÇÃO GRAVE 
• Sialorreia 
• Defecação e micção involuntárias 
• Sudorese 
• Bradicardia 
• Confusão mental e fala arrastada 
• Alucinações 
• Fraqueza e fadiga musculares → paralisia 
• Hipotensão 
Tratamento: 
- Atropia (um bloqueador dos receptores muscarínicos, é o 
principal fármaco anticolinérgico) = carbamatos e 
organofosforados 
- Pralidoxima (substancia capaz de reverter a ligação 
irreversível do inseticida com a enzima) = capaz de 
defosforilar a enzima e restaurar a sua atividade 
- Medidas de suporte geral (transfusão de plasma, possível 
ventilação mecânica, lavagem de vias aéreas, lavagem 
gástrica, eliminação da roupa contaminada, carvão ativado, 
etc.) 
ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS 
Alcaloides naturais: 
- Atropina 
- Escopolamina 
Derivados semi-sintéticos: 
- Homatropina 
- Tropicamida 
- Ciclopentolato 
- Ipratrópio 
- Tiotrópio 
Derivados sintéticos: 
Muitos fármacos anti-histamínicos anti psicóticos e 
antidepressivos apresentam efeitos anti-muscarínicos 
significativos. 
Propriedades farmacológicas: 
• Redução da secreção glandular 
• Bradicardia (M1) inicial seguida de taquicardia 
(M2) 
• Nos olhos: midríase, cicloplegia (paralisia do globo 
ocular) 
• Relaxamento dos músculos lisos das vias aéreas e 
urinarias 
• Diminuição da motilidade intestinal e da secreção 
gástrica 
• Leve excitação do SNC (escopolamina → 
sonolência e amnesia primeiramente e depois 
excitação) 
- Usos terapêuticos: 
• Bradicardia após IAM 
• Exames oftalmológicos 
• Asma e DPOC – ipratrópio e tiotrópio 
• Antiespasmódico - dicliclomina 
• Parkinsonismo – benztropina 
• Intoxicaçãocom anticolinesterásicos 
• Prevenção da cinetose (distúrbio do movimento 
que as pessoas sentem muitos vômitos e náuseas) 
- escopolamina 
• Doença ácido-péptica – Pirenzepina 
• Pré anestésico – Atropina (impedir o reflexo de 
órgãos abdominais) 
• Incontinência urinaria – Tolterodina 
-Contraindicações: 
• Glaucoma 
• Hiperplasia prostática 
-Efeitos adversos: 
• Xerostomia 
• Aumento da temperatura corpórea 
• Rubor 
• Fotofobia 
FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO DO MÚSCULO 
ESQUELÉTICO 
Ocorre com a ativação dos receptores pela ligação com a 
Ach → liberação do cálcio do REL a partir da abertura do 
receptor de rianodina → cálcio se liga à troponina C → 
encurtamento do sarcômero. 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
Existem duas classes de fármacos desse tipo: competitivo 
reversível (compete com a Ach pela ligação no receptor 
nicotínico = paralisia flácia) e despolarizante. 
 
FARMACOLOGIA EAD Camilla Lavadores – Turma XX 
 
No receptor do tipo despolarizante, a succinilcolina (único 
fármaco dessa classe) quando se liga ao receptor nicotínico 
muscular, gera a abertura do receptor ionotrópico havendo 
influxo de sódio. Porém, esse fármaco fica muito mais tempo 
ligado no receptor do que a molécula de acetilcolina, o que 
faz com que haja uma dessensibilização do receptor parando 
a entrada de sódio. Por isso, primeiro observa-se uma fase I 
onde há espasmos musculares e depois na fase II paralisia 
muscular. 
 
 
 
 
Os fármacos da classe benzilsoquinolina são utilizados em 
cirurgias. 
Existe uma sequência da paralisia muscular: 
Olhos, maxilar, laringe → membros, tronco → músculos 
intercostais → diafragma 
 
- Usos terapêuticos 
• Adjuvante na anestesia cirúrgica 
• Procedimentos ortopédicos 
• Entubação endotraqueal 
• Laringoscopia, broncoscopia, esofagoscopia 
• Prevenção de trauma em terapia eletroconvulsiva 
• Controle de espasmos musculares 
OBS: Toxina botulínica (não é bloqueador neuromuscular!) 
mas também causa paralisia da musculatura esquelética. Ela 
age de uma age totalmente diferente, impedindo o processo 
de exocitose das vesículas de Ach. Usada para espasmos e 
distonias e remoção de linhas faciais. 
- Efeitos adversos: 
• Hipotensão 
• Broncoespasmo 
• Reações alérgicas 
• Aumento da pressão intraocular (PIO) 
• Hipercalemia (succinilcolina, principalmente com 
uso de diuréticos, digitálicos, arritmias) 
• Mialgia 
• Pancurônio 
TRATAMENTO DA INTOXICAÇÃO (OU REVERSÃO DO 
EFEITO) DE BNM 
Podemos utilizar em caso de bloqueadores competitivos: 
• Anticolinesterásicos (neostigmina) 
• Aminas simpatomiméticas 
• Atropina ou glicopirrolato 
• Anti-histamínicos 
Em caso de bloqueadores despolarizantes é apenas o 
suporte respiratório mesmo. 
FARMACOLOGIA EAD Camilla Lavadores – Turma XX 
OBS: Hipertermia maligna 
É uma doença gerada por uma mutação no RyR1 (receptor 
de rianodina tipo 1 presente no retículo sarcoplasmático) 
chamada fármaco genética, ou seja, só é desencadeada após 
a exposição do indivíduo aos anestésicos gerais inalatórios 
associada ou não a relaxante muscular despolarizante 
(succinilcolina). 
Ocorre um aumento exacerbado da liberação de cálcio 
gerando: rigidez muscular intensa, hipermetabolismo 
(acidose e alcalose respiratória e posteriormente 
metabólicas) e hipertermia (T corporal aumenta 
rapidamente) => arritmias, convulsões, morte. É considerada 
rara. 
O tratamento só pode ser feito com um único fármaco 
denominado Dantrolene sódico, que é um relaxante 
muscular. Faz-se também o resfriamento do indivíduo, 
ventilação mecânica com O2 a 100% e controle da acidose e 
arritmias cardíacas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FARMACOLOGIA EAD Camilla Lavadores – Turma XX