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NFPSS TJSP - PARTE I

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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER 
CICLOS DE REVISÃO TJ/SP 
PARTE I 
 
 Sumário 
DIREITO PENAL ................................................................................................................................. 4 
DA IMPUTABILIDADE .................................................................................................................................... 20 
DO CONCURSO DE AGENTES ........................................................................................................................ 21 
DAS PENAS .................................................................................................................................................... 22 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ....................................................................................................................... 27 
CRIMES CONTRA A PESSOA (ARTS. 121 A 154) ............................................................................................. 29 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (ARTS. 155 A 183) ....................................................................................31 
CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL .......................................................................................... 36 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ..................................................................................................... 36 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ................................................................................................................... 38 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................................................... 38 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO ................................................................................................................ 39 
LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS ..................................................................................................................... 40 
CRIMES DE TRÂNSITO ................................................................................................................................... 41 
LEI DE LICITAÇÕES ........................................................................................................................................ 42 
CRIMES CONTRA A CRIANÇA E ADOLESCENTE ........................................................................................... 42 
LEI DE DROGAS .............................................................................................................................................. 43 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ............................................................................................................................... 44 
CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA ................................ 45 
LAVAGEM DE DINHEIRO .............................................................................................................................. 46 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS ................................................................................................................ 46 
CRIME ORGANIZADO .................................................................................................................................... 50 
CRIMES HEDIONDOS/TORTURA ....................................................................................................................51 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ..................................................................................................................... 52 
1DIREITO PROCESSUAL PENAL ......................................................................................................... 54 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL .............................................................................................................. 54 
INQUÉRITO POLICIAL .................................................................................................................................... 55 
AÇÃO PENAL .................................................................................................................................................. 56 
COMPETÊNCIA ............................................................................................................................................... 57 
PROVAS .......................................................................................................................................................... 61 
PRISÃO/MEDIDAS CAUTELARES/LIBERDADE PROVISÓRIA ....................................................................... 63 
SENTENÇA...................................................................................................................................................... 65 
 
 
 
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NULIDADES ....................................................................................................................................................66 
RECURSOS .....................................................................................................................................................66 
HABEAS CORPUS .......................................................................................................................................... 68 
TRIBUNAL DO JÚRI........................................................................................................................................69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL2 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS 
 
1) Princípio da Reserva Legal ou Estrita Legalidade: consiste na exclusividade da lei para criar delitos e 
cominar penas. Como consequência lógica, não se admite a utilização de medida provisória em matéria 
penal. #Cuidado: o STJ já admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu. Ex.: MP 417 que 
prorrogou a “atipicidade temporária” nos crimes de posse de armas. Posteriormente, no entanto, o 
Plenário do STF, apreciando a conversão da MP 417/2008 na Lei 11.706/2008, que reabriu o prazo para 
registrar ou renovar o registro de suas armas de fogo de uso permitido, entendeu que não houve “abolitio 
criminis”. 
 
#OLHAOGANCHO. #AJUDAMARCINHO: 
A Lei n. 11.706/2008, ao reabrir o prazo para regularização de armas de fogo, produziu efeitos retroativos e 
implicou em abolitio criminis quanto às condutas praticadas entre 23/06/2005 até 30/01/2008 (período em 
que não houve lei permitindo a regularização)? 
STJ STF 
SIM. Para o STJ, a nova prorrogação trazida pela 
MP 417/2008, posteriormente convertida na Lei 
n. 11.706/2008, retroage para alcançar as 
condutas praticadas de possuir arma de fogo ou 
munição de uso permitido (AgRg no REsp 
1237674/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
Sexta Turma, julgado em 05.02.2013). 
A reabertura do prazo trazido pela Lei 
11.706/2008 é RETROATIVA. 
NÃO. Para o STF, o fato de a Lei n. 11.706/2008 
(MP 417/2008) ter reaberto o prazo para que as 
pessoas pudessem registrar ou renovar o 
registro de suas armas de fogo de uso permitido 
não significou abolitio criminis. 
Em outras palavras, as pessoas que foram 
condenadas por fatos posteriores à última 
prorrogação e anteriores à 31.01.2008 (Lei 
11.706/2008) não têm o direito de ter extinta sua 
punibilidade. 
A reabertura do prazo trazido pela Lei 
11.706/2008 é IRRETROATIVA. 
STF. Plenário. RE 768494/GO, rel. Min. Luiz Fux, 
19/9/2013 (Info 720). 
 
2) Princípio da Anterioridade (art. 5o, XXXIX, CF): estabelece que o crime e a pena devem ser previamente 
definidos em lei. Desse princípio decorre o princípio da irretroatividade da lei penal, segundo o qual a lei 
penal não se aplica a fatos pretéritos e aqueles ocorridos durante sua vacatio legis, salvo para beneficiar o 
réu.2 Por Liana Schuler. 
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3) Princípio da Individualização da pena (art. 5o, XLVI, CF): de acordo com o referido princípio, a aplicação 
da pena deve levar em conta não a norma em abstrato, mas os aspectos objetivos e subjetivos do crime. 
Incide em 03 planos diferentes: legislativo, judicial e administrativo. 
4) Princípio da Intranscedência ou da personalidade (art. 5o, XLV, CF): ninguém pode ser responsabilizado 
criminalmente por delito de outrem, não podendo a pena passar da pessoa do condenado. 
 
#SURRADEPRINCÍPIOS: 
1) Princípio da Insignificância3: possui natureza jurídica de causa supralegal de exclusão da tipicidade 
material, devendo ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção 
mínima. Busca excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, em sua perspectiva material. 
 
Requisitos: 
Objetivos: Mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzido 
grau de reprovabilidade do comportamento; Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Subjetivos: importância do bem para a vítima (STF) e condições do agente (nem a reincidência, nem a 
reiteração criminosa, tampouco a habitualidade delitiva, são suficientes, por si sós, para afastar a aplicação 
do denominado princípio da insignificância. Segundo o Plenário do STF, não é possível fixar uma regra geral 
(uma tese) sobre o assunto. A decisão sobre a incidência ou não do princípio da insignificância deve ser 
feita caso a caso. (STF - Info 793). 
 
#ATENÇÃO: os tribunais superiores, em algumas situações concretas, têm afastado o princípio da 
insignificância nos casos de reincidência e de furto qualificado. 
 
Princípio da insignificância x Tribunais Superiores: 
Aplicabilidade: furto simples, crimes contra a ordem tributária e descaminho (STJ: 10 mil reais; STF: 20 mil 
reais); “Flanelinha” e exercício da profissão sem registro no órgão competente. 
Inaplicabilidade: lesão corporal; furto qualificado4; roubo; tráfico de drogas; moeda falsa e outros crimes 
contrafé pública; contrabando, estelionato contra o INSS, envolvendo FGTS ou envolvendo seguro-
desemprego; violação de direito autoral; posse ou porte de arma de fogo/munição (Cuidado com a exceção: 
porte ilegal de uma munição como pingente); delitos praticados em violência doméstica; provedor 
clandestino de internet sem fio; crimes militares. 
Divergências: Crimes ambientais, Crimes cometidos por prefeitos (STF já admitiu, STJ não); Apropriação 
indébita previdenciária (STF já admitiu, STJ afasta); Porte de droga para consumo pessoal (STF tem um 
precedente isolado); Crimes contra Administração Pública (STJ afasta, STF já admitiu); Rádio comunitária 
clandestina (STF admite em rádios com baixa frequência e em locais afastados dos grandes centros, quando 
demonstrada a inexistência de lesividade – Info 853.O STJ, por sua vez, não admite). 
 
Cuidado: Nos crimes ambientais, há divergência no STF sobre a possibilidade de aplicação do princípio da 
insignificância quanto à pesca ilegal. 
 
3 #DEOLHONOEXAMINADOR: o examinador de Direito Penal possui uma obra de referência sobre o princípio da 
insignificância. Embora o livro tenha sido publicado em 1994, não deixa de ser uma #APOSTACICLOS para o TJSP. 
4 CUIDADO: em alguns casos o STJ já admitiu o princípio da insignificância, como no furto qualificado pelo concurso de 
pessoas. 
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#AJUDAMARCINHO: A Lei de Crimes Ambientais tipifica a PESCA ILEGAL, nos seguintes termos: "Art. 34. 
Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente:" Se a 
pessoa é flagrada sem nenhum peixe, mas portando consigo equipamentos de pesca, em um local onde 
esta atividade é proibida, ela poderá ser absolvida do delito do art. 34 da Lei de Crimes com base no princípio 
da insignificância? 
 
2ª TURMA DO STF 2ª TURMA DO STF 
SIM. É possível aplicar o princípio da 
insignificância para crimes ambientais. 
NÃO. Não é possível aplicar o princípio da 
insignificância para crimes ambientais. 
Ex.: pessoa encontrada em uma unidade de 
conservação onde a pesca é proibida, com 
vara de pescar, linha e anzol, conduzindo 
uma pequena embarcação na qual não 
havia peixes. 
 
Na estação ecológica, os servidores do 
IBAMA encontraram uma pequena 
embarcação com um indivíduo. Apesar de 
não estar com peixes, ele estava com vara de 
pescar, linha e anzol. 
O pescador foi autuado administrativamente 
pelo IBAMA por pesca ilegal, e o MP 
ofereceu denúncia contra ele, pela prática 
do crime previsto no art. 34, caput, da Lei nº 
9.605/98. 
STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (INFO 
816 DO STF) 
STF. 2ª Turma. RHC 125566/PR e HC 
127926/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados 
em 26/10/2016 (INFO 845 DO STF) 
 
 
 
#OLHAOGANCHO: princípio da insignificância impróprio ou bagatela imprópria - decorre da desnecessidade 
de aplicação da pena. Causa supralegal de exclusão da punibilidade. 
 
2) Princípio da Intervenção mínima: o Direito Penal só é legitimo quando utilizado em casos excepcionais, 
ou seja, quando outros ramos dos direitos não forem suficientes na tutela de determinados bens. A 
intervenção mínima é o gênero do qual são espécies: a fragmentariedade e a subsidiariedade. Guarda 
relação com o princípio da ofensividade ou lesividade (perigo de lesão ao bem jurídico). 
 
3) Princípio da Fragmentariedade: no universo da ilicitude, somente alguns poucos fragmentos constituem-
se em ilícitos penais. O Direito Penal é a última etapa de proteção. Obs: o princípio da fragmentariedade 
atua no plano abstrato: permite criação de tipos penais apenas quando os demais ramos do direito tiverem 
falhado na proteção do bem jurídico. Por outro lado, o princípio da subsidiariedade atua no plano concreto. 
É analisado se, naquele caso concreto, será possível solucionar através de outros ramos do direito, ou se 
será preciso utilizar a última ratio, o executor de reserva (o direito penal). 
 
#SELIGA: FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: É o contrário da fragmentariedade; o crime deixa de existir, 
pois a incriminação se torna desnecessária. 
 
#OLHAOGANCHO: conflito aparente de normas – Como solucionar? Por meio da aplicação dos seguintes 
princípios: #REMEMBER: S.E.C.A. 
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Obs: Não confundir o princípio da subsidiariedade, que vimos acima, com a subsidiariedade no conflito 
aparente de normas. 
a) Subsidiariedade: O crime tipificado pela lei subsidiária, além de menos grave do que o narrado pela lei 
primária, dele também difere quanto à forma de execução, já que corresponde a uma parte deste. Em 
outras palavras, a figura subsidiária está inserida na principal. No princípio da subsidiariedade a comparação 
sempre deve ser efetuada no caso concreto, buscando-se a aplicação da lei mais grave. A subsidiariedade 
pode ser tanto expressa (por exemplo, disparo de arma de fogo), como tácita. 
b) Especialidade: sua aferição se estabelece em abstrato, ou seja, para saber qual lei é geral e qual é especial, 
prescinde-se da análise do fato praticado. Pouco importa também a quantidade de sanção penal reservada 
para as infrações penais. A comparação entre as leis não se faz da mais grave para a menos grave, pois a lei 
específica pode narrar um ilícito penal mais rigoroso ou mais brando. 
c) Consunção: Também é analisado no plano concreto. Difere-se da subsidiariedade em dois aspectos. Na 
regra da subsidiariedade, em função do fato concreto praticado, comparam-se as leis para saber qual é a 
aplicável. Por seu turno, na consunção, sem buscar auxílio nas leis, comparam-se os fatos, apurando-se que 
o mais amplo, completo e grave consome os demais. O fato principal absorve o acessório, sobrando apenas 
a lei que o disciplina. Por exemplo, na subsidiariedade, o constrangimento ilegal só pode ser praticado se 
houver a ameaça. Um crime está obrigatoriamente dentro do outro,a ameaça é elemento do 
constrangimento ilegal. Por outro lado, na consunção, tomemos como exemplo a lesão corporal e o 
homicídio. A lesão corporal não é um elemento do homicídio. O homicídio pode ser praticado por outro 
modo que não a lesão corporal. Um crime não está obrigatoriamente dentro do outro, comparam-se os 
fatos. Lei consuntiva é aquela que define o todo, o fato mais amplo. Lei consumida define a parte, o fato 
menos amplo. A consunção é aplicada nos casos de crimes progressivos, na progressão criminosa ou nos 
atos impuníveis. 
d) Alternatividade: (#NÃOCONFUNDIR com o princípio da alteridade, segundo o qual não se deve punir 
condutas que prejudicam apenas o próprio agente. Ex: autolesão.) 
 
#SAIBADIFERENCIAR 
CRIME PROGRESSIVO PROGRESSÃO CRIMINOSA 
A intenção do agente é, desde o início, cometer o 
crime mais grave. Ex.: objetiva cometer um 
homicídio. Contudo, para se chegar até o homicídio, 
ocorre primeiro a lesão corporal. Pela consunção, a 
lesão corporal é absorvida pelo homicídio. 
Há uma mudança no ânimo do agente. Ex.: ele 
deseja inicialmente causar lesão corporal. 
Contudo, durante a execução muda de intenção e 
acaba cometendo o homicídio. Pela consunção, a 
lesão corporal é absorvida pelo homicídio. 
 
#ATENÇÃO: Segundo a jurisprudência, um crime não pode ser absorvido por uma contravenção penal. 
 
 
4) Princípio da Ofensividade ou Lesividade: Só há crime quando a conduta é capaz de lesionar, ou ao menos 
de colocar em perigo de lesão, o bem jurídico penalmente protegido. 
 
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5) Princípio da Adequação Social: Não pode ser considerado criminoso o comportamento que, embora 
tipificado em lei, não afronte o sentimento social de justiça. 
 
6) Princípio da Proporcionalidade: Garantismo negativo (proibição contra os excessos do estado) x positivo 
(proibição da proteção insuficiente). 
 
#OLHAOTERMO: Garantismo binocular (proibição do excesso e proibição da proteção insuficiente) x 
garantismo monocular (apenas proibição do excesso). 
GARANTISMO HIPERBÓLICO MONOCULAR: Em suma, o “garantismo” distorce a construção feita sobre os 
direitos fundamentais ao colocar uma espécie de preferência nos direitos de liberdade. A Constituição 
Federal é garantista, mas trata igualmente de garantir os direitos fundamentais de primeira dimensão e 
segunda dimensão. Assim, tanto a vida, a segurança pública e a ordem pública são direitos garantidos no 
mesmo patamar que as liberdades, não podendo distorcer o sistema para enxergar apenas uma forma de 
garantismo (por isso, hiperbólico e monocular). 
7) Princípio do non bis in idem: veda a dupla punição pelo mesmo fato. 
 
#SELIGANASÚMULA 241 do STJ: A reincidência penal não pode ser considerada simultaneamente como 
agravante e circunstância judicial. 
 
ESCOLAS PENAIS 
Escola Clássica: o crime é um conceito meramente jurídico, consistente na responsabilidade em razão do livre 
arbítrio. A pena possui caráter de retribuição. Sofreu influências do iluminismo, o que levou a redução das 
penas corporais e permitiu a passagem do caráter de vingança real/religiosa para a resposta estatal. 
#Palavras-chaves: Beccaria e Carrara; séc. XVIII; reação ao absolutismo; Iluminismo; estudo do crime; método 
dedutivo; concepção de livre-arbítrio; crime como ente jurídico; pena retributiva. 
Escola Positiva: subdivide-se em 3 fases: 
- Fase Antropológica (Lombroso): o homem não é livre na vontade. Ideia de criminoso nato. 
- Fase Sociológica (Enrico Ferri): determinismo biológico-social. A responsabilização penal decorre da 
Responsabilidade Social (Defesa Social). 
- Fase Jurídica (Garofalo): Teoria da seleção natural – eliminar os criminosos. 
#Palavras-chaves: Lombroso, Ferri e Garofalo (#macete: L.F.G.); séc. XIX; estudo do criminoso; método 
indutivo; determinismo (criminoso nato); crime como fenômeno social; pena como prevenção. 
Correcionalismo Penal: a pena busca corrigir o criminoso, não podendo ser fixa e determinada. “Não há 
criminosos incorrigíveis, e sim incorrigidos”. Pena preventiva especial, apenas. 
Tecnicismo Jurídico-Penal (Arturo Rocco): estudo do direito penal limitado às leis vigentes, abstraindo todo 
conteúdo antropológico, sociologia e filosófico. 
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#Palavras-chaves: Método positivista. Influenciou o CP de 1940. Bases próximas da escola clássica. 
Responsabilização pelo livre arbítrio e pena com índole retributiva. 
Escola da Defesa Social: duas fases: a) 1ª fase - endurecimento penal, proteção dos cidadãos e periculosidade 
dos delinquentes; b) 2ª fase – pós II Guerra, prevenção do crime, reforma penitenciária, aprimoramento da 
sociedade, substituição das penas por medidas educativas e curativas). 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
 
Formal: pode ser imediata (lei) ou mediata (costume, analogia e princípios gerais do direito). 
Material: a União, a quem compete legislar sobre o direito penal. 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
Tempo do crime: teoria da atividade (considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado). 
Lex tertia: é a combinação de leis, criando uma terceira lei. É vedada (súmula 501 do STJ). 
Lugar do crime: teoria da ubiquidade (considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado). 
#NÃOCONFUNDIR com o art. 70, do CPP, que adota a teoria do resultado no que diz respeito à competência 
para julgar crimes. 
Lei penal no espaço: a regra geral é a territorialidade, que consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes 
praticados no Brasil (art. 5o, CP). Excepcionalmente, adota-se a extraterritorialidade, na qual aplica-se a lei 
brasileira a crimes (não inclui contravenção penal) praticados no exterior. Saiba diferenciar a 
extraterritorialidade incondicionada (art. 7o, I, CP), condicionada (art. 7o, II, CP), hipercondicionada (art. 7o, 
§3o, CP) 
 
 
 
 
 
 
 
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Leis penais intermitentes: são as leis temporária se excepcionais. São regidas pelo princípio da ultratividade. 
Exemplo: É editada uma lei que diz ser crime, punido com reclusão de seis meses a dois anos, tomar banho 
com mais de dez minutos de duração durante o período de racionamento de energia. (Masson, Cleber. Direito 
penal esquematizado – Parte geral – vol.1 / Cleber Masson. – 9.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015, página 191.) 
 
Lei penal intermediária: se caracteriza pela sua extratividade, pois são retroativas e ultra ativas. Exemplo: Ao 
tempo da conduta estava em vigor a lei “A”, sucedida pela lei “B”, encontrando-se em vigor ao tempo da 
sentença a lei “C”. Nada impede a aplicação da lei “B”, desde que se trate, entre todas, da mais favorável ao 
agente. (Masson, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol.1 / Cleber Masson. – 9.ª ed. rev., 
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015, página 190.) 
 
 
 
 
 
 
DO CRIME 
 
5 Masson, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol.1 / Cleber Masson. – 9.ª ed. rev., atual. 
e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015, página 182. 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA ANALOGIA (integração)
5 
Existe norma para o caso concreto 
Existe norma para o caso 
concreto 
Não existe norma para o caso 
concreto 
Amplia-se o alcance na palavra 
“arma” – art. 157, § 2° do CP 
O legislador previu uma fórmula 
genérica, permitindo ao juiz 
encontrar outras. 
 
Pode ser prejudicial ao réu. 
No caso em que há lacuna (caso 
omisso), o juiz aplica, por 
analogia (por assemelhação), 
uma lei que trata sobre o caso 
semelhante. 
 
 
Não pode ser prejudicial ao réu. 
 
OBS: também chamada de 
analogia legal ou “legis”. 
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Conceito clássico de delito (positivismo jurídico) 
 
 
#SELIGA: quem é clássico obrigatoriamenteé tripartido, já que o dolo e a culpa compõem a culpabilidade 
(evitar a responsabilidade penal objetiva). A culpabilidade segue a teoria psicológica, pois nada mais é do 
que o vínculo psicológico estabelecido pelo dolo ou pela culpa entre o agente imputável e o fato típico e 
ilícito por ele praticado. 
 
Conceito Neoclássico/Neokantista (Mezger) 
SISTEMA CLÁSSICO
FATO TÍPICO:
- Conduta: movimento 
corporal voluntário;
- Resultado naturalístico;
- Relação de causalidade;
- Tipicidade.
ILICITUDE
Relação de contrariedade 
entre o fato e o direito
CULPABILIDADE
- Imputabilidade
- Dolo normativo ou culpa -
inclui a consciência atual 
da ilicitude
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#SELIGA: no sistema Neokantista, adota-se uma visão psicológica-normativa da culpabilidade. Esta deixa de 
ser meramente psicológica e passa a ter um elemento normativo: a exigibilidade de conduta diversa. 
 
Conceito Finalista de Delito (Welzel) 
SISTEMA NEOCLÁSSICO/ NEOKANTISMO
FATO TÍPICO:
- Conduta : ao invés de 
ação, prefere-se 
comportamento, 
abrangendo omissão (adota 
conceito teoria causalista 
para o conceito de crime, 
agregando ao tipo dados 
valorativos -
- Resultado naturalístico;
- Relação de causalidade;
- Tipicidade. 
ILICITUDE
Relação de contrariedade 
entre o fato e o direito
CULPABILIDADE
- Imputabilidade
- Dolo normativo ou culpa - inclui 
a consciência atual da ilicitude
- Exigibilidade de conduta diversa
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Para o finalismo, conduta é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim. Agora, o 
dolo compõe conduta, sendo este considerado natural. Na culpabilidade teremos a teoria normativa pura, 
sendo considerada “vazia”. 
 
#SELIGA: Quem adota a teoria finalista pode ser bipartido ou tripartido. 
 
Conceito Racional-final ou teológico funcional de delito - Claus Roxin 
Funcionalismo moderado/teleológico/dualista: a função do direito penal é tutelar os bens jurídicos mais 
importantes. Verifica a necessidade de pena (delitos de bagatela). Intervenção mínima e ofensividade. 
Prevenção especial e geral positiva. Importância da política criminal. Noção de responsabilidade penal. 
 
Conceito funcionalista ou sistêmico de delito – Gunther Jakobs 
- Funcionalismo Radical/sistêmico/monista: função do direito penal é tutelar as normas em vigor. A conduta 
é um comportamento violador do sistema (baseado nas teorias do sistema de Niklas Luhmman). Baseado 
nas premissas do “contrato social” de Rousseau/Hobbes/Locke. A quebra do pacto social gera adoção de 
medidas extremas. 
- Obra “Direito penal do inimigo” (2003): redução das garantias e celeridade do processo, tipos penais 
abertos, penas altas e desproporcionais, punição pelo que é e não pelo que fez, relacionado à 3ª velocidade 
do direito penal, periculosidade do indivíduo (direito penal prospectivo). É destinado àquele que frustra de 
modo continuo as mínimas expectativas normativas. 
#OLHAOTERMO: direito penal simbólico, de emergência. Ex: lei do abate, lei de crimes hediondos. 
 
Outras teorias funcionalistas 
- Funcionalismo: busca explicar as funções do direito penal e não apenas conceituar o crime em si. 
- Funcionalismo Redutor ou Contecionista (Zaffaroni): menos estado de polícia x mais estado de direito. 
Reduzir a atuação do legislador punitivo; 
SISTEMA FINALISTA
FATO TÍPICO:
- Conduta - dolo e culpa (o dolo 
é natural, pois não contém a 
consciência da ilicitude);
- Resultado naturalístico;
- Relação de causalidade;
- Tipicidade.
ILICITUDE
Relação de contrariedade 
entre o fato e o direito
CULPABILIDADE
- Imputabilidade
- Potencial consciência da 
ilicitude
- Exigibilidade de conduta 
diversa
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- Funcionalismo do Controle Social (Winfried Hassamer): defende um direito penal mínimo. Condutas 
violadoras de bem difusos não devem ser objeto do direito penal, mas do que ele chama de um direito de 
intervenção que se encontra entre o direito penal e o direito administrativo. Defende a adoção de garantias 
processuais e criação de política criminal. 
 
Teorias da conduta 
 
Interessante notar que cada teoria possui um conceito diferente do que seria a conduta, vejamos resumo: 
 
 
#OBS: movimentos reflexos (que excluem a conduta) não se confundem com ações em curto-circuito, que 
são explosões emocionais repentinas (há conduta e crime, em regra). 
 
Espécies de tentativa: 
Abandonada ou qualificada: consiste na desistência voluntaria e arrependimento eficaz; 
Inidônea: consubstancia-se no crime impossível ou no quase crime; 
Teoria Causalista 
Conduta é um movimento corporal (ação) voluntário que produz uma 
modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
Teoria Neokantista 
Conduta é um comportamento (ação ou omissão) voluntário que 
produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
Teoria Finalista (Welzel) 
Conduta é um comportamento humano voluntário psiquicamente 
dirigido a um determinado fim. Por essa teoria, o dolo e a causa compõe 
o elemento “conduta”. 
Teoria cibernética da 
ação (Welzel) 
Foi criada para explicar o elemento vontade (controle da vontade) nos 
crimes culposos. Afirmava Welzel que a vontade estava no resultado e 
não na conduta. 
Teoria significativa da 
ação (Vivés Anton) 
Valoriza o significado da ação em um contexto social em detrimento da 
vontade do agente. 
Teoria Social da Ação 
(Wessels) 
Conduta é um comportamento humano voluntário dirigido a um fim 
socialmente reprovável. 
Funcionalismo Moderado 
(Roxin) 
 
Conduta aparece como comportamento humano voluntário, causador 
de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico 
tutelado pela norma penal. 
Funcionalismo Radical 
(Jakobs) 
Conduta é comportamento humano voluntário causador de um 
resultado evitável, violador do sistema, frustrando as expectativas 
normativas. 
15 
 
Perfeita/imperfeita: A primeira é aquela em que o agente realiza todos os atos executórios, mas não atinge 
a consumação por circunstâncias alheias a sua vontade. Na segunda, o agente não realiza todos os atos 
executórios, porquanto é impedido de realizá-los. 
Teorias sobre a tentativa: 
Subjetiva, voluntarista ou monista: não diferencia o crime tentado do consumado, já que leva em conta a 
intenção do agente. Ex.: crimes de atentado ou de empreendimento. 
Sintomática: tentativa revela a periculosidade. 
Objetiva, realística ou dualista: diferencia a tentativa do crime consumado. Em regra, é a adotada no Brasil. 
Na teoria objetiva, a tentativa possui pena reduzida de 1/3 a 2/3. 
#REMEMBER: não cabe tentativa nos crimes culposos, nos unissubsistentes, nos omissivos próprios, nas 
contravenções, nos preterdolosos, nos de resultado condicionado, nos crimes habituais. 
OBS: Segundo Rogério Sanches6, temos, no entanto, exceções, punindo-se a culpa independentemente de 
resultado naturalístico, como, por exemplo, no artigo 38 da Lei n° 11.343/2006. O crime, nesta hipótese, se 
consuma com o ato da entrega da receita ao paciente, não importando se o paciente fez (ou não) uso do 
psicotrópico. 
 
Arrependimento eficaz e a desistência voluntária: Prevalece que são causas de exclusão da tipicidade 
(apesar de haver divergência). 
Arrependimento posterior: prevalece se tratar de uma circunstância objetiva comunicável. Quanto mais 
rápida for a reparação do dano (sempre antes do recebimento da denúncia), maior será a redução da pena. 
Teorias sobre o crime impossível: 
Subjetiva: analisa a intenção para restar configurada a tentativa. Equipara o crime impossível ao crime 
tentado. 
Sintomática: a tentativa era aferida com base na periculosidade do agente. 
Objetiva: é necessário que o bem jurídico tenha sido posto em risco. A teoria objetiva subdivide-se em: a) 
Teoria objetiva pura: a ausência, absoluta ou relativa, de risco ao bem jurídico impede a punição; b) Teoria 
objetiva temperada ou intermediária: a inidoneidade relativa configura crime tentado, enquanto que a 
absolutaconfigura o crime impossível. É a teoria adotada no Brasil. 
Teoria do erro: 
- Aberratio ictus: erro na execução. Art. 73, CP. Exemplo: Concorrente do ciclano decide matar seu pai, para 
isso compra uma arma e espera este passar. Quando o vê, mira seu genitor, porém, por falta de habilidade 
no manuseio do referido instrumento, acaba atirando em outra direção, atingindo outra pessoa que 
passava na rua. O agente, apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico pretendido. 
 
6 Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120) I Rogério Sanches 
Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador: JusPODIVM, 2016, página 202. 
16 
 
Erro na execução com unidade complexa, com resultado duplo = é a situação descrita pelo art. 73, in fine, 
do Código Penal, na qual o sujeito, além de atingir a pessoa inicialmente desejada, ofende também pessoa 
ou pessoas diversas. 
- Aberratio criminis ou delicti: resultado diverso do pretendido. Art. 74, CP. Exemplo: Ciclano joga uma pedra 
na vidraça de seu rival, mas acaba atingindo pedestre que passava naquele momento. O agente, em razão 
do erro, acaba por atingir bem jurídico diverso. 
O agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo”. Assim, será imputado apenas o 
crime de lesão corporal culposa. Mas, atenção: se o resultado previsto como crime culposo for menos grave 
ou se o crime não tiver modalidade culposa, deve-se desprezar a regra delineada no art. 74 do Código Penal. 
Exemplificativamente, se “A” efetua disparos de arma de fogo contra “B” para matá-lo, mas não o acerta 
e quebra uma vidraça, a sistemática do resultado diverso do pretendido implicaria a absorção da tentativa 
branca ou incruenta de homicídio pelo dano culposo. Como o dano não admite a modalidade culposa, a 
conduta seria atípica. E, ainda que o legislador tivesse incriminado o dano culposo, tal delito não seria capaz 
de absorver o homicídio tentado. Deve ser imputado ao agente, pois, o crime de tentativa de homicídio 
doloso. 
- Aberratio causae: erro sobre o nexo causal. 
a) Erro sobre nexo causal em sentido estrito: mediante um só ato o agente provoca o resultado pretendido, 
porém com nexo diferente. Exemplo: Concorrente do ciclano atira Fulano de um penhasco, para que este 
morra afogado, porém, durante a queda Fulano tem a cabeça explodida por uma rocha e morre 
instantaneamente. 
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO 
O agente não sabe o que faz. 
O agente sabe o que faz, mas pensa que sua 
conduta é lícita, quando, na verdade, é proibida. 
É o erro incidente sobre os elementos 
objetivos do tipo 
É o erro quanto à ilicitude da conduta 
Trata-se da má interpretação sobre os 
FATOS. Recai sobre os requisitos ou 
elementos fático-descritivos do tipo, como 
também sobre requisitos jurídico-normativos 
do tipo. 
Afasta a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE, que é requisito da culpabilidade. Não 
há erro sobre a situação de fato, já que essa está 
incontestável, mas não há a exata compreensão 
sobre os LIMITES JURÍDICOS DA LICITUDE da 
conduta. 
Exclui sempre o DOLO, se poderia ser evitado 
(inescusável), responde pela culpa, caso haja 
previsão da forma culposa do delito. 
Exclui a CULPABILIDADE, se INEVITÁVEL ou 
ESCUSÁVEL. 
 
Diminui a pena, se EVITÁVEL ou INESCUSÁVEL. 
Exclui CRIME Exclui PENA 
17 
 
b) Dolo geral, aberratio causae ou erro sucessivo: através da pluralidade de atos, o agente provoca o 
resultado pretendido, também com nexo diferente. Exemplo: Concorrente do ciclano atira em Fulano, e 
supondo que este já estava morto, resolve jogá-lo em um rio, causando a sua morte por afogamento. 
 
Teorias do Nexo de causalidade: 
Equivalência dos antecedentes (“conditio sine qua non” ou processo hipotético de eliminação): causa é 
todo e qualquer acontecimento provocado pelo agente, sem o qual o resultado não teria ocorrido como e 
quando ocorreu. É a regra geral do art. 13, caput, CP. 
Causalidade adequada: causa é todo e qualquer comportamento humano eficaz para produzir o resultado. 
Juízo estatístico. Identificada pelas regras da experiência. Acolhida pelo CP no caso de concausa 
relativamente independente que, por si só, poderia causar o resultado. Aplica-se o art. 13, §1º, do CP. 
Teoria da imputação objetiva (Roxin): insere elementos normativos na causalidade, limitando a imputação 
de uma conduta criminosa. Pela teoria da equivalência dos antecedentes, analisando-se apenas a 
causalidade objetiva, pode ocorrer o regresso ao infinito. Portanto, faz-se necessário também analisar a 
causalidade psíquica (dolo e culpa). Com a imputação objetiva, além da causalidade objetiva, analisa-se a 
causalidade normativa para atribuir a prática criminosa a alguém. Deve-se imputar o delito àquele que cria 
(ou aumenta) um risco juridicamente proibido, desde que o resultado produzido esteja dentro do alcance 
do tipo penal. Sendo assim, não havendo causalidade normativa, prescinde-se (dispensa-se) da análise de 
dolo e culpa. 
 
REQUISITOS HIPÓTESES DE EXCLUSÃO 
Existência do Risco 
Risco juridicamente irrelevante; 
Diminuição do risco. 
Risco Proibido 
Risco permitido (#OLHAOGANCHO: princípio da confiança); 
Comportamento exclusivo da vítima; 
Contribuições socialmente neutras; 
Adequação social; 
Proibição do regresso. 
Risco realizado no resultado 
Lesão ou curso causal sem relação com o risco proibido; 
Danos tardios; 
Danos resultantes de choque; 
Ações perigosas de salvamento; 
Comportamento indevido posterior de um terceiro; 
 
18 
 
#OLHAOTERMO: Prognose póstuma objetiva - Para saber se um risco foi criado, o juiz realiza um juízo ex 
ante (prognose), levando em conta os dados conhecidos por um homem prudente (objetiva). É póstuma, 
pois é realizada após a prática do fato pelo juiz. 
#FACILITACOACH: um padeiro que vende um pão para um homem que deseja envenenar a esposa, não 
deve responder pelo resultado morte previsto no tipo do art. 121, CP. Isto porque, de acordo com a teoria 
da imputação objetiva, ele não criou um risco proibido que tenha sido realizado no resultado morte. 
Diferentemente, para a teoria da conditio sine qua non, seria possível atribuir objetivamente (sem análise 
de dolo e culpa) o resultado ao padeiro, pois nessa última não há uma análise do nexo normativo, mas 
apenas do nexo objetivo. 
 
Estudos das Concausas relativamente independentes: 
ESPÉCIE EXEMPLO RESPONSABILIZAÇÃO 
Preexistente 
Vítima portadora de 
hemofilia/diabetes. 
Não há rompimento do nexo de 
causalidade, e o agente responde pelo 
resultado causado. Aplica-se o art. 13, 
caput, do CP. 
Concomitante 
Vítima, apesar de não ter 
sido atingida, fica assustada 
e tem um colapso cardíaco. 
Ou vítima se atira na rua e é 
atropelada. 
Não há rompimento do nexo de 
causalidade, e o agente responde pelo 
resultado causado. Aplica-se o art. 13, 
caput, do CP. 
Superveniente na 
modalidade “não por si 
só produz o resultado” 
Morte por infecção 
hospitalar, erro médico ou 
omissão de socorro. 
Não há rompimento do nexo de 
causalidade, e o agente responde pelo 
resultado causado. Aplica-se o art. 13, 
caput, do CP. 
Superveniente na 
modalidade “por si só 
produz o resultado” 
Morte por conta de um 
incêndio no hospital ou por 
acidente de ambulância no 
trajeto ao hospital. 
Há rompimento do nexo de 
causalidade, e o agente responde pelo 
seu dolo (apenas os atos praticados) e 
não pelo resultado. Aplica-se o art. 13, 
§1º, do CP. 
Não confundir a relativamente 
independente superveniente que por si 
só produz o resultado com a 
absolutamente independente. A 
absolutamente independente causa 
sozinha o resultado. A relativamente 
independente se soma à conduta do 
autor, mas tinha força para produzir 
sozinha, não sendo desdobramento 
causal da conduta praticada pelo autor. 
19 
 
 
Teorias da tipicidade: 
Teoria do tipo avalorado/tipo meramentedescritivo: fato típico não constitui emissão de valor sobre 
ilicitude. 
Teoria indiciária do tipo (ratio cognoscendi): trata-se da teoria majoritariamente aceita. Coloca a tipicidade 
como ratio cognoscendi, sendo vista, portanto, como um indício da ilicitude. Todo fato típico também é 
presumidamente ilícito, operando-se uma presunção relativa de ilicitude. O efeito prático da teoria indiciária 
é a inversão do ônus da prova no tocante as excludentes da ilicitude. 
Teoria da Ratio essendi: Fato típico e ilícito seria um elemento só. 
Teoria da tipicidade conglobante (Zaffaroni): tipicidade legal + antinormatividade. 
#CUIDADO para não confundir a tipicidade formal (juízo de adequação típica/subsunção) e a tipicidade 
material (lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico). 
 
Antijuridicidade (ilicitude): é a contrariedade do fato com o ordenamento jurídico. 
- Causas legais de exclusão da ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do 
dever legal e exercício regular do direito. 
#OLHAOGANCHO: em relação ao estado de necessidade, o Código Penal adotou a teoria unitária, de modo 
que sempre será uma causa de exclusão de ilicitude (estado de necessidade justificante). Na teoria 
diferenciadora, é possível que o estado de necessidade configure exclusão de ilicitude (estado de 
necessidade justificante: o bem protegido é de valor superior ao bem sacrificado) ou exclusão da 
culpabilidade (estado de necessidade exculpante: o bem protegido é de igual ou menor valor que o bem 
sacrificado). Atenção: o CPM adotou a teoria diferenciadora. 
- Causas supralegais de exclusão da ilicitude: consentimento do ofendido, quando envolver bem jurídico 
disponível e este tiver capacidade para consentir. Exemplo: tatuador que pratica lesões corporais em razão 
do seu trabalho não pratica crime. #CUIDADO: o consentimento do ofendido também pode atuar como 
excludente de tipicidade, quando envolve bem jurídica indisponível e houver necessidade de dissenso da 
vítima para configurar o tipo penal. Exemplo: estupro. 
 
Nos exemplos acima mencionados, 
conclui-se que qualquer pessoa que 
estivesse na área da enfermaria do 
hospital, ou no interior da ambulância, 
poderia morrer em razão do 
acontecimento inesperado e 
imprevisível, não somente a pessoa a 
ferida pela conduta praticada pelo 
agente. 
20 
 
Culpabilidade: é um dos elementos do crime, segundo o conceito tripartido. Consiste no juízo de 
reprovação do agente por ter praticado um fato típico e antijurídico, quando podia entender o caráter ilícito 
do fato e agir conforme o direito. Para os adeptos do conceito bipartido de crime, é pressuposto de pena. 
 
Teorias da Culpabilidade: 
Teoria psicológica da Culpabilidade: Base positivista e concebida a partir do sistema causal-naturalista de 
Liszt e Beling. A ação é um movimento corporal voluntário que causa alteração no mundo exterior. A 
culpabilidade é o vínculo psicológico entre autor do fato e um resultado típico e ilícito, ou seja, uma mera 
imputação (cunho subjetivo: análise do dolo e culpa). É formada pela imputabilidade e dolo 
normativo/culpa. A tipicidade e a antijuridicidade (injusto penal) denotam a dimensão objetiva do conceito 
de crime. 
Teoria psicológico-normativa da Culpabilidade: Base neokantista e fundamentada na doutrina causal-
valorativa de Frank e Mezger. A ação é concebida de forma social, valorativa e genérica, como um 
comportamento humano provocador de um resultado socialmente relevante. A culpabilidade é vista como 
um juízo de valor que necessita de uma avaliação simultânea do vínculo psicológico do autor (dolo ou culpa) 
e da reprovação social, o que a torna psicológico-normativa. O novo elemento da culpabilidade é de 
natureza normativa (exigibilidade de conduta diversa). É formada pela imputabilidade, dolo 
normativo/culpa e inexigibilidade de conduta diversa. 
Teoria normativa pura da Culpabilidade: Doutrina finalista de Welzel. A ação como um comportamento 
humano dirigido a uma determinada finalidade. Elementos volitivos são analisados na tipicidade (dolo e 
culpa), o que impede uma conduta típica sem sua configuração. O dolo deixa de ser normativo e passa a 
ser natural. A culpabilidade deixa de analisar elementos subjetivos, tornando-se exclusivamente normativa, 
formada pela inimputabilidade, inexigibilidade de conduta diversa e potencial consciência de ilicitude. É o 
exercício inadequado do livre-arbítrio. Foi a teoria adotada pelo CP. A teoria normativa pura da 
culpabilidade divide-se em: 
Teoria normativa extremada, estrita ou normativa pura da culpabilidade: para essa vertente, todas as 
discriminantes putativas configuram erro de proibição indireto. 
Teoria normativa limitada: o erro sobre as hipóteses (existência) e os limites das discriminantes putativas 
(causas de exclusão da ilicitude) configuram erro de proibição indireto, ao passo que o erro relacionado aos 
pressupostos fáticos que autorizam a discriminante putativa (causas de exclusão da ilicitude), caracteriza-
se como erro de tipo indireto ou permissivo. 
- Excludentes da potencial consciência de ilicitude: o erro de proibição inevitável, escusável ou invencível 
(art. 21, caput, CP). Isenta o agente de pena. 
- Hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa: coação moral irresistível (lembrem-se que a coação física 
exclui a conduta em si e, consequentemente, o fato típico, não havendo crime) e obediência hierárquica 
(ordem não manifestamente ilegal). Em ambos, a consequência é a isenção de pena, por ausência de 
culpabilidade. 
- Causas supralegais de inexigibilidade de conduta diversa: cláusula de consciência, desobediência civil, 
conflito de deveres, excesso intensivo exculpante (legítima defesa excessiva), legítima defesa preordenada 
diante de uma ameaça factível, estado de necessidade exculpante (não é adota no ordenamento pátrio). 
21 
 
 
#EXPLICAZAFFA: 
Coculpabilidade: a depender do grau de exclusão social, parcela da doutrina defende a aplicação da 
coculpabilidade como atenuante genérica inominada (art. 66 do CP - os tribunais não aceitam). Para 
Zaffaroni, existe uma parcela de culpa da sociedade, que contribui para a prática do delito. 
Coculpabilidade às avessas: consiste na ideia de maior reprovação das pessoas dotadas de elevado poder 
econômico, o que deve ser analisado como uma circunstância judicial desfavorável. 
 
DA IMPUTABILIDADE 
É um dos elementos da culpabilidade, juntamente com a inexigibilidade de conduta diversa e a potencial 
consciência de ilicitude. 
Critérios: a) biológico (menoridade); b) psicológico; c) biopsicológico (adotado no art. 26, CP) 
Inimputáveis: recebem uma sentença absolutória imprópria para cumprir medida de segurança. 
Espécies de medida de segurança: a) internação (penas de detenção); b) tratamento ambulatorial (penas 
de reclusão). 
Duração: prazo mínimo de 1 a 3 anos. Em relação ao prazo máximo, há divergência entre os tribunais: 
- Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da 
pena abstratamente cominada ao delito praticado. 
- STF: prazo máximo de 30 anos. 
Semi-imputáveis: adota-se o sistema vicariante ou unitário (ou aplica uma pena reduzida ou uma medida de 
segurança). Contrapõe-se ao sistema do duplo binário. 
Excludentes da culpabilidade: doença mental ou desenvolvimento mental incompleto/retardado, 
menoridade, embriaguez completa e acidental. 
Embriaguez culposa: não exclui a imputabilidade penal, diferentemente da embriaguez total fortuita ou 
acidental. 
#INTERDISCIPLINARIEDADE (CPP): Incidente de insanidade mental: instauração de ofício ou por 
provocação em autos apartados, devendo o juiz baixar portaria com quesitos e encaminhar para perícia 
médica. Suspende-se o processo, mas não a prescrição. 
 
DO CONCURSO DE AGENTES 
Requisitos: pluralidade de agentes culpáveis, pluralidade de condutas, relevância causal das condutas e 
vínculo subjetivo(não se confunde com o prévio ajuste). 
22 
 
Teoria adotada pelo ordenamento: em regra, adota-se a teoria monista ou unitária (todos aqueles que 
agem em concurso de agentes respondem pelo mesmo crime). Excepcionalmente, a teoria pluralística ou 
dualista. 
Espécies de autoria: coautoria (dois ou mais autores), autoria imediata (é aquele que pratica o fato com as 
próprias mãos – não confundir com os crimes de mãos próprias), autoria mediata (casos de provocação de 
erro em terceiro, coação moral, utilização de outrem como instrumento impunível). 
Teorias da autoria: teoria restritiva objetiva-formal (autor é aquele que pratica o núcleo do tipo penal); 
teoria restritiva objetiva-material (autor é aquele que contribui de forma mais relevante para o crime); 
teoria extensiva (não diferencia autor de partícipe), teoria subjetiva (analisa o animus de autor e animus de 
partícipe); teoria do domínio do fato (autor é quem executa o núcleo do tipo ou tem o controle final do 
fato. Só se aplica aos crimes dolosos e não elimina a figura do partícipe). 
Espécies de participação: participação moral (induzimento e instigação) e participação material 
(auxílio/cumplicidade). 
Teorias da participação: teoria da acessoriedade mínima (basta que o autor pratique um fato típico para 
que o partícipe seja punido); teoria da acessoriedade limitada ou média (exige que o autor pratique um fato 
típico e antijurídico); teoria da acessoriedade extremada ou máxima (é necessário que o autor pratique um 
fato típico, antijurídico e culpável) e teoria da hiperacessoriedade (é necessário que o autor pratique um 
fato típico, antijurídico, culpável e punível). 
#OLHAOGANCHO 
CRIME OMISSIVO CRIME CULPOSO CRIME DE MÃO PRÓPRIA 
 
Admite participação, mas 
prevalece que não admite 
coautoria. Cada omitente é 
autor de sua omissão. 
Admite coautoria, mas não 
participação. 
Admite participação, mas 
não coautoria. 
 
OBS: excepcionalmente, 
admite a coautoria nos 
crimes de falsa perícia, 
quando praticados por 02 ou 
mais expertos em conluio. 
 
 
DAS PENAS 
Dosimetria: 
- Sistema trifásico: 1a fase (fixação da pena-base pelo art. 59, CP – circunstâncias judiciais); 2a fase 
(agravantes e atenuantes – não podem ultrapassar os limites cominados no preceito secundário fixados em 
abstrato pelo legislador); 3a fase (causas de aumento e causas de diminuição – podem ultrapassar os limites 
cominados no preceito secundário fixados em abstrato pelo legislador). 
- O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8 anos, tem o direito de 
cumprir a pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°, b, do CP), caso as circunstâncias judiciais do 
23 
 
art. 59 lhe forem favoráveis. A gravidade, em abstrato, do crime não constitui motivação idônea para 
justificar a fixação do regime mais gravoso (Info 859 - STF). 
- Pena fixada no mínimo legal e regime mais gravoso (INFO 562, STJ): se a pena foi fixada no mínimo legal, 
o acusado é primário e sem antecedentes criminais, o juiz não pode fixar regime mais gravoso do que o 
decorrente da quantidade da pena. #VAICAIR 
- Não é correto que o magistrado se utilize das condenações anteriores transitadas em julgado como 
"conduta social desfavorável". Conduta social e antecedentes criminais são circunstâncias distintas (Info 
825-STF). 
- Vulnerabilidade emocional e psicológica da vítima podem ser utilizados como circunstância negativa na 
dosimetria da pena (Info 579 - STJ). 
 
Maus antecedentes: 
- Elemento configurador de maus antecedentes (INFO 535, STJ): condenação por fato posterior ao crime 
em julgamento não pode servir como “maus antecedentes” para valorar negativamente a culpabilidade, 
personalidade ou conduta. Ainda que o novo fato transite em julgado antes do fato em análise (1º fato). 
#OLHAOGANCHO: em relação aos maus antecedentes, o STJ adota o sistema da perpetuidade, enquanto 
que o STF adota o princípio da temporariedade (#OLHAOTERMO “direito ao esquecimento na seara penal” 
– Gilmar Mendes). 
Confissão: 
- Confissão qualificada: confissão + tese defensiva (ex.: legítima defesa). Incide atenuante da confissão 
(INFO 551, STJ). 
- Confissão parcial: se o agente confirma o fato, mas nega alguma circunstância, faz jus à atenuante (ex.: 
acusado é denunciado pelo furto qualificado. Nega a qualificadora, mas confessa o furto simples.). Se ele 
apenas admite fato diverso, não faz jus. Ex.: denunciado por roubo, confessa apenas a subtração (furto) 
mas nega a violência ou grave ameaça (INFO 569, STJ). 
- Compensação entre confissão e reincidência. Para o STJ, em regra, a confissão e a reincidência se 
compensam, salvo se se tratar de “multirreincidência” (INFO 555, STJ). Para o STF, a reincidência deve 
prevalecer. 
- É possível a compensação entre a atenuante da confissão espontânea e a agravante da violência contra 
mulher (INFO 568, STJ). 
 
Reincidência: 
- Conceito de tecnicamente primário: a) possui uma condenação definitiva, mas não praticou nenhum crime 
depois; b) tem condenação definitiva e praticou novo crime depois desta, porém entre o novo delito e a 
extinção da punibilidade se passaram mais de 5 anos. 
24 
 
#REMEMBER: não configura reincidência quando a infração anterior é uma contravenção penal e a 
posterior um crime. Também não configura reincidência quando a contravenção penal é praticada no 
exterior. 
 
Continuidade delitiva: 
- Requisitos: pluralidade de condutas e crimes da mesma espécie (mesmo tipo penal – não necessariamente 
mesmo bem jurídico tutelado. Ex.: roubo e extorsão tutelam o patrimônio, mas não estão no mesmo tipo 
penal), similitude das circunstâncias de tempo (até 30 dias), lugar (cidades próximas ou limítrofes), maneira 
de execução. 
- Unidade de desígnios: a) teoria objetiva pura (dispensa a unidade de desígnios. Foi adotada na exposição 
de motivos do CP no item 59); b) teoria objetivo-subjetiva (exige a unidade de desígnios. É adotada pelos 
Tribunais Superiores). 
- Espécies de crime continuado: simples (As penas dos crimes parcelares são iguais - art. 71, caput, CP: 
aumenta-se a pena de 1/6 a 2/3, a depender da quantidade de crimes), qualificado (as penas dos crimes 
parcelares são diferentes: furto consumado e furto tentado, por exemplo) e específico (art. 71, § único, CP: 
crimes dolosos contra vítimas diversas e com violência ou grave ameaça. Aumenta-se a pena até o triplo). 
- Continuidade delitiva entre delitos diferentes: não se admite continuidade delitiva entre roubo e extorsão 
(Info 549 - STJ). 
 
Regimes de pena: 
- Aberto (igual ou inferior a 4 anos), semiaberto (superior a 4 anos e não excedente a 8anos) e fechado 
(superior a 8 anos). 
- Fixação do regime inicial (INFO 548, STJ): fixada a pena mínima, deve ser o regime inicial fixado com base 
na pena. Não pode impor regime mais severo se as circunstâncias, na dosimetria, forem favoráveis. 
- RDD: presos que pratiquem crime doloso e que ocasionem a subversão da ordem, presos que apresentam 
alto risco para a ordem e segurança do presídio, presos com fundadas suspeitas de envolvimento em 
organizações criminosas. Até 360 dias (podendo se repetir em caso de nova falta grave da mesma espécie 
por até 1/6 da pena aplicada), cela individual, 2h diárias de banho de sol, visitas semanais de 2 pessoas, sem 
contar crianças. 
 
Penas restritivas de direitos: 
-Espécies: prestação pecuniária (1 a 360 salários-mínimos), perda de bens ou valores (para o Fundo 
Penitenciário), prestação de serviço à comunidade (condenações superiores a 6 meses), interdição 
temporária de direitos e limitação de final de semana (5h em casa de albergado no final de semana). 
#Cuidado: a PRD não obsta a suspensão dos direitos políticos. 
- Requisitos: PPL não superior a 4 anos ou qualquer pena, em se tratando de crime culposo; crime sem 
violência ou grave ameaça; não reincidente em crime doloso (salvo se a medida for recomendável e não 
ocorra reincidênciaespecífica); circunstâncias judiciais favoráveis. 
 
25 
 
Efeitos da condenação: 
- Principais: pena ou medida de segurança. 
- Secundários: a) penais (reincidência e seus efeitos na concessão de benefícios); b) extrapenais 
automáticos: perda de bens/instrumentos e obrigação de indenizar; c) extrapenais não automáticos: perda 
do cargo (salvo no crime de tortura, em que o efeito é automático - art. 1, § 5° da Lei 9.455/97), do poder 
familiar, inabilitação para dirigir. 
- Perda do cargo: a) pena privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano, desde que o crime tenha sido 
cometido com abuso do poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) pena privativa 
de liberdade superior a 4 anos: demais casos. 
- Perda de cargo, função ou mandato: não pode ser interpretado extensivamente com o intuito de vedar a 
cassação da aposentadoria, ainda que a aposentadoria ocorra no curso da ação Penal, ou seja, antes da 
condenação. O rol do art. 92 do CP é taxativo, consoante o STJ. (INFO 552, STJ). 
- Em regra, a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado ou função pública exercida no 
momento da prática do delito. Exceção: se o juiz, motivadamente, considerar que o novo cargo guarda 
correlação com as atribuições do anterior, ou seja, daquele que o réu ocupava no momento do crime, neste 
caso mostra-se devida a perda da nova função como uma forma de anular (evitar) a possibilidade de que o 
agente pratique novamente delitos da mesma natureza (Info 599 - STJ). 
Livramento condicional: 
- Requisitos: 
a) objetivos: PPL igual ou superior a 2 anos, cumprir 1/3 (não reincidente em crime doloso e com bons 
antecedentes), 1/2 (reincidente em crime doloso) ou 2/3 (hediondos ou equiparados – não pode ser 
reincidente específico para fazer jus ao benefício); reparar o dano. 
#OLHAOGANCHO: o quantum qualificado de 1/2 em razão da reincidência incide sobre a somatória de todas 
as penas, e não apenas sobre aquela decorrente do processo em que foi reconhecida a reincidência (INFO 
561, STJ). 
#AJUDAMARCINHO: 
João praticou o crime de furto e foi condenado a 2 anos (delito 1). 
Antes da condenação pelo furto transitar em julgado, ele praticou um estelionato (delito 2). 
Logo, quando ele cometeu o delito 2 ele ainda não era reincidente. 
Depois de transitar em julgado as condenações pelos delitos 1 e 2, João praticou um roubo (delito 3). 
Desse modo, na condenação do delito 3, o juiz já reconheceu o réu como reincidente. 
O juiz das execuções penais unificou as três condenações impostas contra João e ele iniciou o 
cumprimento da pena. 
A dúvida que surge agora é a seguinte: no momento da concessão do livramento condicional, o juiz 
das execuções penais, quando for calcular o requisito objetivo, deverá separar cada um dos crimes 
(ex.: exigir 1/3 do cumprimento da pena para os delitos 1 e 2, por ser ele primário na época) e depois 
exigir o cumprimento de 1/2 da pena para o delito 3 (quando ele era reincidente)? 
NÃO. O juiz das execuções penais deverá somar todas as penas e exigir o cumprimento de 1/2 do 
somatório (livramento condicional qualificado) por ser o réu reincidente. 
Segundo decidiu o STJ, na definição do requisito objetivo para a concessão de livramento condicional, 
a condição de reincidente em crime doloso deve incidir sobre a somatória das penas impostas ao 
condenado, ainda que a agravante da reincidência não tenha sido reconhecida pelo juízo sentenciante 
26 
 
em algumas das condenações. Isso porque a reincidência é circunstância pessoal que interfere na 
execução como um todo, e não somente nas penas em que ela foi reconhecida. 
A condição de reincidente, uma vez adquirida pelo sentenciado, estende-se sobre a totalidade das 
penas somadas, não se justificando a consideração isolada de cada condenação e tampouco a 
aplicação de percentuais diferentes para cada uma das reprimendas. 
STJ. 5ª Turma. HC 307.180-RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 16/4/2015 (Info 561). 
 
b) subjetivos: ter bom comportamento carcerário, bom desempenho no trabalho e aptidão para manter 
sua subsistência mediante trabalho honesto; constatação de que não voltará mais a delinquir (apenas para 
os condenados por crime doloso com violência ou grave ameaça). 
- Condenação por novo crime: a) cometido durante o livramento: revoga, não desconta na pena o tempo 
que esteve solto, nem pode ser concedido novamente; b) cometido antes do livramento: cabe novo 
livramento, pode somar as penas para efeito de concessão e computa o tempo solto como cumprimento 
da pena. 
Reabilitação: 
- Procedimento administrativo que assegura o sigilo em relação ao processo e condenação. Requerer após 
2 anos da extinção da pena ou terminar a execução, desde que possua domicílio no país por 02 anos, bom 
comportamento e tenha ressarcimento do dano. Letra de lei. Não apaga a reincidência. 
 
#OLHAOGANCHO: EXECUÇÃO PENAL 
Falta grave: 
-Súmula 526-STJ: o reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime 
doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no 
processo penal instaurado para apuração do fato. 
-Súmula 533-STJ: para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é 
imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, 
assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado. 
-Súmula 534-STJ: a prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de 
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. 
-Súmula 535-STJ: a prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto. 
Remição: 
- Perda dos dias remidos: não é uma “faculdade” do juiz, devendo determinar a perda de até 1/3. A 
discricionariedade está apenas na fixação do quantum de dias remidos irá determinar a perda (Info 559, 
STJ). 
Saídas: 
- Saída Temporária: nos casos de regime semiaberto sem vigilância direta. Hipóteses: a) visita à família; b) 
frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca 
do Juízo da Execução; c) participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. É 
concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o MP e a administração penitenciária. Requisitos: 
27 
 
comportamento adequado; cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, 
e 1/4 (um quarto), se reincidente; compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
#OBS: é concedida por prazo não superior a 7 dias, podendo ser renovada por mais 4 vezes durante o ano. 
 
#AJUDAMARCINHO: 
• POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE MAIS DE 05 SAÍDAS TEMPORÁRIAS POR ANO: 
Respeitado o limite anual de 35 dias, estabelecido pelo art. 124 da LEP, É CABÍVEL a concessão 
de maior número de autorizações de curta duração; 
• PRAZO MÍNIMO ENTRE SAÍDAS TEMPORÁRIAS: As autorizações de saída temporária para 
visita à família e para participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio 
social, se limitadas a 05 vezes durante o ano, deverão observar o prazo mínimo de 45 dias de 
intervalo entre uma e outra. Na hipótese de maior número de saídas temporárias de curta 
duração, já intercaladas durante os doze meses do ano e muitas vezes sem pernoite, não se 
exige o intervalo previsto no art. 124, § 3º, da LEP; 
• POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE CALENDÁRIO ANUAL DE SAÍDAS TEMPORÁRIAS POR ATO 
JUDICIAL ÚNICO: É recomendável que cada autorização de saída temporária do preso seja 
precedida de decisão judicial motivada. Entretanto, se a apreciação individual do pedido 
estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a interferir no direito subjetivo do 
apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser reconhecida, excepcionalmente, a 
possibilidade de fixação de calendário anual desaídas temporárias por ato judicial único, 
observadas as hipóteses de revogação automática do art. 125 da LEP; 
• COMPETÊNCIA DO JUIZ DA EXECUÇÃO PARA FIXAÇÃO DO CALENDÁRIO PRÉVIO DE SAÍDAS 
TEMPORÁRIAS: O calendário prévio das saídas temporárias deverá ser fixado, 
obrigatoriamente, pelo juízo das execuções, não se lhe permitindo delegar à autoridade 
prisional a escolha das datas específicas nas quais o apenado irá usufruir os benefícios. 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.544.036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 
(RECURSO REPETITIVO) (INFO 590 DO STJ) 
 
- Permissão de saída: nos casos de regime fechado e semiaberto, mediante escolta. Hipóteses: a) 
falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; b) necessidade 
de tratamento médico. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se 
encontra o preso. 
 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
- Formas de extinção da punibilidade: morte do agente, anistia, graça e indulto, abolitio criminis, 
decadência, perempção (somente se aplica na ação privada), renúncia (decorre do princípio da 
oportunidade da ação penal privada), perdão do ofendido (ato bilateral decorrente do princípio da 
disponibilidade da ação penal privada), retratação (exemplo: calúnia, difamação e falso testemunho/falsa 
perícia) e perdão judicial (independe de aceitação). 
#OLHAOGANCHO: a extinção da punibilidade independe do pagamento da pena de multa (INFO 568, STJ). 
 
#AJUDAMARCINHO: 
28 
 
ANISTIA 
GRAÇA 
(Indulto individual) 
INDULTO 
(Indulto coletivo) 
É um benefício concedido pelo 
Congresso Nacional, com a sanção do 
Presidente da República (art. 48, VIII, 
CF/88) por meio do qual se “perdoa” a 
prática de um fato criminoso. 
Normalmente incide sobre crimes 
políticos, mas também pode abranger 
outras espécies de delito. 
Concedidos por Decreto do Presidente da República. 
Apagam o efeito executório da condenação. 
A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s): 
• Procurador Geral da República 
• Advogado Geral da União 
• Ministros de Estado 
É concedida por meio de uma lei federal 
ordinária. 
Concedidos por meio de um Decreto. 
Pode ser concedida: 
• antes do trânsito em julgado (anistia 
própria) 
• depois do trânsito em julgado (anistia 
imprópria) 
Tradicionalmente, a doutrina afirma que tais 
benefícios só podem ser concedidos após o trânsito 
em julgado da condenação. Esse entendimento, no 
entanto, está cada dia mais superado, considerando 
que o indulto natalino, por exemplo, permite que seja 
concedido o benefício desde que tenha havido o 
trânsito em julgado para a acusação ou quando o MP 
recorreu, mas não para agravar a pena imposta (art. 5º, 
I e II, do Decreto 7.873/2012). 
Extingue os efeitos penais (principais e 
secundários) do crime. 
Os efeitos de natureza civil permanecem 
íntegros. 
Só extinguem o efeito principal do crime (a pena). 
Os efeitos penais secundários e os efeitos de natureza 
civil permanecem íntegros. 
O réu condenado que foi anistiado, se 
cometer novo crime não será 
reincidente. 
O réu condenado que foi beneficiado por graça ou 
indulto se cometer novo crime será reincidente. 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PPP): eliminam todos os efeitos penais do crime. 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA 
PROPRIAMENTE DITA OU 
DA AÇÃO. 
Ocorre antes de haver sentença condenatória transitada em julgado 
para a acusação e, por isso, usa como parâmetro para a aferição do 
lapso prescricional o máximo da pena privativa de liberdade 
abstratamente cominada ao crime, segundo a tabela do art. 109 do 
CP. Leva em consideração a pena em abstrato! 
29 
 
 
 
Vamos visualizar: 
 
Redução pela metade da PPP: a) menos de 21 anos, ao tempo do crime; b) maior de 70 anos, ao tempo da 
sentença. 
#AJUDAMARCINHO: Existe, no entanto, uma situação em que o condenado será beneficiado pela redução 
do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a sentença: isso ocorre quando o condenado opõe 
embargos de declaração contra o acórdão condenatório e esses embargos são conhecidos. Nesse caso, o 
prazo prescricional será reduzido pela metade se o réu completar 70 anos até a data do julgamento dos 
embargos. Nesse sentido: STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. 
Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731). STF. 2ª Turma. HC 129696/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
19/4/2016 (INFO 822 DO STF) 
 
Recebimento 
da denúncia ou 
queixa
Prescrição 
Retroativa
Publicação da 
sentença 
condenatória 
recorrível
Prescrição 
Superveniente
Trânsito em 
julgado para 
ambas as 
partes
 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA 
RETROATIVA. 
 
A prescrição da pretensão punitiva retroativa tem o mesmo 
fundamento, as mesmas características e idênticas consequências da 
prescrição superveniente, mas tem por termo inicial data anterior a 
sentença condenatória recorrível. 
Assim, a prescrição retroativa, atualmente, nos obriga a percorrer 
novamente apenas o percurso entre a data do recebimento da 
denúncia ou queixa até a sentença penal condenatória recorrível. 
Leva em consideração a pena cominada em concreto! 
 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA 
SUPERVENIENTE OU 
INTERCORRENTE 
 
 
Conta-se a prescrição da publicação da sentença condenatória, até a 
data do trânsito julgado final (para ambas as partes). 
Leva em consideração a pena cominada em concreto! 
30 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA (ARTS. 121 A 154) 
 
#FACILITACOACH - Dos crimes contra a vida, quais são considerados crimes hediondos? 
Lesão corporal dolosa gravíssima (art. 129, § 2º); Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º); Homicídio 
praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente; Homicídio 
qualificado; Homicídio qualificado praticado contra integrantes dos órgãos de segurança pública (ou contra 
seus familiares até o terceiro grau), se o delito tiver relação com a função exercida. 
 
Homicídio: 
Homicídio privilegiado: exige-se que o agente se encontre sob o domínio (e não influência) de violenta 
emoção. Exige-se REAÇÃO IMEDIATA. 
Atenuante genérica: basta que o agente esteja sob a influência da violenta emoção. Dispensa-se o requisito 
temporal. 
Feminicídio: homicídio cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (violência 
doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher). 
Homicídio qualificado x dolo eventual: a) no caso de qualificadoras de meio, NÃO se admite; b) no caso das 
qualificadoras do motivo fútil e/ou torpe, há divergência: 
- 1ª corrente: SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte, aspecto caracterizador 
do dolo eventual, não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o 
dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta, mostrando-se, 
em princípio, compatíveis entre si. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 
06/03/2012. 
- 2ª corrente: NÃO. A qualificadora de motivo fútil é incompatível com o dolo, tendo em vista a ausência do 
elemento volitivo. STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para 
acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). 
- Qualificadora da "paga ou promessa de recompensa" x executor do crime de homicídio mercenário: não 
qualifica automaticamente o delito em relação ao mandante, embora este possa incidir no referido 
dispositivo caso o motivo seja torpe (INFO 575 DO STJ). 
- Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de homicídio supostamente 
praticado por agente que disputava "racha", quando o veículo por ele conduzido - em razão de choque com 
outro automóveltambém participante do "racha" - tenha atingido o veículo da vítima, terceiro estranho à 
disputa automobilística. Motivo fútil corresponde a uma reação desproporcional do agente a uma ação ou 
omissão da vítima. No caso de "racha", tendo em conta que a vítima (acidente automobilístico) era um 
terceiro, estranho à disputa, não é possível considerar a presença da qualificadora de motivo fútil, tendo 
em vista que não houve uma reação do agente a uma ação ou omissão da vítima (INFO 583 DO STJ). 
 
#AJUDAMARCINHO: 
31 
 
- No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante (§ 4º do art. 121 
do CP). Se a vítima tiver morte instantânea, tal circunstância, por si só, é suficiente para afastar a causa de 
aumento de pena prevista no § 4º do art. 121? NÃO. No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima 
não afasta a causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente, 
isto é, perceptível por qualquer pessoa (INFO 554 DO STJ). 
 
#OLHAOGANCHO. #AJUDAMARCINHO: 
- O juiz, na decisão de pronúncia, só pode fazer o decote (retirada) da qualificadora imputada se ela for 
manifestamente improcedente, ou seja, se estiver completamente destituída de amparo nos elementos 
cognitivos dos autos. Isso porque o verdadeiro julgador dos crimes dolosos contra a vida são os jurados. O 
juiz togado somente deve atuar em casos excepcionais em que a pretensão estatal estiver claramente 
destituída de base empírica idônea. O fato de o agente ter praticado o crime com reiteração de golpes na 
vítima, ao menos em princípio e para fins de pronúncia, é circunstância indiciária do “meio cruel”, previsto 
no art. 121, § 2º, III, do CP. (INFO 537 STJ) 
 
Infanticídio: 
- A condição pessoal do "estado puerperal" é elementar do tipo penal e, portanto, comunica-se ao terceiro 
coautor ou partícipe. Assim, por exemplo, o pai que ajuda a mãe puérpera a matar o seu próprio filho, 
também cometerá o crime de infanticídio. 
 
Aborto: 
#AJUDAMARCINHO: 
- A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante (art. 124) 
ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir interpretação conforme a 
Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu 
âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, 
nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionalidade 
(INFO 849 DO STF). 
 
Lesão corporal: 
- A pena da lesão corporal será aumentada de 1/3 a 2/3 se essa lesão tiver sido praticada contra integrantes 
dos órgãos de segurança pública (ou contra seus familiares até o terceiro grau), desde que o delito tenha 
relação com a função exercida. 
#SELIGA: nas lesões corporais existe a previsão do perdão judicial, aplicando-se somente na modalidade 
culposa do art.129, CP. 
32 
 
- A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é 
afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima (INFO 
562 do STJ). 
- A qualificadora prevista no § 9º do art. 129 do CP aplica-se também às lesões corporais cometidas contra 
HOMEM no âmbito das relações domésticas (INFO 501 do STJ). 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (ARTS. 155 A 183) 
Furto: 
- Segundo o STF (INFO 851) e o STJ (INFO 554), é legítima a incidência da causa de aumento do § 1º, do art. 
155 (furto noturno) tanto para furto simples como qualificado. 
- Súmula 511-STJ (furto privilegiado-qualificado ou furto híbrido): É possível o reconhecimento do privilégio 
previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a 
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva. 
- Súmula 567-STJ (idoneidade relativa do meio – não se aplica o crime impossível): Sistema de vigilância 
realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento 
comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. 
- Furto privilegiado: o criminoso é primário e a coisa furtada é de pequeno valor. Nesses casos, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena 
de multa. É indiferente que o bem furtado tenha sido restituído à vítima. 
#NÃOCONFUNDIR: Para efeito da aplicação do princípio da bagatela, é imprescindível a distinção entre 
valor insignificante e pequeno valor, uma vez que o primeiro exclui o crime e o segundo pode caracterizar 
o furto privilegiado. 
- Abigeato: furto de gado. Atenção para a novidade legislativa: “art. 155, § 6º - A pena é de reclusão de 2 
(dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou 
dividido em partes no local da subtração”. 
- Teorias que explicam a consumação do furto: 
CONCRECTACIO 
A consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa 
alheia, dispensando o seu deslocamento. 
AMOTIO/APPREHENSIO 
 
(STJ/STF) 
Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por 
breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e 
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e 
pacífica ou desvigiada. 
ABLATIO 
O objeto roubado tem que ser transportado para longe do seu 
proprietário ou portador, ou seja, que a posse seja pacífica, segura e 
desvigiada da coisa. Para essa teoria, o agente, então, após a grave 
ameaça ou violência à pessoa, subtrai o bem almejado e, para sua 
33 
 
consumação, deve deslocar a coisa de um local para o outro, obtendo 
a posse tranquila do objeto. 
ILATIO: 
A coisa deve ser transportada para o local desejado pelo agente, 
mantendo-se posse mansa e pacífica. 
 
Roubo: 
- Súmula 582-STJ: consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego de 
violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e 
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. 
- A utilização de arma de brinquedo, como forma de intimidar a vítima do delito de roubo, caracteriza o 
emprego de violência, porém, não permite o reconhecimento da majorante de pena. (A súmula 174 do STJ 
está cancelada, consoante julgamento do REsp 213.054-SP, de 24/10/01) 
- O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação 
concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes. (Súmula 
443/STJ). 
- Maior de idade que pratica o roubo juntamente com um inimputável: roubo será majorado pelo concurso 
de pessoas (INFO 669 DO STF). 
- O roubo praticado em um mesmo contexto fático, mediante uma só ação, contra vítimas diferentes, enseja 
o reconhecimento do concurso formal de crimes, e não a ocorrência de crime único. Isso porque estará 
caracterizada a violação a patrimônios distintos (INFO 684 DO STF). 
 
 
 
#NÃOCONFUNDA. #AJUDAMARCINHO: 
SITUAÇÃO 01: o sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, exige que 08 passageiros entreguem seus 
pertences. Esse agente irá responder por 08 roubos majorados (art. 157, § 2º, I, do CP) em concurso formal 
(art. 70). Não se trata de crime único. 
SITUAÇÃO 02: o sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, subtrai apenas os bens que estavam na 
posse do cobrador de ônibus: 30 reais e um aparelho celular, pertencentes ao funcionário, e 70 reais que 
eram da empresa de transporte coletivo. Esse agente terá praticado um único crime (art. 157, § 2º, I, do CP). 
Segundo decidiu o STJ, em caso de roubo praticado

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