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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER 
CICLOS DE REVISÃO TJ/SP 
PARTE I 
 
 Sumário 
DIREITO PENAL ................................................................................................................................. 4 
DA IMPUTABILIDADE .................................................................................................................................... 20 
DO CONCURSO DE AGENTES ........................................................................................................................ 21 
DAS PENAS .................................................................................................................................................... 22 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ....................................................................................................................... 27 
CRIMES CONTRA A PESSOA (ARTS. 121 A 154) ............................................................................................. 29 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (ARTS. 155 A 183) ....................................................................................31 
CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL .......................................................................................... 36 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ..................................................................................................... 36 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ................................................................................................................... 38 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................................................... 38 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO ................................................................................................................ 39 
LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS ..................................................................................................................... 40 
CRIMES DE TRÂNSITO ................................................................................................................................... 41 
LEI DE LICITAÇÕES ........................................................................................................................................ 42 
CRIMES CONTRA A CRIANÇA E ADOLESCENTE ........................................................................................... 42 
LEI DE DROGAS .............................................................................................................................................. 43 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ............................................................................................................................... 44 
CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA ................................ 45 
LAVAGEM DE DINHEIRO .............................................................................................................................. 46 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS ................................................................................................................ 46 
CRIME ORGANIZADO .................................................................................................................................... 50 
CRIMES HEDIONDOS/TORTURA ....................................................................................................................51 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ..................................................................................................................... 52 
1DIREITO PROCESSUAL PENAL ......................................................................................................... 54 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL .............................................................................................................. 54 
INQUÉRITO POLICIAL .................................................................................................................................... 55 
AÇÃO PENAL .................................................................................................................................................. 56 
COMPETÊNCIA ............................................................................................................................................... 57 
PROVAS .......................................................................................................................................................... 61 
PRISÃO/MEDIDAS CAUTELARES/LIBERDADE PROVISÓRIA ....................................................................... 63 
SENTENÇA...................................................................................................................................................... 65 
 
 
 
 
3 
 
NULIDADES ....................................................................................................................................................66 
RECURSOS .....................................................................................................................................................66 
HABEAS CORPUS .......................................................................................................................................... 68 
TRIBUNAL DO JÚRI........................................................................................................................................69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
DIREITO PENAL2 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS 
 
1) Princípio da Reserva Legal ou Estrita Legalidade: consiste na exclusividade da lei para criar delitos e 
cominar penas. Como consequência lógica, não se admite a utilização de medida provisória em matéria 
penal. #Cuidado: o STJ já admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu. Ex.: MP 417 que 
prorrogou a “atipicidade temporária” nos crimes de posse de armas. Posteriormente, no entanto, o 
Plenário do STF, apreciando a conversão da MP 417/2008 na Lei 11.706/2008, que reabriu o prazo para 
registrar ou renovar o registro de suas armas de fogo de uso permitido, entendeu que não houve “abolitio 
criminis”. 
 
#OLHAOGANCHO. #AJUDAMARCINHO: 
A Lei n. 11.706/2008, ao reabrir o prazo para regularização de armas de fogo, produziu efeitos retroativos e 
implicou em abolitio criminis quanto às condutas praticadas entre 23/06/2005 até 30/01/2008 (período em 
que não houve lei permitindo a regularização)? 
STJ STF 
SIM. Para o STJ, a nova prorrogação trazida pela 
MP 417/2008, posteriormente convertida na Lei 
n. 11.706/2008, retroage para alcançar as 
condutas praticadas de possuir arma de fogo ou 
munição de uso permitido (AgRg no REsp 
1237674/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
Sexta Turma, julgado em 05.02.2013). 
A reabertura do prazo trazido pela Lei 
11.706/2008 é RETROATIVA. 
NÃO. Para o STF, o fato de a Lei n. 11.706/2008 
(MP 417/2008) ter reaberto o prazo para que as 
pessoas pudessem registrar ou renovar o 
registro de suas armas de fogo de uso permitido 
não significou abolitio criminis. 
Em outras palavras, as pessoas que foram 
condenadas por fatos posteriores à última 
prorrogação e anteriores à 31.01.2008 (Lei 
11.706/2008) não têm o direito de ter extinta sua 
punibilidade. 
A reabertura do prazo trazido pela Lei 
11.706/2008 é IRRETROATIVA. 
STF. Plenário. RE 768494/GO, rel. Min. Luiz Fux, 
19/9/2013 (Info 720). 
 
2) Princípio da Anterioridade (art. 5o, XXXIX, CF): estabelece que o crime e a pena devem ser previamentedefinidos em lei. Desse princípio decorre o princípio da irretroatividade da lei penal, segundo o qual a lei 
penal não se aplica a fatos pretéritos e aqueles ocorridos durante sua vacatio legis, salvo para beneficiar o 
réu. 
 
2 Por Liana Schuler. 
 
5 
 
3) Princípio da Individualização da pena (art. 5o, XLVI, CF): de acordo com o referido princípio, a aplicação 
da pena deve levar em conta não a norma em abstrato, mas os aspectos objetivos e subjetivos do crime. 
Incide em 03 planos diferentes: legislativo, judicial e administrativo. 
4) Princípio da Intranscedência ou da personalidade (art. 5o, XLV, CF): ninguém pode ser responsabilizado 
criminalmente por delito de outrem, não podendo a pena passar da pessoa do condenado. 
 
#SURRADEPRINCÍPIOS: 
1) Princípio da Insignificância3: possui natureza jurídica de causa supralegal de exclusão da tipicidade 
material, devendo ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção 
mínima. Busca excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, em sua perspectiva material. 
 
Requisitos: 
Objetivos: Mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzido 
grau de reprovabilidade do comportamento; Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Subjetivos: importância do bem para a vítima (STF) e condições do agente (nem a reincidência, nem a 
reiteração criminosa, tampouco a habitualidade delitiva, são suficientes, por si sós, para afastar a aplicação 
do denominado princípio da insignificância. Segundo o Plenário do STF, não é possível fixar uma regra geral 
(uma tese) sobre o assunto. A decisão sobre a incidência ou não do princípio da insignificância deve ser 
feita caso a caso. (STF - Info 793). 
 
#ATENÇÃO: os tribunais superiores, em algumas situações concretas, têm afastado o princípio da 
insignificância nos casos de reincidência e de furto qualificado. 
 
Princípio da insignificância x Tribunais Superiores: 
Aplicabilidade: furto simples, crimes contra a ordem tributária e descaminho (STJ: 10 mil reais; STF: 20 mil 
reais); “Flanelinha” e exercício da profissão sem registro no órgão competente. 
Inaplicabilidade: lesão corporal; furto qualificado4; roubo; tráfico de drogas; moeda falsa e outros crimes 
contrafé pública; contrabando, estelionato contra o INSS, envolvendo FGTS ou envolvendo seguro-
desemprego; violação de direito autoral; posse ou porte de arma de fogo/munição (Cuidado com a exceção: 
porte ilegal de uma munição como pingente); delitos praticados em violência doméstica; provedor 
clandestino de internet sem fio; crimes militares. 
Divergências: Crimes ambientais, Crimes cometidos por prefeitos (STF já admitiu, STJ não); Apropriação 
indébita previdenciária (STF já admitiu, STJ afasta); Porte de droga para consumo pessoal (STF tem um 
precedente isolado); Crimes contra Administração Pública (STJ afasta, STF já admitiu); Rádio comunitária 
clandestina (STF admite em rádios com baixa frequência e em locais afastados dos grandes centros, quando 
demonstrada a inexistência de lesividade – Info 853.O STJ, por sua vez, não admite). 
 
Cuidado: Nos crimes ambientais, há divergência no STF sobre a possibilidade de aplicação do princípio da 
insignificância quanto à pesca ilegal. 
 
3 #DEOLHONOEXAMINADOR: o examinador de Direito Penal possui uma obra de referência sobre o princípio da 
insignificância. Embora o livro tenha sido publicado em 1994, não deixa de ser uma #APOSTACICLOS para o TJSP. 
4 CUIDADO: em alguns casos o STJ já admitiu o princípio da insignificância, como no furto qualificado pelo concurso de 
pessoas. 
 
6 
 
 
#AJUDAMARCINHO: A Lei de Crimes Ambientais tipifica a PESCA ILEGAL, nos seguintes termos: "Art. 34. 
Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente:" Se a 
pessoa é flagrada sem nenhum peixe, mas portando consigo equipamentos de pesca, em um local onde 
esta atividade é proibida, ela poderá ser absolvida do delito do art. 34 da Lei de Crimes com base no princípio 
da insignificância? 
 
2ª TURMA DO STF 2ª TURMA DO STF 
SIM. É possível aplicar o princípio da 
insignificância para crimes ambientais. 
NÃO. Não é possível aplicar o princípio da 
insignificância para crimes ambientais. 
Ex.: pessoa encontrada em uma unidade de 
conservação onde a pesca é proibida, com 
vara de pescar, linha e anzol, conduzindo 
uma pequena embarcação na qual não 
havia peixes. 
 
Na estação ecológica, os servidores do 
IBAMA encontraram uma pequena 
embarcação com um indivíduo. Apesar de 
não estar com peixes, ele estava com vara de 
pescar, linha e anzol. 
O pescador foi autuado administrativamente 
pelo IBAMA por pesca ilegal, e o MP 
ofereceu denúncia contra ele, pela prática 
do crime previsto no art. 34, caput, da Lei nº 
9.605/98. 
STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (INFO 
816 DO STF) 
STF. 2ª Turma. RHC 125566/PR e HC 
127926/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados 
em 26/10/2016 (INFO 845 DO STF) 
 
 
 
#OLHAOGANCHO: princípio da insignificância impróprio ou bagatela imprópria - decorre da desnecessidade 
de aplicação da pena. Causa supralegal de exclusão da punibilidade. 
 
2) Princípio da Intervenção mínima: o Direito Penal só é legitimo quando utilizado em casos excepcionais, 
ou seja, quando outros ramos dos direitos não forem suficientes na tutela de determinados bens. A 
intervenção mínima é o gênero do qual são espécies: a fragmentariedade e a subsidiariedade. Guarda 
relação com o princípio da ofensividade ou lesividade (perigo de lesão ao bem jurídico). 
 
3) Princípio da Fragmentariedade: no universo da ilicitude, somente alguns poucos fragmentos constituem-
se em ilícitos penais. O Direito Penal é a última etapa de proteção. Obs: o princípio da fragmentariedade 
atua no plano abstrato: permite criação de tipos penais apenas quando os demais ramos do direito tiverem 
falhado na proteção do bem jurídico. Por outro lado, o princípio da subsidiariedade atua no plano concreto. 
É analisado se, naquele caso concreto, será possível solucionar através de outros ramos do direito, ou se 
será preciso utilizar a última ratio, o executor de reserva (o direito penal). 
 
#SELIGA: FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: É o contrário da fragmentariedade; o crime deixa de existir, 
pois a incriminação se torna desnecessária. 
 
#OLHAOGANCHO: conflito aparente de normas – Como solucionar? Por meio da aplicação dos seguintes 
princípios: #REMEMBER: S.E.C.A. 
 
7 
 
 
Obs: Não confundir o princípio da subsidiariedade, que vimos acima, com a subsidiariedade no conflito 
aparente de normas. 
a) Subsidiariedade: O crime tipificado pela lei subsidiária, além de menos grave do que o narrado pela lei 
primária, dele também difere quanto à forma de execução, já que corresponde a uma parte deste. Em 
outras palavras, a figura subsidiária está inserida na principal. No princípio da subsidiariedade a comparação 
sempre deve ser efetuada no caso concreto, buscando-se a aplicação da lei mais grave. A subsidiariedade 
pode ser tanto expressa (por exemplo, disparo de arma de fogo), como tácita. 
b) Especialidade: sua aferição se estabelece em abstrato, ou seja, para saber qual lei é geral e qual é especial, 
prescinde-se da análise do fato praticado. Pouco importa também a quantidade de sanção penal reservada 
para as infrações penais. A comparação entre as leis não se faz da mais grave para a menos grave, pois a lei 
específica pode narrar um ilícito penal mais rigoroso ou mais brando. 
c) Consunção: Também é analisado no plano concreto. Difere-se da subsidiariedadeem dois aspectos. Na 
regra da subsidiariedade, em função do fato concreto praticado, comparam-se as leis para saber qual é a 
aplicável. Por seu turno, na consunção, sem buscar auxílio nas leis, comparam-se os fatos, apurando-se que 
o mais amplo, completo e grave consome os demais. O fato principal absorve o acessório, sobrando apenas 
a lei que o disciplina. Por exemplo, na subsidiariedade, o constrangimento ilegal só pode ser praticado se 
houver a ameaça. Um crime está obrigatoriamente dentro do outro, a ameaça é elemento do 
constrangimento ilegal. Por outro lado, na consunção, tomemos como exemplo a lesão corporal e o 
homicídio. A lesão corporal não é um elemento do homicídio. O homicídio pode ser praticado por outro 
modo que não a lesão corporal. Um crime não está obrigatoriamente dentro do outro, comparam-se os 
fatos. Lei consuntiva é aquela que define o todo, o fato mais amplo. Lei consumida define a parte, o fato 
menos amplo. A consunção é aplicada nos casos de crimes progressivos, na progressão criminosa ou nos 
atos impuníveis. 
d) Alternatividade: (#NÃOCONFUNDIR com o princípio da alteridade, segundo o qual não se deve punir 
condutas que prejudicam apenas o próprio agente. Ex: autolesão.) 
 
#SAIBADIFERENCIAR 
CRIME PROGRESSIVO PROGRESSÃO CRIMINOSA 
A intenção do agente é, desde o início, cometer o 
crime mais grave. Ex.: objetiva cometer um 
homicídio. Contudo, para se chegar até o homicídio, 
ocorre primeiro a lesão corporal. Pela consunção, a 
lesão corporal é absorvida pelo homicídio. 
Há uma mudança no ânimo do agente. Ex.: ele 
deseja inicialmente causar lesão corporal. 
Contudo, durante a execução muda de intenção e 
acaba cometendo o homicídio. Pela consunção, a 
lesão corporal é absorvida pelo homicídio. 
 
#ATENÇÃO: Segundo a jurisprudência, um crime não pode ser absorvido por uma contravenção penal. 
 
 
4) Princípio da Ofensividade ou Lesividade: Só há crime quando a conduta é capaz de lesionar, ou ao menos 
de colocar em perigo de lesão, o bem jurídico penalmente protegido. 
 
 
8 
 
5) Princípio da Adequação Social: Não pode ser considerado criminoso o comportamento que, embora 
tipificado em lei, não afronte o sentimento social de justiça. 
 
6) Princípio da Proporcionalidade: Garantismo negativo (proibição contra os excessos do estado) x positivo 
(proibição da proteção insuficiente). 
 
#OLHAOTERMO: Garantismo binocular (proibição do excesso e proibição da proteção insuficiente) x 
garantismo monocular (apenas proibição do excesso). 
GARANTISMO HIPERBÓLICO MONOCULAR: Em suma, o “garantismo” distorce a construção feita sobre os 
direitos fundamentais ao colocar uma espécie de preferência nos direitos de liberdade. A Constituição 
Federal é garantista, mas trata igualmente de garantir os direitos fundamentais de primeira dimensão e 
segunda dimensão. Assim, tanto a vida, a segurança pública e a ordem pública são direitos garantidos no 
mesmo patamar que as liberdades, não podendo distorcer o sistema para enxergar apenas uma forma de 
garantismo (por isso, hiperbólico e monocular). 
7) Princípio do non bis in idem: veda a dupla punição pelo mesmo fato. 
 
#SELIGANASÚMULA 241 do STJ: A reincidência penal não pode ser considerada simultaneamente como 
agravante e circunstância judicial. 
 
ESCOLAS PENAIS 
Escola Clássica: o crime é um conceito meramente jurídico, consistente na responsabilidade em razão do livre 
arbítrio. A pena possui caráter de retribuição. Sofreu influências do iluminismo, o que levou a redução das 
penas corporais e permitiu a passagem do caráter de vingança real/religiosa para a resposta estatal. 
#Palavras-chaves: Beccaria e Carrara; séc. XVIII; reação ao absolutismo; Iluminismo; estudo do crime; método 
dedutivo; concepção de livre-arbítrio; crime como ente jurídico; pena retributiva. 
Escola Positiva: subdivide-se em 3 fases: 
- Fase Antropológica (Lombroso): o homem não é livre na vontade. Ideia de criminoso nato. 
- Fase Sociológica (Enrico Ferri): determinismo biológico-social. A responsabilização penal decorre da 
Responsabilidade Social (Defesa Social). 
- Fase Jurídica (Garofalo): Teoria da seleção natural – eliminar os criminosos. 
#Palavras-chaves: Lombroso, Ferri e Garofalo (#macete: L.F.G.); séc. XIX; estudo do criminoso; método 
indutivo; determinismo (criminoso nato); crime como fenômeno social; pena como prevenção. 
Correcionalismo Penal: a pena busca corrigir o criminoso, não podendo ser fixa e determinada. “Não há 
criminosos incorrigíveis, e sim incorrigidos”. Pena preventiva especial, apenas. 
Tecnicismo Jurídico-Penal (Arturo Rocco): estudo do direito penal limitado às leis vigentes, abstraindo todo 
conteúdo antropológico, sociologia e filosófico. 
 
9 
 
#Palavras-chaves: Método positivista. Influenciou o CP de 1940. Bases próximas da escola clássica. 
Responsabilização pelo livre arbítrio e pena com índole retributiva. 
Escola da Defesa Social: duas fases: a) 1ª fase - endurecimento penal, proteção dos cidadãos e periculosidade 
dos delinquentes; b) 2ª fase – pós II Guerra, prevenção do crime, reforma penitenciária, aprimoramento da 
sociedade, substituição das penas por medidas educativas e curativas). 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
 
Formal: pode ser imediata (lei) ou mediata (costume, analogia e princípios gerais do direito). 
Material: a União, a quem compete legislar sobre o direito penal. 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
Tempo do crime: teoria da atividade (considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado). 
Lex tertia: é a combinação de leis, criando uma terceira lei. É vedada (súmula 501 do STJ). 
Lugar do crime: teoria da ubiquidade (considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado). 
#NÃOCONFUNDIR com o art. 70, do CPP, que adota a teoria do resultado no que diz respeito à competência 
para julgar crimes. 
Lei penal no espaço: a regra geral é a territorialidade, que consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes 
praticados no Brasil (art. 5o, CP). Excepcionalmente, adota-se a extraterritorialidade, na qual aplica-se a lei 
brasileira a crimes (não inclui contravenção penal) praticados no exterior. Saiba diferenciar a 
extraterritorialidade incondicionada (art. 7o, I, CP), condicionada (art. 7o, II, CP), hipercondicionada (art. 7o, 
§3o, CP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
Leis penais intermitentes: são as leis temporária se excepcionais. São regidas pelo princípio da ultratividade. 
Exemplo: É editada uma lei que diz ser crime, punido com reclusão de seis meses a dois anos, tomar banho 
com mais de dez minutos de duração durante o período de racionamento de energia. (Masson, Cleber. Direito 
penal esquematizado – Parte geral – vol.1 / Cleber Masson. – 9.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015, página 191.) 
 
Lei penal intermediária: se caracteriza pela sua extratividade, pois são retroativas e ultra ativas. Exemplo: Ao 
tempo da conduta estava em vigor a lei “A”, sucedida pela lei “B”, encontrando-se em vigor ao tempo da 
sentença a lei “C”. Nada impede a aplicação da lei “B”, desde que se trate, entre todas, da mais favorável ao 
agente. (Masson, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol.1 / Cleber Masson. – 9.ª ed. rev., 
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015, página 190.) 
 
 
 
 
 
 
DO CRIME 
 
5 Masson, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol.1 / Cleber Masson. – 9.ª ed. rev., atual. 
e ampl.– Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015, página 182. 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA ANALOGIA (integração)
5 
Existe norma para o caso concreto 
Existe norma para o caso 
concreto 
Não existe norma para o caso 
concreto 
Amplia-se o alcance na palavra 
“arma” – art. 157, § 2° do CP 
O legislador previu uma fórmula 
genérica, permitindo ao juiz 
encontrar outras. 
 
Pode ser prejudicial ao réu. 
No caso em que há lacuna (caso 
omisso), o juiz aplica, por 
analogia (por assemelhação), 
uma lei que trata sobre o caso 
semelhante. 
 
 
Não pode ser prejudicial ao réu. 
 
OBS: também chamada de 
analogia legal ou “legis”. 
 
11 
 
Conceito clássico de delito (positivismo jurídico) 
 
 
#SELIGA: quem é clássico obrigatoriamente é tripartido, já que o dolo e a culpa compõem a culpabilidade 
(evitar a responsabilidade penal objetiva). A culpabilidade segue a teoria psicológica, pois nada mais é do 
que o vínculo psicológico estabelecido pelo dolo ou pela culpa entre o agente imputável e o fato típico e 
ilícito por ele praticado. 
 
Conceito Neoclássico/Neokantista (Mezger) 
SISTEMA CLÁSSICO
FATO TÍPICO:
- Conduta: movimento 
corporal voluntário;
- Resultado naturalístico;
- Relação de causalidade;
- Tipicidade.
ILICITUDE
Relação de contrariedade 
entre o fato e o direito
CULPABILIDADE
- Imputabilidade
- Dolo normativo ou culpa -
inclui a consciência atual 
da ilicitude
 
12 
 
 
 
 
#SELIGA: no sistema Neokantista, adota-se uma visão psicológica-normativa da culpabilidade. Esta deixa de 
ser meramente psicológica e passa a ter um elemento normativo: a exigibilidade de conduta diversa. 
 
Conceito Finalista de Delito (Welzel) 
SISTEMA NEOCLÁSSICO/ NEOKANTISMO
FATO TÍPICO:
- Conduta : ao invés de 
ação, prefere-se 
comportamento, 
abrangendo omissão (adota 
conceito teoria causalista 
para o conceito de crime, 
agregando ao tipo dados 
valorativos -
- Resultado naturalístico;
- Relação de causalidade;
- Tipicidade. 
ILICITUDE
Relação de contrariedade 
entre o fato e o direito
CULPABILIDADE
- Imputabilidade
- Dolo normativo ou culpa - inclui 
a consciência atual da ilicitude
- Exigibilidade de conduta diversa
 
13 
 
 
Para o finalismo, conduta é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim. Agora, o 
dolo compõe conduta, sendo este considerado natural. Na culpabilidade teremos a teoria normativa pura, 
sendo considerada “vazia”. 
 
#SELIGA: Quem adota a teoria finalista pode ser bipartido ou tripartido. 
 
Conceito Racional-final ou teológico funcional de delito - Claus Roxin 
Funcionalismo moderado/teleológico/dualista: a função do direito penal é tutelar os bens jurídicos mais 
importantes. Verifica a necessidade de pena (delitos de bagatela). Intervenção mínima e ofensividade. 
Prevenção especial e geral positiva. Importância da política criminal. Noção de responsabilidade penal. 
 
Conceito funcionalista ou sistêmico de delito – Gunther Jakobs 
- Funcionalismo Radical/sistêmico/monista: função do direito penal é tutelar as normas em vigor. A conduta 
é um comportamento violador do sistema (baseado nas teorias do sistema de Niklas Luhmman). Baseado 
nas premissas do “contrato social” de Rousseau/Hobbes/Locke. A quebra do pacto social gera adoção de 
medidas extremas. 
- Obra “Direito penal do inimigo” (2003): redução das garantias e celeridade do processo, tipos penais 
abertos, penas altas e desproporcionais, punição pelo que é e não pelo que fez, relacionado à 3ª velocidade 
do direito penal, periculosidade do indivíduo (direito penal prospectivo). É destinado àquele que frustra de 
modo continuo as mínimas expectativas normativas. 
#OLHAOTERMO: direito penal simbólico, de emergência. Ex: lei do abate, lei de crimes hediondos. 
 
Outras teorias funcionalistas 
- Funcionalismo: busca explicar as funções do direito penal e não apenas conceituar o crime em si. 
- Funcionalismo Redutor ou Contecionista (Zaffaroni): menos estado de polícia x mais estado de direito. 
Reduzir a atuação do legislador punitivo; 
SISTEMA FINALISTA
FATO TÍPICO:
- Conduta - dolo e culpa (o dolo 
é natural, pois não contém a 
consciência da ilicitude);
- Resultado naturalístico;
- Relação de causalidade;
- Tipicidade.
ILICITUDE
Relação de contrariedade 
entre o fato e o direito
CULPABILIDADE
- Imputabilidade
- Potencial consciência da 
ilicitude
- Exigibilidade de conduta 
diversa
 
14 
 
- Funcionalismo do Controle Social (Winfried Hassamer): defende um direito penal mínimo. Condutas 
violadoras de bem difusos não devem ser objeto do direito penal, mas do que ele chama de um direito de 
intervenção que se encontra entre o direito penal e o direito administrativo. Defende a adoção de garantias 
processuais e criação de política criminal. 
 
Teorias da conduta 
 
Interessante notar que cada teoria possui um conceito diferente do que seria a conduta, vejamos resumo: 
 
 
#OBS: movimentos reflexos (que excluem a conduta) não se confundem com ações em curto-circuito, que 
são explosões emocionais repentinas (há conduta e crime, em regra). 
 
Espécies de tentativa: 
Abandonada ou qualificada: consiste na desistência voluntaria e arrependimento eficaz; 
Inidônea: consubstancia-se no crime impossível ou no quase crime; 
Teoria Causalista 
Conduta é um movimento corporal (ação) voluntário que produz uma 
modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
Teoria Neokantista 
Conduta é um comportamento (ação ou omissão) voluntário que 
produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
Teoria Finalista (Welzel) 
Conduta é um comportamento humano voluntário psiquicamente 
dirigido a um determinado fim. Por essa teoria, o dolo e a causa compõe 
o elemento “conduta”. 
Teoria cibernética da 
ação (Welzel) 
Foi criada para explicar o elemento vontade (controle da vontade) nos 
crimes culposos. Afirmava Welzel que a vontade estava no resultado e 
não na conduta. 
Teoria significativa da 
ação (Vivés Anton) 
Valoriza o significado da ação em um contexto social em detrimento da 
vontade do agente. 
Teoria Social da Ação 
(Wessels) 
Conduta é um comportamento humano voluntário dirigido a um fim 
socialmente reprovável. 
Funcionalismo Moderado 
(Roxin) 
 
Conduta aparece como comportamento humano voluntário, causador 
de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico 
tutelado pela norma penal. 
Funcionalismo Radical 
(Jakobs) 
Conduta é comportamento humano voluntário causador de um 
resultado evitável, violador do sistema, frustrando as expectativas 
normativas. 
 
15 
 
Perfeita/imperfeita: A primeira é aquela em que o agente realiza todos os atos executórios, mas não atinge 
a consumação por circunstâncias alheias a sua vontade. Na segunda, o agente não realiza todos os atos 
executórios, porquanto é impedido de realizá-los. 
Teorias sobre a tentativa: 
Subjetiva, voluntarista ou monista: não diferencia o crime tentado do consumado, já que leva em conta a 
intenção do agente. Ex.: crimes de atentado ou de empreendimento. 
Sintomática: tentativa revela a periculosidade. 
Objetiva, realística ou dualista: diferencia a tentativa do crime consumado. Em regra, é a adotada no Brasil. 
Na teoria objetiva, a tentativa possui pena reduzida de 1/3 a 2/3. 
#REMEMBER: não cabe tentativa nos crimes culposos, nos unissubsistentes, nos omissivos próprios, nas 
contravenções, nos preterdolosos, nos de resultado condicionado, nos crimes habituais. 
OBS: Segundo Rogério Sanches6, temos, no entanto, exceções,punindo-se a culpa independentemente de 
resultado naturalístico, como, por exemplo, no artigo 38 da Lei n° 11.343/2006. O crime, nesta hipótese, se 
consuma com o ato da entrega da receita ao paciente, não importando se o paciente fez (ou não) uso do 
psicotrópico. 
 
Arrependimento eficaz e a desistência voluntária: Prevalece que são causas de exclusão da tipicidade 
(apesar de haver divergência). 
Arrependimento posterior: prevalece se tratar de uma circunstância objetiva comunicável. Quanto mais 
rápida for a reparação do dano (sempre antes do recebimento da denúncia), maior será a redução da pena. 
Teorias sobre o crime impossível: 
Subjetiva: analisa a intenção para restar configurada a tentativa. Equipara o crime impossível ao crime 
tentado. 
Sintomática: a tentativa era aferida com base na periculosidade do agente. 
Objetiva: é necessário que o bem jurídico tenha sido posto em risco. A teoria objetiva subdivide-se em: a) 
Teoria objetiva pura: a ausência, absoluta ou relativa, de risco ao bem jurídico impede a punição; b) Teoria 
objetiva temperada ou intermediária: a inidoneidade relativa configura crime tentado, enquanto que a 
absoluta configura o crime impossível. É a teoria adotada no Brasil. 
Teoria do erro: 
- Aberratio ictus: erro na execução. Art. 73, CP. Exemplo: Concorrente do ciclano decide matar seu pai, para 
isso compra uma arma e espera este passar. Quando o vê, mira seu genitor, porém, por falta de habilidade 
no manuseio do referido instrumento, acaba atirando em outra direção, atingindo outra pessoa que 
passava na rua. O agente, apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico pretendido. 
 
6 Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120) I Rogério Sanches 
Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador: JusPODIVM, 2016, página 202. 
 
16 
 
Erro na execução com unidade complexa, com resultado duplo = é a situação descrita pelo art. 73, in fine, 
do Código Penal, na qual o sujeito, além de atingir a pessoa inicialmente desejada, ofende também pessoa 
ou pessoas diversas. 
- Aberratio criminis ou delicti: resultado diverso do pretendido. Art. 74, CP. Exemplo: Ciclano joga uma pedra 
na vidraça de seu rival, mas acaba atingindo pedestre que passava naquele momento. O agente, em razão 
do erro, acaba por atingir bem jurídico diverso. 
O agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo”. Assim, será imputado apenas o 
crime de lesão corporal culposa. Mas, atenção: se o resultado previsto como crime culposo for menos grave 
ou se o crime não tiver modalidade culposa, deve-se desprezar a regra delineada no art. 74 do Código Penal. 
Exemplificativamente, se “A” efetua disparos de arma de fogo contra “B” para matá-lo, mas não o acerta 
e quebra uma vidraça, a sistemática do resultado diverso do pretendido implicaria a absorção da tentativa 
branca ou incruenta de homicídio pelo dano culposo. Como o dano não admite a modalidade culposa, a 
conduta seria atípica. E, ainda que o legislador tivesse incriminado o dano culposo, tal delito não seria capaz 
de absorver o homicídio tentado. Deve ser imputado ao agente, pois, o crime de tentativa de homicídio 
doloso. 
- Aberratio causae: erro sobre o nexo causal. 
a) Erro sobre nexo causal em sentido estrito: mediante um só ato o agente provoca o resultado pretendido, 
porém com nexo diferente. Exemplo: Concorrente do ciclano atira Fulano de um penhasco, para que este 
morra afogado, porém, durante a queda Fulano tem a cabeça explodida por uma rocha e morre 
instantaneamente. 
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO 
O agente não sabe o que faz. 
O agente sabe o que faz, mas pensa que sua 
conduta é lícita, quando, na verdade, é proibida. 
É o erro incidente sobre os elementos 
objetivos do tipo 
É o erro quanto à ilicitude da conduta 
Trata-se da má interpretação sobre os 
FATOS. Recai sobre os requisitos ou 
elementos fático-descritivos do tipo, como 
também sobre requisitos jurídico-normativos 
do tipo. 
Afasta a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE, que é requisito da culpabilidade. Não 
há erro sobre a situação de fato, já que essa está 
incontestável, mas não há a exata compreensão 
sobre os LIMITES JURÍDICOS DA LICITUDE da 
conduta. 
Exclui sempre o DOLO, se poderia ser evitado 
(inescusável), responde pela culpa, caso haja 
previsão da forma culposa do delito. 
Exclui a CULPABILIDADE, se INEVITÁVEL ou 
ESCUSÁVEL. 
 
Diminui a pena, se EVITÁVEL ou INESCUSÁVEL. 
Exclui CRIME Exclui PENA 
 
17 
 
b) Dolo geral, aberratio causae ou erro sucessivo: através da pluralidade de atos, o agente provoca o 
resultado pretendido, também com nexo diferente. Exemplo: Concorrente do ciclano atira em Fulano, e 
supondo que este já estava morto, resolve jogá-lo em um rio, causando a sua morte por afogamento. 
 
Teorias do Nexo de causalidade: 
Equivalência dos antecedentes (“conditio sine qua non” ou processo hipotético de eliminação): causa é 
todo e qualquer acontecimento provocado pelo agente, sem o qual o resultado não teria ocorrido como e 
quando ocorreu. É a regra geral do art. 13, caput, CP. 
Causalidade adequada: causa é todo e qualquer comportamento humano eficaz para produzir o resultado. 
Juízo estatístico. Identificada pelas regras da experiência. Acolhida pelo CP no caso de concausa 
relativamente independente que, por si só, poderia causar o resultado. Aplica-se o art. 13, §1º, do CP. 
Teoria da imputação objetiva (Roxin): insere elementos normativos na causalidade, limitando a imputação 
de uma conduta criminosa. Pela teoria da equivalência dos antecedentes, analisando-se apenas a 
causalidade objetiva, pode ocorrer o regresso ao infinito. Portanto, faz-se necessário também analisar a 
causalidade psíquica (dolo e culpa). Com a imputação objetiva, além da causalidade objetiva, analisa-se a 
causalidade normativa para atribuir a prática criminosa a alguém. Deve-se imputar o delito àquele que cria 
(ou aumenta) um risco juridicamente proibido, desde que o resultado produzido esteja dentro do alcance 
do tipo penal. Sendo assim, não havendo causalidade normativa, prescinde-se (dispensa-se) da análise de 
dolo e culpa. 
 
REQUISITOS HIPÓTESES DE EXCLUSÃO 
Existência do Risco 
Risco juridicamente irrelevante; 
Diminuição do risco. 
Risco Proibido 
Risco permitido (#OLHAOGANCHO: princípio da confiança); 
Comportamento exclusivo da vítima; 
Contribuições socialmente neutras; 
Adequação social; 
Proibição do regresso. 
Risco realizado no resultado 
Lesão ou curso causal sem relação com o risco proibido; 
Danos tardios; 
Danos resultantes de choque; 
Ações perigosas de salvamento; 
Comportamento indevido posterior de um terceiro; 
 
 
18 
 
#OLHAOTERMO: Prognose póstuma objetiva - Para saber se um risco foi criado, o juiz realiza um juízo ex 
ante (prognose), levando em conta os dados conhecidos por um homem prudente (objetiva). É póstuma, 
pois é realizada após a prática do fato pelo juiz. 
#FACILITACOACH: um padeiro que vende um pão para um homem que deseja envenenar a esposa, não 
deve responder pelo resultado morte previsto no tipo do art. 121, CP. Isto porque, de acordo com a teoria 
da imputação objetiva, ele não criou um risco proibido que tenha sido realizado no resultado morte. 
Diferentemente, para a teoria da conditio sine qua non, seria possível atribuir objetivamente (sem análise 
de dolo e culpa) o resultado ao padeiro, pois nessa última não há uma análise do nexo normativo, mas 
apenas do nexo objetivo. 
 
Estudos das Concausas relativamente independentes: 
ESPÉCIE EXEMPLO RESPONSABILIZAÇÃO 
Preexistente 
Vítima portadora de 
hemofilia/diabetes.Não há rompimento do nexo de 
causalidade, e o agente responde pelo 
resultado causado. Aplica-se o art. 13, 
caput, do CP. 
Concomitante 
Vítima, apesar de não ter 
sido atingida, fica assustada 
e tem um colapso cardíaco. 
Ou vítima se atira na rua e é 
atropelada. 
Não há rompimento do nexo de 
causalidade, e o agente responde pelo 
resultado causado. Aplica-se o art. 13, 
caput, do CP. 
Superveniente na 
modalidade “não por si 
só produz o resultado” 
Morte por infecção 
hospitalar, erro médico ou 
omissão de socorro. 
Não há rompimento do nexo de 
causalidade, e o agente responde pelo 
resultado causado. Aplica-se o art. 13, 
caput, do CP. 
Superveniente na 
modalidade “por si só 
produz o resultado” 
Morte por conta de um 
incêndio no hospital ou por 
acidente de ambulância no 
trajeto ao hospital. 
Há rompimento do nexo de 
causalidade, e o agente responde pelo 
seu dolo (apenas os atos praticados) e 
não pelo resultado. Aplica-se o art. 13, 
§1º, do CP. 
Não confundir a relativamente 
independente superveniente que por si 
só produz o resultado com a 
absolutamente independente. A 
absolutamente independente causa 
sozinha o resultado. A relativamente 
independente se soma à conduta do 
autor, mas tinha força para produzir 
sozinha, não sendo desdobramento 
causal da conduta praticada pelo autor. 
 
19 
 
 
Teorias da tipicidade: 
Teoria do tipo avalorado/tipo meramente descritivo: fato típico não constitui emissão de valor sobre 
ilicitude. 
Teoria indiciária do tipo (ratio cognoscendi): trata-se da teoria majoritariamente aceita. Coloca a tipicidade 
como ratio cognoscendi, sendo vista, portanto, como um indício da ilicitude. Todo fato típico também é 
presumidamente ilícito, operando-se uma presunção relativa de ilicitude. O efeito prático da teoria indiciária 
é a inversão do ônus da prova no tocante as excludentes da ilicitude. 
Teoria da Ratio essendi: Fato típico e ilícito seria um elemento só. 
Teoria da tipicidade conglobante (Zaffaroni): tipicidade legal + antinormatividade. 
#CUIDADO para não confundir a tipicidade formal (juízo de adequação típica/subsunção) e a tipicidade 
material (lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico). 
 
Antijuridicidade (ilicitude): é a contrariedade do fato com o ordenamento jurídico. 
- Causas legais de exclusão da ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do 
dever legal e exercício regular do direito. 
#OLHAOGANCHO: em relação ao estado de necessidade, o Código Penal adotou a teoria unitária, de modo 
que sempre será uma causa de exclusão de ilicitude (estado de necessidade justificante). Na teoria 
diferenciadora, é possível que o estado de necessidade configure exclusão de ilicitude (estado de 
necessidade justificante: o bem protegido é de valor superior ao bem sacrificado) ou exclusão da 
culpabilidade (estado de necessidade exculpante: o bem protegido é de igual ou menor valor que o bem 
sacrificado). Atenção: o CPM adotou a teoria diferenciadora. 
- Causas supralegais de exclusão da ilicitude: consentimento do ofendido, quando envolver bem jurídico 
disponível e este tiver capacidade para consentir. Exemplo: tatuador que pratica lesões corporais em razão 
do seu trabalho não pratica crime. #CUIDADO: o consentimento do ofendido também pode atuar como 
excludente de tipicidade, quando envolve bem jurídica indisponível e houver necessidade de dissenso da 
vítima para configurar o tipo penal. Exemplo: estupro. 
 
Nos exemplos acima mencionados, 
conclui-se que qualquer pessoa que 
estivesse na área da enfermaria do 
hospital, ou no interior da ambulância, 
poderia morrer em razão do 
acontecimento inesperado e 
imprevisível, não somente a pessoa a 
ferida pela conduta praticada pelo 
agente. 
 
20 
 
Culpabilidade: é um dos elementos do crime, segundo o conceito tripartido. Consiste no juízo de 
reprovação do agente por ter praticado um fato típico e antijurídico, quando podia entender o caráter ilícito 
do fato e agir conforme o direito. Para os adeptos do conceito bipartido de crime, é pressuposto de pena. 
 
Teorias da Culpabilidade: 
Teoria psicológica da Culpabilidade: Base positivista e concebida a partir do sistema causal-naturalista de 
Liszt e Beling. A ação é um movimento corporal voluntário que causa alteração no mundo exterior. A 
culpabilidade é o vínculo psicológico entre autor do fato e um resultado típico e ilícito, ou seja, uma mera 
imputação (cunho subjetivo: análise do dolo e culpa). É formada pela imputabilidade e dolo 
normativo/culpa. A tipicidade e a antijuridicidade (injusto penal) denotam a dimensão objetiva do conceito 
de crime. 
Teoria psicológico-normativa da Culpabilidade: Base neokantista e fundamentada na doutrina causal-
valorativa de Frank e Mezger. A ação é concebida de forma social, valorativa e genérica, como um 
comportamento humano provocador de um resultado socialmente relevante. A culpabilidade é vista como 
um juízo de valor que necessita de uma avaliação simultânea do vínculo psicológico do autor (dolo ou culpa) 
e da reprovação social, o que a torna psicológico-normativa. O novo elemento da culpabilidade é de 
natureza normativa (exigibilidade de conduta diversa). É formada pela imputabilidade, dolo 
normativo/culpa e inexigibilidade de conduta diversa. 
Teoria normativa pura da Culpabilidade: Doutrina finalista de Welzel. A ação como um comportamento 
humano dirigido a uma determinada finalidade. Elementos volitivos são analisados na tipicidade (dolo e 
culpa), o que impede uma conduta típica sem sua configuração. O dolo deixa de ser normativo e passa a 
ser natural. A culpabilidade deixa de analisar elementos subjetivos, tornando-se exclusivamente normativa, 
formada pela inimputabilidade, inexigibilidade de conduta diversa e potencial consciência de ilicitude. É o 
exercício inadequado do livre-arbítrio. Foi a teoria adotada pelo CP. A teoria normativa pura da 
culpabilidade divide-se em: 
Teoria normativa extremada, estrita ou normativa pura da culpabilidade: para essa vertente, todas as 
discriminantes putativas configuram erro de proibição indireto. 
Teoria normativa limitada: o erro sobre as hipóteses (existência) e os limites das discriminantes putativas 
(causas de exclusão da ilicitude) configuram erro de proibição indireto, ao passo que o erro relacionado aos 
pressupostos fáticos que autorizam a discriminante putativa (causas de exclusão da ilicitude), caracteriza-
se como erro de tipo indireto ou permissivo. 
- Excludentes da potencial consciência de ilicitude: o erro de proibição inevitável, escusável ou invencível 
(art. 21, caput, CP). Isenta o agente de pena. 
- Hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa: coação moral irresistível (lembrem-se que a coação física 
exclui a conduta em si e, consequentemente, o fato típico, não havendo crime) e obediência hierárquica 
(ordem não manifestamente ilegal). Em ambos, a consequência é a isenção de pena, por ausência de 
culpabilidade. 
- Causas supralegais de inexigibilidade de conduta diversa: cláusula de consciência, desobediência civil, 
conflito de deveres, excesso intensivo exculpante (legítima defesa excessiva), legítima defesa preordenada 
diante de uma ameaça factível, estado de necessidade exculpante (não é adota no ordenamento pátrio). 
 
21 
 
 
#EXPLICAZAFFA: 
Coculpabilidade: a depender do grau de exclusão social, parcela da doutrina defende a aplicação da 
coculpabilidade como atenuante genérica inominada (art. 66 do CP - os tribunais não aceitam). Para 
Zaffaroni, existe uma parcela de culpa da sociedade, que contribui para a prática do delito. 
Coculpabilidade às avessas: consiste naideia de maior reprovação das pessoas dotadas de elevado poder 
econômico, o que deve ser analisado como uma circunstância judicial desfavorável. 
 
DA IMPUTABILIDADE 
É um dos elementos da culpabilidade, juntamente com a inexigibilidade de conduta diversa e a potencial 
consciência de ilicitude. 
Critérios: a) biológico (menoridade); b) psicológico; c) biopsicológico (adotado no art. 26, CP) 
Inimputáveis: recebem uma sentença absolutória imprópria para cumprir medida de segurança. 
Espécies de medida de segurança: a) internação (penas de detenção); b) tratamento ambulatorial (penas 
de reclusão). 
Duração: prazo mínimo de 1 a 3 anos. Em relação ao prazo máximo, há divergência entre os tribunais: 
- Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da 
pena abstratamente cominada ao delito praticado. 
- STF: prazo máximo de 30 anos. 
Semi-imputáveis: adota-se o sistema vicariante ou unitário (ou aplica uma pena reduzida ou uma medida de 
segurança). Contrapõe-se ao sistema do duplo binário. 
Excludentes da culpabilidade: doença mental ou desenvolvimento mental incompleto/retardado, 
menoridade, embriaguez completa e acidental. 
Embriaguez culposa: não exclui a imputabilidade penal, diferentemente da embriaguez total fortuita ou 
acidental. 
#INTERDISCIPLINARIEDADE (CPP): Incidente de insanidade mental: instauração de ofício ou por 
provocação em autos apartados, devendo o juiz baixar portaria com quesitos e encaminhar para perícia 
médica. Suspende-se o processo, mas não a prescrição. 
 
DO CONCURSO DE AGENTES 
Requisitos: pluralidade de agentes culpáveis, pluralidade de condutas, relevância causal das condutas e 
vínculo subjetivo (não se confunde com o prévio ajuste). 
 
22 
 
Teoria adotada pelo ordenamento: em regra, adota-se a teoria monista ou unitária (todos aqueles que 
agem em concurso de agentes respondem pelo mesmo crime). Excepcionalmente, a teoria pluralística ou 
dualista. 
Espécies de autoria: coautoria (dois ou mais autores), autoria imediata (é aquele que pratica o fato com as 
próprias mãos – não confundir com os crimes de mãos próprias), autoria mediata (casos de provocação de 
erro em terceiro, coação moral, utilização de outrem como instrumento impunível). 
Teorias da autoria: teoria restritiva objetiva-formal (autor é aquele que pratica o núcleo do tipo penal); 
teoria restritiva objetiva-material (autor é aquele que contribui de forma mais relevante para o crime); 
teoria extensiva (não diferencia autor de partícipe), teoria subjetiva (analisa o animus de autor e animus de 
partícipe); teoria do domínio do fato (autor é quem executa o núcleo do tipo ou tem o controle final do 
fato. Só se aplica aos crimes dolosos e não elimina a figura do partícipe). 
Espécies de participação: participação moral (induzimento e instigação) e participação material 
(auxílio/cumplicidade). 
Teorias da participação: teoria da acessoriedade mínima (basta que o autor pratique um fato típico para 
que o partícipe seja punido); teoria da acessoriedade limitada ou média (exige que o autor pratique um fato 
típico e antijurídico); teoria da acessoriedade extremada ou máxima (é necessário que o autor pratique um 
fato típico, antijurídico e culpável) e teoria da hiperacessoriedade (é necessário que o autor pratique um 
fato típico, antijurídico, culpável e punível). 
#OLHAOGANCHO 
CRIME OMISSIVO CRIME CULPOSO CRIME DE MÃO PRÓPRIA 
 
Admite participação, mas 
prevalece que não admite 
coautoria. Cada omitente é 
autor de sua omissão. 
Admite coautoria, mas não 
participação. 
Admite participação, mas 
não coautoria. 
 
OBS: excepcionalmente, 
admite a coautoria nos 
crimes de falsa perícia, 
quando praticados por 02 ou 
mais expertos em conluio. 
 
 
DAS PENAS 
Dosimetria: 
- Sistema trifásico: 1a fase (fixação da pena-base pelo art. 59, CP – circunstâncias judiciais); 2a fase 
(agravantes e atenuantes – não podem ultrapassar os limites cominados no preceito secundário fixados em 
abstrato pelo legislador); 3a fase (causas de aumento e causas de diminuição – podem ultrapassar os limites 
cominados no preceito secundário fixados em abstrato pelo legislador). 
- O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8 anos, tem o direito de 
cumprir a pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°, b, do CP), caso as circunstâncias judiciais do 
 
23 
 
art. 59 lhe forem favoráveis. A gravidade, em abstrato, do crime não constitui motivação idônea para 
justificar a fixação do regime mais gravoso (Info 859 - STF). 
- Pena fixada no mínimo legal e regime mais gravoso (INFO 562, STJ): se a pena foi fixada no mínimo legal, 
o acusado é primário e sem antecedentes criminais, o juiz não pode fixar regime mais gravoso do que o 
decorrente da quantidade da pena. #VAICAIR 
- Não é correto que o magistrado se utilize das condenações anteriores transitadas em julgado como 
"conduta social desfavorável". Conduta social e antecedentes criminais são circunstâncias distintas (Info 
825-STF). 
- Vulnerabilidade emocional e psicológica da vítima podem ser utilizados como circunstância negativa na 
dosimetria da pena (Info 579 - STJ). 
 
Maus antecedentes: 
- Elemento configurador de maus antecedentes (INFO 535, STJ): condenação por fato posterior ao crime 
em julgamento não pode servir como “maus antecedentes” para valorar negativamente a culpabilidade, 
personalidade ou conduta. Ainda que o novo fato transite em julgado antes do fato em análise (1º fato). 
#OLHAOGANCHO: em relação aos maus antecedentes, o STJ adota o sistema da perpetuidade, enquanto 
que o STF adota o princípio da temporariedade (#OLHAOTERMO “direito ao esquecimento na seara penal” 
– Gilmar Mendes). 
Confissão: 
- Confissão qualificada: confissão + tese defensiva (ex.: legítima defesa). Incide atenuante da confissão 
(INFO 551, STJ). 
- Confissão parcial: se o agente confirma o fato, mas nega alguma circunstância, faz jus à atenuante (ex.: 
acusado é denunciado pelo furto qualificado. Nega a qualificadora, mas confessa o furto simples.). Se ele 
apenas admite fato diverso, não faz jus. Ex.: denunciado por roubo, confessa apenas a subtração (furto) 
mas nega a violência ou grave ameaça (INFO 569, STJ). 
- Compensação entre confissão e reincidência. Para o STJ, em regra, a confissão e a reincidência se 
compensam, salvo se se tratar de “multirreincidência” (INFO 555, STJ). Para o STF, a reincidência deve 
prevalecer. 
- É possível a compensação entre a atenuante da confissão espontânea e a agravante da violência contra 
mulher (INFO 568, STJ). 
 
Reincidência: 
- Conceito de tecnicamente primário: a) possui uma condenação definitiva, mas não praticou nenhum crime 
depois; b) tem condenação definitiva e praticou novo crime depois desta, porém entre o novo delito e a 
extinção da punibilidade se passaram mais de 5 anos. 
 
24 
 
#REMEMBER: não configura reincidência quando a infração anterior é uma contravenção penal e a 
posterior um crime. Também não configura reincidência quando a contravenção penal é praticada no 
exterior. 
 
Continuidade delitiva: 
- Requisitos: pluralidade de condutas e crimes da mesma espécie (mesmo tipo penal – não necessariamente 
mesmo bem jurídico tutelado. Ex.: roubo e extorsão tutelam o patrimônio, mas não estão no mesmo tipo 
penal), similitude das circunstâncias de tempo (até 30 dias), lugar (cidades próximas ou limítrofes), maneira 
de execução. 
- Unidade de desígnios: a) teoria objetiva pura (dispensa a unidade de desígnios. Foi adotada na exposição 
de motivos do CP no item 59); b) teoria objetivo-subjetiva (exige a unidade de desígnios. É adotada pelos 
TribunaisSuperiores). 
- Espécies de crime continuado: simples (As penas dos crimes parcelares são iguais - art. 71, caput, CP: 
aumenta-se a pena de 1/6 a 2/3, a depender da quantidade de crimes), qualificado (as penas dos crimes 
parcelares são diferentes: furto consumado e furto tentado, por exemplo) e específico (art. 71, § único, CP: 
crimes dolosos contra vítimas diversas e com violência ou grave ameaça. Aumenta-se a pena até o triplo). 
- Continuidade delitiva entre delitos diferentes: não se admite continuidade delitiva entre roubo e extorsão 
(Info 549 - STJ). 
 
Regimes de pena: 
- Aberto (igual ou inferior a 4 anos), semiaberto (superior a 4 anos e não excedente a 8anos) e fechado 
(superior a 8 anos). 
- Fixação do regime inicial (INFO 548, STJ): fixada a pena mínima, deve ser o regime inicial fixado com base 
na pena. Não pode impor regime mais severo se as circunstâncias, na dosimetria, forem favoráveis. 
- RDD: presos que pratiquem crime doloso e que ocasionem a subversão da ordem, presos que apresentam 
alto risco para a ordem e segurança do presídio, presos com fundadas suspeitas de envolvimento em 
organizações criminosas. Até 360 dias (podendo se repetir em caso de nova falta grave da mesma espécie 
por até 1/6 da pena aplicada), cela individual, 2h diárias de banho de sol, visitas semanais de 2 pessoas, sem 
contar crianças. 
 
Penas restritivas de direitos: 
-Espécies: prestação pecuniária (1 a 360 salários-mínimos), perda de bens ou valores (para o Fundo 
Penitenciário), prestação de serviço à comunidade (condenações superiores a 6 meses), interdição 
temporária de direitos e limitação de final de semana (5h em casa de albergado no final de semana). 
#Cuidado: a PRD não obsta a suspensão dos direitos políticos. 
- Requisitos: PPL não superior a 4 anos ou qualquer pena, em se tratando de crime culposo; crime sem 
violência ou grave ameaça; não reincidente em crime doloso (salvo se a medida for recomendável e não 
ocorra reincidência específica); circunstâncias judiciais favoráveis. 
 
 
25 
 
Efeitos da condenação: 
- Principais: pena ou medida de segurança. 
- Secundários: a) penais (reincidência e seus efeitos na concessão de benefícios); b) extrapenais 
automáticos: perda de bens/instrumentos e obrigação de indenizar; c) extrapenais não automáticos: perda 
do cargo (salvo no crime de tortura, em que o efeito é automático - art. 1, § 5° da Lei 9.455/97), do poder 
familiar, inabilitação para dirigir. 
- Perda do cargo: a) pena privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano, desde que o crime tenha sido 
cometido com abuso do poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) pena privativa 
de liberdade superior a 4 anos: demais casos. 
- Perda de cargo, função ou mandato: não pode ser interpretado extensivamente com o intuito de vedar a 
cassação da aposentadoria, ainda que a aposentadoria ocorra no curso da ação Penal, ou seja, antes da 
condenação. O rol do art. 92 do CP é taxativo, consoante o STJ. (INFO 552, STJ). 
- Em regra, a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado ou função pública exercida no 
momento da prática do delito. Exceção: se o juiz, motivadamente, considerar que o novo cargo guarda 
correlação com as atribuições do anterior, ou seja, daquele que o réu ocupava no momento do crime, neste 
caso mostra-se devida a perda da nova função como uma forma de anular (evitar) a possibilidade de que o 
agente pratique novamente delitos da mesma natureza (Info 599 - STJ). 
Livramento condicional: 
- Requisitos: 
a) objetivos: PPL igual ou superior a 2 anos, cumprir 1/3 (não reincidente em crime doloso e com bons 
antecedentes), 1/2 (reincidente em crime doloso) ou 2/3 (hediondos ou equiparados – não pode ser 
reincidente específico para fazer jus ao benefício); reparar o dano. 
#OLHAOGANCHO: o quantum qualificado de 1/2 em razão da reincidência incide sobre a somatória de todas 
as penas, e não apenas sobre aquela decorrente do processo em que foi reconhecida a reincidência (INFO 
561, STJ). 
#AJUDAMARCINHO: 
João praticou o crime de furto e foi condenado a 2 anos (delito 1). 
Antes da condenação pelo furto transitar em julgado, ele praticou um estelionato (delito 2). 
Logo, quando ele cometeu o delito 2 ele ainda não era reincidente. 
Depois de transitar em julgado as condenações pelos delitos 1 e 2, João praticou um roubo (delito 3). 
Desse modo, na condenação do delito 3, o juiz já reconheceu o réu como reincidente. 
O juiz das execuções penais unificou as três condenações impostas contra João e ele iniciou o 
cumprimento da pena. 
A dúvida que surge agora é a seguinte: no momento da concessão do livramento condicional, o juiz 
das execuções penais, quando for calcular o requisito objetivo, deverá separar cada um dos crimes 
(ex.: exigir 1/3 do cumprimento da pena para os delitos 1 e 2, por ser ele primário na época) e depois 
exigir o cumprimento de 1/2 da pena para o delito 3 (quando ele era reincidente)? 
NÃO. O juiz das execuções penais deverá somar todas as penas e exigir o cumprimento de 1/2 do 
somatório (livramento condicional qualificado) por ser o réu reincidente. 
Segundo decidiu o STJ, na definição do requisito objetivo para a concessão de livramento condicional, 
a condição de reincidente em crime doloso deve incidir sobre a somatória das penas impostas ao 
condenado, ainda que a agravante da reincidência não tenha sido reconhecida pelo juízo sentenciante 
 
26 
 
em algumas das condenações. Isso porque a reincidência é circunstância pessoal que interfere na 
execução como um todo, e não somente nas penas em que ela foi reconhecida. 
A condição de reincidente, uma vez adquirida pelo sentenciado, estende-se sobre a totalidade das 
penas somadas, não se justificando a consideração isolada de cada condenação e tampouco a 
aplicação de percentuais diferentes para cada uma das reprimendas. 
STJ. 5ª Turma. HC 307.180-RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 16/4/2015 (Info 561). 
 
b) subjetivos: ter bom comportamento carcerário, bom desempenho no trabalho e aptidão para manter 
sua subsistência mediante trabalho honesto; constatação de que não voltará mais a delinquir (apenas para 
os condenados por crime doloso com violência ou grave ameaça). 
- Condenação por novo crime: a) cometido durante o livramento: revoga, não desconta na pena o tempo 
que esteve solto, nem pode ser concedido novamente; b) cometido antes do livramento: cabe novo 
livramento, pode somar as penas para efeito de concessão e computa o tempo solto como cumprimento 
da pena. 
Reabilitação: 
- Procedimento administrativo que assegura o sigilo em relação ao processo e condenação. Requerer após 
2 anos da extinção da pena ou terminar a execução, desde que possua domicílio no país por 02 anos, bom 
comportamento e tenha ressarcimento do dano. Letra de lei. Não apaga a reincidência. 
 
#OLHAOGANCHO: EXECUÇÃO PENAL 
Falta grave: 
-Súmula 526-STJ: o reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime 
doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no 
processo penal instaurado para apuração do fato. 
-Súmula 533-STJ: para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é 
imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, 
assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado. 
-Súmula 534-STJ: a prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de 
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. 
-Súmula 535-STJ: a prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto. 
Remição:- Perda dos dias remidos: não é uma “faculdade” do juiz, devendo determinar a perda de até 1/3. A 
discricionariedade está apenas na fixação do quantum de dias remidos irá determinar a perda (Info 559, 
STJ). 
Saídas: 
- Saída Temporária: nos casos de regime semiaberto sem vigilância direta. Hipóteses: a) visita à família; b) 
frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca 
do Juízo da Execução; c) participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. É 
concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o MP e a administração penitenciária. Requisitos: 
 
27 
 
comportamento adequado; cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, 
e 1/4 (um quarto), se reincidente; compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
#OBS: é concedida por prazo não superior a 7 dias, podendo ser renovada por mais 4 vezes durante o ano. 
 
#AJUDAMARCINHO: 
• POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE MAIS DE 05 SAÍDAS TEMPORÁRIAS POR ANO: 
Respeitado o limite anual de 35 dias, estabelecido pelo art. 124 da LEP, É CABÍVEL a concessão 
de maior número de autorizações de curta duração; 
• PRAZO MÍNIMO ENTRE SAÍDAS TEMPORÁRIAS: As autorizações de saída temporária para 
visita à família e para participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio 
social, se limitadas a 05 vezes durante o ano, deverão observar o prazo mínimo de 45 dias de 
intervalo entre uma e outra. Na hipótese de maior número de saídas temporárias de curta 
duração, já intercaladas durante os doze meses do ano e muitas vezes sem pernoite, não se 
exige o intervalo previsto no art. 124, § 3º, da LEP; 
• POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE CALENDÁRIO ANUAL DE SAÍDAS TEMPORÁRIAS POR ATO 
JUDICIAL ÚNICO: É recomendável que cada autorização de saída temporária do preso seja 
precedida de decisão judicial motivada. Entretanto, se a apreciação individual do pedido 
estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a interferir no direito subjetivo do 
apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser reconhecida, excepcionalmente, a 
possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial único, 
observadas as hipóteses de revogação automática do art. 125 da LEP; 
• COMPETÊNCIA DO JUIZ DA EXECUÇÃO PARA FIXAÇÃO DO CALENDÁRIO PRÉVIO DE SAÍDAS 
TEMPORÁRIAS: O calendário prévio das saídas temporárias deverá ser fixado, 
obrigatoriamente, pelo juízo das execuções, não se lhe permitindo delegar à autoridade 
prisional a escolha das datas específicas nas quais o apenado irá usufruir os benefícios. 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.544.036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 
(RECURSO REPETITIVO) (INFO 590 DO STJ) 
 
- Permissão de saída: nos casos de regime fechado e semiaberto, mediante escolta. Hipóteses: a) 
falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; b) necessidade 
de tratamento médico. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se 
encontra o preso. 
 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
- Formas de extinção da punibilidade: morte do agente, anistia, graça e indulto, abolitio criminis, 
decadência, perempção (somente se aplica na ação privada), renúncia (decorre do princípio da 
oportunidade da ação penal privada), perdão do ofendido (ato bilateral decorrente do princípio da 
disponibilidade da ação penal privada), retratação (exemplo: calúnia, difamação e falso testemunho/falsa 
perícia) e perdão judicial (independe de aceitação). 
#OLHAOGANCHO: a extinção da punibilidade independe do pagamento da pena de multa (INFO 568, STJ). 
 
#AJUDAMARCINHO: 
 
28 
 
ANISTIA 
GRAÇA 
(Indulto individual) 
INDULTO 
(Indulto coletivo) 
É um benefício concedido pelo 
Congresso Nacional, com a sanção do 
Presidente da República (art. 48, VIII, 
CF/88) por meio do qual se “perdoa” a 
prática de um fato criminoso. 
Normalmente incide sobre crimes 
políticos, mas também pode abranger 
outras espécies de delito. 
Concedidos por Decreto do Presidente da República. 
Apagam o efeito executório da condenação. 
A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s): 
• Procurador Geral da República 
• Advogado Geral da União 
• Ministros de Estado 
É concedida por meio de uma lei federal 
ordinária. 
Concedidos por meio de um Decreto. 
Pode ser concedida: 
• antes do trânsito em julgado (anistia 
própria) 
• depois do trânsito em julgado (anistia 
imprópria) 
Tradicionalmente, a doutrina afirma que tais 
benefícios só podem ser concedidos após o trânsito 
em julgado da condenação. Esse entendimento, no 
entanto, está cada dia mais superado, considerando 
que o indulto natalino, por exemplo, permite que seja 
concedido o benefício desde que tenha havido o 
trânsito em julgado para a acusação ou quando o MP 
recorreu, mas não para agravar a pena imposta (art. 5º, 
I e II, do Decreto 7.873/2012). 
Extingue os efeitos penais (principais e 
secundários) do crime. 
Os efeitos de natureza civil permanecem 
íntegros. 
Só extinguem o efeito principal do crime (a pena). 
Os efeitos penais secundários e os efeitos de natureza 
civil permanecem íntegros. 
O réu condenado que foi anistiado, se 
cometer novo crime não será 
reincidente. 
O réu condenado que foi beneficiado por graça ou 
indulto se cometer novo crime será reincidente. 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PPP): eliminam todos os efeitos penais do crime. 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA 
PROPRIAMENTE DITA OU 
DA AÇÃO. 
Ocorre antes de haver sentença condenatória transitada em julgado 
para a acusação e, por isso, usa como parâmetro para a aferição do 
lapso prescricional o máximo da pena privativa de liberdade 
abstratamente cominada ao crime, segundo a tabela do art. 109 do 
CP. Leva em consideração a pena em abstrato! 
 
29 
 
 
 
Vamos visualizar: 
 
Redução pela metade da PPP: a) menos de 21 anos, ao tempo do crime; b) maior de 70 anos, ao tempo da 
sentença. 
#AJUDAMARCINHO: Existe, no entanto, uma situação em que o condenado será beneficiado pela redução 
do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a sentença: isso ocorre quando o condenado opõe 
embargos de declaração contra o acórdão condenatório e esses embargos são conhecidos. Nesse caso, o 
prazo prescricional será reduzido pela metade se o réu completar 70 anos até a data do julgamento dos 
embargos. Nesse sentido: STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. 
Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731). STF. 2ª Turma. HC 129696/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
19/4/2016 (INFO 822 DO STF) 
 
Recebimento 
da denúncia ou 
queixa
Prescrição 
Retroativa
Publicação da 
sentença 
condenatória 
recorrível
Prescrição 
Superveniente
Trânsito em 
julgado para 
ambas as 
partes
 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA 
RETROATIVA. 
 
A prescrição da pretensão punitiva retroativa tem o mesmo 
fundamento, as mesmas características e idênticas consequências da 
prescrição superveniente, mas tem por termo inicial data anterior a 
sentença condenatória recorrível. 
Assim, a prescrição retroativa, atualmente, nos obriga a percorrer 
novamente apenas o percurso entre a data do recebimento da 
denúncia ou queixa até a sentença penal condenatória recorrível. 
Leva em consideração a pena cominada em concreto! 
 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA 
SUPERVENIENTE OU 
INTERCORRENTE 
 
 
Conta-se a prescrição da publicação da sentença condenatória, até a 
data do trânsito julgado final (para ambas as partes). 
Leva em consideração a pena cominada em concreto!30 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA (ARTS. 121 A 154) 
 
#FACILITACOACH - Dos crimes contra a vida, quais são considerados crimes hediondos? 
Lesão corporal dolosa gravíssima (art. 129, § 2º); Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º); Homicídio 
praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente; Homicídio 
qualificado; Homicídio qualificado praticado contra integrantes dos órgãos de segurança pública (ou contra 
seus familiares até o terceiro grau), se o delito tiver relação com a função exercida. 
 
Homicídio: 
Homicídio privilegiado: exige-se que o agente se encontre sob o domínio (e não influência) de violenta 
emoção. Exige-se REAÇÃO IMEDIATA. 
Atenuante genérica: basta que o agente esteja sob a influência da violenta emoção. Dispensa-se o requisito 
temporal. 
Feminicídio: homicídio cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (violência 
doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher). 
Homicídio qualificado x dolo eventual: a) no caso de qualificadoras de meio, NÃO se admite; b) no caso das 
qualificadoras do motivo fútil e/ou torpe, há divergência: 
- 1ª corrente: SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte, aspecto caracterizador 
do dolo eventual, não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o 
dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta, mostrando-se, 
em princípio, compatíveis entre si. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 
06/03/2012. 
- 2ª corrente: NÃO. A qualificadora de motivo fútil é incompatível com o dolo, tendo em vista a ausência do 
elemento volitivo. STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para 
acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). 
- Qualificadora da "paga ou promessa de recompensa" x executor do crime de homicídio mercenário: não 
qualifica automaticamente o delito em relação ao mandante, embora este possa incidir no referido 
dispositivo caso o motivo seja torpe (INFO 575 DO STJ). 
- Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de homicídio supostamente 
praticado por agente que disputava "racha", quando o veículo por ele conduzido - em razão de choque com 
outro automóvel também participante do "racha" - tenha atingido o veículo da vítima, terceiro estranho à 
disputa automobilística. Motivo fútil corresponde a uma reação desproporcional do agente a uma ação ou 
omissão da vítima. No caso de "racha", tendo em conta que a vítima (acidente automobilístico) era um 
terceiro, estranho à disputa, não é possível considerar a presença da qualificadora de motivo fútil, tendo 
em vista que não houve uma reação do agente a uma ação ou omissão da vítima (INFO 583 DO STJ). 
 
#AJUDAMARCINHO: 
 
31 
 
- No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante (§ 4º do art. 121 
do CP). Se a vítima tiver morte instantânea, tal circunstância, por si só, é suficiente para afastar a causa de 
aumento de pena prevista no § 4º do art. 121? NÃO. No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima 
não afasta a causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente, 
isto é, perceptível por qualquer pessoa (INFO 554 DO STJ). 
 
#OLHAOGANCHO. #AJUDAMARCINHO: 
- O juiz, na decisão de pronúncia, só pode fazer o decote (retirada) da qualificadora imputada se ela for 
manifestamente improcedente, ou seja, se estiver completamente destituída de amparo nos elementos 
cognitivos dos autos. Isso porque o verdadeiro julgador dos crimes dolosos contra a vida são os jurados. O 
juiz togado somente deve atuar em casos excepcionais em que a pretensão estatal estiver claramente 
destituída de base empírica idônea. O fato de o agente ter praticado o crime com reiteração de golpes na 
vítima, ao menos em princípio e para fins de pronúncia, é circunstância indiciária do “meio cruel”, previsto 
no art. 121, § 2º, III, do CP. (INFO 537 STJ) 
 
Infanticídio: 
- A condição pessoal do "estado puerperal" é elementar do tipo penal e, portanto, comunica-se ao terceiro 
coautor ou partícipe. Assim, por exemplo, o pai que ajuda a mãe puérpera a matar o seu próprio filho, 
também cometerá o crime de infanticídio. 
 
Aborto: 
#AJUDAMARCINHO: 
- A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante (art. 124) 
ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir interpretação conforme a 
Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu 
âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, 
nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionalidade 
(INFO 849 DO STF). 
 
Lesão corporal: 
- A pena da lesão corporal será aumentada de 1/3 a 2/3 se essa lesão tiver sido praticada contra integrantes 
dos órgãos de segurança pública (ou contra seus familiares até o terceiro grau), desde que o delito tenha 
relação com a função exercida. 
#SELIGA: nas lesões corporais existe a previsão do perdão judicial, aplicando-se somente na modalidade 
culposa do art.129, CP. 
 
32 
 
- A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é 
afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima (INFO 
562 do STJ). 
- A qualificadora prevista no § 9º do art. 129 do CP aplica-se também às lesões corporais cometidas contra 
HOMEM no âmbito das relações domésticas (INFO 501 do STJ). 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (ARTS. 155 A 183) 
Furto: 
- Segundo o STF (INFO 851) e o STJ (INFO 554), é legítima a incidência da causa de aumento do § 1º, do art. 
155 (furto noturno) tanto para furto simples como qualificado. 
- Súmula 511-STJ (furto privilegiado-qualificado ou furto híbrido): É possível o reconhecimento do privilégio 
previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a 
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva. 
- Súmula 567-STJ (idoneidade relativa do meio – não se aplica o crime impossível): Sistema de vigilância 
realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento 
comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. 
- Furto privilegiado: o criminoso é primário e a coisa furtada é de pequeno valor. Nesses casos, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena 
de multa. É indiferente que o bem furtado tenha sido restituído à vítima. 
#NÃOCONFUNDIR: Para efeito da aplicação do princípio da bagatela, é imprescindível a distinção entre 
valor insignificante e pequeno valor, uma vez que o primeiro exclui o crime e o segundo pode caracterizar 
o furto privilegiado. 
- Abigeato: furto de gado. Atenção para a novidade legislativa: “art. 155, § 6º - A pena é de reclusão de 2 
(dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou 
dividido em partes no local da subtração”. 
- Teorias que explicam a consumação do furto: 
CONCRECTACIO 
A consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa 
alheia, dispensandoo seu deslocamento. 
AMOTIO/APPREHENSIO 
 
(STJ/STF) 
Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por 
breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e 
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e 
pacífica ou desvigiada. 
ABLATIO 
O objeto roubado tem que ser transportado para longe do seu 
proprietário ou portador, ou seja, que a posse seja pacífica, segura e 
desvigiada da coisa. Para essa teoria, o agente, então, após a grave 
ameaça ou violência à pessoa, subtrai o bem almejado e, para sua 
 
33 
 
consumação, deve deslocar a coisa de um local para o outro, obtendo 
a posse tranquila do objeto. 
ILATIO: 
A coisa deve ser transportada para o local desejado pelo agente, 
mantendo-se posse mansa e pacífica. 
 
Roubo: 
- Súmula 582-STJ: consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego de 
violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e 
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. 
- A utilização de arma de brinquedo, como forma de intimidar a vítima do delito de roubo, caracteriza o 
emprego de violência, porém, não permite o reconhecimento da majorante de pena. (A súmula 174 do STJ 
está cancelada, consoante julgamento do REsp 213.054-SP, de 24/10/01) 
- O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação 
concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes. (Súmula 
443/STJ). 
- Maior de idade que pratica o roubo juntamente com um inimputável: roubo será majorado pelo concurso 
de pessoas (INFO 669 DO STF). 
- O roubo praticado em um mesmo contexto fático, mediante uma só ação, contra vítimas diferentes, enseja 
o reconhecimento do concurso formal de crimes, e não a ocorrência de crime único. Isso porque estará 
caracterizada a violação a patrimônios distintos (INFO 684 DO STF). 
 
 
 
#NÃOCONFUNDA. #AJUDAMARCINHO: 
SITUAÇÃO 01: o sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, exige que 08 passageiros entreguem seus 
pertences. Esse agente irá responder por 08 roubos majorados (art. 157, § 2º, I, do CP) em concurso formal 
(art. 70). Não se trata de crime único. 
SITUAÇÃO 02: o sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, subtrai apenas os bens que estavam na 
posse do cobrador de ônibus: 30 reais e um aparelho celular, pertencentes ao funcionário, e 70 reais que 
eram da empresa de transporte coletivo. Esse agente terá praticado um único crime (art. 157, § 2º, I, do CP). 
Segundo decidiu o STJ, em caso de roubo praticado no interior de ônibus, o fato de a conduta ter 
ocasionado violação de patrimônios distintos (o da empresa de transporte coletivo e o do cobrador) não 
descaracteriza a ocorrência de crime único se todos os bens subtraídos estavam na posse do cobrador. 
(INFO 551 DO STJ). 
SITUAÇÃO 01 SITUAÇÃO 02 SITUAÇÃO 03 
Violência ou grave ameaça 
contra 05 pessoas + 01 
subtração 
Violência ou grave ameaça 
contra 01 pessoa + 05 
subtrações 
Violência ou grave ameaça 
contra 05 pessoas pessoa + 05 
subtrações 
Tipificação: 01 roubo Tipificação: 01 roubo 
Tipificação: 05 roubos em 
concurso formal 
 
34 
 
#FACILITACOACH: Vamos esquematizar para facilitar a visualização: 
 
CRIME FORMAL CRIME ÚNICO 
Bens pertencentes a 08 passageiros. Bens pertencentes ao cobrador 
+ 
Transportadora de valores na posse do 
cobrador. 
O sujeito entra no ônibus e, com arma em 
punho, exige que 08 PASSAGEIROS 
entreguem seus pertences. 
Esse agente irá responder por 08 roubos 
majorados (art. 157, § 2º, I, do CP) em 
concurso formal (art. 70). Não se trata de 
crime único. 
O sujeito entra no ônibus e, com arma em 
punho, subtrai apenas os bens que estavam 
na posse do cobrador de ônibus: 30 reais e 
um aparelho celular, pertencentes ao 
funcionário, e 70 reais que eram da empresa 
de transporte coletivo. 
Esse agente terá praticado um ÚNICO 
CRIME (art. 157, § 2º, I, do CP). 
Segundo decidiu o STJ, em caso de roubo 
praticado no interior de ônibus, o fato de a 
conduta ter ocasionado violação de 
patrimônios distintos (o da empresa de 
transporte coletivo e o do cobrador) não 
descaracteriza a ocorrência de crime único 
se todos os bens subtraídos estavam na 
posse do cobrador. 
 
 
- A gravidade do delito de roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e/ou emprego de arma de fogo 
não constitui motivação suficiente, por si só, para justificar a imposição de regime prisional mais gravoso, 
na medida em que constituem circunstâncias comuns à espécie. 
- O crime de porte de arma é absorvido pelo de roubo quando restar evidenciado o nexo de dependência 
ou de subordinação entre as duas condutas e que os delitos foram praticados em um mesmo contexto 
fático o que caracteriza o princípio da consunção. 
#FACILITACOACH. #AJUDAMARCINHO: Vamos esquematizar para facilitar a visualização: 
 
O AGENTE NÃO SE UTILIZOU DA ARMA 
TÃO SOMENTE PARA PRATICAR O 
ASSASSINATO 
O AGENTE UTILIZOU-SE DA ARMA PARA 
PRATICAR O ASSASSINATO 
O crime de porte não será absorvido se ficar 
provado nos autos que o agente portava 
ilegalmente a arma de fogo em outras 
oportunidades antes ou depois do 
homicídio e que ele não se utilizou da arma 
tão somente para praticar o assassinato. 
Se não houver provas de que o réu já 
portava a arma antes do homicídio ou se 
ficar provado que ele a utilizou somente 
para matar a vítima, o crime de porte de 
arma será absorvido pelo homicídio. 
Ex.: a instrução demonstrou que João 
adquiriu a arma de fogo 03 meses antes de 
matar Pedro e não a comprou com a 
exclusiva finalidade de ceifar a vida da 
vítima. 
Ex.: o agente compra a arma de fogo e, em 
seguida, dirige-se até a casa da vítima, e 
contra ela desfere dois tiros, matando-a. 
 
35 
 
Latrocínio: 
- Se durante um roubo envolvendo um casal, o ladrão acaba matando as vítimas e levando o veículo deles, 
haverá dois crimes de latrocínio em concurso formal de ou um único crime de latrocínio? 
Para o STJ: concurso formal impróprio; Para o STF e doutrina majoritária: um único crime de latrocínio, 
sendo a quantidade de vítimas consideradas na pena-base (INFO 855 DO STF). 
- Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da vítima, responde pelo 
crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua participação se revele de 
menor importância, pois assumiu o risco de produzir o resultado mais grave, quando atua em crime de 
roubo, no qual as vítimas são mantidas em cárcere sob a mira de arma de fogo (Info 855 - STF). 
 
SUBTRAÇÃO: MORTE: RESULTADO: 
Subtração consumada Morte consumada Latrocínio consumado 
Subtração consumada Morte tentada 
Latrocínio tentado ou com lesão 
corporal grave (depende do dolo). 
Subtração tentada Morte tentada Latrocínio tentado 
Subtração tentada Morte consumada Latrocínio consumado 
#DEOLHONASÚMULA: Súmula 610/STF - há crime de latrocínio, quando o homicídio se 
consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
 
Extorsão: 
- Extorsão indireta: exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, 
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro. 
- Extorsão mediante sequestro na forma qualificada: se o sequestro dura mais de 24 horas, se o sequestrado 
é menor de 18 ou maior de 60 anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
- A conduta do agente que submete vítima à grave ameaça espiritual que se revelou idônea a atemorizá-la 
e compeli-laa realizar o pagamento de vantagem econômica indevida, restando configurado o crime de 
extorsão (Info 598 - STJ). 
- Súmula 96 STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida. 
É crime formal. 
 
Estelionato: 
- Súmula 554 – STF: o pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da 
denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. Obs: para o STJ (INFO 537), a referida súmula não 
se aplica ao estelionato no seu tipo fundamental (art. 171, caput). No caso de cheque furtado, portanto, 
aplica-se a causa de diminuição do arrependimento posterior, e não a súmula 554 do STF. 
- Súmula 521 – STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a 
modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do 
pagamento pelo sacado. 
 
36 
 
#NÃOCONFUNDA: estelionato (a vítima ludibriada e com o consentimento viciado entrega o bem ao 
criminoso) x furto qualificado pela fraude (o próprio criminoso, utilizando-se da fraude, subtrai a coisa da 
vítima) 
 
Receptação: 
- Receptação imprópria (art. 180, “caput”, parte final do CP): consiste em influir para que terceiro de boa-
fé adquira, receba ou oculte objeto produto de crime. É a figura do intermediário. Trata-se de crime 
FORMAL, pois se consuma no instante em que o bem é ofertado. Se a proposta tiver sido feita, o crime 
estará consumado. 
- Receptação dolosa própria (art. 180, “caput”, 1° parte do CP): aquisição de coisa que o agente sabe ser 
produto de crime, isto é, exige-se o dolo direto. 
- Receptação qualificada (art. 180, § 1° do CP): na prática de conduta equiparada (receber, transportar, 
conduzir ou ocultar coisa que sabe ser produto de crime). Para o STF e o STJ, o § 1º do art. 180 pune tanto o 
agente que atua com dolo eventual como também no caso de dolo direto. (INFO 712 DO STF e INFO 546 DO 
STJ) 
 
CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL 
- Súmula 574-STJ: Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação de sua 
materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do produto apreendido, nos aspectos 
externos do material, e é desnecessária a identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou 
daqueles que os representem. 
- Súmula 502-STJ: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no 
artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas. 
 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
- Atentado violento ao pudor: não houve abolitio criminis, mas uma continuidade normativo-típica (INFO 
543 DO STJ). 
- Estupro e atentado violento ao pudor: crime único ou concurso material? Para o STJ, caso as condutas 
tenham sido praticadas contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático, trata-se de crime único, pois é 
um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo). Consequência: a lei nova é mais favorável. Aplicação 
retroativa (INFO 543 DO STJ). 
- Causas de aumento: concurso de pessoas (1/4), resultar em gravidez ou praticado por 
ascendente/padrasto/madrasta, tio, irmão, cônjuge/companheiro, tutor/curador; empregador (1/2); 
transmitir doença sexual de que sabe ou deveria saber ser portador (1/6 a 1/2). 
- Cliente x casa de prostituição: a) 18 anos ou mais (fato atípico); b) menor de 18 anos e maior que 14 (cliente 
incide no art. 218-B do CP); c) menor de 14 anos (cliente pratica estupro de vulnerável). 
- É dispensável o contato físico entre autor e vítima para configurar o delito de estupro, por exemplo, a 
simples contemplação lasciva já configura o “ato libidinoso” (INFO 587 DO STJ). 
 
37 
 
- Ação penal nos crimes contra dignidade sexual - Regra: A regra é a ação penal pública condicionada. 
Exceções: Ação penal pública incondicionada, no caso do crime cometido contra menor de 18 anos ou 
quando o crime for contra pessoa vulnerável. 
- O estupro de vulnerável (art. 217-A) não será sempre ação penal pública incondicionada. Para o STJ (INFO 
553 DO STJ), a “pessoa vulnerável” prevista no parágrafo único do art. 225 é somente aquela que possui 
uma incapacidade permanente de oferecer resistência à prática de atos libidinosos, e não possui o mesmo 
conceito do §1º do art. 217-A. Se a vulnerabilidade for temporária, será pública condicionada. 
Ocorre, entretanto, que, em julgamento não divulgado em informativo, o STJ entendeu que o art. 225 do 
CP não fez qualquer distinção entre a vulnerabilidade temporária ou permanente, haja vista que a condição 
de vulnerável é aferível no momento do cometimento do crime. Com efeito, parece haver uma aparente 
divergência entre as turmas do STJ. Em provas objetivas, parece mais seguro adotar a resposta em 
conformidade com o julgado publicado no informativo. Vejamos de forma esquematizada: 
 
AÇÃO PENAL EM CRIMES PRATICADOS CONTRA PESSOAS VULNERÁVEIS 
6ª TURMA DO STJ 5ª TURMA DO STJ 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
(SEMPRE): vítima com incapacidade 
permanente de resistir aos atos 
libidinosos. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICONADA 
(SEMPRE): vítima com incapacidade 
permanente de resistir aos atos 
libidinosos. 
AÇÃO CONDICIONADA À 
REPRESENTAÇÃO: vítima com 
incapacidade de resistir apenas na ocasião 
da ocorrência dos atos libidinosos. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA 
INCONDICIONADA: vítima com 
incapacidade de resistir apenas na 
ocasião da ocorrência dos atos 
libidinosos. 
A interpretação que deve ser dada a esse 
parágrafo único é a de que, em relação à 
vítima possuidora de incapacidade 
permanente de oferecer resistência à 
prática dos atos libidinosos, a ação penal 
seria sempre incondicionada. Mas, em se 
tratando de pessoa incapaz de oferecer 
resistência apenas na ocasião da 
ocorrência dos atos libidinosos, a ação 
penal permanece condicionada à 
representação da vítima. 
Ex.: Estupro praticado contra vítima que, 
por estar desacordada em razão de ter 
sido anteriormente agredida, era incapaz 
de oferecer resistência apenas na ocasião 
da ocorrência dos atos libidinosos. 
 
Em casos de vulnerabilidade da ofendida, 
a ação penal é pública incondicionada, 
nos moldes do parágrafo único do art. 225 
do Código Penal. Constata-se que o 
referido artigo não fez qualquer distinção 
entre a vulnerabilidade temporária ou 
permanente, haja vista que a condição de 
vulnerável é aferível no momento do 
cometimento do crime, ocasião em que 
há a prática dos atos executórios com 
vistas à consumação do delito. 
As reformas trazidas pela Lei nº 12.015/09 
demonstram uma maior preocupação do 
legislador em proteger os vulneráveis, 
tanto é que o estupro cometido em 
detrimento destes (art. 217-A do CP) 
possui, no preceito secundário, um 
quantum muito superior ao tipo penal do 
art. 213 do CP. E o parágrafo único do 
art. 225 do CP corrobora tal 
entendimento, uma vez que atesta um 
interesse público na persecução penal 
quando o crime é cometido em prejuízo 
de uma vítima vulnerável. 
 
38 
 
Ex.: vítima estava em estágio avançado 
de embriaguez, inclusive, no momento do 
suposto crime, estava inconsciente, 
portanto, era incapaz de oferecer 
resistência, caracterizando, assim, a 
situação de vulnerabilidade. Na hipótese, 
ainda houve a representação da vítima 
perante a autoridade policial no dia 
seguinte ao suposto fato criminoso. 
Portanto, não há constrangimento ilegal 
a ser reconhecido na presente via. 
 
STJ. 6ª Turma. HC 276.510-RJ, Rel. Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 
11/11/2014 (INFO 553 DO STJ) 
STJ. 5ª Turma. RHC 72.963/MT, Rel. 
Ministro FELIX FISCHER, julgado em 
13/12/2016, DJe 15/12/2016. (NÃO 
DIVULGADO EM INFORMATIVO) 
 
 
 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
- O falsopode ser absorvido pelo descaminho, ainda que a pena da falsidade seja maior que do descaminho 
(Info 587-STJ) 
- Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em 
razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação 
do órgão expedidor. 
- Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que 
em situação de alegada autodefesa. 
- É atípica a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de obter os benefícios da 
justiça gratuita. A conduta de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em juízo, com a finalidade de obter 
os benefícios da gratuidade de justiça, não é crime, pois aludida manifestação não pode ser considerada 
documento para fins penais. (Info 546). 
 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
- No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se no momento da exigência da vantagem 
indevida (e não no instante da entrega). Isso porque a concussão é crime FORMAL, que se consuma com a 
exigência da vantagem indevida. Assim, a entrega da vantagem indevida representa mero exaurimento do 
crime. (Info 564-STJ). 
- O STF (INFO 712) considerou atípica a conduta de “peculato de uso” de um veículo para a realização de 
deslocamentos por interesse particular. 
#NÃOCONFUNDIR: Caso o agente público seja prefeito, há crime de peculato de uso, por expressa previsão 
legal. Veja a redação do art. 1°, II, do Decreto-Lei 201/67: Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos 
 
39 
 
Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara 
dos Vereadores: II - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços 
públicos. 
Espécies de peculato: próprio (peculato desvio e peculato apropriação: o agente público tem a posse do 
bem), impróprio (peculato furto: o agente público não tem a posse do bem), peculato culposo, peculato 
eletrônico (art. 313-A). 
- Em todas as modalidades do peculato, e mais do que isso, em todos os crimes funcionais, a ação penal é 
pública incondicionada. 
- Peculato culposo x reparação do dano: se reparar até a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se 
após isso, reduz a pena pela metade. 
- Corrupção privilegiada (existe pedido de terceiro) x prevaricação (não há pedido de outrem, age por 
interesse/sentimento pessoal): em ambos não há vantagem econômica. 
#ATENÇÃO. #AJUDAMARCINHO: 
A 5ª Turma do STJ (INFO 596), no final de 2016, entendeu que o crime de desacato previsto no art. 331 do 
CP não mais subsiste em nosso ordenamento jurídico por ser incompatível com o artigo 13 do Pacto de San 
José da Costa Rica. A criminalização do desacato está na contramão do humanismo, porque ressalta a 
preponderância do Estado - personificado em seus agentes - sobre o indivíduo. A existência deste crime em 
nosso ordenamento jurídico é anacrônica, pois traduz desigualdade entre funcionários e particulares, o que 
é inaceitável no Estado Democrático de Direito preconizado pela CF/88 e pela Convenção Americana de 
Direitos Humanos. A 3ª Seção do STJ, no HC 379.269/MS, em maio de 2017, no entanto, decidiu que 
desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime, conforme 
previsto no art. 331 do Código Penal. 
 
#NÃOCONFUNDA: Denunciação caluniosa (crime ou contravenção penal, nessa última reduz a pena pela 
metade) x comunicação falsa (crime ou contravenção penal) x autoacusação falsa (apenas crime). 
- O simples fato de o réu exercer mandato eletivo não é suficiente para a causa de aumento do art. 327, § 
2º, do CP. É necessário que ele ocupe uma posição de superior hierárquico (o STF chamou de "imposição 
hierárquica") – INFO 816. 
 
- A causa de aumento do § 2º do art. 327 aplica-se aos agentes políticos, inclusive o Chefe do Poder Executivo 
(ex.: Governador de Estado) – INFO 757 DO STF. 
 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO 
- Posse: arma de fogo, acessório ou munição for encontrada na residência ou no local de trabalho, nesse 
último caso, desde que seja proprietário ou responsável pelo estabelecimento ou empresa. 
Segundo o STJ (INFO 496), o motorista profissional que é encontrado com a arma de fogo no interior do 
caminhão pratica o crime de porte de arma de fogo (art. 14 do ED). 
 
40 
 
- A posse ilegal de arma de fogo de uso permitido com registro vencido é conduta atípica. Trata-se de mera 
irregularidade administrativa (INFO 572 DO STJ). 
- Porte: arma de fogo encontrada em local diverso da residência ou do local de trabalho (nesse último caso 
apenas para os proprietários e responsáveis da empresa). 
- A posse/porte ilegal de arma de fogo ineficaz é conduta atípica, desde que a ineficácia seja absoluta. 
- Porte de arma de fogo desmuniciada: é crime, pois se trata de delito de perigo abstrato. 
- Porte de munição, sem arma: é crime. Excepcionalmente, o STF (INFO 826) entende ser atípica a conduta 
de portar munição desacompanhada de arma de fogo na forma de pingente. 
 
#AJUDAMARCINHO: 
ENTENDIMENTO DO PLENÁRIO DO STF NO INFORMATIVO 720. 
DE 23/12/2003 A 22/06/2005 DE 23/06/2005 ATÉ 30/01/2008 DE 31/01/2008 ATÉ 31/12/2009 
Não era crime a POSSE de arma 
de fogo uso PERMITIDO e de 
uso RESTRITO. 
A autorização para regularizar 
as armas deixou de existir. 
Logo, a pessoa que foi 
encontrada na posse da arma 
de fogo durante esse período 
cometeu crime (não há 
“abolitio criminis”). 
Voltou a existir previsão para 
regularizar as armas de fogo, 
no entanto, agora apenas para 
de uso PERMITIDO. 
Logo, no caso de a pessoa ter 
sido encontrada na POSSE de 
arma de fogo nesse período: 
a) Se a arma encontrada era de 
uso PERMITIDO: a pessoa não 
cometeu o crime do art. 12. 
b) Se a arma encontrada era de 
uso RESTRITO: a pessoa 
cometeu o crime do art. 16 (a 
autorização legal não abrangeu 
armas de uso restrito). 
 
- Omissão de cautela (art. 13, caput): para ocorrer a consumação é necessário que o menor de 18 anos, ao 
menos, se apodere da arma de fogo. É um crime omissivo, culposo (único crime culposo do Estatuto) e 
próprio. 
- Comércio ilegal de arma de fogo: necessário haver habitualidade, embora independa de lucro. 
- Tráfico internacional de arma de fogo: independe de habitualidade e lucro. 
- #JURISSAINDODOFORNO: A conduta de portar granada de gás lacrimogêneo ou granada de gás de 
pimenta não se subsome (amolda) ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei nº 10.826/2003. 
Isso porque elas não se enquadram no conceito de artefatos explosivos (Info 599 - STJ). 
 
41 
 
- É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo autorizado a portar ou possuir arma de fogo, 
não observa as imposições legais previstas no Estatuto do Desarmamento, que impõem registro das armas 
no órgão competente (Info 597 - STJ). 
- É desnecessária a realização de perícia par configuração do crime de posse/porte de arma de fogo. Basta 
o simples porte de arma de fogo, ainda que desmuniciada, em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, para a incidência do tipo penal. Cabe a defesa o ônus da prova de demonstrar que a arma 
empregada para intimidar a vítima é desprovida de potencial lesivo. (INFO 544 e 570 do STJ) 
- #DEOLHONATOGA: magistrado que mantém sob sua guarda arma ou munição de uso restrito não comete 
crime. Os Conselheiros dos Tribunais de Contas são equiparados a magistrados, e o art. 33, V, da LC 35/79 
(LOMAN) garante aos magistrados o direito ao porte de arma de fogo. Info 572-STJ 
 
LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS 
- Penas restritivas de direito: prestação de serviços à comunidade; interdiçãotemporária de direitos; 
suspensão parcial ou total de atividades; prestação pecuniária; recolhimento domiciliar. 
- Penas aplicadas as pessoas jurídicas: multa; restritivas de direitos (suspensão parcial ou total de 
atividades; interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; proibição de contratar com o 
Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações, que não poderá exceder o prazo 
de 10 anos); prestação de serviços à comunidade (custeio de programas e de projetos ambientais; execução 
de obras de recuperação de áreas degradadas; manutenção de espaços públicos; contribuições a entidades 
ambientais ou culturais públicas). 
- Substituição da PPL pela PDR: nos crimes dolosos a pena do crime deve ser inferior a 4 anos 
#NÃOCONFUNDA: no CP a pena deve ser de até 4 anos (leia-se: igual ou inferior a 04 anos). 
- Transação penal: exige a prévia composição do dano ambiental atestada pelo laudo competente. 
- Suspensão condicional da pena: condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos 
#NÃOCONFUNDA: no CP a pena deve ser não superior a 2 anos. 
- É imprescindível a realização de perícia oficial para comprovar a prática do crime previsto no art. 54 da Lei 
9.605/98 (art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em 
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora). 
- É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da 
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota a 
chamada teoria da "dupla imputação" (INFO 514 DO STF E 566 DO STJ). 
 
- O plenário do STF (INFO 842) entendeu ser inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da 
“VAQUEJADA”, porquanto o tratamento cruel contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. Isto é, mesmo sendo 
esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. Recentemente, no entanto, fora editada o EC 96/2017, 
que acrescenta o § 7º ao art. 225 da CF/88 “para determinar que práticas desportivas que utilizem animais 
não são consideradas cruéis”. De acordo com o Márcio André Lopes, do site dizer o direito, o verdadeiro 
 
42 
 
objetivo desta emenda foi o de superar uma decisão do STF proferida em 2016 na qual o Tribunal declarou 
que a atividade conhecida como “vaquejada” era inconstitucional em virtude de gerar tratamento cruel aos 
bovinos.7 
 
CRIMES DE TRÂNSITO 
- Crimes de perigo abstrato: arts. 306, 307 e 310, todos do CTB. 
- Crimes de perigo concreto: arts. 308, 309 e 311, todos do CTB. 
 
DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR SEM 
PERMISSÃO PARA DIRIGIR 
PERMITIR A DIREÇÃO DE VEÍCULO A 
PESSOA NÃO AUTORIZADA, 
HABILITADA, CASSADA, SUSPENSA OU 
QUE NÃO ESTEJA EM CONDIÇÕES DE 
CONDUZI-LO. 
CRIME DE PERIGO CONCRETO 
(INFO 507 DO STJ) 
CRIME DE PERIGO ABSTRATO 
(INFO 563 DO STJ) 
 
- Se a lesão culposa de trânsito envolver uso de bebida alcoólica ou outra substância psicoativa, disputa 
automobilística ou condutor se encontrar em velocidade superior a 50km/h do permitido na via: a ação será 
pública incondicionada (ainda que a lesão seja leve), será instaurado IP (e não TCO), será lavrado auto de 
prisão em flagrante, mas a competência continua sendo no JECRIM, pois não há aumento na pena. 
- O fato de o condutor, que causa um homicídio culposo, estar com a CNH vencida não se enquadra na causa 
de aumento do inciso I do § 1º do art. 302 do CTB (INFO 581 DO STJ). 
- Súmula 575-STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor 
a pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do 
CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução do veículo. 
 
LEI DE LICITAÇÕES 
- Art. 89 da Lei 8.666/93 x necessidade de dano ao erário: 
1ª corrente: SIM. Posição do STJ (HC 377.711/SC - julgado em 09/03/2017) e da 2ª Turma do STF (Info 813). 
2ª corrente: NÃO. Entendimento da 1ª Turma do STF (Info 856 - Inq 3674/RJ, julgado em 7/3/2017). 
 
7 Para um maior aprofundamento, sugerem-se os comentários do site dizer o direito sobre a EC 
96/2017. http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/breves-comentarios-ec-962017-emenda-da_7.html. 
 
43 
 
- Para que haja a condenação pelo crime do art. 89 da Lei nº 8.666/93, exige-se a demonstração de que 
houve prejuízo ao erário e de que o agente tinha a finalidade específica de favorecimento indevido. Assim, 
mesmo que a decisão de dispensa ou inexigibilidade da licitação tenha sido incorreta, isso não significa 
necessariamente que tenha havido crime, sendo necessário analisar o prejuízo e o dolo do agente (Info 813 
- STF). 
- Deverão ser analisados três critérios para se verificar se o ilícito administrativo configurou também o crime 
do art. 89: 1º) existência ou não de parecer jurídico autorizando a dispensa ou a inexigibilidade. A existência 
de parecer jurídico é um indicativo da ausência de dolo do agente, salvo se houver circunstâncias que 
demonstrem o contrário; 2º) a denúncia deverá indicar a existência de especial finalidade do agente de lesar 
o erário ou de promover enriquecimento ilícito; 3º) a denúncia deverá descrever o vínculo subjetivo entre 
os agentes (INFO 856 DO STF). 
 
CRIMES CONTRA A CRIANÇA E ADOLESCENTE 
 
- Venda de bebida alcoólica (art. 243, ECA): deixou de ser contravenção penal, passou a ser considerado 
crime e infração administrativa (art. 258-C). 
- Corrupção de menores (art. 244-B, ECA): crime formal. Atenção para a causa de aumento de 1/3, se a 
infração cometida for considerada como crime hediondo. 
- Medidas socioeducativas: advertência, prestação de serviços à comunidade (prazo máximo de 6 meses), 
liberdade assistida (prazo mínimo de 6 meses), semiliberdade, internação (prazo máximo de 3 anos, com 
reavaliação, no mínimo, a cada 6 meses) 
- Súmula 500-STJ: A configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente 
independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal. 
- Pedofilia: a depender da situação, os crimes dos arts. 240 (dispensa a divulgação das imagens/vídeos) e 
241-B do ECA podem se configurar mesmo que as vítimas estejam vestidas (ex.: poses nitidamente sensuais, 
com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas. STJ. INFO 577) 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIADOTJ/SP. #AJUDAMARCINHO: No caso de processo penal que tramita sob 
segredo de justiça em razão da qualidade da vítima (criança ou adolescente), o nome completo do acusado 
e a tipificação legal do delito podem constar entre os dados básicos do processo disponibilizados para 
consulta livre no sítio eletrônico do Tribunal, ainda que os crimes apurados se relacionem com pornografia 
infantil. 
Muito embora o delito de divulgação de pornografia infantil possa causar repulsa à sociedade, não constitui 
violação ao direito de intimidade do réu a indicação, no site da Justiça, do nome de acusado maior de idade 
e da tipificação do delito pelo qual responde em ação penal, ainda que o processo tramite sob segredo de 
justiça. STJ. 5ª Turma. RMS 49.920-SP (INFO 587 DO STJ) 
 
LEI DE DROGAS 
 
- O art. 33, caput, é um crime de ação múltipla, de modo que, se praticar diferentes condutas previstas nesse 
dispositivo, apenas resta configurado um único crime. 
 
44 
 
- Não há causa de aumento pelo concurso de pessoas. 
- Inquérito policial: 30 + 30 (preso); 90 + 90 (solto). 
- É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção de 
que o réuse dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da 
Lei nº 11.343/2006 (Info 596 - STJ). 
- A condenação pelo art. 28 da Lei de Drogas gera reincidência, pois não houve a descriminalização das 
condutas, mas a despenalização. 
- O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 não deve ser considerado 
crime equiparado a hediondo (Info 831). #Atenção: cancelamento da súmula 512-STJ, consoante julgado 
sob a sistemática do recurso repetitivo (3ª Seção. Pet 11.796-DF), divulgado no informativo 595 do STJ. 
- Se o agente financia ou custeia o tráfico, mas não pratica nenhum verbo do art. 33, responderá apenas 
pelo art. 36 da Lei de Drogas. 
- Se o agente, além de financiar ou custear o tráfico, também pratica algum verbo do art. 33, responderá 
apenas pelo art. 33 c/c o art. 40, VII da Lei de Drogas (não será condenado pelo art. 36) - (Info 534 - STJ). 
- Segundo o STJ (INFO 509) e o STF, para configuração do tipo de associação para o tráfico (art. 35), é 
necessário que haja estabilidade e permanência na associação criminosa. É atípica a conduta se não houver 
ânimo associativo permanente (duradouro), mas apenas esporádico (eventual). 
- Tráfico internacional de drogas: é indispensável que a droga apreendida no Brasil também seja 
considerada ilícita no país de origem (ou de destino). 
- Tráfico de drogas x envolvimento de menor de 18 anos: 
a) se o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não está previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de 
Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de corrupção de menores, além do tráfico de drogas; 
b) se a conduta estiver tipificada em um desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por aquele 
delito, mas apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006(Info 595 - STJ). 
- Se o tráfico de drogas ocorrer nas imediações de um estabelecimento prisional (art. 40, III), incidirá a causa 
de aumento, não importando quem seja o comprador do entorpecente. É irrelevante se o agente infrator 
visa ou não aos frequentadores daquele local (Info 858). 
- É inadmissível a aplicação simultânea das causas de aumento da transnacionalidade (art. 40, I) e da 
interestadualidade (art. 40, V) quando não ficar comprovada a intenção do importador da droga de difundi-
la em mais de um Estado-membro (Info 586 - STJ). 
- Para incidir a majorante do art. 40, III, é necessário que haja a efetiva comercialização da droga pelo agente 
dentro do meio de transporte público. (INFO 749 DO STF) 
- A natureza e a quantidade da droga (42 da Lei 11.343/2006) podem ser utilizadas para aumentar a pena-
base e também para afastar o tráfico privilegiado (art. 33, § 4º)? 
 
STJ STF 
SIM. Utiliza-se a mesma regra em 
finalidades e momentos distintos. 
NÃO. 
a) Isso porque haveria, no caso, bis in 
idem; ou 
 
45 
 
b) Para, reconhecendo-se o direito ao 
benefício, conceder ao réu uma 
menor redução de pena. 
Posição do STJ. STF. Plenário. HC 112776/MS e HC 109193/MG, 
Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em 
19/12/2013. (INFO 718, 733 STF) 
STF. 2ª Turma. RHC 122684/MG, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 16/9/2014 (INFO 
759 DO STF) 
 
- A valoração negativa da quantidade e da natureza da droga representa fator suficiente para a fixação de 
regime inicial mais gravoso (Info 819). 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
- Não é possível a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ao condenado pela 
prática do crime de lesão corporal praticado em ambiente doméstico, uma vez que não resta preenchido o 
requisito de ausência de violência ou grave ameaça (Info 804-STF). 
- O descumprimento de medida protetiva não configura crime de desobediência. (INFO 538 E 544 DO STJ) 
- É possível impetrar HC para questionar a legalidade de medida protetiva da Lei Maria da Penha, caso essa 
venha a violar a liberdade de ir e vir do acusado. (INFO 574 DO STJ) 
- Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em violência doméstica. 
- Em casos de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de violência doméstica, a 1ª fase do 
procedimento do júri pode ser realizada na Vara de Violência Doméstica, desde que haja previsão na Lei de 
Organização Judiciária (Info 748 - STF). 
- Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra 
a mulher é pública incondicionada. 
- Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de 
delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. 
 
CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 
- Natureza das infrações: no art. 1º, I a IV8 da Lei 8.137/90 estão previstos os crimes materiais contra a ordem 
tributária, pois nestes existe uma conduta instrumental, que é a fraude, e uma conduta final, que é a 
supressão ou alteração do tributo. Não basta que o agente cometa as condutas previstas, pois elas também 
exigem o resultado de supressão ou redução de tributo. 
 
8 Atenção: Em relação ao inciso V, do art. 1o da Lei 8.137/90, há discussão se se trataria de um delito 
material ou formal. 
 
46 
 
- O pagamento da penalidade pecuniária imposta ao contribuinte que deixa de atender às exigências da 
autoridade tributária estadual quanto à exibição de livros e documentos fiscais não extingue a punibilidade 
do delito. Isso porque não se adequa a nenhuma das hipóteses de extinção de punibilidade previstas no § 
2º do art. 9º da Lei nº 10.864/2003 (Info 598 - STJ). 
- Princípio da insignificância no caso de crimes tributários: STJ: 10 mil reais; STF: 20 mil reais. Esse parâmetro 
vale, a princípio, apenas para os crimes que se relacionam a tributos federais. Não se aplica no caso de 
criminoso habitual. 
- Parcelamento do crédito tributário: acarreta a suspensão da pretensão punitiva e a suspensão do prazo 
prescricional, não podendo haver o oferecimento da denúncia nesse meio tempo. Deve ser feito antes do 
recebimento da denúncia. 
- Pagamento integral: a) antes da condenação (extingue a punibilidade); b) depois da condenação, mas 
antes do trânsito em julgado (extingue a punibilidade); c) depois do trânsito em julgado (NÃO irá interferir 
no crime, persistindo a condenação). 
- SV 24: não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 
8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. 
- Para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 (crime contra relação de consumo), é 
imprescindível a realização de perícia a fim de atestar se as mercadorias apreendidas estão em condições 
impróprias para o consumo, não sendo suficiente, para a comprovação da materialidade delitiva, auto de 
infração informando a inexistência de registro do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) - (Info 533 e 560 - STJ). 
LAVAGEM DE DINHEIRO 
- Conceito: consiste num complexo de operações, composto de três fases (ocultação, dissimulação, 
integração), realizados com a finalidade específica de mascarar a origem ilícita de determinados bens, 
tornando-os aparentemente lícitos. 
- É crime formal e doloso. Prevalece que o bem jurídico protegido é a ordem econômico-financeira. 
- O processo do crime de lavagem independe do processo e julgamento da infração penal antecedente. 
- Gerações da Lei de Lavagem de Capitais: 1ª Geração: Somente o tráfico poderia configurar como infração 
Penal antecedente; 2ª Geração: Amplia-se o rol de crimes antecedentes, porém este continua sendo 
taxativo; 3ª Geração: Qualquer infração penal pode ser antecedente do crime de lavagem. A Doutrina 
majoritária entende que até mesmoContravenções Penais podem configurar infração antecedente. 
- Fases do crime de Lavagem de Capitais: 1a fase: Colocação (Playcement); 2a fase: Dissimulação (Layering); 
3a fase: Integração (Integration). #Macete: C.D.I. 
 
- Teoria da cegueira deliberada ou teoria do avestruz (willfull blindness doctrine): de origem norte-
americana, visa tornar típica a conduta do agente que tem consciência sobre a possível origem ilícita dos 
bens ocultados por ele ou pela organização criminosa a qual integra, mas, mesmo assim, deliberadamente, 
cria mecanismos que o impedem de aperfeiçoar sua representação acerca dos fatos. Ao evitar a consciência 
quanto à origem ilícita dos valores, assume os riscos de produzir o resultado, daí porque responde pelo 
delito de lavagem de capitais a título de dolo eventual. 
- Justa causa duplicada: requer-se lastro probatório mínimo quanto à lavagem e quanto à infração 
antecedente. 
 
47 
 
- Autolavagem (self laundering): é passível de punição, ou seja, não precisa necessariamente lavar dinheiro 
de terceiro para ser punido. 
 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
- Princípios: oralidade, informalidade, economia processual, simplicidade, celeridade. 
- Competência: infrações penais de menor potencial ofensivo (contravenção penal e crimes com pena 
máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa). 
 
- Segundo Renato Brasileiro de Lima9, com relação à competência territorial, o art. 63 da Lei 9.099/95, ao 
se utilizar da expressão “praticada a infração penal”, gerou grande divergência na doutrina. Isso porque 
surgiram 03 correntes sobre qual teoria adotar para definir a competência territorial. 
 
#FACILITACOACH: Vejamos de forma esquematizada, a fim de facilitar a compreensão: 
 
TEORIA DA ATIVIDADE 
(1° corrente) 
TEORIA DO RESULTADO 
(2° corrente) 
TEORIA MISTA 
(3° corrente) 
Esta corrente entende que o 
fator para definir a 
competência territorial é o 
lugar onde fora praticada a 
ação ou omissão, 
diferentemente do art. 70 do 
CPP, que adota a teoria do 
resultado. 
Para esta corrente, ao 
mencionar a palavra 
“praticar”, traduz-se a ideia de 
levar a efeito, executar, isto é, 
infração realizada, executada 
e, em termos jurídicos, significa 
consumação. 
Esta corrente, conjugando os 
argumentos e fundamentos 
antes esposados, entende 
prevalecer tanto o foro 
competente do lugar da ação 
ou omissão quanto do lugar do 
resultado, em harmonia com o 
princípio da celeridade, nos 
termos do art. 62 da Lei 
9.099/95. 
Ada P. Grinover, Antônio 
Magalhães G. Filho, Antônio 
Scarance, L.F.G. 
Fernando da Costa Tourinho 
Filho. 
Guilherme de Souza Nucci. 
 
- Abuso de autoridade é julgado no JECRIM (pena de detenção de 10 dias a 06 meses, art. 6, § 3, “b” da Lei 
4.898/65). 
- Citação admitida nos Juizados: por hora cera e por precatória. 
#NÃOCONFUNDIR: Não caia na pegadinha de assinalar que no JECRIM cabe a citação por edital. Não 
encontrado o acusado, o juiz remete ao juízo comum, que, recebendo os autos, adotará o procedimento 
sumário, previsto no art. 538 do CPP. 
 
9 Lima, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada: volume único I Renato Brasileiro 
de Lima- 4. ed. rev., atual. e ampl.- Salvador: JusPODIVM, 2016. Página 209. 
 
48 
 
- Flagrante de menor potencial ofensivo: se o capturado assumir o compromisso de comparecer ao juizado 
ou a ele comparecer imediatamente, não será lavrado o APF, mas tão somente o TCO, com sua imediata 
liberação. 
- Medidas despenalizadoras: composição civil dos danos, transação penal, representação nos crimes de 
lesões corporais leves e culposas, suspensão condicional do processo. 
 
#OLHAOGANCHO: Quando falamos em medidas despenalizadoras, devemos fazer um link mental para 
lembrarmos das velocidades do direito penal, “in casu”, notadamente, da segunda velocidade. Vejamos do 
que se trata, consoante as lições de Rogério Sanches10 e Cléber Masson11: Trata-se de relativizar, flexibilizar 
direitos e garantias fundamentais, possibilitando punição mais célere, porquanto não está em disputa entre 
o acusado e o Estado bem jurídico tão relevante como a liberdade. Em compensação, no entanto, prevê 
como consequência jurídica do crime sanção não privativa de liberdade (penas alternativas), como penas 
restritivas de direitos, multa. 
 
-Composição civil dos danos: na ação penal privada, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de 
queixa, com a extinção da punibilidade. Em se tratando de ação penal pública condicionada à 
representação, acarreta a renúncia ao direito de representação, extinguindo-se a punibilidade. 
#NÃOCONFUNDIR: Não caia na pegadinha. O art. 104, parágrafo único do CP estabelece que o fato de o 
ofendido receber indenização não impede o prosseguimento do processo. Com efeito, não se tratando do 
JECRIM, recebida a indenização o ofendido poderá continuar com o processo. 
 
- Transação penal x Sursis processual: 
 Transação penal 
Suspensão condicional do 
processo 
Pena Pena máxima </= 2 anos Pena mínima </= 1 ano 
Requisitos 
- Não reincidente em crime com 
PPL; Não se beneficiou do 
instituto nos últimos 5 anos; Art. 
59, CP: favorável. 
- Não processado ou 
condenado por crime; 
Requisitos do sursis da pena; 
Art. 59, CP: favorável. 
 
10 Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120) I Rogério Sanches 
Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador: JusPODIVM, 2016, página 41. 
11 Masson, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol.1 / Cleber Masson. – 9.ª ed. rev., 
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015, página 160. 
 
49 
 
Consequências - Aplicação de uma PRD ou multa. 
Reparação do dano; Proibição 
de frequentar lugares e de se 
ausentar da comarca, sem 
autorização; Comparecer 
mensalmente em juízo; Outras 
condições judiciais. 
 
Período de prova: 2 a 4 anos. 
Revogação obrigatória 
- Caso seja descumprida, a ação 
penal poderá ser proposta 
(SV 35); 
 
- Homologação da transação não 
faz coisa julgada material. 
- Não reparar o dano ou for 
processado por crime. 
Revogação facultativa ------ 
- For processado por 
contravenção penal ou não 
cumprir as demais condições. 
Cuidados especiais 
- Momento: antes do 
recebimento da denúncia. 
 
- Não se trata de processo penal, 
mas apenas um procedimento. 
 
- Não gera reincidência ou maus 
antecedentes; 
 
- Cabe apelação contra a decisão 
que homologa. 
 
- Após intensa divergência 
entre os Tribunais superiores, 
pacificou-se que o juiz pode 
determinar outras condições, 
como prestação de serviços à 
comunidade ou prestação 
pecuniária (INFO 668 DO STF; 
INFO 574 DO STJ); 
 
- Pode ser revogada mesmo 
após o período de prova, 
desde que motivado por atos 
ocorridos antes do seu 
término (INFO 658 DO STF E 
INFO 574 DO STJ); 
 
- Suspende o prazo 
prescricional. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA.#AJUDAMARCINHO: 
 
50 
 
O fato de o denunciado ter aceitado a proposta de suspensão condicional do processo formulada pelo 
Ministério Público (art. 89 da Lei 9.099/1995) não constitui empecilho para que seja proposto e julgado 
habeas corpus em seu favor, no qual se pede o trancamento da ação penal. Isso porque o réu que está 
cumprindo suspensão condicional do processo fica em liberdade, mas ao mesmo tempo terá que 
cumprir determinadas condições impostas pela lei e pelo juiz e, se desrespeitá-las, o curso do processo 
penal retomará. Logo, ele tem legitimidade e interessede ver o HC ser julgado para extinguir de vez o 
processo (INFO 557 DO STJ). 
 
 
 
 
#DEOLHONAJURISDOTJ/SP.#AJUDAMARCINHO: 
O réu foi denunciado pela prática de 02 crimes em concurso formal. A sentença condenou o agente 
pelos 02 delitos. Em embargos de declaração foi reconhecida a prescrição da pretensão punitiva, pela 
pena em concreto, em relação a um dos crimes. 
A pena mínima do delito que restou é igual a 01 ano. Mesmo assim, não se poderá conceder suspensão 
condicional do processo em relação a este crime remanescente. 
A súmula 337 do STJ afirma: "É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do 
crime e na procedência parcial da pretensão punitiva." 
No caso, no entanto, a denúncia foi julgada totalmente procedente e somente após isso foi 
reconhecida a prescrição em razão da pena concreta. Assim, não houve procedência PARCIAL da 
pretensão punitiva, mas sim integral, não sendo caso de incidência da Súmula 337 do STJ. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.500.029-SP (INFO 591 DO STJ). 
- Súmula 696 – STF: reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, 
mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-
Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. 
CRIME ORGANIZADO 
- Antes da Lei 12.850/13, não existia a previsão de tipo penal incriminador para Organizações Criminosas. A 
Convenção de Palermo era inaplicável para tipificar crime ou cominar pena. 
- A diferença entre o crime de Organização Criminosa (4 ou mais pessoas) e Associação Criminosa (3 ou mais 
pessoas) está, dentre outras características, na quantidade de agentes necessários e na necessidade de 
divisão de tarefas e organização estruturalmente ordenada. 
- Conceito (Lei 12.850/13): considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo 
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais 
cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. Trata-se 
de crime de perigo abstrato. 
- Crime organizado por natureza (É o crime de organização criminosa propriamente dito, previsto na Lei 
12.850/13) x crime organizado por extensão (São as infrações penais praticadas pela organização). 
- O acordo sobre a colaboração premiada jamais poderá ser feito na presença do Juiz, sob pena de violação 
à imparcialidade. 
 
51 
 
- O réu que colaborar poderá ter direito aos seguintes benefícios: redução da pena em até dois terços; 
substituição por PRD; não oferecimento da denúncia; e redução da pena até a metade ou progressão de 
regime, no caso de colaboração posterior à sentença. 
- O réu que colaborar também renuncia o direito ao silêncio, assumindo o compromisso de dizer a verdade. 
- Não se pode condenar com base, exclusivamente, no depoimento/confissão do colaborador. É necessária 
a colheita de outras provas com base em sua confissão. É o que se chama de regra de corroboração. Ainda 
que existam duas ou mais colaborações no mesmo sentindo, o STF entende que deve haver 
necessariamente uma fonte diversa de uma colaboração. 
- A infiltração de agentes é medida excepcional e subsidiária. Somente poderá ser decretada após 
autorização judicial, que definirá os seus limites. O agente precisa consentir com a infiltração. Prazo de até 
6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações 
- A lei prevê a possibilidade de interceptação ambiental, que se diferencia da interceptação telefônica. 
- A ação controlada não requer autorização judicial. Por outro lado, necessita de prévia comunicação ao 
juízo competente. 
#NÃOCONFUNDA: na lei de drogas e na de lavagem exige-se autorização prévia. 
- O acordo da delação premiada não pode ser impugnado por terceiro (STF). 
#DEOLHONATOGA: Lei 12.694 - Em processos ou procedimentos que tenham por objeto crimes praticados 
por organizações criminosas, o juiz de primeiro grau poderá decidir pela formação de colegiado para a 
prática de qualquer ato processual; decisão fundamentada; o colegiado será formado pelo juiz do processo 
e por 2 (dois) outros juízes escolhidos por sorteio eletrônico dentre aqueles de competência criminal em 
exercício no primeiro grau de jurisdição; as decisões do colegiado, devidamente fundamentadas e firmadas, 
sem exceção, por todos os seus integrantes, serão publicadas sem qualquer referência a voto divergente 
de qualquer membro. 
CRIMES HEDIONDOS/TORTURA 
 
Crimes hediondos: 
-Não esqueça: a) homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado; b) lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e 
lesão corporal seguida de morte, quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 
144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo 
até terceiro grau, em razão dessa condição; c) latrocínio; d) extorsão qualificada pela morte; d) extorsão 
mediante sequestro e na forma qualificada; e) estupro; f) estupro de vulnerável; g) epidemia com resultado 
morte; h) falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais; i) favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável; j) genocídio; k) equiparados: tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e o terrorismo. 
- Livramento condicional: cumprir 2/3 da pena, desde que não seja reincidente específico em crimes 
hediondos. 
 
52 
 
- Progressão de regime: a) cumprir 1/6 da pena (crimes cometidos antes da Lei 11.464/07 - Súmula 471 STJ); 
b) cumprir 2/5 da pena, se réu primário, ou 3/5, se reincidente específico (crimes cometidos após a Lei 
11.464/07). 
- Vedações: a) anistia, graça e indulto; e b) fiança. 
- Inconstitucionalidade: a vedação da concessão de liberdade provisória sem fiança e de penas restritivas 
de direitos, além do cumprimento de pena em regime integralmente fechado. 
- Prisão temporária: Em regra, o prazo é de 5 dias + 5 dias. No caso dos crimes hediondos, o prazo da 
temporária é de 30 dias + 30 dias. 
 
Tortura: 
- Não admite fiança, mas admite liberdade provisória. É prescritível. 
- Extraterritorialidade da lei de tortura: é aplicada ao crime de tortura ocorrido fora do Brasil, se a vítima for 
brasileira e o torturador se encontrar em território nacional. 
- Competência: em regra é da Justiça Estadual. O fato de o crime de tortura praticado contra brasileiros no 
exterior não torna, por si só, a Justiça Federal competente para processar e julgar os agentes estrangeiros. 
- Espécies de tortura: 
a) Tortura propriamente dita: causa sofrimento físico ou mental através do emprego de violência ou grave 
ameaça (art. 1o, I, alíneas “a”, “b” e “c”, da Lei 9.455/97). Subdivide-se em: tortura probatória (alíneas “a”), 
tortura crime (alíneas “b”) e tortura discriminatória (alíneas “c”); 
b) Tortura castigo: causa INTENSO sofrimento físico ou mental por meio de violência ou grave ameaça (art. 
1o, II, da Lei 9.455/97); 
c) Tortura sem motivação: art. 1o, II, parágrafo 1o, Lei 9.455/97 (Submeter pessoa presa ou sujeita a medida 
de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não 
resultante de medida legal); 
d) Tortura imprópria: art. 1o, II, parágrafo 2o, da Lei 9.455/97 (aquele que tinha o dever de evitar ou apurar, 
se omite diante da conduta daquele que submetepessoa presa ou que cumpre medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental). 
- Causas de aumento: tortura praticada por agente público; tortura contra criança ou adolescente, gestante, 
portador de deficiência, maior de 60 anos; tortura mediante sequestro (tem que ser meio para a tortura). 
- Efeito da condenação: perda do cargo e interdição pelo dobro do prazo da pena para seu exercício. Tais 
efeitos são automáticos. 
 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
- Requisitos: fazer prova em investigação criminal ou em instrução processual penal; autorização do juiz 
competente; segredo de justiça. 
- Prazo: 15 DIAS, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. 
- Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado VERBALMENTE, caso em que a 
concessão será condicionada à sua redução a termo. 
- Não é necessária a transcrição integral dos diálogos. Basta que sejam transcritos os trechos necessários ao 
embasamento da denúncia oferecida e que seja entregue à defesa todo o conteúdo das gravações em mídia 
eletrônica. 
 
53 
 
- A quebra do sigilo de dados telefônicos (registros documentados) não se confunde com a interceptação 
telefônica (conhecimento do conteúdo da conversa) e não é abrangida pela Lei 9.296/96. A quebra do sigilo 
não está submetida à cláusula de reserva de jurisdição e pode ser determinada por CPI e MP. 
- Escuta: é a gravação da comunicação telefônica por um dos comunicadores (autogravação). É clandestina 
porque feita sem o conhecimento do outro, mas são meios lícitos de prova. 
- Gravação (ambiental ou telefônica): é realizada por um dos interlocutores e, por isso, não necessita de 
autorização judicial. Necessita de autorização judicial. 
- Interceptação (ambiental ou telefônica): É realizada por um terceiro estranho à comunicação. Portanto, 
necessita de autorização judicial. Caso ocorra sem prévia manifestação do magistrado, será considerado 
como prova ilícita. 
- Não se admite a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constitui infração 
penal punida com pena de detenção. 
- Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes 
hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal (OBS: não são 
necessários indícios de materialidade); II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato 
investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 
- Juiz da central de inquéritos pode determinar interceptação telefônica, mesmo que depois não seja 
competente para julgar a ação penal. 
- A título de prova emprestada, a interceptação telefônica pode ser usada em processo civil e administrativo. 
- O fato de a interceptação telefônica ter visado elucidar outra prática delituosa não impede a sua utilização 
em persecução criminal diversa por meio do compartilhamento da prova (Info 811 - STF). 
- Teoria do juízo aparente: não é ilícita a interceptação autorizada por um magistrado aparentemente 
competente ao tempo da decisão e que, posteriormente venha a ser declarado incompetente (Info 701 - 
STF). 
 
- A respeito dos indícios de autoria e dos novos crimes descobertos fortuitamente (serendipidade) durante 
a interceptação telefônica, a doutrina faz a seguinte distinção: 
 
1) serendipidade subjetiva (descoberta fortuita de novos infratores): neste caso, segundo o entendimento 
prevalente, a interceptação valerá contra todos; desde que haja conexão. 
2) serendipidade objetiva (descoberta fortuita de novas infrações): inclusive se o crime for apenado com 
detenção). Essa última subdivide-se em: 
a) Serendipidade objetiva de primeiro grau – Se as infrações são conexas, a interceptação vale como prova 
para todos os delitos, mesmo quando o delito conexo seja apenado com detenção; 
b) Serendipidade objetiva de segundo grau – Se as infrações não são conexas, a interceptação funcionará 
como mera notícia crime, permitindo a instauração de inquérito policial. 
 
 
 
 
54 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL12 
 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
- Princípio da presunção de inocência (ou da não culpabilidade): desse princípio derivam duas regras 
fundamentais. Regra probatória: a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado 
além de qualquer dúvida razoável); Regra de tratamento: vedação de prisões processuais automáticas ou 
obrigatórias e a impossibilidade de execução provisória ou antecipada da sanção penal. 
#DEOLHONAJURIS: é possível o início da execução da pena condenatória após a prolação de acórdão 
condenatório em 2º grau e isso não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência, inclusive 
em ações penais originárias (STJ e STF). 
- Princípio do contraditório: 
a) Direito à informação: a parte adversa deve estar ciente da existência da demanda ou dos argumentos da 
parte contrária; 
b) Direito de participação: possibilidade de a parte oferecer reação, manifestação ou contrariedade à 
pretensão da parte contrária. 
c) Direito e obrigatoriedade de assistência técnica de um defensor (art. 261, CPP): “nenhum acusado, ainda 
que ausente ou foragido, será processado e julgado sem defensor”. 
#DEOLHONASÚMULA 707, STF: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer 
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor 
dativo”. 
- Princípio da ampla defesa: inclui a defesa técnica (exercida por um profissional da advocacia, dotado de 
capacidade postulatória, seja ele advogado constituído, nomeado ou defensor público) e autodefesa 
(aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do processo). 
#DEOLHONASÚMULA522-STJ: a conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, 
ainda que em situação de alegada autodefesa. Direito de audiência, Direito de presença, Direito a postular 
pessoalmente 
- Princípio do nemo tenetur se detegere: o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. O direito ao silêncio é 
uma decorrência do nemo tenetur se detegere, segundo o qual ninguém é obrigado a produzir prova contra 
si mesmo. 
- Outros princípios: princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meio ilícito, princípio da 
proporcionalidade, princípio do juiz natural, princípio da publicidade etc. 
 
 
12 Por Liana Schuler. 
 
55 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
- Características: escrito; instrumental; dispensável; sigiloso; inquisitorial; informativo; indisponível; 
discricionário. 
- Indiciamento: é ato privativo da autoridade policial, segundo sua análise técnico-jurídica do fato, não 
podendo o juiz determinar que o Delegado de Polícia faça o indiciamento de alguém. 
Não podem ser indiciados: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do Ministério 
Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/73 e art. 40, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93). 
- Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. 
- Os vícios do inquérito não contaminam o processo, sendo incabível a anulação de processo penal em razão 
de suposta irregularidade verificada em inquérito policial (Info 824 - STF) 
- Súmula Vinculante nº 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
- A suspeição de autoridade policial NÃO é motivo de nulidadedo processo, pois o inquérito é mera peça 
informativa. 
 
 
 
 
Prazos do inquérito: 
 
- Arquivamento: é afeto ao juiz, após requerimento fundamentado do MP, sendo vedado ao delegado sua 
promoção (art. 17 CPP). Instaurado pela autoridade policial não pode ser por ela arquivado, ainda que não 
fique apurado quem foi o autor do delito. 
- Arquivamento implícito: ocorre quando MP deixar de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum 
suspeito, sem expressa justificação, prática rechaçada pela jurisprudência. 
- Arquivamento indireto: ocorre quando o MP não oferece a denúncia por considerar a juízo incompetente. 
- A decisão judicial de arquivamento do inquérito policial com fundamento na atipicidade do fato praticado 
produz coisa julgada material, impedindo-se a reabertura das investigações preliminares mesmo diante do 
surgimento de novas provas. 
Hipótese Réu SOLTO Réu PRESO 
Estadual 10 dias 30 dias 
Federal 15 + 15 dias 30 dias 
Militar 20 dias 40 + 20 dias 
Drogas 30 + 30 dias 90 + 90 dias 
Economia Popular 10 dias 10 dias 
Eleitoral 10 dias 30 solto 
 
56 
 
- A decisão judicial que determina o arquivamento do inquérito policial é, em regra, irrecorrível, embora 
caiba recurso de ofício no caso de crime contra a economia popular. 
- Não cabe uso de MS pela vítima para tentar impedir o arquivamento do inquérito policial. 
 
Desarquivamento: 
 
AÇÃO PENAL 
 
- Princípios da ação penal pública: divisibilidade, indisponibilidade (mitigação: possibilidade de oferecer a 
suspensão condicional do processo); obrigatoriedade (mitigação: transação penal). Princípio da 
obrigatoriedade também é chamado de legalidade processual. 
- Princípios da ação penal privada: indivisibilidade; disponibilidade; não obrigatoriedade. 
 
- Espécies de ação penal: 
a) Ação de prevenção penal: busca a aplicação de uma medida de segurança; 
b) Ação penal ex officio: processo judicial forme (apesar de ainda estar previsto no art. 26 do CPP, não se 
aplica mais) e HC de ofício; 
MOTIVO DO ARQUIVAMENTO É POSSÍVEL DESARQUIVAR? 
1) Insuficiência de provas 
SIM 
(Súmula 524 - STF) 
2) Ausência de pressuposto processual ou de 
condição da ação penal 
SIM 
3) Falta de justa causa para a ação penal (não 
há indícios de autoria ou prova da 
materialidade) 
 
SIM 
4) Atipicidade (fato narrado não é crime) NÃO 
5) Existência manifesta de causa excludente de 
ilicitude 
STJ: NÃO (Resp 791471/RJ) 
STF: SIM (HC 125101/SP) 
6) Existência manifesta de causa excludente de 
culpabilidade 
NÃO 
(Posição doutrinária) 
7) Existência manifesta de causa extintiva da 
punibilidade 
NÃO 
(STJ HC 307.562/RS) 
(STF Pet 3943) 
Exceção: Certidão de óbito falsa 
 
57 
 
c) Ação penal pública subsidiária da pública: casos em que, havendo inércia por parte do órgão ministerial 
inicialmente incumbido de promover a ação penal, outro órgão oficial seria então incumbido dessa missão. 
Exemplo: artigo 2º, § 2º, do DL 201/67 e artigo 27 da Lei 7.492/86; 
d) Ação penal indireta: aquela em que o MP assume a ação privada subsidiária da pública; 
e) Ação penal secundária: crimes primariamente processados mediante ação penal privada e, 
secundariamente, por ação penal pública. Exemplo: crime contra honra do funcionário público (Súmula 
714/STF); 
f) Ação penal adesiva: existem duas vertentes -1) propositura da ação penal privada pelo MP, nos casos em 
que vislumbre interesse público; b) nos casos de conexão ou continência entre um delito que desafia ação 
penal pública e outro de ação penal privada. Trata-se de um litisconsórcio facultativo entre MP e ofendido 
nos crimes conexos. 
g) Ação penal popular: habeas corpus e ação de crime de responsabilidade. Em verdade, não se trata de 
ações penais propriamente ditas. 
 
Condição de procedibilidade 
(condição da ação) 
Condição objetiva de punibilidade 
Ligada ao direito processual Ligada ao direito material 
São condições necessárias ao regular 
exercício do direito de ação. Podem ser 
genéricas ou específicas 
Condição exigida pelo legislador para que o fato se 
torne punível, e que está fora do injusto culpável. 
Chama-se objetiva porque independe do dolo ou da 
culpa do agente. Encontra-se entre o preceito primário 
e secundário da norma penal incriminadora, 
condicionando a existência da pretensão punitiva do 
Estado. 
- Se a ausência for verificada no início do 
processo - rejeição da peça acusatória 
- Se a ausência for verificada durante o 
processo - aplica o CPC de maneira 
subsidiária e gera a extinção do processo 
sem julgamento do mérito. 
Se não ocorre o implemento da condição, não há 
fundamento de direito para o ajuizamento de uma ação 
penal 
Só vai haver formação de coisa julgada 
formal. 
Decisão fará coisa julgada formal e material. 
 
 
COMPETÊNCIA 
- Teoria do resultado: a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, 
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. Não sendo conhecido o 
lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. 
 
58 
 
#EXCEÇÕES: no JECRIM aplica-se a teoria da atividade (a competência será do lugar da ação ou omissão). 
Por sua vez, na ação penal privada, a competência será do lugar da infração ou do domicílio do réu (foros 
concorrentes). Também há a exceção nos casos de crime contra vida, em que a competência será 
determinada pela teoria da ATIVIDADE. Assim, no caso de crimes contra a vida (dolosos ou culposos), se os 
atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em outro, a competência para julgar o 
fato será do local onde foi praticada a conduta (local da execução). 
- Conexão: casos de concurso de pessoas (conexão intersubjetiva); infrações praticadas para facilitar ou 
ocultar outras (conexão objetiva ou teleológica); prova de uma infração influir na prova de outra (conexão 
instrumental ou probatória). Gera unidade de processo e julgamento. 
- Continência: casos de pessoas acusadas pela mesma infração (continência por cumulação subjetiva) e casos 
de concurso formal de delitos, aberratio ictus e aberratio criminis com duplo resultado (continência por 
cumulação objetiva). Gera unidade de processo e julgamento. 
- Competência em crime continuado: prevenção. 
- Competência em casos de conexão e continência: crime mais grave -> maior número de infrações -> 
prevenção. 
- Súmula 235 STJ: a conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado. 
- Separação facultativa dos processos: quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de 
tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a 
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. 
- Separação obrigatória dos processos: se houver concurso entre a jurisdição comum e a militar; se houver 
concurso entre a jurisdição comum e o juízo de menores (ECA); se sobrevier doença mental em relação a um 
corréu; se houver corréu foragido; se não houver número mínimo de jurados no tribunal do júri (estouro de 
urna). 
- Infrações ocorridas em navios ou aeronaves: serão julgadas pela Justiça Federal. Viagens nacionais 
(competência do lugar em que o avião ou navio parar primeiro após a consumação do crime); Viagens 
Internacionais (competência do local de saída ou do de chegada). 
- Navios e aeronaves de natureza pública: integram o Brasil independente de onde estejam. 
- Navios e aeronaves de natura privada: a) bandeira brasileira (quando estiverem transitando território 
nacional e alto mar), b) bandeira estrangeira (apenasquando estiverem transitando o território nacional). 
- Competência material em razão da pessoa (ratione personae):foro por prerrogativa de função. 
#COLANARETINA #VAICAIR 
TABELA FORO PRIVILEGIADO 
CF EXECUTIVO LEGISLATIVO JUDICIÁRIO OUTRAS 
 
STF 
(Art. 102 da CF) 
1. Presidente 
2. Vice-Presidente 
1. Senadores 
2. Deputados 
Federais 
Membros dos 
Tribunais 
Superiores: 
1. MPU (PGR); 
2. TCU; 
 
59 
 
 
- Juiz estadual que praticar crime federal: julgado no TJ. 
- Renúncia ao mandato na iminência do julgamento caracteriza abuso do direito de defesa, e será 
desconsiderada para efeito do deslocamento da competência (STF). 
- A competência do TJ e do TRF é excepcionada pela competência do TRE para julgamento dos crimes 
eleitorais. O mesmo não ocorre com o STF e com o STJ, que aglutinam competência para julgar infrações 
eleitorais. 
- O julgamento de contravenções penais será sempre da justiça estadual. A única exceção diz respeito aos 
réus que possuem foro por prerrogativa na JF. Assim, alguém que tenha foro por prerrogativa de função no 
TRF, caso pratique alguma contravenção, será julgado no TRF e não ao TJ. 
- Foro por prerrogativa X deslocamento: as autoridades com foro por prerrogativa no TJ ou no TRF, ao 
praticarem crime fora do Estado ou da região, serão julgadas no seu tribunal de origem. 
- Foro por prerrogativa X Júri: autoridades com foro por prerrogativa na CF não vão a júri, pois serão julgadas 
no seu Tribunal de origem. O mesmo não ocorre quando o privilégio é estabelecido apenas na Constituição 
Estadual (Súmula 721 - STF). 
 
3. Ministros de 
Estado. 
4. Chefe da AGU 
5. Chefe da Casa 
Civil 
6. Controlador 
Geral da União 
7. Presidente do 
BACEN 
1. STF 
2. STJ 
3. TST 
4. TSE 
5. STM 
3. Comandante das forças 
armadas; 
4. Chefes em missão 
diplomática permanente. 
 
STJ 
(Art. 101 da CF) 
Governadores Ninguém 
Membros dos: 
Tribunais 
Estaduais e 
Federais 
1. MPU (membros que 
atuam no Tribunal – 
chamados de procuradores 
regionais); 
2. Os conselheiros do 
Tribunal de contas do 
Estado; 
 
TJ 
Prefeitos 
(Art. 29, X, CF) 
Deputados 
Estaduais 
Juízes 
Estaduais de 1º 
Grau 
Todos os membros do MP 
Estadual 
(Promotor/Procurador). 
TRF 
(Art. 108 da CF) 
Prefeitos 
(Súmula 702 – STF) 
Deputados 
Estaduais 
Juízes Federais 
de 1º Grau 
Membros do MPU (1º Grau) 
 
60 
 
#OLHAOGANCHO: o Júri prevalece sobre os demais órgãos, julgando os crimes dolosos contra a vida e 
todas as infrações comuns eventualmente conexas. 
- Justiça Especial prevalece sobre a comum. Exceção: justiça militar. Não se aplicam as regras de conexão e 
continência (caso de separação obrigatória de processos). 
- Órgãos da mesma justiça e de mesma hierarquia concorrendo: 1ª) prevalece o juiz que atua no local da 
consumação do crime mais grave (o que vale é a pena em abstrato); 2ª) se os crimes têm a mesma gravidade, 
prevalece o juiz que atua no local da consumação do maior número de infrações; 3ª) por sua vez, se os delitos 
têm a mesma gravidade e a mesma quantidade por comarca, prevalece o juiz prevento. 
- Reunidos então os processos (os de competência comum e o de pequeno potencial ofensivo), o juiz 
competente para atuar no julgamento do crime comum deve zelar pela aplicação dos institutos da transação 
penal e da composição dos danos civis, ao crime de pequeno potencial ofensivo. 
- Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material 
pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por 
meio da rede mundial de computadores (internet). 
- Para que o crime de tráfico internacional de drogas seja julgado pela Justiça Federal deve atender aos 
seguintes requisitos: que o crime esteja previsto em Tratado ou Convenção Internacional e a execução seja 
iniciada no País, além da internacionalidade territorial do resultado relativamente à conduta delituosa. 
- Estelionato: competência no caso em que o prejuízo ocorreu em local diferente da obtenção da vantagem. 
O crime se consuma no momento da obtenção da vantagem indevida, ou seja, no instante em que o valor é 
depositado ("cai") na conta corrente do autor do delito, passando, portanto, à sua disponibilidade. 
- Art.125, § 4º, CF: compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes 
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do 
júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente 
dos oficiais e da graduação das praças. 
 
 
 
#SURRADESÚMULAS: 
Competência estadual: 
- Súmula 38-STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituiçãode 1988, o processo por 
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento debens, serviços ou interesse da União ou de suas 
entidades. 
- Súmula 73-STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de 
estelionato, da competência da Justiça Estadual. 
- Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de 
documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. 
 
61 
 
- Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado 
mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente 
lesão à autarquia federal. 
- Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure 
como autor ou vítima. 
- Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em 
razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado documento público, não importando a qualificação do 
órgão expedidor. 
- Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça 
Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. 
- Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos 
crimes contra a economia popular. 
 
Competência federal: 
- Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de 
competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do Código de Processo Penal. 
- Súmula 147-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário 
público federal, quando relacionados com o exercício da função. 
- Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de 
passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou. 
- Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita 
a prestação de contas perante órgão federal. 
- Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e 
incorporada ao patrimônio municipal. 
- Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via 
postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
- Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos 
crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de 
Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha 
do Brasil. 
 
PROVAS 
- Interrogatório do réu: meiode prova x meio de defesa (STF). 
- Momento do interrogatório: julgamento do HC 127900/AM, em 3/3/2016 (Info 816), o STF decidiu que a 
realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme o art. 400 do CPP, é aplicável no âmbito 
de processo penal militar. A realização do interrogatório ao final da instrução criminal, prevista no art. 400 
do CPP, na redação dada pela Lei nº 11.719/2008, também se aplica às ações penais em trâmite na Justiça 
 
62 
 
Militar, em detrimento do art. 302 do Decreto-Lei nº 1.002/69. Em relação à Lei de Drogas, não se manifestou 
de forma expressa, mas apenas em obter dictum, no sentido de que o interrogatório deveria ser feito 
apenas ao final da instrução. 
#CUIDADO: na prova vocês devem observar se o enunciado se reporta ao dispositivo legal ou ao 
entendimento jurisprudencial. 
- Exame do corpo de delito: pode ser suprido pela prova testemunhal, mas não pela confissão. 
 
- Interrogatório por videoconferência: a) prevenir risco à segurança pública (suspeita que integre 
organização criminosa ou que possa fugir); b) viabilizar a participação do réu no ato quando houver 
dificuldade de comparecimento ao juízo (enfermidade ou circunstância pessoal); c) impedir influência do 
réu no ânimo da testemunha ou vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por 
videoconferência; d) responder à gravíssima questão de ordem pública. 
- Provas cautelares: são aquelas provas que correm o risco de desaparecer em razão do tempo. Nesses 
casos, coleta-se cautelarmente a prova, mas o contraditório será postergado para a instrução probatória. 
Em regra, dependem de autorização judicial. Exemplo: interceptação telefônica autorizada no curso da 
investigação. 
- Provas não repetíveis: É aquela prova que não pode ser novamente produzida, devido ao 
desaparecimento, destruição ou perecimento. Exemplo: perícia realizada na vítima de uma lesão corporal 
leve que tende a desaparecer em poucos dias. Aqui, o contraditório também será diferido/postergado. 
-Provas antecipadas: São produzidas com observância ao contraditório, perante o magistrado, porém em 
momento distinto daquele que previsto pela lei, inclusive na fase investigatória. Exemplo: depoimento ad 
perpetuam rei memoriam (art. 225, CPP) e a produção de provas prevista no art. 366, do CPP. 
- Sistemas de valoração da prova: sistema da prova tarifada (resquícios no CPP – certidão de óbito para 
comprovar a morte); sistema da íntima convicção (tribunal do júri); sistema do livre convencimento 
motivado (regra geral) 
- Prova ilícita: aquela que viola garantia consagrada em norma constitucional ou legal. Pode ser utilizada 
para absolver, mas não para condenar. Devem ser desentranhadas do processo. 
 
Teoria da prova ilícita: 
Teoria da exclusão da ilicitude da prova 
Preceitua que se devem aplicar as excludentes de 
ilicitude catalogadas no art. 23 do CP, para justificar a 
conduta de quem produz a prova ilícita. 
Teoria dos frutos da árvore envenenada 
ou da prova ilícita por derivação 
Por esta teoria, as provas que derivam de uma ilícita 
também serão consideradas ilícitas por derivação, 
afinal o vício é material, já que a sua fonte é 
imprestável. 
 
Teoria da descoberta inevitável 
Configura-se como exceção à regra da exclusão da 
prova ilícita. 
Caso se demonstre que a prova derivada da ilícita 
seria produzida de qualquer modo, independente da 
 
63 
 
prova ilícita originária, tal prova deve ser considerada 
válida. 
 
Teoria da descoberta independente 
Também se configura como exceção da regra da 
exclusão da prova ilícita. 
Se os elementos de informação forem adquiridos de 
fonte autônoma, que não guarde qualquer relação de 
dependência, nem decorra de prova ilícita, tais dados 
probatórios são admissíveis. 
Teoria do encontro fortuito de provas 
É o encontro fortuito de provas. Assim, se durante a 
diligência probatória, for acidentalmente descoberta 
outra prova, em regra, ela será aproveitada, desde que 
não exista desvio de finalidade na diligência. 
Assemelha-se com a Doutrina da visão aberta. 
Doutrina da visão aberta 
Também se configura como exceção da regra da 
exclusão da prova ilícita. 
É legítima a apreensão de elementos probatórios 
quando, a despeito de não se tratar da finalidade 
prevista no mandado de busca e apreensão, o objeto 
da apreensão é encontrado à plena vista do agente 
policial. Deve ocorrer de maneira casual. 
 
#CUIDADO: quando o art. 157, § 2º, faz menção à fonte independente, quis, na verdade, trazer o conceito 
da limitação da descoberta inevitável. 
-Depoimento sem dano (INFO 556, STJ): admite-se nos casos de crime contra a dignidade sexual contra 
criança ou adolescente; não gera nulidade o fato de o advogado/Defensor, Juiz e Promotor não estarem 
presente fisicamente (acompanham, simultaneamente, por sistema de vídeo); é possível ainda que antes 
da fase judicial; não tem previsão legal expressa (Recomendação 33/2010 - CNJ) 
- Súmula 455 - STJ: a decisão que determina a produção antecipada de provas com base no artigo 366 do CPP 
deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo. 
 
PRISÃO/MEDIDAS CAUTELARES/LIBERDADE PROVISÓRIA 
- Espécies de Flagrante: 
Art. 302, CPP: 
a) flagrante próprio ou real: aquele em que o agente está cometendo a infração penal ou que acaba de 
cometê-la; 
 
64 
 
b) flagrante impróprio, irreal ou quase flagrante: aquele que o agente é perseguido, logo após, pela 
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
c) flagrante presumido, ficto ou assimilado: aquele em que o agente é encontrado, logo depois, com 
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração; 
Criações doutrinárias e jurisprudenciais: 
a) flagrante preparado ou provocado: um agente provocador induz terceiro à prática do delito, adotando 
precauções para que o crime não se consume. Também chamado de delito putativo por obra do agente 
provocador ou crime de ensaio. Configura crime impossível (Súmula 145/STF: não há crime, quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação). 
b) flagrante retardado ou diferido: é considerado legal e encontra previsão na lei das organizações 
criminosas e lei de drogas. Exemplo: ação controlada (retardamento da intervenção policial, que deve se 
dar no momento mais oportuno sob o ponto de vista da colheita de provas); 
c) flagrante esperado: a autoridade policial limita-se a aguardar o momento da prática do delito. A diferença 
entre o flagrante esperado e o preparado é que no preparado há o agente provocador. É considerado legal; 
d) flagrante forjado ou urdido: cria provas de um delito inexistente. É ilegal. 
- Formalidades do flagrante: 2) comunicar à família, ao juiz e ao MP; b) em 24h enviar os autos ao juiz, 
entregar a nota de culpa e encaminhar cópia do auto à Defensoria (caso não tenha advogado). 
- De acordo com o princípio da homogeneidade, corolário da proporcionalidade, mostra-se ilegítima a prisão 
provisória quando a medida for mais gravosa que a própria sanção a ser aplicada na hipótese de eventual 
condenação. 
- Prisão temporária: só pode ser determinada no inquérito policial e pelo prazo de 5 dias, podendo ser 
prorrogada por mais 5 dias. Nos crimes hediondos, o prazo é de 30 + 30. 
- Requisitos da temporária: a) imprescindível para as investigações; b) réu não possuir residência fixa ou 
não fornecer elementos para sua identificação; c) houver fundadas razões de autoria ou participação nos 
seguintes crimes: homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão, extorsãomediante 
sequestro, estupro, atentado violento ao pudor, rapto violento, epidemia com resultado morte, 
envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte, quadrilha 
ou bando (associação criminosa), genocídio, tráfico de drogas, crime contra o sistema financeiro, crimes 
previstos na Lei de Terrorismo. 
- Prisão preventiva (art. 311 e seguintes): garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, 
instrução do processo penal ou aplicação da lei penal. Só pode ser decretada em crimes dolosos com pena 
superior a 4 anos, reincidentes dolosos (qualquer pena), descumprimentos de medida de protetiva de 
urgência (violência doméstica) ou quando não se identificar civilmente. 
- Juiz não pode conceder de ofício: prisão temporária e prisão preventiva e cautelares diferentes da prisão 
durante o inquérito. 
- Cautelares diversas da prisão: sempre concedidas pelo juiz, salvo a fiança que pode ser arbitrada pelo 
delegado quando a pena máxima do crime for de até 4 anos. 
 
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- Atos infracionais pretéritos podem ser utilizados como fundamento para decretação ou manutenção da 
prisão preventiva, desde que a gravidade haja gravidade específica do ato infracional, o tempo decorrido 
entre o referido ato e o crime seja razoável (não excessivo) e haja comprovação da efetiva ocorrência do 
ato infracional (STJ, Info 585). 
#ATENÇÃO: Não pode servir como maus antecedentes ou reincidência. 
- Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta 
de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto 
em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao 
sentenciado que progride ao regime aberto; d) até que sejam estruturadas as medidas alternativas 
propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado (Info 825 - STF). 
 
- Prisão domiciliar: é um tipo especial de prisão que substitui a preventiva quando estão presentes os 
requisitos dos arts. 312 e 313, mas, por alguma particularidade do acusado, ele não pode se submeter ao 
gravame do cárcere. 
#NOVIDADELEGISLATIVA: Lei nº 13.257/2016 (Marco Legal da Primeira Infância) 
Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: I - maior de 80 (oitenta) 
anos; II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; III - imprescindível aos cuidados especiais 
de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV - gestante; V - mulher com filho de até 12 
(doze) anos de idade incompletos; VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 
12 (doze) anos de idade incompletos 
 
#NÃOCONFUNDA com a prisão domiciliar prevista na Lei de Execuções Penais. 
Art. 117, LEP - Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular 
quando se tratar de: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de doença grave; 
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante. 
 
SENTENÇA 
- A sentença penal absolutória que decidir que o fato imputado ao acusado não constitui crime não impede 
a propositura da ação civil. 
- Limites à fundamentação per relationem (INFO 557, STJ): é admissível a fundamentação per relationem. 
Contudo, é nulo o acórdão que se limita a fazer a fundamentação dessa forma, sem deixar de afastar as 
teses defensivas. Precisa pelo menos transcrever partes do original usado para fundamentar e indicar peças 
concretas. 
- Emendatio Libelli (art. 383, CPP): não há alteração em relação ao fato delituoso, limitando-se o juiz a 
modificar a classificação formulada na peça acusatória, ainda que tenha que aplicar pena mais grave, em 
razão de eventuais equívocos existentes na inicial acusatória. 
- Mutatio libelli: durante o curso da instrução processual, surge uma elementar ou circunstância não contida 
na peça acusatória. Nessa hipótese, a fim de se evitar violação aos princípios da ampla defesa e da 
 
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correlação entre acusação e sentença, deve o MP aditar a peça acusatória, ouvindo-se a defesa no prazo de 
5 dias. Haverá novo interrogatório e oitiva de no máximo 3 testemunhas. Permite uma readequação da 
imputação quando a instrução revela que os fatos realmente ocorridos são distintos dos narrados na inicial. 
Não cabe mutatio na segunda instância. O juiz não poderá reconhecer qualificadoras ou causas de aumento, 
que não tenham sido narradas (nos fatos, pois pode dar capitulação diversa) na denúncia, sem antes aplicar 
o art. 384. 
- Efeito prodrômico da sentença penal: mesmo sendo nula, a sentença continua a fixar o máximo de pena 
que poderá ser aplicada. Proibição do reformatio in pejus. 
- Efeitos automáticos: perda dos instrumentos e produtos do crime, obrigação de reparar o dano e 
suspensão dos direitos políticos. 
- Efeitos não-automáticos: perda do cargo, perda do poder familiar (nos casos de crimes dolosos e com 
pena de reclusão contra descendente), inabilitação para dirigir (crimes de trânsito dolosos). 
NULIDADES 
- Os atos decisórios praticados por um juiz relativamente incompetente serão declarados nulos, todavia, os 
atos instrutórios, os atos de prova, podem ser aproveitados perante o juízo competente (art. 567, CPP). Já 
se a nulidade é ocasionada pela incompetência absoluta, nenhum ato será aproveitado perante o juízo 
competente. 
- Não haverá nulidade quando a defesa não apresenta alegações finais no rito do júri na fase anterior à 
pronúncia, pois constitui faculdade a apresentação dessas alegações, já que a defesa pode, 
estrategicamente, reservar para plenário suas argumentações para não adiantar a tese defensiva que 
pretende utilizar. 
- Súmula 523 - STF: no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só 
o anulará se houver prova de prejuízo para o réu. 
 
RECURSOS 
- RESE (5 dias + 2 para razões): decisão que conclui pela incompetência do juízo; que julga procedentes as 
exceções, salvo a de suspeição (cabe apelação); que envolve fiança; que decreta a prescrição ou outro modo 
de extinção da punibilidade; que concede ou nega HC; que envolve suspensão condicional da pena ou 
livramento condicional; que denega apelação ou a julga deserta; que decide o incidente de falsidade; que 
envolve medida de segurança. 
-Apelação (5 dias + 8 para razões): I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por 
juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos 
não previstos no Capítulo anterior; III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior 
à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados (tribunal 
pode corrigir); c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança (tribunal 
pode corrigir); d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos (haverá novo 
julgamento – aplica-se uma única vez). 
- A apelação é um recurso residual (quando não couber RESE, caberá apelação). 
#ATENÇÃO: A apelação no JECRIM tem prazo de 10 dias. Contra a decisão que rejeita a denúncia de crime 
de menor potencial ofensivo, caberá a interposição de recurso de apelação. 
 
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- Súmula nº 705 - STF: a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, 
não impede o conhecimento da apelação por este interposta. 
- Carta testemunhável (prazo de 48h): I - da decisão que denegar o recurso (salvo denegação de apelação, 
que provoca RESE); II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expediçãoe seguimento para o 
juízo ad quem. 
- Recurso de ofício: I - da sentença que conceder habeas corpus; II - da que absolver desde logo o réu com 
fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena; III - da decisão que 
concede reabilitação. 
-Admitem juízo de retratação: RESE, carta testemunhável, agravo em execução. 
 
- Embargos de declaração: 
#NOVIDADELEGISLATIVA: Nos Juizados Especiais, a oposição de embargos de declaração pode ser feita 
oralmente e INTERROMPE o prazo recursal. O Novo CPC alterou a lei dos juizados especiais, que diziam que 
os embargos de declaração suspendiam o prazo para outros recursos. Agora, não há mais diferença entre 
o regramento dos juizados e do CPC – o prazo é interrompido em ambos. 
- Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o recurso especial não se presta ao exame de 
suposta afronta a dispositivos constitucionais, sob pena de invasão da competência reservada ao Supremo 
Tribunal Federal. 
 
Revisão criminal: 
- Legitimados: réu ou seu procurador e, em caso de morte, seu cônjuge/ascendente/descendente/irmão. MP 
não é legitimado, somente a defesa. 
- Competência: tribunal 
- A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. Trata-se de 
instrumento exclusivo da defesa. MP pode impetrar HC. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
CPP JUIZADO 
Prazo de 2 dias Prazo de 5 dias 
Hipóteses de cabimento: Obscuridade, 
Contradição, Omissão, Ambiguidade. 
Hipóteses de cabimento: 
Novo CPC: obscuridade ou contradição; omissão; 
erro material. 
Antes do Novo CPC: obscuridade, contradição, 
omissão e dúvida. 
Interrupção do prazo recursal 
Agora: interrompe (art. 50 alterado pelo Novo CPC) 
Antes: contra sentença, suspendia; contra acórdão, 
interrompia. 
 
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- A doutrina admite revisão criminal em face da sentença absolutória imprópria, já que, a despeito de não se 
tratar de sentença condenatória (como exige o art. 621 do CPP), trata-se de sentença com efeitos, por vezes, 
mais graves que os de uma sentença condenatória, pois se aplica medida de segurança ao “absolvido”. 
- Assim, aquele que foi absolvido mediante sentença absolutória imprópria TEM INTERESSE DE AGIR para o 
manejo da revisão criminal, pois eventual decisão favorável trará algum benefício ao requerente. 
- A revisão criminal se presta às hipóteses taxativas do art. 626 do CPP: "Julgando procedente a revisão, o 
tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo." 
- O STJ decidiu que o Tribunal pode, a qualquer momento e de ofício, desconstruir acórdão de revisão criminal 
que, de maneira fraudulenta, tenha absolvido o réu, quando, na verdade, o posicionamento que prevaleceu 
na sessão de julgamento foi pelo indeferimento do pleito revisional. 
 
 
 
HABEAS CORPUS 
- Dosimetria da pena e negativa de autoria não são aferíveis por meio de HC, em razão das restrições ao 
exame fático e probatório. 
- Súmula 395 - STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das 
custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção. 
- Súmula 606 - STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do 
plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso. 
- Súmula 693 - STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a 
processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
- Súmula 695 - STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
- Súmula 208 - STF: O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão 
concessiva de "habeas corpus". 
- O habeas corpus não é meio processual adequado para o apenado obter autorização de visita de sua 
companheira no estabelecimento prisional (Info 827 - STF). 
- Pena de suspensão do direito de dirigir veículo automotor: não cabe Habeas Corpus (INFO 550 - STJ). 
- Não cabe HC para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio praticado na direção 
de veículo automotor (Info 826 - STF). 
- Pessoa sem ter capacidade postulatória que impetra um HC e este é negado, poderá ingressar com recurso 
contra a decisão? Info 747 – STF: 1ª Turma do STF: SIM; 2ª Turma do STF e STJ: NÃO. 
#CONSOLIDAÇÃODEENTENDIMENTO:NÃO é cabível habeas corpus em face de decisão monocrática 
proferida por Ministro do STF. STF. Plenário. HC 105959/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão 
Min. Edson Fachin, julgado em 17/2/2016 (Info 814). 
 
 
69 
 
TRIBUNAL DO JÚRI 
- Sentença da 1ª Fase: 
1) Pronúncia (RESE): prova da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de 
participação. A fundamentação da sentença de pronúncia deve especificar as qualificadoras e causas de 
aumento. Não faz coisa julgada material (direito material), embora opera-se a preclusão (direito 
processual). 
- Conteúdo da pronúncia: 
a) Pode constar na pronúncia: a classificação do delito, suas qualificadoras e as causas de aumento previstas 
na parte especial do Código Penal. É possível, ainda, mencionar os tipos penais por extensão, como a 
existência de concurso de pessoas, da tentativa ou de omissão relevante. 
b) Não pode constar na pronúncia: as agravantes e atenuantes, as causas de diminuição (com exceção da 
tentativa), a existência de concurso de crimes, a exclusão de qualificadoras (salvo se estas forem 
absolutamente improcedentes). 
2) Desclassificação (RESE): crime não é de competência do tribunal do júri. É encaminhado para o juiz 
competente para instrução e julgamento. 
3) Impronúncia (Apelação): não há prova do crime ou inexistentes indícios suficientes de autoria. Faz coisa 
julgada formal. Trata-se de decisão interlocutória mista terminativa. 
4) Absolvição Sumária (Apelação):Atipicidade; Prova da inexistência dos fatos; Prova de que o réu não é 
autor dos fatos; Provada causa de isenção de pena; Provada causa de exclusão de crime (excludentes de 
ilicitude e culpabilidade). 
#MACETE: Rese, Pronúncia e Desclassificação começam todas com consoante; Apelação, Impronúncia e 
Absolvição sumária todas começam com vogal. 
 
#OLHAOGANCHO: o recurso de apelação das decisões do júri é vinculado. Isto significa que o julgamento 
da apelação fica condicionado aos motivos da sua interposição. 
- Súmula 713 - STF: o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da 
sua interposição. 
Hipóteses de desaforamento: Imparcialidade dos jurados; Motivos de ordem pública; Falta de segurança 
para o acusado; Não realização da sessão de julgamento em até 6 meses da data da pronúncia, salvo se a 
demora decorrer da própria defesa. 
- Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: I - à decisão de 
pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de 
algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; II - ao silêncio do 
acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo. 
- Citação por edital: a) antes da Lei 9271/96: citado por edital e não suspendia o processo (revel); b) após a 
Lei 9271/96: citado por edital e suspende o processo e o prazo prescricional. 
 
70 
 
- Intimação por edital: a) antes da Lei 11689/08: processo era “paralisado” (“crise de instância”); b) após a 
Lei 11689/08: intimação por edital e sequência (sem suspender, sem crise de instância). 
- Não se aplica aos crimes anteriores à Lei 9271/96: réu revel. Se aplica aos posteriores. 
- Juntada de novo documento (Info 537, STJ): juntada com antecedênciade 03 dias, sob pena de nulidade 
do Julgamento. 
- Ausência de testemunha arrolada no plenário do Júri (Info 538, STJ): redesignação do julgamento por falta 
de testemunha, somente se intimada com cláusula de imprescindibilidade ou se intimada em endereço 
errado, diverso do fornecido pela defesa. 
- Serão quesitadas as causas de aumento, de diminuição e qualificadoras. Em relação às circunstâncias 
agravantes e atenuantes, o juiz-presidente proferirá sentença considerando apenas aquelas alegadas nos 
debates. 
- Anulação da sentença de pronúncia por excesso de linguagem (Info 561, STJ): reconhecida a eloquência 
acusatória da decisão de pronúncia, o Tribunal deve anular a decisão de pronúncia e os atos posteriores. 
Não basta o desentranhamento e envelopamento da decisão. É necessário que outra seja prolatada no 
seu lugar, para que uma cópia seja entregue aos jurados. 
- Caso o Tribunal de Justiça, em sede de apelação, determine a realização de novo júri em razão do 
reconhecimento de que a decisão dos jurados fora manifestamente contrária à prova dos autos, não é 
possível que se conceda às partes o direito de inovar no conjunto probatório mediante a apresentação de 
novo rol de testemunhas a serem ouvidas em plenário.

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