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Paracetamol- Farmacologia básica

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Paracetamol 
 
O paracetamol é o metabólito ativo da fenacetina. 
 
O paracetamol eleva o limiar ao estímulo doloroso, exercendo assim um efeito 
analgésico contra a dor devido a uma variedade de etiologias. O paracetamol está 
disponível sem prescrição e é utilizado como analgésico doméstico comum por crianças 
e adultos. O fármaco também está disponível em combinações de doses fixas contendo 
analgésicos narcóticos e não narcóticos (incluindo AAS e outros salicitos), barbitúricos, 
cafeína, medicamentos para cefaleia vascular, soníferos, medicamentos para dor de 
dente, anti-histamínicos, antitussígenos, descongestionantes, expectorantes, 
preparações para resfriados e gripes e tratamento para dor de garganta. O paracetamol 
é bem tolerado; entretanto, a superdosagem – da qual 2/3 dos casos são 
intencionalmente induzidos – pode causar lesão hepática grave; resulta em quase 80 
mil atendimentos na emergência e 30 mil internações anualmente nos EUA. A dose 
máxima de paracetamol recomendada pela PDA é de 4 g/dia. 
 
Mecanismo de ação 
O paracetamol possui efeitos analgésicos e antipiréticos semelhantes aos do AAS, 
porém apenas efeitos anti-inflamatórios fracos. Trata-se de um inibidor não seletivo da 
COX, que atua no sítio peróxido da enzima, sendo, portanto, distinto entre os AINE. A 
presença de altas concentrações de peróxidos, confirme observado em locais de 
inflamação, diminui a sua atividade inibitória da COX. 
 
ADME 
O paracetamol oral tem excelente biodisponibilidade. Ocorrem concentrações 
plasmáticas máximas em 30 a 60 min, e a meia vida no plasma é de cerca de 2h. O 
paracetamol distribui-se modo relativamente uniforme por todos os líquidos corporais. 
A ligação do fármaco às proteínas plasmáticas é variável, porém menor que a dos 
outros AINE. Cerca de 90 a 100% do fármaco podem ser recuperados na urina no 
primeiro dia de uso terapêutico, primariamente após conjugação hepática com o ácido 
glicurônico (~ 60%), o ácido sulfúrico (~35%) ou cisteína (~3%); metabólitos 
hidroxilados e desacetilados já foram detectados em pequenas quantidades. As 
crianças têm menor capacidade de glicuridação do fármaco quando comparadas com 
adultos. Uma pequena proporção do paracetamol sofre N-hidroxilação mediada por 
CYP para formar NAPQI, um intermediário altamente reativo. Esse metabólito 
normalmente reage com grupos sulfidrila da GSH, tornando-se assim, inócuo. 
Entretanto, após a ingestão de altas doses de paracetamol, o metabólito é formado em 
quantidades suficientes para provocar a depleção da GSH hepática, contribuindo 
significativamente para os efeitos tóxicos da superdosagem. 
 
Usos terapêuticos 
O paracetamol é adequado para uso como analgésico ou antipirético; é particularmente 
valioso em pacientes para os quais o AAS está contraindicado. A dose oral 
convencional de paracetamol é de 325 a 650 mg a cada 4 a 6 horas; as doses diárias 
totais não devem exceder 4g (2g/dia para alcoolistas crônicos). As doses únicas para 
crianças de 2 a 11 anos de idade dependem da idade e do peso; não se deve adm. 
Mais do que 5 doses em 24h. Dispõe-se de uma preparação injetável. É preciso atenção 
especial devido à disponibilidade de uma ampla variedade de medicamentos com 
múltiplos ingredientes isentos ou não de prescrição que representam fontes 
sobrepostas potencialmente tóxicas de paracetamol. 
 
Efeitos adversos e toxicidade 
O paracetamol geralmente é bem tolerado. As doses terapêuticas de paracetamol não 
têm nenhum efeito clinicamente relevante sobre os sistemas cardiovascular e 
respiratório, as plaquetas ou a coagulação. Os efeitos adversos GI são menos comuns 
do que com doses terapêuticas de AINE. Em certas ocasiões, ocorrem exantema e 
outras reações alérgicas; todavia, algumas vezes, são mais graves e podem ser 
acompanhadas de febre e lesões da mucosa. Os pacientes que apresentam reações 
de hipersensibilidade aos salicilatos apenas raramente exibem sensibilidade ao 
paracetamol. O efeito adverso agudo mais grave da superdosagem de paracetamol 
consiste em necrose hepática.

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