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1 Marcela Oliveira – Medicina 2020 – + CONCEITUAR INTOXICAÇÃO E ENTENDER INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA. Medicamento é o produto farmacêutico elaborado com a finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnostico, sendo responsáveis por parte significativa do aumento da expectativa e qualidade de vida do paciente. Porem, os mesmos tem a capacidade de gerar danos à saúde do paciente podendo culminar em óbito. Entre os países mais consumidores de medicamentos, o Brasil ocupa a quinta posição, sendo o primeiro lugar na América Latina (2016). O uso desnecessário assim como a utilização de medicamentos em situações contraindicadas, pode trazer sérios danos à saúde como intoxicações medicamentosas. Geralmente as intoxicações são originadas devido à ingestão de dosagens elevadas dessas substancias, podendo ser uma exposição acidental, abuso, tentativa de suicídio ou homicídio. O alto índice de intoxicações medicamentosas é explicado devido à proliferação de farmácias que facilitam o acesso de forma indiscriminada ao medicamento, erros de prescrição médica aliada a uma fragilidade nas medidas preventivas e da capacidade de fiscalização e controle por parte das autoridades, bem como a pratica da automedicação, levando ao uso irracional dos medicamentos. As crianças de 1 a 4 anos são as maiores vitimas das intoxicações causadas por medicamentos. E os jovens adultos de 20 a 29 anos constituem a segunda faixa etária mais vulnerável. Esse fato pode ser justificado por alguns fatores como: a curiosidade durante essa fase do desenvolvimento e a falta de noção de perigo; a falta de uma politica de desenvolvimento de medicamentos específicos para este grupo e a falta de informação dos responsáveis a respeitos dos medicamentos e principalmente da automedicação. Entre as crianças, a principal causa determinante da intoxicação é a acidental. Sendo as classes mais frequentemente envolvidas: descongestionantes nasais, analgésicos, broncodilatadores, anticonvulsivantes. Já nos adultos o tipo de exposição é a intencional/suicida, principalmente com as classes dos: benzodiazepínicos, anticonvulsivantes, antidepressivos e analgésicos. Interações medicamentosas são tipos especiais de respostas farmacológicas em que os efeitos de um ou mais medicamentos são alterados pela administração simultânea ou anterior de outros ou ainda pela administração concorrente com alimentos. As respostas decorrentes da interação podem acarretar potencialização do efeito terapêutico, redução da eficácia, 2 Marcela Oliveira – Medicina 2020 aparecimento de reações adversas com distintos graus de gravidade ou ainda, não causar nenhuma modificação no efeito desejado do medicamento. Portanto, a interação entre medicamentos pode ser benéfica, causar respostas adversas ou apresentar pequeno significado clinico. As interações benéficas são abordagens fundamentais em diversas patologias. No tratamento da hipertensão arterial severa, a combinação de medicamentos com mecanismos de ação diferente promove a redução mais eficiente da pressão sanguínea. Na quimioterapia antineoplasica associação de antagonistas serotoninérgicos e dopaminérgicos esta recomendada para minimizar o quadro de náusea e vomito. Em contrapartida, as interações adversas podem acentuar os efeitos indesejados dos medicamentos. Como por exemplo, uma associação de amino glicosídeos e bloqueadores musculares podem desencadear uma paralisia respiratória ou ainda a coadministração de álcool e barbitúricos pode conduzir o paciente ao estado de coma. Além disso, os fatores relacionados ao individuo como idade, genética, estado físico, tipo de alimentação e administração do medicamento (via, dose..) influenciam na resposta ao tratamento. Os medicamentos podem interagir durante o preparo, no momento da absorção, distribuição, metabolização, eliminação ou na ligação ao receptor farmacológico. 1. Interação Farmacêutica (ou Impompatibilidade) São interações do tipo físico-químicas que ocorrem quando dois ou mais medicamentos são administrados na mesma solução ou mesmo recipiente, e o produto torna-se capaz de inviabilizar a terapêutica. Acontece fora do organismo, durante o preparo e a administração de medicamentos parentais, resultando em precipitação ou turvação da solução, mudança de coloração do medicamento ou inativação do principio ativo. No cotidiano os medicamentos que requerem infusão contínua são os mais susceptíveis as interações farmacêuticas. 2. Interação Farmacocinética Essas interações interferem no perfil farmacocinético do medicamento, podendo afetar o padrão de absorção, distribuição, metabolização ou excreção. Ira ocorrer modificação da magnitude e duração do efeito, mas a resposta final do medicamento é preservada. Interações que modificam a absorção Absorção é o processo de transferência do medicamento do local de administração para a corrente sanguínea. Medicamentos com ações anticolinérgicas como a atropina e seus derivados, os antidepressivos tricíclicos, os analgésicos opioides que inibem a motilidade do TGI tendem a reduzir a absorção dos agentes co-administrados. Por outro lado, os laxativos, antagonistas dopaminérgicos como a metoclopramida, a 3 Marcela Oliveira – Medicina 2020 domperidona e o haloperidol tendem a aumentar a absorção de outros medicamentos, porque aceleram o TGI. Em relação à administração de antiácidos com outros medicamentos é algo controverso, pois estes podem alteram o pH gástrico e podem aumentar ou diminuir a absorção. Interações que modificam a distribuição Distribuição consiste no deslocamento do medicamento da circulação sistêmica para os tecidos. Medicamentos que produzem grande afinidade pelas proteínas plasmáticas quando associados com outros podem agir como deslocadores e aumentar a concentração sérica (livre) do segundo. Por exemplo, a aspirina e fenilbutazona quando administradas concomitantemente com o warfarin eleva a concentração sérica do anticoagulante. Interações que modificam a metabolização Na metabolização, os medicamentos são transformados pelas enzimas microssomais hepáticas em frações menores, hidrossolúveis. As interações que ocorrem nesta fase são medidas por medicamentos com capacidade de inibirem ou induzirem o sistema enzimático. A inibição enzimática de sistemas como do citocromo p450, das colinesterases e monoaminoxidades (MAO) acarreta lentificação da biotransformação do próprio medicamento e de outros que tenham sido administradas simultaneamente. A consequência desse atraso é um tempo maior de ação farmacológica do agente, o que é algo indesejado. Já a classe dos indutores enzimáticos aumenta a metabolização de outros agentes e reduzem os níveis plasmáticos. Os mais utilizados na terapêutica são os barbitúricos (fenobarbital), os corticosteroides (cortisol, prednisona), a carbamazepina, a fenitoina, a rifampicina. Algumas associações com indutores podem gerar sérios problemas, como por exemplo, o risco de gravidez em mulheres que recebem simultaneamente a fenitoina e contraceptivo. Interações que modificam a excreção A maioria dos medicamentos é eliminada quase totalmente pelos rins. Dessa forma, a taxa de excreção de vários agentes pode ser modificada através de interações ao longo do nefron. Alterações de pH urinários, competição de medicamentos no túbulo proximal são alguns mecanismos que pode prolongar ou diminuir o tempo de ação dos medicamentos. 3. Interação farmacodinâmica Essa interação causa modificação do efeito bioquímico ou fisiológico do medicamento. Geralmente ocorre no local de ação dos medicamentos (receptores farmacológicos)ou através de mecanismos bioquímicos específicos sendo capaz de causar efeitos semelhantes (sinergismo) ou opostos (antagonistas). Sinergismo É um tipo de resposta farmacológica obtida a partir da associação de dois ou mais medicamentos cuja resultante é maior do que os efeitos isolados de cada um. Pode ocorrer com medicamentos que possuem os mesmos mecanismos de ação (aditivos), que agem por diferentes modos (somação) ou com aqueles que atuam em diferentes receptores farmacológicos (potenciação). Dessas associações podem surgir efeitos terapêuticos ou tóxicos. Os tóxicos são frequentes nas combinações de medicamento com toxicidade nos mesmo 4 Marcela Oliveira – Medicina 2020 órgão, como por exemplo: aminoglicosideo e vancomicina (nefrotoxidade) ou corticoesteroides e AINES (ulceração gástrica). Antagonismo Nesses casos a resposta farmacológica de um medicamento é suprimida ou reduzida na presença de outro, muitas vezes pela competição destes pelo mesmo sitio receptor. Algumas dessas interações que podem gerar uma resposta benéfica é a utilização do Naloxone (antagonista opioide) nos quadros de depressão respiratória causados pela morfina. Ou causar efeitos de ineficácia, como a associação do propranolol (bloqueador de receptores b) e do salbutamol (agonista de receptores b). Na pratica, todos os indivíduos submetidos à terapia farmacológica com dois ou mais medicamentos estão expostos aos efeitos das interações adversas, mas determinados grupos são mais susceptíveis, por exemplo: os idosos, portadores de doenças crônicas, usuários de dispositivos para infusão de medicamentos IV ou SE. Os medicamentos precipitadores são capazes de arremessar outros agentes para fora do local de ação original e assim afetar o efeito farmacológico desejado. Nesse grupo estão os indutores e inibidores enzimáticos, os que se ligam a proteínas plasmáticas (aspirina, fenilbutazona e sulfonamidas) e os que alteram a função renal (furosemida e probenecida). Os medicamentos alvo são aqueles que possuem curva dose-resposta com inclinação abrupta, cuja alteração na dose (mesmo pequena) causa grande modificação no efeito. CARACTERIZAR A INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA E REAÇÃO ADVERSA DOS INIBIDORES DA MAO, METRONIDAZOL, CIMETIDINA, AMINOFILINA, VARFARINA, OMEPRAZOL E CLOPIDOGREL. METRONIDAZOL O metronidazol está indicado no tratamento de giardíase, amebíase, tricomoníase, vaginites por Gardnerella vaginalis e infecções causadas por bactérias anaeróbias como Bacteroides fragilis e outros bacteróides, Fusobacterium sp, Clostridium sp, Eubacterium sp e cocos anaeróbios. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Dissulfiram (tratamento do alcoolismo crônico): aumenta o risco de reações psicóticas agudas. Álcool: não devem ser ingeridos durante o tratamento com metronidazol e no mínimo 1 dia após o mesmo, devido à possibilidade de reação do tipo dissulfiram (efeito antabuse), com aparecimento de rubor, vômito e taquicardia. Terapia com anticoagulante oral (tipo varfarina): aumenta o risco hemorrágico. Lítio: os níveis plasmáticos de lítio podem ser aumentados pelo metronidazol. Ciclosporina: aumenta o efeito terapêutico da ciclosporina (imunossupressão). Fenitoína ou fenobarbital: aumento da eliminação de metronidazol, resultando em níveis plasmáticos reduzidos. Bussulfano: os níveis plasmáticos de bussulfano podem ser aumentados pelo metronidazol, o que pode levar a uma severa toxicidade do bussulfano. 5 Marcela Oliveira – Medicina 2020 REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS Dor epigástrica, náusea, vômito, diarreia; mucosite oral, alterações no paladar, incluindo gosto metálico, anorexia; rash, prurido, rubor, urticária; cefaleia, convulsões, tontura; confusão e alucinações; alterações visuais transitórias como diplopia e miopia. CIMETIDINA É indicada para tratar úlceras no estômago e intestino; para tratar e prevenir sangramentos das úlceras; em situações onde muito ácido é produzido no estômago, podendo ocorrer sangramento; para tratar azia ou outras condições causadas pelo excesso de ácido no estômago; antes de uma anestesia geral; se você tem síndrome do intestino curto, e você está sofrendo de perda de líquidos ou seu corpo tem problemas em absorver fluidos. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Inibição de certas enzimas do citocromo P450. A inibição dessas enzimas pode resultar em aumento dos níveis plasmáticos de certas drogas, incluindo: varfarina, amitriptilina, lidocaína, diltiazem, fenitoína, teofilina, metoprolol, ciclosporina, tacrolimus e diazepam. Inibição da secreção tubular renal via transporte catiônico orgânico (TCO) de proteínas. Isso pode resultar em aumento dos níveis plasmáticos de certas drogas, incluindo procainamida, quinidina, metformina. Alteração do pH gástrico. A biodisponibilidade de certas drogas pode ser afetada. Isso pode resultar em aumento da absorção do atazanavir ou na diminuição da absorção (por exemplo, de alguns antifúngicos imidazólicos, como cetoconazol, itraconazol ou posaconazol). Efeitos colaterais: diarreia, reações alérgicas, ulcera na boca, infecção na garganta, confusão, febre. AMINOFILINA A aminofilina está indicada para o alívio sintomático da asma brônquica aguda e para o tratamento do broncoespasmo reversível associado com bronquite crônica e enfisema. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Adrenocorticoides, glicocorticoides e mineralocorticoides: O uso simultâneo com a Aminofilina e injeção de cloreto de sódio podem resultar em hipernatremia. Fenitoína, primidona ou rifampicina: O uso simultâneo pode estimular o metabolismo hepático, aumentando a depuração da teofilina. Betabloqueadores: O uso simultâneo pode resultar em inibição mútua dos efeitos terapêuticos; além disso, pode haver diminuição da depuração da teofilina, especialmente em fumantes. Cimetidina, eritromicina, ranitidina ou troleandomicina: O uso simultâneo com as xantinas pode diminuir a depuração hepática da teofilina, resultando em concentrações séricas aumentadas de teofilina e/ou toxicidade. VARFARINA É eficaz na prevenção do tromboembolismo venoso, do embolismo sistêmico em pacientes com prótese de válvulas cardíacas ou fibrilação atrial, do acidente vascular cerebral, do infarto agudo do miocárdio e da recorrência do infarto. Os anticoagulantes orais também estão indicados na prevenção do embolismo sistêmico em pacientes com doença valvular cardíaca. Interação medicamentosa Varfarina e AAS: aumento o risco hemorrágico. https://consultaremedios.com.br/aparelho-respiratorio/asma/c https://consultaremedios.com.br/aparelho-respiratorio/bronquite/c https://consultaremedios.com.br/fenitoina/bula https://consultaremedios.com.br/primidona/bula https://consultaremedios.com.br/rifampicina/bula https://consultaremedios.com.br/cimetidina/bula https://consultaremedios.com.br/eritromicina/bula 6 Marcela Oliveira – Medicina 2020 Varfarina e Amiodarona: aumenta os efeitos hipoprotrombinêmicos (risco de sangramento). Varfarina e AINES/Ciprofloxacino/Doxiciclina/Fenitoina: aumenta o risco hemorrágico. OMEOPRAZOL É um inibidor da bomba de prótons que diminui a quantidade de ácido produzida no estomago. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Omeprazol, varfarina e clopidogrel – O omeprazol (inibidor da bomba de prótons) pode aumentar a ação da varfarina e diminuir a ação do clopidogrel (antitrombóticos). Omeprazol e fenobarbital – O omeprazol usado com fenobarbital (anticonvulsivante) pode potencializar a ação do barbitúrico. Omeoprazol E Sinvastatina – Aumenta o efeito adverso da sinvastatina. Omeoprazol e Metotrexato: aumenta os efeitos tóxicos do metotrexato, podendo ocorrer depressão da MO, náuseas, vomito, dispneia.Omeoprazol e Diazepam/Clonazepam/Midazolam – prolonga os efeitos sedativos e ataxia. Omeoprazol e Cetoconazol: diminui o efeito terapêutico dos antifúngicos. CLOPIDOGREL O bissulfato de clopidogrel é indicado em adultos para a prevenção de eventos aterotrombóticos e tromboembólicos (quadros específicos caracterizados pela formação de um coágulo de sangue no interior de um vaso sanguíneo). Ou seja, ele é um antiplaquetário. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Clopidogrel e AAS: possui um risco hemorrágico Clopidogrel e AINES (Diclofenaco, Ibuprofeno, Naproxeno): possui um risco hemorrágico; + DESCREVER O MECANISMO DE AÇÃO FARMACOLÓGICA DOS ANTITÉRMICOS E ANALGÉSICOS (EX.: PARACETAMOL E DIPIRONA). O paracetamol (ou acetaminofeno) é o analgésico e antipirético mais utilizado na atualidade. O paracetamol reduz a febre, bloqueando a formação e a libertação de prostaglandinas no SNC e inibe a ação de pirógenos endógenos nos receptores do hipotálamo, resultando em vasodilatação periférica, sudorese e dissipação de calor. Sob os efeitos analgésicos existem muitas divergências. Algumas literaturas explicam que os efeitos analgésicos decorrem de se tratar de um potente inibidor da síntese de prostaglandinas por meio da inibição seletiva da COX2 e inibição da COX1. Novas informações ainda associa o paracetamol como um inibidor seletivo da COX3. Além disso, refere-se que o efeito analgésico do paracetamol esteja relacionado com a sua ação indireta nos receptores canabinoides. Tem atividade inflamatória muito discreta e não compartilha os efeitos gástricos ou plaquetários adversos dos outros AINEs. Por esta razão, o paracetamol às vezes não é classificado como AINE. Ele é considerado um fármaco seguro quando administrado nas dosagens recomendadas geralmente de 500mg a 1g em comprimidos, a cada quatro a seis horas, numa dose diária máxima de 4g por dia. 7 Marcela Oliveira – Medicina 2020 Apesar de ser um fármaco com boa margem terapêutica e seguro, ele é responsável por desencadear, em doses elevadas, falência hepática aguda, devido a sua hepatoxicidade. 1. ABSORÇÃO Quando administrados na forma de comprimidos, o paracetamol é bem absorvido no trato gastrointestinal. Em indivíduos adultos as concentrações plasmáticas máximas ocorrem dentro de 45 minutos à 1 hora. Na forma de xarope o pico de concentração máxima ocorre aproximadamente 30 minutos após a sua administração Quando é administrado por via retal a sua biodisponibilidade é mais varável, com o pico de concentração variando entre 107 e 288 minutos após a sua administração. Por isso, a administração retal de paracetamol deve ser evitada no tratamento da dor. A via intravenosa proporciona um pico de concentração máxima no plasma e no LCR mais cedo do que as outras vias, sendo em torno de 15 minutos após administrar a infusão. 2. DISTRIBUIÇÃO O paracetamol é distribuído de forma relativamente uniforme pela maioria dos tecidos do corpo, com exceção do tecido adiposo. Uma porção pequena do paracetamol liga- se as proteínas plasmáticas. No entanto, em casos de intoxicação aguda, 20 a 50% do fármaco podem estar ligado às proteínas plasmáticas. O paracetamol é capaz de atravessar a barreira hematoencefalica e placentária, atingindo um pico de concentração máxima entre 2 e 3 horas no LCR após a administração oral. Quando administrado em gravidas em doses terapêuticas, o paracetamol atravessa a placenta em 30 minutos. No feto, o paracetamol é eficazmente metabolizado por conjugação com os íons sulfato. A amamentação não apresenta risco para o bebe se a mãe tiver que tomar o medicamento nas doses recomendadas. 3. METABOLISMO DO PARACETAMOL Após ser absorvido, o paracetamol sofre reações de biotransformação no fígado, nomeados de Fase I e Fase II do metabolismo. A fase III inclui o transporte dos metabolitos resultantes das fases anteriores. As reações de fase II como a Glucoronidação e a de Sulfatação são predominantes no metabolismo do paracetamol. A Glucoronidação irá transferir um grupo glucuronosil para o paracetamol tornando-a mais hidrossolúveis. Por outro lado, a Sulfatação vai transferir um grupo sulfo para o paracetamol, sendo seus produtos diretamente excretados na urina. Há ainda uma pequena fração do paracetamol que é excretado na urina sem qualquer alteração. No entanto, temos ainda um metabolismo por ação do citocromo p450, por meio de uma enzima, a isoenzima CYP2EI que tem uma ação mais notória na biotransformação do paracetamol, resultando em um metabolito tóxico que é a NAPQI. Em doses terapêuticas, a formação do NAPQI ocorre em baixas porcentagens, sendo rapidamente conjugado pela Glutationa, que é um captador de radicais livres. Logo, o NAPQI liga-se ao grupo tiol da GSH, formando-se o acido mercapturico que sofre excreção renal. É importante salientar que o metabolismo do paracetamol varia conforme a idade. Isso porque, os RN e as crianças têm taxas superiores de sulfatação em relação aos adultos e ainda uma imaturidade na 8 Marcela Oliveira – Medicina 2020 isoenzima CYP2EI, responsável pela formação do NAPQI, o que leva a uma menor produção deste metabolito em crianças e consequentemente uma menor probabilidade de desenvolver hepatotoxicidade por excesso de paracetamol. 4. EXCREÇÃO Após a administração das doses terapêuticas, 90 a 100% do medicamento podem ser eliminado na urina durante o primeiro dia. O tempo de meia vida nos adultos normais é de aproximadamente 2 horas, sendo um pouco mais curto em crianças e um pouco mais longo em neonatos e em adultos com cirrose. Existem diversos fatores que influenciam na farmacocinética do paracetamol, entre os quais: consumo agudo e crônico de álcool, jejum e má nutrição, polimorfismos das isoformas do citocromo P450, idade do paciente, síndrome de Gilbert e uso concomitante de outros medicamentos. A coadministração aguda de elevadas quantidades de álcool com paracetamol poderá causar uma pequena atividade hepatoproteora provocada pela inibição competitiva do citocromo p450 no metabolismo do paracetamol. No entanto, o alcoolismo crônico provocara a indução do citocromo p450 aumentando os riscos de hepatotoxicidade. Esse risco se torna maior 12 horas após a administração de álcool, durante uma breve abstinência de álcool, uma vez que o citocromo p450 ainda esta induzido, mas o álcool não esta presente para competir com o paracetamol. O paracetamol potencializa os efeitos anticoagulantes do acenocumarol e da varfarina uma vez que causa um aumento do risco de sangramento. Por isso os pacientes que recebem anticoagulantes por via oral devem ser advertidos para limitar o consumo de paracetamol. O uso simultâneo de paracetamol com outros medicamentos que induzem as enzimas do P450, como a isoniazida e os antiepilépticos (ex.: carbamazepina, fenitoína e barbitúricos), aumenta o risco de toxicidade. A coadministração de paracetamol com zidovudina pode causar hepatotoxicidade ou neutropenia. A dipirona é um derivado pirazolônico não narcótico com efeitos analgésico, antipirético e espasmolítico. A dipirona é uma pró-droga cuja metabolização hepática gera 4 metabólitos: 4-MAA, 4-AA, AAA e FAA. Nenhum desses metabolitos liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas, sendo predominantemente excretados pelo rim. Os efeitos analgésicos correlacionam-se com as concentrações de metabolitos ativos (MAA e AA). Como a inibição da ciclooxigenase (COX-1, COX-2 ou ambas) não é suficiente para explicar este efeito analgésico, outros mecanismos alternativos foram propostos, tais como: inibição de síntese de prostaglandinas preferencialmente no SNC, dessensibilizacão dos nociceptoresperiféricos envolvendo atividade via óxido nítrico-GMPc no nociceptor, uma possível variante de COX-1 do sistema nervoso central seria o alvo específico e, mais 9 Marcela Oliveira – Medicina 2020 recentemente, a proposta de que a dipirona inibiria outra isoforma da ciclooxigenase, a COX-3. MECANISMO DE AÇÃO Pós-administração oral, a dipirona é completamente hidrolisada em sua porção ativa, 4-N-metilaminoantipirina (MAA). A biodisponibilidade absoluta da MAA é de aproximadamente 90%, sendo um pouco maior após administração oral quando comparada à administração intravenosa. Após administração endovenosa, a meia vida plasmática é de aproximadamente 14 minutos. Sua excreção é pela urina, e em parte pelas fezes. A dipirona atravessa a barreira placentária. Não existem evidências de que o medicamento seja prejudicial ao feto, por isso não é indicada durante a gravidez. Além disso, também não é indicado seu uso no período de lactação. A ação tóxica da dipirona sobre a serie de células brancas do sangue, causando na maioria das vezes agranulocitose precedida de febre alta, calafrios, mal-estar, ulcerações na boca, foi o que fez esse medicamento ser proibido em vários países. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina. As concentrações da ciclosporina devem, portanto, ser monitoradas quando a dipirona é administrada concomitantemente. A administração concomitante da dipirona com metotrexato pode aumentar a hematotoxicidade do metotrexato particularmente em pacientes idosos. Portanto, esta combinação deve ser evitada. Medicamento-alimentos: não há dados disponíveis até o momento sobre a interação entre alimentos e dipirona. + DESCREVER O MECANISMO DE AÇÃO TÓXICA DA SUBSTÂNCIA INGERIDA. (PARACETAMOL) Nos casos de ingestão de doses elevadas do paracetamol, o que vai ocorrer é uma saturação das vias de sulfatação e glicuronidação e um esgotamento das reservas de GSH. Assim, ocorre um desvio do medicamento que passa a ser metabolizado pelo citocromo p450 CYP2EI formando NAPQI (n-acetil-P-Benzo-Quinona Imina) que se acumula em grande quantidade no fígado, ligando-se covalentemente com as macromoléculas de proteínas nos hepatócitos, causando alteração de membrana, morte celular e degeneração do fígado. Alguns fatores, entretanto, podem favorecer a ocorrência das reações toxicas, ou seja, a produção de mais NAPQI mesmo com a ingestão de doses menores. Um desses mecanismos é a atividade excessiva do citocromo p450 CYP2EI induzida pelo uso crônico de álcool ou outras drogas gerando mais NAPQI. Outro fator é a capacidade reduzida de sulfatação e glicuronidação desviando mais acetaminofeno para a via de produção do NAPQI. A depleção dos estoques de glutationa pela desnutrição ou pela ingestão crônica de álcool permite que mais NAPQI circule ao reduzir a formação do seu metabolito que seria excretado na urina. Nos adultos, a hepatotoxicidade pode ocorrer após a ingestão de uma dose única de 10 a 15g de paracetamol. No entanto, doses entre 20 a 24g, ou superiores são potencialmente fatais. 10 Marcela Oliveira – Medicina 2020 No fígado a maioria do metabolismo oxidativo é concentrada na zona III centrolobular devido a maior prevalência do citocromo p450 neste local. Em casos mais graves, estende-se para as zonas I e II podendo destruir todo o parênquima hepático. O rim é o segundo órgão alvo da toxicidade do paracetamol. A disfunção renal ocorre em cerca de 25% dos casos de hepatotoxicidade e em mais de 50% nos casos em que corre insuficiência hepática. A toxicidade das overdoses agudas ocorre ao longo de quatro fases após a sua ingestão. 1) 30m - 24 horas: a sintomatologia é inespecífica, sendo caracterizada por anorexia, náuseas, vômitos e mal- estar. 2) 24-72 horas: ocorre aparecimento de lesões no fígado, dor no quadrante superior direito do abdômen, aumento das transaminases hepáticas (acima de 1000 UI) como a alanina transaminase (TGP) e o aspartato transaminase (TGO), aumento da bilirrubina, hipoglicemia, acidose metabólica e insuficiência renal aguda. 3) 72-96 horas: Ocorre hepatotoxicidade máxima podendo ocorrer insuficiência hepática fulminante, hemorragia, septicemia, edema cerebral, síndrome da angustia respiratória, incluindo a falência múltipla de órgãos e morte. 4) 96 horas- 2 semanas: os pacientes que sobrevivem a 3ª fase geralmente recuperam sem sequelas. + DESCREVER O PROCESSO DE BIOTRANSFORMAÇÃO HEPÁTICA (CITOCROMO P450) O metabolismo dos xenobióticos e fármacos acontecem por vários órgãos e tecidos do corpo humano, sendo que o fígado é o principal protagonista desse processo. Não somente ele, mas todo o trato gastrointestinal tem uma maior relevância nesse processo, não só pela sua alta absorção, mas pela presença de complexos enzimáticos fundamentais para transformação desses agentes químicos. Sabemos que os produtos da absorção do TGI passam primariamente no fígado através da circulação portal, mesmo que um fármaco escape desse sistema ele pode circular novamente por esse sistema e ficar retido no fígado até que seja metabolizado. Outros sistemas apresentam a mesma capacidade de biotransformação que o fígado possui, sendo ele a mucosa nasal e os pulmões os quais possuem um enorme 11 Marcela Oliveira – Medicina 2020 complexo de enzimas metabolizadoras que desempenham funções importantes no metabolismo dos fármacos administrados por aerossóis. Dessa forma, o metabolismo dos fármacos visa diminuir a sua lipossolubilidade a fim de aumentar a sua eliminação renal, sendo compreendido entre duas fases. SUPERFAMÍLIA DO CITOCROMO P-450 As enzimas CYP constitui uma superfamília de enzimas que contem o grupo heme ligado a uma cadeia polipeptídica. Essas enzimas utilizam o O2 fornecido pelo grupo heme e o H+ do (NADPH) e (NADHP-citocromoP450 oxidorredutase). A diferença entre essas enzimas se deve a sequência de aminoácidos, sensibilidade a inibidores e agentes indutores, bem como a especificidade das reações que elas catalisam. Foram descritas cerca de 74 famílias de genes CYP sendo que há três grupos principais (CYP1, CYP2 e CYP3) que estão envolvidas no metabolismo de fármacos no fígado humano. É importante salientar que essas enzimas não só participam do metabolismo de xenobióticos, mas também auxiliam na produção de ácidos biliares e esteroides endógenos. De forma geral, a CYP age consumindo uma molécula de oxigênio para produzir um substrato oxidado e molécula de água. A depender do substrato que essa enzima for interagir pode haver um desequilíbrio no consumo de oxigênio, formando assim O2- o qual é convertido em água pela dismutase do superóxido. Altas doses de O2- pode aumentar o estresse oxidativo, alterando todo o mecanismo fisiológico e resultando em cirrose hepática. Em suma, todo o mecanismo no qual a CYP participa é complexo, mas o resultado é simples que é adicionar um átomo de oxigênio ao fármaco na tentativa de formar um produto hidroxilado. A interação entre as isoenzimas e os fármacos fica mais evidente quando dois fármacos são administrados simultaneamente, sendo eles metabolizados por uma só isoenzima. REAÇÕES DE FASE 1 As reações de fase 1 compreendem o conjunto de reações que envolve a oxidação, redução e hidrólise, são todas catabólicas e seus produtos normalmente são mais reativos, paradoxalmente, apresentam mais efeitos tóxicos ou carcinogênicos em relação a sua forma original. Essas reações visam adicionar um grupo reativo no fármaco (como o grupo hidroxila) para que esse fármaco seja identificado e conjugado. (por isso a fase I normalmenteprecede a fase dois) Esse mecanismo é realizado pelas enzimas CYP que estão inseridas no retículo endoplasmático liso. REAÇÕES DE FASE 2 As reações de fase 2 normalmente bloqueiam a atividade biológica da maioria dos fármacos, exceto o caso da morfina e minoxidil que apresentam seus conjugados farmacologicamente mais ativos do que os compostos originais. Essas reações permitem a conjugação dos fármacos com outra substância para aumentar o coeficiente de partição hidrolipídica tornando-os acumulados nos compartimentos aquosos do corpo e facilitando a sua excreção, principalmente urinária. As reações de fase 2 compreende a glicuronidação, sulfatação e acetilação. Para a realização dessas reações químicas é necessário a presença de grupos funcionais reativos os quais, normalmente, são formados através da fase 1, embora alguns fármacos, como o Paracetamol, passam pela glicuronidação e sulfatação 12 Marcela Oliveira – Medicina 2020 diretamente sem um metabolismo oxidativo prévio. As reações dessa fase acontecem no citosol, exceto a glicuronidação que acontecem na superfície intraluminar do retículo endoplasmático. a) Glicuronidação Uma das reações mais importantes da fase dois em que os compostos possuem um grupo hidroxílico ou caboxílico que se conjugam facilmente com o ácido glicurônico (derivado da glicose). Não somente as drogas passam por esse metabolismo, mas também compostos endógenos são submetidos a essa vida, por exemplo, a bilirrubina e hormônios esteroides. As drogas conjugadas com o glicuronídeo são excretadas pela bile e podem ser hidrolisadas pelas bactérias intestinais formando um ciclo conhecido como enterro-hepático o qual prolonga a ação da droga, como no caso dos anticoncepcionais orais. Para a realização dessas reações são necessários a presença de glicuronosiltransferases que conjugam a molécula da droga com o ácido glicurônico através de uma ligação éter, éster ou amida. O fato de o ácido glicurônico ser bastante hidrossolúvel permite que esse conjugado seja diluído nas soluções aquosas, assim, facilitando sua excreção renal. b) Sulfatação (conjulgação com sulfato) A sulfatação é realizada através de sulfotransferases (SULTs) que realizam o papel de metabolizar drogas, neurotransmissores e hormônios esteroides. A sulfatação resulta em um composto químico mais hidrossolúvel que facilita a sua excreção por via renal. De forma geral todos os processos de conjugação consistem na transferência de um composto para o metabólito do fármaco ou xenobiótico, com o objetivo de torna-lo mais hidrossolúvel. Além desses processos temos a metilação, a acetilação e conjugação com a glutationa. + DESCREVER AS FORMAS DE TRATAMENTO EMPREGADAS NOS CASOS DE INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA. Diagnóstico Logo após a ingesta aguda de paracetamol, o paciente apresenta poucos sintomas ou nenhum. O vômito não é incomum naqueles que ingeriram grandes doses. Diferente do que pode ser encontrada na anamnese do paciente, a única pista diagnóstica precoce confiável é oferecida pela mensuração quantitativa do nível sérico de paracetamol, que pode ser obtida imediatamente pela maioria dos laboratórios hospitalares. As evidências clínicas de lesões hepáticas e renais manifestam-se cerca de 24 horas ou mais após a ingesta. Uma dosagem excessiva massiva de paracetamol (isto é, níveis > 500 a 600 mg/L), podem causar acidose metabólica transitória e coma. A primeira evidência de toxicidade na maioria dos pacientes é o aumento dos níveis de aminotransferases hepáticas (isto é, AST e alanina aminotransferase [ALT]), seguido de aumento no tempo de protrombina (TP) e no nível de bilirrubina. Hipoglicemia, acidose metabólica e encefalopatia são sinais de prognóstico desfavorável. 13 Marcela Oliveira – Medicina 2020 Tratamento O tratamento da intoxicação por paracetamol consiste em: Lavagem gástrica devendo ser realizada em todos os pacientes, de preferencia dentro de 4 horas após a ingestão toxica do paracetamol. Pode ser administrado carvão ativado durante as primeiras duas horas após a administração do fármaco, reduzindo-se assim a quantidade absorvida pelo trato gastrointestinal. O dano hepático pode ser evitado se for administrado uma dose inicial de N- acetilcisteína (NAC) até um período de tempo entre as 8 e as 12 horas após a ocorrência da overdose. Como explicado anteriormente, a NAPQI é geralmente desintoxicado pela conjugação irreversível com a glutationa, mas em casos de sobredosagem, grandes quantidades de NAPQI são produzidas, esgotando as reservas de glutationa, que resulta em lesão hepatocelular. Nesses casos, o antidoto N- acetilcisteína é hidrolisado no organismo em cisteína e reabastece os níveis de glutationa, que se liga ao NAPQI prevenindo o dano hepatocelular. A administração endovenosa pode ser utilizada em 3 situações: quando já existe insuficiência hepática fulminante. Intolerância oral a n-acetilcisteína ou em mulheres gravidas. As reações colaterais são exantema cutâneo (inclusive urticaria, que não exige a suspensão do tratamento), náuseas, vômitos, diarreia e reações anafilactódes. Apresentações de NAC disponíveis no Brasil: Fluimucil® (Zambon) • Ampolas com 300mg/3mL para uso IV; • Envelopes granulados sabor laranja contendo 100, 200 ou 600 mg + CARACTERIZAR O PAPEL DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO CONTROLE DOS MEDICAMENTOS Vigilância sanitária: Um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde De acordo com o conceito da Organização Mundial de Saúde (OMS), a farmacovigilância é definida como “a ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos”. Cabe à farmacovigilância identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionados ao uso dos medicamentos comercializados no mercado brasileiro, com o objetivo de garantir que os benefícios relacionados ao uso desses produtos sejam maiores que os riscos por eles causados. Além das reações adversas aos medicamentos, são questões relevantes para a farmacovigilância: eventos adversos causados por desvios da qualidade de medicamentos, inefetividade terapêutica, erros de medicação, uso de medicamentos para indicações não aprovadas no registro, uso abusivo, intoxicações e interações medicamentosas. No Brasil, a Portaria MS nº 696, de 7 de maio de 2001, instituiu o Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM). O CNMM é responsável pela implementação e 14 Marcela Oliveira – Medicina 2020 coordenação do sistema nacional de Farmacovigilância. Em 2009, a Anvisa publicou a primeira norma específica de farmacovigilância destinada aos detentores de registro de medicamentos. No mesmo ano, foram publicados os Guias de Farmacovigilância para Detentores de registro de Medicamentos relacionados à RDC 04. A partir da vigência da RDC nº 04, a notificação de eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos passou a ser compulsória a todos os detentores do registro de medicamentos em território nacional.
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