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MÓDULO DRAMA 03 - ATA DE REUNIÃO

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1 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
–
 
+ CONCEITUAR INTOXICAÇÃO E ENTENDER 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA. 
 
Medicamento é o produto farmacêutico 
elaborado com a finalidade profilática, 
curativa, paliativa ou para fins de 
diagnostico, sendo responsáveis por parte 
significativa do aumento da expectativa e 
qualidade de vida do paciente. Porem, os 
mesmos tem a capacidade de gerar danos 
à saúde do paciente podendo culminar em 
óbito. 
Entre os países mais consumidores de 
medicamentos, o Brasil ocupa a quinta 
posição, sendo o primeiro lugar na América 
Latina (2016). 
O uso desnecessário assim como a utilização 
de medicamentos em situações 
contraindicadas, pode trazer sérios danos à 
saúde como intoxicações medicamentosas. 
Geralmente as intoxicações são originadas 
devido à ingestão de dosagens elevadas 
dessas substancias, podendo ser uma 
exposição acidental, abuso, tentativa de 
suicídio ou homicídio. 
O alto índice de intoxicações 
medicamentosas é explicado devido à 
proliferação de farmácias que facilitam o 
acesso de forma indiscriminada ao 
medicamento, erros de prescrição médica 
aliada a uma fragilidade nas medidas 
preventivas e da capacidade de 
fiscalização e controle por parte das 
autoridades, bem como a pratica da 
automedicação, levando ao uso irracional 
dos medicamentos. 
As crianças de 1 a 4 anos são as maiores 
vitimas das intoxicações causadas por 
medicamentos. E os jovens adultos de 20 a 
29 anos constituem a segunda faixa etária 
mais vulnerável. 
Esse fato pode ser justificado por alguns 
fatores como: a curiosidade durante essa 
fase do desenvolvimento e a falta de noção 
de perigo; a falta de uma politica de 
desenvolvimento de medicamentos 
específicos para este grupo e a falta de 
informação dos responsáveis a respeitos dos 
medicamentos e principalmente da 
automedicação. 
Entre as crianças, a principal causa 
determinante da intoxicação é a acidental. 
Sendo as classes mais frequentemente 
envolvidas: descongestionantes nasais, 
analgésicos, broncodilatadores, 
anticonvulsivantes. Já nos adultos o tipo de 
exposição é a intencional/suicida, 
principalmente com as classes dos: 
benzodiazepínicos, anticonvulsivantes, 
antidepressivos e analgésicos. 
Interações medicamentosas são tipos 
especiais de respostas farmacológicas em 
que os efeitos de um ou mais medicamentos 
são alterados pela administração simultânea 
ou anterior de outros ou ainda pela 
administração concorrente com alimentos. 
As respostas decorrentes da interação 
podem acarretar potencialização do efeito 
terapêutico, redução da eficácia, 
 
2 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
aparecimento de reações adversas com 
distintos graus de gravidade ou ainda, não 
causar nenhuma modificação no efeito 
desejado do medicamento. 
Portanto, a interação entre medicamentos 
pode ser benéfica, causar respostas 
adversas ou apresentar pequeno significado 
clinico. 
As interações benéficas são abordagens 
fundamentais em diversas patologias. No 
tratamento da hipertensão arterial severa, a 
combinação de medicamentos com 
mecanismos de ação diferente promove a 
redução mais eficiente da pressão 
sanguínea. Na quimioterapia antineoplasica 
associação de antagonistas serotoninérgicos 
e dopaminérgicos esta recomendada para 
minimizar o quadro de náusea e vomito. 
Em contrapartida, as interações adversas 
podem acentuar os efeitos indesejados dos 
medicamentos. Como por exemplo, uma 
associação de amino glicosídeos e 
bloqueadores musculares podem 
desencadear uma paralisia respiratória ou 
ainda a coadministração de álcool e 
barbitúricos pode conduzir o paciente ao 
estado de coma. 
Além disso, os fatores relacionados ao 
individuo como idade, genética, estado 
físico, tipo de alimentação e administração 
do medicamento (via, dose..) influenciam 
na resposta ao tratamento. 
Os medicamentos podem interagir durante o 
preparo, no momento da absorção, 
distribuição, metabolização, eliminação ou 
na ligação ao receptor farmacológico. 
1. Interação Farmacêutica (ou 
Impompatibilidade) 
São interações do tipo físico-químicas que 
ocorrem quando dois ou mais 
medicamentos são administrados na mesma 
solução ou mesmo recipiente, e o produto 
torna-se capaz de inviabilizar a terapêutica. 
Acontece fora do organismo, durante o 
preparo e a administração de 
medicamentos parentais, resultando em 
precipitação ou turvação da solução, 
mudança de coloração do medicamento 
ou inativação do principio ativo. 
No cotidiano os medicamentos que 
requerem infusão contínua são os mais 
susceptíveis as interações farmacêuticas. 
 
2. Interação Farmacocinética 
Essas interações interferem no perfil 
farmacocinético do medicamento, podendo 
afetar o padrão de absorção, distribuição, 
metabolização ou excreção. Ira ocorrer 
modificação da magnitude e duração do 
efeito, mas a resposta final do medicamento 
é preservada. 
 Interações que modificam a absorção 
Absorção é o processo de transferência do 
medicamento do local de administração 
para a corrente sanguínea. 
Medicamentos com ações anticolinérgicas 
como a atropina e seus derivados, os 
antidepressivos tricíclicos, os analgésicos 
opioides que inibem a motilidade do TGI 
tendem a reduzir a absorção dos agentes 
co-administrados. 
Por outro lado, os laxativos, antagonistas 
dopaminérgicos como a metoclopramida, a 
 
3 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
domperidona e o haloperidol tendem a 
aumentar a absorção de outros 
medicamentos, porque aceleram o TGI. 
Em relação à administração de antiácidos 
com outros medicamentos é algo 
controverso, pois estes podem alteram o pH 
gástrico e podem aumentar ou diminuir a 
absorção. 
 Interações que modificam a 
distribuição 
Distribuição consiste no deslocamento do 
medicamento da circulação sistêmica para 
os tecidos. 
Medicamentos que produzem grande 
afinidade pelas proteínas plasmáticas 
quando associados com outros podem agir 
como deslocadores e aumentar a 
concentração sérica (livre) do segundo. 
Por exemplo, a aspirina e fenilbutazona 
quando administradas concomitantemente 
com o warfarin eleva a concentração sérica 
do anticoagulante. 
 Interações que modificam a 
metabolização 
Na metabolização, os medicamentos são 
transformados pelas enzimas microssomais 
hepáticas em frações menores, 
hidrossolúveis. As interações que ocorrem 
nesta fase são medidas por medicamentos 
com capacidade de inibirem ou induzirem o 
sistema enzimático. 
A inibição enzimática de sistemas como do 
citocromo p450, das colinesterases e 
monoaminoxidades (MAO) acarreta 
lentificação da biotransformação do próprio 
medicamento e de outros que tenham sido 
administradas simultaneamente. A 
consequência desse atraso é um tempo 
maior de ação farmacológica do agente, o 
que é algo indesejado. 
Já a classe dos indutores enzimáticos 
aumenta a metabolização de outros agentes 
e reduzem os níveis plasmáticos. Os mais 
utilizados na terapêutica são os barbitúricos 
(fenobarbital), os corticosteroides (cortisol, 
prednisona), a carbamazepina, a fenitoina, a 
rifampicina. Algumas associações com 
indutores podem gerar sérios problemas, 
como por exemplo, o risco de gravidez em 
mulheres que recebem simultaneamente a 
fenitoina e contraceptivo. 
 Interações que modificam a excreção 
A maioria dos medicamentos é eliminada 
quase totalmente pelos rins. Dessa forma, a 
taxa de excreção de vários agentes pode 
ser modificada através de interações ao 
longo do nefron. 
Alterações de pH urinários, competição de 
medicamentos no túbulo proximal são 
alguns mecanismos que pode prolongar ou 
diminuir o tempo de ação dos 
medicamentos. 
3. Interação farmacodinâmica 
Essa interação causa modificação do efeito 
bioquímico ou fisiológico do medicamento. 
Geralmente ocorre no local de ação dos 
medicamentos (receptores farmacológicos)ou através de mecanismos bioquímicos 
específicos sendo capaz de causar efeitos 
semelhantes (sinergismo) ou opostos 
(antagonistas). 
 Sinergismo 
É um tipo de resposta farmacológica obtida 
a partir da associação de dois ou mais 
medicamentos cuja resultante é maior do 
que os efeitos isolados de cada um. 
Pode ocorrer com medicamentos que 
possuem os mesmos mecanismos de ação 
(aditivos), que agem por diferentes modos 
(somação) ou com aqueles que atuam em 
diferentes receptores farmacológicos 
(potenciação). 
Dessas associações podem surgir efeitos 
terapêuticos ou tóxicos. Os tóxicos são 
frequentes nas combinações de 
medicamento com toxicidade nos mesmo 
 
4 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
órgão, como por exemplo: aminoglicosideo 
e vancomicina (nefrotoxidade) ou 
corticoesteroides e AINES (ulceração 
gástrica). 
 Antagonismo 
Nesses casos a resposta farmacológica de 
um medicamento é suprimida ou reduzida 
na presença de outro, muitas vezes pela 
competição destes pelo mesmo sitio 
receptor. 
Algumas dessas interações que podem gerar 
uma resposta benéfica é a utilização do 
Naloxone (antagonista opioide) nos quadros 
de depressão respiratória causados pela 
morfina. 
Ou causar efeitos de ineficácia, como a 
associação do propranolol (bloqueador de 
receptores b) e do salbutamol (agonista de 
receptores b). 
Na pratica, todos os indivíduos submetidos à 
terapia farmacológica com dois ou mais 
medicamentos estão expostos aos efeitos 
das interações adversas, mas determinados 
grupos são mais susceptíveis, por exemplo: os 
idosos, portadores de doenças crônicas, 
usuários de dispositivos para infusão de 
medicamentos IV ou SE. 
Os medicamentos precipitadores são 
capazes de arremessar outros agentes para 
fora do local de ação original e assim afetar 
o efeito farmacológico desejado. 
Nesse grupo estão os indutores e inibidores 
enzimáticos, os que se ligam a proteínas 
plasmáticas (aspirina, fenilbutazona e 
sulfonamidas) e os que alteram a função 
renal (furosemida e probenecida). 
Os medicamentos alvo são aqueles que 
possuem curva dose-resposta com 
inclinação abrupta, cuja alteração na dose 
(mesmo pequena) causa grande 
modificação no efeito. 
CARACTERIZAR A INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA E 
REAÇÃO ADVERSA DOS INIBIDORES DA MAO, 
METRONIDAZOL, CIMETIDINA, AMINOFILINA, 
VARFARINA, OMEPRAZOL E CLOPIDOGREL. 
METRONIDAZOL 
O metronidazol está indicado no tratamento 
de giardíase, amebíase, tricomoníase, 
vaginites por Gardnerella vaginalis e 
infecções causadas por bactérias 
anaeróbias como Bacteroides fragilis e outros 
bacteróides, Fusobacterium sp, Clostridium 
sp, Eubacterium sp e cocos anaeróbios. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 Dissulfiram (tratamento do alcoolismo 
crônico): aumenta o risco de reações 
psicóticas agudas. 
 Álcool: não devem ser ingeridos 
durante o tratamento com 
metronidazol e no mínimo 1 dia após 
o mesmo, devido à possibilidade de 
reação do tipo dissulfiram (efeito 
antabuse), com aparecimento de 
rubor, vômito e taquicardia. 
 Terapia com anticoagulante oral (tipo 
varfarina): aumenta o risco 
hemorrágico. 
 Lítio: os níveis plasmáticos de lítio 
podem ser aumentados pelo 
metronidazol. 
 Ciclosporina: aumenta o efeito 
terapêutico da ciclosporina 
(imunossupressão). 
 Fenitoína ou fenobarbital: aumento da 
eliminação de metronidazol, 
resultando em níveis plasmáticos 
reduzidos. 
 Bussulfano: os níveis plasmáticos de 
bussulfano podem ser aumentados 
pelo metronidazol, o que pode levar a 
uma severa toxicidade do bussulfano. 
 
5 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS 
Dor epigástrica, náusea, vômito, diarreia; 
mucosite oral, alterações no paladar, 
incluindo gosto metálico, anorexia; rash, 
prurido, rubor, urticária; cefaleia, convulsões, 
tontura; confusão e alucinações; alterações 
visuais transitórias como diplopia e miopia. 
CIMETIDINA 
É indicada para tratar úlceras no estômago 
e intestino; para tratar e prevenir 
sangramentos das úlceras; em situações 
onde muito ácido é produzido no estômago, 
podendo ocorrer sangramento; para tratar 
azia ou outras condições causadas pelo 
excesso de ácido no estômago; antes de 
uma anestesia geral; se você tem síndrome 
do intestino curto, e você está sofrendo de 
perda de líquidos ou seu corpo tem 
problemas em absorver fluidos. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 Inibição de certas enzimas do 
citocromo P450. A inibição dessas 
enzimas pode resultar em aumento dos 
níveis plasmáticos de certas drogas, 
incluindo: varfarina, amitriptilina, 
lidocaína, diltiazem, fenitoína, teofilina, 
metoprolol, ciclosporina, tacrolimus e 
diazepam. 
 Inibição da secreção tubular renal via 
transporte catiônico orgânico (TCO) de 
proteínas. Isso pode resultar em 
aumento dos níveis plasmáticos de 
certas drogas, incluindo procainamida, 
quinidina, metformina. 
 Alteração do pH gástrico. A 
biodisponibilidade de certas drogas 
pode ser afetada. Isso pode resultar em 
aumento da absorção do atazanavir 
ou na diminuição da absorção (por 
exemplo, de alguns antifúngicos 
imidazólicos, como cetoconazol, 
itraconazol ou posaconazol). 
Efeitos colaterais: diarreia, reações alérgicas, 
ulcera na boca, infecção na garganta, 
confusão, febre. 
AMINOFILINA 
A aminofilina está indicada para o alívio 
sintomático da asma brônquica aguda e 
para o tratamento do broncoespasmo 
reversível associado com bronquite crônica e 
enfisema. 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
Adrenocorticoides, glicocorticoides e 
mineralocorticoides: O uso simultâneo com a 
Aminofilina e injeção de cloreto de sódio 
podem resultar em hipernatremia. 
Fenitoína, primidona ou rifampicina: O uso 
simultâneo pode estimular o metabolismo 
hepático, aumentando a depuração da 
teofilina. 
Betabloqueadores: O uso simultâneo pode 
resultar em inibição mútua dos efeitos 
terapêuticos; além disso, pode haver 
diminuição da depuração da teofilina, 
especialmente em fumantes. 
Cimetidina, eritromicina, ranitidina ou 
troleandomicina: O uso simultâneo com as 
xantinas pode diminuir a depuração 
hepática da teofilina, resultando em 
concentrações séricas aumentadas de 
teofilina e/ou toxicidade. 
VARFARINA 
É eficaz na prevenção do tromboembolismo 
venoso, do embolismo sistêmico em 
pacientes com prótese de válvulas 
cardíacas ou fibrilação atrial, do acidente 
vascular cerebral, do infarto agudo do 
miocárdio e da recorrência do infarto. Os 
anticoagulantes orais também estão 
indicados na prevenção do embolismo 
sistêmico em pacientes com doença 
valvular cardíaca. 
Interação medicamentosa 
Varfarina e AAS: aumento o risco 
hemorrágico. 
https://consultaremedios.com.br/aparelho-respiratorio/asma/c
https://consultaremedios.com.br/aparelho-respiratorio/bronquite/c
https://consultaremedios.com.br/fenitoina/bula
https://consultaremedios.com.br/primidona/bula
https://consultaremedios.com.br/rifampicina/bula
https://consultaremedios.com.br/cimetidina/bula
https://consultaremedios.com.br/eritromicina/bula
 
6 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Varfarina e Amiodarona: aumenta os efeitos 
hipoprotrombinêmicos (risco de 
sangramento). 
Varfarina e 
AINES/Ciprofloxacino/Doxiciclina/Fenitoina: 
aumenta o risco hemorrágico. 
OMEOPRAZOL 
É um inibidor da bomba de prótons que 
diminui a quantidade de ácido produzida no 
estomago. 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
Omeprazol, varfarina e clopidogrel – O 
omeprazol (inibidor da bomba de prótons) 
pode aumentar a ação da varfarina e 
diminuir a ação do clopidogrel 
(antitrombóticos). 
Omeprazol e fenobarbital – O omeprazol 
usado com fenobarbital (anticonvulsivante) 
pode potencializar a ação do barbitúrico. 
Omeoprazol E Sinvastatina – Aumenta o 
efeito adverso da sinvastatina. 
Omeoprazol e Metotrexato: aumenta os 
efeitos tóxicos do metotrexato, podendo 
ocorrer depressão da MO, náuseas, vomito, 
dispneia.Omeoprazol e 
Diazepam/Clonazepam/Midazolam – 
prolonga os efeitos sedativos e ataxia. 
Omeoprazol e Cetoconazol: diminui o efeito 
terapêutico dos antifúngicos. 
CLOPIDOGREL 
O bissulfato de clopidogrel é indicado em 
adultos para a prevenção de eventos 
aterotrombóticos e tromboembólicos 
(quadros específicos caracterizados pela 
formação de um coágulo de sangue no 
interior de um vaso sanguíneo). Ou seja, ele 
é um antiplaquetário. 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
Clopidogrel e AAS: possui um risco 
hemorrágico 
Clopidogrel e AINES (Diclofenaco, 
Ibuprofeno, Naproxeno): possui um risco 
hemorrágico; 
+ DESCREVER O MECANISMO DE AÇÃO 
FARMACOLÓGICA DOS ANTITÉRMICOS E 
ANALGÉSICOS (EX.: PARACETAMOL E DIPIRONA). 
 
O paracetamol (ou acetaminofeno) é o 
analgésico e antipirético mais utilizado na 
atualidade. 
O paracetamol reduz a febre, bloqueando a 
formação e a libertação de prostaglandinas 
no SNC e inibe a ação de pirógenos 
endógenos nos receptores do hipotálamo, 
resultando em vasodilatação periférica, 
sudorese e dissipação de calor. 
Sob os efeitos analgésicos existem muitas 
divergências. Algumas literaturas explicam 
que os efeitos analgésicos decorrem de se 
tratar de um potente inibidor da síntese de 
prostaglandinas por meio da inibição 
seletiva da COX2 e inibição da COX1. Novas 
informações ainda associa o paracetamol 
como um inibidor seletivo da COX3. 
Além disso, refere-se que o efeito analgésico 
do paracetamol esteja relacionado com a 
sua ação indireta nos receptores 
canabinoides. 
Tem atividade inflamatória muito discreta 
e não compartilha os efeitos gástricos ou 
plaquetários adversos dos outros AINEs. Por 
esta razão, o paracetamol às vezes não é 
classificado como AINE. 
Ele é considerado um fármaco seguro 
quando administrado nas dosagens 
recomendadas geralmente de 500mg a 1g 
em comprimidos, a cada quatro a seis horas, 
numa dose diária máxima de 4g por dia. 
 
7 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Apesar de ser um fármaco com boa 
margem terapêutica e seguro, ele é 
responsável por desencadear, em doses 
elevadas, falência hepática aguda, devido a 
sua hepatoxicidade. 
1. ABSORÇÃO 
Quando administrados na forma de 
comprimidos, o paracetamol é bem 
absorvido no trato gastrointestinal. Em 
indivíduos adultos as concentrações 
plasmáticas máximas ocorrem dentro de 45 
minutos à 1 hora. Na forma de xarope o pico 
de concentração máxima ocorre 
aproximadamente 30 minutos após a sua 
administração 
Quando é administrado por via retal a sua 
biodisponibilidade é mais varável, com o 
pico de concentração variando entre 107 e 
288 minutos após a sua administração. Por 
isso, a administração retal de paracetamol 
deve ser evitada no tratamento da dor. 
A via intravenosa proporciona um pico de 
concentração máxima no plasma e no LCR 
mais cedo do que as outras vias, sendo em 
torno de 15 minutos após administrar a 
infusão. 
2. DISTRIBUIÇÃO 
O paracetamol é distribuído de forma 
relativamente uniforme pela maioria dos 
tecidos do corpo, com exceção do tecido 
adiposo. 
Uma porção pequena do paracetamol liga-
se as proteínas plasmáticas. No entanto, em 
casos de intoxicação aguda, 20 a 50% do 
fármaco podem estar ligado às proteínas 
plasmáticas. 
O paracetamol é capaz de atravessar a 
barreira hematoencefalica e placentária, 
atingindo um pico de concentração máxima 
entre 2 e 3 horas no LCR após a 
administração oral. 
Quando administrado em gravidas em doses 
terapêuticas, o paracetamol atravessa a 
placenta em 30 minutos. No feto, o 
paracetamol é eficazmente metabolizado 
por conjugação com os íons sulfato. A 
amamentação não apresenta risco para o 
bebe se a mãe tiver que tomar o 
medicamento nas doses recomendadas. 
3. METABOLISMO DO PARACETAMOL 
Após ser absorvido, o paracetamol sofre 
reações de biotransformação no fígado, 
nomeados de Fase I e Fase II do 
metabolismo. A fase III inclui o transporte dos 
metabolitos resultantes das fases anteriores. 
As reações de fase II como a 
Glucoronidação e a de Sulfatação são 
predominantes no metabolismo do 
paracetamol. 
A Glucoronidação irá transferir um grupo 
glucuronosil para o paracetamol tornando-a 
mais hidrossolúveis. 
Por outro lado, a Sulfatação vai transferir um 
grupo sulfo para o paracetamol, sendo seus 
produtos diretamente excretados na urina. 
Há ainda uma pequena fração do 
paracetamol que é excretado na urina sem 
qualquer alteração. 
No entanto, temos ainda um metabolismo 
por ação do citocromo p450, por meio de 
uma enzima, a isoenzima CYP2EI que tem 
uma ação mais notória na biotransformação 
do paracetamol, resultando em um 
metabolito tóxico que é a NAPQI. 
Em doses terapêuticas, a formação do 
NAPQI ocorre em baixas porcentagens, 
sendo rapidamente conjugado pela 
Glutationa, que é um captador de radicais 
livres. Logo, o NAPQI liga-se ao grupo tiol da 
GSH, formando-se o acido mercapturico que 
sofre excreção renal. 
É importante salientar que o metabolismo do 
paracetamol varia conforme a idade. Isso 
porque, os RN e as crianças têm taxas 
superiores de sulfatação em relação aos 
adultos e ainda uma imaturidade na 
 
8 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
isoenzima CYP2EI, responsável pela 
formação do NAPQI, o que leva a uma 
menor produção deste metabolito em 
crianças e consequentemente uma menor 
probabilidade de desenvolver 
hepatotoxicidade por excesso de 
paracetamol. 
4. EXCREÇÃO 
Após a administração das doses 
terapêuticas, 90 a 100% do medicamento 
podem ser eliminado na urina durante o 
primeiro dia. 
O tempo de meia vida nos adultos normais é 
de aproximadamente 2 horas, sendo um 
pouco mais curto em crianças e um pouco 
mais longo em neonatos e em adultos com 
cirrose. 
Existem diversos fatores que influenciam na 
farmacocinética do paracetamol, entre os 
quais: consumo agudo e crônico de álcool, 
jejum e má nutrição, polimorfismos das 
isoformas do citocromo P450, idade do 
paciente, síndrome de Gilbert e uso 
concomitante de outros medicamentos. 
A coadministração aguda de elevadas 
quantidades de álcool com paracetamol 
poderá causar uma pequena atividade 
hepatoproteora provocada pela inibição 
competitiva do citocromo p450 no 
metabolismo do paracetamol. No entanto, o 
alcoolismo crônico provocara a indução do 
citocromo p450 aumentando os riscos de 
hepatotoxicidade. Esse risco se torna maior 
12 horas após a administração de álcool, 
durante uma breve abstinência de álcool, 
uma vez que o citocromo p450 ainda esta 
induzido, mas o álcool não esta presente 
para competir com o paracetamol. 
 
O paracetamol potencializa os efeitos 
anticoagulantes do acenocumarol e da 
varfarina uma vez que causa um aumento 
do risco de sangramento. Por isso os 
pacientes que recebem anticoagulantes por 
via oral devem ser advertidos para limitar o 
consumo de paracetamol. 
O uso simultâneo de paracetamol com 
outros medicamentos que induzem as 
enzimas do P450, como a isoniazida e os 
antiepilépticos (ex.: carbamazepina, 
fenitoína e barbitúricos), aumenta o risco de 
toxicidade. 
A coadministração de paracetamol com 
zidovudina pode causar hepatotoxicidade 
ou neutropenia. 
 
A dipirona é um derivado pirazolônico não 
narcótico com efeitos analgésico, 
antipirético e espasmolítico. 
A dipirona é uma pró-droga cuja 
metabolização hepática gera 4 metabólitos: 
4-MAA, 4-AA, AAA e FAA. Nenhum desses 
metabolitos liga-se extensivamente às 
proteínas plasmáticas, sendo 
predominantemente excretados pelo rim. Os 
efeitos analgésicos correlacionam-se com as 
concentrações de metabolitos ativos (MAA e 
AA). 
Como a inibição da ciclooxigenase (COX-1, 
COX-2 ou ambas) não é suficiente para 
explicar este efeito analgésico, outros 
mecanismos alternativos foram propostos, 
tais como: inibição de síntese de 
prostaglandinas preferencialmente no SNC, 
dessensibilizacão dos nociceptoresperiféricos envolvendo atividade via óxido 
nítrico-GMPc no nociceptor, uma possível 
variante de COX-1 do sistema nervoso 
central seria o alvo específico e, mais 
 
9 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
recentemente, a proposta de que a dipirona 
inibiria outra isoforma da ciclooxigenase, a 
COX-3. 
MECANISMO DE AÇÃO 
Pós-administração oral, a dipirona é 
completamente hidrolisada em sua porção 
ativa, 4-N-metilaminoantipirina (MAA). 
A biodisponibilidade absoluta da MAA é de 
aproximadamente 90%, sendo um pouco 
maior após administração oral quando 
comparada à administração intravenosa. 
Após administração endovenosa, a meia 
vida plasmática é de aproximadamente 14 
minutos. 
Sua excreção é pela urina, e em parte pelas 
fezes. 
A dipirona atravessa a barreira placentária. 
Não existem evidências de que o 
medicamento seja prejudicial ao feto, por 
isso não é indicada durante a gravidez. Além 
disso, também não é indicado seu uso no 
período de lactação. 
A ação tóxica da dipirona sobre a serie de 
células brancas do sangue, causando na 
maioria das vezes agranulocitose precedida 
de febre alta, calafrios, mal-estar, ulcerações 
na boca, foi o que fez esse medicamento ser 
proibido em vários países. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
A dipirona pode causar redução dos níveis 
plasmáticos de ciclosporina. As 
concentrações da ciclosporina devem, 
portanto, ser monitoradas quando a dipirona 
é administrada concomitantemente. 
A administração concomitante da dipirona 
com metotrexato pode aumentar a 
hematotoxicidade do metotrexato 
particularmente em pacientes idosos. 
Portanto, esta combinação deve ser 
evitada. 
Medicamento-alimentos: não há dados 
disponíveis até o momento sobre a interação 
entre alimentos e dipirona. 
+ DESCREVER O MECANISMO DE AÇÃO TÓXICA 
DA SUBSTÂNCIA INGERIDA. (PARACETAMOL) 
Nos casos de ingestão de doses elevadas do 
paracetamol, o que vai ocorrer é uma 
saturação das vias de sulfatação e 
glicuronidação e um esgotamento das 
reservas de GSH. Assim, ocorre um desvio do 
medicamento que passa a ser metabolizado 
pelo citocromo p450 CYP2EI formando 
NAPQI (n-acetil-P-Benzo-Quinona Imina) que 
se acumula em grande quantidade no 
fígado, ligando-se covalentemente com as 
macromoléculas de proteínas nos 
hepatócitos, causando alteração de 
membrana, morte celular e degeneração do 
fígado. 
Alguns fatores, entretanto, podem favorecer 
a ocorrência das reações toxicas, ou seja, a 
produção de mais NAPQI mesmo com a 
ingestão de doses menores. 
 Um desses mecanismos é a atividade 
excessiva do citocromo p450 CYP2EI 
induzida pelo uso crônico de álcool 
ou outras drogas gerando mais 
NAPQI. 
 Outro fator é a capacidade reduzida 
de sulfatação e glicuronidação 
desviando mais acetaminofeno para 
a via de produção do NAPQI. 
 A depleção dos estoques de 
glutationa pela desnutrição ou pela 
ingestão crônica de álcool permite 
que mais NAPQI circule ao reduzir a 
formação do seu metabolito que seria 
excretado na urina. 
Nos adultos, a hepatotoxicidade pode 
ocorrer após a ingestão de uma dose única 
de 10 a 15g de paracetamol. No entanto, 
doses entre 20 a 24g, ou superiores são 
potencialmente fatais. 
 
10 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
No fígado a maioria do metabolismo 
oxidativo é concentrada na zona III 
centrolobular devido a maior prevalência do 
citocromo p450 neste local. Em casos mais 
graves, estende-se para as zonas I e II 
podendo destruir todo o parênquima 
hepático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O rim é o segundo órgão alvo da toxicidade 
do paracetamol. A disfunção renal ocorre 
em cerca de 25% dos casos de 
hepatotoxicidade e em mais de 50% nos 
casos em que corre insuficiência hepática. 
A toxicidade das overdoses agudas ocorre 
ao longo de quatro fases após a sua 
ingestão. 
1) 30m - 24 horas: a sintomatologia é 
inespecífica, sendo caracterizada por 
anorexia, náuseas, vômitos e mal-
estar. 
2) 24-72 horas: ocorre aparecimento de 
lesões no fígado, dor no quadrante 
superior direito do abdômen, aumento 
das transaminases hepáticas (acima 
de 1000 UI) como a alanina 
transaminase (TGP) e o aspartato 
transaminase (TGO), aumento da 
bilirrubina, hipoglicemia, acidose 
metabólica e insuficiência renal 
aguda. 
3) 72-96 horas: Ocorre hepatotoxicidade 
máxima podendo ocorrer 
insuficiência hepática fulminante, 
hemorragia, septicemia, edema 
cerebral, síndrome da angustia 
respiratória, incluindo a falência 
múltipla de órgãos e morte. 
4) 96 horas- 2 semanas: os pacientes 
que sobrevivem a 3ª fase geralmente 
recuperam sem sequelas. 
+ DESCREVER O PROCESSO DE 
BIOTRANSFORMAÇÃO HEPÁTICA (CITOCROMO P450) 
O metabolismo dos xenobióticos e fármacos 
acontecem por vários órgãos e tecidos do 
corpo humano, sendo que o fígado é o 
principal protagonista desse processo. 
Não somente ele, mas todo o trato 
gastrointestinal tem uma maior relevância 
nesse processo, não só pela sua alta 
absorção, mas pela presença de complexos 
enzimáticos fundamentais para 
transformação desses agentes químicos. 
Sabemos que os produtos da absorção do 
TGI passam primariamente no fígado através 
da circulação portal, mesmo que um 
fármaco escape desse sistema ele pode 
circular novamente por esse sistema e ficar 
retido no fígado até que seja metabolizado. 
Outros sistemas apresentam a mesma 
capacidade de biotransformação que o 
fígado possui, sendo ele a mucosa nasal e os 
pulmões os quais possuem um enorme 
 
11 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
complexo de enzimas metabolizadoras que 
desempenham funções importantes no 
metabolismo dos fármacos administrados por 
aerossóis. 
Dessa forma, o metabolismo dos fármacos 
visa diminuir a sua lipossolubilidade a fim de 
aumentar a sua eliminação renal, sendo 
compreendido entre duas fases. 
SUPERFAMÍLIA DO CITOCROMO P-450 
As enzimas CYP constitui uma superfamília de 
enzimas que contem o grupo heme ligado a 
uma cadeia polipeptídica. Essas enzimas 
utilizam o O2 fornecido pelo grupo heme e o 
H+ do (NADPH) e (NADHP-citocromoP450 
oxidorredutase). 
A diferença entre essas enzimas se deve a 
sequência de aminoácidos, sensibilidade a 
inibidores e agentes indutores, bem como a 
especificidade das reações que elas 
catalisam. 
Foram descritas cerca de 74 famílias de 
genes CYP sendo que há três grupos 
principais (CYP1, CYP2 e CYP3) que estão 
envolvidas no metabolismo de fármacos no 
fígado humano. É importante salientar que 
essas enzimas não só participam do 
metabolismo de xenobióticos, mas também 
auxiliam na produção de ácidos biliares e 
esteroides endógenos. 
De forma geral, a CYP age consumindo uma 
molécula de oxigênio para produzir um 
substrato oxidado e molécula de água. A 
depender do substrato que essa enzima for 
interagir pode haver um desequilíbrio no 
consumo de oxigênio, formando assim O2- o 
qual é convertido em água pela dismutase 
do superóxido. Altas doses de O2- pode 
aumentar o estresse oxidativo, alterando 
todo o mecanismo fisiológico e resultando 
em cirrose hepática. 
Em suma, todo o mecanismo no qual a CYP 
participa é complexo, mas o resultado é 
simples que é adicionar um átomo de 
oxigênio ao fármaco na tentativa de formar 
um produto hidroxilado. 
A interação entre as isoenzimas e os 
fármacos fica mais evidente quando dois 
fármacos são administrados 
simultaneamente, sendo eles metabolizados 
por uma só isoenzima. 
REAÇÕES DE FASE 1 
As reações de fase 1 compreendem o 
conjunto de reações que envolve a 
oxidação, redução e hidrólise, são todas 
catabólicas e seus produtos normalmente 
são mais reativos, paradoxalmente, 
apresentam mais efeitos tóxicos ou 
carcinogênicos em relação a sua forma 
original. Essas reações visam adicionar um 
grupo reativo no fármaco (como o grupo 
hidroxila) para que esse fármaco seja 
identificado e conjugado. (por isso a fase I 
normalmenteprecede a fase dois) 
Esse mecanismo é realizado pelas enzimas 
CYP que estão inseridas no retículo 
endoplasmático liso. 
REAÇÕES DE FASE 2 
As reações de fase 2 normalmente 
bloqueiam a atividade biológica da maioria 
dos fármacos, exceto o caso da morfina e 
minoxidil que apresentam seus conjugados 
farmacologicamente mais ativos do que os 
compostos originais. Essas reações permitem 
a conjugação dos fármacos com outra 
substância para aumentar o coeficiente de 
partição hidrolipídica tornando-os 
acumulados nos compartimentos aquosos 
do corpo e facilitando a sua excreção, 
principalmente urinária. 
As reações de fase 2 compreende a 
glicuronidação, sulfatação e acetilação. 
Para a realização dessas reações químicas é 
necessário a presença de grupos funcionais 
reativos os quais, normalmente, são 
formados através da fase 1, embora alguns 
fármacos, como o Paracetamol, passam 
pela glicuronidação e sulfatação 
 
12 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
diretamente sem um metabolismo oxidativo 
prévio. 
As reações dessa fase acontecem no citosol, 
exceto a glicuronidação que acontecem na 
superfície intraluminar do retículo 
endoplasmático. 
a) Glicuronidação 
Uma das reações mais importantes da fase 
dois em que os compostos possuem um 
grupo hidroxílico ou caboxílico que se 
conjugam facilmente com o ácido 
glicurônico (derivado da glicose). Não 
somente as drogas passam por esse 
metabolismo, mas também compostos 
endógenos são submetidos a essa vida, por 
exemplo, a bilirrubina e hormônios 
esteroides. 
As drogas conjugadas com o glicuronídeo 
são excretadas pela bile e podem ser 
hidrolisadas pelas bactérias intestinais 
formando um ciclo conhecido como 
enterro-hepático o qual prolonga a ação da 
droga, como no caso dos anticoncepcionais 
orais. 
Para a realização dessas reações são 
necessários a presença de 
glicuronosiltransferases que conjugam a 
molécula da droga com o ácido glicurônico 
através de uma ligação éter, éster ou amida. 
O fato de o ácido glicurônico ser bastante 
hidrossolúvel permite que esse conjugado 
seja diluído nas soluções aquosas, assim, 
facilitando sua excreção renal. 
b) Sulfatação (conjulgação com sulfato) 
A sulfatação é realizada através de 
sulfotransferases (SULTs) que realizam o papel 
de metabolizar drogas, neurotransmissores e 
hormônios esteroides. A sulfatação resulta 
em um composto químico mais hidrossolúvel 
que facilita a sua excreção por via renal. 
De forma geral todos os processos de 
conjugação consistem na transferência de 
um composto para o metabólito do fármaco 
ou xenobiótico, com o objetivo de torna-lo 
mais hidrossolúvel. Além desses processos 
temos a metilação, a acetilação e 
conjugação com a glutationa. 
+ DESCREVER AS FORMAS DE TRATAMENTO 
EMPREGADAS NOS CASOS DE INTOXICAÇÃO 
MEDICAMENTOSA. 
Diagnóstico 
Logo após a ingesta aguda de 
paracetamol, o paciente apresenta poucos 
sintomas ou nenhum. O vômito não é 
incomum naqueles que ingeriram grandes 
doses. Diferente do que pode ser 
encontrada na anamnese do paciente, a 
única pista diagnóstica precoce confiável é 
oferecida pela mensuração quantitativa do 
nível sérico de paracetamol, que pode ser 
obtida imediatamente pela maioria dos 
laboratórios hospitalares. 
As evidências clínicas de lesões 
hepáticas e renais manifestam-se cerca de 
24 horas ou mais após a ingesta. Uma 
dosagem excessiva massiva de paracetamol 
(isto é, níveis > 500 a 600 mg/L), podem 
causar acidose metabólica transitória e 
coma. 
A primeira evidência de toxicidade na 
maioria dos pacientes é o aumento dos 
níveis de aminotransferases hepáticas (isto é, 
AST e alanina aminotransferase [ALT]), 
seguido de aumento no tempo de 
protrombina (TP) e no nível de bilirrubina. 
Hipoglicemia, acidose metabólica e 
encefalopatia são sinais de prognóstico 
desfavorável. 
 
13 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Tratamento 
O tratamento da intoxicação por 
paracetamol consiste em: 
Lavagem gástrica devendo ser realizada em 
todos os pacientes, de preferencia dentro de 
4 horas após a ingestão toxica do 
paracetamol. 
Pode ser administrado carvão ativado 
durante as primeiras duas horas após a 
administração do fármaco, reduzindo-se 
assim a quantidade absorvida pelo trato 
gastrointestinal. 
O dano hepático pode ser evitado se for 
administrado uma dose inicial de N-
acetilcisteína (NAC) até um período de 
tempo entre as 8 e as 12 horas após a 
ocorrência da overdose. 
Como explicado anteriormente, a NAPQI é 
geralmente desintoxicado pela conjugação 
irreversível com a glutationa, mas em casos 
de sobredosagem, grandes quantidades de 
NAPQI são produzidas, esgotando as 
reservas de glutationa, que resulta em lesão 
hepatocelular. Nesses casos, o antidoto N-
acetilcisteína é hidrolisado no organismo em 
cisteína e reabastece os níveis de glutationa, 
que se liga ao NAPQI prevenindo o dano 
hepatocelular. 
A administração endovenosa pode ser 
utilizada em 3 situações: quando já existe 
insuficiência hepática fulminante. 
Intolerância oral a n-acetilcisteína ou em 
mulheres gravidas. 
As reações colaterais são exantema cutâneo 
(inclusive urticaria, que não exige a 
suspensão do tratamento), náuseas, vômitos, 
diarreia e reações anafilactódes. 
Apresentações de NAC disponíveis no Brasil: 
Fluimucil® (Zambon) 
• Ampolas com 300mg/3mL para uso IV; 
• Envelopes granulados sabor laranja 
contendo 100, 200 ou 600 mg 
+ CARACTERIZAR O PAPEL DA VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA NO CONTROLE DOS MEDICAMENTOS 
Vigilância sanitária: Um conjunto de ações 
capazes de eliminar, diminuir ou prevenir 
riscos à saúde e de intervir nos problemas 
sanitários decorrentes do meio ambiente, da 
produção e circulação de bens e da 
prestação de serviços de interesse da saúde, 
abrangendo: 
I – o controle de bens de consumo que, 
direta ou indiretamente, se relacionem com 
a saúde, compreendidas todas as etapas e 
processos, da produção ao consumo; 
II – o controle da prestação de serviços que 
se relacionam direta ou indiretamente com a 
saúde 
De acordo com o conceito da Organização 
Mundial de Saúde (OMS), a 
farmacovigilância é definida como “a 
ciência e atividades relativas à identificação, 
avaliação, compreensão e prevenção de 
efeitos adversos ou quaisquer problemas 
relacionados ao uso de medicamentos”. 
Cabe à farmacovigilância identificar, avaliar 
e monitorar a ocorrência dos eventos 
adversos relacionados ao uso dos 
medicamentos comercializados no mercado 
brasileiro, com o objetivo de garantir que os 
benefícios relacionados ao uso desses 
produtos sejam maiores que os riscos por 
eles causados. 
Além das reações adversas aos 
medicamentos, são questões relevantes 
para a farmacovigilância: eventos adversos 
causados por desvios da qualidade de 
medicamentos, inefetividade terapêutica, 
erros de medicação, uso de medicamentos 
para indicações não aprovadas no registro, 
uso abusivo, intoxicações e interações 
medicamentosas. 
No Brasil, a Portaria MS nº 696, de 7 de maio 
de 2001, instituiu o Centro Nacional de 
Monitorização de Medicamentos (CNMM). O 
CNMM é responsável pela implementação e 
 
14 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
coordenação do sistema nacional de 
Farmacovigilância. 
Em 2009, a Anvisa publicou a primeira norma 
específica de farmacovigilância destinada 
aos detentores de registro de medicamentos. 
No mesmo ano, foram publicados os Guias 
de Farmacovigilância para Detentores de 
registro de Medicamentos relacionados à 
RDC 04. A partir da vigência da RDC nº 04, a 
notificação de eventos adversos 
relacionados ao uso de medicamentos 
passou a ser compulsória a todos os 
detentores do registro de medicamentos em 
território nacional.

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