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Aula via Zoom 03.03.2021 História da penicilina: Alexander Fleming 1928; Cepas de Staphylococcus -> um fungo que contaminava as culturas e causava lise das bactérias presentes; Fungo do gênero penicillium; Uma década depois a penicilina foi desenvolvida como agente terapêutica na universidade de Oxford; 1940 o material produzia efeito terapêutico em infecções estreptocócicas; 1941 -> estudos clínicos em infecções por Estrepto e Estafilicocos; Penicilina tinha pureza de apenas 10%, eram necessárias grandes quantidades extraídas das colônias fúngicas ou da urina de pacientes tratados; 1942 -> 122 milhões de unidades produzidas nos EUA e ensaios clínicos em Yale e Mayo clinic; 1943 -> adotado para todos os serviços médicos das Forças Armadas dos EUA; 1950 -> fermentação profunda no processo de fabricação -> 200 trilhões de unidades produzidas; As penicilinas fazem parte do grupo dos Beta Lactâmicos, que apresentam o anel lactâmico. Penicilina, cefaloporinas, monobactams, carbapenems são do grupo dos betalactâmicos. Aula via Zoom 03.03.2021 Penicilina natural Penicilina G ou Benzilpenicilina -> mais ativa, única penicilina natural utilizada clinicamente. Produzida pelo fungo. Modificações nas cadeias laterais “R” -> penicilinas semissintéticas. Ex.: amoxicilina e ampicilina. Mais potentes que a natural. Sistemas de unidades da penicilina Penicilina G é expressa em unidades internacionais; 1mg de penicilina G sódica equivale a 1.667 unidades; 1mg de penicilina G potássica equivale a 1.595 unidades; A dose a potência das penicilinas semissintética é expressa em unidades de peso (mg); Aula via Zoom 03.03.2021 Mecanismo de ação: São antibióticos bactericidas; Inibem a síntese dos peptidoglicanos da parede celular das bactérias -> afetam a atividade das transpeptidases; PLPs/PBPs -> Localizada na membrana plasmática. Afetam outros mecanismos além da atividade das transpeptidases que sintetizam o peptidoglicano, levando a lise da parede bacteriana, impedindo a manutenção do formato da bactéria e a formação do septo na replicação bacteriana; 1 passo -> se liga a PBP (PLP); 2 passo -> impede a transpeptidase; 3 passo -> lise da parede celular; É mais fácil atingir as gram-positivo devido a sua constituição. Aula via Zoom 03.03.2021 Resumindo: Os betalactâmicos interferem na síntese da parede celular bacteriana. A penicilina acopla num receptor presente na membrana interna bacteriana (PBP) e interfere com a transpeptidação que ancora o peptidoglicano estrutural em volta da bactéria, impedindo a síntese da parede celular bacteriana. Aula via Zoom 03.03.2021 Aula via Zoom 03.03.2021 Mecanismo de resistência ao antibiótico • Todas as bactérias que têm parede celular, têm PLPs; • Os betalactâmicos são incapazes de destruir todas as bactérias; Aula via Zoom 03.03.2021 1. Betalactamases – destruição enzimática (mais comum); • Hidrolisam os ATB betalactâmicos; • 4 grupos de A a D ✓ Classe A de espectro ampliado (BLEA/ESBL) -> degradam penicilinas, cefalosporinas e alguns carbapenêmicos (KPC); Aula via Zoom 03.03.2021 ✓ Classe B -> destroem todos os carbapenêmicos, exceto aztreonam; ✓ Classe C -> ativas contra cefalosporinas; ✓ Classe D -> degradam cloxacilina, meticilina (MRSA); ✓ Inibidores de betalactamases -> clavulanato, tazabactam e sulbactam; 2. Mudança das PBPs – aumento do peso da molécula, ai o antibiótico não consegue se ligar ao sitio de ativação 3. Impermeabilidade – modificação ou não expressão de porina. Exclusivo das GRAM negativas. 4. Bomba de efluxo – bomba proteica de superfície. Joga o antibiótico pra fora. A penicilina não precisa agir dentro da célula, logo, tem pouca relevância. Classificação das penicilinas: • Penicilina G ou V (oral) -> ativos contra cocos Gram positivos. Facilmente hidrolisadas por penicilinases. Ineficazes contra S. aureus. Aula via Zoom 03.03.2021 • Penicilinas resistentes a penicilinase: mericilina, nafxilina, oxacilina, cloxacilina e dicloxacilina. Tratamento de infecções por S. aureus e S. epidermidis não resistentes a meticilina. Presecreve oxacilina mas testa a mericilina. • Aminopenicilinas: amoxicilina e ampicilina. Espectro ampliado para alguns Gram negativos. Haemophilus influenzae, E. coli e Proteus mirabilis. Administrado frequentemente associados a inibidores de betalactamase. • Anti-pseudomonas: Gram negativas hospitalares Ticarcilina: inferiores a ampicilina contra Gram positivos e Listeria. Amplicada para cobrir espécies de Pseudomonas, Esterobacter e Proteus. Piperacilina: ampliada para Pseudomonas. Enterobacter e outras Gram negativa. Mantem a atividade contra cocos Gram positivos e Listeria. Farmacocinética: Distribuem-se amplamente por todo o corpo após absorção; Menores concentrações na secreção prostática, líquor e intraocular Concentração liquórica menos de 1% da concentração sérica e 5% se meninges inflamadas; Aula via Zoom 03.03.2021 Rapidamente eliminadas por filtração glomerular e secreção tubular; Meia-vida de 30-90 minutos; Penicilina G e V G e V com espectro semelhante. Exceto para Neisseria e anaeróbicos (G é 5-10x superior); Resistência crescente nos cocos Gram positivos, inclusive Pneumoco 90% das cepas de S. aureus resistentes; Gonococos resistentes; Meningococos maioria sensíveis; Maioria dos anaeróbicos (Clostridium) sensíveis. Bacterioides fragilis resistente; Treponema (sífilis) é o microorganismo mais sensível a penicilina G Penicilina G é instável em meio acido e pen V é estável; Penicilina V atinge concentrações séricas de 2 a 5x maior; Penicilina G benzatina: combinação de aminio + penicilina. Absorção lenta e continua com centrações com atividade antimicrobiana média de 26 dias; • Penicilina cristalina ou aquosa: restrita ao uso endovenoso. Apresenta meia-vida curta (30 a 40 minutos), é eliminada do organismo rapidamente (cerca de 4 horas). Distribui-se amplamente pelo organismo, alcançando concentrações terapêuticas em praticamente todos os tecidos. É a única Benzilpenicilina que ultrapassa a barreia hemato-encefálica em concentrações terapêuticas e, mesmo assim, somente quando há inflamação. • Penicilina G procaína: apenas para uso intramuscular. A associação com procaína retarda opico máximo e aumenta os níveis séricos e teciduais por um período de 12 horas. • Penicilina G benzatina: é uma penicilina de deposito, pouco hidrossolúvel, e seu uso é exclusivamente intramuscular. Níveis séricos permanecem por 15 a 30 dias, dependentes da dose utilizada. Utilizada em situação de profilaxia. • Penicilina V: apenas para uso oral. Os níveis séricos atingidos por esta preparação são 2 a 5x maiores do que os obtidos com as penicilinas G. Aula via Zoom 03.03.2021 Aula via Zoom 03.03.2021 Indicações: Infecções pneumocócicas; Pneumonia; Meningite; Infecções estreptocócicas (endocardite, celulite, faringite); Infecções por anaeróbios. Exceto B. fragilis; Infecções meningocócicas; Sífilis; Difteria; Actinomicoses; Listerioses; Usos profiláticos; Aminopenicilinas: Amoxicilina e ampicilina; Espectro para Gram postivo (igual a penicilina) e alguns Gram positivo, meningococo e Lysteria; Pneumococos, S. viridans e H. influenzae com resistência variável; Resistência crescente nos Gram negativos (E. coli, Proteus e Enterobacter); Aumento o espectro, inclusive para anaeróbios, com associação a inibidores de betalactamase; Vantagem de amoxicilina é maior biodisponibilidade oral; Resistência a penicilinas naturais = resistência a aminopenicilinas; Aula via Zoom 03.03.2021 Indicações: Vias aéreas superiores (todas) – S. pynogenes e S. pneumoniae; ITU – Ampicilina, E. coli (resistência); Salmonelose – pode ser usado, mas não é 1ª linha; Meningite – não deve ser usado; Obs.: Oxacilina e Meticilina -> infecções Estafilocócicas; Carbenicilina, Ticarcilina, Piperacilina -> infecções graves por Gram negativas; Inibidores de betalactamases: • Ácido Clavulânico: inibidor “suicida”, liga-se irreversivelmente as betalactamases. É bem absorvido por via oral e também pode ser feito Aula via Zoom 03.03.2021 parenteral. Combinado com amoxicilina ou ticarcilina (aumenta o espectro da ticarcilina contra S. aureus, Gram negativas e anaeróbicos incluindo B. fragilis); • Sulbactam: semelhante ao clavulanato. Combinado a ampicilina VO ou IV. Espectro para Gram positiva (incluindo S. Aureus), Gram negativa e anaeróbios; • Tazobactam: combinado com Piperacilina IV, fica com espectro semelhante a ticarcilina + clavulanato; Reações adversas: Comuns: Reações de hipersensibilidade -> 0,7 a 4%; Causa mais comum de alergia a fármacos; Alergia “cruzada” (Cefalosporinas e Carbapenêmicos); Desde erupções cutâneas até Stevens Johnson e anafilaxia; Aula via Zoom 03.03.2021 Raras: Depressão da medula óssea, granulocitopenia; Hepatite (Oxacilina); Comprometimento da agregação plaquetária (Piperacilina e Ticarcilina); Reações nos locais de aplicação (nadega – lesão do nervo ciático; deltoide – ruptura do tendão do bíceps);
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