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Constitucionalismo e suas diversas fases

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(------) Constitucionalismo e suas diversas fases: 
 
a) Constitucionalismo clássico (séc. XVIII e XIX) – Paradigma de Estado Liberal 
(direitos civis e políticos) Movimento político jurídico, desencadeado pelas chamadas 
revoluções liberais burguesas, destinado a estabelecer Estados constitucionais, com a 
fixação de mecanismos de limitação e repartição do poder estatal, sobretudo para a 
proteção do indivíduo contra eventuais arbitrariedades estatais, através da edição de 
constituições escritas. 
 
b) Constitucionalismo moderno (séc. XIX e XX) – Paradigma de Estado Social 
(direitos sociais, econômicos e culturais) ao invés de conter apenas regras de regência 
do Estado e de proteção dos indivíduos em face do poder estatal, as constituições 
passaram também a conter um conjunto de normas de ordem social e econômica, tanto 
para a redução das desigualdades sociais, como também para incentivar o 
desenvolvimento nacional. 
 
c) Neoconstitucionalismo (a partir da década de 80/90) – Paradigma de Estado 
Democrático de Direito (direitos transindividuais) tem como principais traços 
característicos: a adoção do pós-positivismo, que confere força normativa não só as 
regras como também aos princípios jurídicos; a concessão de primazia ao princípio da 
dignidade da pessoa humana; o reconhecimento definitivo da força normativa da 
Constituição; e a ampliação da jurisdição constitucional. 
 
(------) O Constitucionalismo no Brasil 
 
(------) Fases do Constitucionalismo no Brasileiro 
 
a) A primeira fase é a liberal – centralizadora que corresponde ao império, marcado 
pela Constituição de 1824, outorgada pelo imperador Dom Pedro I, dois anos após a 
independência do Brasil (07/09/1822), influenciada por Pimenta Bueno, o marquês de 
São Vicente. 
 
b) A segunda fase é a republicana (liberal) é dominada pelo pensamento de Rui 
Barbosa, autor principal do projeto da Constituição de 1891, promulgada dois anos após 
a Proclamação da República (15/11/1889). 
 
c) A terceira fase é a autoritária (Constituição de 1937 – “polaca”) É marcada pelo 
período em que se desenvolvem as ideias contrárias a um constitucionalismo liberal 
e um nascente decisionismo autoritário. A Constituição de 1934, inspirada na de 
Weimar, de 1919, tornou-se mais uma esperança liberal do que uma realidade. A 
Constituição de 1937, outorgada também no governo Vargas, instituiu o regime 
ditatorial do Estado Novo. 
 
d) A quarta fase é a do período liberal-social (Constituições de 1946 e 1988) com o 
hiato da de 1967 e da EC nº 01/69 em que houve retorno ao modelo estatizante e 
centralizador. 
A Constituição de 1946, promulgada no governo de Eurico Gaspar Dutra, após o 
período do Estado Novo, restabeleceu os direitos individuais e extinguiu a censura e a 
pena de morte. A Constituição de 1988 estabeleceu o estado democrático de direito após 
o período militar. A ruptura de uma tradição inautêntica advinda do regime militar 
 
necessitava de um novo marco, no qual foram depositadas as esperanças da sociedade. 
Novos tempos democráticos, representados pela edição de uma Constituição. Seu 
estatuto foi o de proporcionar um renascimento democrático ao país. Triunfou a tese 
segundo a qual o Estado deve ser organizado por leis fundamentais que se impõem aos 
próprios governantes. É o denominado Estado de Direito. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
(------) – Quanto ao conteúdo. 
 
- Constituição material ou substancial – 
 
Consiste no conjunto de regras materialmente constitucionais, estejam ou não 
codificadas em um único documento. É a Constituição que somente possui matéria de 
conteúdo constitucional, independentemente de estar em um documento ou em mais. 
Ex: separação dos poderes, limites do Estado, repartição de competências, direitos e 
garantias fundamentais, cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, CRFB/88). Ex: Constituição 
Norte Americana de 1787. 
 
- Constituição formal – 
 
É aquela Constituição consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento 
solene estabelecido pelo poder constituinte originário. É a Constituição que não trata 
apenas de matéria constitucional, podendo tratar também de outros assuntos, pois o que 
importa é o seu processo solene de aprovação. Ex: CRFB/88. 
 
(------) – Quanto à forma. 
 
- Escritas (instrumental) – 
 
É o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento, para fixar-
se a organização fundamental. Ex: a constituição brasileira de 1988, a portuguesa, a 
espanhola etc. 
 
- Não escritas (consuetudinária) – 
 
É o conjunto de regras não aglutinado em um texto solene, mas baseado em leis 
esparsas, costumes jurisprudência e convenções. Ex: Constituição inglesa. 
 
(------) – Quanto ao modo de elaboração. 
 
- Dogmáticas – 
 
Se apresenta como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de 
princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante. Ex: CRFB/88. 
 
- Históricas – 
 
 
É fruto da lenta e contínua síntese da história e tradições de um determinado povo. Ex: 
Constituição inglesa. 
 
(------) – Quanto à origem. 
 
- Promulgadas (democráticas ou populares) – 
 
Aquelas que derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte composta 
de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração. Ex: Constituições 
brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
 
- Outorgadas – 
 
As elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, através de imposição do 
poder da época. Ex: Constituições brasileiras de 1824,1937 e 1967 – *EC nº 01/69. 
 
- Cesaristas – 
 
São aquelas que, não obstante outorgadas, dependem da ratificação popular por meio de 
referendo. Ex: Bolívia, Equador, Venezuela e Cuba. 
 
- Pactuadas – 
 
Surge através de um pacto, o poder constituinte se concentra nas mãos de mais de 
um titular, exprime um compromisso instável entre forças políticas rivais. Ex: Magna 
Carta de 1215. 
 
(------) – Quanto à estabilidade, processo de reforma. 
 
- Imutáveis – 
 
Eram constituições permanentes, que não prescreviam meio de reforma, não podiam ser 
emendadas. Ex: o código de Hamurabi, a lei das XII tábuas. 
 
- Rígidas – 
 
São as constituições escritas que poderão ser alteradas por um processo legislativo mais 
solene e dificultoso do que o existente para a edição das demais espécies normativas. 
Ex: art. 60, CRFB/88. 
 
- Flexíveis (plásticas) – 
 
Em regra, não escritas (ex: Constituição inglesa), excepcionalmente escritas 
(ex: Constituição Suíça), poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário, ou 
seja, qualquer matéria tipicamente constitucional pode ser alterada através de leis 
ordinárias ou complementares. 
 
- Semirrígidas (semiflexível) – 
 
 
Na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário, 
enquanto outras somente por um processo legislativo especial e mais dificultoso. Ex: 
Constituição brasileira de 1824 (império). 
 
- Super-rígida – 
 
Em regra, poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas, 
excepcionalmente, em alguns pontos é imutável (art. 60, §4º, CRFB/88). 
 
(------) – Quanto à sua extensão e finalidade. 
 
-Analíticas (dirigentes, amplas, extensas, largas, prolixas, longas, volumosas, 
inchadas etc) - 
 
São extensas, tratam de modo detalhado de todos os assuntos de relevância para a 
formação, destinação e funcionamento do Estado. Ex: Constituição de Portugal, 
Espanha e Brasil. 
 
- Sintéticas (negativas, garantias) – 
 
Não são extensas, tratam em poucos dispositivos apenas das matérias básicas do 
Estado, deixando para leis complementares e leis ordinárias os detalhes a respeito 
dessas matérias básicas. Ex: Constituição dos Estados Unidos. 
 
(------) – Quanto à sistemática (critério sistemático). 
 
- Reduzidas (orgânicas) – 
 
Aquelas que se materializam em um só código básico e sistemático, ou seja, codificadas 
em um só texto.Ex: CRFB/88. 
 
- Variadas (inorgânicas) – 
 
Aquelas formadas por várias leis esparsas. Ex: Constituição belga de 1830 e a francesa 
de 1875. 
 
(------) – Quanto ao sistema. 
 
- Principiológica – 
 
Predominam os princípios, são providas de alto grau de abstração, consagradores 
de valores, pelo que é necessária a mediação concretizadora, tal como a Constituição 
brasileira. 
 
- Preceituais – 
 
Prevalecem as regras, que compõem um ordenamento mais fechado, pelo que é possível 
a aplicação coercitiva, tal como a Constituição mexicana. 
 
 
(------) – Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico-essência) – 
busca identificar a correspondência entre a realidade política do Estado e o texto 
constitucional). 
 
- Normativas – 
 
São aquelas em que a limitação do poder se implementa na prática. Ex: CRFB/88 
(alguns resquícios), regras de competência, separação de poderes, etc.*Há considerável 
divergência sobre o tema, na medida em que parte da doutrina pensa assim, mas 
Bernardo Gonçalves Fernandes, Uadi Lammêgo Bulos, classificam a CRFB/88 como 
nominalistas 
 
- Nominalistas – 
 
São aquelas com insuficiente concretização constitucional. Ex: 1824, 1891, 1934 e 
1946. 
 
- Semântica – 
 
São simples reflexos da realidade política, servindo como mero instrumento de 
dominação dos detentores de poder. Ex: 1937, 1967 – *EC nº 01/69. 
 
(------) – Quanto à dogmática. 
 
- Ortodoxa – 
 
Apenas uma orientação política (ideologia) a consubstancia. Ex: Constituição soviética 
de 1977 e as diversas constituições chinesas marxistas. 
 
- Eclética (compromissória) – 
 
Reflete várias ideologias, concilia várias ideologias políticas conflitantes. Ex: CRFB/88 
e Indiana de 1949. 
 
(------) – Classificação do constitucionalista Manuel Gonçalves Ferreira Filho. 
 
- Garantia – 
 
Busca garantir a liberdade, limitando o poder. Ex: Magna Carte de 1215, CRFB/88. 
 
- Balanço – 
 
Reflete um degrau de evolução socialista, na medida que as relações se modificam ou 
evoluem, efetua-se um balanço (análise da nova situação política). Ex: Constituição da 
China, Polônia (1935) etc. 
 
- Dirigente – 
 
Estabelece um projeto de Estado visando a evolução política. Ex: Constituição 
portuguesa e CRFB/88. 
 
(------) – Quanto ao conteúdo ideológico (André Ramos Tavares). 
 
- Liberais – 
 
Ideia de constituições negativas (absenteísmo estatal). Ex: Constituição brasileira de 
1824 e 1891 
 
- Sociais – 
 
Ideia de atuação positiva do Estado “Estado do Bem Comum”, 
ideia de dirigismo estatal. Ex: Constituição Alemã (Weimar) de 1919 e 
Constituição Mexicana de 1917, no Brasil, todas as constituições foram sociais, desde a 
Constituição de 1934. 
 
(------) – Segundo Raul Machado Horta. 
 
- Constituições Expansivas – 
 
Em função dos temas novos e da ampliação conferida a temas permanentes, como 
no caso dos direitos e garantias fundamentais. Ex: CRFB/88. 
 
Constituições Plásticas – 
 
É a Constituição que permite sua ampliação, regulamentação por meio de leis 
infraconstitucionais. Ex: CRFB/88. Classificação completa da CRFB/88 (seguindo a 
ordem apresentada em sala de aula). 
 
FORMAL; ESCRITA; DOGMÁTICA; PROMULGADA; RÍGIDA/*SUPER- RÍGIDA; 
ANALÍTICA; REDUZIDA; PRINCIPIOLÓGICA; NOMINALISTA/*NORMATIVA; 
ECLÉTICA; GARANTIA/DIRIGENTE; SOCIAL; EXPANSIVA/PLÁSTICA. 
 
* Existência de divergência doutrinária.

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