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Letícia Guimarães – Med 105 Aula 3 Bioletrogênese A bioeletrogenese é a formação de eletricidade através de fenômenos biológicos. Papel fisiológico dos eventos elétricos • Células excitáveis São células que utilizam do gradiente elétrico para se excitarem. o Neurônios o Células musculares o Células sensoriais Importância na área biológica • Funcionamento dos sistemas biológicos - Sem a troca de eventos elétricos, não tem como o sistema biológico funcionar. Importância na área médica • Entendendo o sistema elétrico, é possível medi-lo para identificar anormalidades e doenças o Eletrocardiograma (ECG); Eletroencefalograma (EEC); Eletromiografia (EM) Sistema Nervoso O sistema nervoso transmite a maior parte das atividades elétricas. Ele é divido anatomicamente em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP) e é formado por dois tipos de células: neurônios e células da glia. Características gerais da sinalização celular Funções • Receber e processar informações • Analisar as informações • Gerar respostas coordenadas para controlar comportamentos complexos. Fases de funcionamento • Recepção e codificação das informações - O sistema nervoso recebe as informações e as transformam em sinais elétricos. • Transmissão das informações – via neuronal • Processamento das informações – Sistema Nervoso Central • Efetuação de respostas Requisitos para o funcionamento do Sistema Nervoso • Estrutura especializadas - Neurônios • Transformação de energia 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑢𝑡𝑟𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 → 𝐴𝑇𝑃 → 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 • Codificação das informações em linguagem do sistema nervoso (sinais elétricos) → código neural (são sinais elétricos que são transmitidos de um neurônio para o outro ou de um neurônio para uma célula efetora). • Alterações eletroquímicas de ponto a ponto. Divisão do Sistema Nervoso • Sistema Nervoso Central o Encéfalo o Medula • Sistema Nervoso Periférico o Sensitivo Aferente (periferia → SNC) - Somático - Visceral Os receptores sensoriais monitoram continuamente as condições dos meios externos e interno (temperatura, dor, osmolaridade, etc) o Motor Eferente (SNC → periferia) - Somático (musculatura esquelética) - Autônomo (musculatura lisa visceral, musculatura do coração e glândulas exócrinas) Neurônio Os neurônios são células de formato único com processos longos que estendem a partir do corpo celular (onde está o núcleo). Esses processos são chamados de dendritos (recebem os sinais de entrada) ou axônios (conduzem informações de saída). Rede de Neurônios Os Neurônios são interligados através das terminações dos axônios se ligando aos dendritos de outros neurônios. Letícia Guimarães – Med 105 Aula 3 Células da Glia As células da glia são responsáveis por dar suporte aos neurônios. o Astrócitos - Nutrição - Sustentação - Regulação iônica o Oligodendrócitos - Síntese de mielina no SNC No SNP, as células de Schwann são responsáveis por sintetizar a mielina. o Microgliócitos - Defesa (função fagocitária) Relação do Sistema Nervoso Central e Periférico Observação: Os neurônios motores viscerais possuem gânglios (corpo de neurônio) fora do SNC. Composição intracelular e extracelular Os neurônios se comunicam gerando impulsos elétricos, e esses impulsos são possíveis devido a diferença de ionização que existem nas células. - A distribuição iônica determina a polaridade das células. • Extracelular - Muito Na+ e Cl- e poucas proteínas - Composição fora da célula: positiva. • Intracelular - Muito K+ e muitas proteínas (negativas) - Composição dentro da célula: negativa. Potenciais biológicos Assimetria iônica → Importância biológica • Potenciais biológicos através das membranas estabelecem uma diferença de potencial (ddp) estável nas células. - Esta ddp possibilita o estabelecimento de fenômenos bioelétricos essenciais à vida celular. Forças que determinam a movimentação dos íons • Força de atração elétrica - Gerada pela diferença das cargas elétricas do meio intra e extracelular. - Os ânions fixos são os maiores geradores de carga negativa no meio intracelular. • Gradiente de concentração - Gerada pela Bomba de Na+ e K+. Potencial de repouso O potencial de repouso é sempre negativo, e este potencial é mantido, principalmente, pela bomba de sódio e potássio, através da geração de gradientes elétricos de sódio e de potássio. • Movimentos do K+ e Na+ durante o potencial de repouso o Sódio (Na+) entra e Potássio sai - À favor do gradiente de concentração o Na bomba de Na+ e K+, 3 íons Na é jogado para fora da célula e 2 íons K é jogado para dentro da célula - Contra o gradiente de concentração Observação: Potencial de repouso ou potencial de membrana é aquele valor elétrico que está na membrana em uma célula em repouso. - É o potencial medido quando nenhum evento ativo está ocorrendo - Varia de -20 a -100 mV. Potencial de ação (PA) Membranas das células excitáveis (neurônios, células musculares e sensoriais) respondem a estímulos com alterações na ddp gerando um impulso elétrico (potencial de ação). O potencial de ação são grandes despolarizações muito rápidas no Vm (potencial de membrana) que percorrem longas distancias por neurônio sem perder a força. O potencial de ação é unidirecional (corpo do neurônio → terminações do axônio) O potencial de ação é um evento tudo ou nada. Letícia Guimarães – Med 105 Aula 3 - Não possui um potencial menor ou maior que o outro, ou acontece seguindo a mesma intensidade ou não acontece. • A geração do potencial de ação depende de: - Existência de um potencial de membrana. - Presença de canais iônicos voltagem dependente. - Permitem a passagem de íons específicos - Originam correntes iônicas que fluem através da membrana - Os principais são canais de Na e K • O PA segue algumas fases. 1) Potencial de repouso 2) Limiar de excitabilidade = Evento tudo ou nada - Para o Potencial de ação acontecer é necessário que haja um estimulo suficiente para que ocorra o limiar de excitabilidade. - O limiar de excitabilidade é alteração elétrica da membrana - Abertura dos canais de Na+ 3) Despolarização = Entrada de Na+ na célula 4) Fechamento de canais de Na + e abertura de canais de K + dependentes de voltagem mais lentos 5) Repolarização = saída de K+ da célula. 6) Hiperpolarização = Canais de K + ainda abertos, hiper polarizando a célula; 7) Retorno da permeabilidade iônica e do potencial de repouso da célula • Movimento dos íons Na+ e K+ - Anestésicos locais bloqueiam a condução do PA nos axônios sensoriais, por se ligarem a sítios específicos dentro dos canais de Na+ sensíveis a voltagem, reduzindo a capacidade de despolarização da membrana. - A cocaína foi o primeiro anestésico a ser usado, mas por causa da toxicidade e potencial para dependência, alternativas foram desenvolvidas. - O primeiro análogo sintético da cocaína usado para anestesia local, a procaína. - Outros anestésicos locais deste tipo incluem a lidocaína e a tetracaína. Potencial de ação de uma célula cardíaca Este potencial de ação de uma célula cardíaca é muito mais longo e demorado do que um potencial de ação de um neurônio, ele demora aproximadamente quatrocentos milissegundos. No músculo cardíaco existem canais lentos de cálcio, que se abrem junto com os canais de potássio. - Despolarização (platô) → abertura dos canais “rápidos” de sódio e “lentos” de cálcio. Determinantes do potencial de ação O que permite o potencial de ação acontecer é o estímulo limiar. - Este estímulo é uma corrente de estimulação suficiente para desencadear um PA. o Estímulo sublimiar (E1; E2) - Estímulo não suficiente paradesencadear um PA o Estimulo limiar (E3) - Estímulo suficiente para desencadear um único PA. o Estímulo supra-limiar Letícia Guimarães – Med 105 Aula 3 - Estímulo suficiente para desencadear mais de um PA, caso seja um estimulo duradouro. Caso seja um estímulo curto, gera um único PA de mesma intensidade do que o estímulo limiar. Observação: Uma vez iniciado o PA, é impossível impedi-lo de acontecer. Fluxo iônico durante o potencial de ação Impulso elétrico São alterações eletroquímicas que vão de ponto a ponto. – O PA vai se propagando pela célula. No neurônio eferente, o PA se inicia no dendrito ou no corpo celular do neurônio e é propagado de maneira unidirecional através do axônio até as terminações desse neurônio. Quando o neurônio é aferente, o PA se inicia nas terminações do neurônio e é propagada até o corpo celular. Despolarização → entrada rápida de Na+ Repolarização → Saída rápida de K+. Transmissão do impulso nervoso • A transmissão do impulso nervoso é ortodrômico e acontece de ponto a ponto. - Corpo celular → axônio • A transmissão do impulso nervoso em alguns neurônios é mais rápida e em outros, é mais lenta. - Em neurônios mielinizados, ou seja, que possui bainha de mielina, os impulsos nervosos são mais rápidos. - As células de Schawan formam a bainha de mielina nos neurônios periféricos - Os oligodendrócitos formam a bainha de mielina nos neurônios centrais. Os pontos onde não possuem a bainha de mielina são chamados de Nodo de Ranvier. - A despolarização só acontece nos Nodos de Ranvier, por isso é chamado de Impulso Elétrico Saltatório.
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