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Epidemiologia capítulo 02

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- -1
EPIDEMIOLOGIA
O QUE É EPIDEMIOLOGIA?
Diogo Tavares Cardoso
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui a importância da epidemiologia como ciência, tendoO que é epidemiologia
em vista que ela é dinâmica e sofre constantes alterações ao longo do tempo. Essas alterações foram realizadas
desde o conceito e objetivo de estudo da epidemiologia, como os seus pilares.
Antes a epidemiologia preocupava apenas com epidemias. Devido , houve anão ser uma ciência estática
evolução dela com o tempo. Assim, . Aso estudo das epidemias não é o único objetivo da epidemiologia
epidemias ainda são importante fonte de estudo para a epidemiologia, porém hoje ela possui foco em outras
coisas, saindo das epidemias e focando em algo a mais.
Bons estudos!
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1 Noções preliminares
A epidemiologia é uma ciência em constante evolução e aprimoramento. Esta evolução vem ocorrendo junto com
a sociedade e sempre no sentido de de todos. Ao buscar identificar cadamelhorar a qualidade de vida 
característica dos agravos que acometem a população, a epidemiologia se apresenta como uma ciência aplicada
no bem-estar e melhoria de saúde de toda a sociedade. Assim, a epidemiologia é fundamental para todos.
Desde o século XIX, por ocasião da epidemia de cólera que ocorreu em Londres (1848-1858), ficou evidenciada a
hipótese causal entre cólera e a água. Desta importante descoberta de John Snow até o século XX, a
epidemiologia evoluiu muito o seu campo de atuação. Estudou epidemias ou surtos de doenças, conheceu o
mecanismo de transmissão delas e, até hoje, preocupa-se com a melhora da qualidade de vida. Tendo isso em
mente, na atualidade, a epidemiologia contribui para a redução na incidência de doenças infecciosas - como a
varíola ou doença de chagas -, que são doenças transmissíveis e outras enfermidades que não possuem um perfil
de transmissão de doenças cardiovasculares ou relação de causa de alguns cânceres. Ambas as enfermidades,
transmissível ou não, também são fontes de estudos para a epidemiologia.
A epidemiologia tem como principal fonte de estudo a qualidade de vida da população e, como consequência
dessa qualidade de vida melhorada, aumenta o .coeficiente de saúde de toda a população
O conceito para a epidemiologia não é simples. Porém, a própria palavra pode apresentar uma definição
etimologicamente e esta pode ser dada para epidemiologia como: = sobre; = população; =EPI DEMO LOGOS
tratado ou estudo. Dessa forma, podemos falar que o é o significado da palavra epidemiologia estudo sobre a
. Assim o conceito inicial era o estudo das doenças transmissíveis, sejam elas infecciosas oupopulação
parasitarias, porém, hoje esta afirmação não é verdade. Atualmente, a epidemiologia evoluiu muito o seu
conceito, de tal modo que abrange, praticamente, todos os eventos que estão relacionados com a população
(PEREIRA, 1995).
Assista aí
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/82e35f639aa23fc2500095b649436e13
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1.1 Áreas temáticas
Com a evolução da epidemiologia, hoje ela está muito abrangente e recebe várias subdivisões por área de
conhecimento. Como a epidemiologia é uma ciência em constante evoluções, as subdivisões foram surgindo à
medida em que os problemas de saúde vieram tornando-se prioridade.
Originalmente, a epidemiologia estudava doenças que se manifestavam como de maneira bastanteepidemias
evidente, tais como: peste bubônica, febre amarela, cólera e varíola. Com a evolução dos conhecimentos em
outras áreas, como a microbiologia e a teoria dos germes, parasitologia e imunologia, ficou evidente que as
doenças eram causadas por . Com este conhecimento, a agentes biológicos epidemiologia buscava identificar
, fazendo com que isto seja um dos objetivos centrais destao agente biológico especifico de cada enfermidade
área da epidemiologia (PEREIRA, 1995). Com o sucesso dessa abordagem na identificação dos agentes
causadores e dos agravos, foi possível identificar as medidas profiláticas a serem implementadas.
O sucesso alcançado nesta área da epidemiologia foi tão elevado, que ela utiliza estas informações em outras
doenças que possuem comportamento semelhante a das doenças transmissíveis e que são alvos da
epidemiologia.
Nos últimos anos, a evolução na saúde pública, ajudada pela epidemiologia, trouxe a redução da mortalidade
oriunda de doenças infecciosas. Contudo, hoje a população está passando por um envelhecimento progressivo, o
que ocorre uma alteração no perfil de morbidade da sociedade. Este fato fez com que ocorresse a ampliação da
área de estudo da epidemiologia, passando a estudar doenças crônicas e degenerativas ou anomalias
, entre outros eventos de natureza não infecciosas, como ou .congênitas acidentes ambientais envenenamento
Mesmo acidentes ou envenenamento não são doenças, mas ambos os casos justificam uma abordagem
semelhante (DE ALMEIDA FILHO; BARRETO, 2011; PEREIRA, 1995). Por isso, podemos dizer que a 
.epidemiologia estuda qualquer agravo ou danos à saúde que acometa a população
Fique de olho
A epidemiologia foi utilizada para identificar as causas da doença de minamata, uma das
primeiras epidemias causadas pela poluição ambiental. Foi realizado um estudo entre as
pessoas infectadas e não infectadas, e comprovou-se que a os acometidos residiam próximo a
um lago e possuíam uma dieta à base de peixe. Ficou comprovado que uma indústria lançou
metilmercúrio em um lago na cidade de Minamata no Japão (HARADA, 1995).
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- -6
1.2 Serviços de saúde
A epidemiologia também é utilizada em serviços de saúde, principalmente, na assistência aos doentes e com
práticas preventivas, que representam grande importância quando elas são usadas para intervir na distribuição
de doenças ou na ocorrência destas. Estudos epidemiológicos são realizados nos serviços de saúde com o
objetivo de conhecer a situação de determinado agravo ou para a melhoria da saúde da população. Como
exemplos, podemos citar a cobertura vacinal e a descoberta da eficácia de determinado tratamento. Outras
maneiras que a epidemiologia pode ser utilizada nos serviços de saúde é conhecer a qualidade do atendimento
que a população está recebendo. Este tipo de estudo tem como objetivo identificar os problemas e as respectivas
causas destes, e propor soluções a esta demanda. A avaliação de medidas é algo fundamental que a
epidemiologia realiza no serviço de saúde, buscando sempre melhorar a qualidade de vida como um todo.
Conceitualmente, a epidemiologia, como ciência, evolui até os dias de hoje, no momento em que ela busca
melhorar a qualidade de vida. O conceito de epidemiologia e a sua fonte de estudo podem, aparentemente, ter
evoluído ou mudado com o tempo. Ter iniciado em doenças infecciosas e tendo passado por doenças crônicas até
na melhoria da qualidade dos serviços de saúde ou na melhoria da saúde pública. Porém, a sua fonte de estudo
sempre foi a população - humana ou animal.
Habitualmente, a epidemiologia sempre foi tida como a ciência que estuda a distribuição das doenças e as
 (DE ALMEIDA FILHO; BARRETO, 2011). E diversos conceitos ou definições foramsuas causas na população
apresentados a epidemiologia ao longo do tempo. Pereira (1995, p. 3) conceitua a epidemiologia como o “ramo
da ciência da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos
relacionados com a saúde”.
Outro epidemiologista traz mais detalhes sobre este conceito.
Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e
os fatores determinantes do risco de doenças, agravos e eventos associados à saúde, propondo
medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, danos ou problemas de saúde
e de proteção, promoção ou recuperação da saúde individual e coletiva, produzindo informação e
conhecimento para apoiar a tomada de decisão no planejamento, administração e avaliação de
sistemas, programas, serviços e ações de saúde(ROUQUAYROL et al, 2018, p. 9).
Este é um conceito bastante completo que Rouquayrol (2018) apresenta. Outros pesquisadores trazem mais
definições para a epidemiologia, mas todos com a mesma ideia. É o caso do conceito que é apresentado pela
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Associação Internacional de Epidemiologia (IEA - International Epidemiolocal Association), que indica no seu
dicionário de epidemiologia, que é apresentado por Porta (2008, p.81): "O estudo da ocorrência e distribuição de
eventos relacionados à saúde em populações especificadas, incluindo o estudo dos determinantes que
influenciam esses estados e a aplicação desse conhecimento para controlar os problemas de saúde".
Vamos utilizar o conceito apresentado pela associação internacional de epidemiologia para aprofundar mais o
significado desses termos, e facilitar a compreensão.
• Estudo
Faz referência à epidemiologia como ferramenta geradora de conhecimento, em que, por meio dele, são
realizados experimentos ou pesquisas.
• Ocorrência e distribuição
Faz referência na quantificação dos agravos que possuem relação com a saúde. A epidemiologia não se
preocupa apenas com quais eventos, mas sim com a taxa e a sua localização, buscando conhecer a
distribuição em relação ao lugar onde ocorreu. Em relação ao tempo quando ocorreu e em relação a
quem, quais são os grupos mais acometidos pelo agravo.
• Eventos relacionados à saúde
Traz referência sobre as doença ou agravos que estejam relacionados à ausência de saúde. Inicialmente,
a epidemiologia estudava apenas epidemias que eram causadas por doenças infecciosas. Porém, hoje ela
estuda qualquer evento que cause a ausência de saúde da população.
• Populações especificadas
Refere-se a uma população concreta e com características bem definidas. A principal ferramenta de
 Exemplos: homens acima de 50 anos para um estudo sobreestudo da epidemiologia é a população.
câncer de próstata; mulheres acima de 30 anos para estudo do câncer do colo do útero.
• Determinantes
Faz referência a todos os fatores que não estão diretamente relacionados ao patógeno. Porém, têm
ligação com a doença, sendo eles fatores sociais, físicos, ambientais ou culturais, que podem influenciar
na perda ou no ganho de saúde da população.
• Aplicação do conhecimento
Traz referência à parte prática da epidemiologia. O objetivo final que qualquer estudo epidemiológico
deseja é a melhora da qualidade devida, seja na promoção ou prevenção da saúde ou na recuperação da
saúde do conhecimento. A aplicação do conhecimento adquirido, por meio da epidemiologia, faz com que
•
•
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•
•
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ela seja um instrumento de melhora da saúde de toda a população, e não somente uma ciência que gera
conhecimento. O aprendizado gerado pela epidemiologia é aplicado de forma prática e direta.
A epidemiologia não é uma ciência pura, mas agrega conhecimento de diversas áreas, sendo hoje uma ciência
complexa, que se vale de conhecimento das .ciências biológicas ou biomédicas, estatística e ciências sociais
Ciência biológicas ou biomédicas
Trazem informações sobre os patógenos e o seu ciclo, informações sobre a imunologia ou genética do agravo.
Apresentam conhecimentos tanto do indivíduo (que está doente) quanto do agente causador da doença.
Estatística
É uma área da matemática, cuja epidemiologia utiliza para determinar a seleção de amostra de uma população.
Por meio da estatística, a epidemiológica também consegue comprovar a eficácia da intervenção - medicamento,
vacina ou outra. A estatística utiliza teorias probabilísticas para explicar a frequência da ocorrência dos agravos.
Ciências sociais
Apresentam uma característica (relacionada ao social e/ou cultural) da população que o estudo está incluído.
Com isso, é trazida uma visão integrada de todo o processo saúde-doença, com o surgimento das doenças indo
além do campo biológico. Neste caso, pode-se referenciar uma comunidade de Gana, que parte da população
acreditava que a malária era causada devido a um longo contato com o excesso de calor. Ou seja, muitos membros
da comunidade não percebiam a relação que existe entre o vetor da doença e o reconhecer a doença
(ROUQUAYROL et al, 2018).
Vamos aprender agora sobre os objetivos da Epidemiologia. Siga a seguir.
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2 Epidemiologia: objetivos
Enquanto a tem como principal objetivo o , a clínica estudo dos indivíduos epidemiologia se preocupa com
. Claro que o indivíduo é fundamental para a epidemiologia, porém o foco dela é em toda atoda a população
comunidade.
Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas.
Proporcionar dados essenciais para planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção,
controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridade. Identificar fatores
etiológicos na gênese das enfermidades (ROUQUAYROL et al, 2018, p. 10).
A , sendo este, causa ou fatores de risco das doenças, identificação dos fatores etiológicos das enfermidades
. A compreensão do risco é algo fundamental, visto que, o risco equivale ànorteia o objetivo da epidemiologia
probabilidade da ocorrência de determinado agravo na população. Quando se utiliza o método epidemiológico,
busca-se, além de descrever o risco para os agravos, a amplitude dos problemas. É o que se tem sempre como
objetivo, buscado determinar a sua extensão em toda a comunidade (DE ALMEIDA FILHO; BARRETO, 2011).
Como objetivo, a epidemiologia também não se limita apenas a compreender ou avaliar situações sanitárias no
presente ou no passado. Hoje a epidemiologia busca . Por isso, ela sempreentender a dinâmica saúde-doença
apresentou em seus objetivos avaliar esta relação. Porém, algo que deve se ter em mente como objetivo da
epidemiologia é: com o conhecimento do passado, tentar prever tendências futuras. Assim a epidemiologia
 deve, em pouco tempo, que busca a melhora daprospectiva ser um dos principais objetivos desta ciência 
qualidade de vida da população.
Epidemiologia tem como objetivo catalogar os fatores de propagação de doenças, buscando estudar a
distribuição dos problemas de saúde, como eles evoluem ao longo do tempo ou de que maneira se propagaram e
onde estes problemas se localizam. Ao ter isso como um objetivo, é possível conhecer de que maneiras os fatores
regionais e as condições sociais e econômicas colaboram para a propagação do agravo.
Dessa forma, é possível conhecer por que o agravo pode se apresentar de maneira diferente a depender de cada
local, e colher dados que possibilitem ações preventivas, tratamento e controle desses agravos. Por isso, o
objetivo é proporcionar e para a aplicação da epidemiologia.dados essenciais fundamentais 
Com os fundamentos da epidemiologia, é possível conhecer as doenças e a sua distribuição individual ou
coletiva, e os fatores que geram esse arranjo na população. Analisa-se todos os fatores do ambiente, físico,
químico e biológico, chegando ao transmissor e hospedeiro da doença.
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2.1 Clínica X epidemiologia
A preocupação principal da é com o estado de saúde da . Como irá fazer as descrições dos casosclínica pessoa
relatando possíveis alterações pelas quais os indivíduos possam passar? E também foca no correto diagnóstico
de cada agravo, e na efetividade do tratamento empregado no indivíduo. Assim todas as medidas e ações são
pensadas em nível individual. Um exemplo seria a medicina preventiva.
A , ao contrário da clínica, preocupa-se com a como um todo. Isso não quer dizer queepidemiologia população
o indivíduo não seja importante, é claro que possui a sua relevância, visto que, um grupo de ínvidos vivendo em
conjunto forma a sociedade. Tendo isso em vista, o objeto de estudo da epidemiologia se preocupa, diretamente,
com todos. Ela busca descrever o agravo, e nesta descrição está incluído o quadro epidemiológico, que aponta a
causa do agravo e indica o número de casos em determinado período e local. Além disso, a epidemiologia traz a
explicação da hipótese de transmissão e a profilaxiaque pode ser empregada.
A é sempre pensada em e em .profilaxia nível individual nível coletivo
Individual
Visa evitar o contato do agente com o hospedeiro. Podemos pensar na dengue, em que no nível individual é
utilizada como medida de profilaxia o uso de repelentes contra o que, nesse caso, é o vetor daAedes aegypt
 doença.
Coletivo
Visa reduzir a transmissão da doença. Continuando com o exemplo da dengue, podemos pensar que evitar água
, e, como consequência, reduziremos a transmissão daparada é capaz de reduzir a proliferação do vetor
dengue em determinada população e local, o que impede o contato do agente com o hospedeiro, nesse nosso
caso a homem. Assim, evitar água parada é uma medida de profilaxia coletiva, que visa reduzir a incidência de
casos de dengue.
A clínica e a epidemiologia sempre andaram juntas, buscando uma complementar a outra. Para entender como
ambas andam juntas, basta refletir sobre o sucesso das duas. A epidemiologia obteve vitória em estabelecer a
relação entre o fumo e o câncer de pulmão. Foi observado aumento do câncer de pulmão a partir de 1930. Diante
dos números, houve início um estudo de corte com médicos britânicos que nasceram entre 1900 e 1930. Nesta
análise, era questiona do se o cigarro poderia ser o causador do câncer. Assim, foram selecionados médicos que
fumavam e profissionais que não fumavam.
- -12
Após 50 anos de acompanhamento, os pesquisadores puderam concluir que os médicos que não fumavam
tinham uma expectativa de vida maior em comparação aos médicos que fumavam (DOLL et al., 2004). Esta
expectativa era cerca de 10 anos a mais entre os grupos (DOLL et al., 2004). Este estudo mostra como a clínica e
a epidemiologia andam juntas, unidas e uma complementado a outra. É preciso ter isso em mente, visto que não
há uma melhor do que a outra, e ambas se complementam.
Podemos concluir que os objetivos da epidemiologia a fazem uma ciência viva, com evolução constante, pois, o
ambiente é totalmente mutável, passa por diversas mudanças todos os dias.
- -13
3 Importância como eixo das ações de saúde e como base 
de informações
A epidemiológica estuda os padrões que ocorrem de doenças na população, e como estes fatores interferem no
aumento ou redução dos casos. Quando pode entender que o ambiente interfere no aumento ou redução da
incidência do agravo, é possível . Com aplanejar intervenções com o intuito de evitar surtos de doenças
epidemiologia, os órgãos de saúde pública podem planejar e obter ferramentas para acompanhar a evolução da
saúde da população. Ao fazer esse acompanhamento, é possível intervir de maneira preventiva ou até mesmo
antes que ele acometa boa parte da população que esteve exposta ao risco. A partir desse acompanhamento, os
órgãos de saúde pública podem criar ferramentas ou procedimentos utilizando ações de tecnologias em saúde.
Tudo isso só é possível graças aos avanços da epidemiologia que conseguiu tais resultados pela aplicação de
estudos epidemiológicos, incorporados à aplicação destes estudos nos órgãos de vigilância. Isto proporcionou
ações e o desenvolvimento de tecnologias em saúde.
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3.1 Vigilância em saúde, e os elementos que a compõem
Às vezes, ouvimos notícias sobre interdições de estabelecimentos comercias ou sobre a contaminação por
intoxicação alimentar. Diversos alimentos podem causar intoxicação, e a vigilância em saúde é responsável por
avaliar essas condições.
Villela e Ferraz (2007, p. 281) definem que vigilância em saúde “é o conjunto de ações utilizadas com a finalidade
de proteção a saúde coletiva”. Assim, podemos perceber que a vigilância em saúde tem como eixo principal
coletar, analisar e interpretar informações relacionadas à saúde da população. A vigilância em saúde é capaz
para oferecer informações sobre aspectos básicos de saúde e como estes aspectos estão relacionados com a
população e com a sua qualidade de vida.
Para isso, a população está sob constante vigilância pelos órgãos públicos, e esta vigilância pode focar em grupos
específicos devido às suas características ou, pode também, mirar nos serviços ambulatoriais ou hospitalares,
com o sistema de notificação compulsória. Assim os profissionais destes setores devem notificar os sistemas de
vigilância logo percebam a ocorrência de doenças ou quando observarem sintomas de pré-determinadas
.doenças desconhecidas
Os elementos que compõem a vigilância em saúde são o ciclo de vigilância, pois as informações devem ser
cíclicas onde têm início na identificação do caso; a depender do agravo a notificação deve ser feito desde a
suspeita. E, caso não seja confirmado, o caso é descartado. O sistema de vigilância deve receber incentivos, pois o
aporte constante de dados é uma ferramenta importante para estimar as condições de saúde de uma população.
Não se deve acreditar que simplesmente não notificar o caso resolve o problema. Com a subnotificação
simplesmente perde-se o sinal da doença, e deixa o agravo evoluir livremente na população.
- -15
3.2 Abordagem
Para o processo de vigilância em saúde existem diferentes elementos. Porém, todos eles têm o intuito de
produzir respostas eficazes aos agravos. Com esses elementos, é possível utilizar as mais variadas abordagens de
maneira passiva ou ativa.
A é aquela em que a vigilância vai atrás das informações; procura os indivíduos acometidosabordagem ativa
pela doença.
Na , o responsável pela informação, que pode ser da atenção primária, atenção hospitalar ouabordagem passiva
laboratório responsável pelo diagnóstico, possui a reponsabilidade de enviar a notificação para o sistema de
. Assim, as informações vão de maneira constante para o sistema de vigilância em saúde quando ovigilância
agravo for de notificação compulsória.
A é a obrigatoriedade de informar os serviços de vigilância quando certos agravos sãonotificação compulsória
diagnosticados. Esta é uma estratégia que permite acompanhar a evolução desses agravos na população, e
possibilita a tomada de decisão, principalmente, em questão de saúde pública. Nem todas as doenças são de
notificação compulsória. Hoje no País existe uma lista de doenças e agravos de notificação compulsória que são
atualizadas periodicamente pelo Ministério da Saúde.
A é quando ocorre a notificação de um agravo, cuja origem já é sabida por estudosobservação de sentinela
anteriores, que possui uma fonte de infecção comum. Assim, os responsáveis pela vigilância sabem que existe
risco em potencial, visto que o agente causador também pode ter sido exposto a outros indivíduos. Em um surto
de cólera, ao se notificar o primeiro caso, este pode ser o sentinela para a possibilidade de haver mais casos,
visto a veiculação hídrica desta doença.
A é uma fonte rica em informações e identificação de agravos, pois a notificação aovigilância em laboratório
serviço de vigilância pode ser feita antes da confirmação pela clínica, o que pode reduzir alguns dias para iniciar
Fique de olho
Hoje no Brasil existem mais de 48 agravos de notificações compulsórias. Estes agravos estão
determinados pela Portaria n. 204, de 17 de fevereiro de 2016, que traz todas as
recomendações para as notificações. É importante salientar que a notificação no País é dividida
em três esferas: municipal, estatual e federal, e cada agravo possui um período para
notificação, podendo ser em de 24 horas até uma semana, a depender do agravo (BRASIL,
2016).
- -16
o controle do agravo. Apesar de a notificação ser feita poucos dias antes do que normalmente seria realizado
pela clínica, a depender do agravo, isso pode reduzir a taxa de incidência. A vigilância em laboratório apresenta
outra vantagem, pois, pode oferecer uma gama de informações sobre o paciente e até permite testes adicionais,
como no caso de uma bactéria. Esta permite conhecer qual antibiótico esta bactéria não foi selecionada para
resistência.
A vigilância em saúde via laboratório apresenta inúmeras , porém, ocorre um vantagens fator limitador nesta
. Esta limitaçãoestá justamente no fato de que um resultado positivo não indica de fato a doença. Aoabordagem
se pensar em diagnóstico, o ideal é que os testes fossem capazes de diferenciar em 100% das vezes quem
realmente é positivo de quem realmente é negativo. Contudo, isso é utopia. Porém, testes utilizados para os
diagnósticos são os que apresentam a melhor sensibilidade e especificidade. Assim, o teste que apresentou
positivo pode, na verdade, ser falso-positivo (indivíduo identificado como positivo de maneira errada pelo teste,
sendo então verdadeiramente negativo); se apresentou negativo ser falso-negativo (indivíduo identificado como
negativo de maneira errada pelo teste, sendo então verdadeiramente positivo para o agravo). A clínica é
extremamente importante para complementar o diagnóstico e reduzir estes vieses.
Os são quando se realiza uma . Esta é uma abordagem que permite adquirirregistros busca ativa na população
um . Os , e estes podem serquadro bem detalhado sobre o agravo inquéritos são uma forma de registro
divididos em duas categorias:
• censitários; ou
• amostral.
O é quando toda a população é testada para o agravo. Já o é quandoinquérito censitário inquérito amostral
seleciona aleatoriamente uma quantidade da população predeterminada e, a partir desta amostra, é possível
fazer uma inferência para toda a população. A é devido ao vantagem de utilizar inquérito amostral menor
 e em comparação ao inquérito censitário.custo maior agilidade
•
•
- -17
4 Determinantes do processo saúde-doença
Os determinantes no processo saúde doença são fatores que podem influenciar no estado de saúde de uma
população e, ao conhecer os determinantes saúde-doença, busca-se saber o que gera distúrbios e faz com que os
indivíduos saiam da condição de saudáveis e passem para a condição de doentes.
Antes de aprofundarmos nos determinastes, precisamos retomar alguns conceitos. O conceito de doença faz
referência à ausência de saúde, e a OMS (organização mundial de saúde, (1948, p. 1), trouxe a definição de saúde
em sua constituição como: “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doença ou enfermidade”. Tal definição é bastante abrangente, porém esta é uma descrição que faz
referência ao bem estar do indivíduo. Com isso, podemos dizer que a saúde vai além da ausência de agravos,
doenças ou enfermidades. Contudo, se um indivíduo fosse considerado saudável apenas se estive com o
completo bem estar, podemos afirmar que quase nenhum indivíduo seria classificado como saudável; este seria
um critério muito rígido.
Ao pensar neste termo completo, pessoas com limitação visual - que fazem uso de óculos - deveriam ser
consideradas uma pessoa doente. Porém, isso não ocorre. Quem faz uso de óculos não é considerado doente
apenas por utilizar óculos. Assim ao pensar nesse conceito de saúde, devemos ter em mente que seria a ausência
de problemas que prejudique o indivíduo, a condição de saúde dinâmica, com total equilíbrio social, físico e
mental.
Ao saber disso, podemos perceber o que pode alterar o estado de saúde-doença, e conhecer os determinantes
que podem influenciar nisso. O que pode colaborar para esta alteração é, justamente, estes determinante saúde-
doença. Além disso, os determinantes podem influenciar na dispersão da doença, visto que o agravo não se
espalha de maneira homogenia em toda população, justamente devido aos determinantes presentes na
população.
Os determinantes podem ser agrupados em diversas quantidades. Porém, podem em mais ou menos numerosos
- a depender do autor. Carrapato et al (2017, p. 677) apresenta alguns determinantes do processo saúde-doença.
Confira abaixo.
Os determinantes fixos ou biológicos, de que são exemplo a idade, sexo e fatores genéticos; os
determinantes económicos e sociais, de que são exemplo a posição o estrato social, o emprego, a
pobreza, a exclusão social; os ambientais, tais como a qualidade do ar e da água, ambiente social; os
- -18
de estilos de vida, sendo a alimentação, atividade física, tabagismo, álcool e comportamento sexual
alguns exemplos. Incluem-se ainda o acesso aos serviços, como educação, saúde, serviços sociais,
transportes e lazer.
Carrapato et al (2017) também separa os determinantes em três grupos:
• determinantes de saúde;
• determinantes ambientais; e
• determinantes sociais.
Para poder compreender a ação dos determinantes, podemos pensar que o homem está no meio e cercado pelos
determinantes e estes interagem com o homem no meio. Contudo, esta interação dos determinantes pode ser
individual ou em conjunto. Para facilitar a compreensão vamos dividir didaticamente.
4.1 Determinantes de saúde
A saúde é uma situação complexa, e está complicação independe de qualquer perspectiva. Os seus determinantes
de saúde - visão e equilíbrio - são determinados por características multifatoriais. Hoje é inquestionável a
contribuição dos fatores externos ao indivíduo, e este pode influenciar no equilíbrio da saúde-doença. Antes
estes fatores externos não eram incluídos. Porém agora eles não são deixados de fora. Estes fatores são de cunho
econômico, social e ambiental (CARRAPATO; CORREIA; GARCIA, 2017).
Quando a epidemiologia compreende estes determinantes, é possível elaborar e aplicar estratégias eficazes para
intervenção dos agravos, viabilizando a melhora de saúde da população. A influência que os determinantes de
saúde têm sobre o indivíduo é fundamental para o processo saúde-doença e ela muda com o passar dos anos. O
indivíduo, desde que nasce, cresce, vive, trabalha e envelhece, possui uma relação direta com os determinantes e
com o processo saúde-doença na população.
•
•
•
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4.2 Determinantes sociais e econômicos
O fator social é de extrema importância para a epidemiologia, uma vez que as condições sociais são presentes
por uma sociedade na esfera econômica, política e jurídica, por serem estabelecidas normas e padrões
internacionais de direitos humanos (ROUQUAYROL et al., 2018). O Brasil tem uma grande atenção ao
determinante social; esta atenção deve-se ao fato que, a Constituição Federal (1988, ) aponta queon-line
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Os fatores sociais, econômicos, comportamentais, culturas, étnicos e psicológicos influenciam, diretamente, na
saúde e nos riscos à população. As condições a que os grupos são expostos são diferentes entre si, e podem
causar resultados diversos no risco à saúde (ROUQUAYROL et al., 2018).
Uma população sem infraestrutura, como saneamento básico, é mais exposta ao risco de propagação e
agravamento de doenças, devido às condições de moradia, alimentação ou qualidade de vida em geral. A falta de
estrutura pode criar mais hospedeiros de determinadas doenças, e a falta de higiene básica pode favorecer a
propagação de outros agravos. Por isso, o estudo dos é de suma importância para que sedeterminantes sociais
possa conhecer o vetor, o local e a população que determinado agravo é mais incidente.
As são, em parte, também sociais. Por isso, vamos ver eles juntos. Esses determinantesquestões econômicas
socioeconômicos trazem grande impacto no processo saúde-doença. Ao pensar neles podemos imaginar uma
intima relação com o estilo de vida da população, com isso, trazem à tona as condições de vida e trabalho cujo a
sociedade está intimamente envolvida. Para isso, podemos imaginar o Brasil no final do século XIX, onde a então
capital do império não havia esgotamento sanitário, e os escravos ditos como “tigres” transportavam os dejetos
em toneis ou barris cheio de excrementos, nas costas pelas ruas do Rio de Janeiro e os lançavam no mar, lago ou
curso d’água próximo no caminho (PONTE, 2010).
Este é exemplo do passado onde os influenciaram a relação saúde-doençaedeterminantes socioeconômicos
esta relação também é influenciada pelo ambiente de trabalho ou, na ausência de trabalho, recebendo a
influência do desemprego. A , devido à transformação que oeducação também é algo fundamental
conhecimento pode trazer para a sociedade ou indivíduo. A está intimamente relacionada com oshabitação
determinantes de saúde-doença. Aqui, podemos exemplificar com a doença de chagas, em locais rurais onde as
habitações eram construídas de pau-a-pique. A melhora da habitação rural, onde antes era construído o casebre
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para o empregado rural de pau-a-pique, barro e, às vezes, coberto de sapé, era um ambiente extremamente
propício para a biocenose do vetor da doença de chagas. Porém, com a construção de casas de alvenaria
convencional a habitação da residência pelos barbeiros ficou dificultada (LANA; TAFURI, 2011).
Figura 1 - Casa de pau-a-pique, era algo super comum no interior do brasil no século XX
Fonte: Istock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra três casas de pau-a-pique, residência típica onde, habitualmente, era infectado
por barbeiros. 
Assista aí
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/2e90042aa9c8e81b610c15ad5aabf698
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4.3 Determinantes ambientais
Os determinantes ambientais podem ser a interação do ambiente físico com o homem. Neste caso, podemos
observar que os determinantes ambientais possuem a capacidade de influenciar no surgimento de novo agravo
(CARRAPATO; CORREIA; GARCIA, 2017). Nesse sentido, uma população pode apresentar determinada doença ao
meio físico. Como é o caso dos esquimós, capazes de suportar as baixas temperatura do Ártico ou os povos
Sherpas que possuem uma fisiologia adaptada a viver nas grandes altitudes do Himalaia.
Outra característica ambiental é a poluição, em que a água poluída pode ser considerada um causador de
doenças, assim quebrando o equilíbrio saúde-doença que havia (CARRAPATO; CORREIA; GARCIA, 2017). Com o
fornecimento de água tratada para a população é possível eliminar diversas doenças com veiculação hídrica
como: esquistossomose, amebíase, giardíase, gastroenterite, febres tifoide e paratifoide, hepatite infecciosa e
cólera (COPASA, 2020). Outro exemplo dos determinantes ambientais é o caso do Ebola. Hoje já há evidências
científicas para comprovar que a cada surto desse vírus, dois anos antes, havia tido um desmatamento de uma
grande área de floresta nativa (OLIVERO et al., 2017). Qualquer mudança no ambiente pode ser considerada um
causador de doença ao homem. Por isso, o determinante ambiental é de extrema importância.
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5 Estrutura epidemiológica
A estrutura epidemiológica é definida pelo guia de vigilância epidemiológica do ministério da saúde (2009, p.
108) como o “conjunto de fatores relativos ao agente etiológico, hospedeiro e meio ambiente, que influi sobre a
ocorrência natural de uma doença em uma comunidade”. Tendo isso em mente, podemos perceber que esta é
uma relação tripla entre os agentes patogênicos e o que pode ser humano ou não, e o hospedeiro, meio
, que pode potencializar ou não o agente.ambiente
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5.1 Agente etiológico
O agente etiológico ou, simplesmente agente, é causador da doença, e ele pode ser ou não infeccioso. Nesses
casos, os agentes podem ser agentes nutricionais, agentes genéticos, agentes químicos ou agentes biológicos.
Porém, esses agentes nem sempre são suficientes para causar a doença (PUTTINI; PEREIRA JUNIOR; OLIVEIRA,
2010).
Agentes biológicos
Podem contribuir para uma certa doença. Os agentes biológicos podem ser classificados como vírus, bactérias,
protozoários, fungos ou helmintos. O é o agente biológico causador do dengue.Aedes aegypti 
Agentes genéticos
São agentes não infecciosos, que trazem interferência genética do hospedeiro, onde este é mais ou menos
susceptível à doença. Um exemplo de agente genético é a alteração no gene BRCA1 e BRCA2, que pode favorecer
o surgimento do câncer de mama (CHEN; PARMIGIANI, 2007).
Agentes químicos
São agentes que podem contribuir para o acometimento de certas doenças: pesticidas, aditivos de alimentos,
fármacos ou produtos industrializados (OPAS/OMS, 2010). Como é o caso de alguns agrotóxicos que, se exposto
a eles por longos períodos, podem favorecer o surgimento de câncer no pâncreas (PORTA et al., 2008).
Agentes físicos
s agentes físicos são capazes de contribuir para o acometimento de certas doenças. Os agentes físicos são: força
mecânica, calor, luz, radiações, ruído (OPAS/OMS, 2010).
Agentes nutricionais
São agentes que podem aumentar determinadas doenças devido às características nutricionais. Este é o caso da
mortalidade infantil, que pode ter suas taxas aumentadas devido à desnutrição. A característica nutricional,
apesar de poder entrar em duas etapas, tanto como agente nutricional, ela também pode entrar como
característica do hospedeiro com uma má alimentação por opção humana, como é o caso de uma alimentação
rica em gorduras hidrogena.
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5.2 Hospedeiro
O hospedeiro é o organismo que é . Este hospedeiro podecapaz de ser infectado por um determinado agente
manifestar o agravo conforme o agente é apresentado, podendo este ser qualquer dos agentes citados
anteriormente. Outras características que estão intimamente relacionadas ao hospedeiro são: fatores causados
pela exposição ou influência que ele recebe.
As características relacionadas aos fatores do hospedeiro podem ser demográficas como: idade, sexo ou gênero,
características biológicas como fadiga, estado nutricional ou estresse ou resposta imune devido à resistência
natural à infecção ou em a doenças autoimunes.
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5.3 Meio ambiente
Os fatores ambientais são elementos que podem contribuir para a alteração do agravo. A diabetes, por exemplo,
é onde o agente é genético. Porém, ela pode se manifestar ou não devido ao fator ambiental. Neste caso, o fator
ambiental pode ser a alimentação inadequada do hospedeiro. Assim, o ambiente pode interferir para a evolução
do agravo.
Deve-se ter em mente que, neste caso, o ambiente, na epidemiologia, é um termo muito mais amplo do que
estamos acostumados a ouvir e mencionar na ecologia.
Na , o ambiente tem como significado um conjunto de unidades que possuem a capacidade de funcionarecologia
como um sistema em perfeita harmonia, de maneira natural, onde nele incluem o ambiente físico, que abriga os
seres abióticos (seres não vivos como rocha, solo e atmosfera) e seres bióticos (seres vivos como vegetação,
microrganismo e animais). Na o ambiente é um termo que o que é referido naepidemiologia, mais abrangente
ecologia. Além de incluir os seres bióticos e abióticos, também abarca o ambiente físico e engloba mais fatores
como a sociedade, que é composta pelos seres vivos que vivem neste ambiente. Ou seja, fazem parte do ambiente
na epidemiologia as interações sociais, políticas, econômicas e culturais.
Tento a definição de ambiente na epidemiologia, podemos perceber que tanto o agente etiológico quanto o
hospedeiro podem se confundir com o ambiente. Porém, esses fatores ambientais colaboram para o surgimento
de certos agravos. Podemos pensar se componentes sociais podem fazer parte ou não do ambiente? Se a
sociedade faz parte do ambiente, logo, fatores sociais fazem parte do ambiente.
Visto que o ambiente é a relação entre agente etiológico e o hospedeiro, e o ambiente é composto por fatores
, tendo este características biológicas, podemos incluir reservatórios ou vetores de doenças, animais oubióticos
plantas, que podem incluir situação geográfica, a qual o hospedeiro está incluído emfatores abióticos, 
características como a temperatura, umidade ou pluviosidade e recursos hídricos. Como a sociedade está
incluída no ambiente para a epidemiologia, não podemos deixar de incluir os .fatores sociais
Fique de olho
O ambiente é algo fundamental na epidemiologia, pois o ambiente é um conjunto de fatores
que interagem, de maneira direta ou indireta, com o agente etiológicoe com o hospedeiro.
Dessa forma, pode-se perceber que o ambiente é algo relacionado com o agravo.
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As características sociais pertencentes ao hospedeiro são algo que a epidemiologia busca interferir como medida
de profilaxia para certos agravos. Esta ação de alterar na característica social vale apenas quando se fala de
hospedeiro humano, pois somente nele é possível alterar comportamento social, mesmo que esta alteração não
seja realizada de maneira simples.
Os fatores que constituem este componente social podem ser agrupados em alguns subgrupos para facilitar a
compreensão.
As alguns desses fatores podem se relacionar, diretamente, com o nível social decaracterísticas sociopolíticas,
cada agravo. E estes fatores sociopolíticos podem interferir, diretamente, no agravo, e se relacionam,
diretamente, com o hospedeiro e com o agente etiológico. Estes fatores são:
• valorização da cidadania;
• participação efetiva da comunidade de maneira efetiva; e
• acesso à informação.
As questões são extremamente importantes para contribuir na questão social, como exemplo,socioculturais 
temos o comportamento exercido pela sociedade. Também é possível perceber que características 
 podem influenciar diretamente no hospedeiro ou no agente etiológico, onde este fatorsocioeconômicas
socioeconômico pode influenciar, justamente, em populações menos favorecidas, sendo estes grupos
economicamente desprivilegiados. Este grupo sofre com doenças relacionadas à pobreza, como parasitose
intestinal, hanseníase, tuberculose ou malária (IPEA, 2016).
Tendo em mente a , é possível perceber o fluxo desterelação entre o hospedeiro, o agente e o ambiente
processo com a estrutura epidemiológica, como cada elemento que pertence a esta estrutura interfere em outro
fator. Podemos pensar na leishmaniose visceral humana ou na leishmaniose tegumentar américa. Os vetores
dessas doenças são flebotomíneos pertences ao gênero spp., sendo vetor daLutzomyia L. longipalpis 
leishmaniose visceral e ou . vetor da leishmaniose tegumentar americana. Em estudo, L. intermedia L whitmani 
realizado no município de Jaboticatubas-MG, foram capturados flebotomíneos durante um ano. Os pesquisadores
observaram uma relação positiva entre a pluviosidade e a quantidade de flebotomíneos capturados (LANA et al.,
2015). Neste exemplo, é possível perceber a relação entre estas três estruturas da epidemiologia interagirem. O
ambiente interfere no agente etiológico, de maneira indireta, com o aumento da densidade vetorial que, por sua
vez, ao encontrar o hospedeiro susceptível, pode iniciar o agravo ou um surto - a depender da situação.
Outro exemplo onde pode-se alterar a estrutura epidemiologia por meio da intervenção em algum elemento é a
mortalidade infantil. A partir de 1930, houve uma a alteração na estrutura epidemiológica relacionada à
mortalidade infantil e a reduziu drasticamente desde então. A diminuição da taxa da mortalidade infantil no
Brasil ocorreu em todas as regiões, e isso foi alcançado devido a intervenções por meio da medicina preventiva,
que foi implementada em todo o País, por meio de programas de saúde materno-infantil, como o pré-natal e
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informações sobre os benefícios do aleitamento materno para os recém-nascidos, além da ampliação do acesso
ao saneamento básico (IBGE, 1999).
Assista aí
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é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender o conceito da epidemiologia como ciência;
• estudar o objetivo da epidemiologia, e que a população é o seu objeto de estudo;
• aprender como os determinantes influenciam no processo saúde-doença;
• compreender como o agente etiológico, o hospedeiro e o meio ambiente interagem para a epidemiologia.
• conhecer a importância da vigilância;
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