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INFLAMAÇÃO 1. O que é a Inflamação e quais são as causas da inflamação? É uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados, com a finalidade de eliminar os agentes agressores, substâncias indesejadas ou nocivas, células danificadas e corpos estranhos. A inflamação pode ser deflagrada por uma variedade de estímulos, como: infecções bacterianas, viróticas, fúngicas, parasitárias; necrose dos tecidos; corpos estranhos; traumas e reações imunes. 2. Como se desenvolve a reação inflamatória? A reação inflamatória se desenvolve por meio de uma série de etapas, lembradas como os cinco Rs: 1- Reconhecimento do agente lesivo → O agente agressor, que se situa nos tecidos extravasculares, é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras: Receptores na membrana celular (para microrganismos extracelulares e microrganismos ingeridos, por meio da vesícula fagossitica), como os receptores Toll-like (TLRs), são expressos em células epiteliais, células dendríticas, macrófagos e outros leucócitos, que promove o reconhecimento de microrganismos e/ou moléculas de dano nos tecidos e deflagram a produção de citocinas e outros mediadores da inflamação, como o TNF (fator de necrose tumoral) e IL-1 (interleucina 1). Esses mediadores agem nos pequenos vasos sanguíneos no entorno, resultando na vasodilatação de arteríolas, aumentando o fluxo sanguíneo da área e, consequentemente, o eritema da região. Além disso, em sequência ocorre aumento de permeabilidade (células endoteliais se contraem) que permite a exsudação → efluxo de fluidos, proteínas e células sanguíneas de vênulas pós-capilares para o tecido/cavidade. Essa exsudação e vasodilatação gera um fluxo sanguíneo mais lento (estase), concentração de hemácias (e leucócitos) e aumento da viscosidade do sangue que, consequentemente, gera vermelhidão localizada do tecido afetado. A exsudação também resulta o edema 2- Recrutamento de leucócitos → Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado: Neutrófilos e macrófagos são os leucócitos mais importantes nas reações inflamatórias típicas, por realizarem fagocitose, além de produzirem fatores de crescimento que ajudam no reparo. Devido a estase, as hemácias se concentram na porção central, deslocando os leucócitos na periferia (marginalização). As células endoteliais estão contraídas e ativadas por citocinas, então expressam moléculas de adesão, selectinas e integrinas, permitindo a adesão transitória dos leucócitos - separam-se e se ligam novamente - processo denominado rolamento, até que se aderem firmemente. Então, os leucócitos migram através do endotélio, processo conhecido como diapedese, e vão rumo ao local da lesão ou infecção devido a quimioatraentes (como os componentes do sistema complemento - C5a) que lá estão, processo conhecido como quimiotaxia. Por que os neutrófilos são predominantes na inflamação aguda? Os neutrófilos são mais numerosos no sangue, respondem mais rapidamente às quimiocinas e podem ligar-se mais firmemente às moléculas de adesão expressas nas células endoteliais, por isso predominam na inflamação aguda. No entanto, sua vida é curta → entram em apoptose entre 24 a 48 horas. Depois disso, são substituídos pelos monócitos, pois além de sobreviverem por mais tempo, também podem proliferar nos tecidos, tornando-se predominante nas inflamações crônicas 3- Remoção do agente: Após a quimiotaxia, o leucócito é ativado para realizar as suas funções → reconhecer os agentes agressores através de receptores, como os TLRs que geram sinais para iniciar a fagocitose e destruir os microrganismos e resíduos - são enviados para os lisossomos, os quais possui mecanismos eliminadores, como enzimas, espécies reativas de oxigênio (ERO) (através da oxidação da NADPH) e espécies reativas de Nitrogênio derivadas do óxido nítrico (NO) 4- Regulação da resposta → A reação é controlada e concluída: Mecanismos de controle são liberados, a fim de evitar dano tecidual. Dessa forma, os agentes agressores são removidos, mediadores da inflamação param de ser produzidos por não haver mais estímulos, os existentes possuem meia-vida curta e são rapidamente degradados, assim como os neutrófilos nos tecidos, uma gama de sinais de alerta são produzidos a fim de encerrarem a reação inflamatória: - metabólitos de ácido araquidônico (AA) → O AA não está livre na célula, mas sim esterificado nos fosfolípideos da membrana celular. Estímulos, como a C5a, liberam-os por ação de fosfolipases A2, que sofre ação das ciclo-oxigenases (COX) - geram prostaglandinas - e lipo-oxigenases - geram leucotrienos e lipoxinas. COX-1 → Produzida em resposta a estímulos anti-inflamatórios e por função homeostática - prostaglandina atua nos rins (regulação da função renal), TGI (produção do muco gástrico), plaquetas (agregação plaquetária) COX-2 → Produzida em resposta a estímulos anti-inflamatórios gerando muita prostaglandina (até 80x) Prostaglandina → Vasodilatador; potente inibidor da agregação plaquetária; potencializa o aumento da permeabilidade e o efeito quimiotático de outros mediadores; envolvida na patogênese da dor - se liga nos noiciceptores tornando-os mais sensibilizados para a despolarização; envolvida na patogênese da febre - substâncias pró-inflamatórias agem na região do núcleo pré-óptico do hipotálamo, gerando o aumento da produção de COX-2 e, consequentemente, de prostaglandinas que age aumentando a temperatura. A febre aumenta o metabolismo de todas as células, inclusive dos neurônios, podendo gerar convulsões - leucotrienos pró-inflamatórios → potente agente quimiotático e ativador de leucócitos; causam vasoconstrição intensa; broncoespasmo (importante na asma); aumento de permeabilidade de vênulas - lipoxinas anti-inflamatórias → são geradas através da via da lipoxigenase e agem inibindo a adesão e quimiotaxia - citocinas anti-inflamatória (TGF-B e IL-10) 5- Resolução → O tecido lesado é reparado: Além da remoção de estímulos nocivos, mediadores e células inflamatórias agudas, também são substituídas as células lesadas (regeneração celular) para o tecido recuperar a sua função normal, além da remoção de restos celulares e microrganismos e da reabsorção do fluido de edema pelo sistema linfático Ou então, pode ocorrer o reparo por cicatrização → Uma importante destruição tecidual ou inflamação em tecidos incapazes de se regenerarem ou quando há exsudato abundante que não pode ser adequadamente limpas, pode ocorrer o crescimento de tecido conjuntivo para dentro dessas áreas, convertendo-as em uma massa de tecido fibroso - processo também chamado de organização A persistência do agente lesivo ou de alguma interferência no processo normal de reparo faz com que a resposta inflamatória seja crônica Ativação e funções do sistema complemento. A ativação do complemento por diferentes vias leva à clivagem do C3. As funções do sistema complemento são mediadas pelos produtos da quebra do C3 e de outras proteínas do complemento, bem como pelo complexo de ataque à membrana (MAC).
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