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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA O TCU 
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 
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AULA 8: CONECTIVOS E PERÍODOS 
COESÃO TEXTUAL é uma relação da significação existente entre elementos do texto – 
entre palavras de uma oração; orações em um período; entre períodos; entre 
parágrafos - formando um verdadeiro “tecido textual”. 
Essa relação é feita pelo emprego de articuladores textuais. Qualquer emprego 
indevido de conectivos é capaz de provocar a ruptura do processo de compreensão 
textual em função da INCOERÊNCIA TEXTUAL. 
Os mais importantes desses conectivos são: 
- (1) os advérbios e as locuções adverbiais: “A primeira-dama visitou as 
instalações de uma unidade de saúde e ali pode constatar as precárias 
condições a que são submetidos milhares de fluminenses.”; 
- (2) as conjunções coordenativas e subordinativas, as locuções conjuntivas: 
“Argélia mantém tratado de paz, apesar dos atentados suicidas.”; 
- (3) as preposições e as locuções prepositivas: “Após absolvição, Renan volta a 
afirmar sua permanência no cargo de presidente do Senado Federal.” ; 
- (4) e os itens de continuidade, também chamados de ARTICULADORES ou 
ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO, como então, daí, ora e outros: “Afinal, de que 
precisamos?”. 
A coesão decorre da escolha do conectivo (ou elo de coesão) adequado ao valor que se 
pretende expressar. 
É necessário, portanto, conhecê-los para saber empregá-los. 
Mais do que “decorar” o sentido de cada um (a não ser, é claro, dos mais incomuns), 
devemos perceber a relação entre os elementos (orações, períodos, parágrafos). 
O estilo de aula irá mudar hoje - apresentaremos, em primeiro lugar, alguns conceitos 
pertinentes ao assunto. Em seguida, veremos as questões, relembrando o que já foi 
apresentado na parte introdutória. 
Estão a postos? Então, vamos! 
 
PREPOSIÇÃO 
Palavra invariável que, colocada entre duas outras, faz com que uma se torne membro 
da outra, criando-se um elo de subordinação. 
Na aula sobre regência, já vimos essa relação entre subordinante (ou antecedente) e 
subordinado (ou conseqüente). 
As preposições não possuem, isoladamente, um significado. Elas atribuem 
circunstâncias aos elementos a ela ligados. A circunstância apresentada por uma 
preposição depende do emprego. Veja um exemplo: 
Dirija com calma. (modo) 
Ele cortou-se com a faca. (instrumento) 
Fomos ao cinema com nossos amigos. (companhia) 
Aquela escultura foi feita com argila. (matéria) 
 
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CLASSIFICAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES 
As preposições podem ser: 
ESSENCIAIS – são palavras que, desde sua origem, são usadas como preposição: a, 
ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, 
sob, sobre, trás. 
ACIDENTAIS – palavras de outras classes gramaticais que “por acidente” são usadas 
como preposição: durante, mediante, conforme, segundo, consoante. 
Segundo os autores, essa posição é questionável. 
 
1 - (UnB CESPE / SEAD -PA / 2007) 
1 Foi concedida pela justiça federal liminar ao 
Ministério Público Federal (MPF) impedindo a criação da 
Floresta Estadual da Amazônia e da Área de Proteção 
4 Ambiental Santa Maria de Prainha. Para o MPF, a criação das 
duas áreas, anunciadas pelo governo do estado do Pará como 
iniciativa de preservação, representa, na verdade, um ataque 
7 ao modo de vida das populações tradicionais da região e 
privilegia um modelo de exploração predatório da floresta 
amazônica. 
10 A região abrangida pela liminar da justiça federal fica 
no coração do Pará, servida pelos rios Tamuataí, Uruará e 
Guajará e ainda possui grandes extensões de floresta primária 
13 e potencial para atividades extrativistas. Por isso, desde 
2003, o IBAMA faz estudos para a criação da Reserva 
Extrativista Renascer, a pedido dos ribeirinhos que lá vivem. 
16 Catorze comunidades reivindicam a criação da Resex, um 
modelo de preservação que garante títulos de posse da terra 
para os moradores tradicionais. 
19 De acordo com o levantamento do IBAMA, ancestrais 
dos moradores atuais já viviam na área em 1880. Eles 
começaram a ser assediados por madeireiras, recentemente, o 
22 que já provoca conflitos, como mostra a recente denúncia 
feita pela Procuradoria da República em Santarém de que 
policiais militares estavam apoiando a extração ilegal de 
25 madeira na área. 
A chegada da atividade madeireira trouxe a exploração 
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dos trabalhos dos comunitários a preço vil, a destruição da 
28 paisagem natural, a degradação da mata ciliar pela ação de 
balsas transportadoras de toras e revolvimento do fundo dos 
rios, modificando os aspectos físicos, químicos e biológicos 
31 dos ecossistemas fluviais, de acordo com registro feito no 
pedido de liminar do MPF. 
MPF/PA obtém liminar proibindo criação da Floresta Estadual. Internet: 
<www.prpa.mpf.gov.br> (com adaptações). 
Julgue a assertiva abaixo. 
- “Para” (R.4) e “De acordo com” (R.19) podem ser substituídas por Segundo, sem 
que haja prejuízo para os sentidos do texto. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Esse é um exemplo de PREPOSIÇÃO ACIDENTAL. O vocábulo “segundo” é 
originalmente um numeral (primeiro, segundo, terceiro….) ou uma conjunção 
conformativa (“Segundo relatos das testemunhas…”). No lugar da preposição “para” 
ou da locução prepositiva “de acordo com”, atua como preposição acidental, sem que 
haja prejuízo semântico à passagem. 
 
2 - (UnB CESPE / DPF – Escrivão / 2002) 
1 A violência é um problema crescente nas cidades. A liberação 
feminina tem como efeito colateral grave o fato de as mulheres estarem 
mais expostas ao risco. Além de enfrentar a violência doméstica — 
4 que, por incrível que pareça, segundo dados do Ministério da Justiça, 
atinge 80% das mulheres em idade adulta em algumas capitais —, elas 
têm de encarar perigos nas ruas. Dirigindo sozinhas, andando à noite 
7 e se aventurando por locais menos movimentados, as moças são uma 
isca para assaltantes. Mas os números mostram que elas estão 
reagindo. Entre 1999 e 2001, o número de queixas registradas nas 125 
10 delegacias de defesa da mulher do estado de São Paulo aumentou 
quase 50% — já são 30.000 reclamações por mês. 
Veja – Especial Mulher, p. 89 (com adaptações). 
Julgue o item que se segue, a respeito do texto acima. 
- Para respeitar as regras de regência da norma culta, tanto a preposição “de” como a 
conjunção que podem ser empregadas após o verbo “têm” (R.6). 
 
ITEM CERTO 
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Comentário. 
Causou-nos estranheza a afirmação de ser esse “que” uma conjunção. 
Alguns autores o classificam como preposição acidental (falamos sobre isso na questão 
anterior). Outros, como pronome relativo. 
Vejamos a lição de alguns autores consagrados, a começar por Napoleão Mendes de 
Almeida, em seu Dicionário de Questões Vernáculas: 
“... há diferença de sentido entre ‘ nada tenho de escrever para você’ e ‘nada tenho 
que escrever para você’? (...) Nesses exemplos, a primeira forma (‘ter de’...) denota 
obrigatoriedade, ‘estar na obrigação de’; a segunda (‘ter que’...) apenas relata a 
existência de coisa para fazer, de coisa que ainda não foi feita. Em ‘tenho dois livros 
que traduzir’, ‘dois livros’ é objeto direto de ‘tenho’ e antecedente do relativo ‘que’, 
objeto direto de ‘traduzir’.” considerou esse “que” um pronome relativo. 
Em seguida, Domingos Paschoal Cegalla, no Dicionário de Dificuldades da Língua 
Portuguesa: 
- “Não é de rigor, mas recomendável, usar ter de, em vez de ter que, quando se quer 
exprimir obrigação, necessidade (...). Não constitui erro usar ter que, pois tal sintaxe 
já se incorporou ao português de hoje. (...) Ter que é de rigor em frases como as 
seguintes, nas quaiso que é pronome relativo: ‘Hoje não temos nada que comer.’ / 
‘Nada mais tínhamos que fazer ali.’.”. 
Haveria, aí, uma impropriedade na classificação gramatical do vocábulo, o que tornaria 
a opção ERRADA. No entanto, não houve mudança de gabarito. 
Esse é o perigo nas provas do Cespe – um “detalhe” pode botar toda a questão a 
perder e, pior, não ser feita justiça. 
De qualquer modo, fica a seguinte lição: modernamente, admite-se tanto o emprego 
de TER DE, quanto de TER QUE antes de infinitivo, conforme assevera Arnaldo Niskier: 
“apesar da resistência de alguns puristas, ter que já pode ser considerado hoje tão 
correto quanto ter de. A língua evolui...” (in Questões Práticas da Língua Portuguesa: 
700 Respostas). 
 
3 - (UnB CESPE / PMES / 2007) 
1 Apesar dos progressos obtidos nos últimos anos, a 
lipoaspiração continua a ser uma cirurgia como qualquer 
outra. Trata-se de um procedimento invasivo, que comporta 
4 riscos, causa dores e requer um período de recuperação. 
Milhares de pessoas, no entanto, são induzidas a pensar que 
fazer uma lipoaspiração é tão simples quanto ir ao 
7 cabeleireiro. Só caem na real quando sai a notícia de que um 
paciente morreu vitimado por uma cânula. A boa nova é que 
a ciência está se movendo para tornar, de fato, a 
10 lipoaspiração um método tão invasivo quanto cortar o 
cabelo. Um passo nesse sentido é o aparecimento da máquina 
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ultrashape. Não há cânulas nem agulhas no procedimento, 
13 apenas ondas de ultra-som, utilizadas para destruir a gordura 
localizada — que depois é eliminada gradualmente pelo 
organismo. É possível mudar o manequim em três sessões. 
Anorexia. In: Veja, 22/11/2006, p. 116 (com adaptações). 
Em relação aos sentidos e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue o item a 
seguir. 
- A preposição “para” (R.9) pode ser substituída por a fim de, sem que haja prejuízo 
sintático-semântico ao trecho. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
A preposição “para”, empregada em “A boa nova é que a ciência está se movendo para 
tornar, de fato, a lipoaspiração um método tão invasivo quanto cortar o cabelo.”, por 
introduzir construção com o sentido de FINALIDADE, poderia ser substituída pela 
locução prepositiva “a fim de”: “A boa nova é que a ciência está se movendo A FIM DE 
tornar, de fato, a lipoaspiração um método tão invasivo quanto cortar o cabelo.” 
Antes de afirmar se está certa ou errada qualquer substituição proposta pelo 
examinador, vá ao texto e faça o teste. Pode ser que, em função da mudança, seja 
necessária alguma alteração no texto (como mudança do tempo ou modo verbal), o 
que tornaria a proposição incorreta se tal providência não fosse também indicada. 
 
4 - (UnB CESPE/ TRT 10.ª REGIÃO - Analista/2005) 
1 A história da Ouvidoria, no Brasil, começa com a 
chegada dos portugueses, em 1500. Inicialmente, a função da 
justiça era exercida pelo Rei, que, auxiliado por funcionários, 
4 já à época chamados ouvidores, resolvia as questões 
relacionadas ao dia-a-dia da Colônia. Dotados inicialmente 
de pouquíssimo poder de decisão, tais funcionários de el-Rei 
7 organizaram-se gradativamente e constituíram a Casa de 
Justiça da Corte, que, com o tempo, evoluiu para a chamada 
Casa de Suplicação, órgão judicial responsável pelo 
10 julgamento das apelações dos cidadãos nas causas criminais 
que envolvessem sentenças de morte. Foi, porém, Tomé de 
Sousa, em 1549, quem verdadeiramente deu início à 
13 estruturação do Poder Judiciário no Brasil, ao estabelecer o 
Governo-Geral e trazer consigo o primeiro Ouvidor-Geral, 
Pero Borges. 
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Internet: <http://www.camara.gov.br>. 
Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir. 
- Pelos sentidos do texto, a substituição de “à época” (R.4) seja por nessa época, 
seja por naquela época preserva a coesão textual e a correção gramatical do texto. 
 
ITEM CERTO 
Comentário 
Na aula sobre PRONOMES, vimos que os demonstrativos, em referências anafóricas. O 
demonstrativo “esse” se refere a termo ou expressão mencionado anteriormente. Em 
referências dêiticas, em relação temporal, “esse” se refere a momento passado, 
enquanto que “aquele” se reporta a tempos distantes. Por esse motivo, a substituição 
de “à época” (acento grave usado em função de locução adverbial feminina) por 
“nessa” ou “naquela” atendem à prescrição gramatical. 
Pode também ocorrer, em alguns casos, a elipse (omissão) da preposição, 
especialmente em adjuntos adverbiais de tempo: “Neste/Este fim de semana, irei ao 
litoral”, “Chegarei (no) domingo.”, “A lista dos aprovados sairá (n)esta semana 
ainda.”. 
 
5 - (UnB CESPE /TRE RS – Analista / 2003) 
Mulheres conquistaram o direito de votar há 75 anos 
1 Somente há 75 anos as mulheres conquistaram o 
direito de votar e de exercer sua cidadania no Brasil. 
De acordo com os registros do Tribunal Superior 
4 Eleitoral (TSE), o voto feminino tornou-se possível a partir 
da Revolução de 1930. 
O voto feminino chegou a ser discutido na 
7 Constituinte de 1890, mas adversários da extensão do voto à 
mulher argumentaram, na época, que ela não teria capacidade 
para escolher seu candidato, já que seu valor intelectual era 
10 considerado inferior ao do homem. 
Já em 1927, porém, Juvenal Lamartine, candidato ao 
governo do Rio Grande do Norte, decidiu incluir em sua 
13 plataforma política a luta pelo voto das mulheres. Lei nesse 
sentido foi então aprovada em 25 de outubro do mesmo ano, 
ocasião em que várias mulheres requereram suas inscrições. 
16 Um mês depois, o juiz Israel Ferreira Nunes mandou incluir 
na lista dos eleitores a professora Celina Guimarães Vianna, 
que se tornou a primeira eleitora não só do Brasil como 
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19 também da América do Sul. 
Somente com a aprovação do Código Eleitoral em 
1933, foi possível o exercício do voto em todo o país, sem 
22 distinção de sexo. 
Internet: <http://www.tse.gov.br/serviços/notícias/index.html> (com 
adaptações). 
Com base no texto, julgue o item subseqüente. 
- A expressão “a partir” (R.4) estabelece no texto as mesmas relações semânticas de 
tempo que, nesse contexto, a preposição com estabeleceria. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
A locução prepositiva “a partir de” indica o momento ou ocasião em que certo fato 
ocorreu: “o voto feminino tornou-se possível a partir da Revolução de 1930.”. 
A substituição dessa locução pela preposição “com” alteraria significativamente o 
sentido, atribuindo à Revolução de 1930 a responsabilidade por tal mudança política 
(“o voto feminino tornou-se possível com a Revolução de 1930.”). 
Note como a mudança da preposição pode afetar significativamente o sentido da 
estrutura frasal. 
“Um encontro sobre excluídos sociais” é bem diferente de “um encontro de excluídos 
sociais”. Na primeira, o tema é a exclusão social. Na segunda, os excluídos sociais irão 
se encontrar. Assim, cuidado com essas sugestões da banca – volte sempre ao texto e 
verifique. 
 
6 - (UnB CESPE/ SEFAZ Alagoas/2002) 
O retrato do Brasil em 10 anos 
1 O censo demográfico é a mais importante fonte de 
informações sobre as condições de vida da população brasileira. 
A parte divulgada agora refere-se ao questionário básico que foi 
4 respondido em todos os domicílios visitados. Por ser a única 
pesquisa que abrange os 5.507 municípios do país, é um 
instrumento precioso para o planejamento de todas as políticas 
7 voltadas para o bem-estar social. A conclusão desse calhamaço 
— são 500 páginas de informações colhidas por 200.000 
recenseadores entre agosto e novembro do ano 2000 — é que o 
10 país avançou. Os 169 milhões de brasileiros registrados no 
Censo 2000 vivem, em linhas gerais, melhor doque se vivia em 
1991. A questão é que é preciso avançar mais e mais rápido 
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13 para pôr fim à injustiça social. “É como um copo com água pela 
metade. Alguns dirão que está meio cheio e outros dirão que 
está meio vazio”, resume o presidente do IBGE. De qualquer 
16 maneira, há meio copo a ser preenchido. Trata-se de um desafio 
para uma década, ou duas, ou mais ainda do que isso. Mas é 
bom lembrar que, se dez anos é prazo curto para eliminar 
19 problemas estruturais, é também tempo mais que suficiente para 
agravá-los de forma drástica. Aí está a Argentina a servir de 
exemplo. Em 1991, apostou todas as fichas no plano econômico 
22 que prometeu vida de Primeiro Mundo à população. Dez anos 
depois, o resultado é pobreza e caos em um país que sempre se 
orgulhou, com motivo, de suas conquistas sociais. 
Lucila Soares. Veja, 26/12/2001, p. 33 (com adaptações). 
Indique C (certo) ou E (errado) para as seguintes proposições. 
No texto, corresponde à circunstância de: 
I - superioridade o termo “sobre” (R.2), que pode ser substituído por a respeito de. 
II - causa o termo “Por” (R.4), que pode ser substituído por Devido a. 
III - finalidade o termo “para” (R.6), que pode ser substituído por a fim de que. 
IV - adversidade o termo “Mas” (R.17), que pode ser substituído por Todavia. 
V - tempo a expressão “Em 1991” (R.21), que pode ser substituída por Há pouco 
mais de uma década. 
 
Gabarito: E / C / E / C / C 
A maior parte das questões sobre PREPOSIÇÃO propõe a troca de uma por outra. Para 
não errar, você deve verificar se o novo conectivo mantém o sentido da construção 
original e os valores circunstanciais da antiga preposição, que pode ser, dentre outros, 
de: 
• lugar = Estivemos em sua casa. Por que não vamos até minha casa? 
• origem = Esse aparelho veio da China. 
• finalidade = Para prevenir-se, ele deu duas voltas na chave. 
• causa = Ele morreu de dengue hemorrágica. 
• assunto = Conversamos sobre sua nomeação. 
• meio / destino = Fui de ônibus para o trabalho. 
• matéria = Preparei um bolo de chocolate. 
• autoria = Quadro de Leonardo da Vinci. 
• tempo = Eu parti de / pela manhã. 
• companhia = Vá com seus irmãos. 
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Há um sem-número de preposições (e, conseqüentemente, de valores), o que tornaria 
nossa aula sem fim se resolvêssemos enumerar todas. Por isso, analise a proposição e 
julgue se houve, ou não, mudança semântica. 
Em relação às afirmações, temos que: 
I - ITEM ERRADO – A preposição “sobre” indica ASSUNTO, assim como “a respeito 
de”. O erro está na indicação da circunstância. A preposição “sobre” pode indicar 
superioridade quando estabelece uma relação de LUGAR: “O livro está sobre a mesa.”, 
caso em que se contrapõe à preposição “sob” (abaixo de); 
II - ITEM CERTO – Está presente a relação de CAUSA e CONSEQÜÊNCIA entre as 
orações que compõem o período “Por ser a única pesquisa que abrange os 5.507 
municípios do país, é um instrumento precioso para o planejamento de todas as 
políticas voltadas para o bem-estar social.”. 
A pesquisa é considerada um instrumento precioso por ser a única a abranger um 
grande número de municípios. 
Essa preposição pode indicar também: (1) lugar – “Passamos por lugares lindos.”; (2) 
tempo – “Estudei por quase uma hora.”; (3) finalidade – “Os funcionários dos Correios 
estão em greve por melhores salários.”; 
III - ITEM ERRADO – Em “todas as políticas voltadas para o bem-estar social”, não 
seria possível introduzir o conectivo “que”, presente na locução conjuntiva “a fim de 
que”. 
Além da idéia de finalidade, essa preposição se presta à de movimento (“Vamos para 
casa.”) ou direção (“Vire-se para o Norte.”). 
IV - ITEM CERTO – Mais adiante, falaremos sobre as CONJUNÇÕES e veremos que 
tanto “mas” quanto “todavia” encerram idéias adversativas. 
V - ITEM CERTO – Considerando a data do texto (dezembro de 2001), estaria perfeita 
a troca da expressão “Em 1991” por “Há pouco mais de uma década”, ambas de valor 
temporal. 
 
Cuidado com o emprego de preposições e locuções prepositivas com um único termo 
regido! Da mesma forma que vimos em relação ao complemento verbal, não devem 
compartilhar do mesmo termo regido locuções prepositivas que se apresentam de 
formas diversas. Veja o seguinte exemplo: 
“Você virá à festa antes ou após a meia-noite?” 
Temos o conflito de conectivos – enquanto o advérbio “antes” é acompanhado da 
preposição “de” (antes da meia-noite), a preposição “após” liga-se ao termo regido 
(após a meia-noite). Para resolver esse “problema”, alguns autores recomendam o 
“desmembramento”: 
“Você virá à festa antes da meia-noite ou após esse horário?” 
Modernamente, há os que aceitam a primeira construção, priorizando a mensagem em 
detrimento da sintaxe. 
 
 
 
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7 - (UnB CESPE/TCE PE – Assistente Técnico /2004) 
1 A liberdade de expressar-se, como todas as 
liberdades, esbarra no limite do óbvio: a liberdade de um não 
pode, em nenhuma hipótese, causar dano à liberdade legítima 
4 do outro. Para que a liberdade encontre limites, há a sanção 
da lei. O Código Penal estabelece punição contra quem 
infame ou calunie usando informações falsas ou incorretas. 
7 Os agentes do Estado podem sempre recorrer à lei, quando 
se julgarem atingidos. 
A verdade — ou a verdade possível, como podemos 
10 adjetivá-la — é um direito de todos nós, conforme o belo e 
curto texto de Montesquieu sobre o assunto. E a verdade 
sobre as coisas do governo, ainda mais. A fidelidade dos 
13 cidadãos se expressa, em primeiro lugar, pela vida, pela 
liberdade e pela autonomia de seu povo e na guarda de seus 
valores morais e de seu patrimônio material, que se 
16 identificam como res publica. O Estado é uma forma de 
estabelecer a ordem e defender a nação. 
Mauro Santayana. Ética, imprensa e governo. In: Correio Braziliense, 
18/12/2003 (com adaptações). 
Tendo por base o texto acima, julgue o item subseqüente. 
- A repetição da preposição “de” imediatamente antes de “seu patrimônio material” 
(R.15) é textualmente dispensável, mas seu emprego reforça a idéia de que essa 
expressão também é regida por “guarda”. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Como já falamos na aula sobre CRASE, a repetição de preposição tem um valor mais 
estilístico do que propriamente gramatical. A manutenção de apenas UMA preposição 
antes de uma série de elementos forma um conjunto: “Estivemos diante de 
autoridades e jornalistas.”. A repetição dá ênfase a cada um dos elementos: 
“Estivemos diante de autoridades e de jornalistas”. 
Veja a passagem do texto em análise: 
“A fidelidade dos cidadãos se expressa, em primeiro lugar, pela vida, pela 
liberdade e pela autonomia de seu povo e na guarda de seus valores morais e 
de seu patrimônio material...” 
Note, inclusive, o reforço proporcionado pela repetição da preposição por em “... se 
expressa (...) pela vida, pela liberdade e pela autonomia”. O mesmo ocorre em 
seguida: “... na guarda de seus valores morais e de seu patrimônio material...”. A 
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preposição antes do segundo elemento retoma a relação com seu termo regente 
(guarda). 
 
(UnB CESPE/Banco do Brasil/2002) 
Texto para as questões 8 e 9. 
De olho no que julgam ser a maior oportunidade de negócios nos próximos anos em 
todo o mundo, as empreiteiras brasileiras articulam a formação de grandes consórcios 
a fim de disputar com mais chances de vitória as licitações para a ampliação do canal 
do Panamá. O lobby que o presidente Fernando Henrique Cardoso fez pessoalmente 
em março, durante visita ao Panamá, é uma clara manifestaçãode que as empresas 
brasileiras contam com boas chances de serem escolhidas. 
Daniel Rittner. “Ampliação do canal do Panamá atrai empreiteiras”. In: Valor 
Econômico, 3/5/2002, p. A12. 
Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes. 
8 - O pronome o, integrante da contração “no” (R.1), remete, pelos mecanismos de 
coesão textual, a “ampliação do canal do Panamá” (R.5). 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Esse é um exemplo de utilização de pronome como elemento. O pronome 
demonstrativo “o”, da construção “De olho no que julgam ser a maior oportunidade 
de negócios nos próximos anos” se refere à estrutura que será apresentada mais 
adiante: “a ampliação do canal do Panamá”. 
Esse é um processo de coesão por referência, ou seja, um elemento (que pode ser 
um pronome pessoal, possessivo, demonstrativo) retoma (no passado) ou remete (no 
futuro) outro elemento, evitando sua repetição. 
Há outros mecanismos de coesão textual como: 
- correlação lexical: o emprego de sinônimos ou palavras que correspondam ao 
termo a ser retomado: “O casal adquiriu uma poltrona, mas o móvel [=a 
poltrona] veio com problemas.”; 
- figuras de linguagem: metonímia, por exemplo, permite empregar uma 
palavra no lugar de outra, dada a relação entre elas: “O Senado [=os 
senadores], por maioria, aprovou o projeto de lei.”; 
- termos e expressões vicárias: palavras (normalmente pronomes 
demonstrativos como “o” ou “isso”) ou expressões (como “fazer isso”) que 
substituem o antecedente: “Falei que o abandonaria e vou fazê-lo.[abandoná-
lo)”. 
 
A questão 9 virá mais adiante... não perca esse texto de vista...rs... 
 
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CONJUNÇÃO 
Vocábulo de função estritamente gramatical, a conjunção é usada para o 
estabelecimento da relação entre dois termos na mesma oração (Maria e João 
viajaram.) ou entre duas orações, que formam um período composto (Comprei mas 
não gostei.). 
Falar sobre conjunções envolve, necessariamente, o estudo de PERÍODOS, pois uma 
das funções da conjunção é ligar orações, formando períodos compostos. 
O processo de articulação que liga as sentenças, umas às outras, pode se fazer por 
meio de dois processos: subordinação e coordenação. 
São coordenadas estruturas que não dependem uma da outra, ou seja, caminham 
paralelamente. Já as subordinadas exercem influência uma na outra, ou seja, uma 
estrutura exerce alguma função sintática (sujeito, objeto direto, objeto indireto etc.) 
na outra estrutura, estabelecendo, assim, uma relação de subordinação. 
O período pode ser SIMPLES (apenas uma oração) ou COMPOSTO (mais de uma 
oração). 
Em um período composto, as orações podem viver em harmonia, mas separadas 
sintaticamente (orações coordenadas), ou em uma relação de subordinação, caso em 
que uma exerce função sintática em outra (orações subordinadas). 
Assim, as orações são classificadas como: 
Oração Absoluta – é a oração que forma um período simples. Há somente uma 
oração no período. 
Orações Coordenadas – são orações independentes entre si. Não exercem função 
sintática umas nas outras. Há, nessa relação, orações assindéticas e sindéticas. 
Orações Subordinadas – são orações que possuem uma relação de subordinação – 
uma exerce função sintática em outra. Há, nessa relação, orações principais e 
subordinadas. 
 
Antes de prosseguirmos, precisamos distinguir PRONOME RELATIVO de CONJUNÇÃO 
INTEGRANTE, uma vez que ambos os elementos iniciam orações subordinadas. 
Para isso, vejamos a questão 9 (demorou mas chegou a hora dela!!! ...rs...) 
 
9 - Na linha 7, preservam-se o sentido textual e a correção gramatical ao se substituir 
o pronome relativo “que” por qual, desde que também seja alterada a preposição “de” 
para da. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
A distinção entre pronome relativo e conjunção integrante consiste em que o primeiro 
possui um antecedente que substitui na oração adjetiva que inicia, enquanto que a 
conjunção integrante estabelece o elo entre duas orações. 
Agora, vai uma dica: a técnica do ISSO, que, de certa forma, nos apresenta Adriano 
da Gama Kury (Novas Lições de Análise Sintática, Editora Ática). 
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Quando a oração inteira iniciada pelo conectivo “que” puder ser substituída por um 
pronome indefinido ou demonstrativo (vamos usar o “ISSO”, para simplificar), é sinal 
de que temos, aí, uma oração subordinada substantiva e o termo que inicia uma 
oração substantiva é a CONJUNÇÃO INTEGRANTE. 
Veja os seguintes exemplos. 
Exemplo 1: A polícia pensava que o marido fosse o assassino. 
 A polícia pensava ISSO = que o marido fosse o assassino 
Esse “que” inicia uma oração subordinada substantiva e, portanto, é uma conjunção 
integrante. 
 
Exemplo 2: “A suspeita de que o marido fosse o assassino foi por água abaixo.” 
 A suspeita DISSO (de + ISSO) de + que o marido fosse o assassino 
Esse “que” é uma conjunção integrante, pois inicia uma oração subordinada 
substantiva. 
 
Exemplo 3: “A suspeita que pairava no ar era infundada.” 
 que = suspeita a suspeita pairava no ar + a suspeita era infundada = a suspeita 
que pairava no ar era infundada. 
Esse “que” possui um antecedente – suspeita – e, portanto, é um pronome relativo. 
 
De volta à questão, analisemos o período do texto (lá em cima, não me diga que já a 
esqueceu?!?!?...rs...): 
“O lobby que o presidente Fernando Henrique Cardoso fez pessoalmente em 
março, durante visita ao Panamá, é uma clara manifestação de que as 
empresas brasileiras contam com boas chances de serem escolhidas.” 
O primeiro “que” é um pronome relativo e retoma o substantivo “lobby”: O presidente 
Fernando Henrique Cardoso fez (...) lobby em março..” “O lobby que o presidente 
(...) fez em março...”. 
Já o segundo “que” é uma conjunção integrante, uma vez que toda a oração que 
inicia poderia ser substituída pelo ISSO: “... é uma clara manifestação DISSO [de + 
ISSO]...” “de que as empresas brasileiras contam com boas chances de serem 
escolhidas”. 
A assertiva está ERRADA, pois o conjunto “de que” (preposição “de” + conjunção 
integrante) não poderia ser substituído por “da qual” (contração da preposição “de” 
com o pronome relativo “a qual”). 
Agora, podemos dar seqüência ao estudo das orações. 
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 
Orações coordenadas 
Uma oração coordenada não é “mais importante” que outra. Elas são equivalentes. O 
que difere uma da outra é a presença de uma conjunção coordenativa em uma delas. 
Por isso são classificadas como ASSINDÉTICAS e SINDÉTICAS: assindéticas são as 
orações não introduzidas por conjunção (assindéticas “a” = prefixo de negação, 
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ausência = sem síndeto não possuem o elemento de ligação) e sindéticas, as que 
recebem conjunção coordenativa. 
As conjunções coordenativas podem ser aditivas, adversativas, alternativas, 
conclusivas ou explicativas. 
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS: 
A conjunção que relaciona termos ou orações de idêntica função gramatical tem o 
nome de COORDENATIVA. 
O tempo e a maré não esperam por ninguém. 
Ouvi primeiro e falai por derradeiro. 
Podem ser: 
• ADITIVAS – possuem a função de adicionar termos ou orações de mesma 
função gramatical – e, nem, não só... mas também (séries aditivas 
enfáticas) 
• ADVERSATIVAS – estabelecem uma relação de contraste entre os termos ou 
orações – mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, porém, 
enquanto 
• ALTERNATIVAS – unem orações independentes (coordenadas), indicando 
sucessão de fatos que se negam entre si ou que são mutuamente excludentes 
(a ocorrência de um exclui a do outro) – ou, ora, nem, quer, seja (repetidos 
ou não) 
• CONCLUSIVAS – exprimem conclusão em relação à(s) oração(ões)anterior(es) – pois (no meio da oração sindética), portanto, logo, por 
isso, assim, por conseguinte 
• EXPLICATIVAS – a oração sindética explica o conteúdo da oração assindética 
– pois (no início da oração sindética), porque, que, porquanto 
 
Orações Subordinadas 
São orações que, como o nome já diz, se subordinam, ou seja, exercem função 
sintática em outra oração. Por isso, falamos em oração principal e oração 
subordinada. 
A oração subordinada exerce alguma função sintática na oração principal e pode se 
ligar a ela por meio das conjunções. Essa função sintática pode ser própria de um 
adjetivo (oração subordinada adjetiva), de um substantivo (oração subordinada 
substantiva) ou de um advérbio (oração subordinada adverbial). 
As orações subordinadas adjetivas podem ser iniciadas por um pronome relativo. 
As orações subordinadas substantivas e as adverbiais podem ser precedidas por uma 
conjunção, que, nesse caso, será CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE ou 
CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA ADVERBIAL, respectivamente. 
 
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS 
INTEGRANTES – são apenas duas (graças a Deus!) – que e se . 
É com essas conjunções que aplicamos a técnica do ISSO: 
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Perguntei se iria voltar. Perguntei ISSO. 
Queria que viesse logo. Queria ISSO. 
Como “se” e “que” podem ser um “sem-número” de coisas (conjunção, pronome etc.), 
essa técnica nos permite identificar os casos em que atuam como conjunção 
integrante. 
As conjunções integrantes iniciam ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS, ou seja, 
orações que estão no lugar de um substantivo. 
Assim, as orações subordinadas exercem funções sintáticas próprias dos substantivos 
– sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do 
sujeito, agente da passiva etc. 
SUJEITO – “É bom que você se prepare para a prova.” “ISSO é bom.” 
OBJETO DIRETO – “Eu quero que você saia daqui.” “Eu quero ISSO.” 
OBJETO INDIRETO – “Eu discordo (de) que essa seja a solução.” “Eu discordo 
DISSO.” (Como vimos na aula sobre regência, a preposição pode ser omitida antes de 
um objeto indireto oracional) 
COMPLEMENTO NOMINAL – “Eu tenho necessidade de que você venha logo.” “Eu 
tenho necessidade DISSO.” 
PREDICATIVO DO SUJEITO – “Meu pedido é que você se retire agora.” “Meu pedido 
é ISSO.” 
AGENTE DA PASSIVA – “A escola foi reformada por quem quebrou.” “A escola foi 
reformada por ELE.” Esse é um caso em que a oração subordinada é chamada de 
justaposta, ou seja, não é iniciada por um a conjunção integrante, mas um pronome 
indefinido. Orações justapostas podem surgir em qualquer desses casos, mas é mais 
comum na função de agente da passiva oracional. 
 
ADVERBIAIS – iniciam orações subordinadas adverbiais. A circunstância expressa 
pelas orações pode ser: 
• CAUSAL – a oração exprime causa em relação a outra oração – porque, pois, 
que, uma vez que, já que, porquanto, desde que, como, visto que, por 
isso que 
• COMPARATIVA – a conjunção adverbial subordina uma oração a outra por 
meio de comparação ou confronto de idéias – que, do que (antecedidas por 
expressões mais, menor, melhor, pior etc.), (tal) qual, assim como , 
bem como 
• CONDICIONAL - a oração adverbial indica condição para que o fato expresso 
na oração principal se realize ou ocorra - se, caso, exceto se, salvo se, 
desde que, contanto que, sem que, a menos que, a não ser que 
• CONCESSIVA – a oração adverbial apresenta idéias opostas às da oração 
principal – embora, apesar de, mesmo que, ainda que, posto que, 
conquanto, mesmo quando, por mais que 
• CONSECUTIVA – a oração adverbial apresenta a conseqüência para um fato 
exposto na oração principal – (tanto/tamanho(a)/ tão) que, de sorte que, 
de modo que, de forma que, de maneira que 
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• CONFORMATIVA – a oração adverbial expressa conformidade em relação ao 
fato da oração principal – conforme, segundo, consoante, como (no 
sentido de conforme) 
• FINAL – a oração adverbial apresenta a finalidade dos atos contidos na oração 
principal – a fim de (que), para que, porque, que 
• PROPORCIONAL – a conjunção adverbial expressa simultaneidade e 
proporcionalidade dos fatos contidos na oração subordinada em relação aos 
fatos da oração principal – à proporção que, à medida que, quanto mais 
(tanto), quanto menos (mais/menos) 
• TEMPORAL – a oração adverbial indica o tempo/momento da ocorrência do 
fato expresso na oração principal – quando, enquanto, logo que, agora que, 
tão logo, apenas, toda vez que, mal, sempre que 
 
DICA IMPORTANTE: NÃO SE CLASSIFICA UMA ORAÇÃO SOMENTE PELA 
CONJUNÇÃO INTRODUZIDA POR ELA. 
Deve-se observar o valor que essa conjunção emprega ao período para, somente 
então, classificá-la. 
 
Para a prova, duas providências são necessárias: 
- MEMORIZAR o significado de algumas dessas conjunções adverbiais (especialmente 
as sublinhadas, que não estão no nosso linguajar cotidiano); 
- ANALISAR o contexto para identificar a circunstância expressa pela oração 
subordinada. Não basta memorizar essa lista (aliás, essa providência é infrutífera – 
memorize apenas as conjunções “fora do comum”). Útil é compreender as 
circunstâncias em que devam ser empregadas. 
 
Em resumo, as orações subordinadas podem ser: 
1) Adjetivas – do mesmo modo que os adjetivos fazem referência a substantivos 
(calça clara, roupa velha), os pronomes relativos se referem aos substantivos 
presentes em orações antecedentes - são os referentes. Por isso, os pronomes 
relativos dão início a orações subordinadas adjetivas, que podem ser restritivas 
(restringir o conceito do substantivo) ou explicativas (explicar seu conteúdo, alcance 
ou conceito). 
PRONOMES RELATIVOS SEMPRE INICIAM ORAÇÕES SUBORDINADAS 
ADJETIVAS. 
 
2) Substantivas - As conjunções integrantes iniciam orações subordinadas 
substantivas. 
Vamos usar a técnica do ISSO nos seguintes exemplos: 
Eu quero que você me deixe em paz. 
Vamos dividir o período composto em suas orações: 
“Eu quero | que você me deixe em paz.” – “Eu quero ISSO.” 
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Então, “que você venha” equivale a um substantivo (Eu quero sossego. / Eu quero 
paz.). É, portanto, uma oração subordinada substantiva. 
A função sintática exercida pelo substantivo é objeto direto (Alguém quer alguma 
coisa = Eu quero isso = que você me deixe em paz), e por isso a oração se chama: 
oração subordinada substantiva objetiva direta. 
 
É preciso que você me deixe em paz. 
“É preciso | que você me deixe em paz.” – “É preciso ISSO.” 
A oração “que você me deixe em paz” é uma oração subordinada substantiva. Como o 
pronome exerce a função de sujeito (Isso é preciso), a oração se chama: oração 
subordinada substantiva subjetiva. 
CONJUNÇÕES INTEGRANTES SEMPRE INICIAM ORAÇÕES SUBORDINADAS 
SUBSTANTIVAS. 
 
3) Adverbiais - A conjunção adverbial dá início a uma oração subordinada adverbial, 
em uma das seguintes circunstâncias: causa, comparação, concessão, condição, 
consecução, conformidade, finalidade, proporcionalidade, temporalidade. 
CONJUNÇÕES ADVERBIAIS SEMPRE INICIAM ORAÇÕES SUBORDINADAS 
ADVERBIAIS 
 
Note que as conjunções SEMPRE iniciam orações subordinadas, mas a recíproca pode 
não ser verdadeira – a oração pode se apresentar em uma forma reduzida, caso em 
que dispensa o conectivo e se apresenta em uma forma nominal (infinitivo, particípio 
ou gerúndio). Daqui a pouco, voltaremos a falar sobre isso. 
 
Depois de tanto “lero-lero” (rs...), vamos FINALMENTE às demais questões de 
prova. 
 
10 - (UnB CESPE/ PM SE - Médico/ 2006) 
A descoberta da ambição 
1 Da ambição se pode dizer que é uma força que, ao contrário 
da liberdade, não termina onde a do outro começa. O ambicioso 
não enxerga o cume nem quando o atinge.O céu para ele não é o 
4 limite. Não é por outra razão que os maiores desastres humanos 
foram gestados pela ambição sem limites. Em contrapartida, os 
mais espetaculares saltos intelectuais, científicos e políticos trazem 
7 a assinatura de homens e mulheres ambiciosos. Os grandes feitos 
esportivos, as aventuras, os desbravamentos, as descobertas 
geográficas que moldaram o mundo são o resultado de corações de 
10 leão e mentes ousadas turbinadas pela ambição e bafejadas pela 
sorte. Bem, justamente por ser uma manifestação de vontades, a 
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ambição nunca foi considerada um objeto de estudo, muito menos 
13 de aprendizagem. Agora, ela saiu dos romances de cavalaria, 
escapou das biografias dos generais, presidentes e reis para o 
mundo real. A ambição é alvo de estudos práticos de psicólogos, 
16 educadores e motivadores pessoais. Ensina-se como identificá-la 
logo cedo nas crianças e como instalar esse magnetismo em grupos 
de trabalho nas grandes empresas. 
19 Etimologicamente, a ambição, substantivo de raiz latina, é 
querer ambas as coisas, querer tudo. “É a energia humana que 
move as pessoas, que faz avançar e que direciona seus esforços 
22 para realizar alguma coisa grande”, afirma o norte-americano 
James Champy, um dos autores do livro O Limite da Ambição, 
lançado no Brasil em 2000. 
25 E o que há por trás desse mistério? O que faz com que uma 
pessoa consiga atingir suas metas e satisfazer seus desejos — 
mesmo que eles pareçam absolutamente improváveis — e outras 
28 não? Que características de sua personalidade e comportamento a 
distinguem dos demais? 
Tais questões têm intrigado psicólogos, antropólogos e 
31 cientistas, que passaram a estudar a fundo o assunto. A novidade 
é que houve muitos avanços e grandes descobertas. As respostas, 
embora ainda não totalmente satisfatórias, são bem mais aceitáveis 
34 do que apenas afirmar que a ambição é para poucos. 
Daniela Pinheiro. Veja. In: 1.o/3/2006 (com adaptações). 
Os conectores são elementos que, além de permitirem o processo de coesão textual, 
fazem isso estabelecendo a relação de sentido entre as idéias. Nesse sentido, assinale 
a opção correta, considerando o comportamento sintático-semântico dos elementos de 
ligação do texto. 
A) A expressão “Em contrapartida” (R.5) apresenta valor sintático-semântico de um 
conector, pois, além da função de ligar duas idéias, estabelece relação de sentido entre 
elas, no caso de oposição. 
B) O conector “que” (R.9) pode ser substituído por as quais pelo fato de estar 
relacionado semanticamente apenas a “descobertas geográficas” (R.8-9). 
C) Na linha 9, o conector “que” apresenta valor causal. 
D) A passagem “embora ainda não totalmente satisfatórias” (R.33) tem valor 
condicional. 
 
Gab. A 
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Comentário. 
Que maravilha! No enunciado, o examinador tirou as palavras da minha boca, ou 
melhor, tirou meus dedos do teclado...rs... 
A expressão “em contrapartida” é um daqueles elementos de transição vistos logo 
no início da nossa aula. Serve para apresentar um argumento oposto às idéias já 
expostas. 
No texto, a princípio, a ambição é vista como um fator negativo, ao afirmar-se que foi 
responsável pelos maiores desastres humanos. Em seguida, argumenta-se que “os 
mais espetaculares saltos intelectuais, científicos e políticos trazem a assinatura de 
homens e mulheres ambiciosos”. 
De um lado, um fator negativo; de outro, positivo. Por isso, a opção A está CERTA. 
Vejamos as demais opções: 
B) Não se pode afirmar que o pronome relativo “que” da estrutura “Os grandes feitos 
esportivos, as aventuras, os desbravamentos, as descobertas geográficas que 
moldaram o mundo são o resultado de corações de leão e mentes ousadas 
turbinadas pela ambição e bafejadas pela sorte” estaria se referindo apenas ao 
último elemento da série. Na verdade, a estrutura permite inferir que o relativo se 
refere a: “as aventuras, os desbravamentos, as descobertas geográficas” – tudo isso 
serviu para moldar o mundo. 
C) Conforme acabamos de ver, esse “que” da linha 9 é um PRONOME RELATIVO e não 
uma conjunção de valor causal. 
D) A conjunção concessiva “embora” inicia uma oração de valor concessivo, e não 
condicional. Os elementos em oposição são: “respostas não totalmente satisfatórias” X 
“respostas bem mais aceitáveis”. 
 
11 - (UnB CESPE/ TCE AC / 2006) 
Julgue o item seguinte com base no trecho “Quando os cientistas políticos ensinam 
que, nas democracias modernas, poder trava poder, aludem a uma forma de pacto 
social ou controle tácito que permite a governabilidade” (R.19-22). 
- A palavra “que”, nas duas vezes em que aparece no trecho, exerce a função sintática 
de sujeito. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
A segunda ocorrência do “que” é, sim, um pronome relativo, e retoma o antecedente 
“forma de pacto social ou controle tácito”. Trocando o pronome pelo nome (“A forma 
de pacto social ou controle tácito [=que] permite a governabilidade”), vemos que este 
termo exerce a função sintática de SUJEITO da oração subordinada adjetiva que inicia. 
Contudo, isso não acontece na primeira ocorrência do “que”, em “Quando os cientistas 
políticos ensinam que (...) poder trava poder...”. 
Como vimos, poderíamos trocar toda a oração seguinte por ISSO: “Quando os 
cientistas políticos ensinam ISSO...”. Assim, esse “que” é uma CONJUNÇÃO 
INTEGRANTE. 
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As conjunções, assim como as preposições, não exercem função sintática nenhuma na 
oração – servem apenas de CONECTIVOS, elementos de ligação. A oração que ela 
inicia, essa sim, exerce a função sintática de complemento do verbo ENSINAR (objeto 
direto). Por isso, a oração é chamada de “oração subordinada substantiva objetiva 
direta”. 
Viu como foi importante sabermos diferenciar PRONOME RELATIVO de CONJUNÇÃO 
INTEGRANTE? Valeu a pena todo aquele “lero-lero”...rs... 
 
12 - (UnB CESPE /STJ- Informática/2005) 
 “Vamos assumir, também, que a existência desse tipo de pobreza é 
socialmente inaceitável e, portanto, que desejamos erradicá-la o quanto 
antes.” 
- A união entre as orações existentes no trecho “que a existência desse tipo de 
pobreza é socialmente inaceitável e, portanto, que desejamos erradicá-la o quanto 
antes” (R.24-26) dá-se por processo de coordenação. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Falaremos, agora, do que Bechara intitula “concorrência de subordinadas” e “oração 
eqüipolente”. 
“Assim como uma oração pode depender de outra subordinada, assim também duas ou 
mais orações subordinadas podem servir à mesma principal.” 
Vamos usar, como exemplo, a passagem do texto. 
 que a existência desse tipo de pobreza é inaceitável (2) 
Vamos assumir (1) e, 
 portanto, que desejamos (3) erradicá-la o quanto antes. (4) 
“Como a concorrência de subordinadas só é possível se as orações exercerem a 
mesma função, elas estarão coordenadas entre si, porque a coordenação se dá com 
expressões do mesmo valor.” (Evanildo Bechara, Lições de Português pela Análise 
Sintática, 16ª ed., p.157 a 159) 
Esse período é composto por quatro orações: 
1ª) oração principal: Vamos assumir 
2ª) oração subordinada objetiva direta: que a existência desse tipo de pobreza é 
inaceitável 
3ª) oração subordinada objetiva direta coordenada à 2ª oração: e, portanto, que 
desejamos 
4ª) oração subordinada objetiva direta reduzida de infinitivo: erradicá-la o quanto 
antes. [Note a possibilidade de adotarmos a técnica do ISSO: “....desejamos ISSO”.] 
Costuma-se, por elegância, omitir a segunda ocorrência do conectivo. 
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“Vamos assumir que a existência desse tipo depobreza é socialmente inaceitável e, 
portanto, [que] desejamos erradicá-la o quanto antes” 
Só que a repetição deixa explícita a subordinação da terceira oração à principal. 
 
13 - (UnB CESPE / TSE – Analista Judiciário/ 2007) 
O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade. 
Essa construção é feita todos os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios 
políticos. Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados permanentemente, 
por meio de atos significativos em que as pessoas reconheçam o interesse público. É 
isso que mantém a ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial. Se 
as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente ao dia-a-dia em um código 
de conduta que rege a ação dos políticos, pode-se prever que todo o edifício da 
sociedade estará ameaçado. 
O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações). 
 
Acerca das relações lógico-sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam 
propostas de associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos sintáticos 
do texto acima. 
 
Assinale a opção que apresenta proposta de associação incorreta. 
 Período conjunção período 
A) primeiro e segundo 
B) terceiro entretanto quarto 
C) quarto conquanto quinto 
D) quinto já que sexto 
 
 
GAB. C 
Comentário. 
A) 1º período: O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de 
uma sociedade. 
 2º período: Essa construção é feita todos os dias. 
A segunda oração acrescenta uma informação adicional à primeira. Tem, portanto, 
valor aditivo e poderia ser iniciada pela conjunção coordenativa aditiva “e”. 
B) 3º período: Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos. 
 4º período: Eles não estão aí por obra divina. 
As palavras “imaterial” e “obra divina” guardam entre si estreita relação. Acontece 
que, no quarto período, rompe-se a relação entre elas com a negação. 
Afirma-se, no terceiro período, que existe um elemento imaterial na construção de 
valores políticos (chamados pelo autor de “edifícios políticos”), mas, em seguida, 
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rechaça-se a possibilidade de ser fruto de vontade divina. A relação entre “há algo 
imaterial” e “não estão aí por obra divina” indica a oposição de idéias. Em função 
disso, seria possível o emprego de uma conjunção coordenativa adversativa 
(entretanto, porém) ou subordinativa concessiva (apesar de, embora, conquanto), 
desde que feitos os ajustes necessários à conjugação verbal. 
C) 4º período: Eles não estão aí por obra divina. 
 5º período: Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos 
significativos em que as pessoas reconheçam o interesse público. 
O quinto período vem apresentar uma justificativa para a afirmação aposta no período 
anterior (“... não estão aí por obra divina” precisam ser reforçados por atos dos 
homens) sendo possível o emprego de um conectivo de valor explicativo (pois, uma 
vez que, porque, porquanto) e não de um concessivo (conquanto). 
Quer uma dica para nunca mais esquecer esse valor do CONQUANTO nem do 
PORQUANTO? 
“CONquanto” é CONcessivo. / PORquanto significa POR CAUSA DE (pode ser causal ou 
explicativo). 
Esse método mnemônico “força a barra”, mas foi o único que arrumei... se achar um 
melhor, avise-me (rs...). 
D) 5º período: Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos 
significativos em que as pessoas reconheçam o interesse público. 
 6º período: É isso que mantém a ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, 
a força policial. 
A locução conjuntiva “já que” tem valor causal, como “dado que” ou “visto que”. 
Estabelece perfeita relação entre esses dois períodos. 
 
14 - (UnB CESPE / TSE – Técnico/ 2007) 
1 A função da oposição em uma sociedade democrática 
consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as 
investigações e avaliar os projetos e iniciativas 
4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a 
adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter 
uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução 
7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com 
uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e 
discuta os seus encaminhamentos. 
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações). 
Julgue o item a seguir. 
- Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação sintática que 
pode ser expressa por Entretanto. 
 
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ITEM ERRADO 
Comentário. 
Os dois últimos períodos do texto são: 
I - Se uma sociedade cessa de ter uma verdadeira oposição, ela caminha para 
uma solução autoritária. 
II - A governabilidade só existe verdadeiramente com uma oposição atuante, 
que sinalize os problemas existentes e discuta os seus encaminhamentos. 
Há uma relação lógica: na estrutura I, afirma-se que, sem oposição, a sociedade 
caminha para o autoritarismo. O período II reforça o valor de uma oposição atuante 
para a governabilidade de um país. O segundo período complementa a informação 
trazida pelo primeiro. 
São, portanto, idéias afins – “a oposição evita o autoritarismo e promove a 
governabilidade” - e não opostas, como afirma o examinador ao propor a conjunção 
adversativa Entretanto. 
Quando o assunto for CONJUNÇÃO, prepare-se para esse tipo de questão – o 
examinador sugere a inserção de conectivos e você deverá avaliar se o valor 
empregado por essa conjunção mantém a coesão textual. 
 
15 - (UnB CESPE/ PC ES - Perito/ 2006) 
1 Em alguns países do primeiro mundo, há uma idéia de 
direitos humanos apenas para consumo interno. Observa-se 
nesses casos uma contradição inexplicável: no âmbito 
4 interno, vigoram os direitos humanos; nas relações com os 
países dependentes, vigoram os interesses econômicos e 
militares. Esses interesses justificam a tolerância com as 
7 violações dos direitos, no campo diplomático, ou o próprio 
patrocínio das violações. Os mesmos interesses econômicos 
e militares justificam também o patrocínio da guerra, sob a 
10 bandeira de paz. Para que tais desvios não continuem a 
acontecer, alguns juristas italianos (Salvatore Senese, 
Antonio Papisca, Marco Mascia, Luigi Ferrajoli e outros) têm 
13 defendido que uma nova ordem mundial se constitua, não sob 
o império dos interesses dominantes, mas tendo, ao contrário, 
como sujeito da História a família humana presente e futura. 
16 Outra contradição é, às vezes, observada no interior de certas 
nações poderosas: a plena vigência dos direitos humanos, 
quando se trata de nacionais “puros” e o desrespeito aos 
19 direitos humanos, quando as pessoas envolvidas são 
imigrantes ou clandestinos, minorias raciais e minorias 
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nacionais. 
João Baptista Herkenhoff. Internet: <http:// www.dhnet.org.br>. Acesso em 
fev./2006. 
A respeito do texto, julgue o item que se segue. 
- A inserção de entretanto, seguido de vírgula, antes de “nas relações” (R.4) explicita 
as relações semântico-sintáticas entre os dois períodos e mantém a correção 
gramatical do texto. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
O início do segundo período do texto (“Observa-se nesses casos uma contradição 
inexplicável…”) já dá uma prévia de que, em seguida, será apresentada uma 
CONTRADIÇÃO, ou seja, elementos em oposição, uma incoerência entre idéias. 
Nos países do primeiro mundo, enquanto, no âmbito interno, vigoram os direitos 
humanos, nas relações com os países dependentes vigoram os interesses econômicos 
e militares. 
Para ligar essas duas orações (“vigoram direitos humanos no âmbito interno” X 
“vigoram interesses econômicos e militares no âmbito externo”), é perfeitamente 
cabível a conjunção adversativa entretanto,conforme sugeriu o examinador. 
 
16 - (UnB CESPE/SEAD-PA/2007) 
1 O escritor Mário Palmério morreu fascinado pela 
Amazônia. Durante muitos anos viveu sobre os rios Negro e 
Solimões, atraído pela vida dos caboclos, e realizou pesquisas 
4 sobre a flora e a fauna da região. Dizia que, na confluência do 
espírito europeu com o espírito dos índios da floresta, ocorria 
o que ocorre no encontro das águas do Negro com as do 
7 Solimões: os dois cursos seguem paralelos e vão, pouco a 
pouco, se juntando, para a espetacular explosão da pororoca 
quando chegam ao Atlântico. Escritores do talento de 
10 Palmério fazem da mente seu caleidoscópio: as idéias se 
refletem umas sobre as outras, desenhando, nas figuras 
geométricas, hipóteses surpreendentes. Mário disse que 
13 um dia o Brasil seria como o Amazonas em sua foz: de uma 
só cor. “Nesse dia” — disse, com a profecia no sorriso — 
“o Brasil fecundará o mundo como o Amazonas fecunda o 
16 Atlântico: com os estrondos do choque”. 
Mauro Santayana. In: Jornal do Brasil, 26/11/2006, p. A2 (com adaptações). 
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Julgue a assertiva abaixo. 
- O termo “como”, tanto na linha 13 quanto na linha 15, tem a função de estabelecer, 
nos períodos, relação de comparação. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Afirmamos que o valor de uma conjunção só pode ser identificado na construção (foi 
ou não foi?…rs…). 
De nada adianta decorar (exceto aquelas “esdrúxulas”...rs..), pois a conjunção pode se 
“travestir” de um valor inesperado. 
Vejamos o caso do COMO. 
Pode ter valor comparativo – com a idéia de “da mesma forma que”: 
“Mário disse que um dia o Brasil seria como [= da mesma forma que] o Amazonas 
em sua foz...” / “O Brasil fecundará o mundo como [= da mesma forma que] o 
Amazonas fecunda o Atlântico...”. Está correta a assertiva. 
Vamos, nas próximas questões, verificar outros valores do COMO. 
 
17 - (UnB CESPE / Bombeiros AC / 2006) 
Novo produto de combate ao fogo é apresentado na escola de bombeiros Uma 
demonstração pioneira de um produto norte-americano de alta tecnologia foi feita na 
Escola de Bombeiros Coronel Sarmento, em Guadalupe. Pela primeira vez, o Brasil 
recebe demonstração do FireAde 2000 e do FireAde AFFF, os produtos mais eficientes 
no combate ao fogo que existem no mercado e que são apresentados na versão líquida 
e em forma de espuma. 
Dispondo de uma tecnologia multifuncional, o produto age com a eficiência de seis: 
além de combater o fogo, é agente resfriador, controlador de derramamentos 
perigosos, depurador de fumaça tóxica, controlador de vapor e biorremediador. 
Segundo os representantes, o produto ataca mais eficientemente que qualquer outro o 
tetraedro do fogo — substituto do triângulo de fogo, representado na figura ao lado, 
pela inclusão da reação em cadeia —, reduzindo o calor, eliminando o oxigênio, 
removendo o combustível e interrompendo a reação em cadeia. 
Entre outras características, o FireAde reage instantaneamente com fumaça preta e 
fuligem, diminuindo sua toxicidade; aumenta a zona segura para ações de evacuação 
realizadas pelos bombeiros; mantém-se eficiente mesmo em situações climáticas 
adversas, como chuvas pesadas e ventos fortes; extingue permanentemente fogo em 
pneus e não é tóxico. Além de ser biodegradável, e, por isso, não causar dano ao meio 
ambiente, o produto pode ser armazenado por 15 anos ou até mais. Nos Estados 
Unidos, já é usado oficialmente pela guarda florestal e em aeroportos e, no Iraque, em 
bases de petróleo. 
Internet: <www.defesacivil.rj.gov.br/modules> (com adaptações). 
No que se refere às estruturas lingüísticas do quarto parágrafo do texto, julgue a 
assertiva abaixo. 
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- Em “como chuvas pesadas e ventos fortes”, a palavra “como” tem caráter 
exemplificativo. 
 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
O vocábulo como também pode ser usado no lugar do sintagma “por exemplo”, com 
valor exemplificativo. É esse o valor em “... mesmo em situações adversas, como 
chuvas pesadas e ventos fortes”. O vocábulo introduz exemplos de situações adversas. 
Continuemos a analisar os valores de “como”. Próxima questão. 
 
18 - (UnB CESPE/ MPE TO /2006) 
1 Manuel Bonfim diz que o processo de exploração 
econômica pode ser tão brutal que destrói o explorado. Foi 
o caso da escravidão africana no Brasil, onde o escravo 
4 destruído fisicamente pela brutalidade do sistema era 
substituído por novos escravos fornecidos pelo tráfico. Além 
disso, o explorado era constrangido a assegurar a 
7 sobrevivência do explorador, não apenas cedendo-lhe o fruto 
do seu trabalho, mas defendendo-o e apoiando-o, como 
capanga, soldado ou eleitor, quando liberto. Nas guerras da 
10 América Latina, índios e negros asseguravam como soldados 
o domínio dos seus exploradores. Este paradoxo cruel mostra 
a extensão do parasitismo exercido pelas classes 
13 espoliadoras. Portanto, a base real das nossas sociedades era 
a exploração econômica de tipo ferozmente parasitário, e 
seus efeitos atuavam sobre a vida social, gerando uma 
16 estrutura que comportava essencialmente três categorias: os 
escravos, os que viviam à custa do trabalho destes e a massa 
amorfa, freqüentemente desocupada, entre ambos. Portanto, 
19 um estado negativo de coisas, uma sociedade muito 
imperfeita. 
Antonio Candido. Radicalismos. Palestra no Instituto de Estudos Avançados, 
set./1988. Internet: <www.scielo.br/pdf> (com adaptações). 
Com relação às idéias e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue o item 
subseqüente. 
- O vocábulo “como” (R.10) está empregado com o mesmo sentido da expressão na 
condição de. 
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ITEM CERTO 
Comentário. 
Agora, o vocábulo poderia ser substituído por “na condição de”, atuando como uma 
preposição: “... índios e negros asseguravam COMO soldados o domínio dos seus 
exploradores...”, da mesma forma que: “O STF atua COMO [= NA CONDIÇÃO DE] 
guardião da Constituição Federal.”. 
Os demais valores do “como” são, dentre outros: 
a) CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA 
- CAUSAL – “Como ela não saía da sala, resolvi dar a aula no corredor.”; 
- PROPORCIONAL – “Como [= à medida que] eram chamados, os pacientes iam 
entrando.”; 
OBS.: Cabe aqui uma pausa para destacarmos a diferença entre a locução 
conjuntiva proporcional À MEDIDA QUE (= à proporção que) e a causal NA MEDIDA EM 
QUE (= porque). 
À medida que estudo, aumento minha gama de conhecimentos. (Idéia de 
proporcionalidade) 
Na medida em que estuda, o aluno melhora suas notas. (Idéia de causa x efeito 
causa: estudo / efeito: notas melhores) 
Não vá misturar uma com a outra, hem? 
- CONFORMATIVA – “Como [= conforme] afirmei anteriormente, não se esqueça de 
estudar Português.”; 
- COMPARATIVA – “Como seu fosse flor, você me cheira...” (Olha a Ivete aí, moçada!!! 
Vamos animar essa aula!!! Saiam da cadeira e cantem comigo!!!!...rs...).. “Como se eu 
fosse flor, você me rega, e nesse ‘reggae’ eu vou a noite inteira, porque morrer de 
amor é brincadeira...”... (Aproveitando a deixa, daqui a pouco, falaremos sobre 
“PORQUE”); 
Está vendo por que não adianta ficar na frente do espelho decorando??? 
Depois dessa cantoria toda, vamos seguir. Acabou o recreio! 
 
b) CONJUNÇÃO COORDENATIVA, em séries aditivas enfáticas: “Tanto seu pai como 
sua mãe estiveram aqui.”; 
c) ADVÉRBIO 
- INTERROGATIVO, em orações interrogativas diretas e indiretas: “Como você chegou 
a essa conclusão?” / “Gostaria de saber como você chegou a essa conclusão.”; 
- DE INTENSIDADE: “Como cheira bem a sua roupa!”; 
d) PRONOME RELATIVO, com antecedente indicativo de modo: “A maneira como ele 
se veste é ridícula.”. 
Vixe,... será que me esqueci de alguma classe??? (rs...) 
 
 
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(UnB CESPE / CAIXA – ADVOGADO / 2006) 
Texto para as questões 19 a 22. 
1 Um dia, um filósofo indiano fez a seguinte pergunta aos seus 
discípulos: 
— Por que é que as pessoas gritam quando estão 
4 aborrecidas? 
— Gritamos porque perdemos a calma, disse um deles. 
— Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu 
7 lado?, questionou novamente o pensador. 
— Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos 
ouça, retrucou outro discípulo. 
10 E o mestre voltou a perguntar: 
— Então não é possível falar-lhe em voz baixa? 
Surgiram várias outras respostas, mas nenhuma convenceu o 
13 pensador. Então ele esclareceu: 
— Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se 
está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, 
16 os seus corações afastam-se muito. Para cobrir essa distância, 
precisam gritar, para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais 
aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvirem um ao 
19 outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede 
quando duas pessoas estão apaixonadas? Elas não gritam. Falam 
suavemente. E por quê? Porque os seus corações estão muito perto. A 
22 distância entre elas é pequena. Às vezes, os seus corações estão tão 
próximos, que nem falam, somente sussurram. E, quando o amor é 
mais intenso, não necessitam sequer de sussurrar, apenas se olham, e 
25 basta. Os seus corações entendem-se. É isso que acontece quando 
duas pessoas que se amam estão próximas. 
Por fim, o filósofo concluiu dizendo: 
28 — Quando vocês discutirem, não deixem que os seus 
corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois 
chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão 
31 o caminho de volta. 
Mahatma Gandhi. 
Com base nas idéias e estruturas do texto, julgue os itens a seguir. 
Considerando a grafia e o sentido de “porque” e “por que”, julgue os próximos itens. 
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19 – De forma correta, a segunda oração do período situado nas linhas 6 e 7 assim 
pode ser reescrita na ordem direta e em discurso indireto: O pensador questionou 
novamente por que se berrar quando a outra pessoa está ao lado. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Antes de qualquer coisa, vamos esclarecer o que é “discurso indireto”. 
Existem três maneiras de se citar o discurso de uma pessoa / personagem. 
1) discurso direto – A fala do outro é reproduzida na íntegra. Antepõe-se a ela, 
normalmente, um verbo dicendi (afirmou, respondeu, disse etc.), seguido de um sinal 
de dois-pontos e travessão ou aspas. Ex.: “E o policial gritou: “Pare em nome da lei!”. 
2) discurso indireto – Não há a transcrição literal da fala. Normalmente esta é 
substituída por uma oração desenvolvida (iniciada por uma conjunção integrante) após 
um verbo dicendi: “E o policiou ordenou que o meliante parasse em nome da lei.”. 
3) discurso indireto livre – Esse tipo de discurso exige uma atenção redobrada, pois 
a fala do outro pode surgir no meio da narração, sem nenhuma indicação (sinal de 
pontuação, verbo dicendi etc.). Ex.: “A menina andava pelo pátio aos gritos. Não me 
perturbem mais!” Quem proferiu tais palavras foi a menina, mas compreender isso só 
é possível a partir de uma atenta leitura. 
Originalmente no texto, temos um exemplo de discurso direto: 
— Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?, questionou 
novamente o pensador. 
Note o sinal de travessão, indicando o início da fala, e o verbo dicendi (questionou) 
após sua apresentação. O examinador sugere a mudança para discurso indireto. Como 
se tratava de uma pergunta, devemos ter cuidado de manter o pronome interrogativo 
por que, grafado separadamente. Note que, no discurso indireto, não há 
obrigatoriedade de se manter as palavras originais, desde que respeitado o sentido da 
construção. 
O pensador questionou novamente por que se berrar quando a outra pessoa 
está ao lado. 
A sugestão atende com perfeição ao enunciado e nos dá a oportunidade de falar sobre 
as inúmeras grafias do PORQUE / POR QUE / PORQUÊ / POR QUÊ. 
Isso é “arroz-de-festa” em concursos públicos, ou seja, volta e meia aparece em uma 
questão de prova. 
Nos vários livros voltados para concursos públicos, há listas e mais listas sobre o 
“porque” e suas formas (separado com acento, separado sem acento, junto com 
acento, junto sem acento). 
Nosso primeiro passo é entender o motivo da acentuação. 
Quando o pronome ou a conjunção está no início ou no meio do período, normalmente 
a palavra é átona, chegando, por regionalismo, a ser pronunciada como “porqui”. 
Todavia, no fim do período, recebe ênfase e passa a ser forte, tônica. É por isso que, 
sozinha ou no fim da oração, recebe o acento circunflexo (por quê). Também é 
acentuado o substantivo porquê, que, na mudança de classe gramatical, passou a ter 
uma tonicidade que, na forma de pronome ou conjunção, não tinha. 
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Assim, recebem acento as formas tônicas: 
- pronome interrogativo no fim da frase (“Eu preciso saber por quê.”) ou sozinho 
(“Você não veio à festa. Por quê?”), e 
- substantivo (“Ele não sabe o porquê da demissão.”). 
Em relação à grafia do vocábulo (junto ou separado), siga o seguinte resumo. 
Se for: 
- SUBSTANTIVO – é tônico, com “tudo junto” e normalmente está acompanhado 
de um determinante (artigo, numeral, pronome etc.) 
 “Não é qualquer porquê que irá me convencer.” 
“Quero saber o porquê de você não ter vindo à reunião.” 
- CONJUNÇÃO (explicativa ou causal), escreve-se junto – porque. 
 “Ele não veio porque não quis.” 
“Porque não quis, respondeu o funcionário.” [a resposta é uma explicação] 
- PRONOME RELATIVO + PREPOSIÇÃO e puder, nesse caso, ser substituído 
por “pelo qual” e flexões, é separado – por que. 
 “Há muitas as razões por que (= pelas quais) tanta gente presta concurso 
público.” 
“Só eu sei os caminhos por que (= pelos quais) passei.” 
- PREPOSIÇÃO + PRONOME INTERROGATIVO (em pergunta direta ou 
indireta), é SEPARADO – nesse caso, subentende-se ou vem expressa a palavra 
“razão” ou “motivo”, podendo, inclusive, vir acompanhada de expressões como 
eis, daí etc. – por que 
 “Não sei por que [motivo] você não veio.” 
 “Você não veio por quê [motivo]?” (recebeu acento por ser tônico – veio no 
fim da oração) 
 “Eis por que eu não irei à festa.” 
“Estive doente, daí por que não fui à festa.” 
 
Agora que já estamos craques com os PORQUÊS, vamos às próximas questões. 
 
20 - Na linha 21, em “E por quê?”, a preposição “por” antecede um substantivo tônico, 
com o sentido de motivo, o que justifica a presença do acento. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Para começar, desde quando “quê” significa “motivo”??? Como substantivo, esse 
vocábulo apresenta o sentido de “alguma coisa” ou “qualquer coisa”: “Ele tem um quê 
de aristocrata.” 
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A classificação morfológica está incorreta – trata-se de um pronome interrogativo e 
não de um substantivo (“o porquê”, que se escreve “junto”). 
Além disso, o que justifica o acento é o fato de vir isolado na oração, tornando-se 
tônico. 
 
21 - O trecho “pois chegará um dia em que a distância será tanta” (R.29-30) pode ser 
corretamente reescrito da seguinte forma: por que, um dia, a distância porque 
terão de passar será tanta. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Ih… o examinador já está trocando tudo! O primeiro caso é uma conjunção, que deve 
ser escrita em um só vocábulo: “(pois =) porque chegará um dia em que...”. 
Em seguida, poderíamos trocar o conectivo por “pela qual” – eles terão de passar POR 
alguma distância “... a distância por que(=pela qual) terão de passar será 
tanta.”. 
Assim, o primeiro é “porque” (conjunção) e o segundo “por que” (preposição + 
pronome relativo), e não o inverso. 
 
22 - Nas linhas 5 e 8, grafa-se um só vocábulo, dado que se trata de conjunção que 
expressa circunstância de causa. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Ainda bem que conseguiu acertar uma!!! (rs...) 
A conjunção causal é escrita em um só vocábulo (vulgo “tudo junto”...rs...). 
Para colocarmos o carimbo de “CERTO” no item, devemos verificar o valor da 
conjunção (se é mesmo causal como ele diz ser...). 
“Gritamos porque perdemos a calma,...” – há uma relação de causa e efeito: 
[CAUSA] perdemos a calma / [EFEITO] gritamos. 
Essa percepção da relação de causa e conseqüência é muito importante em questões 
de prova do Cespe. Veja a próxima questão. 
 
23 - (UnB CESPE / BRB /2005) 
1 Os lucros deste ano confirmam os êxitos de um mundo 
bancário cada vez mais complexo. Há estatísticas que indicam ter o 
quadro de pessoal dos bancos sido reduzido a uma terça parte nas 
4 duas últimas décadas, mas a média salarial se elevou a quase o 
dobro. Os investimentos em tecnologia foram às nuvens, e também 
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os lucros. 
7 Isto é fácil de entender: o “bancário” está acabando e os 
“executivos financeiros” estão chegando. A profissão foi, durante 
muito tempo, conveniente para estudantes de cursos técnicos ou 
10 superiores, que conseguiram um horário profissional de seis horas 
diárias, conciliável com a freqüência às aulas. Para muita gente foi 
uma profissão de passagem, em que se ganhava pouco, mas com 
13 conveniências. 
O novo bancário ou executivo tem de saber mais, saber 
discutir com os clientes, ao vivo ou pelo call center, um plano de 
16 investimentos, uma previsão de conjuntura ou a técnica de cálculo 
de valorização. Ganha mais, e sob a forma de comissões. 
Essa transformação nas estruturas dos bancos e de seu corpo 
19 de funcionários ocorre de forma semelhante à das matrizes 
estrangeiras no Brasil. 
 
Com base nas estruturas do texto acima, julgue o item que se segue. 
- A expressão “Ganha mais, e sob a forma de comissões” (R.17) constitui, em relação 
ao período anterior, uma causa. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Veja a relação entre essas estruturas. 
(A) O novo bancário ou executivo tem de saber mais, saber discutir com os clientes, ao 
vivo ou pelo call center, um plano de investimentos, uma previsão de conjuntura ou a 
técnica de cálculo de valorização. 
(B) Ganha mais, e sob a forma de comissões. 
Note que “ganhar mais” uma CONSEQÜÊNCIA da especialização e acúmulo de tarefas 
atribuídas ao novo bancário ou executivo. Todas essas exigências têm um retorno 
(recompensa, resultado, efeito, conseqüência) que vem sob a forma de remuneração 
(“Ganha mais...”). 
Assim, o período (B) constitui, em relação ao período (A), uma conseqüência e não 
causa (que se situa no período A). Quem não presta bastante atenção acaba trocando 
as bolas...rs... 
 
 
24 - (UnB CESPE /TRE PA – Analista/ 2005) 
1 Com a centralidade da televisão nas campanhas 
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políticas da atualidade, o evento político deslocou-se das ruas 
e das praças públicas para a sala dos eleitores. No universo 
4 unificador da mídia, os políticos não se destacam por sua 
experiência, pelo programa de seu partido nem mesmo por 
sua capacidade de liderança no processo político, mas pela 
7 simpatia que seus marketeiros conseguem suscitar nos 
grandes auditórios. 
Davys Sleman de Negreiros. Mídia e política – a metamorfose do poder. 
Internet: 
<http://www.politicavoz.com.br>. Acesso em maio/2005 (com adaptações). 
Julgue a assertiva abaixo. 
- No texto acima, pode-se empregar não obstante no lugar do conector “mas” (R.6). 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Ai, ai, ai... se você se esqueceu da principal lição sobre CONJUNÇÃO, vou puxar sua 
orelha, hem? 
O VALOR DA CONJUNÇÃO DEPENDE DA ESTRUTURA EM QUE ELA SE EMPREGA. 
A banca é como uma sereia – tenta seduzi-lo com inverdades, e torce para que você 
não volte ao texto. Não caia no canto dela!!! 
Vamos analisar o valor desse “mas”: 
No universo unificador da mídia, os políticos não se destacam por sua 
experiência, pelo programa de seu partido nem mesmo por sua capacidade de 
liderança no processo político, mas pela simpatia que seus marketeiros 
conseguem suscitar nos grandes auditórios. 
São duas as afirmações: (1) eles não se destacam por sua experiência; (2) [eles se 
destacam] pela simpatia. Essas duas orações apresentam informações 
“complementares”, e não “antagônicas”. 
Seu valor, portanto, é ADITIVO, equivalente a “eles se destacam pela simpatia E NÃO 
por sua experiência”. 
A troca da conjunção “mas” por “não obstante” (equivalente a “apesar de, embora”) 
alteraria o sentido da oração subordinada, sem falar que haveria emprego incorreto de 
preposição “por”, causando um truncamento sintático que prejudica a coerência: “... os 
políticos não se destacam por sua experiência (...) não obstante PELA SIMPATIA 
que seus marketeiros...”. 
 
Veja mais alguns exemplos de “cascas de banana”, agora com a conjunção “e”: 
- “Ele diz que me ama e me trai descaradamente!” – Qual é o valor desse “e”? 
Oposição, não é mesmo? Então, é uma conjunção de valor adversativo. 
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- “Estude com o meu material, e terá ótimos resultados.” – está clara a relação de 
causa (estudar com o material) e efeito (ótimos resultados). Assim, a conjunção tem 
valor consecutivo. 
 
25 - (UnB CESPE / Câmara dos Deputados / 2002) 
Um problema atual é o império das aparências que a mídia proclama. Tudo é “atitude”. 
Mesmo aqueles que acham que estão contestando o status quo não percebem que 
fazem parte dele. Reduzem suas opiniões sobre o mundo a estigmas visuais e verbais. 
A sociedade se dividiu em “tribos” — pessoas que já declaram o que são e o que 
querem ao adotar os modismos e as gírias daquele segmento. O ser humano termina 
reduzido aos rótulos, e as diferenças são mais importantes que as semelhanças. Em tal 
ambiente, é complicado entender o outro. O ideal, enfim, é um balanço entre 
tolerância e liberdade. O verdadeiro humanismo requer tanto o esforço de 
compreensão quanto o senso crítico. 
Tolerar é uma arte, sua idéia não pode estar a serviço dos que temem a liberdade e 
justificam o mal. 
Daniel Piza. Século 21. In: CLASSE, n.o 89, nov./dez./2001 (com adaptações). 
- No texto II, o conectivo “tanto (...) quanto” (R.12) corresponde, semântica e 
sintaticamente, a: não só (...) mas também, tanto (...) como, assim (...) como, seja 
(...) seja, ora (...) ora. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Opa! O examinador estava indo bem, mas “engatou a quinta e acelerou”... pare, antes 
que seja tarde! 
Os conectivos “tanto ... quanto”, “não só ... mas também”, “tanto... como” formam 
“séries aditivas enfáticas”, ou seja, relacionam elementos com idéia de adição (como a 
conjunção “e” em “Eu e você fomos ao cinema.”), mas com uma ênfase maior do que 
uma simples conjunção proporcionaria (“Tanto eu quanto você fomos ao cinema.”). 
No fim, passou a acrescentar a essa lista outras conjunções alternativas, como “seja... 
seja” e “ora...ora”. 
Exagerou, e errou! 
 
26 - (UnB CESPE/ TRT 10.ª REGIÃO - Analista/2005) 
1 Desde que Montesquieu, no século XVIII, em 
O Espírito das Leis, definiu as linhas básicas do sistema 
democrático de governo, a ciência política não logrou 
4 conceber, até os nossos dias, forma mais significativa de 
expressão da vontade de um povo no que se refere à 
convivência em uma sociedade politicamente organizada 
7 do que a estabelecida por ele, genialmente, na clássica 
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