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DIREITO CIVIL IV Prof.ª Daiane Machado Rezende FONTE DAS OBRIGAÇÕES • Contratos (art. 481 a 853 CC) • Declarações unilaterais de vontade • Atos ilícitos (art. 927 a 954 CC) FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO (art. 421 CC) CONDIÇÕES DE VALIDADE DO CONTRATO • Capacidade do agente • Objeto lícito, determinado ou determinável • Forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104 CC) Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. • Consentimento recíproco ou acordo de vontades - tácita ou expressa AUTOCONTRATO OU CONTRATO CONSIGO MESMO (ART. 117 CC) Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. • Dupla qualidade • Dupla representação PRAZO Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL • Princípio da autonomia da vontade • Princípio da supremacia da ordem pública • Princípio do consensualismo (art. 482, 1417 CC) Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço. Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. • Princípio da relatividade dos efeitos do contrato • Princípio da obrigatoriedade dos contratos - pacta sunt servanda (art. 393 CC) Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. • Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva Ø Cláusula rebuc sic standibus (estando as coisas assim) Ø Teoria da imprevisão • Princípio da boa fé e probidade (art. 422 CC) Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Ø Boa fé subjetiva e objetiva Ø Proibição de venire contra factum proprium (vedação de comportamento contraditório) Ø Supressio (supressão) Ø Surrectio (em ascensão) Ø Tu quoque (você também) INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS • Declaratória • Construtiva PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INTERPRETAR • Boa fé • Conservação ou aproveitamento do contrato INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS DE ADESÃO (ART. 54 CDC E ART. 423, 424 CC) Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 1ª FASE – ART. 422 NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 2ª FASE PROPOSTA, OFERTA, OBLAÇÃO OU POLICITAÇÃO A proposta deve conter: Elementos essenciais do negócio proposto Deve ser séria e consciente (art. 427 CC) Deve ser clara, completa e inequívoca A força vinculante da oferta (art. 427 CC) Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. A morte ou interdição, daquele que fez a oferta, seria motivo para desobrigar herdeiros ou representantes? Por quê? PROPOSTA NÃO OBRIGATÓRIA (ART. 427 – 2ª PARTE CC) “se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.” 1 se contiver cláusula a respeito 2 em razão da natureza do negócio (art. 429 CC) 3 em razão das circunstâncias do caso (art. 428 CC) Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. 3ª FASE ACEITAÇÃO • Expressa • Tácita (art. 432 CC) Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. Contraproposta (art. 431 CC) Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. Inexistência da força vinculante a aceitação (art. 430, 433 CC) Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO • Contrato entre presentes • Contrato entre ausentes Teoria da informação ou cognição – momento da chegada da resposta ao policitante ou proponente Teoria da declaração ou agnição Propriamente dita – momento da redação Expedição – resposta é expedida Recepção – resposta expedida e entregue LUGAR DA CELEBRAÇÃO Local que a proposta foi feita (art. 435 CC) Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. Lugar que residir o proponente (art. 9º, § 2º LINDB) Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS PELA INTERNET LINDB art. 9º, § 2º Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente. CDC art. 51, I Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS Quanto aos efeitos • Unilaterais • Bilaterais ou sinalagmáticos• Plurilaterais • Gratuitos • Onerosos - comutativos - aleatórios Quanto à formação • Paritários • De adesão • Contrato-tipo Quanto ao momento de sua execução • Execução instantânea • Execução diferida • Execução continuada Quanto ao agente • Personalíssimos ou intuitu personae • Impessoais • Individual • Coletivos Se houver erro, quanto a pessoa do contratante, o que acontecerá com esse contrato? Quanto ao modo porque existem • Principais • Acessórios (art. 184 CC) Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. • Derivados Quanto à forma • Solenes • Não solenes (art. 107 CC) Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. • Consensuais (art. 482 CC) Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço. • Reais – comodato, mútuo Quanto ao objeto • Preliminares • Definitivos Quanto à designação • Nominados e inominados • Típicos e atípicos (art. 425 CC) Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. • Mistos • Coligados - dependência • União de contratos REVISANDO 1. Será obrigatoriamente declarado nulo o contrato de adesão que contiver cláusulas ambíguas ou contraditórias? 2. A função social do contrato, princípio contratual geral, é exercida como um limitador da liberdade de contratar? 3. Somente é lícito às partes estipular contratos tipificados no Código Civil? ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO (ARTS. 436 A 438 CC) ESTIPULANTE > PROMITENTE > BENEFICIÁRIO Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438. Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. Natureza jurídica – sui generis Capacidade (art. 793 CC) Art. 793. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato. Regulamentação (ARTS. 437, 438 CC) Ø Se estipular que o beneficiário pode reclamar a execução, estipulante perde o direito de exonerar o promitente. Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. Ø Sem previsão de reclamar, poderá ser substituído. Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO (ART. 439 CC) Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. DIFERE DE: FIANÇA MANDATO GESTÃO DE NEGÓCIOS • Não será responsabilizado (ART. 439, parágrafo único CC) Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. VÍCIOS REDIBITÓRIOS (ART. 441 A 443 CC) Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Fundamento jurídico • Teoria do erro • Teoria do inadimplemento contratual • Teoria dos riscos • Teoria da equidade Requisitos para caracterização dos vícios redibitórios • Que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo, ou doação onerosa ou remuneratória • Que os defeitos ocultos • Que os defeitos existam no momento da celebração do contrato e que perdurem até o momento da reclamação • Que os defeitos sejam desconhecidos do adquirente • Que os defeitos sejam graves Efeitos (art. 443 CC) • Alienante de boa fé • Alienante de má fé Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. Ações cabíveis (art. 442 CC) • Ação redibitória • Ação estimatória Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço. Prazos decadenciais (art. 445 CC) • 30 dias - bem móvel • um ano - bem imóvel Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. Exceção ao prazo • Máquinas sujeitas a experimentação • Animais (art.445, § 1º e 2º, CC) § 1 o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. § 2 o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Garantia convencional (art.446 CC) Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. Descabimento das ações • Coisas vendidas conjuntamente (art.503 CC) Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas. • Inadimplemento contratual (art.389 CC) Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. • Erro quanto às qualidades essenciais do objeto (art.139, I e 178, II, CC) Art. 139. O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; Vício redibitório no CDC (art. 26 CDC) • 30 dias produtos não duráveis • 90 dias produtos duráveis Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. OBRIGADA! ATÉ A PRÓXIMA AULA!
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