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ANHAGUERA Agência e Distribuição Contratos Professor: Helder Aluna: Bianca Souza – 2º Semestre do Curso de Direito 19/05/2023 “O tempo é um contrato irrevogável”. MOZINI. Vinícius Introdução Conforme previsto no Capítulo XII do Código Civil, o contrato de agência consiste na obrigação assumida por um indivíduo (Agente), de forma não eventual e sem vínculo empregatício, de promover a realização de determinados negócios em nome e por conta de outra pessoa (proponente), dentro de uma área geográfica determinada, mediante remuneração e com certa autonomia. Já a distribuição ocorre quando o agente responsável pela promoção dos negócios de terceiros detém a posse do objeto que será comercializado. In Verbis: “Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada”. Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos. Tanto o contrato de agência quanto o contrato de distribuição são tipos de contratos comerciais que envolvem a venda de produtos ou serviços, mas há diferenças importantes entre eles. O contrato de agência é um acordo no qual um agente é designado para vender produtos ou serviços em nome de um proponente, atuando como intermediário entre o proponente e os clientes, sem estar subordinado, sem vínculos empregatícios e sem possuir os produtos ou serviços comercializados. O agente realiza negócios em uma área específica e é compensado com uma remuneração fixa ou uma percentagem das vendas realizadas. No Contrato de Distribuição o agente, ao contrário do contrato de agência, já tem em sua disposição a coisa negociada. Conforme o artigo 710 do Código Civil, a diferença no tocante ao contrato de agência, é que no contrato de distribuição o distribuidor tem a coisa á sua disposição. Sobre o tema, o Doutrinador Pablo Stolze Gagliano, discorre que: “No contrato de agência, o agente, sem vínculo de subordinação, e sem deter a coisa que comercializa, realiza negócios, em área determinada, fazendo jus a uma remuneração fixa ou percentual; diferentemente, no contrato de distribuição, posto deva também empreender negócios à conta e no interesse de terceiro, o distribuidor já tem à sua disposição a coisa negociada”. É importante destacar que esse tipo de contrato é distinto do contrato de trabalho, já que não há autoridade ou subordinação funcional entre as partes contratantes, o que é uma de suas principais características. Principais características Os contratos de agência e distribuição têm como principais elementos constitutivos a presença dos sujeitos do contrato (Agente e proponente), a manifestação da vontade, o caráter não eventual do pacto firmado, a inexistência de vínculo empregatício entre as partes, a obrigação do agente de celebrar negócios jurídicos em nome de outrem, remunerações do agente baseadas na comissão sobre o valor das transações concluídas e a limitação da zona de atuação do agente ou distribuidor. Classificação do Contrato de agência e Distribuição Os contratos de agência e distribuição são: Consensuais, pois se formam pelo acordo de vontades; Bilaterais, geram obrigações para ambas as partes; Comutativos, por terem prestações certas e determinadas; Nominados, por serem regulamentados pela lei; Intuitu Personae, não pode haver substituição dos sujeitos; Informais, necessitam apenas do consentimento para a sua formação Direitos e Obrigações das partes Os direitos e obrigações do contrato de agência e distribuição são regulamentados pelos artigos 711 a 719 do código civil. O Artigo 711 e seguintes, estabelece que: Salvo acordo em contrário, o proponente não pode nomear mais de um agente para lidar com os mesmos negócios em uma mesma área geográfica. E o mesmo para o agente, que não poderá realizar negócios com outros proponentes na mesma área geográfica com negócios semelhantes. O agente deve agir com diligencia, respondendo civilmente pelos danos que causar culposamente ao preponente, devendo sempre atuar segundo as instruções estabelecidas pelo proponente dentro do contrato. O preponente tem obrigação legal de custear ou reembolsar todas as despesas que o agente realizar para a execução do contrato. Mas a lei permite que essa regra seja modificada e acordada entre as partes. O agente tem direito a receber uma compensação financeira se o proponente parar de atender ás propostas sem uma justificativa válida, ou reduzir o atendimento que se torne inviável economicamente continuar o contrato. O agente terá direito de receber uma remuneração mesmo que o negócio não seja concluindo por culpa do proponente. Ainda que dispensado por justa causa, o agente terá direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de haver perdas e danos ao preponente causados pelos prejuízos sofridos. Caso o agente seja dispensado sem justa causa, ele terá direito a receber remuneração inclusive sobre negócios pendentes, além das indenizações previstas em lei especial. Se o agente for impedido de continuar seu ofício por motivos de força maior, ele terá direito de receber a remuneração pelos serviços prestados. Caso o agente venha a falecer, seus herdeiros têm o direito de receber essa remuneração. Extinção do Contrato Se o contrato for estabelecido por um período determinado, ele se extinguirá automaticamente após o prazo acordado. O Artigo 720 do Código Civil estabelece as regras para a rescisão do contrato que não tenha prazo determinado. Nesse caso, qualquer uma das partes pode decidir encerrar o contrato desde que seja dado um aviso prévio de noventa dias. No entanto, é necessário que tenha decorrido um prazo compatível com a natureza e vulto do investimento exigido pelo agente. Ou seja, o período de antecipação de noventa dias só pode ser aplicado se a resolução do contrato não afetar gravemente o negócio do agente, especialmente se ele tiver investido muito tempo e recursos financeiros naquele empreendimento. O Parágrafo Único do artigo estabelece que, caso haja divergência entre ás partes sobre o prazo de aviso prévio ou sobre o valor devido, o juiz será responsável por decidir sobre a razoabilidade dessas questões. Para a extinção do contrato também podem ser aplicados dispositivos legais suplementares, como os artigos 473 e 720 do Código Civil, o artigo 34 da Lei 4886/65, bem como o que foi acordado pelas partes.
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