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ATIVIDADE A3 CONTRATOS - PRIMEIRA

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ATIVIDADE A3 CONTRATOS
ALUNA: GABRIELA AZEVEDO MACEDO SILVA
DANO EXISTENCIAL
O dano existencial é outro tipo de dano extrapatrimonial que pode ser classificado na denominação de dano novo. De acordo com Marco Aurélio Bezerra de Melo, ocorre quando, após a lesão, há uma perda da qualidade de vida do indivíduo, que fica impossibilitado ou encontra grandes dificuldades em manter suas atividades cotidianas. Ao sofrer o dano existencial, o indivíduo fica privado de usufruir e gozar dos prazeres da vida, tal como o lazer.
Esse dano existencial está extremamente relacionado à ideia de frustração e inclui dois aspectos: dano à vida de relacionamento e dano ao projeto de vida. Matilde Zavala de Gonzalez afirma que o dano à vida em relação é aquele em que há impossibilidade ou grande dificuldade do indivíduo em se reinserir nas relações sociais, ou mantê-las em sua normalidade. Já o dano ao projeto de vida, caracteriza-se pela frustração das legítimas expectativas que o indivíduo tem em relação à própria existência, tais como seus sonhos, metas e objetivos de vida.
Surgem assim principalmente de uma mudança no cotidiano de uma pessoa, que pode alterar direta ou indiretamente sua relação com a sociedade, amigos, família e até consigo mesmo, afetar sua felicidade e satisfação pessoal, mesmo os problemas sendo discutíveis. problemas como depressão, ansiedade e muito mais. De acordo com Ezequiel Morais, o dano existencial se difere do dano moral, na medida em que o primeiro reside na impossibilidade de exercer uma atividade concreta na esfera pessoal e familiar, uma renúncia ou impedimento; enquanto o segundo seria caracterizado como uma situação de abalo de honra, sofrimento, angústia.
Neste cenário, a proteção da reparação de danos existenciais é essencial, pois a obrigação do Estado de proteger a paz da vida das pessoas e os seus objetivos de vida pessoais é incontroversa. Quanto à possibilidade de acumulação do dano moral e do dano existencial, existem duas escolas de pensamento: a primeira afirma que, assim como acontece com o dano estético, existe a possibilidade de acumulação que traz compensação adicional pelo dano moral.
Apesar das diferentes visões, sejam elas enquadradas no conceito de dano moral ou como categoria autônoma, o dano existencial merece proteção do ordenamento jurídico porque consiste em dano imaterial que vai além do mero assédio e tem consequências claras e verificáveis ​​para quem sofra isso. Estas consequências são bastante óbvias quando se estuda o dano existencial no âmbito do direito do trabalho. Esses danos podem tornar-se evidentes quando, por exemplo, o empregador não respeita o equilíbrio entre a qualidade de vida do trabalhador e a sua função, resultando em danos físicos e psicológicos ao trabalhador. Longas jornadas de trabalho podem resultar não apenas em remuneração injusta do trabalhador, mas também em uma consequência muito mais grave e irreversível: a perda de qualidade de vida, porque ele não consegue aproveitar adequadamente sua vida social, além de não ter tempo. dedicar-se ao trabalho, aos projetos pessoais, às férias, enfim, a tudo o que pertence à vida de todo trabalhador comum.
Em suma, após as devidas considerações, o dano existencial pode ser entendido como qualquer dano que prejudique a motivação de existência de um indivíduo, os seus sonhos, a sua convivência social com a família, os amigos, tudo o que afeta e modifica um direito fundamental e não positivado da verdadeira felicidade.
REFERÊNCIAS
MELO, Marco Aurélio Bezerra de. O dano existencial na responsabilidade civil. Fevereiro, 2016. Disponível em: O dano existencial na responsabilidade civil.
ZAVALA DE GONZALEZ, Matilde. Resarcimiento de daños: daños a las personas (integridade sicofisica). 2ª edição. Buenos Aires: Ed. Hammurabi, 1996, pg. 462.
MORAIS, Ezequiel. Brevíssimas considerações sobre o dano existencial. Julho, 2012. Disponível em: Dano existencial. Artigo do amigo Ezequiel Morais.

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