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CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA • Carcinoma Basocelular (CBC); • Carcinoma Espinocelular (CEC); Introdução: • Cânceres cutâneos são os mais comuns no ser humano; • Seu número total é superior a todos os outros cânceres somados; • Estima-se que todo norte-americano branco que atingir 100 anos de idade terá ao menos um câncer de pele; • Estima-se 1 milhão de casos novos por ano nos Estados Unidos; • Estimativa do INCA para 2020 no Brasil: o 83.770 casos novos em homens; o 93.170 casos novos em mulheres; o 166 casos novos / 100.000 habitantes; • Provável grande subnotificação; • Embora a mortalidade relacionada aos cânceres de pele não-melanoma seja muito baixa (menos de 0,1% das mortes por câncer), sua morbidade é elevada, em especial porque cada vez mais surgem em indivíduos mais jovens; • 90% dos casos de câncer de pele; • Na ausência de tratamento adequado, podem ocorrer alto índice de recidivas e sequelas. Carcinoma Basocelular (CBC): • Tumor cutâneo maligno de origem tricoblástica, lembrando células da camada basal da epiderme, que raramente metastatiza; • Sinonímia: o Carcinoma de células basais da pele; o Carcinoma tricoblástico; • Localização preferencial em áreas do corpo expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e tronco. • A grande maioria dos CBC é decorrente da associação de forte exposição solar com pele clara; • É inegável a predisposição genética ao CBC; • Síndromes genéticas também estão envolvidas (xeroderma pigmentoso, síndrome nevo basocelular, albinismo e epidermodisplasia verrucosa); • A face é a parte do corpo mais acometida, em especial o nariz (grande concentração de folículos pilosos); • Padrão de exposição solar = forte intensidade e intermitente (exposições agudas); • O diagnóstico se baseia no exame clínico e é confirmado com o exame anatomopatológico; • Diagnóstico diferencial com nevos melanocíticos e intradérmicos, ceratoses seborreicas, ceratoses actínicas, tumores benignos da pele. Estadiamento: Tratamento: Existem diversas modalidades de tratamento. • Objetivos: retirada total ou destruição da lesão, preservação do tecido normal, preservação da função e o melhor resultado estético. • Cirurgia convencional: melhor opção na maioria dos casos; • Cirurgia micrográfica de Mohs; • Cirurgia com controle das margens sem congelação e com congelação; • Curetagem: não é utilizada de maneira isolada no tratamento dos cânceres cutâneos; • Cauterização química: é a aplicação local de agentes cáusticos. Índices de cura muito baixos. Mais usados para o tratamento de lesões pré-cancerosas (ceratoses actínicas). Ex.: ácido tricloroacético. • Terapia fotodinâmica: após a aplicação tópica ou oral de agentes fototóxicos como o ácido aminolevulínico, é administrada uma energia luminosa específica na área acometida, provocando destruição tumoral. o Empregada em tumores bem superficiais; o O tumor é curetado anteriormente; o Considerada técnica promissora; o Alto custo; • Radioterapia: o Possui resultados aceitáveis. Relatos de cura semelhantes aos cirúrgicos; o Pode ser utilizada de maneira isolada, ou adjuvante a cirurgia com margens exíguas ou comprometidas; o Pode ser utilizada como neoadjuvante para redução de grandes lesões, possibilitando cirurgias menos mutilantes; o Utilizada em pacientes sem condições clínicas para cirurgia e/ou com lesões múltiplas; • Tratamento clínicos: o Pode ser utilizada para CBC superficiais; o 5 FU; o Imiquimod (potente imunoestimulante); Carcinoma epidermóide: • Tumor maligno cutâneo derivado dos ceratinócitos; • Sinonímia: o Carcinoma de células escamosas; o Carcinoma escamocelular; o Carcinoma espinocelular; • Surgem mais frequentemente em áreas cronicamente expostas à radiação solar, principalmente segmento cefálico e MMSS; • Surgem geralmente na pele glabra sobre ceratoses actínicas ou no lábio inferior sobre leucoplasia; • HPV, arsênico, alcatrão, radiações ionizantes e cicatrizes crônicas; • CEC é o câncer mais frequentemente encontrado sobre áreas de radiodermite, linfedema, cicatrizes e ulcerações crônicas; • 1 CEC para cada 3-5 CBC; • Número de mortes decorrentes do CEC é bem superior ao CBC (podem metastatizar); • A incidência de CEC suplanta a de CBC na população negra e mestiça; • Padrão de exposição solar = dose total acumulativa de radiação ultravioleta; • O tratamento é semelhante ao CBC; • Cirurgia convencional = margens de segurança maiores; • Linfadenectomia terapêutica quando linfonodos comprovadamente positivos à biópsia ou a citologia por agulha fina; • Linfadenectomia ilíaca quando metástases inguinais maiores que 4 cm e/ou metástases proximais ao ligamento inguinal; • Não se deve irradiar o carcinoma verrucoso; Resumo do tratamento: • Cirurgia = ressecção adequada; • Radioterapia = lesões extensas, pacientes sem condições clínicas para cirurgia, margens comprometidas; • Quimioterapia = irressecável ou metastáticos; CÂNCER DE PELE MELANOMA Introdução: • Representa 4-6% dos tumores de pele, com incidência crescente de aproximadamente 70.000 casos novos por ano na população mundial; • Trata-se de um tumor agressivo, alta letalidade; • Tratamento adequado e diagnóstico precoce constituem as principais armas terapêuticas para seu controle; • Alto risco de metástases linfáticas e hematogênicas; • Tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina); • Estimativa INCA 2020 – Brasil: o 4.200 casos novos em homens; o 4.250 casos novos em mulheres; o Maiores taxas estimadas no Sul e Sudeste; Fatores de risco: • História prévia de câncer de pele; • Exposição à luz solar; • Fenótipo pele clara; • Número de nevos; • Nevo congênito; • História familiar; • Imunossupressão. Diagnóstico: Tipos de melanoma: 1. Melanoma de disseminação superficial: • Tipo mais comum (70% dos melanomas); • Geralmente surge de um nevo pré-existente; • Mais comum no tronco em homens, dorso e MMII em mulheres; 2. Melanoma nodular: • 15% dos melanomas; • Apresenta fase de crescimento vertical, sem a fase de crescimento radial anterior; • Pode ocorrer em qualquer área do corpo, porém mais comum no tronco e nos MMII; 3. Melanoma lentiginoso maligno: • 5% dos melanomas; • Ocorre em indivíduos mais velhos (75% deles tem mais de 60 anos) com pele exposta cronicamente à luz solar; • A face é o local mais comum; 4. Melanoma acral lentiginoso: • Representa 2-8% dos melanomas em indivíduos de cor branca; • 35-60% dos melanomas nos indivíduos de cor escura; • Ocorre na palma da mão, planta do pé ou região subungueal; 5. Melanoma desmoplásico: • Tipo raro; • Comum na cabeça e pescoço, e no dorso; • Mais comum em homens na sexta a oitava décadas; • Alta taxa de recidiva local; • Baixa frequência de metástases linfáticas; • Neurotropismo; Exame físico: • Ênfase no exame da pele, todas as estações linfonodais e o tecido subcutâneo; • Palpação abdominal, principalmente metástases hepáticas; Exames de imagem: • RX de tórax; • Ultrassonografia de abdômen; • Provas de função hepática (FA e DHL); Biópsia: • A biópsia excisional com margens bem próximas à lesão (1 a 3 mm) e que vai até o TCSC deve ser realizada preferencialmente; • Não se recomenda biópsia com margens extensas e não devemos confeccionar retalhos cutâneos pois podem diminuir a precisão da realização da BLS; • Nas extremidades, a incisão será sempre longitudinal, enquanto que no tronco, na cabeça e no pescoço devem ser paralelas às linhas de força da pele; • A biópsia incisional ficará reservada para lesões extensas ou subungueais; Estadiamento e fatores prognósticos:• O prognóstico de um paciente com melanoma depende principalmente de dois fatores: 1. Espessura do tumor primário; 2. Presença ou ausência de metástases em linfonodos regionais; Espessura do tumor: • Breslow 1970; • Determina a espessura vertical da lesão em milímetros; • Representa o principal fator prognóstico para predizer a evolução da doença; • Menor que 1 mm = finos; • Entre 1,01 e 4 mm = intermediários; • Maior que 4 mm = espessos; Acometimentos de linfonodos regionais: • O número de linfonodos regionais acometidos é o fator prognóstico mais importante nos pacientes em estádio clínico III; • O segundo fator é o padrão de acometimento desses linfonodos (micrometástase X macrometástase); Ulceração: • Ausência de uma epiderme intacta sobre o tumor baseado no exame microscópico; • Representa o segundo fator mais importante do componente T, de pior prognóstico; • A incidência de ulceração cresce com a maior espessura do tumor; Nível de invasão de Clark (1969): • Determina a profundidade de invasão do tumor em relação às camadas da pele; • Nível I = limitado a epiderme (in situ); • Nível II = invasão da derme papilar; • Nível III = invasão da derme papilar até a junção da derme reticular; • Nível IV = invasão da derme reticular; • Nível V = invasão do tecido subcutâneo. Regressão: • Representa o reflexo histológico da interação entre o sistema imune do paciente e as células malignas do melanoma; Índice mitótico: • Quanto maior a replicação celular do tumor, pior o prognóstico; • Alguns estudos mostraram que ele é um fator prognóstico possivelmente mais forte que a ulceração; Satelitose X Metástases em trânsito: • Representam metástases intralinfáticas; • Satelitose = lesões até 2 cm do tumor (N2); • Em trânsito = lesões entre o tumor primário e os linfonodos regionais (N2); Angiogênese: • Quanto maior o grau de vascularização da lesão, pior o prognóstico (aumenta a chance de metástases hematogênicas); Invasão vascular: • Invasão da microvasculatura da derme por células neoplásicas; Fatores clínicos (idade, sexo e localização anatômica): • Sexo feminino costuma apresentar melhor sobrevida que o masculino; • Pacientes mais velhos tendem a ter pior evolução; • Melanomas da cabeça, do pescoço e do tronco tem pior prognóstico do que os de extremidades; Metástases à distância: • Não-visceral (pele, TCSC e linfonodos, além dos regionais); • Visceral (fígado, pulmão, SNC); • Metástases viscerais tem pior prognóstico; • Níveis séricos elevados de DHL é preditora de prognóstico ruim; Tratamento: • Cirurgia = biópsia excisional, após ampliação oncológica de margens + pesquisa de linfonodo sentinela e/ou linfadenectomia radical; • Quimioterapia e imunoterapia = estádios III e IV; • Radioterapia = pouco usada (mais em lesões metastáticas – SNC e ósseas);
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