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Neoplasias de Pele: Melanoma, CEC e CBC Epidemiologia: -2 a 3 milhões de novos casos ao ano no mundo (OMS). -Os CA não melanoma correspondem a 95% do total dos casos de CA de pele. -A incidência dos casos de câncer não melanoma no Brasil é maior em mulheres. -Os cânceres de pele melanoma são mais agressivos e levam mais à óbito. Conceitos: Células basais: replicação celular (células germinativas). Melanócitos: auxiliam na proteção da camada germinativa e produzem o pigmento melanina, que protege as células contra a radiação solar. Granulosa: contém células precursoras de queratina, que auxiliam na impermeabilização da pele. Estrato córneo: células anucleadas e atuam como barreira lipídica. Fatores de Risco: ❖ Cicatrizes e queimaduras. ❖ Radiação ultravioleta: intermitente (paciente com um episódio prévio de exposição solar e queimadura e posteriormente outra exposição e queimadura) e cumulativa (exposição continuada, ou seja, todos os dias). ❖ Pele e olhos claros. ❖ Imunossupressão ❖ Carcinógenos químicos (asbesto, radioterapia). ❖ Úlceras Crônicas ❖ Tabagismo e HPV OBS: existem algumas mutações no sistema de sinalização hedgehog que podem levar ao surgimento do CA de pele. Melanoma: Epidemiologia: -4 a 5% das neoplasias malignas de pele são do tipo melanoma. -77% das mortes causadas por neoplasias de pele. -80% de taxa global de cura. -Nos últimos anos sua incidência está crescendo. Anatomopatológico: -Quando o melanoma está restrito a epiderme, recebe o nome de melanoma in situ. -Quando o melanoma atinge a derme, ele recebe o nome de melanoma invasor. ABCDE: A: Assimetria da lesão. B: Bordas irregulares. C: Cor com tonalidades variadas. D: Diâmetro maior que 6 mm E: Evolução da lesão -Uma característica ocasional e potencialmente confirmatória de melanoma é a despigmentação intralesional. Nevo Melanocítico Congênito: -Diferem de outros nevus, em razão deles já produzirem pigmento ao nascimento. -Os pacientes com nevus congênito possuem um risco relativo de desenvolvimento de melanoma durante a infância e adolescência aumentado em aproximadamente 465 vezes. TIpos de Melanoma: Disseminativo Superficial: -Mais comum (50 a 80%). -Antes de atingir a derme ele se espalha horizontalmente (crescimento radial). Nodular: -Segundo mais comum. -Mais comum em homens. -Extremamente agressivo. -É invasivo. Lentigo Maligno: -Representam de 5 a 10% dos casos. -Crescimento lento, principalmente em áreas expostas de pessoas idosas, geralmente na face. -Lesão precursora presenta há 10 - 15 anos. Acral Lentiginoso: -Surge nas palmas das mãos e plantas dos pés, regiões subungueais e espaços interdigitais. -Frequentemente são confundidos com outras patologias. -Menores taxas de sobrevida em 5 anos. -Se disseminam agressivamente e possuem alta incidência de recorrência local e regional. Melanoma Amelanótico: -Variam de nodular ou do disseminativo superficial que não produz pigmento suficiente para se apresentar como uma lesão pigmentada. Melanoma Desmoplásico: -Não produz pigmento e cresce na superfície externa da pele. -Pode ter a aparência de uma cicatriz hipertrófica em uma localização na qual o paciente não se lembra de ter sofrido uma lesão na pele. -Deve ser diferenciado clinicamente de outros tumores benignos e malignos da pele. Prognóstico: -Fatores adicionais que demostraram estar associados com a recorrência e sobrevida incluem: taxa mitótica da lesão, a idade e o sexo do paciente, a localização da lesão primária e o tipo morfológico do melanoma. -Depende da: 1º: Profundidade 2º: Ulceração Profundidade: Níveis de Clark: I: Acima da membrana basal (intra-epidérmico ou in situ). II: Invadindo derme papilar, porém sem expansão além desta camada. III: Invadindo e expandindo na derme papilar, porém sem invadir a derme reticular (pára na interface da derme papilarreticular). IV: Invadindo derme reticular. V: Invadindo a gordura subcutânea. Espessura de Breslow: -É o indicador prognóstico mais poderoso para sobrevida para os melanomas em estágio inicial, ou seja, doença limitada ao tumor primário. B I - < 0,75 mm B II - 0,75 a 1,5 mm B III - 1,5 a 4,0 mm B IV - > 4,0 mm Estadiamento do Melanoma: T: tamanho Estágio I: melanomas de baixo risco – T1a – T2a. Estágio II: tumores T2b – T4b. N (Status linfonodal): -A metástase ocorre VIA LINFÁTICA em 90% dos casos. -Pior prognóstico. -Número de linfonodos acometidos: principal fator prognóstico de sobrevida (o Breslow é irrelevante quando tem linfonodo positivo). N1: 1 linfonodo: a - micrometástase b - macrometástase N2: 2 a 3 linfonodos: a – micrometástase b – macrometástase c – metástase em trânsito/satelitose sem linfonodo acometido. N3: 4 ou mais linfonodos, linfonodos coalescidos, ou metástases em trânsito/satélite associada com linfonodos metastáticos. -Metástase em trânsito: a disseminação intralinfática do melanoma na pele pode se manifestar como lesões satélite, as quais são metástases cutâneas ou subcutâneas localizadas a mais de 2 cm da lesão primária. A presença delas demonstram um prognóstico pior, semelhante à presença de metástases em linfonodos regionais. -Satelitose: são metástases cutâneas ou subcutâneas localizadas a menos de 2 cm da lesão primária. M: metástase M1 – Presença de metástase cutânea, subcutâneas, linfonodais à distância, ou DHL negativo. M2 – Metástases pulmonares e DHL negativo. M3 – Metástases viscerais ou em outros locais ou DHL positivo. Principais Sítios de Metástases: 1º pulmão 2º fígado 3º cérebro -A desidrogenase lática sérica (DHL) foi identificada como um fator prognóstico independente importante nos pacientes com melanoma disseminado. Biópsia: -Biópsia Excisional: 1 a 2 mm de margem e deve incluir toda a espessura da pele. OBS: evitar margens mais amplas para permitir adequado mapeamento linfonodal. -Biópsia incisional ou uma biópsia do punch: a excisão terapêutica final pode demonstrar uma lesão que seria classificada com uma profundidade de invasão maior do que a que foi inicialmente diagnosticada. Avaliação Histológica: -Espessura de Breslow em milímetros. -Ulceração histológica. -Taxa mitótica por mm quadrado. -Estados das margens periférica e profunda. -Nível de Clark. -Outros detalhes histopatológicos: satelitose microscópica, regressão, linfócitos infiltrados no tumor, neurotropismo e subtipo histológico. Abordagem do Linfonodo: Sem linfonodo palpável: Realizar o linfonodo sentinela nas seguintes situações: ❖ Breslow > 1mm ❖ Breslow < 1mm + ulceração ou mitose ou invasão linfovascular ou paciente jovem. -Caso o linfonodo sentinela seja positivo, deve ser oferecido ao paciente a dissecção linfonodal radical. Com linfonodo palpável: É necessário confirmar o diagnóstico com punção aspirativa com agulha fina, biópsia tipo core, ou biópsia a céu aberto. Se vier positivo e não tiver metástase a distância, realizar a linfadenectomia. Biópsia de Linfonodo Sentinela: A técnica com o corante vital azul detecta o linfonodo sentinela em 80% dos pacientes. -Se for associada a linfocintilografia com o corante vital azul, a remoção com sucesso do linfonodo sentinela sobe para 98-99% nos pacientes com melanoma. Tratamento Adjuvante: -Interferon-alfa. -Radioterapia: em circunstâncias excepcionais, para pacientes que seriam candidatos ruins para a ressecção cirúrgica, a radioterapia pode oferecer uma alternativa para controlar a doença. -Perfusão Isolada de Membros. CBC Epidemiologia: -4 a 5 vezes mais comum que o CEC. -80% estão localizados na cabeça e pescoço. -35 a 50% das pessoas que tiverem CBC irão apresentar novo tumor em 5 anos. -Crescimento lento e metástases raras (0,0028% a 0,01%) e via hematogênica. Síndromes Genéticas: -Síndrome do Nevo Basocelular (Gorlin): alteração nas costelas, dentição e fácies características. -Xeroderma Pigmentoso: defeito na reparação do DNA, em que as mutações são propagadas. -SíndromeBazex: associada ao CA de células escamosas do trato aéreo-digestivo. Características: -Apresenta, de telangiectasia: neovasos com formato de galhos de árvores. -Aspecto perláceo. Tipos Clínicos e Histológicos: Nodular (66,5%) - sólido, adenóide e cístico: -Lesões arredondadas e mais delimitadas. Superficial: -Parecem placas ou máculas hiperemiadas, que podem apresentar ulceração. -Apresentam prurido. -São superficiais. Esclerodermiforme (ou morfeaforme): -Formação de regiões bem atrofiadas, assemelhando-se a cicatrizes profundas. -São mais invasivos. Infiltrativo: -Próximos à região dos olhos e auricular. Micronodular: -Apresentam micronódulos na infiltração. -Carcinoma metatípico muito comumente são encontrados mais de um subtipo na mesma lesão, sendo que a associação mais comum é dos subtipos nodular e micronodular. CEC Epidemiologia: -2º neoplasia maligna de pele mais frequente. -Homens x mulheres (2:1). -Mais comum em transplantados – CEC x CBC (3:1). -Mais agressivo: metástases em 2 a 18% (via linfática). -Cabeça e pescoço: 75%. Lesões Precursoras: -Queratose Actínica. -Leucoplasia. -Doença de Bowen: lesão restrita à epiderme. Tipos e Classificação Histológica: -Pápula/ pápula queratótica -Nódulo -Nódulo ulcerado -Placas vegetantes ou verrucosas Grau I: 0 a 25% células indiferenciadas (bem diferenciado). Grau II: 25 a 50% células indiferenciadas (moderadamente diferenciado). Grau III: 50 a 75% células indiferenciadas (mal diferenciado). Grau IV: 75 a 100% células indiferenciadas (indiferenciado). Comportamento Biológico: -Tamanho: lesões com mais de 2 cm tem maior frequência de recorrência regional e maior incidência de metástases regionais que as lesões menores. -Profundidade: tumores com profundidade superior a 4 mm têm um risco de disseminação metastática de 45%. Isso se compara a um risco de 7% para cânceres com profundidade inferior a 3mm. Diagnóstico: -História: tempo de evolução, uso de produtos de pele, idade, história familiar. -Exames físicos: aspectos macroscópicos da lesão, investigação de linfonodos e avaliação de toda a pele). -Dermatoscopia: avaliação da lesão com o auxílio de uma lupa, avaliando a presença de vasos, simetria, pigmento e cor. -Avaliação histológica: biópsia / peça cirúrgica. Tratamento: -Cirurgia excisional com margem de segurança (cirurgia de Mohs, cirurgia com congelação intraoperatória). -Cirurgia a laser (laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser). -Curetagem e eletrodissecção. -Criocirurgia -Terapia Fotodinâmica (PDT) -Radioterapia, quimioterapia e Imunoterapia. Tópicos: 5-Fluoracil (5-FU) -Imiquimod em creme: 2 a 3 meses de tratamento; 5 anos livre da doença de 80%; QA e CBC. -Ingenol-mebutato em gel (Euphorbia peplus): 2 a 3 dias de tratamento; QA, CBC e CEC. -Diclofenaco em gel (inibição da enzima cicloxigenase 2) – 4 a 12 semanas; QA.
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