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Caso Nelson Goncalves

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Caso “Nelson Gonçalves” 
 
 “Nelson Gonçalves”, nascido em 16 de Março de 1940, sem qualquer envolvimento 
passado com questões criminais, no dia 23 de Março de 2014, estava em sua casa, um “quarto-
cozinha” da comunidade conhecida como “Favela do Flamenguinho”, na cidade de Presidente 
Prudente/SP, quando foi interpelado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo 
de “El Chapo”. 
 “El Chapo”, que enquanto conversava com “Nelson Gonçalves”, tinha nas mãos um “AK-
47”, exigiu que ele transportasse cerca de 45 quilos de pasta base de cocaína, sob pena de 
mata-lo e expulsa-lo do local com toda a sua família. “Nelson Gonçalves” deveria transportar a 
droga em seu próprio carro até uma lanchonete existente as margens da Rodovia Raposo 
Tavares, na altura do KM 580, e lá deveria aguardar até que “uma pessoa” iria receber a droga. 
 Muito temeroso, “Nelson Gonçalves” não viu outra saída a não ser atender à exigência 
de “El Chapo”. Todavia, quando estava a cerca de 200 metros do local indicado, acabou sendo 
parado numa blitz policial de rotina, quando os policiais perceberam a grande quantia de droga 
e o conduziram à Delegacia de Polícia, onde foi autuado em flagrante delito pelo crime de tráfico 
de drogas – artigo 33, “caput” da lei 11.343/06. 
 Realizada a “audiência de custódia”, foi concedida a liberdade provisória ao agente, que 
respondeu o processo em liberdade. O Inquérito foi enviado ao Ministério Público, que ofertou 
denúncia por infração ao artigo 33, “caput” da lei 11.343/06. Após, o acusado manifestou-se 
regular e tempestivamente nos autos, exercendo seu direito de defesa. 
 Durante a audiência de instrução, debates e julgamento, todos os requisitos processuais 
foram respeitados, destacando que os policiais responsáveis pela prisão em flagrante do réu 
confirmaram os fatos narrados na denúncia, além de destacarem que, de fato, o acusado 
apresentou a versão de que transportava as drogas por exigência de “El Chapo”. Os policiais 
ainda destacaram que não conheciam o acusado, do meio policial, antes da data dos fatos. 
 Em interrogatório realizado a partir de requerimento expresso da defesa, “Nelson 
Gonçalves” confirmou que fazia o transporte da droga, mas alegou que somente agiu desta forma 
porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal conduta, ainda destacando que reside 
a mais de 50 anos na comunidade da “favela do Flamenguinho”, e que se fosse expulso do local, 
não teria outro local para morar com sua família. Disse que nunca respondeu por outro processo, 
apesar de já ter sido indiciado em Inquérito Policial pela suposta prática de crime de “uso de 
documento falso” (artigo 304 do CP). 
 Após a juntada da folha de antecedentes Criminais, verificou-se apenas a anotação 
daquele inquérito. Existia nos autos ainda laudo pericial comprovando a materialidade delitiva do 
crime de tráfico de drogas. Os autos foram encaminhados ao Ministério Público, que pugnou pela 
condenação do acusado pelo crime de tráfico de drogas, com exasperação da pena-base pelos 
maus antecedentes, vez que foi indiciado pelo crime de uso de documento falso. 
 Em seguida, você, advogado de “Nelson Gonçalves”, foi intimado. 
 Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas no caso 
concreto, construa a defesa de Nelson, excluída a possibilidade de Habeas Corpus como peça 
processual. 
Ryasumaro
Realce
Ryasumaro
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Ryasumaro
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Ryasumaro
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