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1 REV AV1 – Camila Carneiro Leão Cavalcanti FUNDAMENTOS DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC) Geral Thomos – fatia | Graphia – descrição O princípio básico da TC é o raio X. A imagem é feita a partir de reconstruções da partir das imagens adquiridas. Radiação ionizante - ↑ dose de radiação = “fatias” [é um raio X que “roda” ao redor do paciente] Plano de corte da tomografia → AXIAL *A aquisição da imagem sempre será axial e os outros planos serão reconstruções 3D das imagens adquiridas. Logo, os planos coronal e sagital sempre serão reconstruções. Pode ser realizada em qualquer parte do corpo e as estruturas apresentarão as mesmas características da radiologia convencional [osso = branco | partes moles = cinza | líquido = escuro | gás = muito escuro] Sala de exame Unidade de varredura [grantry – tomógrafo] *Possui uma ampola de raio X e detectores Unidade de computação – reconstrução das imagens Unidades de apresentação - O paciente é movido na mesa de exame através do gantry que gira em torno dele (tomógrafo helicoidal) - Aquisição de um volume tridimensional – Tomografia Multislice (MDCT) Exame 1º) Raio X digital da região que quero examinar – ESCANOGRAMA – delimita o campo de visão, ou seja, onde o corte começará e terminará entre outros. 2º) O tomógrafo faz a aquisição AXIAL 3º) A partir da aquisição axial, reconstrução multiplanar para o plano que se deseja RX x TC RX – sobreposição das estruturas TC – cortes seccionais, “fatias” – não há sobreposição 2 REV AV1 – Camila Carneiro Leão Cavalcanti Planos Meios de contraste Vias: venoso, oral, retal, uretral, intratecal (canal raquidiano), por ostiomas e fístulas, entre outros Torna o exame mais sensível e específico De uma forma geral, o contraste é venoso e utiliza-se o iodo – promove opacificação dos vasos e realce dos tecidos [mais branco] Contraste endovenoso Indica o quão vascularizada é a lesão Realizado a partir da punção da veia periférica anticubital [a veia precisa ser grossa porque o contraste é hiperosmolar e feito em volume relativamente grande] - Opacifica os vasos - Passa para o meio extravascular e realça os órgãos [por ser hiperosmolar] - Tem excreção renal *NÃO é obrigatório *NÃO pode fazer nas mãos porque não tem área suficiente para o contraste sair ▪ Bomba injetora do contraste A quantidade e a velocidade são programadas e coordenadas com o início das “fatias” PLANO AXIAL [face-to-face] PLANO CORONAL PLANO SAGITAL 3 REV AV1 – Camila Carneiro Leão Cavalcanti ▪ O contraste iodado EV Caracteriza a lesão quanto à sua forma e grau de vascularização *Muito importante para analisar vísceras maciças ▪ Reações ao iodo Alergia Efeitos quimiotáxicos (enjoo, tontura, cefaleia e vômito) Extravasamentos Nefropatia (*o galdolínio não é nefrotóxico, mas é iodo sim) - É necessário pesar o risco e o benefício do uso do iodo - Pacientes de risco devem fazer preparo com corticoide antes da realização do contraste Contraste oral Provoca opacificação do lúmen intestinal Positivo: iodo ou bário diluídos em água [pouco usado atualmente] Negativo/neutro: água [usado atualmente, mas distende pouco os órgãos – escurece] Solicita-se jejum Coeficiente de atenuação Razão entre a quantidade de radiação emitida e a que foi captada pelo detector – Unidade de Hounsfield Distingue 2000 valores de densidade A maior vantagem da TC é a diferenciação de tecidos de densidade muito próximas! Escala de cinza: - Valores altos: BRANCO [osso] - Valores baixos: PRETO [ar] 1 IMAGEM – Tumores hipervascularizados (mais do que o fígado) 2 IMAGEM – Contraste quase todo eliminado 3 IMAGEM – Contraste eliminado 4 REV AV1 – Camila Carneiro Leão Cavalcanti A resolução da TC depende da diferença de atenuação entre os tecidos. Como o contraste aumenta a diferença de atenuação entre os tecidos, promove grande especificidade e sensibilidade porque permite que o examinador os caracterize, enxergue mais. Nomenclatura DENSA/ATENUANTE Estrutura densa – branca → HIPERDENSA OU HIPERATENUANTE Estrutura menos densa – vários tons de cinza – HIPODENSA OU HIPOATENUANTE Densidades Janelas Ajudam na diferenciação restringindo os cortes – mesma imagem, mas mostrando estruturas diferentes. O olho humano não consegue diferenciar todos os tons da escala de cinza, por isso, restringindo as variações, podemos enxergar as diferenças. METAL CÁLCICA PARTES MOLES GORDURA AR 5 REV AV1 – Camila Carneiro Leão Cavalcanti É necessário reconhecer as janelas para escolher a melhor para o diagnóstico *Rotina para avaliação do tórax – 1º janela de pulmão, 2º janela de partes moles *Pneumonia é melhor de ver na janela de pulmão do que na de partes moles Vantagens da TC em comparação com RX simples Rápido e não invasivo Não sobrepõe estruturas – cortes transversais milimétricos É sensível a pequenas diferenças de atenuação O contraste venoso aumenta a sensibilidade e especificidade da TC Realiza a medida da densidade Guia procedimentos invasivos Desvantagens da TC em comparação com RX simples TC não é portátil Custo elevado Indicações da TC Trauma Urgências não traumáticas Exames rápidos em pacientes graves Avaliação do parênquima pulmonar e mediastino Avaliação do retroperitônio e das grandes massas abdominais Detecção de hemorragia aguda, gás e cálcio Programação de cirurgias ortopédicas, radioterapia e cirurgias estereotáxicas Punções e drenagens Estadiamento de neoplasia Angiotomografia Enterotomografia 6 REV AV1 – Camila Carneiro Leão Cavalcanti EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO IONIZANTE Geral Radiação ionizante – poder de ionização da matéria, ou seja, de retirar elétrons do átomo Ionização de um átomo ↓ Quebra de ligações químicas das moléculas que sofreram ionização ↓ Fragmentos das moléculas se ligam a outras moléculas ↓ Dano biológico: efeitos bioquímicos e fisiológicos com alterações morfológicas e funcionais do órgão Mecanismo de ação Direto – a radiação interage diretamente com moléculas importantes como as de DNA Indireto – a radiação quebra moléculas de água formando radicais livres [radicais livres são altamente reativos e provocam dano molecular] Mutações gênicas Ocorrem a partir do dano ao DNA. Tudo depende do estágio do desenvolvimento no momento da exposição: - Célula ovo: pode inviabilizar o desenvolvimento - Fase embrionária: má formação de tecidos, órgãos e membros [efeitos teratogênicos] - Adulto: mutações em tecidos ou órgãos sem prejuízo significativo - Gametas: transferência das mutações para descendência [por isso a proteção das gônadas] Também depende da dose administrada, mas, como as doses são muito baixas, o fator mais importante é a idade gestacional. Classificação dos efeitos biológicos Quanto ao tempo ▪ Agudos [apenas em radioterapia] ▪ Tardios Quanto ao tipo de célula atingida ▪ Genéticos Alteração nas células reprodutivas – mutações nos descendentes do indivíduo irradiado Ex: mutações genéticas ▪ Somáticos Alteração em qualquer célula do organismo, com exceção das reprodutoras) Manifestam-se no indivíduo irradiado Ex: câncer 7 REV AV1 – Camila Carneiro Leão Cavalcanti Quanto à quantidade de energia depositada ▪ Teciduais, determinísticos ou não-estocásticos Doses elevadas de radiação Existe um limiar de dose para os exames A gravidade aumenta com o aumento da dose Ex: eritema, catarata ▪ Estocásticos Doses pequenas de radiação Não apresenta limiar de dose para ocorrência, mas quanto maior a dose, maior a probabilidade A gravidade independe da dose Ex: Câncer PROTEÇÃO RADIOLÓGICA Geral TIME – DISTANCE – SHIELDING Reduzir o tempo [quanto maior o tempo, maior a dose recebida] Aumentar a distância[quanto maior a distância da fonte, menor a radiação] Blindagem correta [chumbo – espaço e pessoas] Princípios fundamentais da radioproteção Justificativa – qualquer exposição deve ser justificada e o benefício deve superar qualquer malefício à saúde Otimização da proteção – manter o número mais baixo de possível tanto das pessoas expostas quanto da dose administrada Limitação da dose – as doses individuais devem obedecer aos limites estabelecidos nas recomendações nacionais que se baseiam em normas internacionais OTIMIZAÇÃO Toda exposição deve ser tão baixa quanto razoavelmente exquíveis (ALARA – As Low As Reasonably Achievable] – usar a menor dose de radiação possível porque qualquer exposição pode ser um acúmulo Não existe limiar de dose para efeitos estocásticos Qualquer exposição de um tecido envolve um risco carcinogênico, dependendo da sua radiosensibilidade Qualquer exposição das gônadas pode levar a um detrimento genético dos descendentes A aplicação do princípio ALARA requer otimização da radioproteção em todas as situações que possam ser controladas (planejamento de equipamentos, operações e sistemas de proteção)
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