Buscar

Clínica Médica Veterinária - Dermatopatias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Clínica Médica de Pequenos Animais – NAP 1 
Dermatologia 
Piodermites 
- Presença de material purulento nas camadas da pele; 
- Processo infeccioso causado por bactérias; 
- Critério clínico: localização – determina o prognóstico e o tratamento; 
- Classificação: superficiais, profundas e pseudo-piodermites; 
 
- Etiopatogenia: 
• Staphylococcus intermedius – está presente na flora cutânea normal da pele e é 
responsável por cerca de 90% dos casos; 
• Causa inflamação cutânea relacionada com prurido, auto-traumatismo, excesso de 
umidade e aumento de descamação (seborreia) – exemplos são DAPP (dermatite 
alérgica por picada de pulga), hipersensibilidade alimentar e dermatite atópica; 
• Distúrbio da queratinização – resulta em alteração do teor lipídico e do pH na 
epiderme, permitindo assim a entrada de bactérias; 
• Imunodeficiências: demodicose gen. (causada por ácaro), hiperadrenocorticismo 
(excesso de cortisol), hipotiroidismo (carência de iodo), piodermite profunda do 
Pastor Alemão; 
• Pode também ser de causa idiopática (causa desconhecida). 
 
- Piodermites superficiais: 
• Intertrigo: dermatite das dobras cutâneas. 
➢ Aumento de umidade e temperatura, favorecendo a proliferação de S. 
intermedius e Malassezia pachidermatis; 
➢ Raças: pug, shar pei, bulldog, Cocker (ocorre muitos casos de otite) e 
animais obesos; 
➢ Causa odor, prurido e exsudação; 
➢ Em alguns casos, se não fizer tratamento ocorre a hiperpigmentação, 
causando a vedação dos poros e a queda dos pelos. 
• Impetigo: 
➢ Pústulas não-foliculares em região abdominal e/ou axilar de filhotes 
(relacionado com a nutrição/imunidade); 
➢ Pode ser causado por parasitismo intestinal, infecções virais (ex.: 
cinomose), má nutrição (falta de nutrientes); 
➢ Geralmente é de evolução autolimitante com cura espontânea e sem 
prurido intenso. 
• Foliculite superficial: 
➢ Quadro infeccioso mais comum para a espécie canina, podendo ser com 
ou sem prurido; 
➢ Pústulas foliculares, colaretes e crostas; 
➢ Ocorre geralmente em raças de pelame curto – aspecto “ralador de queijo” 
(pápulas pp no tronco) e “roedura de traça” (alopecia circular com 
descamação); 
➢ Áreas hiperêmicas devido ao prurido. 
 
- Piodermites profundas: isolamento de S. intermedius, Escherichia coli, Proteus sp, 
Pseudomonas sp. 
• Acne: 
➢ Pápulas e pústulas em lábios e região mentoniana (queixo); 
➢ Raças propensas: boxer, dogue alemão, beagle, weimaraner e doberman 
(todos de pelo curto); 
➢ Ocorre com certa frequência em felinos. 
• Furunculose interdigital: 
➢ Nódulos íntegros ou ulcerados entre os dedos (interdigitais), além de 
eritema e fístulas; 
➢ Raças: boxer, dogue alemão, beagle, weimaraner, doberman, pit bull, 
mastiff inglês e bull mastif; 
➢ Dermatose recidivante (pode voltar) e idiopática (sem causa definida); 
➢ É preciso fazer biópsia e exame histopatológico das lesões para descartar 
nódulos oncológicos. 
• Piodermite dos calos de apoio: *pode evoluir pra hidroma. 
➢ Observada nas raças grandes e gigantes; 
➢ Ocorre devido a pressão sob os pontos de apoio > promove a 
hiperqueratose e pelos encravados > atuam como corpo estranho 
acompanhando uma proliferação bacteriana. 
• Piodermite acral por lambedura: 
➢ Etiologia psicogênica (relacionada com estresse) e/ou alérgica; 
➢ A lambedura constante promove o traumatismo cutâneo e 
invasão/proliferação bacteriana. 
• Piodermite do pastor alemão (síndrome de foliculite, furunculose e celulite): 
pode ocorrer em todas as raças. 
➢ Lesões exsudativas e fistuladas, úlceras e abscessos em toda a extensão do 
corpo; 
➢ Hiperemia, ulcerações, fístulas e crostas: favorecem a bacteremia e até 
mesmo a sepse; 
➢ Alopecia e hiperpigmentação; 
➢ Aumento da sensibilidade local; 
➢ Causa primária: puliciose e hipotiroidismo. 
- Pseudo-dermites: bactérias envolvidas porém a causa principal é inflamatória, 
tratamento com antiinflamatórios e não com antibióticos. 
• Dermatite úmida aguda: 
➢ Lesão de auto-traumatismo; 
➢ Evolução muito rápida; 
➢ Causa dor, alopecia, eritema, exsudação e prurido intenso; 
➢ Etiologia: picada de inseto, alimentos, contato com produto de limpeza e 
higiene do animal. 
• Piodermite juvenil (celulite juvenil): 
➢ Etiologia desconhecida; 
➢ Acomete animais entre 3 e 6 meses de idade; 
➢ Causa edema, fístulas, crostas, otite externa, abscessos e linfadenite; 
- Diagnóstico: 
• Anamnese e exame físico – diferenciar os processos superficiais de profundos; 
• Exame parasitológico do raspado cutâneo (é possível encontrar ácaros, piolhos e 
carrapatos); 
• Exame micológico de pelame: dermatofitoses (aspecto circular); 
• Citologia (no caso de pústulas): procurar cocos, neutrófilos degenerados e 
fagocitose bacteriana; 
• Tricograma e swab auricular (identificar otites); 
• Biópsia e histopatológico: para identificar demodicose oculta; 
• Hemograma e bioquímica sérica: para identificar endocrinopatias; 
• Testes endócrinos: hipotiroidismo e hiperadrenocorticismo; 
• Testes alérgicos: ELISA; 
• Cultura e antibiograma: para identificar piodermites profundas; 
• Teste intradérmico e lâmpada de Wood. 
- Tratamento: 
• Correção da causa primária ou de base; 
• Piodermites superficiais: ATB – 3 a 4 meses; 
• Piodermites profundas: ATB – 6 a 8 semanas; 
• Terapia tópica: 
➢ Loções e shampoos: clorexidine – 2 a 4%, período de benzoíla a 2,5%, 
triclosan, iodo povidine; 
➢ Banhos 1x por semana ou diariamente, dependendo do caso; 
➢ Pomadas à base de mupirocina; 
➢ Tricotomia ou tosa geral antes do início dos banhos para melhor 
penetração e distribuição do produto tópico; 
➢ Shampoo Agener União Dermogen Equilíbrio para cães e gatos; Cloresten 
shampoo 200mL Agener Fungos e Bactérias para cães e gatos; Peroxydex; 
Hexadine (clorexidina); Allermyl Glyco (irritação da pele); Episoothe 
(irritação e seborréia); Sbolytic Spherulites (seborréia oleosa); Sebocalm 
Spherulites (seborréia seca). 
➢ Pomada cicatrizante – IBASA; 
➢ Dermotrat Spray – Ouro Fino; 
➢ Neodexa Spray – Coveli; 
➢ Antibióticos: 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Antibiótico de uso oral: 
- Sulfadiazina (Ibatrim – Ibasa) 20g + Trimetroprim – 4g – 1mL/8kg (5 
gotas/2kg) – SID ou BID – 5 dias; 
- Sulfadimetoxina/Ormetropim (Trisusulfin SID – Ouro Fino): 400 ou 
1600mg – 1º dia: 2comp/5kg SID; 2º dia: 1comp/5kg SID – 3 a 21 dias; 
- Cefalexina (Rilexine 75mg – Virbac): 15 a 30mg/kg – BID – 5 a 7 dias 
– infecções brandas; infecções severas: até 30 dias; 
- Cefalexina (Celesporin – Ouro fino): 150 mg – 1comp/5kg – BID – 7 
dias; 600 mg – 1comp/20kg – BID – 7 dias; 
- Oclactinib (Apoquel 16 mg – Zoetis): 3,6mg é indicado para animais 
com peso entre 3 e 8,9 kg (até 12 meses de idade) – SID; 
- Enrofloxacino (Baytril Flavour 50mg – Bayer): 1 comp/10kg – SID – 5 
dias; 
- Enrofloxacino (Enrotrat Tabs – Ouro fino): 
• 25mg – 1comp/5kg – SID – 3 a 5 dias; 
• 100mg – 1comp/20kg – SID – 3 a 5 dias; 
• 200mg – 1comp/20kg – SID – 7 dias; 
- Azitromicina/Meloxicam (Azicox 2 – Ouro fino): 
• 50 mg: 1º dia – 2comp/5kg – SID; 2º dia – 1 comp/5kg – SID – 3 
a 21 dias; 
• 100mg: 1º dia – 2 comp/20kg – SID; 2º dia – 1 comp/5kg – SID – 
3 a 5 dias; 
- Doxiciclina (Doxifin Tabs – Ouro fino): 
• 50mg: 1 comp/5kg – SID – 7 dias; 
• 100mg: 1 comp/10kg – SID – 7 dias; 
• 200mg: 1comp/20kg – SID 7 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dermatites alérgicas 
- Dermatite atópica: conhecida como dermatite inalante, enfermidade atópica ou atopia 
canina (DAC – dermatite atópica canina); 
• Definição: dermatite pruriginosa de origem genética, de ocorrência bastante 
comum, na qual o paciente torna-se sensibilizado com antígenos ambientais 
inalados; 
• Ocorrência: terrier, poodle, pug, dálmata, irish setter, schnauzer – na faixa etária 
de 1 a 3 anos de idade; 
• Etiologia: Ag + Ac (Ig E) – reação antígeno e anticorpo com o envolvimento da 
imunoglobulina E. 
➢ Antígenos:pólen, grama, flores, poeira, fumaça, penas, tapetes, lã, mofo, 
alimentação. 
• Patogenia: antígena entra pela porta de entrada (oronasal) > ingestão ou contato 
> ocorre a hipersensibilidade > produção de imunoglobulina E contra o alérgeno 
específico > ocorre a fixação em mastócitos e uma degranulação celular > 
liberação de histamina > causa prurido, eritema e edema em diversas regiões; 
• Sintomas: 
➢ Auto-traumatismo (prurido); 
➢ Piodermite secundária (surge após a instalação de uma primeira doença); 
➢ Seborréia; 
➢ Otite externa; 
➢ Conjuntivite; 
➢ Foliculite; 
➢ Furunculose; 
➢ Dermatite úmida aguda (pseudo-piodermite); 
➢ Rinite; 
➢ Catarata; 
➢ Desordens urinárias e gastrointestinais; 
➢ Hipersensibilidade hormonal. 
• Diagnóstico: 
➢ Teste cutâneo intradérmico (0,02 a 0,1ml/alérgeno), leitura em 24h – 
reação 3mm ou + (hipossensibilização); hoje em dia não é mais muito 
utilizado na veterinária; 
➢ Diagnóstico diferencial: é possível confundir com sarnas e micoses, 
escabiose, demodiciose, dermatomicose (para confirmar deve ser feito o 
raspado cutâneo); 
➢ Reação de hipersensibilidade do tipo I – imediata (anafilática – mais grave, 
causa choque – para reverter deve ser feito um corticóide que geralmente 
é a dexametasona). 
• Tratamento: 
➢ Anti-histamínico: 
- Cloridrato de prometazina (Fenergan) – 0,2 a 1mg/kg – BID ou TID; 
- Maleato de dextro-clorfeniramina (Polaramine/Celestamine) – 0,03 
mg/kg – Elixir: 2mg/5mL (0,4mg/mL); 1 comp – 2mg – BID; 
- Hidroxizina (Hixizine comp., Prurizin comp.) – 2,2 mg/kg - TID; 
- Difenidramina (Difenidrin injetável) – 2,2 mg/kg – TID; 
- Clorfeniramina (Apracur comp., Descon gotas) – 0,5 mg/kg – BID ou 
TID; 
- Trimeprazina – 0,3 a 0,5 mg/kg – BID; 
- Cipro-heptadina (Periatin comp.) – 0,3 a 2mg/kg – BID; 
- Amitriptilina (Tryptanol comp.) – 1mg/kg – BID; 
- Maleato de pirilamina (Alergovet comp. 50mg – 1mg/kg – BID ou TID; 
- Maleato de pirilamina + fumarato de clemastina (Alergovet C) – 0,05 a 
0,1 mg/kg – BID (1 comp. 0,7mg ou 1,4mg); 
➢ Corticoterapia local e sistêmica; 
➢ ATB; 
➢ Auto-vacinas (hipossensibilização); 
➢ Retirar o animal do contato com o alérgico. 
 
- Dermatite alérgica à picada de pulga (DAP ou DAPP): 
• Definição: dermatite pruriginosa e pápulo-crostosa em animais sensibilizados à 
saliva de pulga, é considerada uma desordem cutânea hipersensível mais comum 
em cães do que em gatos; 
• Reação de hipersensibilidade dos tipos I e IV (celular mediada retardada – não 
ocorre choque anafilático por conta do tipo IV) – reação antigênica incompleta + 
proteína tissular; 
• Etiopatogenia: Pulex irritans, Ctenocephalides canis, Ctenocephalides felis; 
• Patogenia: saliva da pulga chega à corrente sanguínea > pode não formar 
antígenos específicos > novas picadas > liberação de histamina > prurido, eritema, 
edema e alopecia > vesículas, pústulas, escoriações > IBS (infecção bacteriana 
secundária) > dermatite seborreica úmida; 
• Sintomas: 
➢ Dermatite pruriginosa pápulo-crostosa (região lombo-sacral dorsal, coxal, 
caudo-medial, abdominal ventral, flancos e pescoço); 
➢ Dermatite úmida aguda; 
➢ Piodermite secundária; 
➢ Alopecia; 
➢ Seborréia. 
• Diagnóstico diferencial: dermatite atópica (verificar coloração da pelagem, 
espirros, otite, conjuntivite, etc), hipersensibilidade medicamentosa (verificar se 
faz uso de medicamentos), hipersensibilidade à parasitas intestinais (realizar 
exame de fezes) e foliculite; 
➢ Em gatos: dermatofitose ou hipersensibilidade alimentar. 
• Tratamento: 
➢ Anti-pulgas: Program, Defendog, Frontline, Deltacid (deltametrina – usar 
com cautela no gato); 
➢ Anti-histamínicos; 
➢ Fazer a limpeza dos ambientes em que o animal vive. 
 
- Dermatite de contato alérgico: 
• Sinonímia: dermatite de contato irritante ou dermatite friccional; 
• Definição: rara, variavelmente pruriginosa (não coça tanto quando a DAC), com 
aspecto máculo-papular e acomete cães e gatos, afetando a pele recoberta por 
pelos nas áreas de contato; 
• Reação de hipersensibilidade do tipo IV; 
• Pode ser causada por uma farmacodermia; 
• Etiologia: 
➢ Plantas: pólen, resinas (gramíneas, árvores, ervas daninhas); 
➢ Medicamentos tópicos: tetraciclina, neomicina, sabões, shampoos 
(alcatrão, cresol), vaselina, lanolina, desinfetantes, inseticidas (shampoo, 
coleiras, anti-pulgas); 
➢ Água excessivamente clorada; 
➢ Produtos caseiros: fibras (lã, nylon, sintética), corantes, lustradores, 
polidores, produtos de borracha, detergentes, alvejantes, coleiras (couro 
ou metal); 
• Sintomas: 
➢ Graus variáveis de dermatite, podendo ser em áreas glabras ou com pelos; 
➢ Região do contato: ventral dos membros, abdômen, cauda, tórax, pescoço, 
extremidade da região mentoniana, períneo, orelhas; 
➢ Eritemas; 
➢ Máculas; 
➢ Pápulas; 
➢ Placas; 
➢ Hiper ou hipopigmentação; 
➢ Escoriações e liquenificação (perda de tecido); 
➢ Piodermite secundária; 
➢ Seborreia; 
➢ Prurido leve a intenso. 
• Diagnóstico: teste do retalho – pano ou papel embebido com substâncias aplicado 
no local da lesão; 
• Diagnóstico diferencial: dermatite atópica, escabiose canina (realizar raspado 
cutâneo), dermatite por ancilostomídeo (realizar exame de fezes), foliculite, 
miíase; 
• Tratamento: 
➢ Corticóides: 
- Prednisona: 0,5mg/kg – VO – BID – 5 a 7 dias; 
- Prednisolona: 1mg/kg – VO – BID – 5 a 7 dias; 
- Metilprednisolona: 0,8mg/kg – VO – BID – 5 a 7 dias; 
- Utilização do corticóide se justifica por ser uma enfermidade 
inflamatória e pruriginosa; 
➢ Afastar o animal do alérgeno. 
 
 
- Dermatite solar: 
• Sinonímia: dermatite nasal solar, focinho de “collie”, fotodermatose; 
• Definição: reação actínica sobre a pele nasal deficiente de pigmentação (collie, 
shetland sheepdogs); 
• Fatores pré-disponentes: hereditariedade, deficiência de pigmentação cutânea e 
radiação solar excessiva; 
• Etiologia: idiopática. Áreas despigmentadas do planum nasale, narinas, pele nasal 
dorsal, pálpebras e lábios (comum e pioram em climas quentes e ensolarados); 
• Sintomas: 
➢ Eritema; 
➢ Alopecia; 
➢ Exsudação (secreção); 
➢ Formação de crostas; 
➢ Ulceração (ferida de bordos proeminentes) > carcinoma epidermóide (luz 
solar) > fissuras permanentes. 
• Diagnóstico diferencial: 
➢ Lupus eritematoso discóide (LED) – nariz, pálpebras e bochechas (reação 
de imunofluorescência indireta – RIFID – positivo); 
➢ Lupus eritematoso sistêmico (LES) (exames laboratoriais); 
➢ Pênfigo eritematoso e foliáceo (exames laboratoriais); 
➢ Dermatite dos pratos plásticos (retirar o alérgeno); 
➢ Piodermite nasal – início súbito (trauma mecânico); 
➢ Tumores (realizar biópsia); 
➢ Hipersensibilidade tópica a drogas; 
➢ Candidíase e aspergilose (swab e lâmina); 
➢ Dermatofitose; 
➢ Erupção medicamentosa; 
➢ Traumatismo; 
➢ Leishmaniose (realizar pesquisa de Leishmania spp.) 
• Tratamento: 
➢ Evitar exposição solar (10 às 16 horas); 
➢ Corticóides tópicos e sistêmicos – Prednisona; 
➢ ATB sistêmicos; 
➢ Tatuagem (preta) – corrigir em 30 a 60 dias, repetir anualmente. 
- Edema angioneurótico: 
• Sinonímia: angioedema, urticárias, intolerância alimentar; 
• Definição: desordem cutânea pruriginosa, edemaciada e emergencial, comum em 
cães e rara em gatos, evolui rapidamente para choque anafilático; 
• Reação de hipersensibilidade tipo I; 
• Etiologia: contato, ingestão ou inalação de substâncias antigênicas, picada de 
insetos, talco, carpetes, plantas, perfumes, amido, chocolate, camarão, inseticidas, 
desinfetantes. Independe de raça, idade ou sexo; 
• Patogenia: contato com o alérgeno > liberação de histamina > lesão vascular > 
saída de líquido para tecido subcutâneo > lesão vasomotora > EDEMA; 
• Sintomas: 
➢ Reações urticariformes com pápulas localizadas ou generalizadas, 
pruriginosas ou não, com derrame sérico ou hemorrágico; 
➢ Reações angioedematosas: grandes tumefações edemaciadas localizadas 
ou generalizadascom ou sem prurido; 
➢ Temperatura corporal elevada; 
➢ Taquicardia; 
➢ Taquisfigmia (pulso acelerado) > espasmo de glote > asfixia > morte. 
• Prognóstico variável; 
• Tratamento: dose de urgência. 
➢ Dexametasona: 2 a 8 mg/kg IM ou IV; 
➢ Prednisolona: 2 mg/kg VO ou IM – BID; 
➢ Anti-histamínico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dermatopatia endócrinas 
- Endocrinologia cutânea: 
• A pele manifesta excessos ou deficiências de hormônios; 
• Dermatose hormonal: alopecia simétrica bilateral (causa idiopática); 
• Enfermidade cutânea seborréica e/ou piodermite – complicações frequentes 
(diagnóstico diferencial); 
- Hiperestrogenismo: 
• Patologia rara; 
• Excesso na produção de estrógeno; 
• Manifestação de alopecia bilateral; 
• Fêmeas: ginecomastia, hipertrofia vulvar e anormalidades no estro (ciclos estrais 
em tempos irregulares); 
• Macho: feminização; 
• Desequilíbrio ovariano do tipo I: 
➢ Cadelas intactas de meia idade; 
➢ Sem predileções raciais; 
➢ Causas: 
- Ovários císticos (bombardeio de hormônios); 
- Tumores ovarianos funcionais (raro); 
- Dose excessiva de estrógeno (contraceptivo ou no tratamento da 
incontinência urinária após pan-histerectomia (retirada de útero e ovário)); 
➢ Sintomas: 
- Alopecia simétrica bilateral nas regiões perineal e genital; 
- Alopecia difusa que afeta a região caudo-medial das coxas, abdômen 
(parte ventral), tórax, pescoço, flancos e membros; 
- Mamilos e a vulva apresentam-se hipertrofiados; 
- Pelos nas áreas afetadas são facilmente depilados (raíz do pelo 
enfraquecida); 
- Seborréia, prurido e otite ceruminosa externa; 
- Anormalidades do ciclo estral (ciclos irregulares, anestro, estro 
prolongado, pseudogestação severa); 
- Ninfomania e depressão da medula óssea (rara); 
➢ Diagnóstico: 
- Baseia-se no histórico do animal; 
- Exame físico; 
- Diferenciação diagnóstica; 
- Resposta ao tratamento. 
➢ Diagnóstico diferencial: 
- Hipotireoidismo (alteração da glândula tireoide); 
- Hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing – através do organismo ou 
da medicação); 
- Hipersensibilidade hormonal (muito raro); 
- Complexo da enfermidade cutânea seborréica. 
 
➢ Tratamento: 
- Pan-histerectomia: evidencia-se boa resposta (volta do pelo, cesso de 
prurido e da seborreia) dentro de 3 a 6 meses; 
- Pode ser indicado o tratamento tópico com agentes anti-seborreicos. 
 
• Tumor das células de Sertoli (machos): 
➢ Causas: 
- Tumor testicular das células de Sertoli; 
- Anormalidades cutâneas, prostáticas e comportamentais; 
- Níveis elevados de estrógeno no sangue e tecido neoplásico; 
➢ Sintomas: 
- Feminização: permite a monta por outros machos (sintomatologia ligada 
ao criptorquidismo); 
- 15% nos testículos localizados no escroto; 
- 50% nos casos de localização inguinal; 
- 70% em localizações abdominais; 
- Alopecia simétrica bilateral; 
- Ginecomastia; 
- Atração de outros machos; 
- Libido reduzida; 
- Aspermatogênese (não há produção de espermatozóide); 
- Galactorréia (leite na mama); 
- Prepúcio penduloso; 
- Próstata aumentada (metaplasia escamosa induzida pelo estrogênio) e 
infectada (prostatomegalia e/ou prostatite); 
- Hiperplasia prostátitca benigna (HPB) não manifesta sinais clínicos mas 
progride > compressão da uretra e do cólon > prostatite; 
- Depressão da MO induzida pelo estrogênio (trombocitopenia, 
neutropenia, anemia). 
➢ Diagnóstico: 
- Histórico do animal; 
- Exame físico; 
- Diferenciação laboratorial (histopatologia); 
- Resposta à terapia; 
- Pode-se confirmar o diagnóstico pela histopatologia do testículo 
neoplásico. 
➢ Diagnóstico diferencial: 
- Hipotiroidismo; 
- Hiperadrenocorticismo; 
- Síndrome feminizante idiopática de caninos machos. 
➢ Tratamento: 
- Orquiectomia bilateral; 
- Palpação abdominal e radiografias (ultrassonografia) antes da cirurgia 
pois cerca de 10% dos tumores das células de Sertoli são malignos; 
- Observa-se resposta clínica satisfatória dentro de 3 meses; 
- Remissão seguida por recidiva indicará a presença de metástases 
funcionais; 
- Deve ser tratada a enfermidade prostática ou de medula óssea 
concorrente; 
- Anemia aplástica, secundária ao hiperestrogenismo, determinará 
prognóstico reservado. 
 
• Síndrome da feminização do macho: 
➢ Causas: 
- Idiopática; 
- A biópsia cutânea não revela evidência de endocrinopatia; 
➢ Sintomas: 
- Alopecia simétrica bilateral; 
- Ginecomastia; 
- Prepúcio penduloso; 
- Atração de outros machos caninos; 
- Libido reduzida; 
- Aspermatogênese; 
- Galactorréia; 
- Próstata aumentada (metaplasia escamosa induzida pelo estrogênio) e 
infectada (prostatomegalia e/ou prostatite); 
- Depressão da MO induzida pelo estrogênio (trombocitopenia, 
neutropenia, anemia). 
➢ Diagnóstico diferencial: 
- Síndrome do tumor funcional das células de Sertoli; 
- Hipotireoidismo; 
- Complexo da enfermidade cutânea seborreica; 
- Hipersensibilidade alimentar; 
➢ Diagnóstico definitivo: 
- Histórico; 
- Exame físico; 
- Diferenciação laboratorial; 
- Resposta à terapia; 
- Biópsia cutânea não é diagnóstica. 
➢ Tratamento: 
- Castração bilateral; 
- Metil-testosterona + doses de manutenção. 
- Hipoestrogenismo: 
• Desequilíbrio ovariano do tipo II: 
➢ Causas: 
- Idiopática; 
- Observado em cadelas prematuramente pan-histerectomizadas; 
- Surge antes do primeiro estro, durante a pseudogestação e em associação 
com anormalidades do ciclo estral; 
- Sem predileção quanto à idade ou raça. 
➢ Sintomas: 
- Alopecia simétrica bilateral iniciada nas regiões perineal e genital; 
- Alopecia difusa que pode afetar a região caudomedial das coxas, 
abdômen, tórax e pescoço; 
- Pelos das regiões afetadas são facilmente depilados; 
- Mamilos e vulva infantis; 
- Podem manifestar prurido e dermatite; 
- Enfermidade cutânea seborreica; 
- Além dos sinais dermatológicos, os animais acometidos de dermatose 
reativa ao estrogênio são em sua maioria normais. 
➢ Diagnóstico diferencial: 
- Hipotireoidismo; 
- Hiperadrenocorticismo; 
- Hipersensibilidade hormonal; 
- Complexo da enfermidade cutânea seborreica. 
➢ Diagnóstico definitivo: 
- Histórico; 
- Exame físico; 
- Diferenciação diagnóstica; 
- Resposta ao tratamento. 
- Estradiol: pg/ml – quimioluminescência. 
o Anestro: < 18; 
o Proestro/estro: 20 a 50; 
o Diestro/gestação: até 20; 
o Macho canino: até 20; 
o Fêmea felina: 40 a 90; 
- Testosterona: ng/dl – quimioluminescência; 
o Macho canino: 43,2 – 74,8; 
o Macho felino: 100-600; 
o Fêmea canina: < 4; 
o Fêmea felina: < 5. 
➢ Tratamento: 
- 0,1 a 1mg de Dietilstilbestrol oral, SID, 3 semanas, deixando uma semana 
de repouso e repetir até que o crescimento piloso seja evidente; 
- Caso não seja observada uma resposta satisfatória dentro de 3 meses, o 
diagnóstico deverá ser questionada; 
- Ao observar resposta adequada, estabelecer dose de manutenção de 0,1 
a 1mg, uma a duas vezes por semana; 
- Havendo sinais de estro, essa dose deverá ser reduzida; 
 
• Considerações finais: 
➢ Atentar-se ao diagnóstico diferencial; 
➢ Observar sempre a resposta ao tratamento ou à cirurgia; 
➢ Evitar cruzamentos consanguíneos (predisposição); 
➢ Evitar e verificar o uso de anticoncepcionais (superdoses).

Continue navegando