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Clínica Médica de Pequenos Animais – NAP 1 Dermatologia Piodermites - Presença de material purulento nas camadas da pele; - Processo infeccioso causado por bactérias; - Critério clínico: localização – determina o prognóstico e o tratamento; - Classificação: superficiais, profundas e pseudo-piodermites; - Etiopatogenia: • Staphylococcus intermedius – está presente na flora cutânea normal da pele e é responsável por cerca de 90% dos casos; • Causa inflamação cutânea relacionada com prurido, auto-traumatismo, excesso de umidade e aumento de descamação (seborreia) – exemplos são DAPP (dermatite alérgica por picada de pulga), hipersensibilidade alimentar e dermatite atópica; • Distúrbio da queratinização – resulta em alteração do teor lipídico e do pH na epiderme, permitindo assim a entrada de bactérias; • Imunodeficiências: demodicose gen. (causada por ácaro), hiperadrenocorticismo (excesso de cortisol), hipotiroidismo (carência de iodo), piodermite profunda do Pastor Alemão; • Pode também ser de causa idiopática (causa desconhecida). - Piodermites superficiais: • Intertrigo: dermatite das dobras cutâneas. ➢ Aumento de umidade e temperatura, favorecendo a proliferação de S. intermedius e Malassezia pachidermatis; ➢ Raças: pug, shar pei, bulldog, Cocker (ocorre muitos casos de otite) e animais obesos; ➢ Causa odor, prurido e exsudação; ➢ Em alguns casos, se não fizer tratamento ocorre a hiperpigmentação, causando a vedação dos poros e a queda dos pelos. • Impetigo: ➢ Pústulas não-foliculares em região abdominal e/ou axilar de filhotes (relacionado com a nutrição/imunidade); ➢ Pode ser causado por parasitismo intestinal, infecções virais (ex.: cinomose), má nutrição (falta de nutrientes); ➢ Geralmente é de evolução autolimitante com cura espontânea e sem prurido intenso. • Foliculite superficial: ➢ Quadro infeccioso mais comum para a espécie canina, podendo ser com ou sem prurido; ➢ Pústulas foliculares, colaretes e crostas; ➢ Ocorre geralmente em raças de pelame curto – aspecto “ralador de queijo” (pápulas pp no tronco) e “roedura de traça” (alopecia circular com descamação); ➢ Áreas hiperêmicas devido ao prurido. - Piodermites profundas: isolamento de S. intermedius, Escherichia coli, Proteus sp, Pseudomonas sp. • Acne: ➢ Pápulas e pústulas em lábios e região mentoniana (queixo); ➢ Raças propensas: boxer, dogue alemão, beagle, weimaraner e doberman (todos de pelo curto); ➢ Ocorre com certa frequência em felinos. • Furunculose interdigital: ➢ Nódulos íntegros ou ulcerados entre os dedos (interdigitais), além de eritema e fístulas; ➢ Raças: boxer, dogue alemão, beagle, weimaraner, doberman, pit bull, mastiff inglês e bull mastif; ➢ Dermatose recidivante (pode voltar) e idiopática (sem causa definida); ➢ É preciso fazer biópsia e exame histopatológico das lesões para descartar nódulos oncológicos. • Piodermite dos calos de apoio: *pode evoluir pra hidroma. ➢ Observada nas raças grandes e gigantes; ➢ Ocorre devido a pressão sob os pontos de apoio > promove a hiperqueratose e pelos encravados > atuam como corpo estranho acompanhando uma proliferação bacteriana. • Piodermite acral por lambedura: ➢ Etiologia psicogênica (relacionada com estresse) e/ou alérgica; ➢ A lambedura constante promove o traumatismo cutâneo e invasão/proliferação bacteriana. • Piodermite do pastor alemão (síndrome de foliculite, furunculose e celulite): pode ocorrer em todas as raças. ➢ Lesões exsudativas e fistuladas, úlceras e abscessos em toda a extensão do corpo; ➢ Hiperemia, ulcerações, fístulas e crostas: favorecem a bacteremia e até mesmo a sepse; ➢ Alopecia e hiperpigmentação; ➢ Aumento da sensibilidade local; ➢ Causa primária: puliciose e hipotiroidismo. - Pseudo-dermites: bactérias envolvidas porém a causa principal é inflamatória, tratamento com antiinflamatórios e não com antibióticos. • Dermatite úmida aguda: ➢ Lesão de auto-traumatismo; ➢ Evolução muito rápida; ➢ Causa dor, alopecia, eritema, exsudação e prurido intenso; ➢ Etiologia: picada de inseto, alimentos, contato com produto de limpeza e higiene do animal. • Piodermite juvenil (celulite juvenil): ➢ Etiologia desconhecida; ➢ Acomete animais entre 3 e 6 meses de idade; ➢ Causa edema, fístulas, crostas, otite externa, abscessos e linfadenite; - Diagnóstico: • Anamnese e exame físico – diferenciar os processos superficiais de profundos; • Exame parasitológico do raspado cutâneo (é possível encontrar ácaros, piolhos e carrapatos); • Exame micológico de pelame: dermatofitoses (aspecto circular); • Citologia (no caso de pústulas): procurar cocos, neutrófilos degenerados e fagocitose bacteriana; • Tricograma e swab auricular (identificar otites); • Biópsia e histopatológico: para identificar demodicose oculta; • Hemograma e bioquímica sérica: para identificar endocrinopatias; • Testes endócrinos: hipotiroidismo e hiperadrenocorticismo; • Testes alérgicos: ELISA; • Cultura e antibiograma: para identificar piodermites profundas; • Teste intradérmico e lâmpada de Wood. - Tratamento: • Correção da causa primária ou de base; • Piodermites superficiais: ATB – 3 a 4 meses; • Piodermites profundas: ATB – 6 a 8 semanas; • Terapia tópica: ➢ Loções e shampoos: clorexidine – 2 a 4%, período de benzoíla a 2,5%, triclosan, iodo povidine; ➢ Banhos 1x por semana ou diariamente, dependendo do caso; ➢ Pomadas à base de mupirocina; ➢ Tricotomia ou tosa geral antes do início dos banhos para melhor penetração e distribuição do produto tópico; ➢ Shampoo Agener União Dermogen Equilíbrio para cães e gatos; Cloresten shampoo 200mL Agener Fungos e Bactérias para cães e gatos; Peroxydex; Hexadine (clorexidina); Allermyl Glyco (irritação da pele); Episoothe (irritação e seborréia); Sbolytic Spherulites (seborréia oleosa); Sebocalm Spherulites (seborréia seca). ➢ Pomada cicatrizante – IBASA; ➢ Dermotrat Spray – Ouro Fino; ➢ Neodexa Spray – Coveli; ➢ Antibióticos: ➢ Antibiótico de uso oral: - Sulfadiazina (Ibatrim – Ibasa) 20g + Trimetroprim – 4g – 1mL/8kg (5 gotas/2kg) – SID ou BID – 5 dias; - Sulfadimetoxina/Ormetropim (Trisusulfin SID – Ouro Fino): 400 ou 1600mg – 1º dia: 2comp/5kg SID; 2º dia: 1comp/5kg SID – 3 a 21 dias; - Cefalexina (Rilexine 75mg – Virbac): 15 a 30mg/kg – BID – 5 a 7 dias – infecções brandas; infecções severas: até 30 dias; - Cefalexina (Celesporin – Ouro fino): 150 mg – 1comp/5kg – BID – 7 dias; 600 mg – 1comp/20kg – BID – 7 dias; - Oclactinib (Apoquel 16 mg – Zoetis): 3,6mg é indicado para animais com peso entre 3 e 8,9 kg (até 12 meses de idade) – SID; - Enrofloxacino (Baytril Flavour 50mg – Bayer): 1 comp/10kg – SID – 5 dias; - Enrofloxacino (Enrotrat Tabs – Ouro fino): • 25mg – 1comp/5kg – SID – 3 a 5 dias; • 100mg – 1comp/20kg – SID – 3 a 5 dias; • 200mg – 1comp/20kg – SID – 7 dias; - Azitromicina/Meloxicam (Azicox 2 – Ouro fino): • 50 mg: 1º dia – 2comp/5kg – SID; 2º dia – 1 comp/5kg – SID – 3 a 21 dias; • 100mg: 1º dia – 2 comp/20kg – SID; 2º dia – 1 comp/5kg – SID – 3 a 5 dias; - Doxiciclina (Doxifin Tabs – Ouro fino): • 50mg: 1 comp/5kg – SID – 7 dias; • 100mg: 1 comp/10kg – SID – 7 dias; • 200mg: 1comp/20kg – SID 7 dias. Dermatites alérgicas - Dermatite atópica: conhecida como dermatite inalante, enfermidade atópica ou atopia canina (DAC – dermatite atópica canina); • Definição: dermatite pruriginosa de origem genética, de ocorrência bastante comum, na qual o paciente torna-se sensibilizado com antígenos ambientais inalados; • Ocorrência: terrier, poodle, pug, dálmata, irish setter, schnauzer – na faixa etária de 1 a 3 anos de idade; • Etiologia: Ag + Ac (Ig E) – reação antígeno e anticorpo com o envolvimento da imunoglobulina E. ➢ Antígenos:pólen, grama, flores, poeira, fumaça, penas, tapetes, lã, mofo, alimentação. • Patogenia: antígena entra pela porta de entrada (oronasal) > ingestão ou contato > ocorre a hipersensibilidade > produção de imunoglobulina E contra o alérgeno específico > ocorre a fixação em mastócitos e uma degranulação celular > liberação de histamina > causa prurido, eritema e edema em diversas regiões; • Sintomas: ➢ Auto-traumatismo (prurido); ➢ Piodermite secundária (surge após a instalação de uma primeira doença); ➢ Seborréia; ➢ Otite externa; ➢ Conjuntivite; ➢ Foliculite; ➢ Furunculose; ➢ Dermatite úmida aguda (pseudo-piodermite); ➢ Rinite; ➢ Catarata; ➢ Desordens urinárias e gastrointestinais; ➢ Hipersensibilidade hormonal. • Diagnóstico: ➢ Teste cutâneo intradérmico (0,02 a 0,1ml/alérgeno), leitura em 24h – reação 3mm ou + (hipossensibilização); hoje em dia não é mais muito utilizado na veterinária; ➢ Diagnóstico diferencial: é possível confundir com sarnas e micoses, escabiose, demodiciose, dermatomicose (para confirmar deve ser feito o raspado cutâneo); ➢ Reação de hipersensibilidade do tipo I – imediata (anafilática – mais grave, causa choque – para reverter deve ser feito um corticóide que geralmente é a dexametasona). • Tratamento: ➢ Anti-histamínico: - Cloridrato de prometazina (Fenergan) – 0,2 a 1mg/kg – BID ou TID; - Maleato de dextro-clorfeniramina (Polaramine/Celestamine) – 0,03 mg/kg – Elixir: 2mg/5mL (0,4mg/mL); 1 comp – 2mg – BID; - Hidroxizina (Hixizine comp., Prurizin comp.) – 2,2 mg/kg - TID; - Difenidramina (Difenidrin injetável) – 2,2 mg/kg – TID; - Clorfeniramina (Apracur comp., Descon gotas) – 0,5 mg/kg – BID ou TID; - Trimeprazina – 0,3 a 0,5 mg/kg – BID; - Cipro-heptadina (Periatin comp.) – 0,3 a 2mg/kg – BID; - Amitriptilina (Tryptanol comp.) – 1mg/kg – BID; - Maleato de pirilamina (Alergovet comp. 50mg – 1mg/kg – BID ou TID; - Maleato de pirilamina + fumarato de clemastina (Alergovet C) – 0,05 a 0,1 mg/kg – BID (1 comp. 0,7mg ou 1,4mg); ➢ Corticoterapia local e sistêmica; ➢ ATB; ➢ Auto-vacinas (hipossensibilização); ➢ Retirar o animal do contato com o alérgico. - Dermatite alérgica à picada de pulga (DAP ou DAPP): • Definição: dermatite pruriginosa e pápulo-crostosa em animais sensibilizados à saliva de pulga, é considerada uma desordem cutânea hipersensível mais comum em cães do que em gatos; • Reação de hipersensibilidade dos tipos I e IV (celular mediada retardada – não ocorre choque anafilático por conta do tipo IV) – reação antigênica incompleta + proteína tissular; • Etiopatogenia: Pulex irritans, Ctenocephalides canis, Ctenocephalides felis; • Patogenia: saliva da pulga chega à corrente sanguínea > pode não formar antígenos específicos > novas picadas > liberação de histamina > prurido, eritema, edema e alopecia > vesículas, pústulas, escoriações > IBS (infecção bacteriana secundária) > dermatite seborreica úmida; • Sintomas: ➢ Dermatite pruriginosa pápulo-crostosa (região lombo-sacral dorsal, coxal, caudo-medial, abdominal ventral, flancos e pescoço); ➢ Dermatite úmida aguda; ➢ Piodermite secundária; ➢ Alopecia; ➢ Seborréia. • Diagnóstico diferencial: dermatite atópica (verificar coloração da pelagem, espirros, otite, conjuntivite, etc), hipersensibilidade medicamentosa (verificar se faz uso de medicamentos), hipersensibilidade à parasitas intestinais (realizar exame de fezes) e foliculite; ➢ Em gatos: dermatofitose ou hipersensibilidade alimentar. • Tratamento: ➢ Anti-pulgas: Program, Defendog, Frontline, Deltacid (deltametrina – usar com cautela no gato); ➢ Anti-histamínicos; ➢ Fazer a limpeza dos ambientes em que o animal vive. - Dermatite de contato alérgico: • Sinonímia: dermatite de contato irritante ou dermatite friccional; • Definição: rara, variavelmente pruriginosa (não coça tanto quando a DAC), com aspecto máculo-papular e acomete cães e gatos, afetando a pele recoberta por pelos nas áreas de contato; • Reação de hipersensibilidade do tipo IV; • Pode ser causada por uma farmacodermia; • Etiologia: ➢ Plantas: pólen, resinas (gramíneas, árvores, ervas daninhas); ➢ Medicamentos tópicos: tetraciclina, neomicina, sabões, shampoos (alcatrão, cresol), vaselina, lanolina, desinfetantes, inseticidas (shampoo, coleiras, anti-pulgas); ➢ Água excessivamente clorada; ➢ Produtos caseiros: fibras (lã, nylon, sintética), corantes, lustradores, polidores, produtos de borracha, detergentes, alvejantes, coleiras (couro ou metal); • Sintomas: ➢ Graus variáveis de dermatite, podendo ser em áreas glabras ou com pelos; ➢ Região do contato: ventral dos membros, abdômen, cauda, tórax, pescoço, extremidade da região mentoniana, períneo, orelhas; ➢ Eritemas; ➢ Máculas; ➢ Pápulas; ➢ Placas; ➢ Hiper ou hipopigmentação; ➢ Escoriações e liquenificação (perda de tecido); ➢ Piodermite secundária; ➢ Seborreia; ➢ Prurido leve a intenso. • Diagnóstico: teste do retalho – pano ou papel embebido com substâncias aplicado no local da lesão; • Diagnóstico diferencial: dermatite atópica, escabiose canina (realizar raspado cutâneo), dermatite por ancilostomídeo (realizar exame de fezes), foliculite, miíase; • Tratamento: ➢ Corticóides: - Prednisona: 0,5mg/kg – VO – BID – 5 a 7 dias; - Prednisolona: 1mg/kg – VO – BID – 5 a 7 dias; - Metilprednisolona: 0,8mg/kg – VO – BID – 5 a 7 dias; - Utilização do corticóide se justifica por ser uma enfermidade inflamatória e pruriginosa; ➢ Afastar o animal do alérgeno. - Dermatite solar: • Sinonímia: dermatite nasal solar, focinho de “collie”, fotodermatose; • Definição: reação actínica sobre a pele nasal deficiente de pigmentação (collie, shetland sheepdogs); • Fatores pré-disponentes: hereditariedade, deficiência de pigmentação cutânea e radiação solar excessiva; • Etiologia: idiopática. Áreas despigmentadas do planum nasale, narinas, pele nasal dorsal, pálpebras e lábios (comum e pioram em climas quentes e ensolarados); • Sintomas: ➢ Eritema; ➢ Alopecia; ➢ Exsudação (secreção); ➢ Formação de crostas; ➢ Ulceração (ferida de bordos proeminentes) > carcinoma epidermóide (luz solar) > fissuras permanentes. • Diagnóstico diferencial: ➢ Lupus eritematoso discóide (LED) – nariz, pálpebras e bochechas (reação de imunofluorescência indireta – RIFID – positivo); ➢ Lupus eritematoso sistêmico (LES) (exames laboratoriais); ➢ Pênfigo eritematoso e foliáceo (exames laboratoriais); ➢ Dermatite dos pratos plásticos (retirar o alérgeno); ➢ Piodermite nasal – início súbito (trauma mecânico); ➢ Tumores (realizar biópsia); ➢ Hipersensibilidade tópica a drogas; ➢ Candidíase e aspergilose (swab e lâmina); ➢ Dermatofitose; ➢ Erupção medicamentosa; ➢ Traumatismo; ➢ Leishmaniose (realizar pesquisa de Leishmania spp.) • Tratamento: ➢ Evitar exposição solar (10 às 16 horas); ➢ Corticóides tópicos e sistêmicos – Prednisona; ➢ ATB sistêmicos; ➢ Tatuagem (preta) – corrigir em 30 a 60 dias, repetir anualmente. - Edema angioneurótico: • Sinonímia: angioedema, urticárias, intolerância alimentar; • Definição: desordem cutânea pruriginosa, edemaciada e emergencial, comum em cães e rara em gatos, evolui rapidamente para choque anafilático; • Reação de hipersensibilidade tipo I; • Etiologia: contato, ingestão ou inalação de substâncias antigênicas, picada de insetos, talco, carpetes, plantas, perfumes, amido, chocolate, camarão, inseticidas, desinfetantes. Independe de raça, idade ou sexo; • Patogenia: contato com o alérgeno > liberação de histamina > lesão vascular > saída de líquido para tecido subcutâneo > lesão vasomotora > EDEMA; • Sintomas: ➢ Reações urticariformes com pápulas localizadas ou generalizadas, pruriginosas ou não, com derrame sérico ou hemorrágico; ➢ Reações angioedematosas: grandes tumefações edemaciadas localizadas ou generalizadascom ou sem prurido; ➢ Temperatura corporal elevada; ➢ Taquicardia; ➢ Taquisfigmia (pulso acelerado) > espasmo de glote > asfixia > morte. • Prognóstico variável; • Tratamento: dose de urgência. ➢ Dexametasona: 2 a 8 mg/kg IM ou IV; ➢ Prednisolona: 2 mg/kg VO ou IM – BID; ➢ Anti-histamínico. Dermatopatia endócrinas - Endocrinologia cutânea: • A pele manifesta excessos ou deficiências de hormônios; • Dermatose hormonal: alopecia simétrica bilateral (causa idiopática); • Enfermidade cutânea seborréica e/ou piodermite – complicações frequentes (diagnóstico diferencial); - Hiperestrogenismo: • Patologia rara; • Excesso na produção de estrógeno; • Manifestação de alopecia bilateral; • Fêmeas: ginecomastia, hipertrofia vulvar e anormalidades no estro (ciclos estrais em tempos irregulares); • Macho: feminização; • Desequilíbrio ovariano do tipo I: ➢ Cadelas intactas de meia idade; ➢ Sem predileções raciais; ➢ Causas: - Ovários císticos (bombardeio de hormônios); - Tumores ovarianos funcionais (raro); - Dose excessiva de estrógeno (contraceptivo ou no tratamento da incontinência urinária após pan-histerectomia (retirada de útero e ovário)); ➢ Sintomas: - Alopecia simétrica bilateral nas regiões perineal e genital; - Alopecia difusa que afeta a região caudo-medial das coxas, abdômen (parte ventral), tórax, pescoço, flancos e membros; - Mamilos e a vulva apresentam-se hipertrofiados; - Pelos nas áreas afetadas são facilmente depilados (raíz do pelo enfraquecida); - Seborréia, prurido e otite ceruminosa externa; - Anormalidades do ciclo estral (ciclos irregulares, anestro, estro prolongado, pseudogestação severa); - Ninfomania e depressão da medula óssea (rara); ➢ Diagnóstico: - Baseia-se no histórico do animal; - Exame físico; - Diferenciação diagnóstica; - Resposta ao tratamento. ➢ Diagnóstico diferencial: - Hipotireoidismo (alteração da glândula tireoide); - Hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing – através do organismo ou da medicação); - Hipersensibilidade hormonal (muito raro); - Complexo da enfermidade cutânea seborréica. ➢ Tratamento: - Pan-histerectomia: evidencia-se boa resposta (volta do pelo, cesso de prurido e da seborreia) dentro de 3 a 6 meses; - Pode ser indicado o tratamento tópico com agentes anti-seborreicos. • Tumor das células de Sertoli (machos): ➢ Causas: - Tumor testicular das células de Sertoli; - Anormalidades cutâneas, prostáticas e comportamentais; - Níveis elevados de estrógeno no sangue e tecido neoplásico; ➢ Sintomas: - Feminização: permite a monta por outros machos (sintomatologia ligada ao criptorquidismo); - 15% nos testículos localizados no escroto; - 50% nos casos de localização inguinal; - 70% em localizações abdominais; - Alopecia simétrica bilateral; - Ginecomastia; - Atração de outros machos; - Libido reduzida; - Aspermatogênese (não há produção de espermatozóide); - Galactorréia (leite na mama); - Prepúcio penduloso; - Próstata aumentada (metaplasia escamosa induzida pelo estrogênio) e infectada (prostatomegalia e/ou prostatite); - Hiperplasia prostátitca benigna (HPB) não manifesta sinais clínicos mas progride > compressão da uretra e do cólon > prostatite; - Depressão da MO induzida pelo estrogênio (trombocitopenia, neutropenia, anemia). ➢ Diagnóstico: - Histórico do animal; - Exame físico; - Diferenciação laboratorial (histopatologia); - Resposta à terapia; - Pode-se confirmar o diagnóstico pela histopatologia do testículo neoplásico. ➢ Diagnóstico diferencial: - Hipotiroidismo; - Hiperadrenocorticismo; - Síndrome feminizante idiopática de caninos machos. ➢ Tratamento: - Orquiectomia bilateral; - Palpação abdominal e radiografias (ultrassonografia) antes da cirurgia pois cerca de 10% dos tumores das células de Sertoli são malignos; - Observa-se resposta clínica satisfatória dentro de 3 meses; - Remissão seguida por recidiva indicará a presença de metástases funcionais; - Deve ser tratada a enfermidade prostática ou de medula óssea concorrente; - Anemia aplástica, secundária ao hiperestrogenismo, determinará prognóstico reservado. • Síndrome da feminização do macho: ➢ Causas: - Idiopática; - A biópsia cutânea não revela evidência de endocrinopatia; ➢ Sintomas: - Alopecia simétrica bilateral; - Ginecomastia; - Prepúcio penduloso; - Atração de outros machos caninos; - Libido reduzida; - Aspermatogênese; - Galactorréia; - Próstata aumentada (metaplasia escamosa induzida pelo estrogênio) e infectada (prostatomegalia e/ou prostatite); - Depressão da MO induzida pelo estrogênio (trombocitopenia, neutropenia, anemia). ➢ Diagnóstico diferencial: - Síndrome do tumor funcional das células de Sertoli; - Hipotireoidismo; - Complexo da enfermidade cutânea seborreica; - Hipersensibilidade alimentar; ➢ Diagnóstico definitivo: - Histórico; - Exame físico; - Diferenciação laboratorial; - Resposta à terapia; - Biópsia cutânea não é diagnóstica. ➢ Tratamento: - Castração bilateral; - Metil-testosterona + doses de manutenção. - Hipoestrogenismo: • Desequilíbrio ovariano do tipo II: ➢ Causas: - Idiopática; - Observado em cadelas prematuramente pan-histerectomizadas; - Surge antes do primeiro estro, durante a pseudogestação e em associação com anormalidades do ciclo estral; - Sem predileção quanto à idade ou raça. ➢ Sintomas: - Alopecia simétrica bilateral iniciada nas regiões perineal e genital; - Alopecia difusa que pode afetar a região caudomedial das coxas, abdômen, tórax e pescoço; - Pelos das regiões afetadas são facilmente depilados; - Mamilos e vulva infantis; - Podem manifestar prurido e dermatite; - Enfermidade cutânea seborreica; - Além dos sinais dermatológicos, os animais acometidos de dermatose reativa ao estrogênio são em sua maioria normais. ➢ Diagnóstico diferencial: - Hipotireoidismo; - Hiperadrenocorticismo; - Hipersensibilidade hormonal; - Complexo da enfermidade cutânea seborreica. ➢ Diagnóstico definitivo: - Histórico; - Exame físico; - Diferenciação diagnóstica; - Resposta ao tratamento. - Estradiol: pg/ml – quimioluminescência. o Anestro: < 18; o Proestro/estro: 20 a 50; o Diestro/gestação: até 20; o Macho canino: até 20; o Fêmea felina: 40 a 90; - Testosterona: ng/dl – quimioluminescência; o Macho canino: 43,2 – 74,8; o Macho felino: 100-600; o Fêmea canina: < 4; o Fêmea felina: < 5. ➢ Tratamento: - 0,1 a 1mg de Dietilstilbestrol oral, SID, 3 semanas, deixando uma semana de repouso e repetir até que o crescimento piloso seja evidente; - Caso não seja observada uma resposta satisfatória dentro de 3 meses, o diagnóstico deverá ser questionada; - Ao observar resposta adequada, estabelecer dose de manutenção de 0,1 a 1mg, uma a duas vezes por semana; - Havendo sinais de estro, essa dose deverá ser reduzida; • Considerações finais: ➢ Atentar-se ao diagnóstico diferencial; ➢ Observar sempre a resposta ao tratamento ou à cirurgia; ➢ Evitar cruzamentos consanguíneos (predisposição); ➢ Evitar e verificar o uso de anticoncepcionais (superdoses).
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