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@hasenvet PIODERMITES BACTERIANAS Podem ser: • Superfície: dermatite aguda úmida, intertrigo; • Superficiais: foliculite superficial, impetigo, piodermite mucocutânea, dermatofilose, piodermite superficial extensiva; • Profundas: foliculite e furunculose, nome varia de acordo com a região anatômica e pode ter associação com gram (Sthapylococcus pseudointermedius – mais comum). DERMATITE ÚMIDA AGUDA: • Fatores precipitantes: • DAPA; • Hipersensibilidades; • Saculite anal; • Otite externa; • Dor osteomuscular; • Pelagem suja e malcuidada; • Raças: Labrador, Golden, Pastor Alemão – pelagem é longa e densa, influência da temperatura e umidade. • Quadro muito agudo: num dia não tem nada, no outro pode ter - o animal coça tanto que ele mesmo provoca lesão. Quando a dor substitui a sensação do prurido animal para de interferir na ferida. Tratamento: • Depilação – necessário sedação; • Adstringentes, antissépticos tópicos: acetato de alumínio 2%, iodopovidona; • Xampus antissépticos: clorexidine; • Aerossol: antibióticos e glicocorticóides; • Glicocorticóides | ATB oral?; • Tratar base; • O tratamento da ferida é relativamente simples, importante focar no por que animal se autotraumatizou, se não tende a ser um episódio recorrente. PIODERMITE SUPERFICIAL OU IMPETIGO: • Acomete a pele interfolicular, mas não o folículo piloso em si. • Patogênese: • Animais jovens em região ventral de pouco pelo; • Viroses: Cinomose; • Parasitismo; • Imunidade; • Má nutrição; • Ambiente; • Adultos: Cushing, Diabetes mellitus, Hipotireoidismo, Imunodeficiências. Tratamento: • Xampu antisséptico: clorexidina, peróxido de benzoíla; • Cremes ou géis antissépticos: mupirocina, ácido fusídico; • ATB sistêmico: raramente. @hasenvet FOLICULITE SUPERFICIAL: • Padrão depende da doença de base – não há padrão típico. • Representa a inflamação do folículo piloso. • Lesões: pápulas, pústulas foliculares, alopecia, hiperpigmentação, colaretes epidérmicos, crostas escamosas. • Pruriginosa ou não. • Padrão em “ruído de traça”: pelagem “falhada”. PIODERMITE SUPERFICIAL EXTENSIVA | ESFOLIATIVA: • Mais comum em áreas ventrais, intertriginosas, axila e inguinal. • Trauma, umidade. • Áreas anulares, confluentes de escamocrostosas e eritema. PIODERMITE MUCOCUTÂNEA: • Pele perioral e labial + outras junções mucocutâneas. • Sem predisposição etária e sexual. • Raças de cães pastores são mais predispostos. • Edema, eritema, despigmentação e crostas – há crostas melicéricas em cima das lesões. PIODERMITE PROFUNDA: • Nome de acordo com a localização. • São comuns: nódulos fistulosos, presença macroscópica de eliminação de material purulento o piossanguinolento. • Poupa o focinho - diferente de pênfigo e lúpus. Foliculite e Furunculose Mentoniana Pelagens curtas (começa mais em animais jovens, na região do queixo); Traumas em cães geneticamente predispostos; A lesão inicial é estéril; Tratamento tópico é com peróxido de benzoíla e gel | cremes com corticóides e ATBs; ATBs sistêmicos quando grave; Consegue controlar, mas a cura completa é difícil. O uso de AINEs pode ser necessária em casos de crises. Foliculite e Furunculose Nasal Afeta mais dolicocéfalicos (focinho mais longo – Dachshund, Greyhound, Border Collie); Cavar terra pode ser um fator que predispõe; Rápida progressão; Pápulas – placas e ulceração; Dor e cicatriz. O tto segue a mesma linha da foliculite mentoniana, mas em casos profundos é mais recomendado o uso de atb sistêmico por um tempo mais prolongado. @hasenvet Furunculose Generalizada É importante avaliar o animal no geral, se há um problema sistêmico. Sempre examinar: imunossupressão, demodiciose, dermatofitose, endocrinopatias, seborréia, alergias, infecções bacterianas mistas: gram + e gram -; Pode ter sepse. Foliculite e Furunculose do Pastor Alemão Afeta mais animais de meia idade; Familiar, imunológica; Aumento de CD8 e diminuição de CD4; Diminuição de IgA e linfócitos cutâneas; Reação imunológica exagerada; Febre, linfadenopatia; É importante investigar alergias e hipotireoidismo; Pode ter recorrências. Tratamento é o uso de xampus (Ajuda tópica, 2 a 3x por semana em média), atbs. PODODERMATITES: piodermite profunda • Machos de raças com pelagem curta – Pastor alemão, Labrador, Golden. • Edema, pápulas, nódulos, bolhas hemorrágicas, tratos drenante, ulceração, secreção purulenta, crostas. • Claudicação, paroníquia, dor e prurido. • Etiologia: • Corpo estranho; • Neoplasia; • Traumas diversos; • Fístula arteriovenosa; • Contato; • Alergias; • Micoses; • Parasitoses; • Piogranuloma estéril; • Imunodeficiências; • Hipotireoidismo. * Quando também acomete coxins: • Deficiência de Zn; • Alimento genérico; • Pênfigo foliáceo, lúpus eritematoso sistêmico; • Dermatite superficial necrolítica; • Cinomose; • Leishmaniose; • Farmacodermias. Foliculite piotraumática São animais com lesões profundas, extensas, geralmente originada de dermatites úmidas. @hasenvet Diagnóstico das piodermites: • Histórico + exame físico; • Pesquisa parasitológica dos raspados cutâneos; • Exame citológico; • Cultura bacteriana + cultura fúngica; • Resposta terapêutica. • Causas base (importante): • Ectoparasitismo; • Alergias; • Endocrinopatias; • Distúrbios da ceratinização: seborreias primárias; • Alterações de desenvolvimento; • Distúrbios nutricionais e de manejo, ambiente; • Imunodeficiências; • Ambientais e traumas. • Indicação do teste de sensibilidade e antibiograma: • <50% redução das lesões com ATB em duas semanas; • Novas lesões durante antibioticoterapia; • Lesões residuais após 6 semanas de tratamento; • Bastonetes na citologia; • História prévia de resistência microbiana. ATB para teste de sensibilidade: Eritromicina Clindamicina Tetraciclina/doxiciclina Gentamicina Cefalexina/cefalotina Cefpodoxima Amoxicilina c. clavulanato Oxacilina (no lugar de MRS) Enrofloxacin Outras quinolonas Tratamento das piodermatites: • Antibioticoterapia sistêmica: o 1° linha: clindamicina, lincomicina, 1 geração cefalosporinas, amoxicilina ac. clavulanico, sulfonamidas potencializadas; o 2° linha: doxiciclina, cloranfenicol, quinolonas, rifampicina, aminoglicosídeos; o 3° linha: linezolida, teicoplanina, vancomicina - fortemente desencorajado!! • Antibioticoterapia tópica; • Terapia tópica com xampu; • Identificar e corrigir a causa base; • Imunomodulação. • Tratamento tópico: Clorexidine, peróxido de benzoíla, hipoclorito de sódio, triclosan, mupirocina, ácido fusídico. • Liquido de Dakin 0,5% - fazer diluição para 0,005% - 0,05%: controle de piodermites superficiais; hipoclorito de sódio. Quadros complicados com cepas de Staphylococcus multiresistentes. @hasenvet MALASSEZIOSE CANINA • Causada pelo fungo Malassezia pachydermatris. Habitante normal, comensal: perioral, lábio, interdigital, perianal; é um fungo lipofílico. • Micose superficial. • Malassezia pachydermatis (comensal): 7 sorovares - la + prevalente, • Reação de hipersensibilidade ao fungo: proteases, lipases, fosfolipases, lipoxigenases, fosfatases- inflamação e prurido. • Frequentemente é secundária a outras enfermidades; 70% - seborréias, endocrinopatias, alergias e piodermites. • Geralmente associada com umidade, alteração da qualidade e quantidade de sebo (seborréias). • Deficiência celular imunológica – IgG e IgA não conferem proteção. • Corticoterapia crônica pode favorecer. Fatores predisponentes: Raças: basset hounds, cocker spaniels, whwt; Hipersensibilidades: prurido e umidade; Aumenta sintomas da DAC; Dermatoses seborreicas: endocrinopatias; Gatos: timoma, alopeciaparaneoplasica; Clima úmido e quente e regiões anatômicas úmidas; Imunossupressão: gatos retrovirus, antibioticoterapia,corticoterapia; Idiopático. Sinais clínicos em cães: Localizada ou generalizada; Lábios, canal auditivo, axila, cervical ventral, interdigital, perianal, medial membros. Pruriginosa; (fede manteiga velha) Eritematosa (pele papidérmica quando elevada), descamativa e oleosa, alopecia; Liquenificação, hiperpigmentação – cronicidade; Paroníquia – inflamação do tecido mole periungueal onde a unha se insere. Sinais clínicos em gatos: Dermatite atópica, alimentar, DAP, DM, FIV. Dermatite seborreica. Localizada, generalizada Eritema, escamocrostas oleosas. Dermatite idiopática facial felina. Alopecia paraneoplásica. Dermatite esfoliativa: timoma. DS necrolitica; Acne felina Otite externa. Diagnósticos diferenciais: Dermatite atópica Alergia alimentar Dermatite de contato Piodermite Demodicidose Dermatofitose Dermatite seborreica Linfoma epiteliotropico Acne felina @hasenvet Diagnóstico - Citologia: Decalque Raspado cutâneo, Haste algodonosa (ouvido) Fita de acetato. Fixar no calor / úmido: passa nos 3 corantes. Pode não fixar e usar só o 3. Fungos leveduriformes -brotamento monopolar. Clínica compatível + achados de leveduras Atualmente para corar usamos apenas o corante 3 do panotipo, colocando um pouco do corante sobre a amostra na lâmina, sendo o suficiente para observar as estruturas fúngicas. Tratamento: Reconhecer a causa base: piodermites bacterianas, alergias, endocrinopatias, seborreias. Tópico: ✓ Sulfeto de selênio a 1% (não usar em gatos); ✓ 2% clorexidine + 2% miconazole; - 2 a 3 banhos por semana inicialmente, dps aumenta o intervalo. ✓ Loção/creme/pomada miconazole 2% Sistêmico: o Itraconazole: 5-10mg/kg/24hrs/ou 2 dias consecutivos na semana (2 on 5 off) 3-4 semanas. Juntamente, é importante fazer um acompanhamento bioquímico hepático (é hepatóxico quando passado do limite). o Ketoconazole: 5-10mg/kg/24hrs. Vomito, anorexia, letargia. o Terbinafina: 30mg/kg/24hrs. < concentração extrato córneo e sebo. Tópico + sistêmico: maior velocidade de resposta terapêutica. COMO INVESTIGAR INVESTIGAÇÃO PRURIDO NUM ANIMAL: Passo 1) Descartar ectoparasitismo: pente fino, EPRC, teste terapêutico. Passo 2) Avaliar para piodermite e malasseziose: citologia, cultivos, testes terapêuticos. Passo 3) Investigar doenças alérgicas: controle ectoparasitos, dieta, ambiente Passo 4) Outros: cultivo fúngico, biópsia, teste terapêutico. @hasenvet DEMODICIOSE CANINA E FELINA Parasitária, inflamatória, não contagiosa. Possui base genética (raças) e imunológica, sendo causado pelo ácaro folicular Demodex canis, D. injai, D. cornei. Ainda, temos D. cati, D. gatoi (contagioso). Fatores predisponentes: Idade. Pelame curto; Má nutrição; Estro; Parto / lactação; Stress; Endoparasitoses; Doenças debilitantes. • Imunidade: Inespecífica: função neutrofilica normal. Humoral: Ac, plasmócitos, vacinação normais, hiperreatividade de cels B. Celular: deficiência imunidade celular; função - demodécica específica de variável intensidade. Agravante: outras condições imunossupressoras secundárias. Tipos da canina: Localizada: até 5-6 placas ou máculas alopécicas; Generalizada: acima de 5-6 meses; Juvenil: 3-18 meses; Adulto: acima de 4 anos. (animal com imunossupressão – prognóstico pior que um jovem). Sinais clínicos em cães: Localizada: alopecia, comedos descamação, discromia, piodermite, crostas, prurido variável. o Periocular, comissura labial, membros dianteiros, otite externa. Generalizada: comedos, placas coalescentes, alopécicas discrômicas, infiltradas, exsudativas, crostosas, ulceradas, pododermatite; Demodex injai: seborréia oleosa face e dorso (Terriers). @hasenvet Sinais clínicos em gatos: • D. cati: eritema, hipotricose, escamo-crostas, localizado ou generalizado. • D. gatoi: superficial, contagioso, prurido tronco, aopecia autoinduzida, hiperpigmentação, erodoulceração Doenças associadas a Demodiciose adulta: Hipotireoidismo. Hiperadrenocorticismo/corticoterapia. Leishmaniose. Hemoparasitoses. Neoplasia - linfoma. Autoimunidades. Doenças / insuficiências orgânicas. Felinos: FIV, diabete melito, BISCC (carcinoma cutâneo), xantoma, paraneoplasias. Diagnóstico: Exame parasitológico do raspado cutâneo – faz pregueamento para os ácaros subirem. Tem que ter um sangramento subcutâneo. Exceções: Sharpei (difícil raspado) e podo (sangra muito, melhor sedar; pode fazer tricografia) Tratamento: • Localizada: o Observação (90% tem cura espontânea); o Amitraz em óleo mineral. • Generalizada: o Amitraz 250-500ppm/1x/sem; o Avermectinas / milbemicinas; o Isoxalozinas. o Fluralaner: oral, com comida, a cada 3 meses, dose bula/peso. o Afoxolaner: oral, cada mês, dose bula/peso. o Sarolaner: oral, cada mês, dose bula/peso. * Cuidado em animais com convulsões. - Continuar até raspados negativos e por mais 30 dias. - Cura clínica precede a cura parasitológica!! É importante fazer raspados durante o tratamento, para avaliar a diminuição da carga parasitária. - Acompanhamento por 12 meses. @hasenvet DERMATOFITOSE • Micose superficial. Utilizam ceratina – habita não só o estrato córneo, mas frequentemente o folículo piloso. • Prevalência: coletivo, clima quente, animais jovens, doenças imunossupressoras? • Raças mais comuns: Persa, Yorkshire Terrier, caçadores. • Zoonose. • Pode ser não pruriginosa ou com pouco prurido, mas ocasionalmente pode ter um prurido importante. Classificação: • Zoofilicos: M. canis, M. distortum, T. equinum. • Geofilicos: M. gypseum. • Antropofilico: M. audouinii. Cães e gatos: Microsporum canis, M. gypseum, Trichophyton mentagrophytes. Contágio: geralmente direto • Pelos, escamas. • Ambiente infectado. • Fômites: cabrestos, pentes, escovas, maquinas de tosa • Necessária diminuição da barreira mecânica da pele • Sintomas 1 a 3 sem. pós exposição. Sinais clínicos cão: • Alopecia anular, crostas, descamação, pápulas e pústulas foliculares; • Foliculite- furunculose nasal ou facial simétrica; • Foliculite- furunculose acral (nas extremidades); • Seborréia; • Onicomicose (paroniquia ou onicodistrofia); • Granuloma: quérion, pseudomicetoma dermatofitico Sinais clínicos gato: • Alopecia com ou sem descamação; • Dermatite miliar; • Foliculite recidivante do queixo; • Seborréia; • Onicomicose (rara), pododermatite. • Granuloma: quérion (pouco frequente), pseudomicetoma dermatofitico * Infecções generalizadas são + comuns gatos! @hasenvet Diagnóstico: • História + exame físico. • Lâmpada de Wood: Microsporum sp. • Exame tricográfico :micológico direto. • Cultura fúngica: Ágar Sabouraud a temperatura ambiente 25-30°C • PCR • Exame histopatológico: lesões nodulares e atípicas - PAS e Grocott. Espesso, irregular, sem definição corticomedular, com esporos. Cultivo fúngico Tratamento: • Depilar; • Tópicos: local - miconazole, clotrimazole, ketoconazole; • Shampoos: Lime súlfur, miconazole + clorexidine, enilconazol; • Sistêmicos: Griseofulvina, ketoconazole, itraconazole, terbinafina – em gatos sempre é indicado, mas em cães depende – focais, restritas: tópico. • Falhas terapêuticas: droga e dose errada, duração curta, sem tópicos, sem depilar, contactantes não tratados, ambiente infectado, doença imunodebilitante (FIV, FelV, DM, SC). @hasenvet LESÕES ULCERATIVAS EM FELINOS ESPOROTRICOSE – • Complexo Sporothrix spp: S..schenkii, S. brasiliensis. S. globosa, S. mexicana, S, humicula. • Fungo termodimórfico.• Material orgânico em decomposição – caráter ocupacional. • Ferida por inoculação. • Gatos também ocorre por inalação. • Zoonose – profunda, subcutânea. Sinais clínicos: Cães: doença mais benigna. nódulos, ulceras. segmento cefálico ,linfocutânea menos comum. Gatos: nódulos ulcerados; tratos drenantes. Maior acometimento: cefálico, nariz, membros, patas, cauda. Linfangite/adenite; pode ter exposição tendão, ligamento, osso. Pode acometer o trato respiratório quando disseminada. Crostas hemato-melicéricas. o Cutânea, linfocutânea, disseminada. Diagnósticos diferenciais: Outras granulomatosas: criptococose, histoplasmose, micobacteriose, leishmaniose, micetomas; Neoplasias: linfoma, CCE; Imunomediadas: farmacodermia, lúpus, pênfigo. Diagnóstico: Citologia: fungo pleomórfico 3 a 9um Histopatologia: H&E, PAS e Grocott Cultivo: agar dextrose Sabouraud. Sorologia. PCR. @hasenvet PAS: cora de rosa Tratamento: 16-80 semanas Isolamento. Luvas, avental, óculos. Iodetos de potássio em cães (evitar em gatos -iodismo). Cetoconazol. Itraconazole. Terbinafina. Tratamento combinado. Criocirurgia + tto medicamentoso
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