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3Bruna Rubinato – Medicina Piracicaba/Turma 1 CADERNO DE MEDICINA INTERNA I: DERMATOLOGIA 6º semestre Fisiologia e Histologia da Pele – 28/04/21 FUNÇÕES DA PELE • Maior órgão do corpo humano; • Proteção contra contaminações externas; • Informação: reação a fatores externos; • Equilíbrio térmico; • Metabólica ➔ síntese de vit. D (dermatologistas não indicam exposição solar para déficit, por conta dos fatores deletérios); • Fotoproteção. CARACTERÍSTICAS DA EPIDERME • Primeira camada da pele; • Varia quanto à espessura ➔ média de 0,1 mm; • Não é irrigada por vasos sanguíneos; • Filme hidrolipídico na superfície ➔ função de proteção; • Camadas: ✓ Córnea (mais externa); ✓ Granulosa; ✓ Basal (mais interna). • Junção dermoepidérmica ✓ É uma linha fina, sinuosa e homogênea entre a epiderme e a derme; ✓ Mais fina em mulheres do que em homens; ✓ Garante coesão e boa comunicação entre a derme e a epiderme; ✓ Facilita trocas entre as duas camadas; ✓ É mais sinuosa em peles mais jovens, aumentando trocas e coesão. • Queratinócitos e corneócitos: ✓ Os queratinócitos vão da camada basal à córnea ➔ queratinização; ✓ Principais células da epiderme: ➢ Compõem a barreira cutânea; ➢ Produzem queratina; ➢ Ciclo de vida entre 21 e 28 dias; ➢ Lipídios entre os corneócitos para retenção de água. • Barreira cutânea/cimento intercelular ✓ É uma emulsão natural formada por ácidos graxos + ceramidas + colesterol; ✓ Localizado na barreira cutânea, preenche o espaço entre os corneócitos; ✓ Reduz a perda de água transepidérmica, a permeação de microrganismos e substâncias irritantes; ✓ Função de coesão, mantendo as células próximas, conferindo função de barreira. • Filme hidrolipídico ✓ Emulsão natural composta de água (garante a hidratação, o brilho e a flexibilidade da pele) e lipídios (garante a impermeabilidade e evita TEWL). • Melanócitos ✓ 2º tipo de célula mais presente na epiderme (13%); ✓ Produzem melanina, pigmento considerado protetor solar natural, que dá cor e protege a pele, cabelo e pelos; ✓ Eumelanina: protege contra a luz; ✓ Feomelanina: agredida pela luz. • Células de Langerhans ✓ Células imunológicas com função de sentinela ✓ 1ª linha de defesa quando o SI está sob ataque externo; ✓ São muito sensíveis aos raios UV; ✓ Monitoram a chegada de corpos estranhos. • Aquaporinas ✓ Canalículos de proteínas; ✓ Localizadas nas membranas dos queratinócitos; ✓ Responsáveis pela distribuição na pele. • NMFS (fatores de hidratação natural) ✓ Moléculas aderinas nos corneócitos; ✓ Garantem a hidratação do estrato córneo; ✓ Alta capacidade umectante: retiram água da superfície ✓ Ex: ácido hialurônico, ácido lático, ureia; ✓ Em cosméticos, glicerina e xilitol tem as mesmas propriedades. • VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) ✓ Pequena proteína produzida pelos queratinócitos; ✓ Responsável pela dilatação e permeabilidade dos vasos sanguíneos; ✓ Estimula a produção de novos vasos durante a cicatrização. DERME • A junção dermoepidérmica: nutre a epiderme; • Vasos sanguíneos: transporte de nutrientes; ✓ Responsável pelo transporte de nutrientes (aminoácidos e oligoelementos) para as células da pele, através do sangue; ✓ Tamanhos de vasos diferentes, transportam oxigênio, mediadores da inflamação e células de defesa; ✓ Também estão presentes na hipoderme. • Fibroblastos: células que fabricam colágeno e elastina; ✓ Produzem os elementos que formam a matriz extracelular e dão sustentação e elasticidade; ✓ Fibras de colágeno: sustentação; ✓ Substância fundamental (glicosaminicanos, incluindo ácido hialurônico). • Fibras de colágeno: sustentação ➔ posição vertical; • Fibras de elastina: elasticidade ➔ posição horizontal. • Fibras nervosas: sensorial; ✓ Fibras que conectam o SNC com a pele; ✓ Sensações. • Substância fundamental de sustentação: elastina e colágeno; • Metaloproteinase de matriz: limpeza/degradação ✓ Enzimas responsáveis pela cicatrização; ✓ Produção deficiente com o envelhecimento; ✓ Função de proteção contra rosácea, pois reduz vasodilatação; ✓ Não seletiva, acaba destruindo o colágeno e a elastina, acelerando o envelhecimento. HIPODERME • Características ✓ Camada mais profunda; ✓ Constituída de adipócitos: células de gordura; ✓ Sua abundância varia de acordo com hábitos alimentares, gênero e partes do corpo; ✓ Função metabólica: reserva de nutrientes e energia para o corpo; ✓ Proteção mecânica: funciona como amortecedor; ✓ Função na termorregulação: isolamento de gordura. • Adipócitos: células de gordura, reservas de energia ESTRUTURAS CUTÂNEAS • Estrutura do fio: bulbo piloso é onde o pelo/fio é produzido • Glândula sebácea: presente no corpo todo, exceto em locais sem pelos. Maior quantidade na face e no tronco. Internamente contém os sebócitos, que produzem os sebos por estimulo hormonal (testosterona). ✓ Testosterona é fornecida pela corrente sanguínea, a redutase a transforma e transforma a di-hidrotestosterona, que por sua vez, ativa os sebócitos, estimulando a produção de sebo. ✓ Semelhante ao filme hidrolipídico; ✓ Lubrifica o pelo; ✓ Previne o ressecamento da pele; ✓ Contribui para a retenção de água no estrato córneo; ✓ Ambiente favorável para o desenvolvimento da flora saprófita (previne a adesão à pele e a proliferação de microorganismos patogênicos nocivos). • Glândulas sudoríparas 1. Apócrina ➢ Nas axilas e áreas genitais; ➢ Apresenta-se sempre combinada com folículo piloso: ducto; ➢ Pode gerar odor desagradável devido às bactérias que quebram os lipídios nela contidos; ➢ Eliminação de calor. 2. Écrina ➢ Presente em toda a superfície do corpo; ➢ Abre-se por um poro; ➢ Mais numerosa; ➢ Eliminação de calor. PELE SAUDÁVEL • Pele bem hidratada: capaz de reter água e distribuí-la uniformemente (TEWL reduzido qd hidratada); • Viçosa, macia, flexível; • Pele em visível processo de envelhecimento; • Filme hidrolipídico preservado • Microbioma em ph 5.5; • Produz quantidade regular de sebo. REGIÕES SENSÍVEIS • Pálpebras ✓ Pele muito fina; ✓ Hidratação da córnea; ✓ Poucas glândulas sebáceas, elastina e colágeno: primeira região do organismo a mostrar sinais de cansaço e envelhecimento. • Lábios ✓ Os lábios são particularmente sensíveis: ➢ Camada superior da pele mais fina; ➢ Sem gordura; ➢ Poucas glândulas sebáceas; ➢ Sem glândulas sudoríparas; ➢ Elevado nº de receptores e nervos; ➢ Exposição a agentes externos. Lesões Elementares – 28/04/21 Alterações morfológicas da pele resultantes de estímulos diferentes (causas infeciosas, inflamatórias, neoplásicas, genéticas, circulatórias, degenerativas e traumáticas); ALTERAÇÕES DE COR: MANCHAS OU MÁCULAS • Cor da pele normal: depende da mistura de 4 bicrômos; • Não tem relevo; • Máculas ou manchas: alterações da cor da pele, sem relevo e sem modificação da consistência da pele: 1. Relacionadas a melanina: hiper ou hipopigmentares; 2. Relacionadas a pigmentos anormais da pele; 3. Relacionada a pigmentos estranhos ao organismo (corantes, tatuagem). • Manchas leucodérmicas: ✓ Manchas hipocrômicas Leucodermia solar. ✓ Manchas acrômicas Vitiligo. • Manchas hiperpigmentares ou hipercrômicas ✓ Manchas melanodérmicas: aumento da melanina; ✓ Castanho-claro, castanho-escuro, azulada e negra. Melanoses solares (mancha “senil”) ➔ uso de laser. Melasma. MANCHAS DEVIDO A ALTERAÇÕES VASCULARES 1. Transitórias ✓ Eritema: ➢ Cor vermelho-vivo; ➢ Aumento de oxiemoglobina; ➢ Vermelhidão; ➢ Principal sintoma das dermatoses inflamatórias Rosácea LES ✓ Cianose; ✓ Enantema: eritema nas mucosas. ✓ Eritema figurado:bordas bem definidas ✓ Eritema polimorfo: principal causa é medicação ✓ Eritrodermia: eritema generalizado crônico acompanhado de descamação ✓ Cianose ✓ Exantema: eritema extenso. ➢ Escarlatiniforme ➢ Morbiliforme: áreas de pele sã, entremeadas pelo eritema Dengue: ilhas brancas num “mar vermelho” 2. Permanentes ✓ Nevo vascular (angiomas); ✓ Mancha angiomatosa: aumento de capilares. ✓ Telangiectasias: aumento de capilares. Em mulheres, o estrógeno pode levar aparecimento na perda. 3. Extravasamento do pigmento sanguíneo ✓ Petéquia <1 cm: púrpura puntiforme; ✓ Víbices: púrpura linear, fase evolutiva tardia das lesões purpúricas lineares; ✓ Equimose: púrpura com maiores dimensões. ELEVAÇÕES EDEMATOSAS 1. Urtica 2. Angioedema (edema de Quincke) FORMAÇÕES SÓLIDAS 1. Pápula < 1cm 2. Placas: lesões elevadas, com altura, que se estende em superfície (comum em psoríase) 3. Nódulo: 4. Nodosidade ou tumor > 3cm de diâmetro. 5. Goma: nódulo com liquefação; 6. Vegetação: lesão sólida, exofítica, facilmente sangrante (condiloma é na genital) 7. Verrucosidade; COLEÇÕES LÍQUIDAS • Conteúdo pode ser sangue, serosidade ou pus (leucócito); 1. Vesícula < 1 cm; 2. Pústula até 1 cm; 3. Bolha > 1 cm; 4. Abcesso: calor, rubor e dor. ALTERAÇÕES DE ESPESSURA 1. Queratose: pele dura, inelástica, de superfície áspera 2. Liquenificação: espessamento da pele com acentuação dos sulcos 3. Edema: presença de plasma na derme ou hipoderme; 4. Infiltração: aumento da espessura e consistência da pele 5. Esclerose: pele não pregueável, por aumento do colágeno dérmico 6. Atrofia: diminuição da espessura da pele, que se torna adelgaçada e pregueável PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS 1. Escamas 2. Exulceração 3. Escoriações 4. Ulcerações 5. Fissura: linear 6. Fístula 7. Crostas 8. Escaras 9. Cicatriz atrófica 10. Cicatriz hipertrófica Acne – 05/05/21 INTRODUÇÃO • Doença inflamatória crônica, imunomediadas, da unidade pilossebácea, que acomete face, tórax e dorso; • Acne é uma doença de grande impacto na qualidade de vida e deve ser tratada para evitar as cicatrizes; • Primeiro motivo de consulta ao dermatologista; • Afeta principalmente os adolescentes e mulheres adultas. SEQUELAS • Cicatrizes atróficas; • Manipulação de lesões, escoriações, hiperpigmentação pós-inflamatória. FISIOPATOLOGIA • Alteração qualitativa e quantitativa do sebo; • Ativação androgênica (endócrina ou intracrina); • Hiperqueratinização anômala do folículo piloso; • Inflamação associada a disfunção imune; • Base genética. • Alterações hormonais: ✓ Adolescência; ✓ Gestação; ✓ SOP; ✓ Uso de progestágeno; ✓ Ativam a 5-alfa redutase. • Estresse emocional: ✓ Provoca aumento de substâncias que baixam a imunidade e aumentam o cortisol, desequilibrando o microbioma. • Hábitos, ambiente e má alimentação: ✓ Cigarros; ✓ Poluição; ✓ Não adesão ao protetor; ✓ Alimentação rica em gorduras e açucares; ✓ Aumentam os radicais livres, oxidando o sebo. FORMAS CLÍNICAS • Acne não inflamatória ➔ comedoniana • Acne inflamatória ➔ pápulas e nódulos. • Acne neonatal ✓ Localizada no nariz e nas bochechas dos neonatos e lactentes; ✓ Relacionada ao desenvolvimento glandular, transitória e autolimitada. • Acne infantil ✓ Investigar puberdade precoce. • Acne da mulher adulta ✓ Acne persistente: quadro inicia na adolescência e permanece na vida adulta; ✓ Início tardio: após os 25 anos. ✓ Quando investigar ➢ Hiperandrogenismo ➔ SOP: ❖ Irregularidade menstrual + hirsutismo + acne. o Sinais de virilização: voz, massa muscular; o Alopecia androgenética; o Acantose nigricante; o Oligomenorreia ou amenorreia; o Infertilidade; o Início abrupto e severo; o Acne resistente a terapia convencional. ➢ Síndrome metabólica: ❖ Obesidade, hipertensão, dislipidemia, DM, acantose nigricante. ➢ Investigação hormonal ❖ Testosterona total (TT) e livre (TL); ❖ S-DHEA; ❖ LH/FSH; ❖ Ultrassom transvaginal; ❖ Fase folicular: 1 ao 5 dia. ✓ Características ➢ Predominantemente inflamatória com pápulas, nódulos dolorosos e eritematosos, que deixam cicatrizes; ➢ Piora pré-menstrual; ➢ Hábito frequente de manipulação; ➢ Cicatrizes e discromias presentes na maior parte dos casos. TRATAMENTO • Considerar a gravidade do quadro (leve, moderada ou grave) e o tipo de lesão (comedão, pápula, pústula, nódulo ou cisto). • Tópico ✓ Acne comedoniana: tretinoína, adapaleno; ✓ Acne inflamatória leve: peróxido de benzoíla; combinações fixas (PB + adapaleno). ✓ Acne da mulher adulta leve: ácido azeláico. ✓ Peróxido de benzopila: agende microbiano com atividade contra o C. acnes, pela liberação de espécies reativas de oxigênio, diminuindo também a resistência da bactéria. ✓ Ácido azeláico: ➢ Inibe a síntese proteica do Cutibacterium acnes; ➢ Ação bacteriostática, anti-inflamatória, antioxidante e antiqueratinizante; ➢ Ação clareadora. ✓ Retinoides: ➢ 1ª geração: TRET; ➢ 3ª geração: TAZAR e ADA; ➢ 4ª geração: TRIFATORENO ➔ Akief 0,005% 1x ao dia (noite) < irritativo. • Sistêmico: acne inflamatória moderada ou grave; acne da mulher adulta. ✓ Antibióticos orais (ciclinas) + tópicos (exceto ATB); ✓ Hormônios (ac e espironolactona); ✓ Isotretinoína: padrão ouro, eficaz e segura ➔ cura; ✓ Doxiciclina: 50 a 100 mg (1 a 2x ao dia); ✓ Limeciclina: 150 a 300mg (1 a 2x); ✓ Sareciclina: boa eficácia, com menor espectro de ação, menos efeitos colaterais, menor potencial de desenvolvimento de resistência bacteriana, Disbiose; ✓ Alternativas: gestantes; ✓ Isotretinoína oral: indicações e dose ➢ Indicação: acne nódulo-cística e papulo pustulosa moderada sem resposta a tratamentos convencionais, com tendências a cicatrizes e repercussão psicossocial; múltiplos comedões fechados; ➢ 0,5 a 1 mg/kg após refeição ➔ total = 120-150 mg; ➢ Duração variável: 1 a 2 ciclos; ➢ Eventos adversos (dose dependentes): pele seca, epistaxe, olhos secos (lentes de contato), blefaroconjuntivite; ➢ Paciente com acne muito grave, tem que associar com corticoide para evitar flare-up (piora da inflamação). ➢ Monitoramento laboratorial: ❖ Pré, após 2 meses; ❖ Colesterol total e frações; ❖ Triglicérides; ❖ Transaminases hepáticas, gama GT; ❖ HMG completo; ❖ CK (mialgia, atletas); ❖ Beta-HCG ➔ pede todo mês!!!! ➢ Teratogenicidade (dose independente) ❖ RN normal, aborto, embriopatia (28%); malformações craniofaciais, cardíacas, tímicas e SNC; ❖ Aguardar menstruação, beta-HCG mensal; ❖ Método anticoncepcional eficaz até 30 dias após suspensão. ➢ Dose diária e total: o que mudou/consenso ❖ Vários esquemas terapêuticos: seguros, eficácia variável, recidivas; ❖ Acne grave (1º ciclo): dose diária convencional; total > 150 mg/kg; ❖ Acne leve a moderada: doses diárias baixas e total não interferem na eficácia se tratamento mantido por 1 a 2 meses após a regressão total das lesões; ❖ Menos eventos adversos, maior adesão. • Tratamento de manutenção ✓ 6 meses a 1 ano; ✓ Adapaleno, ácido azeláico, tretinoína, peróxido de benzoíla, combinação fixa; ✓ Mulheres adultas: anticoncepcionais, espironolactona. SKINCARE NA PELE ACNEICA • Higienizador • Filtro solar • Hidratante TRATAMENTO DAS CICATRIZES • Inicia no tto da acne; • Peeligns (mais superficial, não se faz tão agressivo mais); • Lasers (estimula a produção de colágeno); • Microagulhamento (mais agressivo, associado com o peeling); • Subcision; • Preenchimentos. Dermatoviroses – 05/05/21 HERPES SIMPLES • Doença infectocontagiosa recorrente, frequente e universal; • Transmissão: contato pessoal; • Vírus herpes simples (HSV): HSV I (face e tronco) eHSV II (infecções anogenitais); • Período de incubação: 3 a 7 dias; • Primoinfecção herpética: comum em crianças; • Gengivoestomatite herpética: comum em crianças; • Herpes recidivante 10%: diminuição transitória da imunidade, associada a traumas, exposição solar, febre, diarreia, menstruação e tensão emocional; • Erupção variceliforme de Kaposi: quadro dolorido, de internação • Diagnóstico ✓ Clínico; ✓ Citodiagnóstico de Tzanck; ✓ Anatomopatologia (não usa tanto); ✓ Sorologia; ✓ Diagnóstico diferencial: aftas, úlceras (sífilis cancroide), impetigo bolhoso. • Profilaxia das crises ✓ Vacinas; ✓ Alimentação: carne, peixes, ovos, soja, feijão e lentilha; ✓ Lisina; ✓ Medicações. • Tratamento ✓ Aciclovir: 200 mg 5x/dia, Fanciclovir 250 mg 3x/dia, Valaciclovir 500 mg 2x/dia. ✓ HSV pode estar associado a eritema polimorfo • Herpes Zoster ✓ É primo-infecção pelo vírus varicela-zoster; ✓ Varicela: a complicação é infecção secundária ➔ pústula (coleção líquida de neutrófilos, sem indicar diretamente infecção). ✓ Fator de risco: o principal fator de risco para a reativação do VZV latente é a idade; ✓ Pródromos: início do quadro com parestesia e dor no dermátomo acometido que evolui para dor lancinante, podendo proceder em dias o surgimento das lesões dermatológicas. ✓ Ramo oftálmico: internação, caso grave! Pode levar à cegueira; ✓ Complicações: neuralgia pós-herpética e oftalmológica. ✓ Tratamento: aciclovir, Valaciclovir e Fanciclovir. Vacina. ✓ Lesões dermatológicas: ➢ Rash máculo pustuloso vesíco-pústulas e crostas; ➢ Lesões que se agrupam sobre base eritematosa; ➢ Padrão zosteriforme ➔ respeita o dermátomo do gânglio sensorial acometido. MOLUSCO CONTAGIOSO • Causado pelo Parapoxvírus; • Transmitido pelo contato individual; • Pápula semiesférica, geralmente umbilicada ou com depressão central; • Dimensões variáveis; • Mais frequente: tronco, membros e genitália. Piodermites – 05/05/21 IMPETIGO • Infecção bacteriana mais comum em crianças; • Impetigo bolhoso ou não bolhoso; • Staphylococcus aureus, Streptococcus beta-hemolítica; • Impetiginização: ocorrem em infecções anteriores; • Lesões vesiculosas e/ou pústulas recobertas por crostas melicéricas; • Tto: ATB tópico ou sistêmico; • Complicação mais grave é glomerulonefrite. ECTIMA • Evolução de impetigo mal tratado; • Curso lento e doloroso; • Geralmente estrepto; • Mais comum: pernas; • Tto: remoção de crostas e ATB. FOLICULITE • Infeções bacterianas que se iniciam no folículo piloso; • Superficiais: hordéolo, sicose ➔ prurido e leve desconforto); • Profundas: furúnculo, antraz ➔ intensa reação inflamatória; ✓ Furúnculo ➔ acomete o folículo piloso e a glândula anexa; ✓ Nódulo com eritema, dor, edema e calor ➔ 2 a 4 dias torna-se flutuante • Etiologia: staphylococcus aureus. ERISIPELA/CELULITE • Erisipela: uma infecção aguda e disseminada na derme; • Celulite: extensão do processo inflamatório até a hipoderme; • Etiologia: estreptococo betahemolítico do grupo A: • Tto: identificar e tratar condições locais. SÍNDROME DA PELE ESCALDADA • Dermatite esfoliativa mediada por exotoxinas liberadas pelo Staphylococcus aureus que acomete recém-nascidos, lactentes, crianças e raramente adultos; • Etiologia: exotoxina do staphylococcus aureus; • QC: faringite, otite média, conjuntivite; • Placas eritematosas dolorosas, difusas encimadas por bolhas flácidas, grandes áreas erosivas de base eritematosa e brilhante (pele escaldada) e retalhos epidérmicos; • Mucosas poupadas e o sinal de Nikolsky positivo; • AP: clivagem intraepidérmica no estrato granuloso; • Exame bacteriológico: cultura positiva p Staphylo e isolamento de exotoxinas esfoliativas; • Diagnóstico diferencial: NET/Stevens-Johnson; • Tto: internação, antibioticoterapia IV e suporte hidroeletrolítica. Erupções Vesicobolhosas – 12/05/21 PÊNFIGO • Grupo de doenças com comprometimento cutâneo e/ou mucoso, que tem como característica comum a bolha intraepidérmica. • Só pode ser chamado assim se for dentro da epiderme. • Produção de autoanticorpos dirigidos contra antígenos dos desmossomas (é o que faz a ligação dos queratinócitos); • Antígenos são as desmogleínas, glicoproteínas transmembrânicas; • Autoanticorpos antidesmogleínas são IgG e patogênicos; • Sinal de Nikolsky = acantólise (quando encosta na pele ela descola) • Acantólise: separação dos queratinócitos; • Pênfigo foliáceo ✓ Quadro clínico ➢ Bolhas superficiais que se rompem com facilidade, deixando áreas erodidas; ➢ Erosões que confluem, formando áreas eritematosas recobertas por crostas e escamas; ➢ Não há acometimento mucoso; ➢ Lesões iniciais: face, pescoço e tronco; ➢ Pênfigo eritematoso X pênfigo generalizado invasivo bolhoso X pênfigo eritrodérmico; ➢ Sensação de queimação e ardor; ➢ Sensibilidade aumentada ao frio e piora à exposição solar. ✓ Diagnóstico ➢ Quadro clínico; ➢ DD: pênfigo vulgar, dermatite seborreica, impetigo; ➢ Exame histopatológico: clivagem intraepidérmica acantolitica alta; ➢ Provas imunológicas: ❖ IFD: depósitos de IgG e C3; ❖ IFI: + em 90 a 100% dos casos. ✓ Tratamento: corticoterapia revolucionou o tto ➔ 1mg/kg/dia de prednisona. ➢ Não resposta a corticoterapia ➔ associar micofenolato mofetil 35 a 45 mg/kg/d; ➢ Corticoide tópico (valerato de betametasona 0,1%) lesões crônicas e nas crianças resistentes a corticoterapia sistêmica; ➢ Cuidado: absorção cutânea, estrias, atrofia cutânea; ➢ Tratamento para estrongiloidíase (importante) e investigação de osteoporose prévia ao uso dos corticoides. ➢ Cuidados gerais: banhos de permanganato de potássio; ➢ Antibioticoterapia sistêmica quando houver infecção secundária; ➢ Aciclovir ➔ erupção variceliforme de Kaposi; ➢ Complicações de corticoterapia sistêmica devem ser monitoradas: HAS, DM, gastrite, úlceras gástricas e duodenal e catarata. ✓ Forma não endêmica ➢ Pênfigo poliáceo de cazenave ou clássico; ➢ Ocorrência universal, na 4 ou 5 década de vida; ➢ Sem relatos de casos familiares. ✓ Forma endêmica ➢ Fator ambiental: participação de insetos hematófagos, simulídeos e flebótomos; ➢ Fatores genéticos; ➢ Também chamado de Fogo Selvagem; ➢ Adultos jovens e crianças que vivem próximos a córregos e rios, em áreas rurais e em algumas tribos indígenas; ➢ Casos familiares; ➢ América do Sul – Br. • Pênfigo vulgar ✓ Fator genético; ✓ Fatores imunológicos: autoanticorpos contra a demogleína 3; ✓ Quadro clínico: ➢ 50% iniciam com lesões exulceradas na mucosa oral semelhantes a aftas; ➢ 4 a 6 década de vida, distribuição universal (judeus); ➢ Há acometimento mucoso; ➢ Lesões na mucosa são bolhas flácidas, que rompem e levam a erosões que sangram facilmente; ➢ Pênfigo vulgar mucoso ou pênfigo vulgar mucocutâneo; ➢ Lesões cutâneas na face, couro cabeludo, axilas, virilha; ➢ Bolhas frágeis e formam-se áreas erodidas, úmidas, sangrantes, algumas recobertas por crostas hemáticas; ➢ Lesões evoluem com discromia, sem cicatriz; ➢ Doença grave, crônica e com períodos de remissão e exacerbação; ➢ Infecção bacteriana é uma das complicações, levando a sepse e choque séptico; ➢ Desnutrição e caquexia; ➢ Mais grave que o pênfigo foliáceo; ➢ Gestação pode agravar ou precipitar o pênfigo vulgar. ✓ Diagnóstico ➢ Quadro clínico; ➢ DD: pênfigo vulgar, gengivoestomatite herpética, eritema polimorfo, penfigoide bolhoso; ➢ Exame histopatológico: clivagem intraepidérmica acantolitica baixa (suprabasal); ➢ Provas imunológicas ❖ IFD: depósitos de IgG e C3; ❖ IFI: + em 90 a 100% dos casos ✓ Tratamento: 1 a 2mg/kg/dia de prednisona ➢ Sem resposta a corticoterapia em 7 a 10 dias ➔ associar com medicação imunossupressora; ➢ 1 opção: Azatioprina (2mg/kg/d); ➢ 2 opção: micofenolato mofetil 35 a 45mg/kg/dia; ➢ Refratários a tto: pulsoterapia com metilprednisolona1g/d/EV por 3 dias; ➢ Plasmaférese diminui Acs circulantes; ➢ Tto profilático para estrongiloidíase e investigação de osteoporose prévia ao uso dos corticoides. • Penfigoide bolhoso ✓ É chamado de penfigoide pois fica abaixo da epiderme! ✓ Doença bolhosa autoimune de clivagem subepidérmica com eosinófilos; ✓ Indivíduos idosos maior que 60 anos; ✓ Autoanticorpos contra antígenos de BP 230 (placa hemidesmossômica intracelular) e BP 180 (filamentos de ancoragem). ✓ Quadro clínico ➢ Bolhas grandes e tensas, de conteúdo claro ou hemorrágico, que aparecem sobre a pele normal ou eritematoedematosa uricariforme e intensamente pruriginosa; ➢ Predomínio das lesões nas dobras flexurais, face interna das coxas, virilha, axilas e parte inferior do abdome; ➢ Forma localizada ou disseminada; ➢ Acometimento mucoso em 10 a 35% dos pctes. ✓ Diagnóstico ➢ Quadro clínico; ➢ DD: pênfigo vulgar, eritema polimorfo, EBA, dermatite herpetiforme; ➢ Exame histopatológico: clivagem subepidérmica, não acantolítica e infiltrado inflamatório com numerosos eosinófilos, monócitos e alguns neutrófilos; ➢ Biópsia: na área perilesional, preferencialmente flexural; ➢ Provas imunológicas: ❖ Depósito linear ou em faixa ao longo da ZMB de C3 em 100% e de IgG em 90%; ❖ IFI: autoanticorpos presentes em 70% dos casos. ✓ Tratamento: ➢ Prednisona 1mg/kg/d até o controle das lesões e retirada gradual; ➢ Outras opções: dapsona 100mg/d, tetraciclina 2g/dia associada à nicotinamida 1,5mg/d, metotrexato 5mg/semana, azatioprina 2mg/kg/d), micofenolato mofetil 35 a 45 mg/kg/d; ➢ Corticoides tópicos na doença localizada; ➢ Mortalidade alta (17% após 3 meses de evolução e 31% após 6 meses); ➢ Tto profilático para estrongiloidíase e investigação de osteoporose prévia ao uso de corticoides. ERITEMA POLIMORFO • Síndrome de hipersensibilidade, recorrente, caracterizada pelo aparecimento súbito de lesões eritematovesicobolhosas na pele e/ou mucosas; • Forma minor: eritema polimorfo ou multiforme, mais comum, sintomas gerais discretos, evolução benigna, não acomete mucosas; • Forma major: mais rara, atinge pele e/ou mucosas, sintomas sistêmicos e decurso evolutivo grave. • Causas: ✓ Viroses: 50% HSV, mononucleose, HIV, varicela, hepatite B; ✓ Drogas: qualquer medicamento, particularmente analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais, antibióticos, barbitúricos; ✓ Bacterioses: Mycoplasma pneumoniae (2 a 3 semanas após o quadro bacteriano), Mycobacterium leprae; ✓ Micoses: histoplasma e coccidiomicose; ✓ Outros: inalação ou ingestão de drogas, doenças malignas, no decurso do tto e no LES, dermatomiosite. • Quadro clínico ✓ Início súbito, lesões eritematopapulosas ou eritematovesicobolhosas ou purpúricas; ✓ Lesões em alvo: área central eritematosa ou purpúrica, em torno da qual há área edematosa mais pálida e um anel externo eritematoso com limites bem definidos. ✓ Pode acometer mucosas, podendo ocorrer enantema, erosões ou manchas esbranquiçadas; ✓ Surtos durante dias e desaparecem em 1 2 semanas; ✓ Topografia: dorso das mãos, punhos, regiões palmares, superfície de extensão de cotovelos e joelhos; • Diagnóstico ✓ Quadro clínico; ✓ DD: pênfigo vulgar, LES, dermatite herpetiforme, urticária vasculite; ✓ Exame histopatológico: pesquisar BAAR ➢ Infiltrado perivascular composto principalmente por células mononucleares, podem ocorrer eosinófilos. Edema na derme. Lesão característica: necrose de queratinócitos por apoptose. ✓ Diagnóstico da etiologia: anamnese minuciosa sobre ingestão de drogas, vacinações e infecções no período de 3s anteriores ao surto. Inquirir doenças malignas e colagenoses, gravidez e uso de pílulas anticoncepcionais. • Tratamento ✓ Tópico: creme de corticoides ou em associação com ATB; ✓ Sistêmicos: anti-histamínico, etiologia herpética (aciclovir 1g diário de 5 a 10 dias); ✓ Formas recorrentes: tto profilático para infecção herpética; ✓ Etiologia bacteriana: eritromicina ou cefalosporina; ✓ Corticoides. Hanseníase – 19/05/21 INTRODUÇÃO • Doença causada por M. leprae, que acomete nervos e pele, cujo diagnóstico se baseia por: ✓ Lesões ou áreas da pele com alteração de sensibilidade ou; ✓ Espessamento neural com alteração de sensibilidade e/ou motora e/ou autônoma. AGENTE ETIOLÓGICO • Bacilo álcool-ácido resistente em forma de bastonete; • Bacilo intracelular obrigatório; • Alta infectividade e baixa patogenicidade; • Não é cultivável em meios de cultura artificiais. TRANSMISSÃO • Via respiratória e convívio prolongado • Eliminação de bacilos pela via aérea dos pacientes multibacilares (FONTE DE INFECÇÃO / GRUPO CONTAGIANTE); HANSENÍASE INDETERMINADA • Caracterização/Definição: ✓ Mancha única ou não mais que 5; ✓ Pequenas (menores que 10cm de diâmetro); ✓ Sem alteração de relevo / sem infiltração; ✓ Bordas regulares; ✓ Limitadas a uma região (não difusas); ✓ Visíveis/nítidas; ✓ Geralmente hipoestésicas; ✓ Hipo/arreflexicas à histamina endógenas; ✓ Hipo/anidróticas à prova do suor; ✓ Baciloscopia negativa; ✓ Histopatologia: negativa e inespecífica. HANSENÍASE TUBERCULOIDE • Caracterização/Definição: ✓ Pápula/Placa única ou não mais que 5; ✓ Com alteração de relevo (numular a circinada); ✓ Tamanhos variados; ✓ Bordas regulares e bem definidas externamente; ✓ Aspecto sarcoídico (mais vinhoso); ✓ Limitadas a uma região (não difusas); ✓ Geralmente anestésicas; ✓ Baciloscopia negativa; ✓ Histopatologia: negativa/Granulomas epitelioides bem formados. HANSENÍASE DIMORFA • Caracterização/Definição: ✓ Pápulas/Placas eritematosas múltiplas; ✓ Com alteração de relevo (circinada); ✓ Manchas hipocrômicas grandes (>10cm), difusas e com bordas irregulares; ✓ Tamanhos variados; ✓ Bordas externas irregulares; ✓ Hipo anestésica; ✓ Hipo arreflexia a histamina endógena; ✓ Nervos espessados e/ou dolorosos e/ou choque; ✓ Baciloscopia: positiva/negativa; ✓ Histopatologia: positiva para BAAR/ Granulomas mais desorganizados superficiais e profundos. HANSENÍASE VIRCHOWIANA • Caracterização/Definição: ✓ Infiltração difusa da face e áreas do corpo (dorso); ✓ Pápula/nódulos difusos (hansenomas); ✓ Distribuição das lesões difusas e simétricas; ✓ Anestésicas ou hipoestésicas; ✓ Dificuldades de definir área normoestésicas; ✓ Nervos espessados; ✓ Baciloscopias ++++; ✓ Histopatologia: infiltrado difuso, histiócitos xantomizados, globais e ++++ ACOMETIMENTO MOTOR DIAGNÓSTICO • Tempo de incubação – 5 anos aproximadamente • História epidemiológica (contatos) • Depende da Carga Bacilar e tempo de exposição • Susceptibilidade individual (famílias/contatos VV) • Quadro clínico: doença neurodermatológica • Baciloscopia • Sorologia ✓ Sorologia Anti PGL-1; ✓ Glicolipídeo fenólico – constituinte da parede do M. Leprae; ✓ 98% de especificidade; ✓ 80 a 90% de sensibilidade – MB; ✓ 15-25% de sensibilidade – PB; ✓ Diagnóstico precoce e seguimento de população de alto risco (contatos de MB). • Exames complementares como USOM, eletromiografia • A busca de alterações das funções dos ramúsculos neurais na pele: ✓ Alteração sensibilidade; ➢ Distúrbios objetivos (alterações da sensibilidade superficial) ❖ Sensibilidade térmica: instrumento que demonstre a diferença entre o quente (até 45°C) e frio. Ex.: tubos de ensaios com água aquecida e fria, algodão embebido com álcool ou éter e outro seco; ❖ Sensibilidade dolorosa: objeto pontiagudo como agulha de insulina estéril. Nesse caso, deve-se garantir a diferença entre sensibilidade dolorosa (ponta, sentir o “ai”) devendo alternar essas sensações para garantir exatidão do teste e evitar falseamento de respostas pelo paciente; ❖ Sensibilidade tátil: avaliar passando uma pequena mecha de algodão, ou qualquer instrumento leve e fino como monofilamento doestesiômetro, fio dental, ponta da caneta, ou até mesmo um fino “graveto”. ✓ Mecanismo vasomotor ➢ Prova da histamina: ausência do eritema reflexo. ✓ Função sudoral ➢ Teste do iodo-amido: objetiva-se avaliar a função autonômica simpática responsável pela sudorese. Pode- se observar ilhotas de anidrose e/ou hipoidrose após exercícios. • Avaliação do grau de incapacidade e da função neural ➔ estesiômetro EXAME FÍSICO • Dor e espessamento dos nervos BACILOSCOPIA • Critérios para indicação ✓ Trata-se de um exame complementar ao diagnóstico e deve ser solicitado pelo médico da unidade, prioritariamente, quando: ➢ Há caso de dúvida sobre a classificação operacional para Poliquimioterapia (PB ou MB); ➢ Para diagnóstico diferencial com outras doenças dermatoneurológicas; ➢ Há suspeita de recidiva; ➢ Avaliação do tratamento. • Com a pinça Kelly, fazer uma prega no sítio de coleta, pressionando a pele o suficiente para obter isquemia, evitando sangramento. HISTOPATOLOGIA • Muitos DD quanto aos seus SINAIS, no entanto, raros quanto aos SINTOMAS manifestos por ➔ alteração de sensibilidade no padrão intradérmico distribuído em ilha! TRATAMENTO • Poliquimioterapia padrão da OMS (PQT/OMS) ✓ FI e FT → PB (6 doses em até 9 meses); ✓ FD e FV → MB (12 doses em até 18 meses); ✓ Orientação quanto a possibilidade de ocorrer reações hansênicas. • Paucibacilar ✓ Duração: 6 meses ✓ Adulto: ➢ Uma dose mensal de Rifampicina – 600mg – duas cápsulas de 300mg, com administração supervisionada; ➢ Uma dose mensal de Dapsona – 100mg, com administração supervisionada; ➢ Uma dose diária de Dapsona – 100mg autoadministrada. ✓ Criança: ➢ Uma dose mensal de Rifampicina – 450mg – uma cápsula de 300mg + 1 frasco de 150mg, com administração supervisionada; ➢ Uma dose mensal de Dapsona – 50mg, com administração supervisionada; ➢ Uma dose diária de Dapsona – 50mg autoadministrada • Multibacilar ✓ Duração: 12 meses ✓ Adulto: ➢ Uma dose mensal de Rifampicina – 600mg – duas cápsulas de 300mg, Dapsona 100mg e Clofazimina – 300mg –três cápsulas de 100mg, com administração supervisionada ; ➢ Uma dose diária de Dapsona – 100mg autoadministrada; ➢ Uma dose diária de Clofazimina – 100mg autoadministrada. ✓ Criança: ➢ Uma dose mensal de Rifampicina – 450mg – uma cápsula de 300mg + 1 frasco de 150mg, Dapsona – 50mg e Clofazimina – 150mg – três cápsulas de 50mg, com administração supervisionada; ➢ Uma dose diária de Dapsona – 50mg, com autoadministrada; ➢ Uma dose diária de Clofazimina – 50mg autoadministrada, em dias alternados. REAÇÃO HANSÊNICA • São exacerbações inflamatórias que complicam o curso da infecção pelo Mycobacterium leprae e ocorrem em cerca de 40% dos pacientes; • Reação imunológica ao antígeno do M. leprae; • Embora bem menos frequente, podem ocorrem em micobacterioses como tuberculose, doença por Mycobacterium ulcerans, e ocasionalmente, micobacterioses não tuberculose; • Podem causar dano neural e contribuir para incapacidade e, por isso, a urgência de seu tratamento; • Podem ocorrer antes, durante e depois do tto. • O episódio reacional pode ser o quadro inicial que possibilita o diagnóstico de hanseníase. Neste caso deve-se iniciar a PQT e fazer tratamento específico da reação; • Conhecer o índice baciloscópico no diagnóstico contribui para a vigilância da ocorrência de reações; • Atenção aos casos MB que iniciam a PQT com numerosas lesões ou extensas áreas de infiltração cutânea, pois podem ter um risco maior de desenvolver reações e dano neural após completar as 12 doses; • Neurites podem acontecer em reações tipo 1 e tipo 2; • Pacientes podem ter reações tipo 1 e 2 concomitantemente; • Fatores associados: ✓ Infecções intercorrentes; ✓ Gravidez/puerpério; ✓ Vacinação; ✓ Stress físico e psicológico; ✓ Alguns fármacos; ✓ Tratamento irregular. • Reação tipo 1 ou reação reversa ✓ É causada pelo aumento da atividade do sistema imunológico contra o bacilo da hanseníase, ou mesmo contra restos de bacilos mortos ✓ Acomete 25% de todos os pacientes com hanseníase, sendo mais frequente nos MB; ✓ Pode vir acompanhado de febre e mal-estar; ✓ Lesões antigas se tornam eritematosas, brilhantes, infiltradas; ✓ Em geral, várias lesões novas; ✓ Pode haver ulceração das lesões; ✓ Regressão com descamação; ✓ Pode acometer rapidamente vários nervos periféricos, com dor, alteração da sensibilidade e da função motora; ✓ Excelente resposta clínica à corticoterapia. ✓ Monitoramento ➢ Avaliação clínica dermatológica mensal; ➢ Avaliação neurológica simplificada mensal; ➢ Estesiometrias – piora; ➢ Grau de incapacidade funcional. ✓ Tratamento ➢ 1,0 a 1,5 mg/kg/dia até a remissão do quadro; ➢ Redução lenta e gradual; ➢ Proteção contra órteses/imobilização; ➢ Descompensação neural; ➢ Tratamento verminoses/vit. D + Ca++; ➢ Ciclosporina – azatioprina - MTX • Reação tipo 2 ou eritema nodoso hansênico (ENH) ➔ pacientes Virchowvianos ✓ Reação por imunocomplexos ➔ TNFalfa e IFNgama; ✓ Recrutamento de neutrófilos de complemento; ✓ Histopatologia: infiltrado vascular de neutrófilos na derme e TCS, neutrófilos nem sempre estão presentes. Vasculite necrotizante e o achado de paniculite lobular. ✓ Ocorre quando muitos bacilos da hanseníase são mortos e gradualmente decompostos. Os antígenos dos bacilos mortos são expostos e provocam uma reação imunológica; ✓ Caracteriza-se por nódulos dérmicos ou subcutâneos eritematosos, quentes, móveis, por vezes dolorosos; ✓ Lesões eritematosas com formação de vesículas, bolhas, algumas vezes evoluindo para ulcerações; ✓ Sintomas sistêmicos, tais como febre, adenomegalia, perda de peso, artralgia, mialgia etc; ✓ Podem ocorrer neurites; ✓ A talidomida é o medicamento de escolha na dose de 100 a 40mg/dia, conforme a intensidade do quadro (para mulheres em idade fértil, observar a RDC nº11, de 22 de março de 2011, que dispõe sobre o uso da talidomida). Na impossibilidade do seu isso, prescrever prednisona na dose 1 a 1,5mg/kg peso/dia (excepcionalmente até 2mg/kg peso/dia); ✓ Manter a poliquimioterapia se o(a) doente ainda estiver em tratamento específico; ✓ Introduzir corticosteroide em caso de comprometimento de nervos, segundo o esquema já referido; ✓ Imobilizar o membro afetado em caso de neurite associada; ✓ Monitorar a função neural sensitiva e motora; ✓ Reduzir a dose da talidomida e/ou do corticoide conforme resposta terapêutica; ✓ Programar e realizar ações de prevenção de incapacidades. ✓ Tratamento ➢ Talidomida ❖ 100 a 300 mg/dia; ❖ Redução lenta e gradual. ➢ Associação com prednisona ❖ Neurite; ❖ ENH necrotizante; ❖ Orquite, edema de mãos e pés. • Eritema multiforme ➔ variante da reação tipo 2 ✓ Lesões maculopapulares, eritemato-vesiculares, eritemato-bolhosas e eritemato-purpúricas; ✓ Aspecto policíclico pela coalescência de três ou mais lesões; ✓ Lesões de aspecto urticariforme; ✓ Sintomas sistêmicos, como febre, mal-estar geral, astenia e edema; ✓ Na utilização da Prednisona, devem ser tomadas algumas precauções: ➢ Registro do peso, da pressão arterial e da taxa de glicose no sangue para controle; ➢ Fazer o tratamento antiparasitário com medicamento específico para Strongiloydes stercoralis, prevenindo a disseminação sistêmica deste parasita (Tiabendazol 50mg/kg/dia, em 3 tomadas por 2 dias ou 1,5 g/dose única, ou albendazol na dose de 400mg/dia, durante 3 dias consecutivos); ➢ A profilaxia da osteoporose deve ser feita com Cálcio 1.000mg/dia, vitamina D 400-800 UI/dia ou bifosfonatos (por exemplo, alendronato 10mg/dia, administrado com água, pela manhã, em jejum. Recomenda-se que o desjejum ou outra alimentação matinal ocorra, no mínimo, 30 minutos após a ingestão do comprimido do alendronato). • A recidiva em Hanseníase é rara em pacientes tratadosregularmente e com esquemas adequados; • Pode se apresentar de diversas formas como a doença inicial: lesões de pele (manchas, placas e nódulos) e/ou lesões neurais (parestesia, queda de pelos, pele seca, dor e/ou espessamento neural). IMUNIDADE E ESPECTRO DA HANSENÍASE CONCLUSÕES • Eventos agudos e difusos (urgência); • Nervos estão sempre envolvidos/patogênese; • Perdas sensitivas e motoras = incapacidade; • Interrupções do tratamento > comum fator para reações; • Reconhecer, tratar e acompanhar/intervir (cirurgias) precocemente são ações fundamentais para preservar a função neural dos pacientes evitando estigmas e preconceitos. MAIS SOBRE A HANSENÍASE • O Brasil ainda é um país que não alcançou a meta antiga de eliminação pela Prevalência <1 CN/10.000 hab. • Índice de avaliação de comunicantes ainda não adequado, não interrompe cadeia de transmissão (cronicidade) • Alta detecção em crianças • Alto número de casos com GIF 2 = incapacidade • Diagnóstico essencialmente clínico • > responsabilidade quanto ao diagnóstico precoce, tratamento e cura da hanseníase principalmente na Atenção Básica • Qual o panorama da Hanseníase no Brasil? ✓ Dados oficiais não refletem a realidade epidemiológica no país; ✓ Há um apagão do conhecimento em hanseníase na: ➢ Comunidade (sinais e sintomas = silenciosos); ➢ Profissionais de saúde da Atenção Básica (insegurança). Farmacodermias – 20/05/21 INTRODUÇÃO • Reação cutânea adversa à medicamentos; • 0,1 – 1% da população geral; • 2 – 3% dos hospitalizados. MEDICAMENTOS MAIS COMUNS • Penicilina; • AINES; • Alopurinol; • IECA; • Anticonvulsivantes aromáticos. CLASSIFICAÇÃO • Alérgica ➔ classificação Gel-Coombs; • Não alérgica. TIPO Exemplo I Imediata (anafilática) Urticária, angioedema II Citotóxica Penfigoide bolhoso, plaquetopenia induzida por droga III Imunocomplexos Doenças autoimunes, vasculites IV Hipersensibilidade tardia SSI e NET SÍNDROME DE STEVENS -JOHNSON E NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA • Mesma doença, dois espectros; • Pródromos (gripais); • Rash maculopapular eritematoso; • Disseminação centrífuga; • Doloroso; • Lesões em alvo atípicas; • 15 dias após o fármaco; • Autolimitada (1 mês) ➔ sem sequelas cutâneas e com sequelas mucosas; • Microorganismo (Mycoplasma pneumoniae 15%). Principal diferença: o quanto de descolamento ocorre na pele. Sinal de Nikolsky + AVALIAÇÃO DE GRAU DE RISCO - NET • Idade > 40 anos; • Taquicardia > 120 bpm; • Malignidade; • Superfície de pele descolada > 10%; • Ureia > 28 mg/ml; • Glicemia > 252 mg/ml; • Bicarbonato de sódio < 20 mmol/l DIAGNÓSTICO • Acometimento da pele, fazendo a diferenciação entre Steven-Johnson e NET; • Lesões mucosas obrigatórias: 2 áreas acometidas (oral, ocular, genital) TRATAMENTO • Internação; • Reposição hidroeletrolítica; • Nutrição enteral; • Lubrificante ocular. SÍNDROME DA PELE ESCALDADA • Exotoxinas esfoliativas A e B do Staphylococcus aureus; • Foco infeccioso: otites, conjuntivites e outras infecções; • Crianças maiores, rara em adultos; • Diagnóstico diferencial com NET; • Alguns dias após início do quadro infeccioso com febre; • Eritema difuso; • Bolhas flácidas que se rompem deixando áreas erosivas circundadas por retalho epidérmico; • Sinal de Nikolsky positivo; • Tratar fonte de infecção; • Antibiótico venoso; • Oxacilina 100 mg/kg/d 4/4h e depois seguir com tratamento oral para completar 14-21 dias; • Medidas gerais: ✓ Hidratação e prevenção de infecções secundárias. Erupções Eczematosas – 26/05/21 ECZEMA OU DERMATITE • Padrão de reação inflamatória, que se caracteriza por ✓ Eritema; ✓ Vesículas; ✓ Secreção; ✓ Crostas; ✓ Descamação; ✓ Liquenificação • Prurido: sintoma sempre presente. CLASSIFICAÇÃO • Clínica e Etiopatogenia ✓ Eczema de contato; ✓ Eczema atópico; ✓ Eczema de estase; ✓ Eczema disidrótico. ECZEMA DE CONTATO • Por irritação primária ✓ Mecanismos etiopatogênicos ➢ Irritação primária; ➢ Sensibilização ✓ Dermatite de contato por irritação primária ➢ Exposição a agentes → dano tecidual; ➢ Não há mecanismo imunológico ✓ Dermatite de contato por sensibilização ou dermatite de contato alérgica ➢ Participação do sistema imunológico; ➢ Período de sensibilização. • Por sensibilização ✓ Lesões à distância da área de contato; ✓ Período de sensibilização. ✓ História de contactantes ➢ Profissionais; ➢ Laser; ➢ Medicamentos ✓ Teste de contato ➢ Leitura em 48 e 72 horas; ➢ Relação com a clínica. DERMATITE ATÓPICA • Frequentemente associada alergias respiratórias: asma e rinite alérgica; • Curso crônico com períodos de agudização • Manifestações clínicas ✓ Eczema atópico infantil; ✓ Eczema atópico pré-puberal; ✓ Eczema atópico do adulto. • Critérios maiores na DA (3 ou mais) 1. Prurido; 2. Morfologia e distribuição típica das lesões (envolvimento extensor e facial nas crianças e liquenificação e linearidade flexural nos adultos); 3. Dermatite crônica e recidivante; 4. História pessoal ou familiar de atopia. • Critérios menores na DA 1. Xerose; 2. Infecções cutâneas; 3. Dermatite inespecífica de mãos e pés; 4. Ictiose palmar; 5. Hiperlinearidade palmar; 6. Ceratose pilar; 7. Pitiríase alba; 8. Eczema dos mamilos; 9. Dermografismo branco; 10. Catarata subcapsular anterior; 11. Ceratocone; 12. Aumento de IgE; 13. Testes alérgicos tipo-imediato positivos; 14. Início na infância; 15. Linha de Dennie-Morgan; 16. Sinal de Hertogue (rarefação das sobrancelhas); 17. Olheiras; 18. Eritema ou palidez facial; 19. Acentuação peri-folicular; 20. Influência ambientar e emocional; 21. Alopecia areata. • Eczema atópico infantil (2 anos) ✓ Surge entre 3 e 6 meses; ✓ Áreas eritemato-crostosas, inicialmente nas regiões malares, disseminando para o couro cabeludo, pescoço, fronte, punhos, face de extensão de membros e área de fralda; ✓ Infecções, distúrbios emocionais, alterações ambientais, imunizações podem agravar ou desencadear; ✓ Ag. Alimentares parecem ter algum papel ➔ ovo, castanha, leite, peixe, soja, galinha e aditivos alimentares. • Eczema atópico pré-puberal ✓ Ao término do 2 ano de vida; ✓ Resolução espontânea em menos da metade dos casos; ✓ As lesões se tornam menos exsudativas, mais papulosas e com tendência a liquenificação comprometendo as dobras antecubitais e poplíteas, punhos, pálpebras, face e pescoço; ✓ Aumenta a hipersensibilidade a inalantes (lã, pelo de animais, pólen, penas e poeira domiciliar – ácaros). • Eczema adolescente/adulto ✓ Lesões pápulo-descamativas e liquenificadas sujeitas a surtos de agudização; ✓ Dobras antecubitais e poplíteas, pescoço, pálpebras, mãos e punhos; ✓ A doença tende a se atenuar com a idade; ✓ Rara persistência após 30 anos. ECZEMA DE ESTASE • Predomina em adultos; • Início: edema e dermatite ocre; • Evolução: lesões eczematosas e infecções; • Erisipelas de repetição ➔ fibrose; • Uso de medicações tópicas ➔ sensibilização. ECZEMA DISIDRÓTICO • Lesões vesiculosas palmoplantares • Caráter recidivante • Fatores etiológicos ✓ Infecções fúngicas e Mícides; ✓ Infecções bacterianas; ✓ Endotantes; ✓ Contactantes; ✓ Atopia; ✓ Fatores emocionais. • Aparecimento súbito, agudo e recorrente; • Lesões vesiculosas, estritamente limitado às palmas das mãos e/ou às plantas dos pés e faces laterais e palmar dos dedos; • 80% acometem exclusivamente as mãos; • 10% acometem exclusivamente os pés; • Eritema discreto; • Diferencial com dermatite herpetiforme, penfigoide bolhoso e epidermólise bolhosa. TRATAMENTOS • Fase aguda – Tratamento Tópico ✓ Controledos quadros localizados. ✓ Soluções com ação secativa ➢ Permanganato de Potássio; ➢ Água Boricada. ✓ Cremes de corticoide ➢ Face, rosto e regiões genitais: preferir corticoides baixa potência; ➢ Outras áreas: corticoides de média a alta potência. • Fase crônica – Tratamento Tópico ✓ Controle dos quadros localizados. ✓ Pomadas de Corticóide ➢ Face, rosto e regiões genitais: preferir corticoides baixa potência; ➢ Outras áreas: corticoides de média a alta potência. ✓ Agentes Imunomoduladores ➢ Pimecrolimus; ➢ Tacrolimus. • Tratamento Sistêmico ✓ Corticóide Sistêmico ➢ Via oral: prednisona 0.5-1.0 mg / kg de peso; ➢ Injetável: Betametasona. ✓ Anti-histamínicos ➢ Fundamentais no controle do prurido; ➢ Não-sedantes: Loratadina, Fexofenadina; ➢ Sedantes: Hidroxizine, Dextroclorfeniramina. ✓ Dermatite Atópica: contraindicado uso de corticosteroide sistêmico ➔ fenômeno de rebote. Doenças Eritematoescamosas– 26/05/21 PSORÍASE • Doença crônica, incapacitante, não transmissível, dolorosa, desfigurante e para qual ainda não existe cura; • Comorbidades associadas Clássicas Artrite Psoriásica Doença Inflamatóri a Intestinal Distúrbios psicológicos e psiquiátricos Uveíte Emergentes Síndrome Metabólica Doenças cardiovasculares , Aterosclerose Apneia do sono Doença gordurosa não alcóolica do fígado Osteoporose Estilo de vida Tabagismo Alcoolismo Ansiedade Relacionadas ao tratamento Dislipidemias Câncer de Pele (UVA) Hipertensão (Ciclosporina) Nefrotoxicidad e (Ciclosporina) • Psoríase ungueal ✓ 50% dos pacientes com psoríase ✓ 80% dos pacientes com artrite psoriática ✓ Limita as atividades do dia a dia dos pacientes ✓ >50% dos pacientes têm dor ✓ Difícil de tratar ➢ Clareamento lento; ➢ Os tratamentos convencionais são geralmente difíceis de administrar e frequentemente não são eficazes; ➢ Sequelas. • Artrite psoriática ✓ Acomete 5% a 40 % dos pacientes com psoríase ✓ Sintomas iniciais: artralgia e/ou artrite de pequenas e grandes articulações ✓ 20 % dos casos: formas incapacitantes e mutilantes; ✓ Pior prognóstico: ➢ Múltiplas articulações; ➢ Artrite erosiva; ➢ Provas ativ. Inflamatória; ➢ Falha tratamento. • Psoríase invertida ✓ Acometimento de regiões intertriginosas ✓ Comum nos pacientes com psoríase ✓ Possibilidade de infecção secundária: fúngica e/ou bacteriana. Exame direto nas agudizações. ✓ Fatores de piora ➢ Transpiração; ➢ Fricção; ➢ Maceração. • Psoríase no couro cabeludo ✓ 70 a 80 % pacientes com psoríase ✓ Características peculiares tornam difícil seu tratamento: ➢ Dificuldade em aplicar medicações tópicas; ➢ Proximidade face e olhos: irritação; ➢ Manipulação frequente: Fenômeno de Köbner; ➢ Veículos nem sempre são bem aceitos. ✓ Tratamento tópico: restritos ao couro cabeludo ✓ Tratamento sistêmico: comprometimento outras áreas e resistência ao tratamento tópico exclusivo. • Psoríase gotada ✓ Aparecimento abrupto; ✓ Frequentemente aparece após infecção de vias aéreas superiores; ✓ Predomina em adolescentes e adultos jovens; ✓ 30% dos casos evolução para cura em poucos meses, mas pode evoluir para psoríase em placas; ✓ Caracteriza-se por lesões pequenas (“gotas”), localizadas preferencialmente no tronco e raízes dos membros. • Psoríase eritrodérmica ✓ Forma generalizada da doença ✓ Pode ser acompanhada de sintomatologia sistêmica ✓ Pode ser manifestação do fenômeno de rebote ou agravamento da psoríase ✓ Diagnósticos Diferenciais ➢ Micose Fungóide; ➢ Dermatite Atópica; ➢ Farmacodermia. • Psoríase pustulosa ✓ Psoríase Pustulosa Palmo-Plantar ➢ Crônica e recidivante; ➢ Etiologia Desconhecida; ➢ Variante pustulosa X Doença Distinta; ➢ 25% dos casos: associação psoríase placas; ➢ Predomina em mulheres; ➢ Faixa etária: 40-50 anos; ➢ Clinicamente: eritema, pústulas, descamação e hiperqueratose; ➢ Relação com Tabagismo. ❖ Hagforsen et al: estudo populacional mostrou risco 74 vezes maior de desenvolver psoriase pustulosa palmo-plantar em fumantes; ❖ Naldi et al: coorte com pacientes com psoríase, mostrou forte associação entre tabagismo e lesões pustulosas; ❖ Hipóteses: receptores nicotinicos nas glândulas e dutos écrinas e palmo-plantares; ❖ Poucas evidências: interrupção do tabagismo levaria a melhor e diminuição atividade. ✓ Acrodermatite Contínua de Hallopeau ➢ Variante rara de Psoríase Pustulosa ➢ Evolução crônica ➢ Pode acometer mãos e pés ➢ Paroníquia e distrofia ungueal ✓ Psoríase Pustulosa Generalizada ➢ Padrão de Von Zumbusch; ➢ Padrão Anular; ➢ Tipo exantemático. ✓ Evolução em surtos; ✓ Pode ocorrer como efeito rebote pós-corticoide sistêmico; ✓ Grave: risco de sepse e morte; ✓ Internação. • Avaliação da gravidade ✓ Moderada ou grave quando • Imunopatologia • Tratamento sistêmico ✓ 30% dos pacientes com Psoríase apresentam formas moderadas a grave ➢ PASI > 10 ou BSA > 10 ou DLQi >10 ✓ Fototerapia ou tratamentos sistêmicos ✓ Imunobiológicos ➢ Medicamentos de natureza proteica, obtidos por meio de técnicas de biotecnologia, que atuam diretamente no bloqueio de moléculas específicas do processo inflamatório. ➢ Agem como moduladores de células T e de citocinas. DERMATITE SEBORREICA • Dermatose crônica e recorrente; • Acomete áreas da pele ricas em glândulas sebáceas; • Glândulas sebáceas: estimuladas pelos andrógenos, ativas desde o nascimento; • Etiologia desconhecida, sendo questionado o papel etiopatogênico de bactérias e fungos; • Fatores agravantes / desencadeantes ✓ Calor; ✓ Umidade; ✓ Roupas: lã, flanela, tecido sintético; ✓ Stress. • Associação com doenças neurológicas ✓ Poliomielite e doença de Parkinson • AIDS ✓ Mais frequente, quadros mais graves. • Manifestações clínicas ✓ Duas formas clínicas: ➢ Dermatite Seborréica do Lactente; ❖ Crosta láctea: escamas aderentes couro cabeludo; ❖ Lesões na área de fralda e nas áreas seborreicas. ➢ Dermatite Seborréica do Adulto ❖ Descamação e eritema variáveis; ❖ Diagnóstico diferencial com psoríase pode ser difícil. • Tratamento ✓ Tratamento Tópico ➢ Controle efetivo da maioria dos casos ✓ Corticóides Tópico ➢ Loção cremosa ou Solução capilar, podem ser associados ao Ácido Salicílico (Diprosalic); ➢ Cremes ou pomadas: pele das áreas seborreicas; ➢ Curto prazo: controle das crise. ✓ Antifúngicos tópicos ➢ Shampoos ❖ Antifúngicos: Cetoconazol, ciclopiroxolamina; ❖ Ácido Salicílico; ❖ Tratamento de manutenção. PITIRÍASE RÓSEA • Doença inflamatória frequente, autolimitada; • Lesões eritematodescamativas disseminadas, progressivas, regressão posterior e cura; • Outono e verão; • Incidência: 20-30 anos; • Patogenia: Reativação do vírus HH7-HH8; • Prurido geralmente discreto; • Diagnóstico é clínico. ERITREDORMIA ESFOLIATIVA • Eritrodermia: eritema generalizado e persistente acompanhado de descamação e prurido; • Patogenia ✓ Dermatoses preexistentes: psoríase, pitiríase rubra pilar, pênfigo foliáceo, dermatite seborreica da infância, dermatite de contato, atópica; ✓ Manifestações de farmacodermias (anestésicos, sulfonamidas, alopurinol, lítio, anticonvulsivantes); ✓ Eritrodermias por linfomas e leucemias; ✓ Idiopáticas. • Quadro clínico ✓ Sexo masculino, após a 4 década; ✓ Eritema generalizado acompanhado de descamação. Pode ocorrer alopecia; ✓ Sintomas gerais: anorexia, sensação de frio e febre. • Diagnóstico ✓ Clínico; ✓ Anatomopatológico em três pontos, avaliação dos gânglios linfáticos; ✓ Dosagem de proteínas (hipoproteinemia). • Tratamento ✓ Orientado de acordo com a causa; ✓ Emolientes e corticoides de baixa potência; ✓ Internação para reposição proteica, equilíbrio hidroeletrolítico e investigações adequadas; ✓ Afastar drogas ou contactantessuspeitos; ✓ Antibióticos se houver infecção, anti-histamínicos sedantes, diuréticos para o edema periférico. Doenças Zooparasitárias – 02/06/21 LEISHMANIOSE • É uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero leishmania e transmitida por diferentes vetores da subfamília flebotomínea, que interagem com seres humanos e diversos mamíferos silvestres e peridomiciliares; • Zoonose potencial ➔ a leishmaniose é responsável por distintos quadros clínicos genericamente classificadas em tegumentar e visceral. • Transmissão: o protozoário tem um ciclo de vida no flebótomo e outro no homem, podendo passar de um para outro ✓ Vetor: ➢ Hábitos noturnos; ➢ Abundante durante todo o ano; ➢ Atividade diurna se importunando; ➢ Voa baixo, portanto dificilmente lesiona a face. • Fatores determinantes ✓ Migração; ✓ Deflorestamento (estrada, hidroelétrica, mineração); ✓ Mudança climática; ✓ Ecoturismo; ✓ Variação sazonal: áreas de chuvas. • Quadro clínico ✓ Lesão ulcerada com bordas emolduradas, fundo granuloso, podendo haver secreção serosa; ✓ Úlcera assintomática: se começar a ter sinais flogísticos, pensar em infecção secundária; ✓ Evolui com cicatriz atrófica, discrômicas ➔ mucosa; ✓ Inicia como pápula, que por sua vez ulcera e, se não tratada, pode evoluir para comprometer a mucosa. “Úlcera que chora” • Leishmania guaianensis: lesões satélites • Diagnóstico diferencial ➔ PLECT ➔ lesões verrucosas. ✓ Paracocciodiomicose ✓ Leishimaniose ✓ Esporotricose ✓ Cromomicose ✓ Tuberculose cutânea; ✓ Neoplasias • Evolução da lesão ➔ cicatriz inestética • Leishmaniose cutânea disseminada: + de 5 lesões em 2 segmentos diferentes. • Leishmaniose cutânea difusa: forma anérgica ➔ o paciente não responde à medicação e não tem defesa para o protozoário, ficando totalmente tomado pelas lesões. ✓ Incapacidade linfocitária de produzir INF-gama; ✓ Inativação dos macrófagos; ✓ Proliferação descontrolada dos parasitas. • Diagnóstico ✓ Kit Panótico: colhe amostra na úlcera e passa para o microscópio; ✓ Exame de esfregaço: formas arredondadas amastigotas, de 2 semanas a 3 meses para visualizar. ✓ Exame histopatológico • Tratamento ✓ Dependerá da disponibilidade da medicação; ✓ Eficácia e perfil de segurança da medicação; ✓ Toxicidade da medicação; ✓ Tolerabilidade; ✓ Glucantime 15-20 mg/kg; ✓ Anfotericina B desoxicolato; ✓ Anfotericina B lipossomal; ✓ Pentamidina; ✓ Úlcera cicatrizada não significa cura! ESCABIOSE • Sarna; • Sarcoptes scabei, var hominis; • Transmitida pelo contato pessoal; • Transmissão por roupas pode ocorrer, mas é excepcional; • Ciclo biológico do parasita: ✓ Todo no homem; ✓ O macho não invade a pele e morre após a cópula; ✓ Fêmea fecundada ➔ escava um túnel (à noite) ➔ deposita os ovos e morre; ✓ Quando trata, os ovos não morrem ➔ só morre a fêmea adulta. O ciclo dura cerca de 7 dias, então tem que tratar novamente. • Quadro clínico ✓ Prurido – geralmente noturna, pois as fêmeas cavam os túneis à noite; ✓ Túnel acariano; ✓ Distribuição características das lesões: ✓ Lesões secundárias (escoriações, foliculites, eczematizações). ✓ Escabiose nodular • Sarna norueguesa ✓ Altamente contagiosa pelo grande número de parasitas na camada córnea. ✓ Lesões queratósicas, descamativas espessas e presença de escoriações pela intensa coçadura das lesões. ✓ Geralmente pacientes imunocomprometidos ou por terapias intempestivas com corticóides. • Diagnóstico ✓ Sugerido: prurido noturno e distribuição de lesões; ✓ Quase certo: quando vários familiares também apresentam prurido ➔ trata a família; ✓ Confirmado: presença do parasita no túnel acariano; ✓ Escarificação do túnel acariano (lâmina de bisturi ou cureta); ✓ Colocar em lamínula com óleo; ✓ Examinar no microscópio com pequeno aumento; ✓ IMPORTANTE: O exame negativo não invalida o diagnóstico; ✓ Exame histopatológico • Diagnóstico diferencial ✓ Eczema atópico; ✓ Prurido estrófulo. • Tratamento ✓ Ivermectina ➢ Tratamento efetivo para terapêutica sistêmica; ➢ Dose: 200 u/kg para adultos e crianças > que 5 anos a cada 30 kg 1 cp; ➢ Repetir a adm em 7 – 10 dias; ➢ Trocar a roupa íntima e de cama. ✓ Permetrina loção a 5%; ➢ Tratamento efetivo; ➢ Adultos, crianças, gestantes e mulheres amamentando; ➢ Modo de uso: aplicar o produto no corpo e deixar agir por 10 a 12 horas por 2 noites seguidas; ➢ Repetir a aplicação em 7 – 10 dias; ➢ Trocar a roupa íntima e de cama; ➢ Importante: evitar o supertratamento pois pode causar dermatite de contato por irritante primário. LARVA MIGRANS • Dermatite linear serpiginosa, bicho geográfico ou verme de praia; • Indivíduo adquire a doença quando entra em contato com a areia ou solo contaminado com as fezes de cães e gatos; • A doença ocorre pela penetração na pele das formas larvárias; • Ancylostoma brasiliensis é o mais frequente. • Transmissão da doença ✓ Ovos se desenvolvem em areias ou terrenos arenosos e em condições favoráveis (calor e umidade) em 1 semana tornam-se larvas infestantes; ✓ Ancylostoma brasiliensis é um parasita nl do cão e gato; • Tratamento ✓ Albendazol em dose única 400mg; podendo repetir em 24hs; ✓ Ivermectina em dose única 200 micrograma/kg; ✓ Infestação mínima e pouco prurido, pode-se usar tiabendazol tópico (?); ✓ Se necessário, repetir o tratamento, dependendo da quantidade de parasitas. Micoses Superficiais – 02/06/21 DERMATOFITOSES • Produzidas por parasitas, Dermatófitos, que utilizam a queratina como fonte de subsistência. • Fungos dos gêneros: Microsporum, Epidermophyton, Tricophyton. • Antrofílicos, Geofílicos, Zoofílicos. • Fatores de risco ✓ Calçados fechados; ✓ Sudorese; ✓ Uso de roupas oclusivas; ✓ Banheiros e piscinas comunitárias ou coletivas. • Tinea corporis ✓ Placa anular, com atividade na borda (mais elevada, mais eritema e descamação intensa) ✓ Centro curado e atividade na borda ➔ crescimento centrífugo Lesões policíclicas • Tinea pedis • Tinea manus • Tinea cruris • Tinea capitis • Tinea barbae • Tinea incógnita • Granuloma tricofítico • Tinea da unha (Onicomicose) • Diagnóstico ✓ Clínico; ✓ Exame Micológico Direto ( não diferencia as espécies) no microscópio e clareia com KOH; ✓ Hifas hialinas septadas e ramificadas (obrigatório presença dos artroconídeos); ✓ Cultura 6 semanas. • Tratamento tópico ✓ Grupo 1 ➢ Ácido salicílico, ácido benzoico, iodo, violeta de genciana; ➢ Pouco usados; ➢ Mais irritantes e menos eficazes. ➢ ✓ Grupo 2 ➢ Derivados imidazólicos: isoconazol, triconazol, econazol; ➢ Ciclopiroxalamina, terbinafina e amorolfina; ➢ Creme, solução ou spray; ➢ 2x dia por 6 a 8 semanas. • Tratamento sistêmico ✓ Derivados azólicos e terbinafina; ✓ Griseofulvina para tinea do couro cabeludo. TÍNEA DA UNHA – ONICOMICOSES • Infeção por dermatófito ou por fungos, como leveduras, do gênero Candida; • Distribuição mundial, com variabilidade regional; • Predomina em climas temperados; • Pacientes diabéticos são mais propensos; • Distal, lateral, proximal, superficial ➔ lâmina ungueal; • Fatores de risco • Diagnóstico ✓ Clínico; ✓ Exame Micológico Direto ( não diferencia as espécies) no microscópio e clareia com KOH; ✓ Hifas hialinas septadas e ramificadas (obrigatório presença dos artroconídeos); ✓ Cultura 6 semanas. • Tratamento sistêmico ✓ Itraconazol 100mg 2x ao dia por 4 a 6 m ou pulsoterapia: 400mg ao dia por 7 dias e suspende 3s; ✓ Terbinafina 250mg ao dia ou pulsoterapia: 500mg por 7 e suspende 3 s; ✓ Fluconazol 150mg por semana 4 a 6 meses; ✓ Associaçãocom tratamento tópico. PITIRÍASE VERSICOLOR • Micose superficial crônica, distribuição universal, caracteriza-se pela presença de manchas hipocrômicas, eritematosas ou pardas, descamativas, especialmente em tronco, pescoço e raiz dos membros; • Fatores de risco: ✓ Predisposição individual; ✓ Hiperidrose; ✓ Imunossupressão; ✓ Após exposição solar. • Diagnóstico ✓ Clínico; ✓ Exame Micológico Direto; ✓ Lâmpada da Wood; ✓ DD: vitiligo, hipomelanose gutata do tronco, Melasma; • Tratamento tópico ✓ Tioconazol, isoconazol e bifonazol (solução ou loção a 1%) ➔ aplicar após o banho por 4 semanas; ✓ Terbinafina solução a 1% diariamente por 4 semanas. • Tratamento sistêmico ✓ Itraconazol 100mg 2x ao dia por 5 dias; ✓ Fluconazol 150mg por semana 4 semanas; ✓ Cetoconazol 200mg por 10 dias. CANDIDÍASE • Fungo Candida sp; • Mucosa/ Cutânea/ Sistêmica; • Mudança do microbioma: AIDS, imunossupressor; • Diagnóstico ➔ exame micológico direto. QUEILITE PÚSTULAS SATÉLITES INTERTRIGO • Tratamento (de candidíase até intertrigo) ✓ Nistatina; ✓ Imidazólicos (clotrimazol, isoconazol, tioconazol) solução, creme, creme vaginal; ✓ Sistêmico: fluconazol, itraconazol e cetoconazol. PARONÍQUIA • Infecção da região lateral ou proximal da prega ungueal; • Queda da integridade da epiderme; • QC: dor latejante, eritema, edema, podendo haver formação de abcesso; • Fatores de risco: ✓ Afecção ocupacional: contato com água, sabão e detergente; ✓ Retirada da cutícula, facilita entrada de microorganismos; ✓ Presença de coloração verde-escura ➔ Pseudomonas. • Tratamento ✓ Evitar o contato com água, sabão e detergente; ✓ Secar após contato com água; ✓ Antibióticos tópicos ou sistêmicos; ✓ Qd houver contaminação fúngica, associar antifúngicos . Erupções pápulo-pruriginosas – 09/06/21 PRURIDO • Dificuldade na avaliação; • Subjetivo – coceira, pinicação, queimação, incômodo; • Pacientes frustrados, sentem que os médicos desqualificam o quadro; • Distúrbio na qualidade de vida = à dor crônica; • Ausência de medicamentos específicos para prurido crônico; • Como mensurar? • O prurido é uma modalidade restrita à pele, membranas mucosas e córnea; • Prurido agudo ➔ interrompido junto com o gatilho inicial; • Prurido crônico ➔ mantido por 6 semanas ou mais. Distúrbios do sono, depressão, ansiedade, baixa autoestima, redução na capacidade de concentração; • Processo complexo, redundante e dinâmico; • Acomete aprox. 8% da população, sendo que 60% dos idosos sofrem de prurido moderado a leve. • Multifatorial ✓ Mecanismos neurológicos periféricos e centrais; ✓ Queratinócitos, citocinas inflamatórias, nervos cutâneos; ✓ SNC. • Principal sintoma das doenças de pele; • Ocorre também como sintoma de doença sistêmica. FISIOPATOLOGIA DO PRURIDO • 2 mecanismos ✓ Prurido histaminérgico; ✓ Prurido não-histaminérgico ➔ anti-histamínicos não irão resolver; • A grande maioria dos casos de prurido crônico não é mediada pela histamina; • As vias histaminérgicas e não histaminérgicas são separadas desde o gatilho inicial até sinalização no SNC; • Desencadeado pelo estímulo de terminações nervosas livres, localizadas nas junções dermoepidéricas de toda a pele, conjuntiva palpebral, mucosa traqueal e junções mucocutâneas. Tal estímulo é conduzido até o cérebro pelas fibras C; • Quem desencadeia o estímulo? Múltiplos mediadores químicos liberados ou resultados de lesões celulares (histamina, peptídeos, neuropeptídeos, peptídeos opioides, prostaglandinas, triptase e citocinas); • IL 31 ➔ interleucina do prurido ✓ Receptor IL-31 presente nos nervos sensitivos; ✓ Contribui para o alongamento e ramificação sensitivos cutâneos; ✓ Potencializa a via TH2; ✓ Nemolizumabe: liga-se ao receptor IL-32. SINALIZAÇÃO DO PRURIDO CRÔNICO • As mesmas vias estimuladas na dor crônica, também acontecem no prurido. Roxo: vias não-histaminérgicas. Verde: vias histaminérgicas. Vermelha: ambas. HIPERSSENSIBILIDADE NEURONAL • Prurido crônico cursa com fenômenos análogos a alodinia e hiperalgesia ➔ estímulos inócuos, como tato, são capazes de desencadear prurido; • Aumento na densidade, distribuição, espessura das fibras nervosas cutâneas ➔ excitabilidade aumentada dos neurônios sensitivos ➔ redução do limiar do prurido; • Prurido permanece após resolução das lesões cutâneas (DA); • Neurotransmissores classicamente associados à dor podem causar prurido em pacientes atópicos; • Estímulos dolorosos causam prurido em pacientes atópicos; • Plasticidade mal adaptativa ✓ A hiperestimulação de vias nociceptivas em pacientes com dor crônica gera um rearranjo massivo nas estruturas relacionadas à dor ➔ sensibilização central; ✓ Alguns fenômenos despertam no corno dorsal da medula espinal: ➢ Aumento da atividade espontânea; ➢ Redução do limiar da ativação por estímulos periféricos; ➢ Aumento do campo receptivo; ➢ Prurido crônico ➔ ativação das áreas cerebrais semelhantes às da dor. PRURIDO CRÔNICO • Classificações ✓ Prurido em pacientes que tem doenças de pele; ✓ Prurido em pacientes que não tem doenças de pele; ✓ Prurido em pacientes porque lesões o desencadearam. DERMATOSES QUE PODEM CURSAR COM PRURIDO • Doenças inflamatórias: dermatite atópica, dermatite de contato, psoríase, farmacodermias, xerose cutânea; • Doenças infecciosas: infestações, foliculite, micoses, doenças virais e bacterianas; • Autoimunes: dermatite herpetiforme, penfigoide bolhoso, dermatomiosite (prurido no couro cabeludo); • Genodermatoses: EB, Darier, Hailey-Hailey; • Gestação: prurido gestacional, penfigoide gestacional, erupção polimórfica da gestação; • Neoplasias: linfomas cutâneos T e B; PRURIDO SEM LESÃO CUTÂNEA • Alterações endócrinas e metabólicas ✓ Hipertireoidismo; ✓ DM ➢ Geralmente pacientes mal controlados, associado a xerose cutânea; ➢ Pode ser localizado, especialmente na área anogenital, em decorrência das candidose favorecidas pela doença; ➢ Ocasionalmente, neuropatia diabética produz prurido no couro cabeludo. ✓ Hiperparatireoidismo; ✓ Deficiência ou excesso de ferro; ✓ Causa da xerose cutânea; ✓ Generalizado; ✓ Colestase; ✓ Perimenopausa; ✓ Gestação. • Doenças infecciosas ✓ Prurido pós herpético; ✓ Helmintoses; ✓ Parasitoses; ✓ HIV; ➢ Até 45% ➢ Prurido do HIV; ➢ Erupções cutâneas pruriginosas. • Doenças hematológicas ✓ Policitemia vera; ✓ Linfomas; ✓ Plasmocitoma; ✓ Deficiência de ferro. • Tumores; ✓ Mais comum em neoplasias hematológicas e gastrointestinais; ✓ Mecanismo ainda desconhecido: produtos tóxicos produzidos pelo tumor? ✓ IL-31 é expressa em células tumorais; ✓ Pode preceder em muitos anos o aparecimento do tumor; ✓ Policitemia vera: 50% dos pctes; ✓ Tumores sólidos (colón, próstata, colo de útero); ✓ Síndrome carcinoide; ✓ Linfoma de Hodgkin: 30% ➢ Início nos MMII e pior à noite; ➢ Posterior generalização. • Drogas ✓ Opioides; ✓ Inibidores de ECA; ✓ Amiodarona; ✓ HCTZ; ✓ Sinvastatina; ✓ Estrógenos; ✓ Alopurinol; ✓ Cloroquina. • Alterações neurológicas ✓ Lesões expansivas cerebrais (tumores, abcessos, hemorragias); ✓ Esclerose múltipla; ✓ Compressão de nervos periféricos (notalgia parestésica); ✓ Neuropatia de fibras finas ➔ DM e cicatrizes (queimaduras, queloides). • Alterações psiquiátricas ✓ Ocorre em 32% dos pacientes; ✓ 2x mais comum em pctes com transtorno depressivo, sendo correlacionado com a severidade da doença; ✓ Transtorno de ansiedade; ✓ TOC; ✓ Prurido no couro cabeludo e face; ✓ Delírio de parasitose. • Doença renal crônica ✓ Causa exata é desconhecida; ✓ Maior concentração de magnésio, cálcio e PTH; ✓ Xerose cutânea; ✓ Micro-inflamação; ✓ Toxinas urêmicas; ✓ 43,5% sem alterações cutâneas; ✓ 37,9% com alterações cutâneas. • Prurido colestático ✓ Observado em25% dos casos sem relação com a gravidade, e de intensidade variável; ✓ Aumento dos ácidos biliares no sangue, neuropeptídeos opiódes e outros mediadores; ✓ Pode preceder o diagnóstico de doença hepática em anos (prurido premonitório); ✓ Pior ao entardecer e à noite; ✓ Generalizado, incluindo palmas e plantas, mesmo no estágio inicial. ESTATÍSTICAS • A origem do prurido pode ser desconhecida em até 20% dos casos; • Doença renal crônica: prurido em até 70% dos doente • Hemodiálise: 25,2% • Cirrose biliar primária: 80 – 100% • Linfoma de Hodgkin: 30% ANAMNESE • Há quanto tempo? • Associação com algum fator? Clima? Estresse? Medicação? • Localizado X generalizado; • Diurno X noturno; • Perda de peso, febre? • Diátese atópica: pode ser a causa do prurido mesmo sem lesões de dermatite atópica; • Após o banho: prurido aquagênico, xerose, policitemia vera; • Após atividade física: DA/Urticária colinérgica; • Localização: ✓ Dorso: notalgia parestésica; ✓ Pernas e dorso: DRC; ✓ Palmas e plantas: colestase; ✓ Vulvar: DM ou deficiência de ferro. • Período ✓ Noturno: malignidades; ✓ Inverno: xerose. EXAME FÍSICO • Determinar se as lesões cutâneas existentes (se houver) são decorrentes da coçadura ou não; • Escoriações; • Ulcerações; • Pápulas, nódulos, crostas; • Liquenificação; • Atrofia; • Hiper/hipocromia. EXAMES LABORATORIAIS • Hemograma • VHS; • Ferritina; • PCR; • LDH; • Função renal; • Hepatograma; • Sorologias; • Glicemia; • Cálcio; • TSH, PTH; • Lipidograma; • Se > 40 anos: ✓ Pesquisa de sangue oculto nas fezes; ✓ Suspeita de linfoma: rx tórax. TRATAMENTO • Lembrar que o anti-histamínico não é o único tratamento, pois a via da histamina não é a única que age para o prurido, principalmente quando ele é crônico. • Tratar a causa e utilizar da terapêutica específica; • Afastar agravantes (cortar as unhas, combater xerose, se houver insônia ➔ hipnóticos); • Evitar irritantes: lã, álcool, perfumes, sabonetes alcalinos; • Evitar banhos quentes e restringir sabão; • Uso de sabonetes com tecnologia syndet; • Hidratantes que recomponham a barreira hidrolipídica; • Para pruridos localizados ✓ Corticoides: efeito antipruritico está associado à redução da inflamação cutânea nas dermatoses inflamatórias. Não recomendado para prurido sem lesões cutâneas; ✓ Zinco, calamina, cânfora, mentol; ✓ Capsaicina ➢ Ativação de fibras C ➔ eritema e queimação; ➢ Promove taquifilaxia e retração de fibras nervosas epidérmicas; ➢ Eficaz na notalgia parestésica. PRURIDO ASTEASTÓSICO • Diminuição dos lipídeos do manto cutâneo; • Prurido de intensidade variável, contínuo ou por surtos; • Descamação e sequidão difusa da pele; • Faces de extensão, particularmente das pernas e coxas. • Fase crônica ➔ eczema asteastótico PRURIDO HIEMAL • Ocorre na estação fria em indivíduos com xerodermia ou indivíduos com a cútis normal, que nesta época, fazem uso excessivo de água quente e sabão; • Prurido e descamação, principalmente nas pernas. PRURIGOS • Grupo de dermatoses caracterizado por lesões papulosas intensamente pruriginosas; • Pápulas podem ser: foliculares, individuais, agrupadas, puntiformes ou achatadas, poligonais, agrupadas em placas liquenificadas; • Prurigo simples ✓ Encontradas em adolescentes e adultos, que se assemelha ao prurigo estrófulo; ✓ Reação de hipersensibilidade de causas múltiplas (picadas de insetos, drogas e alimentos); excluir doenças secundárias; ✓ Tratamento: corticoides tópicos. • Prurigo nodular (de Hyde) ✓ Lesões papulapruriginosas, de 0.5 a 3 cm, hiperqueratósicas e hiperpigmentadas, frequentemente escoriadas na superfície, acompanhadas de prurido intenso; ✓ Superfície de extensão dos antebraços e pernas; ✓ Evolução crônica de difícil tratamento; ✓ Tto: corticoides potentes em oclusão ou infiltração, nos casos extensos a talidomida é a 1ª opção. ✓ Mulheres de meia idade; ✓ Etiologia desconhecida; ✓ Hipótese: aumento da reatividade a neuromediadores que são liberadores de histamina e por isso o prurido intenso; ESTRÓFULO • Quadro comum no 1 ao 2 ano de vida; • Lesões urticariformes encimadas por vesículas; • Reação de hipersensibilidade a diversos agentes; • Aparecimento súbito de urticas em número variável ➔ pápulas vesículas; • Algumas lesões são resultado da autossensibilização; • Evolução é por surtos; • Infecção secundária. • DD com escabiose; • Tto dirigido para evitar surtos, por meio de combate aos insetos; • Uso de mosquiteiros, repelentes e medidas higiênicas; • Repelentes: entre 6 meses e 2 anos, está liberado o IR3535. Acima de 2 anos pode-se usar o DEET e a icaridina; • Tto sintomático das lesões: anti-histamínicos VO e S/N corticoides sistêmicos; • Tópicos: corticoides; • Evolução: cura espontânea por evolução imunológica. LÍQUEN PLANO • Adultos (30 a 60 anos); • Incidência mundial, sem preferência por sexo; • < 1% da população; • Etiopatogenia: genética + fatores ambientais ➔ autoimunidade, infiltração de linfócitos T contra queratinócitos da camada basal. Hipergranulose, ceratinócitos apoptóticos, denso processo inflamatório linfocitário. • Quadro clínico: pápulas poligonais, achatadas, de 0,5 a 2mm de diâmetro, de superfície lisa e de cor vermelho-violácea; Forma bolhosa de Nikolsky Estrias de Wickham Fenômeno de Koebner Lesões de mucosa ➔ 60% • Líquen plano hipertrófico ✓ Variante mais pruriginosa, geralmente nas pernas e dorso dos pés • Liquen plano pilar: placa hipertrófica violácea com presença de liquenificação • Alopecia frontal fibrosante ➔ por infiltrado de linfócitos • Líquen plano ungueal • Líquen estriado ✓ Dermatose inflamatória linear e autolimitada; ✓ Quase exclusivamente em crianças; ✓ Patogenia desconhecida; ✓ Hipótese: reação imune linfócitos T contra células epiteliais aberrantes (seguem linhas de Blaschko). ✓ Quadro clínico: ➢ Acomete preferencialmente braços, pernas e pescoço de maneira unilateral; ➢ Mais frequente nos atópicos; ➢ Atinge sua expressão máxima em 2 a 3 semanas e a resolução espontânea em 3 a 6 meses; ➢ Dg é clínico; ➢ Tto: corticoides tópicos S/N. Pápulas esbranquiçadas, brilhantes, confluentes. • Diagnóstico ✓ Clínico; ✓ Exame histopatológico: hipergranulose, acantose em dentes de serra, infiltrado inflamatório linfocitário na interface dermoepidérmica; ✓ Corpos de civate (queratinócitos degenerados). • Tratamento ✓ Depende da extensão das lesões e do comprometimento para o pcte; ✓ Formas disseminadas: corticoides sistêmicos por 4 a 6 semanas com regressão gradual; ✓ Formas localizadas: corticoides tópicos; ✓ Anti-histamínicos em caso de prurido; ✓ Remissão espontânea e pode haver recidiva do quadro. ERUPÇÕES URTICARIADA S • Urtica ✓ Dermatose pruriginosa – erupção monomórfica; ✓ Lesão eritematoedematosa; ✓ Alguns mm a cm de diâmetro; ✓ Isoladas ou confluentes; ✓ Formas e tamanhos variados; ✓ Caráter transitório (24h); ✓ Liberação de histamina pelos mastócitos ➔ vasodilatação, extravasamento de líquidos, edema ➔ comprime os vasos dilatados, diminui a vasodilação ➔ áreas centrais esbranquiçadas, circundadas por lesões avermelhadas ➔ edema absorvido em horas. ✓ Classificação ➢ Crônica (duração maior que 6 semanas) ❖ Espontânea o Causas conhecidas (infecções, autoimunidade); o Causas desconhecidas. ❖ Induzida (por gatilho específico). o Frio, calor, pressão, solar, aquagênica. ➢ Aguda (duração menor que 6 semanas) ✓ Causas ➢ Medicamentos: ATB, AINH, AAS, Opióides, Narcóticos; ➢ Alimentos: leite/ovo/amendoim/soja/peixe/marisco; ➢ Infecções: vírus/bactérias/parasitas; ➢ Veneno picada de insetos; ➢ Stress; ➢ Idiopática. • Angioedema
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