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1 Lorena Leahy VISAO GERAL Fonte: Tortora microbiologia Primeira linha de defesa: A primeira linha de defesa mantém os patógenos fora do corpo ou os neutraliza antes que uma infecção se inicie. A pele, as membranas mucosas e determinadas substâncias antimicrobianas são parte dessas defesas. Segunda linha de defesa: A segunda linha de defesa retarda ou limita as infecções quando a primeira linha de defesa falha. Ela inclui proteínas que produzem inflamação, a febre que aumenta a atividade das citocinas, além de fagócitos e células NK que atacam e destroem as células tumorais e aquelas infectadas por vírus. Constituintes do sangue: -O sangue é constituído de um fluido, denominado plasma, e de elementos constituintes – isto é, células e fragmentos celulares suspensos no plasma. Os elementos constituintes incluem as hemácias, ou eritrócitos, ou ainda glóbulos vermelhos; os leucócitos, ou glóbulos brancos; e as plaquetas. Os elementos constituintes são produzidos na medula óssea vermelha por células- tronco em um processo chamado de hematopoiese. Esse processo se inicia quando uma célula, denominada célula-tronco pluripotente, gera dois tipos de células, chamadas de células-tronco mieloides e células-tronco linfoides. Todos os elementos constituintes se desenvolvem a partir desses dois tipos de células-tronco. -Os leucócitos são divididos em duas categorias principais com base em sua aparência ao microscópio óptico: granulócitos e agranulócitos. Os granulócitos têm esse nome devido à presença de grandes grânulos em seu citoplasma, os quais podem ser vistos ao microscópio óptico após coloração. São diferenciados em três tipos de células com base na coloração dos grânulos: neutrófilos, basófilos e eosinófilos. Os neutrófilos coram-se em lilás-claro com uma mistura de corantes ácidos e básicos. Os neutrófilos também são comumente chamados de leucócitos polimorfonucleares (PMNs), ou polimorfos. (O termo polimorfonuclear refere-se ao fato de que os núcleos dos neutrófilos contêm de 2 a 5 lóbulos.) Os neutrófilos, que são altamente fagocíticos e móveis, são ativos nos estágios iniciais de uma infecção. Eles têm a capacidade de deixar o sangue, chegar ao tecido infectado e destruir os micróbios e partículas estranhas. Os basófilos coram-se em azul-púrpura com o corante básico azul de metileno. Eles liberam substâncias, como a histamina, que são importantes na inflamação e nas respostas alérgicas. Os eosinófilos coram-se em vermelho ou cor de laranja com o corante ácido eosina. Eles são de algum modo fagocíticos e também têm a capacidade de deixar o sangue. Sua função principal é produzir proteínas tóxicas contra certos parasitos, como os helmintos. Embora os eosinófilos sejam fisicamente muito pequenos para ingerir e destruir os helmintos, eles podem fixar-se à superfície externa dos parasitos e liberar íons peróxido que os destroem. Sua quantidade aumenta significativamente durante certas infecções por vermes parasitários e nas reações de hipersensibilidade (alergia). Os agranulócitos também têm grânulos em seu citoplasma, porém os grânulos não são visíveis ao microscópio óptico após coloração. Existem três tipos de agranulócitos: monócitos, células dendríticas e linfócitos. Os monócitos não são ativamente fagocíticos até que eles deixem o sangue circulante, entrem nos tecidos do corpo e se diferenciem em macrófagos. Na verdade, a proliferação dos linfócitos é um fator responsável pelo aumento dos linfonodos durante uma infecção. Quando o sangue e a linfa que contêm microrganismos passam Imunidade Inata 2 Lorena Leahy pelos órgãos contendo macrófagos, os microrganismos são removidos por fagocitose. Os macrófagos também eliminam células velhas do sangue. As células dendríticas sejam derivadas das mesmas células precursoras dos monócitos. Elas apresentam longos prolongamentos que se assemelham aos dendritos das células nervosas, daí o seu nome. As células dendríticas são, sobretudo, abundantes na epiderme da pele, nas membranas mucosas, no timo e nos linfonodos. As células dendríticas destroem os micróbios por fagocitose e iniciam a resposta imune adaptativa. Os linfócitos incluem as células natural killer, as células T e as células B. As células natural killer (NK) são encontradas no sangue, no baço, nos linfonodos e na medula óssea vermelha. Elas têm a capacidade de destruir uma ampla variedade de células infectadas do corpo e certas células tumorais. As células NK atacam quaisquer células do corpo que apresentem na membrana plasmática proteínas anormais ou incomuns. A ligação das células NK a uma célula-alvo, como uma célula humana infectada, causa a liberação de vesículas contendo substâncias tóxicas das células NK. Alguns grânulos contêm uma proteína, chamada de perforina, que se insere na membrana plasmática da célula-alvo e cria canais (perfurações) na membrana. Assim, o líquido extracelular flui para o interior da célula-alvo e ela se rompe, processo chamado de citólise (cito- célula; -lise perda). Outros grânulos das células NK liberam granzimas, enzimas que digerem proteínas, que induzem a célula-alvo a sofrer apoptose, ou autodestruição. Esse tipo de ataque destrói as células infectadas, mas não os micróbios dentro das células; os micróbios liberados, que podem ou não estar intactos, podem ser destruídos pelos fagócitos. As células T e B geralmente não são fagocíticas, porém exercem uma função importante na imunidade adaptativa. Elas estão presentes nos tecidos linfoides do sistema linfático e também circulam no sangue. - O sistema linfático consiste em um fluido, denominado linfa, em vasos, chamados de vasos linfáticos, em várias estruturas e órgãos contendo tecido linfoide e em uma medula óssea vermelha, onde as células-tronco se diferenciam em células do sangue, incluindo os linfócitos. -O tecido linfoide contém uma grande quantidade de linfócitos, incluindo células T e B, e células fagocitárias, que participam das respostas imunes. Os linfonodos são os sítios de ativação das células T e B, as quais destroem os micróbios pelas respostas imunes. -Também dentro dos linfonodos estão as fibras reticulares que retêm os micróbios, além dos macrófagos e das células dendríticas, que destroem os micróbios por fagocitose. 3 Lorena Leahy Ações das células fagocíticas: -As células que realizam fagocitose são denominadas fagócitos. Todos os fagócitos são tipos ou derivados de leucócitos. Quando ocorre uma infecção, os granulócitos (principalmente os neutrófilos, mas também os eosinófilos e as células dendríticas) e os monócitos migram para a área infectada. Durante essa migração, os monócitos aumentam de tamanho e se diferenciam em macrófagos ativamente fagocíticos. Essas células deixam o sangue e migram para os tecidos, onde se tornam maiores e se desenvolvem em macrófagos. -Alguns macrófagos, chamados de macrófagos fixos, ou histiócitos, residem em determinados tecidos e órgãos do corpo. Macrófagos fixos são encontrados no fígado (células de Kupffer), nos pulmões (macrófagos alveolares), no sistema nervoso (microgliócitos), nos brônquios, no baço (macrófagos esplênicos), nos linfonodos, na medula óssea vermelha e na cavidade peritoneal que circunda os órgãos abdominais (macrófagos peritoneais). -Outros macrófagos são móveis, sendo chamados de macrófagos livres (errantes), que perambulam pelos tecidos e chegam aos locais da infecção ou inflamação. Os vários macrófagos do corpo constituem o sistema fagocítico mononuclear (reticuloendotelial). -Durante o curso de uma infecção, ocorre uma mudança no tipo de leucócito que predomina na corrente sanguínea. Os granulócitos, sobretudo os neutrófilos, dominam durante a fase inicial de uma infecção bacteriana, momento em que são ativamente fagocíticos; essa dominância pode ser constatada por meio dos números elevados dessacélula em uma contagem diferencial de leucócitos. Contudo, à medida que a infecção progride, os macrófagos predominam; eles procuram por alimento e fagocitam bactérias vivas remanescentes, bactérias em fase de morte ou aquelas já mortas. O número de monócitos (que se desenvolvem em macrófagos) também é demonstrado em uma contagem diferencial de leucócitos Terceira linha de defesa: A terceira linha de defesa inclui os linfócitos, mostrados na tabela abaixo, que têm como alvo a destruição de patógenos específicos, quando as defesas de segunda linha falham em controlar as infecções. Incluem um componente de memória que permite ao corpo responder de forma mais eficiente ao mesmo patógeno no futuro. -A primeira e a segunda linha de defesas fazem parte do sistema imune inato, ao passo que a terceira linha de defesa é chamada de sistema imune adaptativo. Muitos leucócitos (glóbulos brancos) coordenam os esforços no controle das infecções na segunda e terceira linhas da defesa imune. 4 Lorena Leahy 5 Lorena Leahy Conceito de imunidade -A imunidade, também chamada de resistência, é a capacidade de prevenir o surgimento de doenças causadas por micróbios ou por seus produtos, e de proteger contra agentes ambientais, como pólen, substâncias químicas e pelos de animais. A ausência de imunidade é chamada de suscetibilidade. -Em geral, existem dois tipos de imunidade: inata e adaptativa. A imunidade inata refere-se às defesas que estão presentes ao nascimento. Elas estão sempre disponíveis para proporcionar respostas rápidas para nos proteger contra as doenças. -A imunidade inata não envolve o reconhecimento de um micróbio específico. Além disso, a imunidade inata não apresenta resposta de memória, isto é, uma reação imune mais rápida e mais forte ao mesmo micróbio em outro momento. A primeira linha de defesa da imunidade inata inclui a pele e as membranas mucosas, e a segunda linha de defesa inclui as células natural killer, os fagócitos, inflamação, febre e substâncias antimicrobianas. As respostas imunes inatas representam o sistema de alerta precoce da imunidade e são projetadas para impedir que os micróbios tenham acesso ao corpo e para ajudar a eliminar aqueles que tiverem acesso. -A imunidade adaptativa tem como base uma resposta específica a um determinado micróbio caso ele tenha rompido as defesas da imunidade inata. Ela se ajusta para lidar com um micróbio em particular. Diferentemente da imunidade inata, a imunidade adaptativa é mais lenta na sua resposta, contudo apresenta um componente de memória que permite ao corpo responder de maneira mais efetiva aos mesmos patógenos no futuro. A imunidade adaptativa envolve linfócitos (um tipo de glóbulo branco), chamados de células T (linfócitos T),e linfócitos B -As respostas do sistema inato são ativadas por proteínas receptoras presentes na membrana plasmática das células defensivas. Entre esses ativadores estão os receptores semelhantes ao Toll (TLRs, de Toll-like receptors). Esses TLRs se ligam a vários componentes geralmente encontrados nos patógenos que são chamados de padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs, de pathogen-associated molecular patterns) -Duas das células defensivas envolvidas na imunidade inata, chamadas de macrófagos e células dendríticas, estabelecem uma ligação entre a imunidade inata e a adaptativa. Quando os TLRs dessas células encontram os PAMPs dos micróbios, como o LPS de bactérias gram-negativas, os TLRs induzem as células defensivas a liberarem substâncias químicas, chamadas de citocinas. -As citocinas são proteínas que regulam a intensidade e a duração das respostas imunes. Uma função das citocinas é recrutar outros macrófagos e células dendríticas, assim como outras células defensivas, para isolar e destruir os micróbios como parte da resposta inflamatória. As citocinas também podem ativar as células T e B envolvidas na imunidade adaptativa. Inflamação -O dano causado aos tecidos do corpo desencadeia uma resposta defensiva local, chamada de inflamação, outro componente da segunda linha de defesa. O dano pode ser causado por uma infecção microbiana, por agentes físicos (como calor, energia radiante, eletricidade ou objetos pontiagudos) ou por agentes químicos (ácidos, bases e gases). Em geral, a inflamação é caracterizada por quatro sinais e sintomas: rubor, dor, calor e edema. Algumas vezes, um quinto sintoma, a perda de função, está presente; sua ocorrência depende do local e da extensão do dano. -A inflamação tem as seguintes funções: (1) destruir o agente causador, se possível, e removê-lo do corpo com seus derivados; 6 Lorena Leahy (2) caso a destruição não seja possível, limitar os efeitos no corpo, confinando ou isolando o agente causador e seus derivados (3) reparar ou substituir o tecido afetado pelo agente causador ou seus derivados. -Se a causa de uma inflamação for removida em um período relativamente curto, a resposta inflamatória será intensa, a chamada inflamação aguda. -Durante os estágios iniciais da inflamação, estruturas microbianas, como a flagelina, os lipopolissacarídeos (LPS) e o DNA bacteriano estimulam os receptores semelhantes ao Toll dos macrófagos para que eles produzam citocinas, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa, de tumor necrosis factor alpha). - Em resposta ao TNF-alfa no sangue, o fígado sintetiza um grupo de proteínas, chamadas de proteínas de fase aguda; outras proteínas, de fase aguda estão presentes no sangue em uma forma inativa, sendo convertidas para uma forma ativa durante a inflamação. -As proteínas de fase aguda induzem respostas locais e sistêmicas e incluem a proteína C reativa, lecitinas que se ligam à manose e muitas outras proteínas especializadas, como o fibrinogênio para a coagulação sanguínea e as cininas para a vasodilatação. -Todas as células envolvidas na inflamação apresentam receptores para TNF-alfa e são ativadas por ele para produzirem mais de seu próprio TNF alfa. Isso amplifica a resposta inflamatória. Infelizmente, a produção excessiva de TNF- alfa pode resultar em distúrbios, como a artrite reumatoide e a doença de Crohn. Anticorpos monoclonais são utilizados terapeuticamente no tratamento desses distúrbios inflamatórios. -O processo da inflamação em três estágios: vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, migração de fagócitos e fagocitose e reparo tecidual. 1. Vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular -Imediatamente após um lesão tecidual (Figura 16.9a), os vasos sanguíneos dilatam-se (aumentam em diâmetro) na área da lesão, e a sua permeabilidade aumenta (Figura 16.9b). A dilatação dos vasos sanguíneos, chamada de vasodilatação, é a responsável pelo rubor (eritema) e pelo calor associados à inflamação -O aumento da permeabilidade permite que as substâncias defensivas normalmente retidas no sangue atravessem as paredes dos vasos sanguíneos e cheguem até a área da lesão. O aumento da permeabilidade, que permite ao fluido se mover do sangue para os espaços no tecido, é responsável pelo edema (acúmulo de fluido) da inflamação. -A dor na inflamação pode ser causada por dano ao nervo, irritação por toxinas ou pressão do edema. - 1 A vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular são causados por várias substâncias químicas liberadas pelas células danificadas em resposta a um trauma. Uma dessas substâncias é a histamina, presente em muitas células do corpo, sobretudo em mastócitos no tecido conectivo, basófilos circulantes e plaquetas. Como uma resposta direta a uma lesão, a histamina é liberada pelas células que a contêm; ela também é liberada em resposta à estimulação por certos componentes do sistema complemento (discutido adiante). Granulócitos fagocíticos atraídos para o local da lesão também podem produzir substâncias que causam a liberaçãoda histamina. -As cininas constituem outro grupo de substâncias que causam a vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular. As cininas estão presentes no plasma sanguíneo e, uma vez ativadas, desempenham uma função importante na quimiotaxia, atraindo granulócitos fagocíticos, principalmente neutrófilos, até a área da lesão. -As prostaglandinas, substâncias liberadas pelas células danificadas, intensificam os efeitos da histamina e das cininas e ajudam os fagócitos a se moverem através das paredes dos capilares. 7 Lorena Leahy -Os leucotrienos são substâncias produzidas pelos mastócitos (células muito numerosas no tecido conectivo da pele, no sistema respiratório e nos vasos sanguíneos) e basófilos. Os leucotrienos causam o aumento da permeabilidade vascular e ajudam a atrair os fagócitos até os patógenos. Vários componentes do sistema complemento estimulam a liberação de histamina, atraem os fagócitos e promovem a fagocitose. -Os macrófagos fixos ativados também secretam citocinas, que provocam vasodilatação e um aumento da permeabilidade. A vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular também auxiliam na distribuição dos elementos da coagulação sanguínea para a área danificada. -2 O coágulo sanguíneo que se forma ao redor do local de atividade impede que o micróbio (ou suas toxinas) se espalhe para outras partes do corpo. -3 Como consequência, pode haver um acúmulo localizado de pus, uma mistura de células mortas e fluidos corporais, em uma cavidade formada pela degradação dos tecidos. Esse foco de infecção é chamado de abscesso. Abscessos comuns incluem pústulas e furúnculos. -Apesar de desempenharem um papel positivo no processo inflamatório, as prostaglandinas também estão associadas à dor relacionada à inflamação. Fármacos, como o ibuprofeno e o ácido acetilsalicílico são frequentemente utilizados no alívio da dor, uma vez que inibem a produção de prostaglandinas. Infelizmente, esses fármacos também interferem com a capacidade do estômago de se proteger da acidez do suco gástrico. Portanto, o uso prolongado desses fármacos pode provocar dores de estômago, azia e úlceras. 8 Lorena Leahy 2. Migração fagocítica e fagocitose -Em geral, em uma hora após o início do processo inflamatório, os fagócitos entram em cena. -4 À medida que o fluxo sanguíneo diminui gradualmente, os fagócitos (neutrófilos e monócitos) começam a aderir-se à superfície interna do endotélio (revestimento interno) dos vasos sanguíneos. Esse processo de adesão em resposta a citocinas locais é chamado de marginação. As citocinas alteram as moléculas de adesão celular nas células que revestem os vasos sanguíneos, fixando os fagócitos no local da inflamação. (A marginação também é observada na medula óssea vermelha, onde as citocinas podem liberar fagócitos na circulação quando forem necessários.) - 5 Então, os fagócitos acumulados começam a comprimir-se entre as células endoteliais dos vasos sanguíneos para alcançar a área da lesão. Essa migração, que se assemelha ao 9 Lorena Leahy movimento ameboide, é chamada de diapedese; o processo pode levar apenas cerca de 2 minutos. -6 Os fagócitos, então, começam a destruir os microrganismos invasores pela fagocitose. -Certas substâncias químicas atraem os neutrófilos para o local da lesão (quimiotaxia). Essas substâncias incluem compostos químicos produzidos por microrganismos e até mesmo por outros neutrófilos; outras substâncias químicas são as cininas, os leucotrienos, as quimiocinas e componentes do sistema complemento. -As quimiocinas são citocinas quimiotáticas para fagócitos e células T e, dessa forma, estimulam tanto a resposta inflamatória, quanto a imunidade adaptativa. A disponibilidade de um fluxo constante de neutrófilos é assegurada pela produção e liberação de granulócitos adicionais oriundos da medula óssea vermelha. À medida que a resposta inflamatória continua, os monócitos acompanham os granulócitos até a área infectada. Depois que os monócitos já estiverem confinados no tecido, eles sofrem mudanças em suas propriedades biológicas, tornando-se macrófagos livres. Os granulócitos predominam nos estágios iniciais da infecção, mas tendem a morrer rapidamente. -Os macrófagos aparecem durante um estágio tardio da infecção, após os granulócitos terem desempenhado suas funções. Eles são muito mais fagocíticos que os granulócitos e são grandes o suficiente para fagocitar o tecido e os granulócitos que tenham sido destruídos, assim como os microrganismos invasores. Após os granulócitos ou macrófagos terem englobado grandes quantidades de microrganismos e tecido danificado, eles, por fim, são destruídos. Como consequência, forma-se pus, e sua formação geralmente continua até que a infecção diminua. Às vezes, o pus é pressionado para a superfície do corpo ou para dentro de uma cavidade interna para dispersão. Em outras ocasiões, o pus pode permanecer mesmo que a infecção tenha terminado. Nesse caso, o pus é gradualmente destruído ao longo de alguns dias, sendo absorvido pelo corpo. ] -Mesmo a fagocitose sendo efetiva em contribuir para a resistência inata, há ocasiões em que o mecanismo se torna menos funcional em resposta a certas condições. Por exemplo, com a idade, há um declínio progressivo na eficiência da fagocitose. Pessoas que recebem transplantes de rim ou coração apresentam defesas inatas comprometidas, como resultado da administração de fármacos que previnem a rejeição do transplante. Os tratamentos com radiação também podem suprimir as respostas imunes inatas ao lesar a medula óssea vermelha. Até mesmo certas doenças, como a Aids e o câncer, podem causar o funcionamento inadequado das defesas inatas. Finalmente, algumas pessoas nascem com incapacidade de produzir fagócitos. 3. Reparo tecidual - O estágio final da inflamação é o reparo tecidual, o processo pelo qual os tecidos substituem as células mortas ou danificadas. O reparo inicia durante a fase ativa da inflamação, porém não pode ser terminado até que todas as substâncias nocivas tenham sido removidas ou neutralizadas do local da lesão. -A capacidade de regeneração, ou reparação, depende do tipo de tecido. Por exemplo, a pele apresenta alta capacidade de regeneração, ao passo que o tecido muscular cardíaco tem baixa capacidade de regeneração. Um tecido é reparado quando o seu estroma ou parênquima produz novas células. O estroma é o tecido conectivo de sustentação, e o parênquima é a parte funcional do tecido. Por exemplo, a cápsula que envolve e protege o fígado é parte do estroma, pois não está envolvida nas funções do fígado; as células hepáticas (os hepatócitos) que realizam as funções do fígado são parte do parênquima. Se apenas as células do parênquima são ativas durante um reparo, ocorre uma reconstrução perfeita ou quase perfeita do tecido. Um exemplo comum de reconstrução perfeita é um corte pequeno na pele, 10 Lorena Leahy no qual as células do parênquima são mais ativas no reparo. Entretanto, se as células de reparo do estroma da pele são mais ativas, forma-se uma cicatriz. -Alguns micróbios apresentam vários mecanismos que os permitem escapar da fagocitose. Esses microrganismos frequentemente induzem uma resposta inflamatória crônica, que pode resultar em dano significativo aos tecidos do corpo. A característica mais significativa da inflamação crônica é o acúmulo e a ativação de macrófagos na área infectada. As citocinas liberadas pelos macrófagos ativados induzem os fibroblastos do estroma tecidual a sintetizarem as fibras colágenas. Essas fibras se agregam para formar a cicatriz, processo chamado de fibrose. Pelo fato de a cicatriz não realizar as funções de um tecido saudável, a fibrose pode interferir na função normal desse tecido.
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