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Classes Gramaticais: Pronomes

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Aula 2 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
Classes Gramaticais: Pronomes 
Professor: Albert Iglésia 
 
 
 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
Aula 2 – Classes Gramaticais: Pronomes 
Prof. Albert Iglésia 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 2
Olá! 
Espero que você também esteja entusiasmado, pois vamos partir 
com tudo para cima da FGV. Hoje, atacaremos os pronomes, um assunto 
importante do ponto de vista da banca que elaborará sua prova. Estude tudo 
com bastante empenho. 
Nesta aula há um simulado para você avaliar o que foi capaz de 
reter depois da leitura das minhas explicações iniciais. 
 
 
Pronomes ............................................................................................... 3 
Emprego de Pronomes .......................................................................... 5 
Pronomes Pessoais ............................................................................ 5 
Pronomes Possessivos ........................................................................ 9 
Pronomes Demonstrativos .................................................................. 9 
Pronomes Indefinidos ........................................................................ 21 
Pronomes Relativos .......................................................................... 22 
Formas de Tratamento ...................................................................... 26 
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos ................................................. 27 
Casos de Próclise................................................................................. 27 
Casos de Mesóclise .............................................................................. 28 
Casos de Ênclise .................................................................................. 28 
Simulado .............................................................................................. 40 
Gabarito do Simulado ............................................................................. 52 
Lista das Questões Comentadas ............................................................... 55 
Gabarito das Questões Comentadas ......................................................... 69 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
Aula 2 – Classes Gramaticais: Pronomes 
Prof. Albert Iglésia 
 
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Eis uma breve exposição sobre a classificação deles. 
Pronome 
Palavra que substitui o nome (pronome substantivo) ou que o 
acompanha (pronome adjetivo) para tornar claro o seu 
significado. Existem seis classes de pronomes: 
pessoal 
Indica diretamente as pessoas do discurso (no singular ou no 
plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª pessoa: com quem se fala; 
3ª pessoa: de quem se fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas (do do do do 
caso retocaso retocaso retocaso reto). Me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as (do caso do caso do caso do caso 
oblíquo átonooblíquo átonooblíquo átonooblíquo átono). Mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco 
(do caso oblíquo tônicodo caso oblíquo tônicodo caso oblíquo tônicodo caso oblíquo tônico). Também são pessoais os pronomes de 
tratamento: você, senhor, senhora, vossa senhoria, vossa 
excelência, etc. 
possessivo 
Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de 
algo: Meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos, 
nossas, teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, 
seu, sua, seus, suas. 
demonstrativo 
Indica a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, 
situando-os no tempo e no espaço. 
1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto. 
2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso. 
3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. 
relativo 
É aquele que, em uma oração, se refere a um termo constante 
em oração anterior, chamado antecedente. Exemplo: O avião 
que chegou estava danificado. São pronomes relativos: que, 
quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual, 
os quais, as quais. 
indefinido Refere-se à terceira pessoa do discurso num sentido vago ou 
Pronomes (Emprego, Formas de Tratamento e Colocação) 
 
 
 
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exprimindo quantidade indeterminada. Exemplos: Quem 
espera sempre alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e 
número. São pronomes indefinidos: algum, alguns, nenhum, 
nenhuns, qualquer, quaisquer, ninguém, todo, tudo, nada, 
algo etc. 
interrogativo 
É aquele usado para formular uma pergunta direta ou indireta: 
que, quem, qual, quanto. 
 
1. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “Atinge toda a 
região e a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e a 
efetiva realização da ameaça de não honrar compromisso assumido o 
impedirá de receber aquilo que lhe é devido.” 
No trecho acima há: 
(A) oito pronomes. 
(B) sete pronomes. 
(C) seis pronomes. 
(D) cinco pronomes. 
(E) quatro pronomes. 
Comentário – Vamos identificar cada pronome: 
1 - “toda”: pronome indefinido; 
2 – “si”: pronome pessoal do caso oblíquo tônico; 
3 – “o”: pronome pessoal do caso oblíquo átono; 
4 – “aquilo”: pronome demonstrativo; 
5 – “que”: pronome relativo; 
6 – “lhe”: pronome pessoal do caso oblíquo átono. 
Resposta – C 
 
2. (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO – adaptada) Voto consciente é 
aquele em que o cidadão pesquisa o passado dos candidatos, avalia suas 
 
 
 
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histórias de vida e analisa se as promessas e os programas eleitorais são 
coerentes com as práticas dos candidatos e de seus partidos. (L.76-81) 
A respeito do período acima, analise a afirmativa a seguir: 
Há dois pronomes substantivos e dois pronomes adjetivos. 
Comentário – A afirmativa está correta. Os pronomes substantivos, que 
substituem o substantivo (numa linguagem mais clara: que não vêm ao lado 
do substantivo), são: “aquele” (demonstrativo) e “que” (relativo). Os 
pronomes adjetivos, que vêm ao lado do substantivo, são: “suas” (possessivo; 
ao lado do substantivo “histórias”) e “seus” (possessivo; ao lado do 
substantivo “partidos”). 
Resposta – Item certo. 
 
EMPREGO DE PRONOMES 
Pronomes Pessoais 
Observe as diferenças quanto ao emprego dos pronomes pessoais do caso 
reto e do caso oblíquo: 
a) Ele virou ela. – Na função de sujeito e de predicativo, o pronome 
pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto. 
b) Quero falar com ele. 
Sou útil a ele. 
Vi-o na rua. 
Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas 
(complemento verbal, complemento nominal etc.). 
 
Atente para o fato de que esses pronomes são frequentemente utilizados para 
promover a coesão e a coerência textual. 
 
Francisco, os gays e a doutrina 
 
 
 
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 “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa vontade, quem 
 sou eu para julgá‐lo?” A declaração do Papa Francisco, 
 pronunciada durante uma entrevista à imprensa no final de sua 
 visita ao Brasil, ecoou como um trovão mundo afora. Nela, existe 
 mais forma que substância – mas a forma conta. 
 [...] 
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013) 
3. (FGV/2014/Susam/Advogado) Sobre a estrutura linguística da declaração 
do Papa, assinale a afirmativa inadequada. 
a) A condição colocada na declaração abarca ser gay, procurar Deus e ter 
boa vontade. 
b) O pronome “eu” tem seu referente (o Papa) esclarecido na continuidade 
do texto. 
c) O pronome “lo” tem seu referenteesclarecido no segmento anterior do 
texto. 
d) A pergunta formulada pelo Papa supõe uma impossibilidade de o Papa 
realizar o julgamento. 
e) O pronome interrogativo “quem”, no contexto, significa procura da 
identificação do autor da pergunta. 
Comentário – O contexto nos ajuda a identificar facilmente o autor da 
pergunta. Na verdade, o pronome “quem”, na estrutura linguística em que 
surge, ajuda a desqualificar o autor da pergunta para julgar alguém que é gay 
e, de boa vontade, procura Deus. 
Resposta – E 
 
c) Eu contei a ti o que acontecera. 
Você terá de viajar com nós dois. 
Você terá de viajar conosco. (= com + nós) 
 
 
 
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Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com 
nós ou com vós quando tais expressões vêm acompanhadas de elementos de 
realce, numeral, pronome ou oração adjetiva. 
CUIDADO! Não vá sem eu saber. / Todos saíram, exceto eu (saí). 
Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado 
quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico. 
d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. (“deu” = VTDI; “um 
presente” = OD) 
Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. (“presenteou” = VTD) 
Como complementos verbais, O(S) e A(S) desempenham função de 
objeto direto; LHE(S), de objeto indireto. 
 
ATENÇÃO! O pronome oblíquo LHE pode equivaler-se a um possessivo, caso 
em que transmitirá noção de posse: Pediu-lhe os brinquedos emprestados. / 
Pediu os seus brinquedos emprestados / Pediu os brinquedos dele 
emprestados. 
 
e) Mandei-o sair da sala. 
Fiz-lhes ver que estavam errados. 
Em construções cujo verbo principal é causativo (mandar, deixar, fazer) 
ou sensitivos (ver, ouvir, sentir), O(S) e A(S) desempenham função de sujeito 
do verbo (infinitivo) da oração subordinada. 
CUIDADO! LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto. 
Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem 
regência intransitiva. 
 
4. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Analise o fragmento a 
seguir. 
 
 
 
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Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos 
norte-americanos causa admiração e espanto aos brasileiros, 
acostumados a violar e a ver violadas as próprias instituições. 
Assinale a alternativa que apresente as propostas de substituição dos 
trechos sublinhados nas quais se preserva a correção estabelecida pela 
norma gramatical. 
(A) Causa-lhe admiração e espanto / a vê-la violadas. 
(B) Causa-os admiração e espanto / a ver-lhes violadas. 
(C) Causa-los admiração e espanto / a ver-lhe violadas. 
(D) Causa-os admiração e espanto / a vê-as violadas. 
(E) Causa-lhes admiração e espanto / a vê-las violadas. 
Comentário – O verbo causar possui dois complementos: “admiração e 
espanto” (objeto direto) e “aos brasileiros” (objeto indireto). O primeiro pode 
ser substituído pelo pronome oblíquo átono os (a forma los só se justifica 
diante de verbos terminados por R, S ou Z: causar + os = causá-los); o 
segundo, por lhes. O examinador optou por repetir o primeiro complemento 
(objeto direto) e substituir o segundo (objeto indireto): “Causa-lhes admiração 
e espanto”. 
Em seguida, temos que analisar o regime do verbo ver. Ele é 
transitivo direto, exige complemento sem preposição (objeto direto), que foi 
representado pela expressão “as próprias instituições”. Esse complemento 
pode ser substituído pelo pronome oblíquo átono as, que assume a forma las 
porque o verbo termina em R: ver + as = vê-las. 
Resposta – E 
 
5. (FGV/2015/SMF-Niterói-RJ/Fiscal de Posturas) “A publicidade cerca-nos de 
todos os lados - na TV, nas ruas, nas revistas e nos jornais – e força-nos a 
ser mais consumidores que cidadãos”. 
Se, em lugar do pronome “nós”, empregássemos o pronome “eles”, as 
formas sublinhadas deveriam ser substituídas, respectivamente, por: 
 
 
 
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a) lhes/lhes; 
b) os/lhes; 
c) lhes/os; 
d) os/os; 
e) a eles/a eles. 
Comentário – É importante compreender que, nos dois casos, os pronomes 
sublinhados desempenham função de objetos diretos dos verbos cercar e 
forçar. A proposta do examinador sugere o emprego de um pronome que 
representa a terceira pessoa do plural, sem alterar a função original. Nesse 
caso, resta-nos a alternativa D: “os/os”, que cumprem os pré-requisitos. O 
pronome “lhe(s)” funciona como objeto indireto de verbos. A última alternativa 
também traria conflito sintático ao período, pelo mesmo motivo. 
Resposta – D 
 
Pronomes possessivos 
Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de 
algo. Concordam em gênero e número com a “coisa” possuída. 
Ex.: Eu trouxe meu caderno. 
Tu trouxeste tuas canetas. 
Primeira pessoa 
Meu(s), minha(s), nosso(s), 
nossa(s) 
Segunda pessoa Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s) 
Terceira pessoa Seu(s), sua(s) 
 
Pronomes demonstrativos 
Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, 
situando-os no tempo e no espaço. 
 
Pronomes Tempo Espaço 
Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala 
 
 
 
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Esse (s), essa (s), isso Passado próximo 
Perto da pessoa com 
quem se fala 
Aquele (s), aquela (s), 
aquilo 
Passado longínquo 
Longe de quem fala e da 
pessoa com quem se fala 
Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito. 
Este rapaz ao meu lado é meu amigo. 
Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis. 
O que é isso aí do teu lado? 
Naquela época, a vida era melhor. 
O que é aquilo atrás do carro? 
 
6. (FGV/FBN/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2013) Assinale a alternativa em 
que o pronome demonstrativo sublinhado foi empregado por referir-se a 
um momento distante no tempo. 
(A) "E, para além da nostalgia de uma infância em meio aos livros e à cultura 
dentro da Franco Giglio, aquela biblioteca, assim como imagino que outras 
pela cidade, marcaram infâncias, proporcionaram outras leituras do 
mundo..." 
(B) "...a muitos adultos que hoje produzem e transmitem essa paixão pelos 
livros a muitas outras crianças! " 
(C) "Nessa rua brincávamos com os vizinhos, corríamos e apertávamos 
campainhas" 
(D) "Mas a vocação de encontro e de lazer desses espaços públicos jamais 
deve ser perdida" 
Comentário – É difícil errar uma questão como essa depois de ter estudado 
com atenção a tabela acima. O examinador quer uma indicação de “momento 
distante no tempo” (grifo meu). Vai me dizer que você confundiu passado 
próximo com passado longínquo (= distante)? 
Resposta – A 
 
 
 
 
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A GRATIDÃO 
 Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo 
 tempo que possa ser dispensado à sua leitura. Falam-nos de 
 gratidão e poderão fazer-nos pensar no quanto a gratidão fará, 
 ou não, parte das nossas vidas. Estou certo de que sabereis 
 extrair a moral da história. 
 [...] 
(José Pacheco, Dicionário de valores) 
7. (FGV/2014/Funarte/Assistente Administrativo) A primeira frase do texto 
emprega a expressão “Desta vez”; a forma “esta” do pronome 
demonstrativo se justifica porque: 
a) se refere a um local próximo ao enunciador; 
b) se liga a um termo referido anteriormente;c) se prende ao último termo de uma enumeração; 
d) alude a um momento presente; 
e) antecipa um termo do futuro do texto. 
Comentário – O enunciador alude a um momento atual em relação à sua fala. 
Resposta – D 
 
Casos Especiais (empregados como elementos de coesão) 
a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este e isto: 
empregados quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão 
textual conhecida como catafórica.). 
Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse e isso: 
empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual 
conhecida como anafórica). 
 
 
 
 
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 A epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São Paulo. 
 Só este ano, já foram registrados cerca de 15 mil casos da doença, 
 segundo dados da Prefeitura. 
 As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe um 
 protocolo para identificar os focos de reprodução do mosquito 
 transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas quando alguém 
 fica doente e avisa as autoridades, não é bem isso que acontece. 
(Saúde Uol) 
8. (FGV/2014/Prefeitura de Osasco-SP – adaptada) O texto emprega a forma 
do demonstrativo “este” em “Só este ano...” com finalidade semelhante 
em 
a) “Estas vacinas são eficientes.” 
b) “Este casaco que visto protege do frio.” 
c) “João e Maria vieram, mas esta chegou de táxi.” 
d) “Este é o resultado a que cheguei.” 
e) “Este momento me traz preocupações.” 
Comentário – É importante perceber que a finalidade do emprego do 
demonstrativo “este” em “Só este ano...” é marcar o período atual de tempo, 
concomitante ao discurso do enunciador. Isso só ocorre na última alternativa. 
Nas demais, o pronome foi empregado por motivos diferentes. Em A, B e D, 
faz-se alusão a seres do discurso em relação à posição do enunciador. Não tem 
nada a ver com a sugestão de tempo atual. Em C, o pronome foi usado como 
elemento anafórico (retoma “Maria”) para distinguir quem chegou de táxi. 
Resposta – E 
 
BEM TRATADA, FAZ BEM 
Sérgio Magalhães, O Globo 
 
 
 
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 O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: “O carro 
é o cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a reversão cultural que se deu 
no consumo do tabaco? 
 Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este 
jornal, em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou o privilégio que os 
governos dão ao uso do carro e o desprezo ao transporte coletivo. 
Surpreendentemente, houve entrevistado que opinou favoravelmente, 
valorizando Los Angeles – um caso típico de cidade rodoviária e dispersa. 
 Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta geração 
com o futuro da humanidade e contra o aquecimento global – para o qual a 
emissão de CO2 do rodoviarismo é agente básico. (A USP acaba de divulgar 
estudo advertindo que a poluição em São Paulo mata o dobro do que o 
trânsito.) 
 O transporte também esteve no centro dos protestos de junho de 
2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a moradia, o emprego, o 
lazer. Como se vê, não faltam razões para o debate do tema. 
9. (FGV/TJ-RJ/Analista Judiciário/2014) Observe o emprego do 
demonstrativo “este” nos segmentos a seguir: 
I – “O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória”; 
II – “Este jornal, em uma série de reportagens,...”; 
III – “... nestes dias, mostrou o privilégio que os governos dão ao uso do 
carro e o desprezo ao transporte coletivo”; 
IV – “a ONU reafirmou o compromisso desta geração com o futuro da 
humanidade”. 
As frases acima que apresentam exatamente o mesmo motivo da 
utilização desse demonstrativo são: 
a) I - II; 
b) I - III; 
c) II - IV; 
d) III - IV; 
e) II - III - IV. 
 
 
 
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Comentário – Item I: o pronome cumpre função catafórica, ou seja, aponta 
para um segmento textual posterior a ele: “O carro é o cigarro do futuro.”. 
Item II: o uso do pronome se justifica porque o enunciador 
tem em mente, como referência, o próprio jornal em que ele escreve. Em 
outras palavras, o pronome foi usado com a finalidade de exprimir a situação 
espacial entre o autor do texto e o próprio jornal que veicula o texto dele. 
Item III: ressalta-se agora o aspecto temporal, isto é, o 
momento atual, o tempo presente em que o autor vive. 
Item IV: mais uma vez emerge a noção temporal. O autor se 
vê como parte da geração atual. Cabe lembrar que um conceito de “geração” é 
“o grupo de pessoas que convivem numa mesma época”. 
Resposta – D 
 
b) Comprei uma moto e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão; 
aquela, para mim mesmo. 
Este e aquele servem para retomar elementos já citados e desfazer 
possíveis ambiguidades quanto à compreensão do enunciado. Este diz 
respeito ao último termo (ou ao segundo, neste exemplo); aquele, ao 
primeiro. 
 
10. (FGV/2014/BNB/Analista Bancário) Na frase “Foi melancólico o 1º de Maio 
deste ano”, o emprego do demonstrativo “este” se justifica pela mesma 
razão que na seguinte frase: 
a) João e Mário partiram, mas só este foi de ônibus; 
b) Não me venha com este pedido de novo; 
c) Passo por este momento com muita revolta; 
d) Este é o meu e esse é o seu! 
e) Este livro não me pertence. 
Comentário – Pode parecer incrível, mas é isto mesmo: as questões acabam 
se repetindo. Mesmo com outros elementos, a essência é a mesma! Compare 
 
 
 
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com a questão anterior. Aqui, o pronome “este” também foi usado para marcar 
o período atual de tempo, concomitante ao discurso do enunciador. Isso só 
repete na terceira alternativa. 
Resposta – C 
 
11. (FGV/2014/Funarte/Contador) No segundo parágrafo, para referir-se às 
colunas da brasilidade, anunciadas no parágrafo anterior, o cronista 
empregou, respectivamente, as palavras “a primeira” e “a segunda”. Caso 
fossem empregados pronomes demonstrativos em substituição a esses 
numerais ordinais, as formas adequadas seriam, respectivamente: 
a) esta / essa; 
b) essa / aquela; 
c) aquela / esta; 
d) aquela / essa; 
e) essa / esta. 
Comentário – O enunciador “falou diferente”, isto é, usou “a primeira” e “a 
segunda” em vez de “aquela” e “esta” para retomar e distinguir claramente os 
dois elementos já citados. 
Resposta – C 
 
c) O que ele disse era verdade. 
Passará a que for mais capacitada. a(s) e o(s) diante de que (pronome 
relativo) – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos, 
equivalendo-se a aquela(s), aquele(s), aquilo) 
Cunha e Cintra (Nova gramática do português 
contemporâneo, 2008, págs. 354-5) ensinam que o demonstrativo O (e suas 
variações) pode ser empregado diante de uma oração ou, mais raramente, por 
uma expressão adjetiva, e dão o seguinte exemplo: 
Ingrata para os da terra, 
boa para os que não são. 
(C. Pena Filho) 
 
 
 
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12. (FGV/POTIGAS/CONTADOR/2006) A diplomacia é exatamente isto: a arte 
de usar sinais e palavras para manifestar agrados e desagrados, defender 
interesses e estabelecer limites, construir respeito recíproco e negociar 
parcerias. 
O pronome destacado no trecho acima exerce função: 
(A) anafórica. 
(B) dêitica. 
(C) epanafórica. 
(D) catafórica. 
(E) díctica.Comentário – Como o pronome “isto” antecipa o que será dito, sua função é 
catafórica. 
Função dêitica (ou díctica, tanto faz) é aquela que faz 
referência exofórica1 (traz algo de fora para dentro do texto), sendo 
responsável por situar algo no tempo ou no espaço. Exemplo: Esse rapaz é 
meu amigo. Eu estou falando de que rapaz? Do que está próximo a mim ou de 
outra pessoa, ou do que está em outro lugar? Além disso, há diferenças no 
emprego de esse, este e aquele. Repare: 
- Esta é minha mãe. (ela está proximo a mim) 
- Essa é minha mãe. (ela está próxima à pessoa com quem 
falo) 
- Aquela é minha mãe. (agora ela está distante de nós dois) 
Como você pode notar, a referência espacial indicada pelos 
pronomes em cada uma das frases é diferente. 
Outro exemplo comum ocorre com o uso de advérbios: 
Hoje estou escrevendo esta aula. 
 
1
 Ao contrário, a função endofórica faz referência a termos que estão dentro do próprio texto. 
 
 
 
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Você precisa agora saber em que dia o locutor 
pronunciou/escreveu essa frase para situar no tempo a correta referência do 
advérbio “Hoje”. 
E o que é função epanafórica? Na verdade não temos uma 
função propriamente dita, mas sim uma figura de linguagem que se constitui 
na repetição de palavras, semelhante à anáfora. Esse tipo de figura pode 
surgir com outros nomes: epanadiplose, epanalepse, epanastrofe, epânodo (é 
mole ou quer mais?!) Todas são tipos de repetição de palavras, quer no início, 
quer no fim das frases. 
Resposta – D 
 
13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “O avanço deste não 
acarreta necessariamente impacto positivo daquela”, os pronomes 
demonstrativos exercem, respectivamente, função: 
(A) anafórica e catafórica. 
(B) catafórica e catafórica. 
(C) anafórica e anafórica. 
(D) catafórica e anafórica. 
(E) dêitica e dêitica. 
Comentário – Bem, depois da explicação anterior, ficou fácil assinalar a 
alternativa correta, não é mesmo? Os pronomes “este” e “aquele” retomam o 
que foi dito anteriormente. O demonstrativo “este” se refere ao que foi 
mencionado primeiro; “aquele” retoma o que foi dito por último. Portanto os 
dois cumprem funções anafóricas. 
Resposta – C 
 
14. (FGV/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2008) “Mas a co-relação de forças não 
lhes permite ir mais longe, e essa paralisia favorece o retorno dos acordos 
bilaterais ou regionais. Com isso, falta um projeto mundial coerente em 
 
 
 
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que o desenvolvimento do comércio seja articulado ao equilíbrio social e 
ambiental.” 
Os pronomes grifados no trecho acima têm, respectivamente, valor: 
(A) catafórico e catafórico. 
(B) anafórico e anafórico. 
(C) dêitico e dêitico. 
(D) anafórico e catafórico. 
(E) catafórico e anafórico. 
Comentário – De novo! O demonstrativo “essa” faz referência a ideia de 
estagnação declarada no segmento anterior. Semelhantemente, o pronome 
“isso” também retoma uma ideia anterior: “o retorno dos acordos bilaterais ou 
regionais”. Ambos, portanto, têm valor anafórico. 
Resposta – B 
 
15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A energia nuclear pode ser 
empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela é investigada, 
apurada e criada para algum resultado, que lhe confere validade. Não vale 
por si mesma, do ponto de vista ético. Pode valer pela sua eventual 
utilidade, como meio; mas o uso de energia nuclear, para ser considerado 
bom ou mau, deve referir-se aos fins humanos a que se destina. 
Considerando as estratégias de referenciação no trecho acima, assinale a 
alternativa cujo pronome não se refere à expressão “energia nuclear”: 
(A) ela. 
(B) lhe. 
(C) si. 
(D) sua. 
(E) que. 
Comentário – De fato, o pronome relativo “que” é o único que não retoma a 
expressão “energia nuclear”. Ele substitui a expressão “fins humanos”, seu 
antecedente. 
 
 
 
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Resposta – E 
 
16. (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011 – adaptada) Essa é uma forma 
de contribuir para aumentar a consciência política e a qualidade do voto 
dentro de toda a cadeia produtiva, entre os parceiros e colaboradores. 
(L.54-57) 
A respeito do período acima e sua relação com o texto, analise a 
afirmativa a seguir: 
O pronome Essa tem valor anafórico. 
Comentário – Para responder corretamente à questão, basta você ler também 
o período anterior ao que foi apresentado pela banca examinadora: 
É importante desmistificar a ideia de que política é uma sujeira 
só e sem utilidade. Essa é uma forma de contribuir para 
aumentar a consciência política e a qualidade do voto dentro de 
toda a cadeia produtiva, entre os parceiros e colaboradores. 
Pronto, assim ficou melhor, não é mesmo? Notoriamente, o 
pronome “Essa” retoma a ideia contida no período “É importante desmistificar 
a ideia de que política é uma sujeira só e sem utilidade”, configurando mais 
um caso de coesão anafórica. 
Resposta – Item certo. 
 
17. (FGV/TRE-PA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011 – adaptada) O Fundo Partidário 
será, em 2011, de R$ 301 milhões. Isso porque foi aprovado a nove dias 
do fim do ano o reforço de R$ 100 milhões. Desse valor, R$ 265 milhões 
são oriundos do Orçamento da União e R$ 36 milhões referentes à 
arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral. Mas, afinal, qual a 
razão para se aumentar de forma tão extraordinária a dotação dos 
partidos? Muito simples: a necessidade de eles pagarem as dívidas de 
campanha. (L.1-10) 
 
 
 
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A respeito do trecho acima, analise a afirmativa a seguir: 
No segundo período, o pronome Isso tem valor anafórico. 
Comentário – Eu imagino que este tipo de questão já está manjado, não é 
verdade? Mas toda esta repetição serve para ressaltar o quanto é frequente 
nas provas da FGV a exploração dos pronomes demonstrativos como 
elementos de coesão, sobretudo os processos anafóricos e catafóricos. 
O pronome “Isso”, no segundo período do texto, de fato 
retoma a ideia contida no primeiro período. 
Resposta – Item certo. 
 
18. (FGV/2014/DPE-DF/Analista Judiciário) “Coloca fogo em pneus, quebra 
ônibus, quebra vitrines, ataca a polícia que, em princípio, existe para 
protegê-lo, joga pedra, rojão ou o que estiver à mão para fazer suas 
reivindicações.” 
Os três primeiros termos desse segmento que estabelecem coesão com 
elementos anteriores são: 
a) lo / o / que. 
b) que / lo / o. 
c) que / o / suas. 
d) lo / que / suas. 
e) lo / o / que. 
Comentário – Não se desespere! A banca quer apenas que você reconheça 
elementos de coesão anafórica, ou seja, aqueles que retomam termos 
anteriores. Então, o primeiro é o pronome relativo “que” (retoma “polícia”); o 
segundo é o pronome oblíquo “lo” (seu referente não consta explicitamente no 
trecho destacado, mas é fácil deduzir que ele está oculto e já foi mencionado 
anteriormente); e o terceiro, na sequência, é o pronome demonstrativo “o” 
(que retoma a ideia de alguém jogar algo). Cuidado com a letra E, pois nela os 
termos não apareceram na ordem. 
Resposta – B 
 
 
 
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Pronomes indefinidos 
São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado. Também 
podemser usados como elementos de coesão textual. 
Casos Particulares 
a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido. 
 Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo. 
b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor 
positivo, afirmativo, exprime possibilidade; é o contrário de nenhum, que 
tem valor semântico negativo. 
 Livro algum deve ser igual a este. Depois dele, tem significação negativa 
mais enfática do que a expressa por nenhum, indica impossibilidade. 
Na língua moderna, algum(a) cristalizou-se com 
significação negativa (= nenhum) quando empregado depois de substantivo e 
com valor positivo anteposto a ele. Antigamente não era assim, quando 
algum(a) podia ter sentido afirmativo ou negativo independente de sua 
posição, como se depreende dos versos de Camões, em Os lusíadas: 
“Desta gente refresco algum tomamos 
E do rio fresca água; mas com tudo 
Nenhum sinal aqui da Índia achamos 
No povo, com nós outros quase mudo.” (V, 69) 
(“refresco algum” = algum refresco = sentido positivo) 
“Vós a quem não somente algum perigo 
Estorva conquistar o povo imundo” (VII, 2) 
(“algum perigo” = nenhum perigo = valor negativo) 
Mas, em geral, o pronome indefinido algum(a) adquire 
mesmo valor negativo em frases onde já existem outras formas negativas, 
como não, nem, sem: 
“...é muito provável que ela não tenha problema algum.” 
“...é muito provável que ela não tenha algum problema.” 
 
 
 
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Pronomes relativos 
a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei. 
Eis o instrumento de que lhe falei. 
O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir 
coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais 
sílabas e dispensa sem e sob. 
Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo 
deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto 
indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal. 
Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”, 
em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o 
“que” não é pronome relativo. 
 
b) A casa onde morei era muito antiga. (certo) 
 A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado) 
ONDE é usado restritivamente em referência a lugar. 
A escola onde estudo foi fechada. 
A escola aonde vais é muito longe. 
A escola donde vens é muito longe. 
ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente, 
como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com 
onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o 
vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma 
pergunta que exprime a ideia de lugar. 
Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que 
surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a 
preposição “a”. Se o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”, 
usaremos “donde” (contração de de + onde). 
 
 
 
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Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não 
permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que 
exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua 
Portuguesa não existe nonde, isto é, a suposta contração de em + onde. 
 
19. (FGV/FBN/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2013) Assinale a alternativa em 
que o pronome relativo sublinhado tem seu antecedente corretamente 
indicado. 
(A) "Na mesma rua que hoje virou um grande corredor de corrida de carros 
cada vez mais vorazes de velocidade, ...". / velocidade. 
(B) "Primeiro veio a grande noticia, uma praça, onde era a caixa d'água do 
Bigorrilho, hoje pomposamente chamado de Reservatório Batel". / praça. 
(C) "E a grande novidade se alastrou pela rua... onde ficávamos sabendo de 
todas as noticias do bairro, Inaugurou uma biblioteca! ! ! " /bairro. 
(D) Foram tantas as referências, não só literárias, que me acompanharam a 
vida toda! " / literárias. 
Comentário – O pronome relativo se refere a um termo (substantivo) 
antecedente, portanto despreze imediatamente as opções A e C. Nelas, as 
referências dizem respeito a termos posteriores aos pronomes sublinhados. 
Na alternativa D, o pronome relativo “que” retoma o 
substantivo “referências”. A ideia é que elas acompanharam o enunciador a 
vida toda. Repare que o termo “literárias” é um adjetivo. 
Resposta – B 
 
c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho. 
O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades. 
Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a 
seguinte dúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho? 
 
d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar. 
 
 
 
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O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de 
posse/dependência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em 
gênero e número com a “coisa” possuída. 
Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele por 
outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a 
correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE. 
NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso 
anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este. 
Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz. 
O que acha? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o 
emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO, 
daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele. 
 
e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo. 
O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se 
faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto, 
se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA 
DE DIZER “ARTIGO”. 
 
f) Esqueci tudo quanto foi dito. 
Podemos confiar em todos quantos estão presentes. 
Podemos confiar em todas quantas estão presentes. 
QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver 
acompanhado de tudo (e variações). 
g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo. 
Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim. 
QUANDO e COMO serão pronomes relativos sempre que se 
referirem a um termo antecedente (“hora” e “maneira”, nessa ordem). O 
primeiro tem valor semântico de tempo; o segundo, de modo. 
 
 
 
 
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20. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) De acordo com a norma padrão, 
o pronome relativo está corretamente empregado na seguinte alternativa: 
(A) Esses são alguns autores sem cujas ideias ele jamais teria escrito o artigo. 
(B) As características que um povo se identifica devem ser preservadas. 
(C) Esse é o projeto cuja a meta principal é a reflexão sobre civismo no Brasil. 
(D) Eis os melhores poemas nacionalistas os quais se tem conhecimento. 
(E) Aqueles são os escritores cujos foram lançados os romances traduzidos. 
Comentário – Devo chamar a sua atenção o uso de preposição para reger o 
pronome relativo. Ela será usada de acordo com a regência do verbo (ou 
nome) que surge após o relativo. 
Alternativa A: ele jamais teria escrito o artigo sem o quê? 
Sem as ideias de alguns autores. O pronome relativo “cujas” estabelece a 
relação de dependência entre “alguns autores”(termo antecedente) e “ideias” 
(termo conseqüente). 
Alternativa B: um povo se identifica com o quê? Com as 
características. Eis, então, a construção correta: As características com que 
um povo se identifica devem ser preservadas; 
Alternativa C: o erro aqui não tem a ver com a ausência da 
preposição, mas sim com o emprego do artigo “a” após o relativo “cuja”. Como 
já foi explicado, isso é proibido! 
Alternativa D: quem tem conhecimento tem conhecimento de 
algo. Onde foi parar a preposição de exigida pelo nome “conhecimento”? Eis a 
correção: Eis os melhores poemas nacionalistas dos quais se tem 
conhecimento. 
Alternativa E: além da má ordenação dos termos, que 
prejudica a coerência da frase, o enunciado tem um “o” a mais. Note a 
diferença: Aqueles são os escritores cujos romances traduzidos foram 
lançados. 
Resposta – A 
 
 
 
 
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Formas de Tratamento 
Tratamento Abreviatura Uso 
Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal 
Você V. tratamento informal 
Vossa Alteza V. A. príncipes e duques 
Vossa Eminência V. Emª Cardeais 
Vossa Excelência V. Exª 
altas autoridades e 
oficiais-generais 
Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades 
Vossa Majestade V. M. reis e imperadores 
Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral 
Vossa Santidade V. S. Papa 
Vossa Senhoria V. Sª 
tratamento formal para 
pessoas graduadas. 
As formas de tratamento designam indiretamente à 2ª pessoa do 
discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem a concordância nominal e 
verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural, conforme o 
caso. 
• Particularidades 
a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda 
que por meio de correspondências) 
Sua Excelência fez um belo discurso. (para falar da pessoa) 
b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o 
pronome possessivo correspondem à terceira pessoa e o adjetivo tende a 
concordar com o gênero da pessoa referida – concordância ideológica) 
c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado) 
Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo) 
(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os 
outros pronomes para a terceira pessoa) 
 
 
 
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21. (FGV/2014/BNB/Analista Bancário) “A única solução para tantos 
infortúnios seria convidar o papa Francisco para apitar a final do Mundial, 
desde que Sua Santidade não roube...”; se, em lugar de “o papa 
Francisco” estivesse “o rei da Espanha”, a forma “Sua Santidade” deveria 
ser substituída adequadamente por: 
a) Vossa Excelência; 
b) Vossa Majestade; 
c) Vossa Senhoria; 
d) Sua Excelência; 
e) Sua Majestade. 
Comentário – O tratamento correspondente a rei é majestade. Como se está 
falando do rei (e não com o rei), a forma adequada é a que consta na última 
alternativa. 
Resposta – E 
 
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos 
Antes de apresentar os casos de colocação pronominal, cabe 
lembrar que próclise é a ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que 
não o reconheceu.). Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge 
após o verbo, temos um caso de ênclise, que na escrita é marcada pela 
presença do hífen (Dá-me sua ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com 
verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, é o emprego do 
pronome no “meio” do verbo, entre a forma infinitiva e a desinência 
modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.). 
 
Casos de Próclise 
a) Palavras de sentido 
negativo 
Nada me fará desistir. 
Ninguém me fará desistir. 
b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves. 
Talvez se cumprimentassem. 
 
 
 
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c) Conjunções 
subordinativas e pronomes 
relativos 
Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito. 
O livro que me deste é muito interessante. 
d) Conjunções 
coordenativas alternativas 
Ora se atribulava, ora se aquietava. 
Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu. 
e) Pronomes e advérbios 
interrogativos 
Quem lhe contou a verdade? 
Por que te afliges tanto? 
f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado. 
Alguém te contou a verdade? 
g) Frases exclamativas e 
optativas 
Como te atreves! 
Deus o abençoe, meu filho! 
h) Preposição em + 
verbo no gerúndio 
Em se tratando desse assunto, nada mudará. 
 
Casos de Mesóclise 
a) Verbo no futuro do 
presente ou do pretérito, 
sem palavra atrativa 
 
Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida 
inteira.) 
Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.) 
 
Casos de Ênclise 
a) Antes de tentar decorar 
qualquer outra regra, é 
fundamental saber que a 
tendência da língua 
portuguesa recai sobre 
o uso da ênclise. 
Portanto, se não ocorrer 
qualquer um dos casos 
mencionados 
anteriormente, usaremos a 
Levante-se e lute. 
Tratando-se desse assunto, nada mudará. 
Vendê-lo era o que mais importava. 
Aqui, fazem-se chaves. 
 
 
 
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ênclise. 
Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento: 
1 – O particípio não admite ênclise. 
Dada-me a resposta, calei-me. (errado) 
Dada a mim a resposta, calei-me. (certo) 
2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise. 
Direi-te a verdade. (errado) 
Dir-te-ei a verdade (certo) 
3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono. 
Ambos se casarão amanhã. 
4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de 
preposição ou palavra negativa. 
Estou aqui para te servir (ou servir-te). 
Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo). 
5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será 
possível se o pronome for o ou a. 
Estamos a contemplá-la. 
Se soubesse, não continuaria a lê-lo. 
Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe). 
Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a 
existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a 
uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal). 
a) Verbo auxiliar + infinitivo 
Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar) 
Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal) 
Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra 
atrativa impede a ênclise) 
 
 
 
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Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio 
“não” é insuficiente para impedi-la) 
b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo 
Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal) 
Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal) 
c) Verbo auxiliar + gerúndio 
Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar) 
Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal) 
Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra 
atrativa, que impede a ênclise) 
Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio 
perde sua força atrativa) 
d) Verbo auxiliar + particípio 
Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise 
do verbo principal por estar ele no particípio) 
Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do 
advérbio de negação) 
Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentementedo 
que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar 
“solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como 
atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos. 
a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa) 
b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós) 
c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge 
Amado) 
 
22. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Em “exauri-los” e “poder-se-
á”, construiu-se corretamente a junção do pronome à forma verbal 
Assinale a alternativa em que isso não ocorreu. 
 
 
 
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(A) cancelaríamos + as = cancelá-las-íamos 
(B) permitireis + os = permiti-los-eis 
(C) fizestes + lhes = fizeste-lhes 
(D) encontraram + os = encontraram-nos 
(E) aprenderás + as = aprendê-las-·ás 
Comentário – Que tal recordar a forma correta de juntar pronomes oblíquos 
átonos a verbos? 
 – me, te, se, lhe, lhes, o, a, os, as, nos, vos: 
a) associados a verbos terminados em –r, –s ou –z e à palavra 
eis, os pronomes o, a, os, as assumem as antigas formas 
lo, la, los, las, caindo aquelas consoantes: Mandaram 
prendê-lo. / Ajudemo-la. / Fê-los entrar. / Ei-lo aqui! 
b) associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, 
-em; -ão, -õe), os ditos pronomes tomam as forma no, na, 
nos, nas: Trazem-no. / Ajudavam-na. / Dão-nos de graça. 
/ Põe-no aqui. 
c) associados a verbos conjugados no futuro do presente do 
indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo, os 
pronomes “dividem” o verbo, sendo empregados logo após 
o infinitivo e antes da desinência, respeitando as regras 
anteriores: cantar + o + ei = cantá-lo-ei; dar + lhe + ei = 
dar-lhe-ei. 
Conclui-se, assim, que a forma correta é fizestes-lhes (sem a 
necessidade de eliminar o S final do verbo). 
Resposta – C 
 
 
 
 
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23. (FGV/2014/BNB/Analista Bancário) Se colocarmos o pronome oblíquo “o” 
após a forma do verbo “empobrecem”, a forma correta da frase seria: 
a) empobrecem-o; 
b) empobrecem-no; 
c) empobrecem-lo; 
d) empobrece-no; 
e) empobrece-lo. 
Comentário – A forma verbal “empobrecem” termina em ditongo nasal (-em). 
Conforme já foi explicado, o pronome oblíquo “o” assume a forma no. 
Resposta – B 
 
24. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que contraria 
a colocação pronominal exigida pelo padrão escrito culto é: 
(A) os órgãos aos quais se destinam as verbas desenvolvem projetos de 
segurança pública. 
(B) dever-se-ia refletir sobre a construção histórica da violência. 
(C) não põe-se em prática uma adequada política de prevenção ao crime. 
(D) o jovem prefeito foi-se afirmando no cenário político. 
(E) o secretário vai enviar-lhe os resultados da pesquisa no início da semana. 
Comentário – Alternativa A: correta, pois o pronome relativo “os quais” atrai 
o pronome oblíquo “se”. É um caso de próclise obrigatória. 
 
 
 
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Alternativa B: correta, pois com verbos no futuro do presente 
ou futuro do pretérito, o pronome deve figurar no “meio” deles. É um caso de 
mesóclise. 
Alternativa C: o advérbio “não” atrai o pronome “se” (próclise 
obrigatória), que não pode se empregado depois do verbo (ênclise). 
Alternativa D: no meio de uma locução, o pronome pode surgir 
depois do auxiliar com ou sem hífen, ou depois do principal com hífen 
(ênclise). 
Alternativa E: aqui, preferiu-se a ênclise do verbo principal da 
locução “vai enviar” e colocou-se o pronome “lhe” depois dele. 
Resposta – C 
 
Fique agora com alguns exercícios de outra banca examinadora 
que o ajudarão a entender o assunto estudado hoje. 
 
25. (FCC/TRT 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2009) Transpondo para a 
voz passiva a construção Darcy Ribeiro [...] não admitiria a alternativa, a 
forma verbal resultante será 
(A) teria sido admitida. 
(B) seria admitida. 
(C) teria admitido. 
(D) fora admitida. 
(E) haveria de admitir. 
Comentário – Em que tempo e modo está o verbo na voz ativa? Futuro do 
pretérito simples do indicativo. Então, na voz passiva (verbal ou analítica), 
ele ficará no particípio; seu auxiliar (ser, estar, ficar) assumirá o tempo e o 
modo dele. Na alternativa A, o verbo ser está conjugado no futuro do pretérito 
composto do indicativo. Na alternativa B, no futuro do pretérito simples do 
indicativo. Na alternativa C, o verbo admitir continua na voz ativa; apenas foi 
conjugado no futuro do pretérito composto do indicativo. Na alternativa D, o 
 
 
 
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verbo auxiliar está no pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo. Na 
alternativa E, a locução verbal caracteriza voz ativa (note que o verbo 
principal, “admitir”, não está no particípio, mas sim no infinitivo). 
Resposta – B 
 
26. (FCC/TRE-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2010) A frase que admite 
transposição para a voz passiva é: 
(A) Perto da Igreja, todos os poderosos do mundo parecem diletantes. 
(B) A Concordata poderá incluir o retorno do ensino religioso. 
(C) Há estatísticas controvertidas sobre esse poder eclesiástico. 
(D) Não são incomuns atos religiosos com finalidade política. 
(E) O Brasil é um país estratégico para a Igreja Católica. 
Comentário – A voz passiva é formada, a rigor, a partir de um verbo 
transitivo direto. É na segunda alternativa que encontramos essa condição, ao 
nos depararmos com o verbo “incluir” (verbo principal da locução verbal 
“poderá incluir”). Veja a transformação: “O retorno do ensino religioso poderá 
ser incluído pela Concordata”. 
Nas letras A, D e E, os verbos são de ligação, o que impede a 
transposição para a voz passiva. 
E o que dizer da opção C? O verbo haver, no sentido de existir, 
não possui sujeito e é transitivo direto. O termo “estatísticas controvertidas 
sobre esse poder eclesiástico” é seu objeto direto. Considerando que o objeto 
direto torna-se sujeito do verbo na transposição de voz ativa para voz passiva 
e que o verbo haver não tem sujeito (é impessoal), impossível se torna a 
transposição requerida pela banca examinadora. 
Resposta – B 
 
27. (FCC/TRE-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2010) Está correta a flexão de todas 
as formas verbais da frase: 
 
 
 
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(A) Tudo o que advir como poder da Igreja tem correspondência com o plano 
simbólico e espiritual. 
(B) O poder civil e a esfera religiosa nem sempre conviram quanto à busca de 
um sereno estabelecimento de acordos. 
(C) Ao longo da História, nações e igrejas muitas vezes se absteram de buscar 
a convergência de seus interesses. 
(D) A pergunta de Stalin proveu de sua convicção quanto ao que torna de fato 
competitivo um país beligerante. 
(E) Ciente da fragilidade militar da Igreja, o ditador não se conteve e interveio 
na História com a famosa frase. 
Comentário – Alternativa A: o verbo advir deriva do verbo vir e deve ser 
conjugado como ele. Para que seja mantida a correlação verbal com a forma 
“tem”, é preciso que o primeiro verbo seja conjugado na terceira pessoa do 
singular do presente do indicativo: “Tudo o que advém [...] tem...”. 
Alternativa B: está em cena agora o verbo convir, que 
também é conjugado como o verbo vir. Naterceira pessoa do plural do 
pretérito perfeito do indicativo, deve ser assim conjugado: “O poder civil e a 
esfera religiosa [eles] nem sempre convieram...”. 
Alternativa C: o verbo abster (como manter, deter, conter 
etc.) deriva do verbo ter e segue o modelo dele. Na terceira pessoa do plural 
do pretérito perfeito do indicativo, dever ser conjugado da seguinte forma: 
“...nações e igrejas [elas] se abstiveram...” 
Alternativa D: como o sentido aqui é originar-se, o verbo 
adequado é o provir, que também é conjugado conforme o verbo vir. Na 
terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, a forma correta 
é: “A pergunta de Stalin [ela] proveio...”. 
Alternativa E: atente para o fato de que o verbo conter (que 
foi conjugado no pretérito perfeito do indicativo) deriva de ter, conforme está 
dito no comentário da letra C. 
Resposta – E 
 
 
 
 
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28. (FCC/TRT 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2009) Quanto ao emprego 
das formas verbais e ao tratamento pessoal, está plenamente correta a 
frase: 
(A) Vai, junta-te àquele grupo de manifestantes e depois dize-me o que 
achaste. 
(B) Ide, juntem-se àquele grupo de manifestantes e depois dizei-me o que 
achastes. 
(C) Queremos que Vossas Senhorias vos junteis àquele grupo de 
manifestantes e depois digai-nos o que acharam. 
(D) Queremos que Suas Excelências juntai-vos àquele grupo de manifestantes 
e depois dizei-nos o que achásseis. 
(E) Senhores, vão juntar-se àquele grupo de manifestantes e depois dizei-nos 
o que acharam. 
Comentário – A tabela abaixo é muito útil. Ela serve como uma revisão da 
formação do imperativo. 
Presente do 
Indicativo 
Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo 
 
eu cant-o eu cant-e 
tu cant-a-s (- s) cant-a tu tu cant-e-s não cant-e-s tu 
ele cant-a cant-e você ele cant-e não cant-e você 
nós cant-a-mos cant-e-mos nós nós cant-e-mos não cant-e-mos nós 
vós cant-a-is (- s) cant-a-i vós vós cant-e-is não cant-e-is vós 
eles cant-a-m cant-e-m vocês eles cant-e-m não cant-e-m vocês 
 
Alternativa B: “Ide” = segunda pessoa do plural (vós) do 
imperativo afirmativo do verbo ir; “juntem” = terceira pessoa do plural 
(eles/vocês) do imperativo afirmativo do verbo jantar; “dize” = segunda 
pessoa do plural (vós) do imperativo afirmativo do verbo dizer; “achastes” = 
segunda pessoa do plural (vós) do pretérito perfeito do verbo achar. Não foi 
respeitada a uniformidade de tratamento entre as pessoas gramaticais. Eis a 
correção: “Ide, juntai-vos àquele grupo de manifestantes e depois me dizei o 
que achastes”. 
Alternativa C: pronome de tratamento leva o verbo e o 
pronome que se relacionam com ele para a terceira pessoa. Eis a correção: 
 
 
 
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“Queremos que Vossas Senhorias se juntem àquele grupo de manifestantes e 
depois nos digam o que acharam”. 
Alternativa D: novamente, o fio condutor será o pronome de 
tratamento: “Queremos que Suas Excelências juntem-se àquele grupo de 
manifestantes e depois nos digam o que acharam”. 
Alternativa E: “Senhores, vão juntar-se àquele grupo de 
manifestantes e depois nos digam o que acharam”. 
Resposta – A 
 
29. (FCC/TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2011) 
...nem por isso deixa de cultuar Delacroix... 
Cézanne admira a maestria plástica de Rubens... 
...já encontramos a chave do enigma cézanneano. 
A substituição dos elementos grifados nas frases acima pelos pronomes 
correspondentes, com os necessários ajustes, terá como resultado, 
respectivamente: 
(A) nem por isso deixa de cultuar-lhe / Cézanne a admira / já a encontramos. 
(B) nem por isso deixa de cultuá-lo / Cézanne lhe admira / já lhe 
encontramos. 
(C) nem por isso deixa de lhe cultuar / Cézanne a admira / já 
encontramos-na. 
(D) nem por isso deixa de a cultuar / Cézanne lhe admira / já lhe 
encontramos. 
(E) nem por isso deixa de cultuá-lo / Cézanne a admira / já a encontramos. 
Comentário – O verbo “cultuar” é transitivo direto, o que significa que o 
pronome oblíquo “lhe” não pode ser o complemento dele (lhe funciona como 
objeto indireto). Estão fora as letras A e C. 
Semelhantemente, o verbo “admira” também é transitivo 
direto e não admite o pronome “lhe”. Estão fora as letras B e D. 
 
 
 
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Correta está a última opção. Lembre-se de que os verbo 
terminados em R, S e Z perdem essas letras e os pronomes oblíquos O e A 
recebem a letra L: “cultuá-lo”. O verbo “encontramos” também é transitivo 
direto, por isso o pronome oblíquo “a” está bem empregado. O detalhe é que o 
advérbio de tempo “já” atrai o pronome, fazendo-o figurar em posição 
proclítica. 
Resposta – E 
 
30. (FCC/TRT 16ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2009) Quanto ao emprego 
das formas de tratamento, está correta a seguinte construção: 
(A) Sempre contaremos com os préstimos com que Vossa Senhoria nos tem 
honrado, razão pela qual, antecipadamente, deixamos-lhe aqui nosso 
profundo reconhecimento. 
(B) Vimos comunicar a Vossa Excelência que já se encontra à vossa 
disposição o relatório que nos incumbiste de providenciar há cerca de uma 
semana. 
(C) Diga a Vossa Senhoria que estamos à espera de suas providências, das 
quais não nos cabe tratar com seu adjunto – grande, embora, seja a 
consideração, meu caro senhor, que lhe dispensamos. 
(D) Esperamos que Vossa Senhoria sejais capaz de atender aos nossos 
reclamos, ao nosso ver justos e precisados de toda a vossa atenção. 
(E) Se preferires, adiaremos o simpósio para que não nos privemos de sua 
coordenação, Excelência, bem como das sugestões que certamente tereis 
a nos oferecer. 
Comentário – Alternativa B: pronome de tratamento leva o verbo e os demais 
pronomes a ele relacionados para a terceira pessoa. Em vez de “incumbiste” 
(segunda pessoa do singular), use incumbiu; no lugar de “vossa disposição”, 
use sua disposição. 
Alternativa C: ao falar da pessoa, e não com a pessoa, use a 
forma Sua Senhoria, e não “Vossa Senhoria”. 
 
 
 
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Alternativa D: em vez de “sejais” (segunda pessoa do plural), 
escreva seja. Altere “vossa atenção” para sua atenção. 
Alternativa E: “preferires” corresponde à segunda pessoa do 
singular. O correto é preferir. No lugar de “tereis” (segunda pessoa do plural), 
utilize terá. 
Resposta – A 
 
Ainda não acabou. Na página seguinte, há um simulado 
esperando por você. Tente resolvê-lo sem qualquer tipo de consulta. Depois, 
confira o gabarito. 
 
 
 
 
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1. Leia este aviso, comum em vários lugares públicos, e julgue a proposição 
seguinte: 
 
Criou-se, recentemente, a palavra “gerundismo”, para designar o uso 
abusivo do gerúndio. Verifica-se que esse tipo de desvio ocorre no aviso 
acima. 
 
A literatura em perigo 
A análise das obras feita na escola não deveria mais ter por objetivo 
ilustrar os conceitos recém-introduzidos por este ou aquele linguista, este ou 
aquele teórico da literatura, quando, então, os textos são apresentados como 
uma aplicação da língua e do discurso; sua tarefa deveria ser a de nos fazer 
ter acesso ao sentido dessas obras — pois postulamos que esse sentido, por 
sua vez, nos conduza um conhecimento do humano, o qual importa a todos. 
Como já o disse, essa ideia não é estranha a uma boa parte do próprio mundo 
do ensino; mas é necessário passar das ideias à ação. Num relatório 
estabelecido pela Associação dos Professores de Letras, podemos ler: “O 
estudo de Letras implica o estudo do homem, sua relação consigo mesmo e 
com o mundo, e sua relação com os outros.” Mais exatamente, o estudo da 
obra remete a círculos concêntricos cada vez mais amplos: o dos outros 
escritos do mesmo autor, o da literatura nacional, o da literatura mundial; mas 
seu contexto final, o mais importante de todos, nos é efetivamente dado pela 
própria existência humana. Todas as grandes obras, qualquer que seja sua 
origem, demandam uma reflexão dessa dimensão. 
O que devemos fazer para desdobrar o sentido de uma obra e revelar o 
pensamento do artista? Todos os “métodos” são bons, desde que continuem a 
ser meios, em vez de se tornarem fins em si mesmos. [...] 
Simulado 
 
 
 
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[...] Sendo o objeto da literatura a própria condição humana, aquele que 
a lê e a compreende se tornará não um especialista em análise literária, mas 
um conhecedor do ser humano. Que melhor introdução à compreensão das 
paixões e dos comportamentos humanos do que uma imersão na obra ,dos 
grandes escritores que se dedicam a essa tarefa há milênios? E, de imediato: 
que melhor preparação pode haver para todas as profissões baseadas nas 
relações humanas? Se entendermos assim a literatura e orientarmos dessa 
maneira o seu ensino, que ajuda mais preciosa poderia encontrar o futuro 
estudante de direito ou de ciências políticas, o futuro assistente social ou 
psicoterapeuta, o historiador ou o sociólogo? Ter como professores 
Shakespeare e Sófocles, Dostoievski e Proust não é tirar proveito de um ensino 
excepcional? E não se vê que mesmo um futuro médico, para exercer o seu 
ofício, teria mais a aprender com esses mesmos professores do que com os 
manuais preparatórios para concurso que hoje determinam o seu destino? 
Assim, os estudos literários encontrariam o seu lugar no coração das 
humanidades, ao lado da história dos eventos e das ideias, todas essas 
disciplinas fazendo progredir o pensamento e se alimentando tanto de obras 
quanto de doutrinas, tanto de ações políticas quanto de mutações sociais, 
tanto da vida dos povos quanto da de seus indivíduos. 
Se aceitarmos essa finalidade para o ensino literário, o qual não serviria 
mais unicamente à reprodução dos professores de Letras, podemos facilmente 
chegar a um acordo sobre o espírito que o deve conduzir: é necessário incluir 
as obras no grande diálogo entre os homens, iniciado desde a noite dos 
tempos e do qual cada um de nós, por mais ínfimo que seja, ainda participa. 
“É nessa comunicação inesgotável, vitoriosa do espaço e do tempo, que se 
afirma o alcance universal da literatura”, escrevia Paul Bénichou. A nós, 
adultos, nos cabe transmitir às novas gerações essa herança frágil, essas 
palavras que ajudam a viver melhor. 
(Tzvetan Todorov. A literatura em perigo. 2 ed. Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009, p. 89-94.) 
 
 
 
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2. Considerando que o pronome o usado na sequência que o deve conduzir 
tem valor anafórico, isto é, faz referência a um termo já enunciado no 
último parágrafo, identifique esse termo. 
a) Ensino literário. 
b) Professores de Letras. 
c) Acordo. 
d) Espírito. 
e) Grande diálogo. 
 
Não interessa aqui discutir se cabe considerar a chegada dos europeus 
ao continente americano, em 1492, como descoberta, encontro ou o que seja: 
questão, no geral, mais esterilizante que produtiva. O fato é que, naquele ano, 
os europeus se deram conta da existência de uma porção vasta de terra 1até 
então desconhecida e habitada por homens diferentes dos da Europa. O 
navegador Cristóvão Colombo (1451-1506), responsável por viabilizar tal 
encontro, achou que estava chegando no Oriente: com base nas medidas 
adotadas pelo astrônomo árabe do século 9, Abu al-Farghani, calculou mal o 
tamanho do grau, unidade na qual se dividia a esfera terrestre, e ainda errou 
ao converter a milha árabe para a milha italiana. 
O grego Ptolomeu (90-168) e toda a escola de Alexandria lhe teriam 
servido melhor, mas se calculasse bem, o genovês não teria chegado onde 
chegou. Mesmo porque a imaginação, encharcada de relatos sobre terras 
fantásticas e da obsessão por monstros, o guiava tanto ou mais que o 
conhecimento ‘científico’. Encontrar tais monstros era fundamental, com a 
tradição rezando que sua presença augurava riquezas. Foi grande o 
desapontamento de Colombo quando os naturais das ilhas do Caribe lhe 
disseram que nunca tinham visto 2tais seres. Conforme a realidade contradizia 
o que 3lhe ia pela cabeça, o navegador substituía elementos: na falta dos 
súditos do Grande Cã, levou para a Espanha os ‘índios’ de Hispaniola; em vez 
das sedas e dos brocados, exibiu aos reis católicos as máscaras estranhas e 
 
 
 
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cintos feitos de osso de peixe; no lugar das presas de elefantes ou unicórnios, 
ostentou papagaios verdes. [...] 
Ao longo do século 16, Colombo já morto, cresceu na Europa a 
consciência da magnitude das transformações provocadas por aquelas terras 
novas, ignoradas pelos autores antigos e capazes de mostrar quanta coisa 
escapara a 4sua sabedoria. O nome do Novo Mundo ainda flutuava, cada vez 
mais sendo identificado ao de outro navegador, o florentino Américo Vespúcio 
(1454-1512). Ao léxico faltava capacidade para exprimir tanta coisa nova e 
estranha, daí recorrer-se primeiro ao que era familiar e conhecido. As palavras 
não bastavam para um desesperançado Gonzalo de Oviedo descrever a 
plumagem brilhante dos pássaros americanos, nem para Jean de Léry 
contrastar o semblante dos tupinambás da costa brasílica, tão diferentes dos 
europeus: quem quisesse “desfrutar do prazer de 5os conhecer”, afirmou este, 
teria de “visitá-los no seu país”. Ao dedicar sua Historia General de Las Indias 
ao imperador Carlos V, em 1553, Francisco Gómara escreveu 
bombasticamente: “O maior acontecimento desde a criação do mundo 
(excluindo a encarnação e a morte d’Aquele que o criou) foi a descoberta da 
Índia”. 
(SOUZA, Laura de Mello. Colombo, a América e o Conhecimento. Ciência Hoje, julho 2011, p. 83.) 
3. Assinale a alternativa que não relaciona de forma adequada a expressão 
grifada com a informação que essa expressão retoma. 
a) “até então” (ref.1) = ano de 1492. 
b) “sua sabedoria” (ref.4) = de Colombo. 
c) “tais seres” (ref.2) = monstros. 
d) “lhe ia pela cabeça” (ref.3) = Cristóvão Colombo. 
e) “os conhecer” (ref.5) = seres da costa brasílica. 
 
4. Se as formas verbais (no Presente do Indicativo) dos verbos ser, custar, 
vir e demorar exprimissem ordem, na mesma pessoa, teríamos, 
respectivamente: 
a) sê, custa, vem, não te demores. 
 
 
 
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b) seja, custa, vem, não se demore. 
c) sede, custai, vinde, não vos demoreis. 
d) sê, custa, venha, não te demoras. 
e) sê, custe, vem, não te demore. 
 
5. Leia o texto a seguir. 
 – Por que se demorou tanto na casa de banho? 
 – Demorei, eu? Despachei-me enquanto o diabo esfregava o olho! 
 – Esteve a cortar a unhas, eu bem escutei. [...] 
 – Diga-se de paisagem, Constança: eu estavame bonitando para si. 
 – Para mim? 
(COUTO, Mia. O outro pé da sereia. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 229.) 
O trecho em negrito revela 
a) início da ação, uma vez que aponta para o estado da personagem, 
expresso pelo verbo “estava”. 
b) continuidade da ação, pois apresenta um evento prolongado, expresso 
pela palavra “bonitando”. 
c) momento da ação, já que ela é posterior ao momento da fala, revelado 
pelo discurso direto. 
d) simultaneidade de ações, pois, enquanto fala com Constança, a 
personagem vai se “bonitando”. 
e) anterioridade de ações, visto que a personagem se dirige a Constança 
antes de se bonitar. 
 
A questão a seguir toma por base uma passagem do romance regionalista 
Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953). 
Contas 
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos 
cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante 
 
 
 
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uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não 
chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito. 
Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. 
Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, 
roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o 
produto das sortes. 
Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos 
minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, não seria 
roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-
se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo. 
Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repende estourava: 
– Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. 
Quem é do chão não se trepa. 
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E 
quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao 
chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma 
ninharia. 
Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-
se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha 
Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-
se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e 
diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio 
notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do 
patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente 
de juros. 
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se 
perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um 
erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os 
estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de 
mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar 
carta de alforria! 
 
 
 
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O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que, o vaqueiro 
fosse procurar serviço noutra fazenda. 
Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. 
Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era 
bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um 
cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia 
respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher, provavelmente devia ser 
ignorância da mulher. Até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia 
ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e 
jurava não cair noutra. 
(Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.) 
6. No fragmento apresentado de Vidas secas, as formas verbais mais 
frequentes se enquadram em dois tempos do modo indicativo. Marque a 
alternativa que indica, pela ordem, o tempo verbal predominante no 
segundo parágrafo e o que predomina no quinto parágrafo. 
a) pretérito perfeito – pretérito imperfeito. 
b) presente – pretérito imperfeito. 
c) presente – pretérito perfeito. 
d) futuro do pretérito – presente. 
e) pretérito imperfeito – pretérito perfeito. 
 
 Todo o barbeiro é tagarela, e principalmente quando tem pouco que 
fazer; começou portanto a puxar conversa com o freguês. Foi a sua salvação e 
fortuna. 
 O navio a que o marujo pertencia viajava para a Costa e ocupava-se no 
comércio de negros; era um dos combóis que traziam fornecimento para o 
Valongo, e estava pronto a largar. 
 — Ó mestre! disse o marujo no meio da conversa, você também não é 
sangrador? 
 — Sim, eu também sangro... 
 
 
 
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 — Pois olhe, você estava bem bom, se quisesse ir conosco... para curar 
1a gente a bordo; morre-se ali que é uma praga. 
 — 2Homem, eu da cirurgia não entendo 3muito... 
 — Pois já não disse que sabe também sangrar? 
 — Sim... 
 — Então já sabe até demais. 
 No dia seguinte 4saiu o nosso homem pela barra fora: a 6fortuna tinha-
lhe dado o meio, cumpria sabê-lo aproveitar; de oficial de barbeiro dava um 
salto mortal a médico de navio negreiro; restava unicamente saber fazer 
render a nova posição. Isso ficou por sua conta. 
 Por um feliz acaso logo nos primeiros dias de viagem adoeceram dois 
marinheiros; chamou-se o médico; ele fez tudo o que sabia... sangrou os 
doentes, e em pouco tempo estavam bons, perfeitos. Com isto ganhou imensa 
reputação, e começou a ser estimado. 
 Chegaram com feliz viagem ao seu destino; tomaram o seu 
carregamento de gente, e voltaram para o Rio. Graças à 5lanceta do nosso 
homem, nem um só negro morreu, o que muito contribuiu para aumentar-lhe 
a sólida reputação de entendedor do riscado. 
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. 
7. Para expressar um fato que seria consequência certa de outro, pode-se 
usar o pretérito imperfeito do indicativo em lugar do futuro do pretérito, 
como ocorre na seguinte frase: 
a) “era um dos combóis que traziam fornecimento para o Valongo”. 
b) “você estava bem bom, se quisesse ir conosco”. 
c) “Pois já não disse que sabe também sangrar?”. 
d) “de oficial de barbeiro dava um salto mortal a médico de navio negreiro”. 
e) “logo nos primeiros dias de viagem adoeceram dois marinheiros”. 
[...] As primeiras vezes as aulas foram difíceis. Eles pouco entendiam e eu 
ficava irritada: – Vocês têm mesmo certeza de que nasceram no Brasil? – Ia, 
ia Wol. Isso me enfurecia. Parecia mesmo 5que o meu alemão melhorava, 
2enquanto 3o português deles ia para trás. Senti isso numa tarde em 6que 
 
 
 
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olhava o rio Itajaí-Açu, numa cheia. 7Era impetuoso, arrastava 4tudo, os 
troncos, as tábuas, os toros de madeira. Precisava de muita fibra, para conter 
essa 1força de um contingente linguístico, com tão pouca gente falando a 
língua da pátria. Por isso 8lutava ainda. Eu representava aqui uma célula, um 
átomo que teria de se desenvolver a qualquer custo, para, num milagre, 
realizar o quase impossível. 
LAUS, Lausimar. O guarda-roupa alemão. 4. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006. p. 35. 
8. Considerando o texto acima, assinale a(s) proposição(ões) correta(s). 
I) Em “o português deles” (ref.3), a palavra deles é uma contração da 
preposição de com o pronome pessoal eles, sendo empregada como 
pronome

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