Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
e-Book 1 Cíntia Regina de Fátima MANIFESTAÇÕES CULTURAIS GÍMNICAS Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 EVOLUÇÃO DA GINÁSTICA AO LONGO DO TEMPO: PASSADO, PRESENTE E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO ����������������� 4 A construção da ginástica na história: da Antiguidade à Idade Contemporânea ������������������������������������������������������� 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������39 3 INTRODUÇÃO Neste e-book você conhecerá a origem da ginástica, como ela se desenvolveu no decorrer da história humana e como se encontra na atualidade� Para isso, vamos passar por quatro momentos que se articulam, descritos a seguir� Primeiro, você conhecerá como a ginástica foi retra- tada nos períodos da história, desde a Antiguidade até a Idade Contemporânea� No segundo momento, serão apresentados os métodos ginásticos, que caracterizam as primeiras sistematizações da Educação Física e da própria ginástica� No terceiro, você entenderá como a ginástica é conceituada atualmente e quais os elementos que a definem. Por último, estritamente vinculado ao momento anterior, serão apresentados os diferentes tipos de ginásticas e quais os campos em que se inserem� Serão descritas também as possíveis tendências da ginástica� 44 EVOLUÇÃO DA GINÁSTICA AO LONGO DO TEMPO: PASSADO, PRESENTE E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO A CONSTRUÇÃO DA GINÁSTICA NA HISTÓRIA: DA ANTIGUIDADE À IDADE CONTEMPORÂNEA O significado da ginástica se transformou ao longo da história do homem, de modo que a sua função social e a forma de praticá-la estão relacionadas aos interesses de cada período� Vamos entender como se deu essa evolução? “O termo ‘ginástica’ é de origem grega e significa a ‘arte de exercitar o corpo nu’” (NUNOMURA; TSUKAMOTO, 2009, p� 18)� Nesse sentido, qualquer atividade física (andar, correr, saltar, rolar, lançar, arremessar, jogos individuais e coletivos etc�) era considerada como ginástica� Inicialmente, não possuía uma identidade própria, assim como não havia uma delimitação conceitual, diferentemente de hoje, que apresenta características particulares e, muitas vezes, locais e equipamentos específicos. 55 Na Pré-história, o homem se exercitava para garantir sua sobrevivência� Além desse caráter utilitarista, a atividade física também estava presente nas comemorações e adoração aos Deuses� Figura 1: Como os períodos da história são divididos pela Historiografia. invenção da escrita queda do Império Romano do Ociedente tomada de Constantinopla pelos turcos início da Revolução Francesa 4000 a�C 1 476 1453 1789 Idade Contemporânea Idade Moderna ... PRÉ-HISTÓRIA Antiguidade Idade Média era cristã H I S T Ó R I A Fonte: https://www�historiafacil�com�br/informacoes/ periodizacao-da-historia/ Na Antiguidade, praticava-se a ginástica para cuidar do corpo e da saúde, tanto no aspecto estético quanto moral� Além disso, também era uma forma de preparação para as guerras� Nesse período, Gré- cia e Roma eram destaques em exercícios físicos� Na Grécia (Atenas e Esparta) havia uma grande preocupação com a preparação militar, de forma a garantir corpos disciplinados e eficientes, bem como o fortalecimento espiritual� No entanto, Esparta se destacava no aspecto do desenvolvimento de habilidades físicas� A educação 66 do cidadão nessa cidade era dirigida intensamente à obediência e às aptidões motoras, fundamentais para o Estado militarizado� Sob essas condições, a debilidade física era inadmissível e as crianças que apresentassem algum indício de fraqueza ou doença eram sacrificadas ao nascer. Somente os homens eram considerados cidadãos, mas, por mais estranho que pareça, as mulheres gozavam de maior liberdade se comparadas às mulheres de Atenas. Elas eram preparadas fisicamente para uma maternidade sadia, praticando atividades e exercícios� Tal fato devia-se à ausência de homens em Esparta, com suas constantes ações militares (VICENTINO, 1997)� Em Roma, os exercícios tinham inicialmente um caráter militar, depois guerreiro e, por último, espe- tacular (gladiadores e corridas de bigas) (DARIDO; RANGEL, 2005)� O gladiador, na Roma Antiga, era um escravo que era forçado a lutar por sua vida� O termo é proveniente de uma espada que utilizavam em combate, denominada gládio� A luta entre gladiadores, em Roma, fazia muito sucesso, era uma atividade atrativa para toda a popula- ção e usada como entretenimento pelos governantes� A luta só terminava quando um dos gladiadores morria ou ficava sem condições de combate. Quer saber mais? SAIBA MAIS 77 Assista ao filme Gladiador, de 2000, dirigido por Ridley Scott, com roteiro de David Franzoni, John Logan e William Nicholson� Na Idade Média (século 5 ao 15), a atividade físi- ca foi marginalizada e proibida pela igreja, sendo perseguidos aqueles que a praticassem como forma de recreação� Existia uma preocupação em purificar a alma, que se conquistava pelos sacrifí- cios do corpo por meio da renúncia aos prazeres mundanos� Apesar disso, nas Cruzadas e disputas territoriais, os cavaleiros praticavam exercícios físicos (como esgrima e equitação, arco e flecha, luta e corrida) com o objetivo de preparação militar (DARIDO; RANGEL, 2005)� Já na Idade Moderna (século 15 ao 18), a ginás- tica passa a ser um instrumento de educação, capaz de desenvolver capacidades físicas, morais e intelectuais, além de ser utilizada como forma de reabilitar os corpos torturados pelas guerras e imposições religiosas� Nesse período, também há um avanço no conhecimento sobre a atividade física, através de publicações que tratavam da sua importância no desenvolvimento da criança e do jovem (NUNOMURA; TSUKAMOTO, 2009; DARIDO; RANGEL, 2005)� No final século 18 e início do século 19 ocorre a consolidação do modo de produção capitalista� E 88 no que isso se relaciona com a ginástica? Nessa época, o exercício físico foi utilizado como um dos instrumentos de manutenção do status quo� Em outras palavras, por meio da atividade física seria possível “formar” o homem “moderno”, almejado pelo capital, ou seja, forte, disciplinado e produtivo� Tendo em vista as necessidades políticas e eco- nômicas da sociedade naquele momento, e sob os interesses da classe dominante, os exercícios físicos foram sistematizados e institucionalizados por quatro escolas europeias (Alemanha, Suécia, França e Inglaterra), que deram origem aos Méto- dos Ginásticos (Alemanha, Suécia e França) e ao Movimento Esportivo (Inglaterra)� Figura 2: Sistematização das atividades físicas na Europa� Exercícios físicos e as escolas europeias Métodos ginásticos Movimento Esportivo Alemanha Suécia França Inglaterra Fonte: elaborado pela autora� Os Métodos Ginásticos, particularmente, foram premissas para a ginástica como se encontra 99 atualmente� A seguir, discutiremos as principais características desses métodos� Os principais representantes do Método Alemão foram Basedow – que teve seu método desenvolvido por Jahn e Spiess – e Guths Muths� A Alemanha era uma país que vivia em constantes disputas territoriais, por isso a atividade física era sempre orientada para a formação de indivíduos fortes e saudáveis; no caso dos homens, para defender o país nas guerras, das mulheres por gerarem os filhos da pátria. O método alemão preocupava-se em formar espíritos nacionalistas, capazes de fazer tudo pelo seu país (SOARES, 2004)� Na Suécia, o criador do Método Ginástico foi Ling, que dividiu a ginástica em quatro partes: pedagó- gica, médica, militar e estética� O Método Sueco se preocupava em preparar o povo para as guerras e disputas territoriais e, ao mesmo tempo, para o trabalho nas fábricas� Além disso, acreditava-se que através da atividade física poderiam regenerar o povo, que sofria de doenças e vícios (SOARES, 2004)� O Método Francês foi propostoinicialmente por Amorós e, depois, desenvolvido por Demeny, Tissié e Marey. A Ginástica Francesa visava à formação do homem completo e universal� Em função dis- so, defendia que a ginástica, ao desenvolver as 1010 faculdades físicas, psicológicas e moral, poderia promover o desenvolvimento da sociedade e a regeneração da raça humana, por isso deveria ser acessível a todos� A Ginástica Amorosiana, seme- lhante à Sueca, foi dividida em: civil e industrial, militar, médica e cênica ou funambulesca� A Inglaterra era considerada uma potência mais estável no aspecto político e mais desenvolvida economicamente� Além disso, na Inglaterra não ocorriam disputas territoriais como nos outros países europeus, pois possuía uma posição ge- ográfica favorável e um poder naval que impedia invasões em seus territórios� Essas características inglesas fizeram com que os exercícios físicos se desenvolvessem em uma outra direção, isto é, do esporte e não dos métodos ginásticos� Em função disso, esse método não será abordado, uma vez que o foco aqui é a ginástica� Na Tabela 1, a seguir, você poderá visualizar a síntese dos exercícios utilizados por cada Méto- do Ginástico e quais foram os seus respectivos representantes� 1111 Tabela 1: Movimentos Ginásticos Europeus� Movimentos Ginásticos Europeus Escola Características Principais Representantes Alemã Corridas, saltos, arremessos e lutas semelhantes aos da Grécia Antiga Basedow (1723-1790) Exercícios ginás- ticos, trabalhos manuais e jogos sociais – Ginástica natural; Movimento rítmicos Guts Muths (1759-1839) Jogos e exercí- cios: correr, saltar, arremessar e lutar� Utilização de apa- ratos utilizados como barras para suspensão Friedrich Jahn (1778-1852) Exercícios militares com fins pedagógi- cos integrados ao currículo escolar: eficiência corporal Adolf Spiess (1810-1858) 1212 Sueca Ginástica e literatu- ra: instigar a força e coragem do povo, para a defesa da pátria; Ginástica dividida em quatro partes, com objetivos interdependentes: médico, militar, pedagógico e estético; Tem como base o uso de aparelhos (exemplos: espal- dar e banco sueco) Henrik Ling (1776-1839) Francesa Exercícios milita- res, que objetiva- vam aumentar as potencialidades dos jovens, uso de aros, escada de cordas, máquina para testar força e o trapézio Francisco Amorós (1770-1848) Exercícios físi- cos de caráter médico-higienista Medir, experimen- tar e comparar – economizar energias – bases fisiológicas Georges Demeny (1850-1917) e Etiene J. Marey (1830-1904) Movimentos Ginásticos Europeus Escola Principais Características Representantes 1313 Inglesa Ginástica pouco difundida, o espor- te foi considerado o grande meio para promover a educação, através de jogos esporti- vos: organização, regras, técnicas e padrões de conduta Fonte: adaptado de Darido e Rangel (2005, pp� 232-233)� Por meio do caminho percorrido até aqui, você pôde perceber que as características de cada Mé- todo Ginástico se relacionam às necessidades do país de origem, mas, de forma geral, todas tinham como objetivo produzir corpos robustos e saudá- veis� Além disso, acreditava-se que a ginástica poderia melhorar a qualidade física, psicológica e moral das pessoas� Dessa forma, ela foi utilizada como instrumento para “regenerar” a raça humana e transformar os costumes e tradições do povo� É importante frisarmos que, naquele momento da história, com o processo de industrialização, desen- volvimento de fábricas, crescimento desordenado e desigual entre os países, a ginástica realmente foi utilizada como forma de silenciar os problemas sociais e como um instrumento para produzir corpos saudáveis, que gastassem menos energia, fossem mais higiênicos, suportassem mais horas de trabalho, sem que para isso se modificassem 1414 as condições sociais extremamente desiguais e exploradoras� Você sabe o que é higienismo e higiene social? Considera-se como higienismo o movimento que pos- sibilita a criação dos hábitos sadios e a realização das grandes aspirações sanitárias do Estado, por meio do trabalho da robustez do indivíduo, tendo como base a virtude da raça� Segundo a concepção higienista, não era possível fazer uma grande nação com uma raça inferior, eivada pela mestiçagem� Nesta questão, o higienismo se fundamentava na Eugenia� Eugenia foi o termo “inventado” por Francis Galton (1822-1911), fisiologista inglês, para designar a ciência que trata dos fatores capazes de aprimorar as qualidades hereditárias da raça humana. Afirmava ele que os seres humanos, assim como os animais, poderiam ser melhorados atra- vés da seleção artificial. Um dos objetivos de Galton era encorajar o nascimento de indivíduos mais eminentes ou capazes, e desencorajar o nascimento dos incapazes (MANASÈRA; SILVA, 2000)� O higienismo e a eugenia foram as bases filosóficas para o surgimento do nazismo. Por isso, fique atento! Apesar disso, vale destacarmos que a ginástica e os exercícios físicos foram importantes para auxiliar a promoção da vida, da saúde e para ame- FIQUE ATENTO 1515 nizar as mortes que ocorriam de forma frequente e desarmônica� Por isso, a atividade física aparece como tão importante para saúde física e mental do ser humano� E no Brasil, como se desenvolveu a ginástica? No Brasil, a ginástica foi importada da Europa, sendo trazida pelos imigrantes� Inicialmente foi implantado o Método Alemão, seguido do Método Sueco e Francês, respectivamente� Segundo Arantes (apud COSTA; PERELLI; MATA- RUNA-DOS-SANTOS, 2016), a ginástica teve início no Brasil com a chegada da Imperatriz-Consorte do Brasil, D� Maria Leopoldina – esposa de D� Pedro I� A guarda pessoal, de origem prussiana, que a acompanhava praticava exercícios que aos poucos foram sendo disseminados, primeiro como preparação e formação de oficiais (da Marinha e do Exército), depois de civis� A Ginástica Alemã, baseada nos ideais do higienismo e do eugenismo, tinha como objetivo melhorar a raça humana, ou seja, foi utilizada para tentar esbranquiçar o povo brasileiro, de caráter miscigenado, e como forma de impor o eurocentrismo, em que a cultura europeia se caracteriza como superior às demais� Em meados do século 19, a ginástica foi incluída como disciplina obrigatória nos currículos das escolas primárias, através da Reforma de Couto 1616 Ferraz, Ministro do Império� Darido e Rangel (2005, p. 231) afirmam que: Os modelos ginásticos europeus influenciaram o contexto das práticas corporais no Brasil� Rui Barbosa considerou, na época, o método sueco o mais apropriado para ser implantado nas escolas brasileiras, devido ao seu caráter educacional� Porém, foi o método francês que mais se destacou, sendo oficialmente implantado nas escolas brasileiras. A França à época priorizou a racionalidade científica para sistematizar os saberes que visavam a ordem e disciplina metódica a serem implementadas nas instituições que exerceriam controle na sociedade, como o exército, a saúde e a educação, tendo o corpo como objeto de controle e responsabilidade do Estado� A partir desse momento, que marca a inserção da ginástica na escola, o Método Alemão se direcio- nou especificamente à formação de militares e os métodos Sueco e Francês ao campo educacional� O predomínio da ginástica francesa no Brasil ocor- reu, principalmente, por dois motivos: primeiro pela derrota da Alemanha na Primeira Guerra e vitória da França; segundo pela chegada da Missão Militar Francesa ao Brasil (COSTA; PERELLI; MATARUNA- -DOS-SANTOS, 2016)� 1717 Como você pôde perceber, os métodos ginásticos, apesar de terem origem na Alemanha, Suécia e França, tornaram-se base da ginástica em todo o mundo, inclusive no Brasil� Esses métodos se desenvolveram ao longo do tempo, de forma que os movimentos se tornaram cada vez mais especí- ficos e os lugares de realização das práticas foram sendo demarcados, o que possibilitou a criaçãodo universo gímnico que temos na atualidade� A Ginástica na Atualidade e as perspectivas futuras Devido à sua abrangência, estabelecer um con- ceito único para a ginástica pode impossibilitar a compreensão desse campo em sua complexidade, que é muito vasto e rico� A ginástica é uma prática que está presente em vários espaços e possui diferentes intencionalidades, tais como: esporte de competição; recreação e lazer; promoção de saúde; proposta educativa etc� Em função disso, entender o que é a ginástica na atualidade implica compreender a sua pluralidade, por isso, não é a ginástica e sim as ginásticas� Nesse sentido, Souza (1997) propõe a organiza- ção da ginástica de acordo com seus campos de atuação: Ginásticas de Condicionamento Físico; Ginásticas de Competição; Ginásticas de Cons- 1818 cientização Corporal; Ginásticas Fisioterápicas e Ginásticas de Demonstração� A Ginástica de Condicionamento Físico é consti- tuída pelas modalidades direcionadas à aquisição ou à manutenção da condição física e da saúde� Oliveira e Nunomura (2012) ainda incluem nesse campo de atuação as ginásticas relacionadas à dimensão estética, tendo em vista que o culto ao corpo tem sido uma (pre)ocupação da sociedade na atualidade� Dessa forma, pode-se dizer que a Ginástica de Condicionamento Físico está presente em academias, clubes, parques, ruas, praças, casa e, tendo em vista a COVID-19, nos aplicativos� As- sim, as tecnologias digitais se tornaram recursos muito utilizados pela população para se exercitar� Apesar de a preocupação com as questões es- téticas e de saúde parecerem atuais, Oliveira e Nunomura (2012) relembram que a ginástica surge justamente com esse propósito, ou seja, tornar os corpos mais saudáveis, fortes e produtivos� Além disso, a associação entre a aparência física e a saúde é uma relação equivocada estabelecida pela sociedade� Sabe-se, no entanto, que essas concepções de corpo e beleza mudam de acordo com o momento histórico� Embora, atualmente, o corpo magro e malhado seja supervalorizado e posto como saudável, no Renascimento, por exem- plo, eram os corpos fartos que eram valorizados� 1919 Dentre os tipos de ginástica de condicionamento estão a musculação, spinning, ginástica localiza- da, ginástica aeróbica, step, “glúteo, abdômen e panturrilha” (GAP) etc� As ginásticas de competição, como o próprio nome sugere, são modalidades que visam à competição e que, portanto, possuem regras e técnicas estabelecidas internacionalmente� Nesse grupo estão incluídas, principalmente, a ginástica artística (GA), ginástica rítmica (GR), ginástica acrobática (GACRO), ginástica aeróbica (GAE) e ginástica de trampolim (GT), que são as modali- dades de competição tratadas pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG)� Oliveira e Nunomura (2012) também mencionam outras modalidades competitivas pouco difundidas, tais como: a roda ginástica, a ginástica estética, o team gym, o rock and roll gymnastics, cheerleading e o volteio� A GA teve origem na Alemanha, por volta de 1811, proposta por Jahn, inicialmente como ginástica ao ar livre. A GA chegou ao Brasil, especificamente na região Sul e Sudeste, com a colonização dos Alemães em 1824, mas somente em 1951 tornou- -se oficial, após a modalidade tornar-se filiada à Federação Internacional de Ginástica (FIG) (NU- NOMURA et al�, 2009)� 2020 Você sabia que a Ginástica Artística no Brasil ficou muito tempo conhecida como Ginástica Olímpica? Apesar disso, o nome oficial da modalidade foi estabelecido em 2006, pela Confederação Brasileira de Ginástica� A GA é uma modalidade praticada por ambos os sexos e se caracteriza pela execução de elemen- tos corporais sobre aparelhos específicos. Alguns brasileiros vêm marcando a história do país nessa modalidade, por exemplo: Daniele Hypólito, Diego Hypólito, Dayane dos Santos, Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Arthur Zanetti, Arthur Nory e Francisco Barreto� Você sabia que os atletas brasileiros de ginástica ar- tística têm se destacado nas competições? Nos Jogos Pan-Americanos, em 2019, os brasileiros conquistaram 11 medalhas, marcando a sua melhor participação na história desses jogos. Confira na reportagem abaixo: http://www�rededoesporte�gov�br/pt-br/noticias/ginas- tica-artistica-brasileira-11-medalhas-e-a-melhor-cam- panha-da-historia-em-jogos-pan-americanos FIQUE ATENTO SAIBA MAIS 2121 A GR surgiu a partir do Método Sueco, mas depois foi se constituindo por outras tendências e autores, tais como: Noverre (mestre de dança), Delsarte (ator teatral), Laban, Isadora Duncan e Elizabeth Duncan (artistas da dança), Dalcroze (compositor e professor), Rudolf Bode (considerado o criador da GR) e Henrich Medau (professor e músico) (TOLETO, 2009). Essas influências tornaram as características da GR muito particulares, trans- formando-a em “uma modalidade gímnica com- petitiva [apenas pelo sexo feminino] que combina, de maneira harmoniosa, os elementos corporais (ginásticos e alguns acrobáticos) ao manejo dos aparelhos [���], contextualizados e executados num ritmo musical (TOLEDO, 2009, p� 143)� Não há um consenso sobre quando a GR se dis- seminou no Brasil, mas alguns autores afirmam que, de modo geral, foi através dos Métodos Ginásticos� Outros acreditam que foi através da Ginástica Calistênica� Nos Jogos Pan-Americanos de 2019, duas atletas bra- sileiras de GR se classificaram para a final na categoria individual. Confira a reportagem e o vídeo da apresen- tação no link abaixo: SAIBA MAIS 2222 https://recordtv�r7�com/pan-lima-2019/brasil-no-pan/ videos/atletas-brasileiras-impressionam-na-ginastica- -ritmica-03082019 A GACRO estava presente na vida do homem desde a Antiguidade através de exercícios acrobáticos e é representada em monumentos, pinturas, cerâmicas e outros objetos artísticos da época� Além disso, com o passar dos séculos, as acrobacias também foram incluídas no circo, sendo apresentadas, inicialmente, por pequenas troupes ambulantes, em palácios (MERIDA, 2009)� A consolidação da GACRO enquanto modalida- de esportiva ocorreu em 1973, quando também aconteceram as primeiras competições mundiais� Apesar de inclusa nos Jogos Mundiais, a GACRO não é uma modalidade olímpica� A modalidade pode ser praticada por ambos os se- xos, com o objetivo de formar figuras ou pirâmides humanas, realizar acrobacias e executar elementos de dança� No Brasil, é reconhecida como um nú- mero de circo, mas pouco valorizada e difundida enquanto modalidade esportiva que possui regras e características específicas (MERIDA et al�, 2008)� A GAE surgiu nos Estados Unidos, na década de 1970, quando Cooper, médico do exército, utilizou o termo “aeróbica” para denominar atividades que, 2323 realizadas por período considerável, propiciavam benefícios cardiorrespiratórios� Nessa mesma década, Jacki Sorensen propôs o aerobic dancing, combinando exercícios de flexibilidade, dança e música, coreografados, dando origem à ginástica aeróbica� Depois disso, a atividade desenvolveu- -se e consolidou-se nos anos 1980, tornando-se uma modalidade federada, presente em clubes, academias e centros esportivos� Na década de 1990, ocorreu o primeiro campeonato mundial, com os regulamentos já estabelecidos pela FIG (MATTOS, 2009)� No Brasil, a modalidade foi incorporada pelos pro- fissionais de educação física entre 1981 e 1982, mas esses profissionais ainda não possuíam formação para uma prática de qualidade� Apesar disso, a modalidade não demorou a se desenvol- ver no país� Por volta de 1999, o Brasil esteve no ranking mundial, destacando-se nas competições (MATOS, 2009)� Embora as competições nacio- nais e internacionais ainda permaneçam, Mattos (2009) sinaliza que atualmente existem poucos atletas de GAE filiados à Confederação Brasileira de Ginástica (CBG)� A GT, conhecida como trampolim acrobático ou cama-elástica, é uma modalidade esportiva, mas também um aparelho auxiliar na aprendizagem de outrasmodalidades que utilizam acrobacias aére- 2424 as� Brochado F� e Brochado M� (2009) mencionam que é difícil se estabelecer a origem da GT, mas desde a Idade Média já existiam instrumentos para auxiliar nas impulsões acrobáticas� O trampolim, como se apresenta hoje, foi criado por George Nissen por volta de 1930, nos Estados Unidos� A primeira competição nacional ocorreu em 1941� Em 1964, criou-se a federação internacional da modalidade, impulsionando os campeonatos mundiais� A GT foi implantada no Brasil no final da década de 1970, pelo prof� José Martins Oliveira, à princípio em São Paulo, mas depois a modalidade foi disse- minada nos outros estados� O primeiro campeonato brasileiro de GT ocorreu em 1990, quando o país também se filiou à Federação Internacional de Trampolim� Atualmente, a seleção brasileira conta com três ginastas vinculados à CBG: Alice Hellen Gomes, Camilla Lopes Gomes E Rayan Victor de Casto Dutra� Para conhecer quais as modalidades de competição e os atletas da seleção brasileira, basta acessar o site da Confederação Brasileira de Ginástica, indicado no link a seguir: https://www�cbginastica�com�br/ SAIBA MAIS 2525 Retomando os campos de atuação das ginásticas, as ginásticas de conscientização corporal (GCC), consideradas técnicas alternativas, têm origem no oriente, na Europa e nos Estados Unidos, com o propósito de “fornecer soluções para problemas de saúde e posturais através de uma visão integral do ser humano” (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012, p� 92)� Souza (1992) a defende como uma “nova” forma de se entender o corpo e a prática de exercícios� É importante destacarmos que a autora trata desse assunto em 1992, ou seja, há quase três décadas, portanto, ainda eram recentes essas práticas no país� Na literatura aparecem diferentes nomenclaturas, tais como: “propostas alternativas de abordagem do corpo”, “ginásticas suaves”, “ginástica educa- cional” e “terapias de mediação corporal”� Souza (1992), particularmente, optou por denominá-las de “novas propostas de abordar o corpo”, compre- endendo-as como: [���] todas as linhas e técnicas que proponham atividades corporais, diferentes das utilizadas na Ginástica Tradicional, tendo como ponto comum a visão integral do ser humano, percebendo e movi- mentando seu corpo, sem desvinculá-lo de outras dimensões que o compõem� Essas propostas valorizam a percepção e buscam a consciência 2626 corporal, a fim de que o indivíduo possa expressar-se livremente (pp� 30-31)� Segundo Souza (1992), a GCC chegou ao Brasil na década de 1970, através de diferentes propostas, dentre as quais a “antiginástica” ficou considerada como sua precursora, uma vez que, como o próprio nome já diz, se opunha ao modelo da ginástica tradicional� Alguns exemplos de ginástica de cons- cientização corporal são: eutonia, antiginástica, bioenergética, yoga, ginástica holísticas, biodança e tai chi chuan� Embora essas propostas tenham origens distintas, todas apresentam como princípio o autoconheci- mento através do desenvolvimento da percepção corporal� Acredita-se que “ao tomar consciência de seu próprio corpo, o indivíduo retoma [o] contato com os seus potenciais adormecidos, criando condições para viver o seu dia a dia de maneira mais saudável e autônoma” (SOUZA, 1992, pp� 40-41)� Além disso, Souza (1992) ainda menciona outros pontos em comum entre essas práticas: a interdependência entre as partes do corpo, tornar o movimento consciente, despertar a sensação do movimento e respeitar a individualidade� Tendo em vista as características e os objetivos das GCC, que trabalha a totalidade do ser, cada vez mais percebe-se a procura dessas práticas 2727 para lidar com as emoções e como forma de tra- tamento alternativo de determinados estados de depressão e ansiedade� As ginásticas fisioterápicas (GF) englobam outro campo de atuação da ginástica que, particularmente, tem como objetivo prevenir e/ou tratar doenças� Essa característica faz com que as GF sejam pouco abordadas na área da Educação Física� Devido à sua origem médica, no início do século 19, as GF estão estreitamente vinculadas às ciências fisio- lógica e anatômica� Oliveira e Nunomura (2012) ainda afirmam que também há influências orientais nas GF, especialmente nas práticas que fazem uso de massagens e movimentos respiratórios� Dentre os tipos de ginásticas fisioterápicas mais conhecidas estão a reeducação postural global (RPG) e o pilates� Por fim, o último campo de atuação mencionado por Souza (1997) é o das ginásticas de demons- tração, que têm como foco a interação social e a formação integral do indivíduo� A ginástica que representa esse grupo é conhecida como ginástica para todos (GPT) ou ginástica geral (GG)� De acordo com os estudiosos da GPT, primeiro ela se iniciou enquanto prática e evento social para, num segundo momento, ser regulamentada, sistematiza e ter uma terminologia específica. Um 2828 dos motivos para a utilização do termo GG foi por considerar que a proposta estava relacionada às ginásticas em geral, que mantinha a ginástica como base, mas sem regras específicas e sem competitividade, características fundamentais da modalidade� Há indícios de que nos anos 1930 já aconteciam festivais de ginástica com fins demonstrativos, denominados por Lingíadas. Apesar disso, oficial- mente, o início da modalidade é datado quando ocorreu a sua institucionalização pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), entre as décadas de 1970 e 1980� O interesse pela modalidade se deu após ser promovido o primeiro evento mundial de ginástica (Gymnaestrada), em 1953, sem fins competitivos� A FIG será tratada mais à frente, mas convém mencionar que até esse período as federações esportivas só regulamentavam as ginásticas de competição� A GPT chegou ao Brasil no início da década de 1980� No entanto, em 2009, Toledo, Tsukamoto e Gouveia (2009) constataram, através de diferentes estudos, que a GPT ainda era pouco difundida no país� Atualmente, existem diferentes grupos vin- culados a diferentes instituições� Toledo e Silva (2020) realizaram um estudo recente sobre a terri- torialidade da GPT e constataram que a modalidade está presente nas escolas, nas universidades, nos 2929 clubes e nas danças folclóricas� Apesar disso, as autoras afirmam que [���] embora a abrangência da GPT pareça andar a passos largos em nosso território brasileiro ainda há muito o que ser feito� A sua democratização e acesso pode ser maior, seja no intuito da melhoria da qualidade de vida da população em geral, por meio das políticas públicas de saúde (via Sistema Único de Saúde, por exemplo) ou via projetos de extensão nas universidades, programas extra-cur- riculares nas escolas [���] (p� 78)� A Gymnaestrada Mundial é um evento de ginástica não-competitiva que ocorre tradicionalmente a cada quatro anos. A Gymnaestrada é considerada o maior evento internacional de esporte recreativo do mundo, a qual reúne milhares de pessoas e dezenas de grupos de GPT, que se apresentam sem se preocupar com o desempenho� O último evento, que já está na sua 16ª edição, ocorreu em 2019, na Áustria� No evento não há restrições de idade, raça, sexo ou rendimento esportivo� Confira as informações no site: https://www.wg2019. at/wg2019/en� Para sintetizar essas informações, a figura a seguir retrata os cinco campos de atuação das Ginásticas e suas respectivas modalidades� SAIBA MAIS 3030 Figura 3: A organizadas das Ginásticas� De condicionamento físico - Localizada - Aeróbica - Musculação - Step Etc� De competição - Artística - Rítmica desportiva - Acrobática - Aeróbica - Roda Ginástica - Trampolim Acrobático Fisioterápica - Reeduc� Postural Global - Cinesioterapia - Isostrechting Etc� Ginástica De conscientização corporal - Antiginástica - Eutomia - Feldenkrais - Bioenergética Etc� De demonstração Ginástica Geral (engloba qualquer modalidade gímnica com objetivo demonstrativo)Fonte: adaptado de Souza (1997, p�26) Além dessa forma de organizar e entender o universo da ginástica, proposto por Souza (1997), também é possível compreendê-lo a partir da Federação Internacional de Ginástica (FIG)� A FIG é um órgão mundial que, desde 1881, é responsável por nor- matizar e regulamentar a ginástica� Além disso, promove eventos e é responsável pela modalida- de nos Jogos Olímpicos� A FIG está subordinada ao Comitê Olímpico Internacional, assim como a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) é su- bordinada à FIG e as Federações Estaduais ao CBG� De acordo com a FIG, as ginásticas estão organi- zadas em competitivas e demonstrativa (SOUZA, 1997)� No primeiro grupo estão a ginástica artística (dividida em GA masculina e GA feminina), a ginás- 3131 tica rítmica, a ginástica de trampolim, a ginástica acrobática e a ginástica aeróbica� No segundo grupo está a “ginástica para todos”� Recentemente, em 2017, a FIG incluiu o parkour como uma moda- lidade federalizada internacionalmente, com fins competitivos� Dessa forma, acredita-se que há uma perspectiva de que, futuramente, outras práticas sejam institucionalizadas e regulamentadas pelo órgão� Nesse sentido, de acordo com a FIG, a gi- nástica está organizada da seguinte forma: Figura 4: Estrutura da FIG. FIG GA (feminina) GT/TA GAE GPT PARKOUR GACRO GA (masculina) GR Fonte: elaborado pela autora� 3232 Até aqui, você aprendeu que a história da ginás- tica se confunde (ou se aproxima) com a história da Educação Física� Inicialmente, denominava-se por ginástica qualquer exercício físico, como cor- rer, saltar, lançar, dançar, entre outros� No século 19, as atividades físicas foram sistematizadas e criaram-se diferentes Métodos Ginásticos com o propósito de moralizar a população e, ao mesmo tempo, ensiná-la a cuidar do corpo e a ter hábitos saudáveis e higiênicos, seja para curar os proble- mas posturais devido à carga horária excessiva de trabalho ou para tornar os homens mais fortes e obedientes para o trabalho fabril e para as guerras� Então, foi a partir desses métodos que a ginástica se disseminou e, paulatinamente, foi delimitado seu universo, caracterizado por diferentes práticas e intenções� Não se pode estabelecer um conceito único, pois existem inúmeras modalidades, que foram organizadas em diferentes campos de atu- ação, nas quais cada uma possui uma origem e características específicas. Além disso, você também aprendeu, por meio de um panorama geral, como essas modalidades surgiram, como chegaram ao Brasil e como se encontram na atualidade� A seguir, você conhecerá, de forma introdutória, quais são os elementos comuns a todas as ginásticas� 3333 O que é comum a todas as ginásticas? Após entender todas as questões históricas e sociais que constituíram a ginástica, o que se pode entender como conteúdo da ginástica? O que delimita uma prática gímnica? Quais são os elementos constitutivos dessa modalidade? Uma possibilidade de encontrar respostas para essas perguntas é proposta por Souza (1997)� Antes disso, é importante entender que as habilida- des corporais, desenvolvidas historicamente, são resultados de movimentos naturais combinados e “lapidados”� Em outras palavras, toda habilidade complexa é o aprimoramento e complexificação de um movimento tipicamente humano� Por exemplo, um movimento próprio do homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado e aperfeiçoado através dos tempos, para alcançar os objetivos de cada um dos esportes onde ele aparece: salto em altura, em distância e triplo no atletismo, cortada e bloqueio no voleibol, salto so- bre o cavalo em Ginástica Artística, salto “jeté” na Ginástica Rítmica Desportiva, entre outros (SOUZA, 1997, p� 27)� Nessa perspectiva, Souza (1997) afirma que as habilidades específicas das ginásticas, de forma geral, são constituídas por quatro elementos, que 3434 se denominam: elementos corporais, exercícios acrobáticos, exercícios de condicionamento físico e manejo de aparelhos� Os elementos corporais se referem às habilidades motoras gerais, que podem ser realizadas com aparelhos, sem aparelhos ou nos aparelhos� Eles são: passos, corridas, saltos, giros, equilíbrio, ondas, poses, marcações, balanceamentos e circunduções� Os exercícios acrobáticos são os elementos ex- clusivos da ginástica, realizados em/com/sem aparelhos, tais como: rotações, apoios, reversões, suspensões e pré-acrobáticos� Os exercícios de condicionamento físico são exercícios localizados, que também podem ser realizados com/sem/em aparelhos, como forma de preparação do corpo para a realização de movi- mentos e, sobretudo, para o desenvolvimento das capacidades físicas (força, resistência, flexibilidade), que evitam as lesões e possibilitam a execução de habilidades motoras� Por último, temos o manejo de aparelhos, que, como o nome sugere, caracteriza-se pela realiza- ção de habilidades com determinados aparelhos� Eles são divididos em tradicionais e adaptados� Os tradicionais são aqueles aparelhos caracterís- ticos da modalidade e, geralmente, são utilizados em competições, por isso possuem propriedades 3535 físicas específicas determinadas pela FIG. Esses aparelhos são, por exemplo: bola, corda, arco, fita e maças� Os aparelhos adaptados são materiais e objetos do cotidiano utilizados em espaços que não têm aparelhos oficiais e por isso são adequados às possibilidades, além disso, nesses espaços onde se trabalha com as ginásticas sem fins competi- tivos, é possível experimentar diferentes objetos para desenvolver a criatividade, tais como: panos, pneus e caixas� Souza (1997) sintetiza essas in- formações na figura abaixo: Figura 5: Elementos constitutivos da ginástica� Elementos constitutivos da ginástica Elementos corporais Passos Corridas Saltos Saltitos Giros Equilíbrios Ondas Poses Marcações Balanceamentos Circunduções Rotações: No solo, no ar, em aparelhos Apoios: No solo, em aparelhos Reversões: No solo, em aparelhos Suspensões: em aparelhos Pré-acrobáticos Com aparelhos Sem aparelhos Em aparelhos Exercícios acrobáticos Exercícios de cond� físico Manejo de aparelhos Para o desenvolvimento da força� Resistência, flexibilidade etc� (exercícios localizados) Tradicionais: Bola, corda, arco, fita, bastão etc� Adaptados: Panos, pneus, caixas etc� Fonte: Souza (1997, p� 28)� 3636 Como você percebeu, a ginástica é compreendida como um universo, pois são muitas as possibilida- des de análise e compreensão, que vão desde os seus objetivos até a forma de praticá-la� As ginásticas foram se disseminando ao longo do tempo, algumas mais do que outras, mas ainda há um longo caminho a percorrer� Muitas práticas ainda são consideradas elitistas, especialmente pela complexidade do movimento e dos aparelhos� Também foi possível perceber que as mudanças sugerem perspectivas para o futuro� A primeira é que algumas modalidades existentes podem não ser reconhecidas pela federação, mas isso pode se transformar a todo momento, assim como ocorreu com o parkour� Outro ponto importante é que já existem algumas competições de GPT, como a Gym For Life, e a GPT, como estudamos anteriormente, era considerada somente como modalidade de demonstração, uma característica fundante dessa ginástica� A situação que o mundo enfrenta atualmente, com a COVID-19, sinaliza algumas transformações so- ciais, especialmente no que se refere às relações e contato com o outro� A prática de atividade física e o processo ensino-aprendizagem (em escolas, academias ou aulas personalizadas) estão sendo retomados gradativamente, mas durante todo o tempo em que foram proibidos, muitos recorreram às tecnologias digitais e de comunicação para realizar a atividade, através de videoconferências pelas plataformas, aplicativos e lives, entre outras� 3737 Embora seja um assunto polêmico e delicado, acredita-se que, futuramente, muitas práticas se- rão estruturadas pensando nessenovo formato de aulas� 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste e-book você aprendeu que a origem da ginás- tica é marcada pelos interesses sociais, políticos e econômicos de cada momento da história� Apenas no século 19 os exercícios físicos foram sistema- tizados na Europa, sendo denominados métodos ginásticos� Os métodos ginásticos da Alemanha, Suécia e França influenciaram os demais países na realização desse exercício, e o desenvolvimen- to desses métodos possibilitou a construção da ginástica como se encontra na atualidade� Não há uma única definição para a ginástica, pois isso a limitaria� Dessa forma, a ginástica foi organizada em 5 campos de atuação que, atual- mente, encontra-se como a melhor maneira de compreendê-la: ginásticas de condicionamento físico, ginásticas de competição, ginásticas fisio- terápicas, ginásticas de conscientização corporal e ginásticas de demonstração� Além disso, você também pôde conhecer quais são os elementos constitutivos das ginásticas que as aproximam: elementos corporais, exercícios acrobáticos, exercícios de condicionamento físico e manejo de aparelhos� A junção dos conhecimentos abordados neste e-book permitiu que você compreendesse aspec- tos históricos das ginásticas, desde a sua origem até a atualidade, elementos essenciais para a sua formação e atuação� Referências Bibliográficas & Consultadas BRIKMAN, L� A linguagem do movimento corporal� 3� ed� São Paulo: Summus, 2014� [Biblioteca Virtual] BROCHADO, F� A�; BROCHADO, M� M� V� Fundamentos de ginástica artística e de trampolins� 2� ed� Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019� [Minha Biblioteca] BROCHADO, F� A�; BROCHADO, M� M� V� Fundamentos da ginástica de trampolim� In: NUNOMURA, M�; TSUKAMOTO, M� H� C� (orgs�)� Fundamentos das ginásticas� São Paulo: Fontoura, 2009� COSTA, M� G�; PERELLI, J� M�; MATARUNA-DOS- SANTOS, L� História da Ginástica no Brasil: da concepção e influência militar aos nossos dias. Navigator: subsídios para a história marítima do Brasil, Rio de Janeiro, v� 12, n� 23, p� 63-75, 2016� Disponível em: https://www�revistanavigator� com�br/navig23/dossie/N23_dossie4�pdf� Acesso em: 5 jan� 2021� DARIDO, S� C�; RANGEL, I� C� A� Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica� Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005� DARIDO, S� C�; SOUZA JR, O� M� de� Para ensinar educação física: possibilidades de intervenção na escola� Campinas: Papirus, 2015� [Biblioteca Virtual]� LOPES, P� et al� Motivos de abandono na prática de ginástica artística no contexto extracurricular� Rev� bras� educ� fís� esporte, São Paulo, v� 30, n� 4, p� 1043-1049, dez� 2016� Disponível em: http://www�scielo�br/scielo�php?script=sci_ arttext&pid=S1807-55092016000401043&lng=pt &nrm=iso� Acesso em: 5 jan� 2021� MANASÈRA, A. R.; SILVA, L. C. A influência das ideias higienistas no desenvolvimento da Psicologia no Brasil� Psicologia em estudo, Maringá, v� 5, n� 1, pp� 115-137, abr� 2000� MATTOS, P� S� Fundamentos da Ginástica Aeróbica Esportiva� In: NUNOMURA, M�; TSUKAMOTO, M� H� C� (orgs�)� Fundamentos das ginásticas� São Paulo: Fontoura, 2009� MERIDA, F� Fundamentos da Ginástica Acrobática� In: NUNOMURA, M�; TSUKAMOTO, M� H� C� (orgs�)� Fundamentos das ginásticas� São Paulo: Fontoura, 2009� MERIDA, F�; NISTA-PICCOLO, V� L�; MERIDA, M� Redescobrindo a ginástica acrobática� Movimento (ESEFID/UFRGS), Porto Alegre, v� 14, n� 2, pp� 155-180, 2008� Disponível em: https:// seer�ufrgs�br/Movimento/article/view/5755� Acesso em: 7 out� 2020� NUNOMURA, M� et al� Fundamentos da Ginástica Artística� In: NUNOMURA, M�; TSUKAMOTO, M� H� C� (orgs�)� Fundamentos das ginásticas� São Paulo: Fontoura, 2009� NUNOMURA, M�; TSUKAMOTO, M� H� C� (orgs�)� Fundamentos das ginásticas� São Paulo: Fontoura, 2009� OLIVEIRA, M� S�; NUNOMURA, M� A produção histórica em ginástica e a constituição desse campo de conhecimento na atualidade� Conexões, v� 10, pp� 80-97, 2012� POSSAMAI, V� D� Metodologia da ginástica� Porto Alegre: SAGAH, 2018� [Minha Biblioteca]� ROSA, L� H� T� da�; SANTOS, A� P� M� dos� Modalidades esportivas de ginástica� Porto Alegre: SAGAH, 2018� [Minha Biblioteca]� SOARES, C� L� et al� Metodologia do ensino de Educação Física� São Paulo: Cortez, 1992� SOARES, C� L� Educação Física: raízes europeias e Brasil� 3� ed� Campinas: Autores Associados, 2004� SOUZA, E� P� M� A busca do autoconhecimento através da consciência corporal: uma nova tendência� 1992� Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1992� SOUZA, E� P� M� Ginástica Geral: uma área do conhecimento da educação física� 1997� Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997� TANI, G� O�; CORRÊA, U� C� Aprendizagem motora e o ensino do esporte� São Paulo: Blucher, 2016� [Minha Biblioteca]� TOLEDO, E� de; SILVA, P� C� da C� A ginástica para todos e suas territorialidades� Corpoconsciência, v� 24, n� 1, p� 71-82, 2020� Disponível em: https:// periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/ corpoconsciencia/article/view/10092� Acesso em: 9 out� 2020� TOLEDO, E� Fundamentos da Ginástica Rítmica� In: NUNOMURA, M�; TSUKAMOTO, M� H� C� (orgs�)� Fundamentos das ginásticas� São Paulo: Fontoura, 2009� TOLEDO, E�; TSUKAMOTO, M� H� C�; GOUVEIA, C� R� Fundamentos da Ginástica Geral� In: NUNOMURA, M�; TSUKAMOTO, M� H� C� (orgs�)� Fundamentos das ginásticas� São Paulo: Fontoura, 2009� VICENTINO, C� História geral� São Paulo: Scipione, 1997� WERNER, P� H�; WILLIAMS, L� H�; HALL, T� J� Ensinando ginástica para crianças� 3� ed� Barueri: Manole, 2015� [Biblioteca Virtual]�
Compartilhar