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JÚLIA MARINOT – TURMA XXV PALADAR EMBRIOLOGIA DA LÍNGUA No final da quarta semana de desenvolvimento embrionário, surge numa elevação triangular mediana no assoalho da faringe primitiva, imediatamente anterior ao forame cego, essa elevação é chamada de broto lingual mediano (primeira indicação do desenvolvimento da língua). Logo, surgem dois brotos linguais distais, saliências linguais laterais, que se desenvolvem de cada lado do broto mediano. Esses três brotos são proliferações mesenquimais do primeiro par de arcos faríngeos. Os brotos distais começam a se expandir de forma que se fundem (o plano de fusão permanece como o sulco mediano superficialmente e o septo lingual fibroso internamente), formando assim os dois terços anteriores da língua, além de passar a crescer sobre o broto mediano Já o terço posterior da língua se desenvolve por meio de duas elevações caudais ao forame cego, chamadas de cópula (originada do segundo par de arcos faríngeos) e saliência hipofaríngea (a partir do terceiro e quarto par de arcos faríngeos). Com o passar do desenvolvimento a cópula é englobada pela saliência hipofaríngea e desaparece. Assim, as porções anterior e posterior da língua se fundem, sendo essa fusão visível por meio do sulco terminal em formato de V. A língua está completamente dentro da boca ao nascimento, sendo que aos quatro anos de idade seu terço posterior desce para a orofaringe. Por sua vez as papilas gustativas passam a aparecer ao final da oitava semana, sendo as circunvaladas e foliáceas as primeiras (próximas aos ramos terminais do glossofaríngeo), seguida das fungiformes (perto do nervo facial) e por fim as filiformes que surgem entre 10 e 11 semanas de desenvolvimento. Já os corpúsculos gustativos se desenvolvem durante a 11 e 13 semana de vida intra uterina. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV ANATOMIA E HISTOLOGIA DA LÍNGUA A língua consiste em um órgão muscular mole coberto de túnica mucosa (epitélio escamoso estratificado, geralmente queratinizado) apoiada em uma lâmina própria, próxima ao músculo. Esse órgão pode assumir diversos formatos e posições. Uma porção está situada dentro da cavidade oral enquanto outra porção se encontra na parte oral da faringe. Suas principais funções são articulação para formação de palavras, compressão do alimento, participa da deglutição e da mastigação, além de ser responsável pelo paladar e pela limpeza da boca. DIVISÕES ANATÔMICAS É constituída de raiz, corpo e ápice. Sendo que sua raiz é a porção posterior que se estende entre a mandíbula e o hioide. Já o ápice é a ponta da língua, imediatamente anterior ao corpo. Sua face mais externa recebe o nome de dorso da língua que se caracteriza pela presença do sulco em V ou sulco terminal da língua que aponta diretamente para o forame cego (que divide a língua em pré-sucal ou porção oral e pós-sucal ou porção orofaríngea). Por sua vez a face interna que descansa sobre o assoalho da boca é a face interior da língua. Essas duas porções estão divididas pela margem. PAPILAS GUSTATIVAS PAPILAS FILIFORMES: essas são longas e numerosas cobertas por epitélio estratificado pavimentoso altamente queratinizado com terminações nervosas aferentes sensíveis ao toque (desprovidas de botões gustativos) elas estão organizadas em fileiras em formato de V (exceto no ápice que estão organizadas transversalmente). PAPILA CIRCUNVALADA: são grandes e com topo plano e estão situadas anteriormente ao sulco terminal, organizadas em formato de V. essas papilas possuem ao seu redor depressões circulares profundas cujas paredes estão repletas de botões gustatórios s e onde as glândulas serosas da língua se abrem (glândulas de von Ebner). PAPILAS FOLHADAS: são cristas baixas paralelas, intercaladas por fendas mucosas profundas (onde desembocam algumas glândulas cerosas) e pouco desenvolvidas em humanos. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV PAPLAS FUNGIFORMES: pontos em formato de cogumelos que estão dispersos entre as filiformes, porém mais numerosos no ápice e na marem da língua. Seus botões gustatórios se encontram no epitélio estratificado pavimentoso da superfície dorsal das papilas. BOTÕES GUSTATIVOS Essas estruturas são encontradas nas papilas fungiforme, folhada e circunvalada, são vistos como corpúsculos ovais de coloração pálida que possuem uma abertura em sua superfície denominada poro gustativo. São formados por CÉLULAS NEUROEPITELIAIS (SENSITIVAS) alongadas que se estendem da lâmina basal ao poro gustativo onde ela emite microvilosidades e estão conectadas com outras sensitivas e com as de sustentação por meio de zônulas de oclusão. Já em sua base faz sinapse com prolongamentos de neurônios sensitivos aferentes. Seu tempo de renovação é de 10 dias. Possuem também as CÉLULAS DE SUSTENTAÇÃO que também são alongadas se estendendo desde a lâmina basal até o poro, porém são menos numerosas. Também possuem microvilosidades no ápice, porém não fazem sinapse. Seu tempo de renovação é de 10 dias. Por fim, as CÉLULAS BASAIS estão localizadas na porção basal do poro e são células-tronco para as demais. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV MÚSCULOS DA LÍNGUA Esses músculos não atuam de forma isolada. Em geral os músculos extrínsecos (genioglosso, hioglosso, estiloglosso e palatoglosso) atuam modificando a posição da língua e possuem origem fora dela e os músculos intrínsecos (longitudinais superior e inferior, transverso e vertical) atuam modificando seu formato, possuindo origem e inserção no órgão. INERVAÇÃO DA LÍNGUA A INERVAÇÃO MOTORA para todos os músculos, exceto o palatoglosso é proveniente do nervo hipoglosso (décimo segundo par craniano). Já a inervação do músculo palatoglosso provém do plexo faríngeo. Por sua vez, a INERVAÇÃO PARA SENSIBILIDADE GERAL (TATO E TEMPERATURA) para os dois terços anteriores da língua provém do nervo lingual (ramo do nervo trigêmeo) e para o terço posterior da língua é proveniente do nervo lingual (ramo do glossofaríngeo). Por fim, a INERVAÇÃO PARA SENSIBILIDADE ESPECIAL (PALADAR) para os dois terços anteriores da língua, exceto papilas circunvaladas, provém do nervo corda do tímpano (ramo do facial), já o terço posterior da língua + papilas circunvaladas possuem inervação do nervo lingual (ramo do glossofaríngeo). VASCULARIZAÇÃO DA LÍNGUA As artérias da língua são derivadas da artéria lingual que se origina da artéria carótida externa. Sendo que as aterias dorsais da língua vascularizam a raiz e as artérias profundas da língua vascularizam o corpo. Para drenagem são utilizadas as veias dorsais e profundas da língua que se unem a veia sublingual. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV DRENAGEM LINFÁTICA DA LÍNGUA A maior parte da drenagem linfática é realizada com a linfática acompanhando a drenagem venosa, exceto algumas porções especiais: raiz drena para os linfonodos cervicais profundos superiores; parte medial do corpo drena diretamente para os linfonodos cervicais profundos inferiores; partes laterais do corpo drenam para os linfonodos submandibulares; e o ápice e frênulo drenam para os linfonodos submentuais. FISIOLOGIA DO PALADAR SENSAÇÕES PRIMÁRIAS DA GUSTAÇÃO Existem 13 tipos de receptores químicos nas células gustatórias, dente eles: dois para sódio, dois para potássio, um para cloreto, um para adenosina, um para inosina, dois para doce, dois para amargo, um para glutamato e um para íon hidrogênio. Esses receptores são responsáveis pelas sensações primárias da gustação, são elas: azeda, salgada, doce, amarga e “umami”. O gosto AZEDO é causado poe ácidos e sua intensidade se deve principalmente a concentração de íons hidrogênio; o SALGADO é causado pelos sais ionizados sendo sua intensidade determinada pela concentração de íons sódio; já o DOCE não é induzido por categoria única de substâncias químicas, derivando deum gramde número de substâncias orgânicas (açúcares, glicóis, álcoois, aldeídos, cetonas, amidos, ésteres, aminoácidos, proteínas...); o mesmo aocorre com o AMARGO sendo também induzido por substâncias orgânicas (sendo que o limiar do amargo é maior por se tratar de um fator protetivo para toxinas de plantas, maioria composta por alcaloides); por fim, o gosto “UMAMI” significa em gosto prazeroso derivado prinicpalmente de produtos que contém l-glutamato. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV MECANISMO DE ESTIMULAÇÃO DOS BOTÕES GUSTATÓRIOS Inicialmente ocorre a ligação da substância à molécula receptora proteica na superfície da célula gustatória, com essa interação, ocorre a abertura de canais iônicos que permitem a entrada de íons sódio e hidrogênio e gera a despolarização da célula. Assim a substância é deslocada da vilosidade gustatória pela saliva, removendo assim, o estímulo. OBSERVAÇÃO! – ABERTURA DE CANAIS IÕNICOS gerado diretamente pela proteína (receptores ionotrópicos de ácido e salgado) ou por meio de segundos mensageiros (receptores metabotrópicos de doce, amargo e “umami” que ativam gustaducina, reduz AMPc e aumenta IP3, gerando despolarização). Cada botão gustatório responde a um dos cinco estímulos em baixa concentração, já em altas concentrações podem identificar mais de dois estímulos. Sendo que essa diferença de reconhecimento varia de acordo com o tipo de proteína na membrana da célula gustatória. VIAS NEURAIS Impulsos provenientes dos DOIS TERÇOS ANTERIORES DA LÍNGUA passam inicialmente pelo nervo lingual, em seguida pelo ramo corda do tímpano do nervo facial e por fim, pelo trato solitário. Já os impulsos do TERÇO POSTRIOR DA LÍNGUA + REGIÕES POSTERIORES DE GARGANTA são transmitidos pelo nervo glossofaríngeo diretamente para o trato solitário. Todas essas fibras fazem sinapse no núcleo do trato solitário no tronco cerebral e emite neurônios de segunda ordem para a área do núcleo ventral posteromedial do tálamo, que por sua vez, emite neurônios de terceira ordem para o córtex cerebral (área 43 de Broadmann). Por sua vez os reflexos de salivação são processados principalmente no trato solitário.
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