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Rebeca Woset HELMINTOS HEMONCOSE OVINA Hemoncose é uma das principais patologias presentes em pequenos ruminantes. Causada pelo parasita da Haemonchus contortus, tendo os ovinos como hospedeiros mais susceptíveis a este parasita. O nematóide afeta o trato gastrointestinal gerando lesões hemorrágicas, fator que resulta em perdas na produção ou morte do animal. Ovinos e caprinos mais susceptíveis. Localização no abomaso. Ocorre em regiões tropicais e subtropicais. O ciclo evolutivo deste nematóide é direto com uma fase pré-parasitária, com larvas de vida livre no meio ambiente e, uma fase parasitária dentro do hospedeiro. Os sintomas observados caracterizam-se, principalmente, pela anemia e hipoproteinemia, que pode resultar na morte dos animais. Estes parasitas gastrintestinais são hematófagos e seus efeitos nos hospedeiros são variáveis, dependendo da idade, grau de resistência e nutrição. A fase ambiental inicia-se com a liberação dos ovos nas pastagens através das fezes e em condições ideais, com a temperatura entre 18 a 26°C e a umidade entre 80 a 100%, liberam as larvas que se desenvolvem até a fase infectante (L3). O ciclo parasitário inicia-se com a ingestão das larvas infectantes (L3) junto com a pastagem, evoluindo no tubo digestivo para fase adulto. Os adultos movem-se livremente na superfície da mucosa e o período pré-patente é de duas a três semanas. Em ovinos, o maior número de parasitos adultos é encontrado na mucosa da região fúndica do abomaso, contrastando com outras espécies de animais, nas quais o H. contortus possui distribuição variada. Na fase de vida livre, outros aspectos como área de pastejo, vegetação com boa cobertura do solo e os inimigos naturais do estágio larval, como fungos, bactérias e coleópteros, contribuem para a dinâmica dessas populações. Na fase de vida parasitária, os aspectos relativos à genética, nutrição, estados fisiológicos, manejo do rebanho, taxa de lotação, regime de criação e aspectos relativos ao bem-estar animal influenciam no desenvolvimento dos nematoides. SINAIS CLÍNICOS Sintoma que mais chama a atenção é uma inflamação de aspecto mole como uma bolsa de água sob a pele, embaixo da mandíbula, o edema submandibular ou papeira, que vem acompanhada sempre de uma severa anemia, perda de peso e apetite, finalizando com desidratação e morte. Geralmente não tem diarreia, fezes ficam mais secas que o normal e apetite não muda até o último momento. Na fase aguda tem-se uma anemia moderada, gastroenterite catarral, desidratação, retardo de desenvolvimento e crescimento, diarréia líquida ou pastosa e pelos arrepiados e sem brilho. Na fase crônica, período mais avançado dos sintomas, observa-se debilidade orgânica geral, edema submandibular, diminuição significativa na produção de leite e carne, emagrecimento, anemia acentuada e morte. As diarréias podem aparecer ou não em verminoses crônicas. TRATAMENTO O anti-helmíntico ideal, injetável ou oral, é aquele que for eficaz contra todas as formas do desenvolvimento do parasito, seja larval ou os adultos. DIAGNÓSTICO Observação de sintomas e exame coprológico. HABRONEMOSE CUTÂNEA EQUINA Chamada de ferida de verão é uma dermatose nodular de cavalos causada por uma reação de hipersensibilidade às larvas de vermes gástricos dos géneros Habronema e Draschia que parasitam o estômago de equinos e asininos. As espécies de maior importância são H.muscae, H.majus, D.megastoma. A lesão é adquirida quando moscas depositam larvas em feridas previamente abertas, lábios, Rebeca Woset HELMINTOS olhos e regiões cronicamente úmidas; e desta maneira não completam seu ciclo de desenvolvimento. Os parasitas de Habronema spp. são encontrados livres na superfície mucosa do estômago, e envoltos por secreção mucoide, já os exemplares de D. megastoma são encontrados envoltos por exsudato esverdeado no interior de nódulos submucosos multiloculares exofíticos, esféricos ou ovalados. Ciclo indireto. Todas as espécies utilizam muscídeos como hospedeiros intermediários. Os ovos produzidos no estômago são liberados para o lúmen gástrico, eliminados nas fezes e consumidos por larvas de moscas que são hospedeiros intermediários, sendo nestas que as larvas (LI) iram efetuar o seu desenvolvimento até à forma infectante. No interior da mosca, as larvas se desenvolvem até L3. A infecção ocorre da ingestão de moscas mortas na água da bebida ou da alimentação, ou são depositadas no focinho dos equídeos, onde são ingeridas alcançando o trato digestório. As larvas infectantes podem ser depositadas em feridas cutâneas, dando origem a lesões que se caracterizam a habronemose cutânea. O diagnóstico da habronemose cutânea se baseia na observação e identificação da larva no raspado de pele ou na biópsia da lesão. O tratamento tem como finalidade reduzir o tamanho das lesões, diminuir a inflamação e evitar reinfestação. Além disso, devem-se manter as instalações limpas, eliminar vetores, proteger baias com telas e evitar escoriações cutâneas. ANCYLOSTOMA CANINUM E TOXOCARA CANIS A ancilostomíase e a toxocaríase são zoonoses adquiridas pelo cão e gato ou pela ingestão de alimentos contaminados com os ovos dos parasitas. Nos seres humanos são responsáveis pela forma de larva migrans cutânea e visceral. Nos cães, os sinais clínicos são diarreia, anemia, desidratação e morte. No homem o Toxocara canis é reposnsavel pela larva migrans visceral e o Ancylostoma caninum pela inflamação cutânea ou larva migrans cutânea. ANCYLOSTOMA O Ancylostoma. caninum é um parasita com uma cápsula bucal caracterizada por três pares de dentes bem desenvolvidos. Os ovos são arredondados ou em forma de elipse. A parede oval é dupla e transparente e no interior podem- se observar células de formato globoso e tonalidade marron. Os hospedeiros definitivos são os cães e gatos, sendo que os vermes adultos habitam o intestino delgado e as principais vias de transmissão são a oral, cutânea e a transmamária. Em condições ideais de temperatura e umidade, os ovos eclodem e liberam as larvas rabditóides (L2) e desenvolvem-se em L3 num intervalo de cinco dias. Na infecção percutânea, as larvas migram via circulação sanguínea para os pulmões, transformando-se em L4 nos brônquios e na traqueia, e de seguida são deglutidas e deslocam-se para o intestino delgado, ocorrendo a muda final. Se a infecção for por ingestão, as larvas podem penetrar a mucosa oral e sofrer migração pulmonar ou alcançar diretamente o intestino delgado. O tratamento é realizado por meio de vermifugação interna, utilizando o mebendazol, fenbendazole ou o nitroscanato. Os mesmos destroem estágios larvais adultos e em desenvolvimento no intestino. Nos estágios avançados da doença recomenda-se a administração de ferro e uma dieta rica em proteínas, sendo necessária, por vezes, a transfusão de sangue em recém-nascidos. TOXOCARA CANIS Toxocara canis é um parasita fusiforme de seção redonda do grupo dos nematoides. Nos humanos ocorre a formação de cistos nos tecidos acometidos. Os cães ao ingerirem o ovo do parasita ocorre a formação da L2 no intestino delgado, migrando para a corrente sanguínea, através do fígado, atingindo os pulmões e evoluindo para L3. A L3 Rebeca Woset HELMINTOS dirige-se para a traqueia e retorna para o intestino delgado, transformando-se em verme adulto. Embora menos frequente, pode ocorrer migração hepatotraqueal em cães com idade superior a três meses. Na infecção pré-natal, na qual as larvas se mobilizam três semanas antes do parto, as larvas vão para o pulmão do feto e evoluem em L3 antes do nascimento. Com o nascimento do cachorro o ciclo completa-se com a migração das larvas para o intestino através da traqueia. Os cães em aleitamento podem-se infeccionar ingerindo leite contaminado durante as primeiras três semanas de vida. Nas infecções moderadas,a fase migratória larvar ocorre sem lesão dos tecidos ocorrendo pouca reação intestinal. Nas infecções graves, a fase pulmonar de migração larvar está associada à pneumonia que por vezes é acompanhada por edema pulmonar. Por outro lado, os vermes adultos causam enterite, podendo haver oclusão parcial ou completa do intestino e em raros casos a perfuração intestinal com peritonite ou bloqueio do ducto biliar. A administração de sais e adipato de piperazina eliminam as formas larvais do Toxocara canis em cães com até três semanas de vida. O diagnóstico de ambos os parasitas é realizado pelo método de Willis Mollay ou flutuação. DIPILIDIOSE EM CÃES A dipilidiose é uma doença parasitária causada pelo cestóide Dipylidium caninum, que na sua forma adulta parasita o intestino delgado de caninos, felinos e acidentalmente o homem. No estádio larval, o parasito localiza-se na cavidade geral dos hospedeiros intermediários, as pulgas e piolhos. Os cães contraem a doença ao ingerir o hospedeiro intermediário infectado com larvas cisticercóides. O estádio larval cisticercóide localiza-se na cavidade geral dos hospedeiros intermediários (pulgas e piolhos). O ciclo de vida do D. caninum envolve a ingestão de pulgas infectadas com larvas cisticercóides pelos cães. Os cães infectados eliminam as proglótides grávidas que proglótides no ambiente são consumidas por larvas de pulga possuem forma de semente de pepino em suas fezes, e essas proglótides no ambiente são consumidas por larvas de pulga. Os sinais mais comum em cães e gatos infectados é uma irritação anal associada a segmentos (proglótides) que são eliminados sobre a área onde o animal se arrastou. Tipicamente, o proprietário vê os segmentos de cestoides móveis nas fezes e requisita um tratamento.
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