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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Paolla Hauser 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, aluno! Na aula de hoje, nossa conversa será sobre o CPC 20, que 
trata de Custos de Empréstimos. 
Aqui, não vamos falar somente da provisão do valor devido em 
empréstimos no passivo circulante ou não circulante. Vamos tratar, também, de 
empréstimos para fins de aquisição ou fabricação de ativos que levam tempo 
para fabricação ou transformação ou, ainda, de empréstimos em que se tenha a 
necessidade de adquirir por meio de capitalização de terceiros, como instituição 
financeira, por exemplo. 
Conforme o CPC 20, “custos de empréstimos que são diretamente 
atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo qualificável formam 
parte do custo de tal ativo. Outros custos de empréstimos devem ser 
reconhecidos como despesa” (CPC, 2011a, p. 1). 
Vamos, ainda, aprender a identificar o valor presente do empréstimo ou 
financiamento para fins de segregação contábil, conforme indicação das normas 
internacionais de contabilidade, e conhecer sobre as “novas garantias”, 
denominadas covenants. 
Esta é uma aula bastante teórica e densa, por isso, leia o material com 
bastante atenção, assista a todas as aulas e fique atento às atividades 
propostas. 
CONTEXTUALIZANDO 
Muitas empresas realizam operações de empréstimos em instituições 
financeiras a fim de garantir, principalmente, seu fluxo de caixa. Alguns 
empréstimos são concedidos mediante um plano de negócios empresarial. Além 
disso, a instituição financeira faz uma pesquisa do histórico da entidade 
solicitante para, então, disponibilizar ou não o valor. 
Apesar de existirem diversas instituições financeiras, e algumas somente 
trabalharem com empréstimo, tal operação envolve riscos, riscos de não 
quitação e até mesmo de falência da entidade em que o montante está sendo 
“investido”. 
Para que os bancos possam ter seus riscos reduzidos, muitos 
empréstimos são concedidos com garantias, como imóveis e outros bens. 
 
 
3 
Atualmente, é comum que grandes empresas realizem empréstimos com 
garantia denominada de covenants. 
O trecho a seguir, retirado do portal do Valor Econômico, demonstra como 
as garantias podem interferir nas operações das empresas que as contratam 
com cláusulas de covenants. 
No quarto trimestre de 2017, a Fibria investiu R$ 964 milhões, uma 
queda de 45% ante o mesmo período de 2016, quando foram 
investidos R$ 1,748 bilhão. Se considerado todo o ano de 2017, os 
aportes somaram R$ 4,670 bilhões, uma queda anual de 24%, de 
acordo com o informe de resultados da companhia, divulgado. [...] A 
Fibria lembra que, nos últimos três meses do ano passado, fez 
antecipação das negociações para equalizar e alongar o cronograma 
de amortização da dívida e excluir os “covenants” (cláusulas 
contratuais restritivas ao tomador de empréstimos) financeiros. Além 
disso, concluiu uma emissão de US$ 600 milhões no mercado 
internacional em título de dívida (bond 2025) e um contrato de pré-
pagamento de exportação de US$ 700 milhões. Com parte destes 
recursos, a companhia liquidou US$ 1,487 bilhão de contratos de pré-
pagamento de exportação, que possuíam “covenants” financeiros 
(Gutierrez, 2018). 
 O covenants são formas de garantia relacionadas com contratos de 
empréstimo e financiamento, criados para proteger o credor sobre o montante 
disponibilizado. Essas garantias estabelecem algumas condições, como manter 
certo índice de liquidez, que, se não forem cumpridas, permitem ao credor 
antecipar a quitação do empréstimo ou financiamento. 
TEMA 1 – ASPECTOS NORMATIVOS E CONCEITUAIS DE EMPRÉSTIMOS E 
FINANCIAMENTOS 
De acordo com Martins et al. (2013, p. 367), “as operações de 
empréstimos e financiamentos estão atreladas às necessidades de caixa das 
empresas para a manutenção ou expansão de suas atividades”. Representam 
dívidas contraídas pela empresa em instituições financeiras ou em outras 
entidades no país ou no exterior. 
Basicamente, os empréstimos e financiamentos estão acobertados por 
contratos que estipulam as características contratadas, como valor total, forma 
de liberação dos recursos, condições de pagamento, taxa de juros, garantias e 
outras. 
Os empréstimos e financiamentos são compostos das seguintes contas 
para passivo, segundo (Martins et al., 2013): 
a) Passivo circulante 
 
 
4 
 Parcela a curto prazo de empréstimos e financiamentos. 
 Credores por financiamentos. 
 Financiamentos bancários a curto prazo. 
 Desconto de duplicatas / desconto de notas promissórias. 
 Títulos a pagar. 
 Custos a amortizar (conta devedora). 
 Encargos financeiros a transcorrer (conta devedora). 
 Juros a pagar de empréstimos e financiamentos. 
b) Passivo não circulante 
 Empréstimo e financiamento de longo prazo. 
 Em moeda nacional / em moeda estrangeira. 
 Credores por financiamentos. 
 Títulos a pagar. 
 Custos a amortizar (conta devedora). 
 Encargos financeiros a transcorrer (conta devedora). 
 Juros a pagar de empréstimos e financiamentos. 
1.1 Modalidades 
Para Ferrari (2012, p. 512-513), “empréstimos representam operações 
financeiras sem comprovação de aplicação de recursos, isto é, obtenção de 
dinheiro sem o compromisso de destinação específica”. 
Já financiamentos representam operações financeiras direcionadas a 
recursos específicos aplicados no ativo das empresas, como financiamento para 
aquisição de um ativo imobilizado. 
Arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao 
arrendatário, em troca de um pagamento ou série de pagamentos, o direito de 
usar um ativo por um período de tempo acordado. 
Com relação a arrendamento, o CPC 06 trata desse modelo de 
empréstimo, sendo que, para tal, há duas modalidades: o arrendamento 
mercantil operacional e o financeiro. 
Veja as diferenças entre eles, conforme determina o referido CPC: 
O arrendamento é classificado como arrendamento financeiro se 
transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à 
propriedade do ativo subjacente. O arrendamento é classificado como 
arrendamento operacional se não transferir substancialmente todos os 
 
 
5 
riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente (CPC, 
2017, p. 11). 
Martins et al. (2013, p. 255) classifica o arrendamento financeiro como a 
modalidade de arrendamento em que existe a transferência substancial dos 
riscos e benefícios para o arrendatário. 
O item 63 do CPC 06 traz as situações em que o arrendamento será 
classificado como financeiro: 
(a) o arrendamento transfere a propriedade do ativo subjacente ao 
arrendatário ao final do prazo do arrendamento; 
(b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo subjacente a preço 
que se espera que seja suficientemente mais baixo do que o valor justo 
na data em que a opção se tornar exercível, para que seja 
razoavelmente certo, na data de celebração do arrendamento, que a 
opção será exercida; 
(c) o prazo do arrendamento é equivalente à maior parte da vida 
econômica do ativo subjacente, mesmo se a propriedade não for 
transferida; 
(d) na data da celebração do arrendamento, o valor presente dos 
recebimentos do arrendamento equivale substancialmente à totalidade 
do valor justo do ativo subjacente; e 
(e) o ativo subjacente é de natureza tão especializada que somente o 
arrendatário pode usá-lo sem modificações importantes (CPC, 2017, p. 
11-12). 
O item 82 do CPC 06 dispõe que o “arrendador deve reconhecer os 
custos, incluindo a depreciação, incorridos na realização da receita de 
arrendamento como despesa” (CPC, 2017, p. 15). 
Podemos dizer, de forma geral, que o arrendamento financeiro tem 
características de financiamento, enquanto o arrendamento operacional é 
parecido com uma locação. 
Para Adriano (2018, p. 375) o arrendamento mercantil financeiro 
“transfere substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à 
propriedade”. Já o arrendamentomercantil operacional não transfere 
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. 
Assim, a forma de contabilização de um arrendamento mercantil 
operacional poderia ser: 
 D – Contraprestação de arrendamento mercantil (Despesa). 
 C – Disponibilidade (AC). 
Tal lançamento é realizando mensalmente, de acordo com o valor da 
parcela paga. 
 
Já no arrendamento operacional financeiro, o registro fica: 
 
 
6 
 D – Bem do Imobilizado (ANC) – pelo valor total do contrato. 
 C – Financiamento / leasing a pagar (PC / PNC). 
 D – Encargos financeiros a apropriar (conta redutora) (PC / PNC). 
1.2 Classificação 
Todos os empréstimos firmados pela entidade são segregados em 
parcelas circulantes e não circulantes. 
A Lei n. 6.404/1976 traz esse entendimento no art. 180, transcrito a seguir: 
As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição 
de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo 
circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo 
não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei (Brasil, 1976). 
Ainda conforme regula o CPC 26, 
O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer 
qualquer dos seguintes critérios: (a) Espera-se que seja liquidado 
durante o ciclo operacional normal da entidade; (b) Está mantido 
essencialmente para a finalidade de ser negociado; (c) Deve ser 
liquidado no período de até doze meses após a data do balanço [...]. 
Todos os outros passivos devem ser classificados como não 
circulantes (CPC, 2011b, p. 21). 
1.3 Critérios de avaliação 
Os empréstimos são contabilizados por ocasião de seu reconhecimento e 
avaliados pelas quantias efetivamente devidas na data do encerramento do 
exercício. 
“As obrigações, inclusive as decorrentes de operações de financiamento 
na forma de arrendamento mercantil, os encargos e os riscos, conhecidos ou 
calculáveis, e os resultados não realizados serão mantidos pelo valor atualizado 
e ajustados a valor presente” (Brasil, 1976). 
 Os empréstimos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo, líquido 
dos custos incorridos na transação, e são demonstrados pelo custo amortizado. 
Custos incorridos são equivalentes aos juros cobrados nas operações de 
empréstimos. 
A utilização do custo amortizado faz com que os encargos financeiros 
reflitam o efetivo custo do instrumento financeiro e não somente a taxa 
de juros contratual do instrumento, ou seja, incluem-se neles os juros 
e os custos de transação da captação, bem como prêmios recebidos, 
ágios, deságios, descontos, atualização monetária e outros. (CPC, 
2010b, p. 5). 
 
 
7 
Os custos de transação incorridos (juros) na captação de empréstimos 
devem ser contabilizados como redução do valor justo inicialmente reconhecido 
do instrumento financeiro emitido, para evidenciação do valor líquido recebido. 
(CPC, 2010b). 
TEMA 2 – CPC 20: RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 
“O IAS 23 recomenda que os custos dos empréstimos tomados sejam 
registrados como gastos do período no momento em que ocorram, 
independentemente do uso dado aos empréstimos” (Brasil, 2006). 
Contudo, prevê tratamento alternativo que prevê a capitalização de custos 
de empréstimos que sejam diretamente vinculados à aquisição, construção ou 
produção de um ativo qualificado. Os referidos gastos devem ser registrados 
como parte do custo desse ativo. 
Capitalização é quando o recurso é aplicado em um ativo, a fim de gerar 
benefícios econômicos futuros, sendo que sobre tais recursos há incidência de 
taxa de juros. 
Por exemplo, se ao realizar um empréstimo em uma instituição financeira, 
no valor total de R$ 50.000,00 tendo incidência de juros, que totalizará R$ 
5.000,00, na escrituração contábil, a empresa poderá registrar o valor do passivo 
e os juros de forma segregada, o que é recomendado. 
No caso de a entidade utilizar tal empréstimo para adquirir uma máquina, 
essa máquina será registrada no ativo, considerando o valor pago por ela, por 
exemplo, os R$ 50.000,00 emprestados, assim como deverá incluir no custo os 
juros cobrados desse empréstimo, dessa forma, o custo total de aquisição da 
máquina será de R$ 55.000,00. 
Precisamos ainda definir outros conceitos antes de prosseguirmos com a 
aula. Conforme dispõe o CPC 20: “Custos de empréstimos são juros e outros 
custos que a entidade incorre em conexão com o empréstimo de recursos” (CPC, 
2011a, p. 2). 
São custos de empréstimos: (i) encargos financeiros calculados com base 
no método da taxa efetiva de juros, (ii) encargos financeiros relativos aos 
arrendamentos mercantis financeiros reconhecidos; e (iii) variações cambiais 
decorrentes de empréstimos em moeda estrangeira, na extensão em que elas 
sejam consideradas como ajuste, para mais ou para menos, do custo dos juros. 
 
 
8 
Ativo qualificável é um ativo que, necessariamente, demanda um 
período de tempo substancial para ficar pronto para seu uso ou venda 
pretendidos. [...] Dependendo das circunstâncias, um ou mais dos 
seguintes ativos podem ser considerados ativos qualificáveis: 
(a) estoques; 
(b) plantas industriais para manufatura; 
(c) usinas de geração de energia; 
(d) ativos intangíveis; 
(e) propriedades para investimentos; 
(f) plantas portadoras. 
Ativos financeiros e estoques que são manufaturados, ou de outro 
modo produzidos, ao longo de um curto período de tempo, não são 
ativos qualificáveis. Ativos que estão prontos para seu uso ou venda 
pretendidos quando adquiridos não são ativos qualificáveis. (CPC, 
2011a, p. 2). 
A norma do IAS 23 define como ativo qualificável aquele que, 
necessariamente, exige longo tempo de maturação para uso ou para venda. 
Como exemplo, podemos mencionar os estoques que requeiram um período 
substancial de tempo para se colocarem em condições de uso ou de venda, as 
instalações industriais, as instalações de geração de energia e as propriedades 
de investimento. 
Podemos ainda destacar que ativos qualificáveis são aqueles que 
demandam um período de tempo substancial para ficarem prontos para o uso ou 
para a venda, como a construção de uma hidroelétrica, de um prédio ou de um 
estádio de futebol (Adriano, 2018). 
Excluem-se desse conceito os estoques produzidos rotineiramente ou em 
larga escala durante um curto período de tempo (Brasil, 2006). 
De acordo com o CPC 16, o valor de custos do estoque compreende todos 
os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos 
para trazer os estoques à sua condição e local atuais (CPC, 2009a). 
Para Padoveze (2016, p. 128), “a mensuração do estoque de materiais e 
de mercadorias é feita pelo custo de aquisição somando todos os gastos 
necessários até a estocagem e a disponibilização dos itens para consumo ou 
revenda”. 
Para identificação do custo, devem ser incluídos o preço de compra, os 
impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao Fisco), 
os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à 
aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, 
abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação 
do custo de aquisição do estoque. 
 
 
9 
De acordo com Martins et al. (2013), a entidade deve capitalizar os custos 
de empréstimo quando forem diretamente atribuíveis à aquisição ou à produção 
da mercadoria destinada ao estoque. 
 Para fins de determinação de ativo intangível, o CPC 04 dispõe que é o 
custo de ativo intangível gerado internamente que se qualifica para o 
reconhecimento contábil nos termos do Pronunciamento (CPC, 2010a). 
 O CPC 28 aponta que o custo de uma propriedade para investimento 
comprada compreende o seu preço de compra e qualquer dispêndio diretamente 
atribuível. Os dispêndios diretamente atribuíveis incluem, por exemplo, as 
remunerações profissionais de serviços legais, impostos de transferênciade 
propriedade e outros custos de transação (CPC, 2009b). 
Para fins de reconhecimento de ativo imobilizado, o custo compreende: (i) 
seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não 
recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e 
abatimentos; (ii) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no 
local e condição necessárias para ser capaz de funcionar da forma pretendida 
pela administração; (iii) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e 
remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual ele está localizado. 
Os conceitos dos ativos são importantes para entendermos o que é 
considerado, para fins contábeis, como ativo qualificável para reconhecimento 
dos encargos financeiros cobrados sobre empréstimos, a fim de capitalizar o 
ativo dentro da entidade. 
Martins et al. (2013, p. 306) diz que “os encargos financeiros devem ter o 
mesmo tratamento das variações monetárias quanto a sua contrapartida, ou 
seja, são contabilizados como despesas, exceto no caso dos incorridos para 
financiamento de ativos qualificáveis”. 
O CPC 20 determina que “a entidade deve capitalizar os custos de 
empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou 
produção de ativo qualificável como parte do custo do ativo. A entidade deve 
reconhecer os outros custos de empréstimos como despesa no período em que 
são incorridos” (CPC, 2011a, p. 3). 
Ressalta-se que o CPC 08 determina que “o valor a ser capitalizado deve 
corresponder aos encargos financeiros totais, e não apenas às despesas 
financeiras” (CPC, 2010, p. 5), ou seja, além dos juros, também devem ser 
 
 
10 
capitalizados todos os gastos incrementais originados da transação de captação 
de recursos diretamente atribuíveis ao financiamento do ativo. 
“A alocação desses encargos nos resultados deve ser feita em consonância com 
os prazos de depreciação, amortização, exaustão ou baixa dos ativos 
financiados” (Brasil, 1976). 
TEMA 3 – AMORTIZAÇÃO 
A amortização do empréstimo é o processo em que a dívida é reduzida 
conforme as premissas do contrato, suprimindo assim a dívida mediante 
pagamentos periódicos. 
Quando tratamos de empréstimos, devemos considerar que, para 
escrituração da dívida, há de se conhecer os juros aplicados para segregação 
contábil e consequente amortização do saldo. Dessa forma, a dívida é trazida a 
valor presente, caso não esteja, e os juros devidos são registrados contabilmente 
em conta redutora do passivo, como juros a transcorrer ou juros a apropriar. 
O IAS 23 define que os custos de empréstimos obtidos incluem 
 Juros sobre contas bancárias negativas e sobre empréstimos obtidos a 
curto e longo prazos. 
 Amortização de descontos, prêmios ou custos extras relacionados a 
empréstimos obtidos. 
 Encargos relacionados a leasing financeiro. 
 Diferenças de câmbio oriundas de empréstimos obtidos em moeda 
estrangeira, caracterizadas como ajustes dos juros. 
3.1 Ajuste a valor presente 
Conforme determina o inciso III do art. 184 da Lei n. 6.404/1976, as 
obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante 
serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando 
houver efeito relevante. 
Ferrari (2012) menciona o CPC 12, que trata do ajuste a valor presente e 
resume os itens do Pronunciamento da seguinte forma: 
 Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações 
de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem 
ser ajustados a valor presente. 
 
 
11 
 A mensuração contábil do valor presente é, em geral, aplicada no 
reconhecimento inicial dos ativos e passivos. 
Ajustar um ativo ou passivo a valor presente é estimar o valor do item 
como se fosse recebido ou quitado na data do encerramento do exercício. Por 
exemplo, se a entidade possui um empréstimo registrado em seu passivo, sem 
dividi-lo entre valor emprestado e juros decorrentes dele, terá de, no 
encerramento do balanço, realizar um ajuste do valor total devido, como se este 
fosse quitado naquela data, dividindo, assim, o valor dos juros futuros. 
3.2 Juros a transcorrer 
De acordo com Martins et al. (2013), existem determinados empréstimos 
em que os encargos financeiros são preestabelecidos em valor prefixado, sendo 
que a empresa contratante recebe somente o valor líquido do empréstimo. 
“Nesse caso, a empresa deve registrar o valor recebido na conta Bancos e o 
empréstimo total na conta de Passivo; os encargos financeiros a transcorrer 
devem ser debitados em uma conta redutora, denominada Encargos Financeiros 
a Transcorrer” (Martins et al., 2013, p. 306). 
Como regra geral, os juros a transcorrer são apropriados mensalmente 
para despesa financeira. 
Nos casos em que o empréstimo é utilizado para aquisição de ativos 
qualificáveis, conforme conceitos do CPC 20, as parcelas dos juros que forem 
sendo apropriadas mensalmente não serão registradas como despesa, e sim na 
conta do ativo a que ele corresponde. 
 Observe, agora, um exemplo numérico de empréstimo contraído. 
Posteriormente, realizaremos os lançamentos contábeis. 
O cálculo apresentado segue o modelo de amortização pela tabela price 
(parcelas iguais): 
Tabela 3.1 – Exemplo numérico de empréstimo contraído 
 Empréstimo 200.000,00 
 TAC - 
 Valor total 200.000,00 
 Taxa a.m. 2,00% 
 Taxa a.a. 26,82% 
 Meses 24 
 Valor parcela R$10.574,22 
 Data da 
liberação 
31/01/2015 
 
 
12 
 Vencimento final 31/01/2017 
 
 Parcela 
Valor 
devido 
Juros Amortização Parcela 
1 28/02/2015 200.000,00 R$4.000,00 R$6.574,22 R$10.574,22 
2 31/03/2015 193.425,78 R$3.868,52 R$6.705,70 R$10.574,22 
3 30/04/2015 186.720,08 R$3.734,40 R$6.839,82 R$10.574,22 
4 31/05/2015 179.880,26 R$3.597,61 R$6.976,61 R$10.574,22 
5 30/06/2015 172.903,64 R$3.458,07 R$7.116,15 R$10.574,22 
6 31/07/2015 165.787,50 R$3.315,75 R$7.258,47 R$10.574,22 
7 31/08/2015 158.529,03 R$3.170,58 R$7.403,64 R$10.574,22 
8 30/09/2015 151.125,39 R$3.022,51 R$7.551,71 R$10.574,22 
9 31/10/2015 143.573,68 R$2.871,47 R$7.702,75 R$10.574,22 
10 30/11/2015 135.870,93 R$2.717,42 R$7.856,80 R$10.574,22 
11 31/12/2015 128.014,13 R$2.560,28 R$8.013,94 R$10.574,22 
12 31/01/2016 120.000,19 R$2.400,00 R$8.174,22 R$10.574,22 
13 29/02/2016 111.825,98 R$2.236,52 R$8.337,70 R$10.574,22 
14 31/03/2016 103.488,28 R$2.069,77 R$8.504,45 R$10.574,22 
15 30/04/2016 94.983,83 R$1.899,68 R$8.674,54 R$10.574,22 
16 31/05/2016 86.309,28 R$1.726,19 R$8.848,03 R$10.574,22 
17 30/06/2016 77.461,25 R$1.549,22 R$9.024,99 R$10.574,22 
18 31/07/2016 68.436,25 R$1.368,73 R$9.205,49 R$10.574,22 
19 31/08/2016 59.230,76 R$1.184,62 R$9.389,60 R$10.574,22 
20 30/09/2016 49.841,16 R$996,82 R$9.577,40 R$10.574,22 
21 31/10/2016 40.263,76 R$805,28 R$9.768,94 R$10.574,22 
22 30/11/2016 30.494,81 R$609,90 R$9.964,32 R$10.574,22 
23 31/12/2016 20.530,49 R$410,61 R$10.163,61 R$10.574,22 
24 31/01/2017 10.366,88 R$207,34 R$10.366,88 R$10.574,22 
 Totais R$53.781,27 R$200.000,00 R$253.781,27 
 
 Note que a amortização é menor que o valor da parcela, uma vez que 
parte dela corresponde aos juros. 
 Perceba, ainda, que o foco desta aula é o entendimento quanto à 
escrituração do valor dos juros sobre o empréstimo. Dessa forma, considere 
somente os valores apresentados na tabela acima, e não a forma de apuração 
deles. 
 Agora, vamos ver o lançamento contábil, que fica da seguinte forma: 
a) Na aquisição do empréstimo: 
 D – Banco conta movimento (AC): R$ 200.000,00 
 C – Empréstimo a pagar – (PC / PNC): R$ 200.000,00 
A segregação entre curto e longo prazos deve ser alterada em cada 
encerramento de exercício e a contabilização entre curto e longo prazos ocorrerá 
com base no fechamento de cada exercício. 
b) Noreconhecimento dos juros: 
 
 
13 
 D – Juros a transcorrer – (PC / PNC) redutora da conta de empréstimos: 
R$ 
53.781,27. 
 C – Empréstimo a pagar – (PC / PNC): R$ 53.781,27. 
c) Pelo pagamento do empréstimo: 
 D – Empréstimo a pagar – (PC) no curto prazo: R$ 10.574,22. 
 C – Banco conta Movimento – (AC): R$ 10.574,22. 
Na apropriação dos juros, no pagamento de cada parcela, pode haver dois 
lançamentos. 
Quando se tratar de empréstimo para aquisição de um ativo, conforme 
CPC 20, mensalmente a escrituração será: D – Ativo qualificável (conforme 
aquisição); D – Juros a transcorrer – (PC) redutora da conta de empréstimos. 
Quando se tratar de empréstimo para capital de giro: D – Despesa 
financeira (Resultado do exercício); D – Juros a transcorrer – (PC) redutora da 
conta de empréstimos. 
TEMA 4 – PERÍODO DE CAPITALIZAÇÃO, SUSPENSÃO E CESSAÇÃO DA 
CAPITALIZAÇÃO 
4.1 Período de capitalização 
De acordo com o CPC 20, o início da capitalização dos custos de 
empréstimos como parte do custo de um ativo qualificável deve ocorrer na data 
de início: “A data de início para a capitalização é a primeira data em que a 
entidade satisfaz todas as seguintes condições: (i) incorre em gastos com o ativo; 
(ii) incorre em custos de empréstimos; e (iii) inicia as atividades que são 
necessárias ao preparo do ativo para seu uso ou venda pretendidos” (CPC, 
2011a, p. 4). 
 
Os gastos com o ativo qualificável incluem somente aqueles que resultam 
em pagamento em caixa, transferências de outros ativos ou quando passivos 
onerosos forem assumidos. 
Ainda conforme descrito no referido CPC, “as atividades necessárias ao 
preparo do ativo para seu uso ou para venda pretendidos compreendem mais do 
que a construção física do ativo” (CPC, 2011a, p. 4-5). 
 
 
14 
Tais atividades incluem trabalho técnico e administrativo anterior ao início 
da construção física, como atividades associadas à obtenção de permissões 
para o início da construção física, por exemplo. 
Entretanto, tais atividades excluem a de manter um ativo quando 
nenhuma produção ou nenhum desenvolvimento que altere as 
condições do ativo estiverem sendo efetuados. Por exemplo, custos de 
empréstimos incorridos enquanto um terreno está em preparação 
devem ser capitalizados durante o período em que tais atividades 
relacionadas ao desenvolvimento estiverem sendo executadas. 
Entretanto, custos de empréstimos incorridos enquanto o terreno 
adquirido para fins de construção for mantido sem nenhuma atividade 
de preparação associada não se qualificam para capitalização (CPC, 
2011a, p. 5). 
4.2 Suspensão 
O CPC dispõe que “a entidade deve suspender a capitalização dos custos 
de empréstimos durante períodos extensos em que suspender as atividades de 
desenvolvimento de um ativo qualificável” (CPC, 2011a, p. 5). 
Normalmente, não suspende a capitalização dos custos de empréstimos 
durante um período em que exista trabalho técnico e administrativo sendo 
executado. 
A entidade também não deve suspender a capitalização de custos de 
empréstimos quando um atraso temporário é parte necessária do 
processo de concluir o ativo para seu uso ou venda pretendidos. Por 
exemplo, a capitalização deve continuar ao longo do período em que o 
nível elevado das águas atrasar a construção de uma ponte, se tal nível 
elevado das águas for comum durante o período de construção na 
região geográfica envolvida (CPC, 2011a, p. 5). 
4.3 Cessação da capitalização 
A entidade deve cessar a capitalização dos custos de empréstimos 
quando todas as atividades necessárias ao preparo do ativo qualificável para seu 
uso ou venda pretendidos estiverem concluídas. 
Um ativo normalmente está pronto para seu uso ou venda quando sua 
construção física estiver finalizada, mesmo que o trabalho administrativo de 
rotina possa ainda continuar. 
Quando a entidade completa a construção de um ativo qualificável em 
partes e cada parte pode ser utilizada enquanto a construção de outras 
partes continua, a entidade deve cessar a capitalização dos custos de 
empréstimos quando completar substancialmente todas as atividades 
necessárias ao preparo dessa parte para seu uso ou venda 
pretendidos. Um centro de negócios compreendendo diversos 
edifícios, cada um deles podendo ser utilizado individualmente, é um 
exemplo de ativo qualificável no qual cada parte está em condições de 
 
 
15 
ser utilizada enquanto a construção das outras partes continua. Um 
exemplo de ativo qualificável que precisa estar completo antes de 
qualquer parte poder ser utilizada é uma planta industrial que envolve 
diversos processos que são executados sequencialmente nas diversas 
partes da planta no mesmo local, tal como uma siderúrgica (CPC, 
2011a, p. 5). 
4.4 Divulgação 
A entidade deve divulgar (i) o total de custos de empréstimos capitalizados 
durante o período e (ii) a taxa de capitalização utilizada na determinação do 
montante dos custos de empréstimos elegíveis à capitalização. 
Lembre-se de que divulgação é o ato de tornar pública a demonstração 
financeira, conforme estudamos na aula passada. 
TEMA 5 – COVENANTS 
“As garantias bancárias básicas utilizadas para colaborações financeiras 
de longo prazo são, normalmente, as garantias reais e as garantias pessoais” 
(Borges, 2002, p. 3). 
Para Mello (2015), na prática do direito contratual aprendemos que, 
“muitas vezes, as garantias dispostas na legislação não são suficientes”. 
Hipoteca, fiança e outras espécies podem ter sua efetividade 
comprometida, sobretudo quando a natureza do negócio é financeira ou quando 
há obrigações concorrentes e privilegiadas. 
Além disso, há momentos em que a conjuntura conduz o devedor ao 
inadimplemento. Para evitar situações como esta e garantir que a 
“garantia” seja de fato algo que garanta as partes em um empréstimo 
financeiro, por exemplo, podemos citar um instituto oriundo do direito 
anglo-saxão: os covenants (Mello, 2015). 
Tibúrcio explica que 
Covenants são itens dos contratos dos empréstimos e financiamentos, 
criados para proteger o interesse do credor. Estes itens estabelecem 
condições que não podem ser descumpridas; caso isto ocorra, o credor 
poderá exigir o vencimento antecipado da dívida. Para quem está 
emprestando, os covenants reduzem o risco de não pagamento da 
dívida; para quem está captando o recurso, uma dívida com covenants 
geralmente possui uma taxa de juros menor (Tibúrcio, 2014, grifo do 
original). 
 
 Segundo Perin e Glitz (2015, p. 1376), covenants “é a figura recentemente 
utilizada pelo mercado financeiro como uma condição, criada pela instituição 
 
 
16 
financeira, e conferida ao tomador dos recursos, a fim de minimizar o risco de 
inadimplemento”. 
Em geral, o não cumprimento da cláusula tem como consequência, a 
princípio, a existência do direito de o credor antecipar o vencimento da operação. 
Além disso, o covenant representa verdadeira tentativa de 
padronização global do tratamento dispensado pelo agente bancário 
aos seus clientes nos diversos países em que aquela determinada 
instituição atua. [...] Pode-se, inicialmente, definir o covenant, então, 
como uma cláusula pactuada entre o agente financiador e o tomador 
de crédito, de modo a se resguardar o credor em situações de possível 
inadimplemento ou de eventuais modificações estruturais por parte da 
tomadora dos recursos. Trata-se, portanto, de mecanismo de proteção 
do credor bancário em operações creditícias (Perin; Glitz, 2015, p. 
1376-77, grifo do original). 
O chamado covenant não se trata exatamente de uma garantia, uma vez 
que não garante o crédito com patrimônio existente ou eventual do devedor, mas 
é uma antecipação de um possível inadimplemento mensurado, em que, sendo 
possível constatar uma situação de risco do devedor, o credor pode antecipar o 
vencimento do empréstimo. 
Prática comum do mercado bancário, no entanto, ao invés de se 
invocar o vencimento antecipado de toda a dívida que certamente seria 
extremamenteonerosa para o devedor, é a cobrança de uma “fee” 
(taxa) ou “waiver fee” (taxa de renúncia). A primeira figura é, 
simplesmente, uma “multa” por descumprimento contratual, enquanto 
a segunda vincular-se-ia a um prazo específico para que o devedor 
consiga cumprir com a condição, postergando assim o covenant 
através de pagamento de “taxa” (Perin; Glitz, 2015, p. 1378). 
Borges (2002) entende que covenant constitui uma espécie de garantia 
indireta, própria de financiamentos, que possui importantes obrigações 
contratuais acessórias, positivas ou negativas, objetivando, de fato, o pagamento 
da dívida. 
TROCANDO IDEIAS 
Confira, a seguir, as cláusulas que podem ser encontradas em um 
contrato de covenant e responda: quais são as condições previstas para que a 
instituição que concedeu o empréstimo possa antecipar sua liquidação? 
 CLAUSULA 08. Do vencimento antecipado – A dívida contida na presente 
cédula poderá ser considerada antecipadamente vencida e desde logo exigível, 
independentemente de qualquer notificação judicial e/ou extrajudicial, na 
ocorrência de qualquer dos seguintes casos, que as partes reconhecem, desde 
 
 
17 
logo, serem causa direta para aumento indevido do risco de inadimplemento das 
obrigações assumidas pela EMITENTE e AVALISTA(S) COOBRIGADO(S), 
tornando mais onerosa a obrigação de concessão de crédito assumida pelo 
CREDOR nesta cédula: 
a) Falta de cumprimento pela EMITENTE e/ou por qualquer AVALISTA 
COOBRIGADO, no prazo e pela forma devidos, de qualquer obrigação, principal 
ou acessória, contraída junto ao CREDOR em decorrência desta cédula ou em 
qualquer outro contrato celebrado pela EMITENTE com o CREDOR e/ou com 
qualquer outra empresa ligada/coligada/controlada e/ou controlada de forma 
direta e/ou indireta, do/pelo CREDOR. 
b) Se a EMITENTE tiver requerida e/ou decretada sua falência, for dissolvida 
ou sofrer legítimo protesto de título por cujo pagamento seja responsável, ainda 
que na condição de garantidora, que não sejam sanados ou declarados 
ilegítimos no prazo de 30 (trinta) dias contados da respectiva ciência pela 
EMITENTE e cujo valor, individual ou em conjunto, seja superior a R$ 500.000,00 
(quinhentos mil reais). 
c) Se a EMITENTE, ou o(s) AVALISTA(S) COOBRIGADO(S), propuser 
plano de recuperação extrajudicial ao CREDOR ou a qualquer outro credor ou 
classe de credores, independentemente de ter sido requerida ou obtida 
homologação judicial do referido plano. 
d) Se a EMITENTE, ou o(s) AVALISTA(S) COOBRIGADO(S), ingressar em 
juízo com requerimento de recuperação judicial, independentemente de 
deferimento do processamento da recuperação ou de sua concessão pelo juiz 
competente. 
e) Vencimento antecipado de qualquer outro contrato cédula ou instrumento 
firmado pela EMITENTE com o CREDOR ou com qualquer outra sociedade 
pertencente ao mesmo grupo econômico no qual o CREDOR se situa. 
f) Mudança no estado econômico-financeiro da EMITENTE e/ou de 
qualquer do(s) AVALISTA(S) COOBRIGADO(S) que afetem significativamente a 
capacidade financeira da EMITENTE e/ou AVALISTA(S) COOBRIGADO(S). 
g) Mudança ou alteração do objeto social da EMITENTE, ou de qualquer 
AVALISTA COOBRIGADO, de forma a alterar as atuais atividades principais da 
EMITENTE, ou do respectivo AVALISTA(S) COOBRIGADO(S), ou a agregar a 
essas atividades novas negócios que tenham prevalência ou possam 
representar desvios em relação às atividades atualmente desenvolvidas. 
 
 
18 
h) Se houver alteração ou modificação da composição do capital social da 
EMITENTE e/ou de qualquer AVALISTA(S) COOBRIGADO(S), ou se ocorrer 
qualquer mudança, transferência ou a cessão, direta ou indireta, do controle 
societário/acionário, ou ainda a incorporação, fusão ou cisão da EMITENTE e/ou 
de qualquer AVALISTA(S) COOBRIGADO(S), sem a prévia e expressa anuência 
do CREDOR, exceto se realizada entre sociedades pertencentes ao grupo 
econômico da EMITENTE, desde que mantido o controle indireto. 
i) A inobservância, pela EMITENTE, dos seguintes índices financeiros 
(covenants) durante a vigência da presente cédula a serem verificados 
anualmente, com base nas demonstrações financeiras consolidadas da EM 
NTE, auditadas por auditores externos. 
(i) Dívida líquida/EBTIDA – menor ou igual a 3,5x em 2015, 3,0x em 2016 e 
2,5x a partir de 2017 até o vencimento desta cédula. 
(ii) ICSD – Índice de Cobertura de Serviço de Dívidas: maior ou igual a 1x. 
NA PRÁTICA 
Considere um empréstimo de R$ 600.000,00. Com uma taxa de 1,5% ao 
mês, em 50 prestações e levando em conta que o dinheiro foi disponibilizado em 
31/01/2018 e a última parcela será paga em 31/03/2022. 
Tal empréstimo foi adquirido para construção de um imobilizado, sendo 
assim, o custo do empréstimo será alocado no ativo. 
Com base nessas informações, calcule o valor da parcela e, após isso, 
demonstre como ficarão os lançamentos contábeis. 
Tabela 5.1 – Exemplo de tabela de empréstimo contraído 
 
Empréstimo 
 
600.000,00 
 TAC - 
 
Valor total 
 
600.000,00 
 Taxa a.m. 1,50% 
 Taxa a.a. 19,56% 
 Meses 50 
 Valor parcela R$ 17.143,01 
 
Data da 
liberação 
31/01/2018 
 
 
Vencimento 
final 
31/03/2022 
 
 
 valor devido juros amortização parcela 
 
 
19 
1 28/02/2018 
 
600.000,00 
 
9.000,00 R$8.143,01 R$17.143,01 
2 31/03/2018 
 
591.856,99 
 
8.877,85 R$8.265,16 R$17.143,01 
3 30/04/2018 
 
583.591,84 
 
8.753,88 R$8.389,13 R$17.143,01 
4 31/05/2018 
 
575.202,70 
 
8.628,04 R$8.514,97 R$17.143,01 
5 30/06/2018 
 
566.687,73 
 
8.500,32 R$8.642,69 R$17.143,01 
6 31/07/2018 
 
558.045,04 
 
8.370,68 R$8.772,33 R$17.143,01 
7 31/08/2018 
 
549.272,70 
 
8.239,09 R$8.903,92 R$17.143,01 
8 30/09/2018 
 
540.368,79 
 
8.105,53 R$9.037,48 R$17.143,01 
9 31/10/2018 
 
531.331,31 
 
7.969,97 R$9.173,04 R$17.143,01 
10 30/11/2018 
 
522.158,27 
 
7.832,37 R$9.310,64 R$17.143,01 
11 31/12/2018 
 
512.847,63 
 
7.692,71 R$9.450,30 R$17.143,01 
12 31/01/2019 
 
503.397,34 
 
7.550,96 R$9.592,05 R$17.143,01 
13 28/02/2019 
 
493.805,29 
 
7.407,08 R$9.735,93 R$17.143,01 
14 31/03/2019 
 
484.069,36 
 
7.261,04 R$9.881,97 R$17.143,01 
15 30/04/2019 
 
474.187,39 
 
7.112,81 R$10.030,20 R$17.143,01 
16 31/05/2019 
 
464.157,19 
 
6.962,36 R$10.180,65 R$17.143,01 
17 30/06/2019 
 
453.976,53 
 
6.809,65 R$10.333,36 R$17.143,01 
18 31/07/2019 
 
443.643,17 
 
6.654,65 R$10.488,36 R$17.143,01 
19 31/08/2019 
 
433.154,81 
 
6.497,32 R$10.645,69 R$17.143,01 
20 30/09/2019 
 
422.509,12 
 
6.337,64 R$10.805,37 R$17.143,01 
21 31/10/2019 
 
411.703,75 
 
6.175,56 R$10.967,45 R$17.143,01 
22 30/11/2019 
 
400.736,30 
 
6.011,04 R$11.131,97 R$17.143,01 
23 31/12/2019 
 
389.604,33 
 
5.844,06 R$11.298,94 R$17.143,01 
24 31/01/2020 
 
378.305,39 
 
5.674,58 R$11.468,43 R$17.143,01 
25 29/02/2020 
 
366.836,96 
 
5.502,55 R$11.640,46 R$17.143,01 
26 31/03/2020 
 
355.196,50 
 
5.327,95 R$11.815,06 R$17.143,01 
27 30/04/2020 
 
343.381,44 
 
5.150,72 R$11.992,29 R$17.143,01 
28 31/05/2020 
 
331.389,15 
 
4.970,84 R$12.172,17 R$17.143,01 
29 30/06/2020 
 
319.216,98 
 
4.788,25 R$12.354,76 R$17.143,01 
30 31/07/2020 
 
306.862,22 
 
4.602,93 R$12.540,08 R$17.143,01 
31 31/08/2020 
 
294.322,15 
 
4.414,83 R$12.728,18 R$17.143,01 
 
 
20 
32 30/09/2020281.593,97 
 
4.223,91 R$12.919,10 R$17.143,01 
33 31/10/2020 
 
268.674,87 
 
4.030,12 R$13.112,89 R$17.143,01 
34 30/11/2020 
 
255.561,98 
 
3.833,43 R$13.309,58 R$17.143,01 
35 31/12/2020 
 
242.252,40 
 
3.633,79 R$13.509,22 R$17.143,01 
36 31/01/2021 
 
228.743,18 
 
3.431,15 R$13.711,86 R$17.143,01 
37 28/02/2021 
 
215.031,31 
 
3.225,47 R$13.917,54 R$17.143,01 
38 31/03/2021 
 
201.113,77 
 
3.016,71 R$14.126,30 R$17.143,01 
39 30/04/2021 
 
186.987,47 
 
2.804,81 R$14.338,20 R$17.143,01 
40 31/05/2021 
 
172.649,27 
 
2.589,74 R$14.553,27 R$17.143,01 
41 30/06/2021 
 
158.096,00 
 
2.371,44 R$14.771,57 R$17.143,01 
42 31/07/2021 
 
143.324,43 
 
2.149,87 R$14.993,14 R$17.143,01 
43 31/08/2021 
 
128.331,29 
 
1.924,97 R$15.218,04 R$17.143,01 
44 30/09/2021 
 
113.113,25 
 
1.696,70 R$15.446,31 R$17.143,01 
45 31/10/2021 
 
97.666,94 
 
1.465,00 R$15.678,01 R$17.143,01 
46 30/11/2021 
 
81.988,93 
 
1.229,83 R$15.913,18 R$17.143,01 
47 31/12/2021 
 
66.075,75 
 
991,14 R$16.151,87 R$17.143,01 
48 31/01/2022 
 
49.923,88 
 
748,86 R$16.394,15 R$17.143,01 
49 28/02/2022 
 
33.529,73 
 
502,95 R$16.640,06 R$17.143,01 
50 31/03/2022 
 
16.889,66 
 
253,34 R$16.889,66 R$17.143,01 
 
 
257.150,50 R$600.000,00 R$857.150,50 
 
Na aquisição do empréstimo: 
 D – Banco conta Movimento (AC). 
 C – Empréstimo a pagar – (PC) Curto prazo. 
 C – Empréstimo a pagar – (PNC) Longo prazo. 
No reconhecimento dos juros: 
 D – Juros a transcorrer – (PC) Redutora da conta de empréstimos. 
 C – Empréstimo a pagar – (PC) Curto prazo. 
 D – Juros a transcorrer – (PC) Redutora da conta de empréstimos. 
 C – Empréstimo a pagar – (PNC) Longo prazo. 
Pelo pagamento do empréstimo: 
 D – Empréstimo a pagar – (PC) Curto prazo. 
 C – Banco conta movimento – (AC). 
 
 
21 
Na apropriação dos juros: 
 C – Banco conta movimento – (AC). 
 D – Ativo qualificável (conforme aquisição). 
 C – Juros a transcorrer – (PC) Redutora da conta de empréstimos. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, você conheceu uma nova forma de considerar os 
empréstimos, para fins de capitalização de ativos qualificáveis, conforme 
indicado no CPC. 
Aprendeu também a maneira de calcular o valor dos juros cobrados para 
fins de escrituração contábil, assim como a nova formatação de garantia 
realizada pelas instituições financeiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
REFERÊNCIAS 
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<https://www.bcb.gov.br/nor/convergencia/IAS_23_Custo_de_Emprestimos.pdf
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BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: 
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BORGES, L. F. X. Covenants: instrumento de garantia em project finance. 6 fev. 
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