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Fichamento de A Ideologia Alemã

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Aluna: Maria Eduarda Mota Ferreira da Silva
Sociologia I
Professora: Annelise Fernandez
Avaliação 2 - Fichamento de “A Ideologia Alemã”
Referência: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia Alemã. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
Introdução: Em A Ideologia Alemã, vemos Karl Marx e Friedrich Engels construindo suas
convicções ao passo que rompem com as premissas hegelianas. A análise crítica da sociedade
contida no livro se constrói em cima do modo de produção capitalista que, em sua concepção,
era marcado por relações exploratórias e de alienação da classe trabalhadora. Apesar das
oposições ao pensamento de Hegel, o livro dialoga com o método dialético do autor, deixando
clara a influência hegeliana que havia sido exercida em Marx e Engels.
A ideologia em geral e em particular a alemã: As críticas de Marx e Engels voltam-se ao
pensamento hegeliano no sentido de que este pensamento não se pautava em teorias
materialistas, mas explicavam a sociedade e seus problemas como algo natural de todo o
processo histórico existente até então. Como se a sociedade fosse tida de tal maneira por conta
de algo superior que pré determinava como ela deveria ser. Marx e Engels sintetizam que
devemos, na verdade, entender que o mundo que vivemos se dá a partir das relações materiais
entre as pessoas, relações de produções dentro da sociedade. “Ao contrário da filosofia alemã,
que desce do céu para a terra, aqui é da terra que se sobe ao céu. Em outras palavras, [...]
partimos dos homens em sua atividade real” (p. 19). Foram as ações humanas que geraram tal
estado social que vivemos. “Ao produzirem seus meios de existência, os homens produzem
indiretamente sua própria vida material” (p. 10-11).
História: Assim, é necessário entender as formas de produção para entender a sociedade, já
que é a partir do trabalho que produzimos os bens necessários para a vida humana. “Mas, para
viver, é preciso antes de tudo beber, comer, morar, vestir-se e algumas outras coisas a mais. O
primeiro fato histórico é, portanto, a produção dos meios que permitem satisfazer essas
necessidades [...]” (p. 21). Essa necessidade percorre toda a história: as formas que os homens
se organizaram durante diferentes períodos históricos para realizar o trabalho reflete em suas
relações sociais. Os homens também se reproduzem, criam laços familiares, novas relações, e
uma vez que as necessidades básicas são atingidas, criam-se novas necessidades. Assim,
novas relações vão se criando. O modo de produção está ligado a um modo de cooperação,
criando relações interdependentes. Compreender a história, então, é compreender a
articulação existente entre as relações materiais de produção em diferentes momentos, e como
elas resultaram consequentemente na sociedade em que vivemos hoje.
Da produção da consciência: Compreender a história também nos permite entender as
relações contraditórias, que se formam a partir da produção, entre os homens. E como essas
relações dão origem à relação de trabalho, ao surgimento da propriedade privada, à
exploração sofrida pelo trabalhador, às classes sociais. Essa concepção permite, então, que os
homens criem consciência revolucionária para transformar a realidade na qual vivem,
contrapondo o pensamento dominante da burguesia. “A revolução, e não a crítica, é a força
motriz da história, da religião, da filosofia e de qualquer outra teoria. Esta concepção mostra
que o fim da história não se acaba resolvendo em “consciência de si”, como “espírito do
espírito”, mas sim que a cada estágio são dados um resultado material, uma soma de forças
produtivas, uma relação com a natureza e entre os indivíduos criados historicamente e
transmitido por cada geração aquela que a precede [...].” (p. 36)
A base real da ideologia: É a partir do trabalho que o homem transforma a natureza. Através
do trabalho, o homem cria a vida social porque ela não é um fenômeno isolado, é um
fenômeno coletivo. No processo de trabalho, os homens criam relações de produção, que são
as interações estabelecidas entre si nas atividades produtivas. Então, para entender a vida de
uma sociedade específica é preciso assimilar o processo de evolução das suas forças
produtivas pois, segundo Marx, são elas que determinam os tipos de relações existentes em tal
sociedade. No livro, ele exemplifica esse processo comparando a divisão de trabalho na
cidade e no campo: “A maior divisão do trabalho material e intelectual é a separação entre a
cidade e o campo. A oposição entre a cidade e o campo surge com a passagem da barbárie
para a civilização da organização tribal para o Estado, do provincialismo para a nação, e
persiste através de toda a história da civilização até nossos dias.” (p. 55)
Relações do Estado e do direito com a propriedade: A partir da análise estabelecida até
aqui, é possível constatar que a sociedade se divide entre duas classes sociais dominantes:
burguesia, detentora dos meios de produção, e o proletariado, que, para sobreviver, vende sua
força de trabalho por não possuir os meios de produção. Para exercer seu domínio sobre o
proletariado, a classe dominante - burguesia - precisa fazer o uso da força. É nesse ponto que
Marx estabelece a origem do Estado. Assim, o Estado é um instrumento de poder criado pela
classe detentora dos meios de produção para garantir seu domínio sobre a classe que necessita
dos meios de produção para sobreviver e não os detém. Portanto, as leis estarão sempre
voltadas à proteção dos interesses da burguesia.
Comunismo: Marx e Engels colocam no centro de suas preocupações a necessidade de uma
revolução que acabe de vez com a ordem social capitalista. A classe operária, com o intuito de
se tornar revolucionária, deveria tomar consciência dos seus interesses de classe dentro do
sistema capitalista. No comunismo, não haveria classes sociais, logo, não haveria exploração
do homem pelo homem. Os homens poderiam finalmente participar da sociedade enquanto
indivíduos, realizando sua verdadeira personalidade, não precisando mais ter uma expressão
somente enquanto classe.

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