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Fisiologia 1 Administração de Centros de Informação II Robson Dias Martins 1ª e di çã o Administração de Centros de Informação II 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Robson Dias Martins Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Administração de Centros de Informação II 3 Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Administração de Centros de Informação II 4 Administração de Centros de Informação II 5 Sumário Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07 Plano da disciplina ............................................................................................................ 09 Unidade 1 – Gestão e fluxos de informação ............................................................... 11 Unidade 2 – Inteligência organizacional...................................................................... 31 Unidade 3 – Métodos e técnicas aplicados à gestão da informação e do conhecimento .............................................................................................................. 47 Unidade 4 – Prospecção e monitoramento informacional ..................................... 79 Unidade 5 – Gestão da qualidade em serviços de informação............................... 101 Unidade 6 – Web 2.0 no apoio as atividades de gestão em unidades de informação .................................................................................................................... 123 Considerações finais ......................................................................................................... 135 Conhecendo o autor ......................................................................................................... 136 Referências .......................................................................................................................... 137 Anexos.................................................................................................................................. 141 Administração de Centros de Informação II 6 Administração de Centros de Informação II 7 Apresentação da disciplina Caro aluno, Seja bem-vindo à disciplina Administração de Centros de Informação II. Temos o imenso prazer de compartilhar com nossos alunos de um texto que visa completar os estudos iniciados na disciplina Administração de Centros de Informação I. Os conteúdos abordados serão de grande valia para os futuros gestores de unidades de informação. As unidades são apresentadas através de uma linguagem simples e acessível, onde iremos abordar os principais pontos a serem trabalhados na disciplina: conceitos, teorias e significados de modelos de administração e gestão de unidades informacionais. Esta disciplina visa à capacitação dos alunos, através de uma visão teórica, dos principais conceitos de modelos de gerenciar unidades informacionais existentes em nossa sociedade e presentes no universo da Biblioteconomia, discutindo a partir de renomados autores a importância do estudo da temática da gestão da informação e do conhecimento nos diversos modelos de unidades de informação. A disciplina foi dividida em seis unidades e subdividida em tópicos com o objetivo de facilitar a compreensão acadêmica do conteúdo. Para tanto, organizamos a estrutura das unidades de forma clara, esperando, assim, que a leitura seja de utilidade ampla. Estamos à disposição para auxiliá-lo a tornar o processo ensino-aprendizagem uma atividade prazerosa e compartilhada. Bons estudos! Administração de Centros de Informação II 8 Plano da Disciplina Unidade 1: Gestão e fluxo da informação Nesta unidade, vamos introduzir os conceitos fundamentais da administração e gestão de unidades informacionais e suas grandes áreas compreendendo métodos e técnicas de desenvolvimento, prospecção, monitoramento e qualidade da informação e do conhecimento no âmbito das bibliotecas, centros de informação e demais unidades de informação. Objetivos da unidade: Apresentar como o fluxo informacional colabora para o desenvolvimento das organizações através da utilização de métodos e técnicas da administração. Para tanto, serão abordados os modelos de gestão da informação e do conhecimento, bem como os procedimentos para gerir o fluxo informacional, a inteligência dentroe fora das organizações, a prospecção e o monitoramento informacional e as formas de apresentar qualidade nos serviços oferecidos para a comunidade. Por fim, trataremos da questão da Web 2.0 no apoio as atividades das unidades informacionais. Unidade 2: Inteligência organizacional Nessa unidade, abordaremos a temática sobre a inteligência organizacional, apresentando seus conceitos e evolução na área da biblioteconomia e da Ciência da Informação. Objetivos da unidade: Apresentar os conceitos da inteligência organizacional, da gestão do conhecimento e da aprendizagem organizacional. Administração de Centros de Informação II 9 Unidade 3: Métodos e técnicas aplicados à gestão da informação e do conhecimento Nesta unidade, vamos introduzir os conceitos fundamentais dos métodos e das técnicas aplicadas à gestão da informação e do conhecimento. Apresentar as principais ferramentas administrativas utilizadas na aplicação, estrutura e relação da informação e gestão do conhecimento. Essas ferramentas colaboram para melhorar a estrutura e o desempenho das organizações. Os métodos e as técnicas visam auxiliar o mapeamento da gestão do conhecimento, bem com, proporcionar informações acerca dos instrumentos de identificação, criação, disseminação, estocagem e aplicação do conhecimento nas organizações. Objetivos da unidade: Apresentar os principais métodos e técnicas aplicados para melhorar a gestão da informação e conhecimento nas organizações; Exibir os principais instrumentos que abordam a temática das ferramentas administrativas para apresentar os passos essenciais de mapeamento da gestão do conhecimento. Unidade 4: Prospecção e monitoramento informacional Nesta unidade, vamos introduzir os conceitos fundamentais dos métodos e das técnicas aplicadas à gestão da informação e do conhecimento. Apresentar as principais ferramentas administrativas utilizadas na aplicação, estrutura e relação da informação e gestão do conhecimento. Essas ferramentas colaboram para melhorar a estrutura e o desempenho das organizações. Os métodos e as técnicas visam auxiliar o mapeamento da gestão do conhecimento, bem com, proporcionar informações acerca dos instrumentos de identificação, criação, disseminação, estocagem e aplicação do conhecimento nas organizações. Objetivos da unidade: Apresentar os principais métodos e técnicas aplicados para melhorar a gestão da informação e conhecimento nas organizações; Exibir os principais instrumentos que abordam a temática das ferramentas administrativas para apresentar os passos essenciais de mapeamento da gestão do conhecimento. Administração de Centros de Informação II 10 Unidade 5: Gestão da qualidade em serviços de informação. Na unidade 5 estudaremos a gestão da qualidade em serviços de informação no contexto das unidades de informação. Faremos um excelente estudo sobre os principais fundamentos. Objetivos da unidade: Tem por objetivo demonstrar a aplicação dos conceitos de qualidade em serviços de informação no contexto das unidades de informação. Unidade 6 – Web 2.0 no apoio as atividades de gestão em unidades de informação. Na unidade 6 estudaremos a evolução da WEB 2.0 no apoio as atividades de gestão em unidades de informação. Objetivos da unidade: Apresentar os principais conceitos, estratégias e práticas utilizadas pelas unidades informacionais a partir da web 2.0. Administração de Centros de Informação II 11 1 Gestão e Fluxo da Informação Administração de Centros de Informação II 12 Caro aluno, Nesta unidade, vamos introduzir os conceitos fundamentais da administração e gestão de unidades informacionais e suas grandes áreas compreendendo métodos e técnicas de desenvolvimento, prospecção, monitoramento e qualidade da informação e do conhecimento no âmbito das bibliotecas, centros de informação e demais unidades de informação. Objetivos da unidade: Apresentar como o fluxo informacional colabora para o desenvolvimento das organizações através da utilização de métodos e técnicas da administração. Para tanto, serão abordados os modelos de gestão da informação e do conhecimento, bem como os procedimentos para gerir o fluxo informacional, a inteligência dentro e fora das organizações, a prospecção e o monitoramento informacional e as formas de apresentar qualidade nos serviços oferecidos para a comunidade. Por fim, trataremos da questão da Web 2.0 no apoio as atividades das unidades informacionais. Plano da unidade: Administração da informação Informação competitiva Estilo de gerência da informação Fluxo da Informação Modelos e etapas de fluxo informacional Etapas do fluxo da informação Modelo de representação de fluxo da informação Bons estudos! Administração de Centros de Informação II 13 A crescente produção dos registros do conhecimento gera a explosão documental na sociedade contemporânea e produz o caos documentário na gestão e no fluxo de informações nas instituições. Essa desordem suscitada pela ampliação exponencial das informações são geradas a partir do aumento das produções de textos que se tornam uma das principais barreiras a serem enfrentadas pela Sociedade da Informação. Nesse contexto, os bibliotecários surgem como profissionais capazes para organizar o caos documentário através do aperfeiçoamento da gestão e o incremento do fluxo de informações. Busca-se, através do melhoramento da gestão das informações, alcançar a eficácia dos processos através de um conjunto de políticas, diretrizes e normas que facilitem a organização e o acesso ao conteúdo informacional. A principal característica da gestão de informações é transmitir a informação no tempo certo, com custo justo e de forma acessível (BEAL, 2004). Nesse contexto, ela deve ser trabalhada com o intuito de gerar fluidez entres dos emissores e os receptores, buscando transformar a informação em conhecimento. Com o objetivo de trabalharmos a questão da gestão da informação torna-se essencial sua conceituação. Nas palavras de Ducker (2002) ela tem o intuito de alcançar objetivos em um cenário voltado à tomada de decisão, coordenação de múltiplas atividades, organização, busca constante de aprendizagem e uso da informação, ou seja, o conceito visa transformar ideias em ações. O autor complementa que administrar é aplicar o conhecimento à ação. De acordo com Ferreira e Perucchi (2011) a gestão da informação está relacionada com o apoio as políticas organizacionais, auxiliando os gestores na tomada de decisões, possibilitando dessa forma, que haja aprendizado da organização mediante a construção do conhecimento organizacional. Semelhante ao que é abordado em planejamento estratégico, Anthony (1965) afirma que a informação se apresenta como elemento estratégico para as organizações sendo dividida em três níveis hierárquicos, que serão representados na Figura 1. Administração de Centros de Informação II 14 Figura 1 – Níveis de informação Fonte: O autor, 2016. Esses três níveis são descritos da seguinte forma: Estratégico – onde são tomadas as decisões estratégicas, baseadas em informações confiáveis oriundas de fontes externas à organização e de outros níveis hierárquicos. Essas informações definem objetivos e diretrizes da organização; Tático – também conhecido como nível intermediário. Esse nível é caracterizado pelas decisões táticas que envolvem informações pormenores, ou seja, menos ardilosas. Elas são provenientes de fontes internas e são obtidas com maior grau de frequência; Operacional – basicamente trata de informações operacionais baseadas em problemas definidos. Nesse contexto, é importante que as informações sejam detalhadas, elas são oriundas do sistema interno e são relacionadas com ações imediatistas. Administração de Centrosde Informação II 15 De acordo com Ferreira e Perucchi (2011) “a gestão de informações deve trabalhar com o planejamento estratégico buscando os níveis estratégicos com o intuito de alcançar a eficiência informacional em todos os tipos de níveis descritos”. Para Oliveira (1992) a informação quando estruturada auxilia no processo decisório e Batista (2004) afirma que existem dois elementos fundamentais para a tomada de decisões: os canais de informação e as redes de comunicação. Para o autor, os canais de informação referem-se aos locais de onde se pode retirar os dados que serão usados pelas redes, responsáveis por disseminar e direcionar as informações; portanto, torna-se necessário identificar no meio organizacional quem são canais e quem são as redes e alinhá-los aos objetivos da organização, considerando, como mais importante, o sujeito receptor que deverá interagir com a informação. Neste contexto, consolida-se uma parte importante do papel da informação na tomada de decisão sem se esquecer da relevância da gestão do conhecimento para um processo decisório eficaz. (FERREIRA; PERUCCHI, 2011) Administração da informação A administração da informação no contexto da gestão informacional visa buscar a qualidade nas ações desenvolvidas pelos gestores das unidades de informação. Nesse sentido, Choo (2003) apresenta estratégias para a administração da informação sugerindo a criação de um ciclo contínuo para análise da informação baseada em seis processos correlatos. Eles são ilustrados na Figura 2 e retratados abaixo. Administração de Centros de Informação II 16 Figura 2 – Ciclo da gestão da informação Os processos são explicitados da seguinte maneira: 1. Identificação das necessidades de informação – são necessidades informacionais específicas da organização a partir de análise dos problemas encontrados em diferentes situações. Segundo Le Coadic (2004) é necessária a resposta para algumas questões relacionadas com a necessidade de informação. O autor descreve as seguintes perguntas a serem respondidas pelos gestores de unidades informacionais: A - Quem necessita da informação? B - Que tipo de informação? C - Para qual grupo de pessoas? D - Por que precisam dela? E - Quem decide quanto à necessidade? F - Quem seleciona? G - Que uso é dado ao que é fornecido? H - Quais são as consequências ou resultados do uso para o indivíduo, o grupo, a organização, etc.? Administração de Centros de Informação II 17 Importante! Essas questões são fundamentais na identificação real da necessidade de informação dentro das organizações. 2.Aquisição da informação – essa etapa consiste na aquisição propriamente dita da informação. Deve ser baseada em critérios e regras definidas pela organização com o intuito de evitar o acumulo informacional desnecessário. É premissa básica de uma unidade informacional a criação de política para seleção e aquisição de informação. Inúmeros são os critérios que podem influenciar na seleção e no uso da informação adquirida. Choo (2006) identifica que o acesso à informação, a seleção, o aproveitamento ou o descarte da informação devem permear o trabalho dos responsáveis pela aquisição da informação; 3.Organização e armazenamento da informação – essa etapa busca facilitar a organização da informação através da criação de critérios e estruturas que facilitem o armazenamento, a preservação e o acesso ao conteúdo informacional. Vieira (2014) afirma que “a informação deve ser organizada e armazenada de forma que possa ser acessada e resgatada sempre que necessário”; 4.Desenvolvimento de produtos e serviços de informação – etapa onde são desenvolvidos e criados produtos e serviços para o uso da informação, busca-se agregar valor à informação nessa etapa; 5.Distribuição da informação - essa etapa visa distribuir a informação de forma eficiente dentro das organizações, busca-se disponibilizar conteúdos informacionais precisos e no tempo adequado; 6.Uso da informação - "O uso da informação envolve a seleção e o processamento da informação de modo a responder uma pergunta, resolver um problema, tomar uma decisão, negociar uma posição ou entender uma situação" (CHOO, 2006, p. 116). Administração de Centros de Informação II 18 Importante! Acrescentamos que deve ocorrer um comportamento adaptativo que auxilia no processo de retroalimentação do ciclo. Informação competitiva A gestão organizacional voltada para a informação e para o conhecimento que ela provoca nos indivíduos ou nas instituições proporciona novas posturas da organização perante a gestão da informação. Nesse contexto, a transferência dos conhecimentos tácitos e explícitos devem ocorrer com maior fluidez entre os membros da instituição e, assim, torna-se pertinente uma gestão mais criativa, inovadora, com maior nível de aprendizagem e educação continuada. Além disso, os processos decisórios se tornam mais eficazes graças à coordenação dos processos, das políticas, das diretrizes organizacionais. Adiante, a informação enquanto elemento fundamental dentro das instituições facilita os processos de comunicação nas organizações e provoca redução nos custos de sua administração. Ferreira e Perucchi (2011) corroboram esse pensamento ao afirmarem: O acesso e uso imediatos da informação oferecem condições acerca das decisões no que tange à coordenação eficaz em processos de recursos humanos, de comunicação, de aprendizagem, de inovação, de redução de custos, apresentados pela dificuldade de coleta, organização, armazenamento, compartilhamento e utilização da informação circular intra e Inter organizacional. Esse comportamento, em relação à informação possibilita às organizações a se posicionarem como organizações competitivas, ou seja, a informação torna-se um elemento que gera competitividade para as instituições dentro da Sociedade do conhecimento. Administração de Centros de Informação II 19 Nesse panorama, a informação como elemento que proporciona competitividade deve ser recuperada, tratada, interpretada, e utilizada de forma eficaz. Afinal, ela oferece subsídios para a criação de novas ações para às organizações. Choo (2003) adiante afirma que a administração ou gestão da informação deve ser apreciada como uma rede de processos que adquirem, criam, organizam, distribuem e usam a informação com o objetivo de definir e/ou criar ações voltadas para alcançar os objetivos informacionais desejados. Estilo de gerência da informação Existem alguns modelos ou estilos de gerência que podem e devem ser aplicados pelos gestores de unidades informacionais. Eles representam o comportamento da organização ou do indivíduo em relação à perspectiva ou abordagem de trabalho informacional. McGee e Prusak (1994) identificaram cinco estilos básicos de gerência da informação. Esses modelos representam características específicas para gestão e uso da informação em ambientes organizacionais e envolve a forma de gerenciamento das pessoas em processos contínuos que formam os fluxos informacionais. Os cinco estilos serão representados na figura 3. Administração de Centros de Informação II 20 Figura 3 – Estilos de gerência da informação Estilo Característica Utopia tecnológica Abordagem altamente tecnológica da gestão da informação enfatizando a classificação e a modelagem do patrimônio de informações de uma organização. Anarquia Ausência de gerência da informação, fica a cargo dos indivíduos a obtenção e o gerenciamento de sua própria informação. Feudalismo Gerenciamento da informação por unidades de negócios ou funcionais. Cada setor define sua necessidade de informação e a disseminam de forma limitada para o restante da organização. Monarquia O fluxo informacional é determinado pelos líderes da organização. FederalismoGestão da informação pautada no consenso e na negociação de elementos de informação-chave. Fonte: McGee e Prusak (1994) Fluxo da Informação O fluxo das informações na área da Ciência da Informação e, mais especificamente, na Biblioteconomia é de importância vital para as organizações. Os profissionais da informação são extremamente qualificados para aperfeiçoar o fluxo informacional nas organizações. As bibliotecas e os bibliotecários enquanto facilitadores e mediadores da informação devem gerir o fluxo informacional das instituições respeitando tanto à quantidade como à qualidade do número de informações distribuídas entres os pares. Os profissionais da área da informação devem contribuir para que haja fluidez entre os emissores e os receptores da informação. O papel do bibliotecário nesse processo é identificar as necessidades dos receptores, ou seja, de seus usuários e compartilhar a informação, correta, no menor tempo possível e com a qualidade necessária onde ela estiver. A atuação na moderação entre informação e usuários deve ser premissa fundamental nas atividades desempenhadas por esses profissionais. Administração de Centros de Informação II 21 Na visão de Ferreira e Perucchi (2011) para que a informação seja útil e de qualidade ela dependerá da análise dos usuários em relação a sua necessidade e dependerá das circunstâncias de aplicabilidade, ou seja, quem identifica e gera valor para a informação recebida será sempre o usuário. Modelos e etapas de fluxo informacional A literatura da Ciência da Informação apresenta inúmeros modelos e etapas para identificar as características que envolvem o fluxo das informações nas organizações. Iniciaremos nossa apresentação pelo trabalho dos autores McGee e Prusak (1994) que relacionam seis etapas básicas que devem ser interligadas no processo de fluxo da informação nas instituições, eles são representados na figura 4 exposta abaixo. Figura 4 – Etapas do fluxo de informação Fonte: O autor, 2016 Administração de Centros de Informação II 22 Para os autores, essas etapas contribuem para organizar, facilitar e identificar o fluxo das informações dentro das organizações. E são de grande valia para os profissionais da área da Biblioteconomia. Adiante, apresentamos a proposta de Smit e Barreto (2002) eles consideram que existem três pontos principais no fluxo de informação. Para eles, a informação deve ser transformada em conhecimento dentro do fluxo informacional. Para tanto, a criação da informação requer fatos, ideias e imagens que transmutam do campo do imaginário para algum tipo de suporte. Em seguida, necessita de um sistema de armazenamento e recuperação, ou seja, através dos processos técnicos da Biblioteconomia como a seleção, classificação, armazenamento, recuperação e uso. Por fim, necessita ser assimilado pelos indivíduos. Para melhor compreensão, segue figura 5 com o esquema desse modelo. Figura 5 – Modelo de fluxo de informação Fonte: Smit e Barreto (2002) Administração de Centros de Informação II 23 O fluxo interno consiste nas atividades administrativas, burocráticas e/ou técnicas das bibliotecas e centros de informação. Para os autores, esse é considerado o primeiro fluxo ou fluxo interno. Enquanto o segundo fluxo aborda a questão da transformação da informação em conhecimento. No terceiro fluxo, há a criação e o registro da informação propriamente dita. A informação necessita de um suporte físico ou digital de armazenamento que precisa de tratamento técnico para que possa ser disponibilizado para o público. Etapas do fluxo da informação Existem diversos trabalhos indicando as etapas do fluxo informacional. Cada autor indica um caminho a ser percorrido. Nossa visão, segue o pensamento de Lesca e Almeida (1994) que consideram que as etapas do fluxo de informação abarcam os aspectos relacionados com as organizações e o mercado ao qual estão inseridas. Eles apresentam três etapas para um fluxo informacional. São elas: 1) Coleta de informações no ambiente externo à organização e utilizado pela própria instituição. Essa etapa se constitui em um processo onde ocorre as decisões relacionadas com o uso dessa informação no âmbito organizacional; 2) Produção da informação para uso da própria organização; e 3) Produção da informação para lançamento no mercado, ou seja, informação para clientes, fornecedores, concorrentes e quem dela necessite. Administração de Centros de Informação II 24 Modelo de representação de fluxo da informação O modelo de representação da informação sugerido por Beal (2008) apresenta três aspectos definidos, são eles: 1) Informação coletada externamente; 2) Informação produzida pela própria organização destinada para o público interno; 3) Informação produzida pela organização para o público externo. Na visão de Beal (2008) para que haja o fluxo da informação nas organizações são necessárias também a criação de sete etapas, são elas: 1) Identificação das necessidades e requisitos (quem precisa); 2) Obtenção da informação (como, porque, e para quem são obtidas as informações); 3) Tratamento da informação (busca facilitar o acesso às informações); 4) Distribuição da informação (formalizar quem pode acessar o conteúdo informacional, público interno, externo ou ambos); 5) Uso (utilização da informação pelos usuários); 6) Armazenamento da informação (conservação dos documentos ou dos dados da informação, busca-se preservar o conteúdo informacional para que seja possível seu uso e reuso no maior tempo possível); 7) Descarte (avaliação constante da informação seguindo critérios de uso, espaço, agilidades dentre outros) É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Administração de Centros de Informação II 25 Exercícios - Unidade 1 1.De acordo com Beal (2004), qual é a principal característica da gestão de informações? a) Gerir informações com qualidade de acordo com as necessidades do mercado. b) Transmitir a informação no tempo certo, com custo justo e de forma acessível. c) Compartilhar informação com outras instituições sem custos. d) Administrar gestão e conhecimento através da inteligência competitiva. e) Gerir informações através de sistemas que utilizem a interoperabilidade. 2.Segundo Ducker (2002), a gestão da informação possui alguns objetivos organizacionais, dentre as afirmativas todas estão corretas exceto: a) Coordenar múltiplas atividades. b) Colaborar com a tomada de decisão. c) Auxiliar na busca constante de aprendizagem. d) Colaborar para o uso da informação. e) Contribuir para a introdução de marketing nas unidades informacionais. Administração de Centros de Informação II 26 3.Ferreira; Perecchi (2011) afirmam que a gestão de informações deve ser um trabalho aliado com o planejamento estratégico. Nesse contexto, os autores afirmam que gestão da informação visa: a) Alcançar a eficiência informacional. b) Atingir os objetivos através da efetividade. c) Gerar eficácia na produção de produtos e serviços. d) Auxiliar na geração de inteligência competitiva. e) Criar conteúdos informacionais . 4.De acordo com Choo (2003), o ciclo da informação seis processos. Dentre as afirmativas abaixo, identifique a afirmativa incorreta: a) Identificação das necessidades de informação. b) Aquisição de mobiliário para as unidades de informação. c) Desenvolvimento de produtos e serviços de informação. d) Organização e armazenamento da informação. e) Uso da informação. 5.De acordo com McGee e Prusak (1994), existem cinco estilos de gerência da informação, são eles: utopia tecnológica, anarquia, monarquia, federalismo e ____________.a) Socialismo. b) Utopia social. c) Feudalismo. d) Constitucionalismo. e) Reinado absolutista. Administração de Centros de Informação II 27 6.Observamos que existem seis etapas básicas do fluxo de informação. De acordo com essa afirmativa, qual alternativa abaixo está incorreta: a) Criação. b) Interpretação. c) Captação. d) Fomento. e) Comercialização. 7.De acordo com Lesca e Almeida (1994), as etapas do fluxo de informação abarcam os aspectos relacionados com as organizações e o mercado ao qual estão inseridas. Eles apresentam três etapas para um fluxo informacional. São elas: I. Coleta de informações no ambiente externo à organização e utilizado pela própria instituição. Essa etapa se constitui em um processo onde ocorrem as decisões relacionadas com o uso dessa informação no âmbito organizacional; II. Produção da gestão do conhecimento para uso da própria organização. III. Produção da informação para lançamento no mercado, ou seja, informação para clientes, fornecedores, concorrentes e quem dela necessite. De acordo com essas afirmativas, podemos compreender que a(s) afirmativa(s) correta(s) é (são): a) I e II b) II e III c) I d) II e) I e III Administração de Centros de Informação II 28 8.Na visão de Beal (2008), para que haja o fluxo da informação nas organizações são necessárias também a criação de sete etapas, são elas: 1.Identificação das necessidades e requisitos (quem precisa); 2.Obtenção da informação (como, porque, e para quem são obtidas as informações); 3.Tratamento da informação (busca facilitar o acesso às informações); 4.Distribuição da informação (formalizar quem pode acessar o conteúdo informacional, público interno, externo ou ambos); 5.Uso (utilização da informação pelos usuários); 6.Armazenamento da informação (conservação dos documentos ou dos dados da informação, busca-se preservar o conteúdo informacional para que seja possível seu uso e reuso no maior tempo possível); 7.Descarte (avaliação constante da informação seguindo critérios de uso, espaço, agilidades dentre outros). De acordo com as afirmações acima, podemos compreender que apenas uma resposta está correta, assinale a opção correta abaixo: a) Todas as afirmativas estão corretas. b) Todas estão incorretas. c) Apenas a 3 está incorreta. d) Estão corretas as opções 3,5,7. e) Todas as afirmativas estão corretas, exceto a 6. Administração de Centros de Informação II 29 9.Quais são os níveis hierárquicos apresentados por Anthony (1965) como elementos estratégicos para as organizações? Explique cada nível? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10.Quais são as questões fundamentais na identificação real da necessidade de informação dentro das organizações? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Administração de Centros de Informação II 30 Administração de Centros de Informação II 31 2 Inteligência Organizacional Administração de Centros de Informação II 32 Caro aluno, Começaremos agora a unidade 2 da disciplina Administração de Centros de Informação 2. Nessa unidade, abordaremos a temática sobre a inteligência organizacional, apresentando seus conceitos e evolução na área da biblioteconomia e da Ciência da Informação. Vamos lá! Objetivos da unidade: Apresentar os conceitos da inteligência organizacional, da gestão do conhecimento e da aprendizagem organizacional. Plano da unidade: Gestão do conhecimento Conhecimento forma e informal Processo de conversão do conhecimento Aprendizagem organizacional Bons estudos! Administração de Centros de Informação II 33 Vivemos uma sociedade caracterizada pelo excesso de informações oriunda da era da globalização social, econômica, política e tecnológica em que estamos na contemporaneidade. O advento da internet facilitou a produção das informações e esse aumento das publicações, tanto físicas como virtuais contribuem para o caos informacional. Nesse contexto, de turbulência e caos surgem novas demandas no mercado organizacional e novas oportunidades para diversos profissionais, dentre eles, destacamos a importância do papel dos bibliotecários, profissionais de suma importância para organização do conhecimento. Todavia, o mercado emerge por profissionais da informação com perfis atualizados, dinâmicos, com capacidade para o desenvolvimento de novas teorias e ações. A busca por bibliotecários capazes para transformar informação em conhecimento é uma lacuna do mercado e nós, enquanto profissionais que sempre lidamos com informações devemos preencher. O novo perfil dos profissionais que lidam com informações deve permear a busca incansável pelo trabalho conjunto entre indivíduos, equipes e organizações, ou seja, o desenvolvimento das atividades deve abarcar esforços mútuos, compartilhados, colaborativos e coordenados. A busca pela qualidade, eficiência e efetividades devem ser base para uma economia baseada em informação. O panorama deste capítulo é colaborar com nossos alunos na análise descritiva dos fatores que proporcionam transformar informação em conhecimento dentro das organizações. Nesse novo cenário globalizado, as informações são insumos de grande valia para as instituições. Assim sendo, elas ganham destaque e importância dentro do contexto organizacional e, por conseguinte, os profissionais que lidam com a organização e a disseminação se tornam primordiais para os quadros funcionais. Administração de Centros de Informação II 34 Gestão do conhecimento A Gestão do Conhecimento é uma área das Ciências da Informação e da Administração alvo de estudos nas últimas décadas. A atual Sociedade da Informação tem ampliado a importância dos investimentos relacionados com a transformação de informação em conhecimento. Para tanto, é primordial o tratamento do conjunto de dados, informações e conhecimentos gerados pela sociedade. Esse trabalho de organização dos dados está relacionado com fatores humanos e tecnológicos através dos famosos sistemas de informação. A gestão do conhecimento é uma disciplina interdisciplinar que abarca inúmeras áreas, dentre as quais podemos destacar: gestão estratégica, sistemas de informação, tecnologia e inovação, marketing, economia, psicologia, sociologia, biblioteconomia, administração entre outras. Moresi (2001) define a gestão do conhecimento como: Um conjunto de atividades que busca desenvolver e controlar todo tipo de conhecimento em uma organização,visando à utilização na consecução de seus objetivos. Este conjunto de atividades deve ter como principal meta o apoio ao processo decisório em todos os níveis. Para isto, é preciso estabelecer políticas, procedimentos e tecnologias que sejam capazes de coletar, distribuir e utilizar efetivamente o conhecimento, representando fator de mudança no comportamento organizacional. Administração de Centros de Informação II 35 Nesse contexto, percebemos que a gestão do conhecimento está relacionada com a extração, compartilhamento e concepção de conhecimento por meio de instrumentos tecnológicos de informação e comunicação que colaborem para melhorar o desempenho organizacional. Moresi (2001) afirma que o principal objetivo da gestão do conhecimento está relacionado com o ajuste entre a demanda de conhecimentos com os recursos escassos ofertados. Nesse sentido, esse ajuste está relacionado com o desempenho eficiente das organizações e conduz para uma redução nos gastos de tempo de execução dos processos e financeiros. O autor segue sua teoria relatando que a gestão do conhecimento envolve também flexibilidade dos processos organizacionais e qualidade dos serviços e produtos oferecidos, ou seja, esse modelo de gestão deve abarcar gerenciamento, controle, e acesso num sistema integrado de informações. São fatores essenciais para o desenvolvimento de gestão do conhecimento nas organizações: Identificar lacunas no mercado; Descobrir experiências ou praticas otimizadas em indivíduos ou em organizações; Utilizar o conhecimento como subsídio na tomada de decisão; Localizar a informação rapidamente. Ela deve ser de fácil acesso; Facilitar o processo de criação de novos conhecimentos nas organizações; Gerar conteúdo e conhecimento; Facilitar o processo de compartilhamento de novos conhecimentos e Promover a formalização do conhecimento em documentos físicos ou digitais com o intuito de disponibilizar o conhecimento para o público interno da organização. Administração de Centros de Informação II 36 Conhecimento forma e informal O conceito de conhecimento, amplamente desenvolvido pelas Ciências ligadas à Administração e à Ciência da Informação identificam dois tipos básicos: o conhecimento básico (tácito) e o informal. Conhecimento formal – esse modelo de conhecimento é materializado em algum tipo de suporte documental seja ele físico ou digital, ou seja, necessita de um produto concreto ou não que pode ser armazenado, analisado e difundido dentro das organizações; Conhecimento informal – E gerado e utilizado no processo de produção do conhecimento formal. São constituídos pelas ideias, fatos, suposições, questões, conjecturas, experiências, pontos de vista etc. É formado por um ativo patrimonial de imenso valor para as organizações. Contudo, ele perde valor com o passar do tempo devido à falta de mecanismos para coleta, estruturação, compartilhamento e reutilização. Processo de conversão do conhecimento Na visão de Nonaka e Takeuchi (1997) existem quatro processos básicos de conversão do conhecimento, são eles: 1. Do tácito para o explicito (externalização) – processo de articulação do conhecimento tácito em conhecimento explícito. Esse modelo ocorre através das analogias, conceitos ou hipóteses; 2. Explícito para explícito (combinação) – ocorre a conversão através da combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito; 3. Explícito para tácito (internalização) – processo de incorporação do conhecimento explícito no tácito e; 4. Tácito para tácito – processo de compartilhamento de experiências Administração de Centros de Informação II 37 Figura 1 – Modelo SECI Para que haja, de fato, criação de conhecimento deve ocorrer a conversão do conhecimento tácito em explicito. Afinal, é fundamental para a organização a possibilidade de compartilhamento com outros indivíduos. Esse compartilhamento depende da materialização da informação em algum tipo de suporte informacional, ou seja, é necessário que haja a documentação real ou virtual da informação para que ela possa ser compartilhamento em qualquer momento. Choo (1998) considera que exista o conhecimento tácito e o explícito. Contudo, ele segue adiante e acrescenta outro modelo de conhecimento, o cultural. Para o autor, esse tipo de conhecimento versa sobre os arcabouços afetivos e cognitivos que abarcam indivíduos e organizações. O conhecimento cultural na visão de Choo (1998) serve para que os membros das organizações construam a realidade. Esse processo é realizado através da percepção, explicação, avaliação e construção do mundo, envolvem suposições, crenças, convenções, expectativas, valores e normas que possam ser compartilhados entre os membros de uma organização. A partir desse referencial é Administração de Centros de Informação II 38 construída a realidade, ou seja, a informação propriamente dita. Essa informação pode receber avaliações, interpretações e ações ganhando valor agregado no transcorrer dos processos. Sackmann (1992) também reconhece a existência do conhecimento cultural em suas pesquisas. O autor identifica quatro tipos básicos de conhecimento: dicionário, diretório, manual e axiomático que serão apresentados abaixo: Dicionário – abarca as descrições mais usuais, inclui definições e expressões utilizadas pela organização para a descrição dos problemas; Diretório – abrange as práticas comuns e os conhecimentos sobre as sequencias de eventos com as relações de causa e efeito. Além disso, inclui os processos para a solução dos problemas da organização; Manual – engloba as determinações e estratégias recomendadas, incluindo as ações a serem realizadas para sanar problemas com sucesso e; Axiomático – são as explanações finais ou as premissas desenvolvidas. Aprendizagem organizacional Não existe consenso na literatura para a definição do que seja aprendizagem organizacional. Alguns teóricos convergem seus pensamentos enquanto outros divergem sobre os conceitos. Moresi (2001) considera que existe uma tendência para pensar que o aprendizado consiste em um processo pelo qual os indivíduos adquirem novos conhecimentos e percepções, modificando dessa forma seu comportamento e suas ações, ou seja, ela ocorre através das percepções, conhecimentos e modelos mentais compartilhados. Ela só ocorre quando todos os principais tomadores de decisão aprendem juntos. É necessário ainda que ocorra o compartilhamento das crenças e objetivos. Administração de Centros de Informação II 39 Adiante, Moresi (2001) relata que o aprendizado é constituído a partir de conhecimentos e experiências passadas, ou seja, através da memória organizacional que é formada por políticas, estratégia e/ou modelos explícitos. Além disso, ela é constituída também pela memória dos indivíduos. Nesse contexto, o aprendizado organizacional refere-se à capacidade de uma organização identificar e armazenar conhecimento resultante de experiências individuais e organizacionais com o intuito de modificar o comportamento de acordo com estímulos percebidos no ambiente. O IBC (Instituto Brasileiro de Coaching) considera que a aprendizagem organizacional deva ser entendida como um processo que deva alcançar novo, múltiplos e contínuos conhecimentos sobre as dinâmicas e as demandas cooperativas. Ela pode ocorrer de maneira direta ou indireta e dentro ou fora das organizações. Percebemos então, que o aprendizado organizacional pode ser desenvolvido em diferentes estilos de aprendizagem pelos membros da instituição. Ela acontece quando esses membros respondem às mudanças nos ambientes interno e externo. Moreni (2001) identifica três níveis de aprendizado organizacional: Aprendizado individual – ele deve contribuir com a organização. Contudo, ele não deveser obstruído por constrangimentos através de responsabilidades ou procedimentos rígidos de processamento da informação; Nível micro de uma organização – compartilhamento e integração das experiências individuais com o intuito de construção de conhecimento em nível de grupo. Nesse nível o aprendizado ocorre informalmente, ou seja, sem procedimentos formais, rígidos e documentados. Normalmente, existe maior sinergia entre os indivíduos da organização; Nível macro – ele evolui em uma estrutura macro da organização, ou seja, seu desempenho, seus sucessos e suas falhas são fortemente determinados pela estrutura de relacionamento entre os diversos grupos. Administração de Centros de Informação II 40 De acordo com o IBC (2015) a aprendizagem organizacional ocorre através de sete modelos, são eles: 1- Experiências do Profissional – A partir das experiências positivas e negativas, o profissional pode compreender seus erros e acertos, balizar melhor suas próximas ações e criar estratégias para evitar que estes erros persistam no futuro; 2 - Aprendizagem Cultural – Aprendida através da cultura organizacional, da missão e dos valores seguidos pela empresa; 3 - Aprendizagem com o Líder – Realizada através das lideranças, de seus exemplos e conhecimentos compartilhados com os seus liderados; 4 - Aprendizagem Prática/Ativa – Aquisição de conhecimentos através da prática efetiva das tarefas e do seu desenvolvimento contínuo; 5 - Aprendizagem Sistêmica – Entendimento ampliado de toda empresa e seus processos para desta maneira oferecer soluções não apenas para o departamento envolvido, mas para a organização como um todo; 6 - Compartilhamento de Informações – Quanto melhor forem distribuídas as informações, maiores serão os conhecimentos sobre os processos internos da empresa o que tornará mais assertiva as ações; 7 - Benchmarking – Observar outras empresas e buscar suas boas práticas aplicadas para aplicar em sua organização. Moresi (2001) baseado no trabalho de Argyris e Schon (1979) considera há existência de duas ordens de aprendizado: aprendizado de primeira e de segunda ordem. Aprendizado de primeira ordem – baseado na modificação de ações operacionais suficientes para a correção de erros sem necessidade de alteração nas normas, estratégias e pressupostos. Nesse modelo, ocorre uma retroalimentação simples entre os resultados detectados para a ação que é ajustado para manter o desempenho dentro do que foi estabelecido pelas normas organizacionais. O principal objetivo é aumentar a eficiência organizacional com as normas existentes; Administração de Centros de Informação II 41 Aprendizado de segunda ordem – acontece quando a correção do erro requer a modificação das próprias normas organizacionais. Nesse modelo há necessidade de reestruturação das estratégias, dos pressupostos associados com as normas. Ele é considerado de segunda ordem porque a dupla retroalimentação conecta a detecção de erros não apenas à ação organizacional, mas também às normas. O objetivo principal é assegurar o crescimento e a sobrevivência da organização por intermédio da adequação de normas incompatíveis, selecionando novas prioridades ou reestruturando normas e seus pressupostos e estratégias. Ficamos por aqui. Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e consulte sempre a biblioteca do seu polo. Na próxima unidade, vamos estudar os métodos e técnicas aplicados à gestão da informação e do conhecimento. Administração de Centros de Informação II 42 1.São fatores essenciais para o desenvolvimento de gestão do conhecimento nas organizações. Das afirmativas abaixo, qual está incorreta: a) Identificar lacunas no mercado. b) Descobrir experiências ou praticas otimizadas em indivíduos ou em organizações. c) Utilizar o conhecimento como subsídio na tomada de decisão. d) Localizar a informação lentamente. e) Facilitar o processo de criação de novos conhecimentos nas organizações. 2.Existem dois modelos de conhecimento: formal e informal. De acordo com essa afirmação quais são os exemplos de constituição do conhecimento informal. a) São constituídos pelas ideias, fatos, suposições, questões, conjecturas, experiências, pontos de vista. b) Suporte documental seja ele físico ou digital, ou seja, necessita de um produto concreto ou não que pode ser armazenado, analisado e difundido dentro das organizações. c) Catálogos de bibliotecas, dicionários e enciclopédias. d) Diretórios e manuais diversos. e) Tesauros, monografia, teses e dissertações. 3.Além do conhecimento tácito e explicito choo (1998) considera que exista mais um modelo de conhecimento, qual seria esse modelo? a) Analógico. b) Digital. c) Cultural. d) Distrital. e) Virtual . Administração de Centros de Informação II 43 4.Na visão de Nonaka e Takeuchi (1997) existem quatro processos básicos de conversão do conhecimento, dentre eles qual é o que ocorre a conversão através da combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito, criando conhecimento sistêmico: a) Combinação. b) Externalização. c) Internalização. d) Socialização. e) Universalização. 5.Para acontecer a conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito é necessário que ocorra um movimento de criação do conhecimento partilhado ele acontece em que momento da espiral do conhecimento ou modelo SECI? a) Externalização. b) Socialização. c) Internalização. d) Universalização. e) Combinação. 6.Sobre o conhecimento cultural, analise as assertativas dos modelos baseados no pensamento de Sackmann (1992): I Dicionário – abarca as descrições mais usuais, inclui definições e expressões utilizadas pela organização para a descrição dos problemas; II Diretório – abrange as práticas comuns e os conhecimentos sobre as sequencias de eventos com as relações de causa e efeito. Além disso, inclui os processos para a solução dos problemas da organização; Administração de Centros de Informação II 44 III Manual – engloba as determinações e estratégias recomendadas, incluindo as ações a serem realizadas para sanar problemas com sucesso; e IV Axiomático – são as explanações iniciais ou as premissas desenvolvidas. Baseados nessas afirmativas, qual a resposta correta? a) Todas estão corretas. b) Todas estão incorretas. c) Apenas a I está correta. d) Apenas a IV está incorreta. e) Apenas a III e a IV estão incorretas. 7.Moreni (2001) identifica três níveis de aprendizado organizacional, baseado nas afirmativas abaixo, identifique a opção correta: I Aprendizado individual – ele não deve contribuir com a organização. Contudo, ele não deve ser obstruído por constrangimentos através de responsabilidades ou procedimentos rígidos de processamento da informação; II Nível micro de uma organização – compartilhamento e integração das atividades grupais com o intuito de construção de conhecimento em nível de grupo. Nesse nível o aprendizado ocorre formalmente, ou seja, sem procedimentos formais, rígidos e documentados. Normalmente, existe maior sinergia entre os indivíduos da organização; III Nível macro – ele evolui em uma estrutura micro da organização, ou seja, seu desempenho, seus sucessos e suas falhas são fortemente determinados pela estrutura de relacionamento entre os diversos grupos. a) Todas estão corretas. b) Todas estão incorretas. c) Apenas a II está correta. d) Apenas a I está incorreta. e) Apenas a III e a IV estão corretas. Administração de Centros de Informação II 45 8.A aprendizagem organizacional ocorre através de sete modelos, em qual modelo ocorre o entendimento ampliado de toda empresa e seus processos para desta maneira oferecer soluções não apenas para o departamentoenvolvido, mas para a organização como um todo. a) Aprendizagem cultural. b) Aprendizagem com o líder. c) Experiências do profissional. d) Aprendizagem prática. e) Aprendizagem sistêmica. 9.Baseado na figura abaixo, explique o aprendizado de primeira e de segunda ordem. Administração de Centros de Informação II 46 10.Quais são as vantagens do uso do Nível micro de uma organização no aprendizado organizacional? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Administração de Centros de Informação II 47 3 Métodos e Técnicas Aplicados à Gestão da Informação e do Conhecimento Administração de Centros de Informação II 48 Caro aluno, Nesta unidade, vamos introduzir os conceitos fundamentais dos métodos e das técnicas aplicadas à gestão da informação e do conhecimento. Apresentar as principais ferramentas administrativas utilizadas na aplicação, estrutura e relação da informação e gestão do conhecimento. Essas ferramentas colaboram para melhorar a estrutura e o desempenho das organizações. Os métodos e as técnicas visam auxiliar o mapeamento da gestão do conhecimento, bem com, proporcionar informações acerca dos instrumentos de identificação, criação, disseminação, estocagem e aplicação do conhecimento nas organizações. Objetivos da unidade: Apresentar os principais métodos e técnicas aplicados para melhorar a gestão da informação e conhecimento nas organizações; Exibir os principais instrumentos que abordam a temática das ferramentas administrativas para apresentar os passos essenciais de mapeamento da gestão do conhecimento. Plano da unidade: Ferramentas administrativas BRAINSTORM Apresentando as soluções no brainstorm Painel de especialistas Matriz trade-off Diagrama ou gráfico de Pareto Técnica SWOT Gráfico do processo de decisão - PDPC Roteiro para criação de PDPC Diagrama de árvore ou árvore de possibilidades Diagrama de afinidades Diagrama de Matriz / Matriz de Priorização Procedimento Padrão Operacional – PPO ou Procedimento Operacional Padrão POP Bons estudos! Administração de Centros de Informação II 49 Para aplicarmos a gestão da informação e a gestão do conhecimento em unidades informacionais é fundamental o uso de instrumentos confiáveis para mapeamento das informações. Nesse sentido, a utilização de ferramentas para planejar, monitorar e avaliar o conhecimento devem funcionar como base para melhoria das organizações. Esses utensílios servem para melhorar as práticas, as estratégias, as políticas e a estrutura de trabalho de gerenciamento de informações das organizacionais. Essa unidade pretende abordar alguns métodos e técnicas utilizados com frequência na gestão do conhecimento visando apresentá-los aos nossos alunos com o intuito de abordar as principais ferramentas administrativas que visam identificar, criar, disseminar, estocar e aplicar conhecimento nas organizações. Seria impossível abordar todos os instrumentos. Contudo, apresentaremos as principais ferramentas utilizados pelo mercado. Lembramos que a área de gestão do conhecimento é um campo em crescimento na atual sociedade e que existe uma enorme lacuna no mercado de trabalho para que profissionais atuem nessa gestão. Dessa forma, consideramos que nossos alunos devam considerar a emergência no mercado na busca por bibliotecários para atuar nessa área. Ferramentas administrativas Antes de elencarmos as principais ferramentas administrativas para a gestão do conhecimento é importante lembrarmos da importância das pessoas em todo o processo de gestão. Dalkir (2005), enumera quatro elementos fundamentais para a implementação de projetos de gestão do conhecimento, são eles: liderança, pessoas, processos e tecnologias. Nesse panorama, percebemos que as pessoas devem atuar na liderança para o desenvolvimento dos projetos, principalmente, no contexto da criação, aplicação e compartilhamento do conhecimento. Os processos envolvem a descrição e o funcionamento da organização com o intuito de aperfeiçoar o desempenho organizacional. Já as tecnologias servem para acelerar os processos que abarcam a gestão do conhecimento, criando ferramentas para facilitar a disseminação. Administração de Centros de Informação II 50 Valentim (2010) considera que a informação tem papel fundamental nos ambientes coorporativos, apoiando o planejamento e o processo decisório. Para tanto, as organizações necessitam gerenciar e compreender as informações e o conhecimento no micro e no macro ambiente. Nesse sentido, a autora acredita na interação das organizações com a sociedade através de complexos contextos: político, econômico, social, tecnológico e cultural. Essas interações buscam envolver as organizações com a sociedade. Dalkir (2005) exibe um conjunto de modelos, processos, ciclos e, por fim, métodos e técnicas empregados para gerenciar o conhecimento. Os métodos e técnicas são reunidos em processos de criação, identificação, aplicação, armazenamento e compartilhamento do conhecimento. O autor elucida que os métodos podem ser combinados com o intuito de alcançar objetivos para a organização, ou seja, esses procedimentos buscam gerar valor para a informação. De acordo com Valentim (2010), os métodos e técnicas utilizados na gestão do conhecimento abarcam criatividade, conhecimento e interação e podem ser utilizados isoladamente ou em conjunto. Brainstorm A primeira ferramenta apresentada por Valentim (2010) é Brainstorn. Essa ferramenta administrativa traduzida para o português significa “tempestade de ideias”. Trata de uma ferramenta ou dinâmica desenvolvida para empreender potencialidades criativas de indivíduos ou grupos. Segundo Mattos (2015), Brainstom consiste numa dinâmica de grupo criada pelo publicitário américa Alex Osborn com o objetivo de solucionar problemas específicos ou o desenvolvimento de novas ideias para um projeto. Ela une informações e estimula o pensamento criativo dentro das organizações em atividades informais. A técnica visa a utilização de pensamentos, ideias, visões, propostas e/ou experiências com o objetivo de encontrar soluções inovadoras. É permitida a sugestão de qualquer tipo de ideia pelos indivíduos. Em seguida as opiniões são agrupadas e verificadas as propostas mais viáveis e eficazes para a solução dos problemas. Administração de Centros de Informação II 51 Valentim (2010), apresenta essa ferramenta em um conjunto de cinco preposições: Exposição de opiniões, visões e percepções; Discussão distintos dos pontos de vista; Reflexão coletiva sobre um determinado tema/assunto/problema; Confronto de argumentos e; Tomada de decisão sobre uma determinada questão/problema a partir das discussões e reflexões. Mattos (2015), elenca sete regras básica para um bom brainstorming: 1) Manutenção do foco – o ambiente para a tempestade mental deve ser um local para a geração de novas soluções, ou seja, não é local para conversas paralelas. Deve-se ir direto ao ponto focal; 2) Não critique as ideias – sejam elas suas ou de outros. É fundamental a inexistência de críticas de pensamentos; Administração de Centros de Informação II 52 3) Anote as ideias – eleja alguém para tomar nota das ideias e o instrua para fazê-lo constantemente. Quem tiver escrevendo não pode opinar para que não se perca nenhuma sugestão; 4) Dispare ideias em sequência – devem ser criadas sugestões em sequência, ou seja, um pensamento desencadeia outros; 5) Não se prenda a primeira ideia – esse mandamento tem muito a ver com a anterior, isto é, é fundamental a manutenção do pensamento fluído. O autor relata que opções mais adequadas vão surgindo durante o processo; 6) Não insista na sua ideia, ela não é soberana – é essencial o desapego das ideias ruins. Esse procedimento facilita todo o processo e contribui para resultados positivos e; 7) Tenha poder de síntese - é essencial o poder de síntese das ideias no momento da fala, a comunicação deve ser rápida e ágil sem maiores explanações ou explicações. Apresentando as soluções no brainstorm Mattos (2015), apresenta alguns métodos para apresentação dos resultados. Para tanto, o autor sugere primeiramente o diagrama de peixe, ou de causa e efeito. Essa ferramenta facilita a visualização clara e objetiva, nela são apresentadas as motivações e as consequências de cada ideia proposta. Neste modelo os participantes devem exibir parâmetros influenciadores para cada pensamento apresentado. Nele utiliza-se a metodologia dos cinco porquês que é uma ótima maneira esquematizada organizada para apresentação dos resultados. Administração de Centros de Informação II 53 A metodologia dos cinco porquês busca identificar as causas do problema e trabalhar em conjunto com o diagrama de peixe colabora intensamente com os gestores de unidades de informação. Nessa técnica realizamos as seguintes perguntas: 1) Por que temos um sintoma? 2) Por que temos uma desculpa? 3) Porque temos um culpado? 4) Por que temos uma causa? E; 5) Por que temos a causa raiz? Importante! Esses questionamentos colaboram para determinar a relação entre as diferentes causas de um problema. Administração de Centros de Informação II 54 A segunda ferramenta sugerida por Mattos (2015) é a learning canvas que consiste numa ferramenta criada por Alexandre Magno que visa definir três papéis principais: Asker – responsável pelo problema; Sharers – todos os membros que contribuem efetivamente para a solução do problema; e Facilitador – indivíduo que conhece profundamente a ferramenta do canvas e as melhores formas de aplica-la. Ele busca o consenso entre as partes com o intuito de facilitar o resultado final. Administração de Centros de Informação II 55 A terceira ferramenta sugerida é o grupo nominal – essa técnica consiste no desenvolvimento de um consenso para solução do problema. Normalmente, são aplicados quatros passos para sua construção: 1. Geração das ideias – o brainstorming em si; 2. Recolhimento e registro das ideias - deve ser realizado durante o processo podendo ser apresentado em flipchart ou painel; 3. Revisão da discussão – rever os assuntos debatidos voltando nos mais adequados e; 4. Volta para as ideias – nesse momento todos devem olhar as propostas mais votadas Dica de vídeo! Para descontrair e entender um pouco mais da técnica. Assista ao vídeo de Porta dos fundos sobre o assunto: https://youtu.be/RIXwHQ4NpNw Painel de especialistas A segunda ferramenta apresentada por Valentim (2010), é o painel de especialista. Esse modelo deve ser aplicado com uso de pessoas especializadas em uma determinada área temática. Esses profissionais devem possuir competências essenciais para o debate. A autora sugere o uso de dez a quinze especialistas que devem ter perfis heterogêneos de idade, sexo, origem geográfica, origem profissional. Deve-se ter atenção para personalidades dominantes e prestar atenção em relação a possíveis interesses subliminares. De acordo com Valentim (2010), os especialistas devem possuir os seguintes predicados: Administração de Centros de Informação II 56 Conhecimento considerável da área em questão; Habilidade de comunicação, expressão e síntese; Criatividade, imaginação e criticidade; Capacidade de autoavaliação; Flexibilidade e autonomia; Capacidade para trabalho em grupo; e Lógica com visão de futuro. A gestão do conhecimento a partir dos painéis de especialistas envolve diversas técnicas e ações. Valentim (2010) enumera as seguintes: Confronto das percepções, pontos de vista e opiniões; Reflexão coletiva sobre um tema proposto. Isso envolve tendências, oportunidades, ameaças, perspectivas dentre outros; Avaliação da realidade vivenciada com as tendências e perspectivas propostas; Geração de conhecimento; e Proposição de formas de atuação e estratégias de ação. Matriz trade-off Consiste numa ferramenta estratégica, de longo prazo que visa à solução de conflitos na escolha. Ela envolve trocas e ações econômicas, priorizando o mais importante e relevante, ou seja, normalmente, ela obriga uma escolha de um bem ou produto excluindo outro. Nesse contexto, essa ferramenta estratégica tem retorno lento. Contudo, os resultados, geralmente, tornam-se compensadores. Essa técnica deve ser focada para os clientes buscando sua satisfação. Administração de Centros de Informação II 57 Dica de vídeo! Para entendimento da técnica assistam ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=6-uCYpSxu8g Diagrama ou gráfico de Pareto Essa ferramenta consiste numa técnica para auxiliar na tomada de decisão de gestores das organizações. No nosso caso, contribui para a gestão das unidades informacionais. Ela permite selecionar prioridades para as instituições quando existem diversos problemas a serem enfrentados. Ele é apresentado a partir de um gráfico ordenado em colunas com as frequências das ocorrências dos objetos analisados, ele é representado da maior para a menor frequência. Sua visualização colabora com os gestores na priorização dos problemas. Segundo o criador do diagrama, o principio dessa técnica consiste no princípio de Pareto que relata que 80% das consequências advêm de 20% das causas. A principal utilização desse diagrama é a identificação rápida das causas dos problemas ou a verificação dos problemas mais importantes a serem solucionados. Nesse contexto, ela colabora com os gestores na concentração de esforços para atacar esses problemas. Ela é considera uma das sete ferramentas de qualidade para a gestão. Administração de Centros de Informação II 58 Abaixo segue exemplo do diagrama. Técnica SWOT A técnica SWOT trata de mais uma ferramenta que contribui ativamente na gestão das organizações e, consequentemente, das unidades de informação. Essa ferramenta é amplamente usada para realizar análises de cenários ou ambientes, sendo considerado um importante instrumento para a gestão e planejamento estratégico das organizações. Essa técnica foi criada pelo pesquisador Albert Humphrey da Universidade de Stanford e consiste em identificar as forças, as fraquezas, as oportunidades e as ameaças do cenário ou ambiente.Os principais objetivos relacionados com a ferramenta SWOT são: Análises internas e externas à organização; Identificação dos pontos essenciais para a gestão das organizações através do estabelecimento das prioridades de desempenho e ação; Organização e criação de opções estratégicas de atuação, verificando os riscos e os problemas do cenário; Administração de Centros de Informação II 59 Análise dos pontos positivos e negativos do ambiente interno e externo; Identificação das tendências do mercado e dos nichos a serem abordados A ferramenta SWOT pode ser utilizada para análise de ambientes internos e externos através da análise de ambientes e cenários. Fonte: www.esoterikha.com Os fatores internos estão relacionados com as forças e fraquezas das organizações. Nesse aspecto são abordadas questões relacionadas com processos organizacionais envolvendo questões administrativas e/ou gerenciais. O foco da analise está relacionada com as atividades das instituições. As forças e as fraquezas visam reduzir os pontos fracos e rentabilizar os pontos positivos. Envolve também as competências, os recursos as posições e as vantagens competitivas. Os aspectos que abarcam as fraquezas abordam a capacidade de desenvolvimento das organizações. Administração de Centros de Informação II 60 Os fatores externos estão relacionados com as oportunidades e as ameaças dos cenários e ambientes externos às organizações. São trabalhadas e abordadas questões relacionadas com dados, informação, contabilidade, gestão, decisão estratégica, redução de erros. Os fatores externos visam antecipar oportunidades ou ameaças visando evitar problemas futuros para as instituições e aproveitar nichos de mercado. Buscam também gerar vantagem competitiva dentro do mercado. Já as ameaças podem provocar a limitação de planos, estratégias, reduzir mercado e gerar incertezas para os gestores. Segundo Valentim (2010), a técnica SWOT tem importância para a gestão de unidades informacionais e deve ser analisada baseada nos seguintes aspectos: Gerar conhecimento para planejar o futuro; Analisar uma determinada organização e o seu entorno; Contextualizar a organização em níveis local, regional, nacional e internacional; Conhecer a posição de partida antes de definir uma estratégia de ação. Gráfico do processo de decisão - PDPC O diagrama do processo decisório também conhecimento como gráfico PDPC é uma ferramenta de gestão da qualidade que consiste em um instrumento administrativo para mapeamento de possíveis caminhos com o intuito de alcançar um objetivo. Ele esquematiza decorrências de decisões relativas às soluções para um problema e tem o intuito de detectar situações imprevistas possibilitando, dessa forma, a desistência dos projetos, ou seja, essa ferramenta busca antecipar dificuldades evitando custos desnecessários. Ela contribui para auxiliar na tomada de decisão dos gestores apresentando os melhores caminhos para alcançar resultados positivos e desejados. Para Rosamilha (2012), o método PDPC é uma ferramenta proativa que identifica sistematicamente o que pode dar errado em um plano. Ele deve prever problemas ou estar pronto para responder a um problema que ele ocorrer. Administração de Centros de Informação II 61 Roteiro para criação de PDPC Existem diversas fórmulas propostas para criarão do gráfico ou diagrama do processo decisório, compilamos algumas propostas que apresentaremos a seguir: Assim como em qualquer projeto, devem-se definir os parâmetros iniciais a serem analisados; Apresentar o objetivo do trabalho; Deve-se traçar um plano de trabalho; Exibir fatos prejudiciais; Desenvolver ações práticas; Construir fluxos de trabalho Construir um diagrama de árvore do plano. Esse modelo de diagrama será explicado posteriormente; Debater cada problema potencial apresentando as possíveis contramedidas; Elaborar uma listagem de ações ou contramedidas que podem ser tomadas, Apresentar critérios como custo, tempo, facilidade de implementação e eficácia; Demarcar contramedidas impraticáveis e; Continuar o processo até a exaustão. Administração de Centros de Informação II 62 Abaixo, segue exemplo de um modelo do diagrama. Diagrama de árvore ou árvore de possibilidades Como falamos anteriormente, essa ferramenta também contribui para a gestão de qualidade em organizações e unidades de informação. Esse modelo de diagrama serve para representar uma ou diversas probabilidades de permuta ou combinação, tornando-se um importante instrumento de organização de informações, formando um conjunto de eventos condicionais independentes ou não formando nós associativos. Oribe (2012), explicar a técnica de forma clara e sucinta. Ele relata que a ferramenta de árvore é um instrumento de análise e solução de problemas através de uma sequência de perguntas da qual o usuário deve perguntar o porquê do problema. A sequência é iniciada com o problema e em seguida os porquês de problema. Esse sucessivo questionamento forma um mapeamento das causas do problema. Para entendermos melhor essa ferramenta apresentamos um exemplo da técnica abaixo. Diagrama de afinidades O diagrama de afinidades (DA) ou método LP (language processing) é uma das sete novas ferramentas de qualidade do mundo gerencial. Esse instrumento consiste no agrupamento de ideias, opiniões e informações em grupos de afinidade. Esse método colabora para o incentivo da criatividade dos participantes porque cultiva a aptidão intuitiva e o raciocínio lógico dos partícipes. Visa o mapeamento da extensão dos problemas e o agrupamento de opiniões similares para possíveis soluções. Administração de Centros de Informação II 63 De acordo com Alvarez (2001), a elaboração do DA deve ocorrer através da obtenção de ideias e opiniões de todos os integrantes de um grupo, essas informações devem ser agrupadas de acordo com as afinidades que apresentam entre si. Em seguida, cada equipe deve receber um título ou rótulo que descreva de forma clara e objetiva a afinidade entre todas elas. Todavia, essa ferramenta deve ser evitada para a solução de problemas considerados simples por se tratar de um método demorado, ou seja, sua aplicação deve acontecer em dificuldades mais complexas. Administração de Centros de Informação II 64 Diagrama de Matriz / Matriz de Priorização Apresentamos mais uma ferramenta que serve para contribuir com o trabalho de gestão de unidades informacionais. Esse instrumento é denominado diagrama de matriz ou matriz de priorização. Trata de uma ferramenta que envolve o estudo dos pontos problemáticos das organizações envolvendo situações multidimensionais que colaboram para a tomada de decisão através da priorização dos itens a partir de critérios com pesos definidos. Podemos afirmar que esse instrumento deve ser trabalhado em conjunto com o diagrama de árvore. Esse instrumento é utilizado visando facilitar a compreensão dos problemas mapeados e é utilizado nas instituições nos seguintes aspectos: Distribuição de ocupações entre componentes da equipe; Administração de sistemas de qualidade; Desenvolvimento da função da qualidade; Identificação das causas de problemas; Apresentação das relações existentes entre as características de qualidade e os itens de controle em um sistema de garantia da qualidade. Pessoa (2010), afirma que o diagrama de matriz deve ser utilizado nos seguintes casos: Os pontos-chaves de um tema foram identificados, mas sua quantidade precisa ser reduzida. Todos concordam com os critérios de solução, mas discordam da ordem de implementação. Existem recursos humanos ou financeiros limitados, e, portanto, é preciso ordenar. Tem-se dificuldade em sequenciar a execução de uma série de tarefas.
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