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TRIBUTÁRIO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS - CCJ
FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE - FDR
DISCIPLINA: SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
PROFESSORA: TEREZA CRISTINA TARRAGÔ SOUZA RODRIGUES
EXERCÍCIO AVALIATIVO
Graduanda: 
Recife, 03 de dezembro de 2019.
A atividade consiste no voto individual do aluno com relação ao Recurso Extraordinário 878.313 Santa Catarina.
A Lei Complementar 110/2001 instituiu em seu artigo 1º contribuição social devida pelos empregadores em caso de despedida de empregado sem justa causa, o objetivo da contribuição seria a obtenção, por parte da União, de recursos para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Era considerado necessária a contribuição social pois, após os Plano Verão e Collor 2, caso não houvesse correção monetária das contas vinculadas ao FGTS haveria perda da liquidez do Fundo. Contudo, o contribuinte sustenta que que as contas do Fundo alcançaram o almejado equilíbrio e os valores arrecadados estão sendo direcionados ao Tesouro Nacional para aplicação no Programa “Minha Casa Minha Vida”. Afirma o contribuinte que houve perda da finalidade da contribuição.
No entanto, é sustentado em vários julgados que a finalidade do mencionado dispositivo não seria apenas o suporte às despesas relacionadas ao fortalecimento do FGTS, ou seja, entende-se que o dispositivo possui dupla finalidade, sendo a primeira fiscal já que arrecada recursos e a segunda parafiscal pois inibe demissão sem justa causa dos empregados. Analisando-se o artigo 3º,§ 1º, da LC n° 110/2001, deve-se destacar ainda que o equilíbrio das contas não era o único fim da exigência rigorosa, mas também contribuição de receitas ao FGTS e sua utilização em programas sociais (podendo ser de habitação, saneamento básico e infraestrutura, conforme Lei n.º 8.036/90). 
No julgamento da ADI 2556/DF e da ADI 2568/DF, no Plenário do Supremo Tribunal Federal em 13.06.2012 (Pleno, rel. Min. Joaquim Barbosa), se arguiu a inconstitucionalidade de artigos da LC nº 110/2001, dentre eles os artigos 1º e 2º, e entendeu-se que ditas contribuições não padeciam de inconstitucionalidade. O STF se manifestou a favor de que as exações instituídas pela Lei Complementar nº 110/01 caracterizavam-se como contribuições sociais que se enquadram na sub espécie "contribuições sociais gerais", submetidas ao art. 149 da CF/88, entendendo que deveria ser observado o prazo de anterioridade preconizado no art. 150, III, "b", da Constituição Federal. 
Com base no que foi exposto, verifica-se que a LC se enquadra na espécie de contribuições gerais especiais estando vinculada ao art. 149 da CF/88, sendo um tributo de competência apenas da União. E vale salientar que tributo não é oriundo de fato ilícito, conforme art. 3º do Código Tributário Nacional, logo este art. 1º da Lei Complementar nº 110/01 tem mais característica de multa, visto que é um ato ilícito que gera a multa do FGTS. 
Ainda que o Judiciário brasileiro entenda a necessidade de instituir tributos como meio de atender despesas decorrentes de correção monetária não se pode ignorar que a finalidade principal foi exaurida, a instituição das contribuições sociais no mencionado artigo da Lei Complementar, foi criada para atender uma necessidade específica. Já é observada a evolução do patrimônio do FGTS, não havendo mais desequilíbrio. 
No dispositivo não há fixação para o prazo de cobrança, no entanto entende-se que, os cofres públicos no caso de haver uma aplicação por analogia da exação que ocorre no art. 2º, no art. 1 º da LC nº 110/01, não seriam prejudicados. Seria solução interessante, mas o correto seria que assim que a finalidade principal do tributo fosse alcançada, ele deveria ser extinto pois pode-se constatar, na Resolução CC/FGTS nº 713 de 11/12/2012, que esta não pontua sobre as contas vinculadas ao FGTS que sofreram desvalorização decorrente de planos econômicos ou de desembolso para correção monetária de tais contas.
 No julgamento da ADI 2556/DF e da ADI 2568/DF não foi verificada a inconstitucionalidade do dispositivo, mas resta verificar que ocorre de fato a inconstitucionalidade superveniente, pois é evidente que que o Fundo está sendo utilizado em despesas com programas habitacionais, desrespeitando o art. 167, IV da CF.

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