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Gestão Ambiental e Recursos Hídricos

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL E RECURSOS 
HÍDRICOS 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2013 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842g Gestão ambiental e recursos hídricos / Portal Educação. - Campo Grande: 
Portal Educação, 2013. 
 62p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-724-9 
 1. Gestão ambiental – Recursos hídricos. – Legislação. 2. Administração 
ambiental. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 363.7 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 
2 FUNDAMENTOS BÁSICOS ..................................................................................................... 4 
3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E POLÍTICA FLORESTAL ........................................................... 7 
3.1 DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ...................................................................... 7 
3.2 DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ........................................ 9 
3.3 FOMENTO FLORESTAL PRIVADO .................................................................................. 25 
4 A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ..................................................................... 28 
5 RECURSOS HÍDRICOS ............................................................................................................ 30 
5.1 BACIAS HIDROGRÁFICAS NO BRASIL ................................................................................... 32 
6 ADMINISTRAÇÃO DAS ÁGUAS PÚBLICAS NO BRASIL ...................................................... 40 
7 RECICLAGEM .......................................................................................................................... 51 
7.1 RESÍDUOS ORGÂNICOS ......................................................................................................... 53 
8 O SOLO ..................................................................................................................................... 54 
8.1 TIPOS DE SOLO ....................................................................................................................... 55 
9 PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO ............................................................................................. 57 
10 TÉCNICAS A SERVIÇO DA GESTÃO AMBIENTAL ............................................................... 58 
11 IMPACTOS ................................................................................................................................ 59 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 61 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O termo gestão ambiental é bastante abrangente. Ele é frequentemente usado para 
designar ações ambientais em determinados espaços geográficos, como por exemplo: gestão 
ambiental de bacias hidrográficas, gestão ambiental de parques e reservas florestais, gestão de 
áreas de proteção ambiental, gestão ambiental de reservas de biosfera e outras tantas 
modalidades de gestão que incluam aspectos ambientais. 
O Brasil possui uma das maiores malhas hídricas do mundo, sendo necessária uma 
forte ferramenta de gestão ambiental aliada a uma política séria para que possamos realmente 
utilizar tais recursos de forma sustentável. Ainda hoje, embora existam muitas iniciativas 
regionais, não temos uma política nacional abrangente voltada para a preservação dos recursos 
hídricos. Durante este curso conheceremos diversos aspectos relacionados à gestão ambiental, 
incluindo seus fundamentos básicos e todo o seu embasamento legal. Além disso, abordaremos 
a administração de águas públicas no Brasil, Reciclagem, Resíduos Orgânicos, entre outros 
aspectos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 FUNDAMENTOS BÁSICOS 
 
 
Os fundamentos, ou seja, a base de razões que levam à adoção e utilização de 
práticas de gestão ambiental é muito variada. Pode perpassar desde procedimentos obrigatórios 
de atendimento da legislação ambiental até a fixação de políticas ambientais que visem à 
conscientização de todos os envolvidos. 
A busca de procedimentos gerenciais ambientalmente corretos, incluindo-se aí a 
adoção de um Sistema Ambiental (SGA), na verdade, encontra inúmeras razões que justificam a 
sua adoção. Os fundamentos predominantes podem variar de uma organização para outra. No 
entanto, eles podem ser resumidos nos seguintes fundamentos básicos: 
 
 Os recursos naturais (matérias-primas) são limitados e 
estão sendo fortemente afetados pelos processos de 
utilização, exaustão e degradação decorrentes de 
atividades públicas ou privadas, portanto estão cada vez 
mais escassos, relativamente mais caros ou se encontram 
legalmente mais protegidos. 
 
 Os bens naturais (água, ar) já não são mais bens 
livres/grátis. Por exemplo, a água possui valor econômico, 
ou seja, paga-se, e cada vez se pagará mais por esse 
recurso natural. Determinadas indústrias, principalmente 
com tecnologias avançadas, necessitam de áreas com 
relativa pureza atmosférica. Ao mesmo tempo, uma 
residência em um bairro com ar puro custa bem mais do 
que uma casa em região poluída. 
 
 
 
 
5 
 
 O crescimento da população humana, principalmente em 
grandes regiões metropolitanas e nos países menos 
desenvolvidos, exerce forte consequência sobre o meio 
ambiente em geral e os recursos naturais em particular. 
 
A legislação ambiental exige cada vez mais respeito e cuidado com o meio ambiente, 
exigência essa que conduz coercitivamente a uma maior preocupação ambiental. Pressões de 
cunho local, nacional e mesmo internacional exigem cada vez mais responsabilidades 
ambientais, tanto por parte da iniciativa pública quanto da privada. 
Bancos, financiadores e seguradoras dão privilégios a empresas ambientalmente 
sadias ou exigem taxas financeiras e valores de apólices mais elevadas de firmas poluidoras. A 
sociedade em geral e a vizinhança em particular está cada vez mais exigente e crítica no que diz 
respeito a danos ambientais e à poluição provenientes de empresas e atividades. Organizações 
não governamentais estão sempre mais vigilantes, exigindo o cumprimento da legislação 
ambiental, a minimização de impactos, a reparação de danos ambientais ou impedem a 
implantação de novos empreendimentos ou atividades. 
Compradores de produtos intermediários estão exigindo cada vez mais produtos que 
sejam produzidos em condições ambientais favoráveis. A imagem de empresas ambientalmente 
saudáveis é mais bem aceita por acionistas, consumidores, fornecedores e autoridades públicas. 
Acionistas conscientes da responsabilidade ambiental preferem investir em empresas lucrativas 
sim, mas ambientalmente responsáveis. A gestão ambiental empresarial está na ordem do dia, 
principalmente nos países ditos industrializados e também já nos países considerados em vias 
de desenvolvimento. 
A demanda por produtos cultivados ou fabricados de forma ambientalmente compatível 
cresce em todo mundo, em especial nos países industrializados.Os consumidores tendem a 
dispensar produtos e serviços que agridem o meio ambiente. Cada vez mais compradores, 
principalmente importadores, estão exigindo a certificação ambiental, nos moldes da ISO 14.000, 
ou mesmo certificados ambientais específicos como, por exemplo, para produtos têxteis, 
madeiras, cereais, frutas, etc. Tais exigências são voltadas para a concessão do “Selo Verde”, 
mediante a rotulagem ambiental. 
 
 
6 
 
Acordos internacionais, tratados de comércio e mesmo tarifas alfandegárias incluem 
questões ambientais na pauta de negociações, culminando com exigências não tarifárias que em 
geral afetam produtores de países exportadores. Esse conjunto de fundamentos não é 
conclusivo, pois os quesitos apontados continuam em discussão e tendem a se ampliar. Essa é 
uma tendência indiscutível, até pelo fato de que apenas as normas ambientais da família ISO 
14.000 que tratam do Sistema de Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental encontram-se em 
vigor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E POLÍTICA FLORESTAL 
 
 
 A legislação ambiental brasileira é reconhecida internacionalmente como uma das mais 
bem elaboradas do mundo, tendo sido inclusive utilizada como base para a elaboração de leis 
ambientais em outros países. No ano de 1981, a Lei 6.938 estabeleceu a Política Nacional do 
Meio Ambiente, tendo com principal objetivo o estabelecimento de padrões que possibilitem um 
desenvolvimento sustentável, utilizando para isso mecanismos capazes de proteger o ambiente 
de forma mais consistente (Sánchez, 2008). 
 A Política Ambiental Brasileira pode ser definida com base nos seguintes artigos da Lei 
6.938: 
 
Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, 
estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e 
aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de 
Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990). 
 
 
3.1 DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
 
 
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao 
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Constituiçao.htm#cfart23vi
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Constituiçao.htm#cfart23vii
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Constituiçao.htm#cfart225
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L8028.htm#art35
 
 
8 
 
ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o 
uso coletivo; 
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas 
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para 
participação ativa na defesa do meio ambiente. 
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
 
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, 
abriga e rege a vida em todas as suas formas; 
 
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das 
características do meio ambiente; 
 
 
 
 
9 
 
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente: 
 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da 
população; 
 
b) criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; 
 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio 
ambiente; 
 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos. 
 
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade 
causadora de degradação ambiental; 
 
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, 
o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Redação 
dada pela Lei nº 7.804, de 1989). 
 
 
 
3.2 DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
 
 
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
 
 
10 
 
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social 
com a preservação da qualidade do meio ambiente e do 
equilíbrio ecológico; 
 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental 
relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos 
interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade 
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos 
ambientais; 
 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias 
nacionais orientadas para o uso racional de recursos 
ambientais; 
 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à 
divulgação de dados e informações ambientais e à formação 
de uma consciência pública sobre a necessidade de 
preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com 
vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, 
concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico 
propício à vida; 
 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de 
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da 
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins 
econômicos. 
 
Art 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e 
planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
 
 
11 
 
dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental 
e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta 
Lei. 
Parágrafo único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em 
consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. 
 
 A Lei 6.938/1981 pode ser considerada um marco divisor para a preservação ambiental 
no Brasil, uma vez que a partir deste momento o meio ambiente passou a ser analisado a partir 
de outro ponto de vista, sendo reconhecido pelo seu valor de existência e não apenas pelo seu 
valor de uso. Mais recentemente, no ano de 1996, foi promulgada a lei conhecida como Lei de 
Bases da Política Florestal, da qual podemos destacar alguns de seus principais trechos: 
 
CAPÍTULO I 
Artigo 1°, Objeto: A política florestal nacional, fundamental ao desenvolvimento e fortalecimento 
das instituições e programas para a gestão, conservação e desenvolvimento sustentável das 
florestas e sistemas naturais associados, visa a satisfação das necessidades da comunidade, 
num quadro de ordenamento do território. 
 
Artigo 9°, Fomento florestal 
1- O Estado, por meio da criação de instrumentos financeiros, apoia as iniciativas de 
fomento florestal com um horizonte temporal adequado a investimentos desta natureza, 
que tenham por objetivo: 
 
a) A valorizaçãoe expansão do patrimônio florestal. 
b) A melhoria geral dos materiais florestais de reprodução. 
c) A construção de infraestruturas de apoio e defesa das explorações. 
 
 
 
12 
 
d) Ações de formação profissional e assistência técnica a todos os agentes que intervêm 
no setor produtivo florestal (. . .) 
 
Artigo 18°, Fundo financeiro 
1 - Compete ao Estado a criação de um fundo financeiro de caráter permanente, destinado a: 
a) Apoiar as medidas de fomento a que se refere o artigo 9°. 
b) Financiar projetos de rearborização de áreas afetadas por incêndios. 
c) Ressarcir economicamente os proprietários de ecossistemas sensíveis pelos prejuízos que 
advenham de restrições impostas pela necessidade da sua conservação. 
d) Financiar ações de investigação específicas, privilegiando a forma de contratos-programas (. . 
.) 
 
Mais recentemente, em retomada ao debate sobre a política nacional para o 
desenvolvimento florestal, novamente o fomento ocupa espaço em destaque: 
 
DECRETO Nº 3.420, DE 20 DE ABRIL DE 2000 
Dispõe sobre a criação do Programa Nacional de Florestas - PNF, e dá outras providências (. . .) 
 
Art. 1o Fica criado o Programa Nacional de Florestas - PNF, a ser constituído de projetos que 
serão concebidos e executados de forma participativa e integrada pelos governos federal, 
estadual, distrital e municipal e a sociedade civil organizada. 
 
Art. 2o O PNF tem os seguintes objetivos: 
I - Estimular o uso sustentável de florestas nativas e plantadas. 
 
 
13 
 
II - Fomentar as atividades de reflorestamento, notadamente em pequenas propriedades rurais. 
III - Recuperar florestas de preservação permanente, de reserva legal e áreas alteradas. 
IV - Apoiar as iniciativas econômicas e sociais das populações que vivem em florestas. 
V - Reprimir desmatamentos ilegais e a extração predatória de produtos e subprodutos florestais, 
conter queimadas acidentais e prevenir incêndios florestais. 
VI - Promover o uso sustentável das florestas de produção, sejam nacionais, estaduais, distrital 
ou municipais. 
 
Dentro desse contexto, cabe a análise de propostas atuais que contemplam aspectos 
inovadores em que, por meio do fomento, transforma-se a problemática da reduzida cobertura 
florestal em alternativa para o desenvolvimento sustentado por meio de estratégias como: 
 
- Descentralização da gestão florestal da esfera estadual para a municipal, dando mais eficiência 
e eficácia aos recursos envolvidos. 
 
- Incentivo ao desenvolvimento das potencialidades locais e da organização comunitária, 
estimulando sua participação na formulação das políticas públicas. 
 
Como exemplo prático de fomento florestal público, de amplitude macrorregional, cita-
se o Programa Florestas Municipais, desenvolvido pelo governo do Estado do Paraná em que, 
no período de 1997 a 1999, o fomento atendeu 100.000 produtores rurais e viabilizou a 
implantação de 35.000 ha de florestas. O Programa Florestas Municipais é uma parceria entre 
estado, município e comunidade e, por meio do fomento, viabiliza o ingresso do pequeno 
produtor rural na atividade florestal, racionaliza o uso da terra e democratiza alternativas de 
renda. 
 
 
 
14 
 
No exemplo paranaense, o estado fornece sementes de essências florestais, insumos, 
veículo utilitário, treinamento e orientação técnica. Os municípios promovem a estruturação do 
Serviço Florestal Municipal, a implantação e operação dos viveiros florestais e atividades 
planejadas nos Projetos Florestais Municipais. 
Cabe ressaltar, ainda, que desde o ano de 1934 o Brasil já direciona esforços para a 
preservação e utilização sustentável dos recursos florestais. O 1° Código Florestal Brasileiro 
data do ano de 1934, tendo como principais objetivos proteger os recursos hídricos e manter a 
estabilidade do comércio da medira. 
Como vemos, a principal finalidade deste primeiro código não era proteger o valor de 
existência das florestas, mas sim o seu valor de uso, como fonte de matéria-prima. 
Posteriormente, a Lei 4.771/1965 instituiu o Novo Código Florestal Brasileiro, estando esta lei até 
hoje em vigor, tendo sido modificada incontáveis vezes a partir de decretos e medidas 
provisórias. 
 
 
 
 
 
 
A seguir comentaremos alguns dos principais artigos do Código Florestal Brasileiro. 
 
Comentário Artigo 1º: Estabelece as florestas como bens de interesse comum a todos os 
habitantes do país, classificando ainda as propriedades quanto ao seu tamanho. Ainda sobre a 
legislação ambiental brasileira, a união, os estados e municípios possuem competência para 
legislar sobre o meio ambiente, porém as leis estaduais e municipais nunca podem ser mais 
permissivas que a leis federais. 
 
 
15 
 
Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas 
de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são 
bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se 
os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em 
geral e especialmente esta Lei estabelecem. 
 § 1° As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na 
utilização e exploração das florestas e demais formas de vegetação 
são consideradas uso nocivo da propriedade, aplicando-se, para o 
caso, o procedimento sumário previsto no art. 275, inciso II, do Código 
de Processo Civil. (Renumerado do parágrafo único pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
§ 2° Para os efeitos deste Código, entende-se por: (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) (Vide Decreto nº 5.975, de 
2006) 
 I - pequena propriedade rural ou posse rural familiar: aquela explorada 
mediante o trabalho pessoal do proprietário ou posseiro e de sua 
família, admitida a ajuda eventual de terceiro e cuja renda bruta seja 
proveniente, no mínimo, em oitenta por cento de atividade agroflorestal 
ou do extrativismo, cuja área não supere: (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 a) cento e cinquenta hectares se localizada nos Estados do Acre, 
Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e nas 
regiões situadas ao norte do paralelo 13o S, dos Estados de Tocantins 
e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44o W, do Estado do Maranhão 
ou no Pantanal mato-grossense ou sul-mato-grossense; (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 b) cinquenta hectares, se localizada no polígono das secas ou à leste 
do Meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão; e (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
 
16 
 
 c) trinta hectares, se localizada em qualquer outra região do País; 
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos 
arts. 2° e 3° desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a 
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a 
estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e 
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações 
humanas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
Comentário: As APP’s, como são conhecidas as áreas de preservação permanente, 
desempenham importante papel para a conservação dos recursos hídricos no Brasil, 
manutenção das interações ecológicas e consequentemente do ecossistema como um todo. 
 
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou 
posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao 
uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação 
dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao 
abrigo e proteção de fauna e flora nativas; (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
Comentário: O percentual de reserva legal a ser preservado varia de acordo com a região do 
Brasil, conforme veremos no artigo 16° do Código Florestal Brasileiro. 
 
 IV - utilidade pública: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67,de 
2001) 
 
 
 
17 
 
 a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; (Incluído 
pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 b) as obras essenciais de infraestrutura destinadas aos serviços 
públicos de transporte, saneamento e energia; e (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 b) as obras essenciais de infraestrutura destinadas aos serviços 
públicos de transporte, saneamento e energia e aos serviços de 
telecomunicações e de radiodifusão; (Redação dada pela Lei nº 
11.934, de 2009) 
 c) demais obras, planos, atividades ou projetos previstos em 
resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA; 
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
 V - interesse social: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 
2001) 
 a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da 
vegetação nativa, tais como: prevenção, combate e controle do fogo, 
controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios 
com espécies nativas, conforme resolução do CONAMA; (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na 
pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterizem 
a cobertura vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área; e 
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 c) demais obras, planos, atividades ou projetos definidos em 
resolução do CONAMA; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, 
de 2001) 
 
 
 
18 
 
VI - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, 
Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do 
paralelo 13°S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do 
meridiano de 44°W, do Estado do Maranhão. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
Comentário: Um aspecto curioso sobre a área delimitada como “Amazônia Legal”, é que no 
interior desta região não ocorrem apenas áreas típicas de Floresta Amazônica, mas também 
áreas cobertas originalmente por vegetação do tipo Cerrado e ainda cerca de 30% do Pantanal, 
percentual este localizado no Estado de Mato Grosso. 
 
Comentário artigo 2°: O primeiro código florestal tinha como um de seus princípios a proteção 
dos recursos hídricos, princípio este que se manteve com a lei que instituiu o novo código 
florestal, em 1965. O artigo 2° deste código trata exatamente da manutenção das faixas de mata 
ciliar ao longo dos corpos d’água, o que contribui marcadamente para evitar o assoreamento dos 
rios e mantê-los preservados para as presentes e futuras gerações (Figura 1). Este artigo trata 
também das demais áreas consideradas de preservação permanente, estando estas imunes ao 
corte e/ou supressão da vegetação. 
 
FIGURA 1 - TRECHO DE RIO APRESENTANDO MATA CILIAR CONTÍNUA, CONFORME ESTABELECIDO PELO 
CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Banco de Imagens do Portal Educação. 
 
 
19 
 
Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta 
Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: 
 
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais 
alto em faixa marginal, cuja largura mínima será: (Redação dada pela Lei 
nº 7.803 de 18.7.1989) 
 
 1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos 
de 10 (dez) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 
7.803 de 18.7.1989) 
 
 2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que 
tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; 
(Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 
 3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham 
de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 
(Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 
 4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que 
tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de 
largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 
 5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que 
tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; 
(Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 
 
20 
 
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; 
 
Comentário: mesmo em lagos artificiais, como por exemplo, aqueles originados a partir da 
construção de usinas hidrelétricas, deve haver no entorno deste lago uma faixa contínua de 
mata ciliar, considerada uma área de preservação permanente. 
 
 c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", 
qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) 
metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras (Figura 2); 
 
 
FIGURA 2 - IMAGEM MOSTRANDO TOPO DE MORRO DESMATADO E AINDA ÁREA DE 
ENCOSTA COM SUPRESSÃO TOTAL DA VEGETAÇÃO (AO FUNDO À DIREITA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Banco de Imagens do Portal Educação. 
 
 
21 
 
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 
100% na linha de maior declive; 
 
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
 
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em 
faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; (Redação dada 
pela Lei nº 7.803 de 18/07/1989) 
 
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a 
vegetação. (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18/07/1989) 
 
Comentário: conforme havíamos comentado anteriormente, os estados e municípios também 
possuem competência para legislar sobre o tema ambiental, sendo que quando optarem por 
fazê-lo, esta legislação precisa ser mais restritiva do que a lei federal. Um exemplo disso é o que 
ocorre no Estado do Paraná, onde uma lei estadual instituiu que toda área situada acima de 
1.000 metros de altitude, indiferente do tipo de vegetação, é considerada uma área de 
preservação permanente, ou seja, esta adaptação tornou a lei mais restritiva do que a lei federal. 
 
i) nas áreas metropolitanas definidas em lei. (Incluído pela Lei nº 6.535, de 1978) 
(Vide Lei nº 7.803 de 18/07/1989) 
 
Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros 
urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em 
todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso 
 
 
 
22 
 
do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo. (Incluído pela Lei nº 7.803 
de 18/07/1989) 
 
Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim 
declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação 
natural destinadas: 
 
 a) a atenuar a erosão das terras; 
 b) a fixar as dunas; 
 c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; 
 
Comentário: as faixas de vegetação ao longo das estradas constituem-se áreas importantes para 
a preservação das espécies, especialmente da fauna, uma vez que acabam conectando os 
fragmentos florestais cortados pela implantação das rodovias. Conforme consta no artigo 1° do 
Código Florestal Brasileiro, para obras consideradas de utilidade pública, como é o caso da 
implantação de rodovias, permite-se a supressão da vegetação. Porém, a vegetação contínua ao 
longo das estradas são áreas de preservação. 
 
 d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das 
autoridades militares; 
 e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico 
ou histórico; 
 f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; 
 
 
 
 
23 
 
Comentário: Existem diversas áreas desprovidas de vegetação, como cavernas e grutas que são 
consideradas áreas de preservação permanente, justamente pelo fato de que junto a elas são 
encontradas espécies ameaçadas de extinção e em outros casos ainda espécies endêmicas. 
 
 g) a mantero ambiente necessário à vida das populações 
silvícolas; 
 h) a assegurar condições de bem-estar público. 
 
 § 1° A supressão total ou parcial de florestas de preservação 
permanente só será admitida com prévia autorização do Poder 
Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, 
planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. 
 
 § 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas 
ao regime de preservação permanente (letra g) pelo só efeito desta 
Lei. 
 
 Art. 3° A exploração dos recursos florestais em terras indígenas 
somente poderá ser realizada pelas comunidades indígenas em 
regime de manejo florestal sustentável, para atender a sua 
subsistência, respeitados os arts. 2° e 3° deste Código. (Incluído 
pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
Art. 4° A supressão de vegetação em área de preservação 
permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade 
pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e 
motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir 
 
 
24 
 
alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. 
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
Comentário: Como abordamos anteriormente, quando tratamos sobre as áreas de preservação 
permanente, vimos que as florestas situadas ao longo dos rios são consideradas APP’s. Durante 
a construção de rodovias, a supressão das matas ciliares para a implantação de pontes é 
permitida, já que as rodovias são consideradas áreas de utilidade pública e de interesse da 
sociedade como um todo. 
 
 § 1° A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de 
autorização do órgão ambiental estadual competente, com anuência 
prévia, quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, 
ressalvado o disposto no § 2° deste artigo. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
 § 2° A supressão de vegetação em área de preservação permanente 
situada em área urbana dependerá de autorização do órgão ambiental 
competente, desde que o município possua conselho de meio ambiente 
com caráter deliberativo e plano diretor, mediante anuência prévia do 
órgão ambiental estadual competente fundamentada em parecer 
técnico. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
 § 3° O órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão 
eventual e de baixo impacto ambiental, assim definido em regulamento, 
da vegetação em área de preservação permanente. (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
 
 
25 
 
 § 4° O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da 
autorização para a supressão de vegetação em área de preservação 
permanente, as medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser 
adotadas pelo empreendedor. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-
67, de 2001) 
 
 § 5° A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de 
dunas e mangues, de que tratam, respectivamente, as alíneas "c" e "f" 
do art. 2° deste Código, somente poderá ser autorizada em caso de 
utilidade pública. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
 § 6° Na implantação de reservatório artificial é obrigatória a 
desapropriação ou aquisição, pelo empreendedor, das áreas de 
preservação permanente criadas no seu entorno, cujos parâmetros e 
regime de uso serão definidos por resolução do CONAMA. (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
 
 § 7° É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de 
preservação permanente, para obtenção de água, desde que não exija a 
supressão e não comprometa a regeneração e a manutenção a longo 
prazo da vegetação nativa. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, 
de 2001) 
 
 
3.3 FOMENTO FLORESTAL PRIVADO 
 
 
 
 
26 
 
O fomento tem se mostrado um mecanismo eficiente na ampliação da base florestal 
para o abastecimento de matéria-prima em empreendimentos dos segmentos madeireiro, de 
papel, celulose e energético. Destacam-se a seguir, como uma tendência no setor, as iniciativas 
em Fomento Florestal Privado das empresas Klabin Fabricadora de Papel e Celulose S.A. e 
Aracruz Celulose S.A. A experiência da Klabin Florestal, situada no município de Telêmaco 
Borba, Paraná, é exemplo de fomento privado integrado com programas públicos. Ao esforço 
realizado pela empresa somam-se as atividades do setor público com a participação da Empresa 
Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER PARANÁ. 
A Klabin, para a consecução dos objetivos sociais, ambientais e econômicos de seu 
Plano de Fomento Florestal, estende a todos os silvicultores fomentados, que participam no 
abastecimento da indústria, a tecnologia florestal empregada pela empresa. Ocorrem eventos 
periódicos em que são esclarecidos aspectos técnicos de produção, manejo, colheita, mercado e 
de legislação. Esses eventos atingem seu ponto culminante na motivação dos produtores, com a 
realização anual do Almoço do Silvicultor. 
Na oportunidade, são esclarecidos aspectos diversos de diretrizes e tendências da 
instituição; e na presença de lideranças do setor florestal são distribuídos prêmios para os 
produtores que se destacam no fornecimento de madeira para a indústria. O fomento florestal da 
Klabin abrange 3.800 produtores parceiros que, juntos, perfazem uma área de florestas 
fomentadas de 22.000 ha. A empresa pratica três tipos básicos de fomento. A doação de mudas 
em cooperação com a EMATER PARANÁ, a venda de mudas para silvicultores na área de 
abrangência de 100 km e uma terceira forma denominada empreendimento. No caso do 
empreendimento, a empresa executa a implantação do povoamento, sendo ressarcida em 
madeira por ocasião do primeiro desbaste na floresta. 
No caso da Aracruz Celulose S/A., o programa de Fomento Florestal é desenvolvido 
desde 1990, junto a 59 municípios do Espírito Santo e parte do Estado de Minas Gerais. O 
fomento ao plantio de eucaliptos tem permitido que a floresta seja mais uma importante fonte de 
receita para os prodtutores rurais da região. A parceria com 2.000 silvicultores já atingiu uma 
área reflorestada de 20 mil hectares de plantios de eucalipto. Em 1999, a madeira fornecida pelo 
Programa de Fomento Florestal da Aracruz atendeu 11% da demanda da fábrica, tendo nos 
últimos três anos fornecido um volume total de 920.000 m³ de madeira para a produção de 
celulose. 
 
 
27 
 
Como forma de ampliar a abrangência e os benefícios do fomento, a empresa 
desenvolve estudos para o manejo das florestas do fomento visando sua utilização em serraria. 
Segundo a Coordenação de Fomento da Aracruz, os resultados obtidos com o início da colheita 
das florestas fomentadas, em 1997, foram animadores. A empresa ampliou suas atividades, 
incentivando em 2001 o plantio de 10.000 ha de eucalipto em áreas fomentadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
4 A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
 
A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, conhecida como Política Nacional do Meio 
Ambiente introduziu uma diferença conceitual que serviu como um divisor de águas. Não há 
mais dano ambiental a salvo da respectiva reparação; a rigor, não há mais emissão poluente 
tolerada. Além disso, foi a partir deste momento que a natureza passou a ser avaliada também 
sob a óptica de seu valor de existência e não mais apenas pelo seu valor de uso (Sánchez, 
2008). 
Esta nova legislação baseia-se na ideia de que mesmo o resíduo poluente, tolerado 
pelos padrões estabelecidos, poderá causar um dano ambiental e, portanto, sujeitar o causador 
do dano ao pagamento de indenização. Tal procedimento corresponde ao que conhecemos 
como a lei do Poluidor Pagador, abordada pelos artigos 4° e 14, § 1°desta Lei 6.938/81 e 
também o artigo 225, § 3° da Constituição Federal de 1988. 
Por esse princípio busca-se consagrar a ideia de que aquele que poluir terá de arcarcom os custos de reparação do dano causado. Em outros ordenamentos jurídicos chama-se 
princípio do causador ou responsável. A previsão constitucional desse princípio encontra-se no 
artigo 225, § 3° da Constituição, onde consta: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. Assim, 
podemos observar três órbitas de reparação do dano ambiental: a civil, a penal e a 
administrativa. 
Trata-se do conceito da responsabilidade objetiva, ou do risco da atividade, segundo o 
qual os danos não podem ser partilhados com a comunidade. A sutil diferença está em que uma 
empresa pode estar atendendo aos limites máximos de poluição legalmente impostos, e assim 
mesmo vir a ser responsabilizada pelos danos residuais causados. Para tanto, basta que se 
prove um nexo de causa e efeito entre a atividade da empresa e um determinado dano 
ambiental. 
 
 
 
29 
 
É suficiente, em síntese, que a fonte produtiva tenha produzido o dano, atendendo ou 
não aos padrões previstos para as emissões poluentes. Complementando essa nova ideia de 
tutela do meio ambiente, a mesma Lei nº 6.938/81 conferiu ao Ministério Público (os Promotores) 
legitimidade para atuar em defesa do meio ambiente. Como o meio ambiente é algo que 
pertence a todos, ou seja, não pertence a ninguém individualmente, nada mais adequado do que 
atribuir a proteção desse interesse, que se tem como “difuso”, a um órgão afeito à tutela dos 
interesses públicos. 
Com a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, estendeu-se essa legitimidade também às 
entidades ambientalistas (as ONGs) e criou-se uma ação própria para a defesa judicial do meio 
ambiente, a ação civil pública. Outro aspecto interessante acerca da Lei 6.938/81 refere-se ao 
tratamento dado em seu artigo 4°, onde expõe os objetivos da Política Nacional do Meio 
Ambiente, que visará: 
I – à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. 
Já o artigo 5°, parágrafo único da referida lei, prevê que: “As atividades empresariais 
públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do 
Meio Ambiente”. A produção sustentável pode ser resumida em dois pontos básicos: economia e 
uso racional de energia e matéria-prima, conservando-se os recursos naturais. 
 
 
 
 
 Isso é, em essência, o que se chama de responsabilidade objetiva: para 
que se constitua a obrigação de reparar um dano ambiental, não é absolutamente 
necessário que ele tenha sido produzido em decorrência de um ato ilegal (não 
atendimento aos limites normativos de tolerância, concentração ou intensidade de 
poluentes), até porque a responsabilidade objetiva dispensa a prova da culpa. 
 
 
30 
 
5 RECURSOS HÍDRICOS 
 
 
Os recursos hídricos são as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para 
qualquer tipo de uso de região ou bacia. As águas subterrâneas são o principal reservatório de 
água doce disponível para o homem (aproximadamente 60% da população mundial têm como 
principal fonte de água os lençóis freáticos ou subterrâneos) (Miranda et al., 2006). 
Uma vez sendo a água um recurso renovável, poderíamos subentender que estaria 
sempre disponível para o homem utilizar. No entanto, como o consumo tem excedida a 
renovação da mesma, atualmente verifica-se um stress hídrico, ou seja, falta de água doce 
principalmente junto aos grandes centros urbanos e também a diminuição da qualidade da água, 
sobretudo devido à poluição hídrica por esgotos domésticos e industriais. 
 
 Atualmente diversos países já sofrem com a falta de abastecimento hídrico regular, 
sendo que estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas) apontam que no ano de 2025 
mais de dois bilhões de pessoas sofrerão com a falta de água em todo o planeta. Outro aspecto 
que temos que levar em consideração é o de que a população humana praticamente triplicou de 
tamanho no último século, levando a uma maior demanda de água, não só para o consumo 
humano, mas também para a produção de alimentos e criação de animais. 
 No Brasil, se traçarmos um paralelo entre a concentração dos recursos hídricos em 
cada região com o percentual da população brasileira que habita tal região, veremos que a 
região norte concentra aproximadamente 70% dos recursos hídricos e 7% da população 
Embora tenhamos aprendido na escola, atualmente existe uma forte tendência em 
não se reconhecer mais a água como um recurso natural renovável, visto que o 
mau uso (poluição, contaminação, desperdício) tem contribuído muito para a 
desestabilização de seu ciclo natural. 
 
 
31 
 
brasileira. No outro extremo temos a região Sudeste, que concentra 6% dos recursos hídricos e 
mais de 40% da população brasileira (Figura 3). 
No âmbito do desenvolvimento sustentável, o manejo sustentável dos recursos hídricos 
compreende as ações que visam garantir os padrões de qualidade e quantidade da água dentro 
da sua unidade de conservação, a bacia hidrográfica. É atualmente aceito o conceito de gestão 
integrada dos recursos hídricos como paradigma de gestão da água. Quase todos os países já 
adotaram uma “legislação das águas” dentro da disciplina de Direito Ambiental. No Brasil é a Lei 
9.949/1997, também conhecida como a Lei das Águas. 
 
 
FIGURA 3 - PERCENTUAL DE RECURSOS HÍDRICOS X POPULAÇÃO EM CADA REGIÃO DO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/projeto/2006/1/imagem/004_tema1bim.jpg>. 
Acesso em: 18/03/2010. 
 
 
Procurar este conceito é dar relevância à necessidade de integrar a gestão da água em 
função dos seus diferentes tipos de uso (irrigação, abastecimento, energia hidráulica, controle de 
 
 
32 
 
enchentes, piscicultura, lazer e outros) das diferentes dimensões de conhecimento que estão 
envolvidas, dos diferentes tipos de instituições. Pressupõe a valorização da água em função da 
sua natureza renovável e fluida. 
Entre o conjunto de ações que possam ser desenvolvidas no âmbito da gestão das 
águas possuem naturezas distintas, conforme podemos observar a seguir: 
 Preventivas ou corretivas; 
 Pontuais ou distribuídas; 
 Educativas e legislativas. 
O estudo da água na natureza, nas suas diversas formas, é objeto da ciência da 
Hidrologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.1 BACIAS HIDROGRÁFICAS NO BRASIL 
 
 
Antes de iniciarmos o estudo acerca das principais bacias hidrográficas do Brasil, 
precisamos entender o conceito da expressão: entende-se por bacia hidrográfica a área ocupada 
por um rio principal e todos os seus tributários, cujos limites constituem as vertentes, que por sua 
 
 
33 
 
vez limitam outras bacias. No Brasil, a predominância do clima úmido propicia uma rede 
hidrográfica numerosa e formada por rios com grande volume de água. 
As bacias hidrográficas brasileiras são formadas a partir de três grandes divisores: 
 Planalto Brasileiro 
 Planalto das Guianas 
 Cordilheira dos Andes 
Ressaltam-se oito grandes bacias hidrográficas existentes no território brasileiro: a do 
Rio Amazonas, do Rio Tocantins, do Atlântico Sul, trechos Norte e Nordeste, do Rio São 
Francisco, as do Atlântico Sul, trecho leste, a do Rio Paraná, a do Rio Paraguai e as do Atlântico 
Sul, trecho Sudeste (Figura 4). 
 
FIGURA 4 - BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 18/03/2010. 
 
 
34 
 
a) Bacia Amazônica 
 
É a maior superfície drenada do mundo. O Rio Amazonas, dependendo da nascente, é 
considerado o segundo (6.557 km) ou o primeiro rio mais extenso do mundo. É o rio de maior 
vazão de água (100.000 m3/s), depositando aproximadamente 15% dos débitos fluviais totais do 
mundo. Possui uma largura média de 4 a 5 km, podendoatingir mais de 10 km em alguns 
pontos. Nasce na planície de La Raya, no Peru, com o nome de Vilcanota, desce as montanhas, 
recebendo os nomes de Ucaiali, Urubanda e Marañón. 
No território brasileiro recebe o nome de Solimões e, a partir da confluência com o Rio 
Negro, próximo a Manaus, é chamado de Amazonas. Dos seus mais de sete mil afluentes, os 
principais são: Negro, Trombetas e Jari (margem esquerda); Madeira, Xingu e Tapajós (margem 
direita) (Figura 5). 
 
FIGURA 5 - MAPA DA BACIA-AMAZÔNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0d/Amazon_river_basin.png/300px-
Amazon_river_basin.png>. Acesso em: 18/03/2010. 
 
 
35 
 
A Bacia Amazônica possui cerca de 23.000 km navegáveis, podendo atingir a Bacia 
Platina, a Bacia de São Francisco, a Bacia do Orenoco, na Venezuela, e o Rio Madalena, na 
Colômbia. Hoje, a travessia dessas e de outras passagens naturais ainda é difícil, mas 
vislumbra-se o dia em que será possível atravessar praticamente todo o continente sul 
americano. A pesca fluvial apresenta um enorme potencial ainda pouco explorado. Sabe-se da 
existência de inúmeras espécies de peixes com aproveitamento econômico viável. 
 
b) Bacia do Tocantins 
 
Com 803.250 km² de área ocupada, é a maior bacia em território nacional (Figura 6). O 
principal rio é o Tocantins, que nasce em GO, nas confluências dos Rios Maranón e Paraná, 
desaguando na foz do Rio Amazonas. É aproveitado pela Usina Hidrelétrica de Tucuruí, PA. 
 
FIGURA 6 - BACIA DO RIO TOCANTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://recursoshidricos.ibict.br/images/baciatocantins.gif>. 
Acesso em: 19/03/2010. 
 
 
36 
 
c) Bacia do Paraná 
 
Pertence a uma bacia maior, não estando totalmente em território brasileiro, banhando 
também a Argentina e o Paraguai (Figura 7). No Brasil ocupa 10,1% da área do país. O Rio 
Paraná nasce da união dos Rios Paranaíba e Grande, na divisa MS/MG/SP; possui o maior 
potencial hidrelétrico instalado no país, com destaque para a Usina Binacional de Itaipu, fronteira 
com o Paraguai. Os principais afluentes do Rio Paraná estão na margem esquerda: Tietê, 
Paranapanema e Iguaçu. Na margem direita, recebe como principais afluentes os Rios Suruí, 
Verde e Pardo. Além do potencial hidrelétrico, a Bacia do Paraná é utilizada para navegação, em 
trechos que estarão interligados no futuro com a construção de canais e eclusas. 
 
FIGURA 7 - BACIA DO RIO PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/img/revistas/rbg/v23n3/a05fig01.gif>. 
Acesso em: 19/03/2010. 
 
 
 
37 
 
d) Bacia do Uruguai 
 
É formada pela união dos Rios Canoas e Pelotas, correndo em direção oeste, nas 
divisas dos estados de SC e RS, e em direção ao Sul, na fronteira do Rio Grande do Sul com 
Argentina. Os principais afluentes são os Rios do Peixe, Chapecó, Ijuí e Turvo. Tanto para a 
navegação como para hidrelétrica, a utilização é pequena em função da irregularidade da sua 
vazão e topografia do terreno. 
 
e) Bacia do São Francisco 
 
Nasce em MG, na Serra da Canastra, a mais de 1000 m de altitude, atravessa o 
Estado da Bahia e banha as divisas dos Estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, uma 
região basicamente semiárida (Figura 8). 
 
FIGURA 8 - BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://recursoshidricos.ibict.br/images/baciasaofrancisco.gif>. 
Acesso 19/03/2010. 
 
 
38 
 
É um rio de planalto; todavia, possui cerca de 2.000 km navegáveis. Possui bom 
potencial hidrelétrico e nele está situado a Usina de Paulo Afonso, BA. Atualmente suas águas 
estão sendo desviadas para irrigação. 
 
f) Bacia do Atlântico Norte – Nordeste 
 
Por onde correm os rios do Meio – Norte do país (Maranhão e Piauí), tais como o 
Paranaíba, o Gurupi, Pindaré, Mearim e Itapicuru. Integrante também dessa bacia os rios 
intermitentes ou temporários do sertão nordestino: o Jaguaribe, Acaraú, Apodi, Piranhas, 
Capibaribe, e outros (Figura 9). 
 
g) Bacia do Atlântico Leste 
 
É formada principalmente pelos Rios Jequitinhonha, Doce, Itapicuru e Paraíba do Sul 
(Figura 9). 
 
h) Bacia do Sudeste – Sul 
 
Entrecortada pelos Rios Ribeira do Iguape, Itajaí, Tubarão e Jacuí (que se denomina 
Guaíba em Porto Alegre) (Figura 9). 
 
 
 
 
 
 
39 
 
FIGURA 9 - BACIAS HIDROGRÁFICAS DO BRASIL. OBSERVAR NA LEGENDA AS BACIAS INDICADAS PELOS 
ITENS F, G, H 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.economiabr.defesabr.com/Fotos/Bacias_BR.gif>. 
Acesso em 20/03/2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
6 ADMINISTRAÇÃO DAS ÁGUAS PÚBLICAS NO BRASIL 
 
 
 No Brasil, desde o ano de 1997 a gestão dos recursos hídricos é realizada seguindo os 
parâmetros legais estabelecidos pela Política Nacional dos Recursos Hídricos, conhecida como 
Lei das Águas. A seguir veremos alguns dos principais artigos desta Lei: 
 
LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
TÍTULO I 
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
CAPÍTULO I 
DOS FUNDAMENTOS 
 
 Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos 
seguintes fundamentos: 
 I - a água é um bem de domínio público; 
 II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor 
econômico; 
 III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos 
hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.433-1997?OpenDocument
 
 
41 
 
 IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o 
uso múltiplo das águas; 
 V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para 
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e 
atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos; 
 VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e 
contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das 
comunidades. 
 
CAPÍTULO II 
DOS OBJETIVOS 
 
 Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos: 
 I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária 
disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos 
respectivos usos; 
 II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, 
incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento 
sustentável; 
 III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos 
de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos 
naturais. 
 
CAPÍTULO III 
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO 
 
 
42 
 
 Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação 
da Política Nacional de Recursos Hídricos: 
 I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação 
dos aspectos de quantidade e qualidade; 
 II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades 
físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das 
diversas regiões do País; 
 III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão 
ambiental; 
 IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos 
setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e 
nacional; 
 V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do 
solo; 
 VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos 
sistemas estuarinos e zonas costeiras. 
 
 Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o 
gerenciamento dos recursos hídricos de interesse comum. 
 
CAPÍTULO IV 
DOS INSTRUMENTOS 
 
 Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos 
Hídricos: 
 
 
43 
 
I - os Planos de Recursos Hídricos; 
 II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo 
os usos preponderantes da água; 
 III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; 
 IV - a cobrança pelouso de recursos hídricos; 
 V - a compensação a municípios; 
 VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. 
 
 
SEÇÃO I 
DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
 Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que 
visam a fundamentar e orientar a implementação da Política 
Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos 
hídricos. 
 
 Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo 
prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período 
de implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte 
conteúdo mínimo: 
 
 I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; 
 
 
 
44 
 
 II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de 
evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões 
de ocupação do solo; 
 III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos 
recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação 
de conflitos potenciais; 
 IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e 
melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis; 
 V - medidas a serem tomadas, programas a serem 
desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o 
atendimento das metas previstas; 
 VI - (VETADO) 
 VII - (VETADO) 
 VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos 
hídricos; 
 IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos 
hídricos; 
 X - propostas para a criação de áreas sujeitas à restrição de uso, 
com vistas à proteção dos recursos hídricos. 
 
 Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por 
bacia hidrográfica, por Estado e para o País. 
 
SEÇÃO II 
DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS 
PREPONDERANTES DA ÁGUA 
 
 
45 
 
 Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, 
segundo os usos preponderantes da água, visa a: 
 I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais 
exigentes a que forem destinadas; 
 II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, 
mediante ações preventivas permanentes. 
 
 Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela 
legislação ambiental. 
 
SEÇÃO III 
DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
 Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos 
hídricos tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e 
qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de 
acesso à água. 
 
 Art. 12. Estão sujeitos à outorga pelo Poder Público os direitos 
dos seguintes usos de recursos hídricos: 
 
 I - derivação ou captação de parcela da água existente em um 
corpo de água para consumo final, inclusive abastecimento 
público, ou insumo de processo produtivo; 
 
 
 
46 
 
 II - extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final 
ou insumo de processo produtivo; 
 III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos 
líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, 
transporte ou disposição final; 
 IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; 
 V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a 
qualidade da água existente em um corpo de água. 
 
 § 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme 
definido em regulamento: 
 
 I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das 
necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos 
no meio rural; 
 II - as derivações, captações e lançamentos considerados 
insignificantes; 
 III - as acumulações de volumes de água consideradas 
insignificantes. 
 
 § 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de 
geração de energia elétrica estará subordinada ao Plano 
Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto 
no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da 
legislação setorial específica. 
 
 
 
47 
 
 Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso 
estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá 
respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e 
a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, 
quando for o caso. 
 
 Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá 
preservar o uso múltiplo destes. 
 
 Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente 
do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal. 
 
 § 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e 
ao Distrito Federal competência para conceder outorga de direito 
de uso de recurso hídrico de domínio da União. 
 
 § 2º (VETADO) 
 
 Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá 
ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo 
determinado, nas seguintes circunstâncias: 
 
 I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga; 
 II - ausência de uso por três anos consecutivos; 
 
 
 
48 
 
 III - necessidade premente de água para atender a situações de 
calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas 
adversas; 
 IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação 
ambiental; 
 V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse 
coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas; 
 VI - necessidade de serem mantidas as características de 
navegabilidade do corpo de água. 
 
SEÇÃO IV 
DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
 Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva: 
 
 I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário 
uma indicação de seu real valor; 
 II - incentivar a racionalização do uso da água; 
 III - obter recursos financeiros para o financiamento dos 
programas e intervenções contemplados nos planos de recursos 
hídricos. 
 
 Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a 
outorga, nos termos do art. 12 desta Lei. 
 
 
 
49 
 
 Parágrafo único. (VETADO) 
 
 Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos 
recursos hídricos devem ser observados, dentre outros: 
 
 I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume 
retirado e seu regime de variação; 
 II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou 
gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as 
características físico-químicas, biológicas e de toxidade do 
afluente. 
 
 Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de 
recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia 
hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados: 
 I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras 
incluídos nos Planos de Recursos Hídricos; 
 II - no pagamento de despesas de implantação e custeio 
administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
 § 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo 
é limitada a sete e meio por cento do total arrecadado. 
 § 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser 
aplicados a fundo perdido em projetos e obras que alterem, de 
modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a 
quantidade e o regime de vazão de um corpo de água. 
 
 
50 
 
Art. 55. O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no 
prazo de 180 dias, contados da data de sua publicação. 
 
 Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Brasília, 8 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Gustavo Krause 
 
 
Como podemos ver, a Lei do Uso das Águas estabelece que a água é um bem de 
domínio público. Um aspecto interessante acerca do uso da água é de que uma vez sendo um 
bem de domínio público, todos possuem direito de utilizar este bem, especialmente no que diz 
respeito ao consumo próprio, e para o consumo de animais domésticos. A legislação brasileira 
se complementa em todos os sentidos. Um exemplo disso é que uma vez sendo um bemde 
domínio público, mesmo o Código Florestal Brasileiro estabelecendo a proteção das APP’s em 
seu artigo 2° (Lei 4.771/1965), é possível se deslocar por estas áreas para recolher água para 
consumo próprio. 
 
 
 
 
 
 
51 
 
7 RECICLAGEM 
 
 
A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria-prima 
secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é economizar energia, poupar 
recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. A palavra reciclagem 
foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi constatado que 
as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis estavam e estão se esgotando. 
Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo). 
Para compreendermos a reciclagem, é importante “reciclarmos” o conceito que temos 
de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo 
é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Ele pode 
ser separado de diversas maneiras, sendo a mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico 
(lixo molhado/ lixo seco). 
 Na natureza nada se perde. Seres vivos chamados decompositores “comem” material 
sem vida ou em decomposição. Eles dividem a matéria para que ela possa ser reciclada e usada 
de novo. Esse é o chamado material biodegradável. Quando um animal morre, ele é reciclado 
pela natureza. Quando um material é dividido em pequenas peças, as bactérias e fungos, os 
mais importantes decompositores, já podem trabalhar. 
A decomposição aeróbia é mais completa que a anaeróbia por gerar gás carbônico, 
vapor de água e os sais minerais, substâncias indispensáveis ao crescimento de todos os 
vegetais, o qual gera o húmus, ótimo adubo para o solo. No processo anaeróbio são gerados os 
gases (metano e sulfídrico), que causam um odor desagradável; a decomposição anaeróbia 
produz um líquido escuro denominado chorume (líquido com grande quantidade de poluentes) 
encontrado normalmente no fundo das latas de lixo. Este chorume é o principal causador da 
contaminação dos rios e do lençol freático. 
A reciclagem traz os seguintes benefícios: 
 
 
 
52 
 
 Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar. 
 Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população. 
 Prolonga a vida útil de aterros sanitários. 
 Melhora a produção de compostos orgânicos. 
 Gera empregos para a população não qualificada. 
 Gera receita com a comercialização dos recicláveis. 
 Estimula a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são 
comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens. 
 Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência 
ecológica. 
No Brasil, seria importante que as pequenas e médias empresas recicladoras tivessem 
apoio financeiro e tecnológico para melhorar suas tecnologias de reciclagem, pois assim 
estariam contribuindo na geração de empregos, na diminuição de lixo e na produção de produtos 
de melhor qualidade com tecnologia “limpa”. 
A grande solução para os resíduos sólidos é aquela que prevê a máxima redução da 
quantidade de resíduos na fonte geradora. Quando os resíduos não podem ser evitados, 
deverão ser reciclados por reutilização ou recuperação, de tal modo que seja o mínimo possível 
o que tenha como destino final os aterros sanitários. 
A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma parte da 
matéria (e da energia), que se tornaria lixo. Assim desviados, os resíduos são coletados, 
separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens, os 
quais eram feitos anteriormente com matéria-prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais 
ficam menos comprometidos. 
 
 
 
 
 
53 
 
7.1 RESÍDUOS ORGÂNICOS 
 
 
Os resíduos orgânicos contêm nutrientes e umidade que, associados à temperatura 
favorecem o desenvolvimento de várias espécies de micróbios. Advindos do ar, da água e do 
solo, estes microrganismos presentes no lixo, entre os quais muitos podem ser patogênicos, são 
os responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, sendo portanto fundamentais para a 
manutenção do ciclo da vida. Os principais microrganismos encontrados nos resíduos sólidos 
são bactérias, fungos, protozoários, actinomicetos, algas e vírus. 
Embora neste caso a inter-relação das populações microbianas não esteja muito bem 
compreendida, já que o grau de heterogeneidade do lixo é muito grande, o conhecimento de 
suas características possibilita uma escolha mais adequada dos métodos de tratamento e de 
disposição final dos resíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
8 O SOLO 
 
 
Solo é um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície emersa terrestre, 
entre a litosfera e a atmosfera. Os solos são constituídos de proporções e tipos variáveis de 
minerais, gases, água e matéria orgânica (Moraes et al. 2007). É produto do intemperismo sobre 
um material de origem, cuja transformação para solo se desenvolve em um determinado relevo, 
clima, bioma e ao longo de um tempo. 
O solo, contudo, pode ser visto sobre diferentes ópticas. Para um engenheiro 
agrônomo, através da edafologia, solo é a camada na qual se pode desenvolver vida vegetal. 
Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo é um corpo passível 
de ser escavado, sendo utilizado dessa forma como suporte para construções ou material de 
construção. O solo é a camada mais superficial da crosta e é composto por sais minerais 
dissolvidos na água intersticial e seres vivos e rochas em decomposição (Moraes et al. 2007). 
Há muita variação de terreno a terreno dos elementos do solo, mas basicamente 
existem quatro camadas principais. A primeira camada é rica em húmus, detritos de origem 
orgânica. Essa camada é chamada de camada fértil. Ela é a melhor para o plantio e é nessa 
camada que as plantas encontram alguns sais minerais e água para se desenvolver. 
A outra camada é a camada dos sais minerais. Ela é dividida em três partes: a primeira 
parte é a do calcário, correspondente a 7 a 10% dessa camada. A segunda parte é a da argila, 
formada geralmente por caolinita, caulim e sedimentos de feldspato. Corresponde a 20 a 30% 
dessa camada. A última parte é a da areia. Esta camada é muito permeável e existem espaços 
entre as partículas da areia, permitindo que entre ar e água com mais facilidade. Esta parte 
corresponde a 60 a 70% da camada. 
A terceira camada é a das rochas parcialmente decompostas. Depois de se 
decomporem totalmente, pela ação da erosão e agentes geológicos, essas rochas podem virar 
sedimentos (Moraes et al. 2007). A quarta camada é a de rochas que estão inicialmente 
começando a se decompor. Essas rochas podem ser chamadas de rocha matriz. 
 
 
55 
 
8.1 TIPOS DE SOLO 
 
 
a) Solos arenosos 
 
São aqueles que têm a maioria dos grãos de tamanho entre dois mm e 0,075 mm, 
formado principalmente por cristais de quartzo e óxido de ferro no caso de solos de regiões 
tropicais. Os solos arenosos têm boa aeração. Plantas e microrganismos vivem com mais 
dificuldade, devido a pouca umidade. O solo arenoso possui teor de areia superior a 70%. 
Também possui argila e outros compostos em menor percentagem. Mas como tem boa 
aeração não retém água. Esse solo é permeável, também é conhecido com neossolo. Os grãos 
de areia são maiores e têm mais espaço entre si, facilitando a passagem da água. 
 
b) Solos argilosos 
 
Não são tão arejados, mas armazenam mais água. São menos permeáveis, a água vai 
passando mais lentamente, ficando, então armazenada. Alguns solos brasileiros, mesmo tendo 
muita argila, apresentam grande permeabilidade. Sua composição é de boa quantidade de 
óxidos de alumínio (gibbsita) e de ferro (goethita e hematita). Formam pequenos grãos 
semelhantes ao pó de café,isso lhe dá um similar ao arenoso. Chamado de argilossolo. Os 
grãos de argila são menores e bem próximos uns dos outros, dificultando a passagem da água. 
 
c) Solos siltosos 
 
 
 
 
56 
 
Com grande quantidade de silte, geralmente são muito erosíveis. O silte não se agrega 
como a argila e ao mesmo tempo suas partículas são muito pequenas e leves. 
 
d) Solo humífero 
 
Esse solo apresenta uma quantidade maior de húmus em relação aos outros. É um 
solo geralmente fértil, ou seja, um solo onde os vegetais encontram melhores condições para se 
desenvolverem. Possui cerca de 10% de húmus em relação ao total de partículas sólidas. A 
presença de húmus dá uma coloração, em geral, escura, contribui para sua capacidade de reter 
água e sais minerais e aumenta sua porosidade e aeração. Os grãos são de tamanhos variados 
e diversificados; a passagem da água ocorre de acordo com o tipo de grão. 
 
e) Solo calcário 
 
A quantidade de calcário nesse tipo de solo é maior que em outros solos. Desse tipo de 
solo é retirado um pó branco ou amarelado, que pode ser utilizado na fertilização dos solos 
destinados à agricultura e à pecuária. Esse solo também fornece a matéria-prima para a 
fabricação de cal e do cimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
9 PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO 
 
 
 É o conjunto de práticas aplicadas para promover o uso sustentável do solo para o 
plantio. A erosão, a compactação e o aumento da salinidade do solo são os maiores problemas 
relacionados ao manejo inadequado e terão relação direta com a escassez de alimentos em um 
futuro não muito distante, resultando num profundo desequilíbrio do sistema produtivo, se 
práticas corretas não forem adotadas. 
 A população do mundo gira em torno 6,8 bilhões de habitantes, obrigando a 
humanidade a disponibilizar pelo menos um bilhão de hectares de área agricultável. As áreas 
com manejo inadequado reduzem significativamente seu potencial de produção, por isso hoje se 
trabalha em virtude da renovação e aprimoramento das técnicas produtivas. Deve-se observar 
que os recursos são limitados, não podendo ser desperdiçados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
10 TÉCNICAS A SERVIÇO DA GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 Existem diversas técnicas utilizadas como interfaces para auxiliar o processo de gestão 
ambiental. Estas técnicas são utilizadas para os mais variados fins, dentre os quais: 
 
 Análises químicas: indispensáveis em diversos processos relacionados com distintos 
aspectos do ambiente; 
 Tecnologias de Informação e Comunicação: tecnologias como imagens de satélite 
auxiliam a tomada de decisões e permitem a gestão ambiental em larga escala; 
 Poluição: distintos aparelhos que permitem o controle da poluição sonora, poluição do 
ar, da água e de outras naturezas; 
 Controle de Resíduos Sólidos: importante ferramenta de gestão e atualmente uma 
técnica muito utilizada no controle de resíduos de natureza química. 
 Cabe ainda citar que a utilização de tais técnicas é amparada com a utilização de 
laboratórios de análises. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
11 IMPACTOS 
 
 
 Entende-se por impacto todo efeito no meio ambiente causado pelas alterações e/ou 
atividades do ser humano. Conforme o tipo de intervenção, modificações produzidas e eventos 
posteriores, pode-se avaliar qualitativa e quantitativamente o impacto, classificando-o de caráter 
“positivo” ou “negativo”, ecológico, social e/ou econômico (Sánchez, 2008). 
 Diversas são as atividades realizadas que possuem potencial para causar impacto, 
principalmente no que tange ao meio ambiente. Entre tais atividades podemos citar: 
 
 1. Construção de rodovias; 
 2. Construção de Ferrovias; 
 3. Construção de Portos e terminais; 
 4. Construção de Aeroportos; 
 5. Instalação de oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de 
esgoto; 
 6. Instalação de linhas de transmissão de energia elétrica (acima de 230 kV); 
 7. Obras hidráulicas para fins de saneamento, drenagem, irrigação, retificação de curso 
d'água, transposição de bacias, canais de navegação, barragens hidrelétricas, diques; 
 8. Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão, gás natural); 
 9. Extração de minério; 
 10. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
 11. Instalação de usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de 
energia primária (acima de 10 MW), inclusive a instalação de parques eólicos; 
 
 
60 
 
 12. Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, siderúrgicos, 
cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); 
 13. Distritos industriais e zonas estritamente industriais (ZEI); 
 14. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 ha ou 
menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância 
do ponto de vista ambiental; 
 15. Projetos urbanísticos (acima de 100 ha), ou em áreas consideradas de relevante 
interesse ambiental; 
 16. Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez 
toneladas por dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
MIRANDA, A. C. de.; GOMES, H. P.; SILVA, M. O. da. Recursos Hídricos: a gestão das águas, 
a preservação da vida. Rio de Janeiro: All Point, 2006. 157 p. 
 
MORAES, M. H.; MÜLLER, M. M. L.; FOLONI, J. S. S. Qualidade Física do Solo. São Paulo: 
Funep, 2007. 176 p. 
 
Sánchez, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2008. 495 p.

Outros materiais