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Penetracao Mercantil Estrageira

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Escola Secundária de Gingone
Trabalho de Investigação de História Individual
Nome: Fátima Eugénio 
1. Penetração Mercantil estrangeira é o período em que as relações entre as comunidades Moçambicanas e outros povos se traduziram a trocas comerciais a partir das quais se verificou uma penetração estrangeira gradual em todas as esferas da vida daquelas, no período que se estendeu desde os anos 800 até 1886 ou seja, entre os séculos IX à XIX.
2. Características da fase de penetração mercantil Afro-asiático
A necessidade de expandir a religião Islâmica, a desertificação da parte da Arábia, a procura de mercados seguros, dadas suas tradições comerciais, foi entre outras razões que levaram a que grupo Árabes, deixassem a sua terra natal – região do Golfo Pérsico e se fixassem na costa oriental africana a partir do século VII, tendo se sustentado que a primeira fixação em Moçambique tenha ocorrido nos anos 800 (século IX). A partir do século VII, verifica-se a fixação na costa oriental africana do povo proveniente do Golfo Pérsico, da península arábica, da pérsia, da índia e da china. Esta penetração fez-se sentir quase em toda costa oriental africana, desde Mogadíscio na Somália até Sofala em Moçambique.
3. Características da fase de penetração mercantil Europeia
Caracterizando esse período é possível destacar três ciclos ou fases de penetração sendo os seguintes: Ciclo de Ouro (1505-1693);- Ciclo de Marfim (1693-1762);- Ciclo de Escravos (1762-1836), em termos do tráfico legal. É importante salientar aqui que estas fases se sucederam, sem no entanto significar que o começo duma etapa fosse a extinção completa da fase subsequente ou anterior. Fora destes três ciclos de penetração (Ouro, Marfim e Escravos), também foram comercializados os seguintes produtos: peles de animais, carapaças de tartaruga. Estas três fases ou ciclos de penetração, são historicamente determinados pelo forte impacto que a procura de cada uma destas mercadorias teve sobre as comunidades locais.
4. No Contexto geral da penetração árabe-persia em África no Contexto Geral da Penetração Mercantil Árabe-Persa em África Antes do século XVI, o comércio no Oceano Indico era controlado pelos muçulmanos. No sub-continente asiático as suas actividades eram dominantes ao longo da costa de Malabar até baixo Calicute . A indicação mais antiga a cerca de Sofala encontra-se em Al-Masud, viajante árabe do século X que refere, que “os marinheiros de Oman, da tribo de Alazd, viajavam nos mares de Zanga até Kambala (Congo) e Sufalh”. A principal mercadoria era o ouro e o marfim. No século X (ano de 930), instalaram-se na costa africana, refugiados árabes criando as cidades mercantis de Bravo e Mogaxo (Somália). Os árabes foram os primeiros povos estrangeiros que chegaram a Moçambique no séc. IX, provenientes da Pérsia (península arábica), ou seja, do Golfo Pérsico e fixaram se primeiramente na região costeira, concretamente na Ilha de Moçambique e Quelimane,  e mais tarde, a partir do século XIII maiores números de asiáticos fixaram-se em entrepostos comerciais na costa oriental africana no vale do Zambeze e no planalto do Zimbabwe. Geógrafos referem que no séc. X (943 n.e)  desenvolveu-se um comércio activo nas terras de Sofala (Zanj).Al–Massudi por exemplo viajante e geógrafo que descreveu sobre o comércio de Sofala. Portanto, a actividade mercantil asiática na conta norte de Moçambique teve início por volta o séc. IX. O OURO produzido no interior e o MARFIM inicialmente fornecido pelos caçadores macuas foram os primeiros produtos de troca em Moçambique. Em troca, os chefes moçambicanos recebiam tecidos de seda, louça de vidro e porcelanas. O contacto permanente entre as populações moçambicanas da costa norte e os mercadores asiáticos contribuíram para o desenvolvimento de formações sociopolíticas, económicas, religiosas e culturais. Exportavam: o ouro produzido no interior e o marfim, inicialmente fornecido pelos caçadores macuas da costa de Nampula, foram os primeiros produtos asiáticos em Moçambique. Importavam:  tecidos de seda, louça de vidro e de porcelana, artigos que as populações africanas ainda não produziam apareceram nas formações sociais moçambicanas como resultado directo dos contactos comerciais com os mercadores asiáticos. Os árabes usufruíram-se de vários factores de ordem técnica, geográfica, económica e ideológica, uma das suas grandes motivações para proclamar e espalhar a sua fé, a fé no islão.
5. Factores da penetração mercantil árabe-persa
a) Factores geográficos ou naturais: A Península arábica apresenta-se como um território maioritariamente árido e infértil. Maior parte da paisagem na península arábica é desértica, o que levou a seus habitantes a procurarem novos territórios habitáveis e propícios para a prática de actividades económicas. O outro factor geográfico é a proximidade geográfica entre Moçambique e a Península Arábica, era relativamente alcançável por mar e por terra.
b) Factores técnicos: A expansão árabe-persa e do islão foi possível porque os árabes tinham um grande conhecimento da arte de navegar, da cartografia, e consequentemente conheciam bem a costa leste do continente africano. Para realizar uma boa navegação, os árabes tinham conhecimentos consolidados e astronomia.
c) Factores económicos: Os árabes tanto em ouros tempos, como na actualidade, foram sempre bons comerciantes. Moçambique no século VIII, apresentou-se como um bom mercado tanto para a venda de produtos asiáticos como para a compra de produtos africanos.
d) Factores ideológicos: Um dos pressupostos da expansão árabe para alguns consiste na expansão do islamismo a fim de cativar e converter mais fiéis. Este fenómeno expansionista conheceu a sua fase forte de expansão logo após a ascensão de Maomé. Neste sentido, os árabes expandiram-se para Moçambique também com a motivação de difundirem o islão.
6. Contactos ao longo da costa e suas percussões: Desde o século IX, marcas da presença árabe na costa oriental moçambicana são evidentes. Esta presença foi movida essencialmente pela vontade de fazer comércio. Populações oriundas do Golfo Pérsico estabeleceram-se principalmente na Ilha de Moçambique e em Quelimane.
7. Os persas foram povos de uma antiga civilização que habitaram a região mesopotâmica, no planalto do Irã, próximo às margens do Golfo Pérsico. Descenderam de uma tribo nómada chamada parse, que migrou da Ásia Central para uma região no sul iraniano aproximadamente em 1000 a.C. 
8. Os contactos com carácter permanente entre as populações moçambicanas na costa norte e os mercadores asiáticos contribuíram para o desenvolvimento de transformações sociopolíticas, económicas, religiosas e culturais.
a) A nível político: A nível político Emergiram e desenvolveram-se unidades políticas nas costas de Cabo Delgado e de Nampula com sistemas políticos árabes. Tais unidades políticas foram os Sultanatos de Angoxe e os Xeicados de Sangage, Quitangonha e Sancul. 
b) A nível cultural: a islamização da população (a construção de islamismo no actual território de Moçambique que até aos nossos dias tem se verificado a expansão desta religião.
c) A nível económico: foram introduzidas plantas alimentícias como o arroz de regadio, o coqueiro, a bananeira, o inhame, os citrinos, etc. Detêm ainda hoje certa influencia no comércio e na indústria hoteleira: Hiper Maputo (Maputo), Hotel Milénio (Nampula), Pemba Beach Hotel (Pemba), Hotel Executivo (Nampula), etc.No plano cultural: os casamentos, os contactos comerciais e o surgimento de novos hábitos e línguas resultantes da fusão de hábitos e línguas africanas e árabe, resultaram, por exemplo, na cultura Swahili na Tanzania e no Quénia e Cabo Delgado. Em Moçambique resultaram os seguintes núcleos linguísticos: Mwani – na costa de Cabo Delgado; o Nahara – na Ilha de Moçambique e na costa de Nampula, e os Koti em Angoxe. O uso de brincos no nariz, o modo de vestir, nas construções, nos casamentos, no enterramento dos mortos, etc. Importa realçar também a Dança Tufo, praticada e executada com mestria na provínciade Nampula, sobretudo nas regiões costeiras como Morna, Angoxe, Ilha de Moçambique, Mossuril, Nacala Porto entre outros locais. Outras evidências de penetração árabe encontram-se nos nomes das pessoas, particularmente na zona costeira moçambicana onde existem nomes como Atumane, Mussa, Saide, Ornar, Gulamo, Cassamo, Patel, entre outros.

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