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1 Thayná Campos Duarte – Síndrome caracterizada por obstrução crônica e difusa das vias aéreas inferiores, de caráter irreversível, com destruição progressiva do parênquima pulmonar, provocada por resposta inflamatória a toxinas inalatórias, que acaba por limitar o fluxo de ar nas VA. -Tem grande influência da exposição à fumaça do tabaco, que provoca bronquite obstrutiva crônica e enfisema pulmonar. -Paciente tem sintomas respiratórios crônicos. Limitação do fluxo aéreo -Ocorre uma limitação fixa ao fluxo aéreo após o uso de broncodilatador (VEF1/CVF <0,7) -Tem aumentado no sexo feminino. -É uma doença de adultos mais velhos (50-60 anos) -Tabagismo é o principal fator de risco. -Em 90% dos casos tem história prévia de tabagismo. -As substâncias do tabaco causam uma série de alterações nas vias aéreas, como o estímulo à produção de muco com hipertrofia das glândulas submucosas, bloqueio do movimento ciliar e redução da elasticidade pulmonar, além de provocar reações inflamatórias crônicas no local, com ativação de macrófagos ativam os neutrófilos que passam a produzir elastase. CARGA TABÁGICA Multiplica-se a quantidade de maços consumidos por dia pelo número de anos de tabagismo. A maioria dos pacientes com DPOC possui uma carga tabágica de 40 maços/ano. *Asma e DPOC: Posem coexistir como uma Síndrome de sobreposição asma-DPOC. -Tabagismo passivo: e também poluição atmosférica extra e intradomiciliar (fogão a lenha), minas de carvão, exposição a fumaças, são fatores de risco para DPOC. -crianças expostas ao tabagismo materno, inclusive durante a gestação, apresentam crescimento pulmonar reduzido, o que é fator de risco para DPOC no futuro. -Baixo nível socioeconômico. -A deficiência de alfa-1-antitripsina é uma doença genética autossômica recessiva que cursa frequentemente com enfisema pulmonar em pacientes jovens. A ausência dessa enzima deixa livre a elastase que vai degradando o parênquima pulmonar. A DPOC envolve a bronquite obstrutiva crônica (determinada clinicamente) e o enfisema pulmonar (determinado patológica ou radiologicamente), sendo que muitos pacientes têm características de ambos. -Bronquite obstrutiva crônica: hipertrofia e hiperplasia das glândulas submucosas secretoras de muco (estado hipersecretor) e redução do lúmen das vias aéreas distais por edema e fibrose da parede brônquica (bronquilite obliterante). -A bronquite crônica é definida como tosse produtiva na maioria dos dias da semana, com duração total de pelo menos 3 meses em 2 anos consecutivos. *Hipersecreção mucosa >> tosse produtiva -Enfisema pulmonar: é definido como um alargamento dos espaços aéreos distais dos bronquíolos, devido a destruição progressiva dos septos alveolares. -causa obstrução crônica das vias aéreas distais pelo fato de haver perda no tecido elástico de sustentação da parede brônquica, o que permite a redução do seu lúmen, principalmente na fase expiratória. **Aprisionamento, hiperinsuflação >> dispneia User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Sublinhado User Sublinhado User Sublinhado User Sublinhado User Realce User Realce User Sublinhado User Realce User Realce User Sublinhado User Realce User Realce User Caixa de texto A exposição inalatória induz a uma reação inflamatória crônica nas pequenas vias aéreas, com presença de linfócitos CD8+, macrófagos e neutrófilos, resultando em hipertrofia das glândulas causando hipersecretividade. User Caixa de texto Degradação da elastina 2 Thayná Campos Duarte OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E HIPERINSUFLAÇÃO Na presença da DPOC, a inspiração ocorre normalmente, já que depende da musculatura respiratória. Já a expiração não ocorre de forma tão satisfatória, uma vez que depende da elasticidade pulmonar (que nesse caso está reduzida), e da resistência das vias aéreas distais, que está aumentada pela redução do seu lúmen, causada pelo enfisema (provoca diminuição do tecido elástico na parede dos alvéolos) ou pela bronquiolite obliterante (edema e fibrose na parede dos brônquios). O resultado dessa expiração ineficiente é o colapso das vias aéreas, que por sua vez impede a eliminação do ar armazenado nas porções periféricas do pulmão (chamado de aprisionamento de ar), aumentando o volume residual, a capacidade residual funcional e a capacidade pulmonar total, deixando o pulmão cronicamente hiperinsuflado e o diafragma retificado. -Presença de tórax em tonel em caso de DPOC avançada. -Como resultado o indivíduos passa a utilizar a musculatura acessória (esternocleidomastoideo, intercostais, abdominais), apresentando um esforço para respirar. DISTÚRBIO DA TROCA GASOSA A troca gasosa está comprometida tanto pela lesão enfisematosa quando pela lesão brônquica. Propiciam o surgimento de alvéolos mal ventilados, porém, bem perfundidos. Nesses alvéolos, o sangue venoso passa recebendo pouco O2 (shunt parcial). Se o número de alvéolos com shunt parcial for grande, a mistura de sangue mal oxigenado produzirá hipoxemia e dessaturação da hemoglobina (distúrbio V/Q ventilação/perfusão). Inicialmente, a hipoxemia ocorre apenas no exercício físico, mas, com o progredir da doença, a hipoxemia passa a ocorrer também em repouso. O enriquecimento do ar inspirado com O2 pode corrigir o problema. Em casos mais avançados, a eliminação de CO2 também pode estar comprometida devido a redução do volume corrente causado pelo aumento do volume residual, aumento do espaço morto e por hipossensibilidade do centro respiratório bulbar ao CO2. Estes pacientes começam a reter CO2 de forma lenta e progressiva (acidose respiratória crônica), estimulando o rim a reter mais bicarbonato e, assim, compensar a acidose respiratória crônica, evitando uma grande variação do pH sanguíneo. COR PULMONALE Disfunção do ventrículo direito devido a um distúrbio pulmonar (hipóxia crônica). As arteríolas pulmonares respondem à hipóxia com vasoconstricção; como a hipóxia na DPOC é generalizada, a maior parte dos vasos sofre vasoconstrição, promovendo Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Quando a pressão arterial pulmonar sistólica for > 50 mmHg (normal até 20 mmHg), o ventrículo direito pode entrar em falência sistólica, devido ao aumento excessivo da pós-carga. Como consequência, teremos elevação da pressão venosa central, congestão sistêmica e baixo débito cardíaco, o que explica o cansaço típico desses pacientes. HISTÓRIA NATURAL O pulmão aumenta sua capacidade de trabalho progressivamente até os vinte anos, quando atinge seu máximo. A partir dos trinta anos, essa capacidade naturalmente diminui (ocorre queda do VEF1). O tabagismo é responsável por uma aceleração desse declínio; -Principal queixa é: dispneia aos esforços, de evolução insidiosa, progressiva e marcada por pioras agudas desencadeadas por fatores descompensantes (ex.: infecção respiratória). User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Caixa de texto A exposição inalatória provoca resposta inflamatória, com aumento da atividade da protease, liberada por neutrófilos e cel. inf. Desbalanço entre protease e antiprotease, provoca lise da elastina e tec. conj >> Hiperinsuflação User Caixa de texto Ocorre degradação da elastina alveolar pro proteases. User Linha User Sublinhado User Realce User Caixa de texto Causa aumento da pós-cargado VD User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 3 Thayná Campos Duarte Com o avançar da doença a dispneia pode evoluir para o repouso ou aos mínimos esforços. -O segundo sintoma de maior frequência é a tosse, comumente acompanhada de expectoração, que muitas vezes precede o quadro dispneico. A cefaleia matinal desenvolve-se na doença mais avançada e sinaliza hipercapnia ou hipoxemia noturnas. - Os achados variam com a forma predominante da doença (enfisematoso ou bronquítico). No paciente com bronquite obstrutiva crônica, a ausculta pulmonar revela uma série de ruídos adventícios, como sibilos, roncos e crepitações associados à diminuição do MV. Nos pacientes com predomínio do componente enfisematoso, a ausculta revela apenas a diminuição do murmúrio vesicular, sem nenhum ruído adventício. A elasticidade e a expansibilidade pulmonar estão reduzidas, enquanto a percussão mostra aumento do timpanismo. -A respiração do pacienta está alterada: a fase expiratória é desproporcionalmente mais prolongada que a inspiratória. - O paciente normalmente apresenta sinais típicos, como o “tórax em tonel” e o uso de musculatura acessória na expiração. -Nos pacientes com cor pulmonale, o edema de membros inferiores e a turgência jugular patológica podem chamar atenção. - Nos casos mais avançados, o paciente pode estar pletórico (tom de pele avermelhado) devido a policitemia reativa à hipoxemia crônica, mediada pelo aumento da eritropoietina renal. A dessaturação da hemoglobina associada à eritrocitose leva à cianose. A mistura do tom avermelhado com o tom azulado da cianose dá o aspecto da eritrocianose. O exame físico pode revelar dois tipos estereotipados de pacientes: os pink puffers e os blue bloaters. A maioria dos pacientes apresenta um quadro misto entre esses dois estereótipos. EXARCEBAÇÃO Os pacientes com DPOC possuem uma baixa reserva pulmonar e, por isso, qualquer insulto sobre o aparelho respiratório pode piorar o quadro clínico, levando à exacerbação da tosse, aperto torácico, dispneia e eventualmente à insuficiência respiratória. O principal fator de descompensação é a infecção respiratória, bacteriana ou viral, que devem ser tratadas de forma precoce e eficaz. Outros fatores desencadeantes são a hiper-reatividade brônquica (broncoespasmo), drogas depressoras do centro respiratório, insuficiência cardíaca, TEP e pneumotórax. Pink Puffers São os “sopradores róseos”; é o estereótipo do enfise-matoso. Na inspeção, notam-se apenas a pletora e o tórax em tonel. Geralmente são magros, apresentando dispneia do tipo expiratória (“sopradores”), mas sem sinais de cor pulmonale e hipoxemia significativa. A ausculta pulmonar revela apenas a diminuição acentuada do murmúrio vesicular, sem ruídos adventícios. Blue Bloaters São os “inchados azuis”; é o estereótipo do bronquítico grave. Estes pacientes possuem um distúrbio mais grave da troca gasosa do que o enfisematoso puro, apresen-tando-se com hipoxemia significativa, manifesta como cianose (“azuis”). A hipoxemia leva ao cor pulmonale e, portanto, ao quadro de insuficiência ventricular direita e congestão sistêmica. Daí o corpo inchado (bloater). Estes pacientes frequentemente são obesos e apresentam a síndrome da apneia do sono. A ausculta pulmonar é rica em ruídos adventícios. User Realce User Realce User Caixa de texto Perda ponderal: sinal de mau prognóstico. Dispneia quando se alimenta. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Sublinhado 4 Thayná Campos Duarte O diagnóstico é sugerido pela história clínica, exposição compatível, exame físico e achados no exames de imagem do tórax; e é confirmado por testes de função pulmonar. -Espirometria (VEF1/CVF < 0,70) EXAMES COMPLEMENTARES INESPECÍFICOS Hemograma: Pode mostrar eritrocitose (hematócrito maior que 55%). A hipoxemia é um estímulo importante para a produção de eritropoietina pelos rins, levando ao aumento da produção de hemácias na medula óssea. Gasometria arterial: Em geral, está cronicamente alterada na DPOC, principalmente nos casos mais avançados. O dado mais encontrado é a hipoxemia, que pode ser leve, moderada ou grave (PaO2 < 55mmHg ou SaO2 < 88%). A hipercapnia com acidose respiratória crônica, marcada pelo aumento compensatório do bicarbonato e do BE ocorre em 30% dos pacientes com DPOC. Nos estados de descompensação, pode haver piora da hipoxemia e da hipercapnia, levando à acidose respiratória agudizada. - Indicações de solicitação de gasometria arterial: suspeita de hipoxemia/hipercapnia aguda (DPOC com descompensação grave); presença de VEF1 < 40% do previsto, mesmo sem descompensação; sinais de insuficiência VD. Eletrocardiograma: Estão presentes as alterações do cor pulmonale, que são os sinais da sobrecarga cardíaca direita: -onda P alta e pontiaguda (amplitude maior que 2,5mm) –P pulmonale – aumento atrial direito -desvio do QRS para a direita -graus variados de bloqueio de ramo direito -relação R/S maior que 1 em VI. A hipoxemia crônica + a cardiopatia do coração direito predispõe a taquiarritmias. A taquicardia atrial multifocal é a mais comum, conhecida como a arritmia do DPOC. Normalmente melhora com a correção da hipoxemia, reposição eletrolítica (K+ e Mg) e compensação do quadro respiratório. Radiografia de tórax: Só está alterado nos casos mais avançados. Os sinais clássicos são: retificação das hemicúpulas diafragmáticas; hiperinsuflação pulmonar; hipertransparência; aumento dos espaços intercostais; redução do diâmetro cardíaco (“coração em gota”); aumento do espaço aéreo retroesternal no perfil; espessamento brônquico. Na radiografia também devem ser procuradas complicações, tais como pneumonia, pneumotórax e tumor. PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR Exame mandatório na avaliação de um paciente com suspeita de DPOC. A espirometria dará as informações mais importantes em relação ao grau de obstrução das vias aéreas. As principais medidas a serem avaliadas são o VEF1 e a relação VEF1/CVF (volume expiratório forçado no 1º seg/capacidade vital forçada), chamada de Índice de Tiffenau. O grau de obstrução é diretamente quantificado pelo VEF1, e deve ser realizado pelo menos anualmente no portador de DPOC, para avaliar a evolução da doença. CRITÉRIO DIAGNÓSTICO Utilizamos como critério diagnóstico para DPOC uma relação VEF1/CVF inferior a 70% do previsto, s/ alteração significativa após a prova broncodilatadora (achado que revela a existência de uma obstrução “fixa” das vias aéreas). O FEF (fluxo expiratório forçado) 25-75% é outro parâmetro que deve ser analisado, sendo o primeiro a se alterar na DPOC. É o marcador mais sensível (e precoce) de obstrução das vias aéreas, mas não serve para confirmar o diagnóstico. Os volumes pulmonares estão caracteristicamente aumentados (volume residual, capacidade residual funcional e capacidade pulmonar total). O teste de difusão do monóxido de carbono, ao contrário da User Realce User Realce User Sublinhado User Sublinhado User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Caixa de texto Suspeita de HP ou cor pulmonale User Realce User Realce User Realce User Realce User Sublinhado User Realce User Caixa de texto Espirometria User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User RealceUser Realce User Realce User Caixa de texto Antes e depois da adm de broncodilatador User Realce User Realce 5 Thayná Campos Duarte asma, está reduzido, especialmente quando há enfisema (o teste de difusão do CO avalia a extensão da superfície alveolar disponível para troca gasosa). TC DE TÓRAX Considerada o teste definitivo para o estabelecimento da presença ou não de enfisema nos pacientes com DPOC, determinando sua extensão e localização. Entretanto, na prática, este exame influencia pouco nas decisões terapêuticas, sendo apenas indicado para avaliação dos pacientes candidatos à terapia cirúrgica. A classificação proposta pelo guideline GOLD relaciona a intensidade dos sintomas e o grau de obstrução das vias aéreas, com o risco de exacerbações e a presença de comorbidades. Isso nos fornece uma visão integrada do impacto que a doença tem sobre a qualidade de vida do paciente e nos permite definir uma proposta terapêutica individualizada. Classificamos a DPOC em quatro “grupos” de gravidade crescente: A, B, C ou D. Intensidade dos sintomas: Avaliada com base no questionário mMRC, que avalia a dispneia, ou no CAT que avalia uma quantidade maior de sintomas e seus impactos na vida do paciente. Grau de obstrução das vias aéreas: Objetivamente quantificado pela queda do VEF1 em relação ao previsto. *VEF1 deve ser medido após broncodilatador. Avaliação do risco de exacerbação: História de exacerbação prévia Presença de comorbidades User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Sublinhado User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 6 Thayná Campos Duarte Os principais objetivos do tratamento da DPOC são o alívio dos sintomas e a diminuição dos riscos futuros (risco de exacerbações, progressão da doença e morte). A abordagem terapêutica inicial se baseia na classificação do Guideline. -Condutas que aumentam a sobrevida do portador de DPOC: 1-Abstenção do tabagismo 2-Oxigenoterapia domiciliar em pacientes com hipoxemia crônica e grave em repouso 3-Cirurgia pneumorredutora em pacientes selecionados TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO Indicado para pacientes estáveis. ABSTENÇÃO DO TABAGISMO A abstinência ao desacelera a evolução da doença, sendo que após um ano de cessação, a taxa de queda do VEF1 iguala-se à dos não tabagistas, estabilizando a doença. Se a abstenção for tardia não há retorno da função pulmonar perdida, mas a função pulmonar tende a permanecer estável por mais tempo. O tratamento farmacológico auxiliar no alcance da abstenção e é indicado em todos os pacientes que desejam parar de fumar. As principais drogas são: reposição de nicotina (goma de mascar, adm. inalatória, adesivo transdérmico); bupropriona (antidepressivo IRS) 150mg VO 12/12h e a vareniclina 1mg VO 12/12h. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO CRÔNICO -Na fase estável, com o intuito de reduzir sintomas e prevenir exacerbação, pode-se indicar o uso de broncodilatadroes e anti-inflamatórios inalatórios (corticoide inalatório). LABA: Broncodilatador agonista b-2 de longa duração. SABA: curta duração LAMA: antagonista muscarínico de longa duração SAMA: curta duração TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO -Orientações para o correto uso das drogas inalatórias -Eficiência da automonitorização dos sintomas -Capacidade de modificar temporariamente a posologia -Estilo de vida saudável User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 7 Thayná Campos Duarte -Programas de reabilitação pulmonar: indicado para pacientes do grupo B, C e D -Vacinação contra Influenza e pneumococo para TODOS. Oxigenoterapia domiciliar: O uso contínuo de oxigênio domiciliar em pacientes hipoxêmicos com DPOC melhora a sobrevida e a qualidade de vida desses indivíduos. Sua indicação é baseada no resultado da gasometria arterial em ar ambiente, colhida com o paciente fora dos períodos de exacerbação. Meta: manter SaO2 > 90%. Suporte ventilatório: CPAP noturno para quem apresenta apneia obstrutiva do sono. Cirurgia pneumorredutora: parte do pulmão é ressecado com o objetivo de reduzir a hiperinsuflação, melhorando a mecânica respiratória. Normalmente ressecam as regiões mais acometidas por enfisema, preferencialmente em lobos superiores. Indicado para pacientes enfisematosos com hiperinsuflação sintomática e refratária ao tratamento medicamentoso. Casos selecionados (doença muito avançada e refratária, sem contraindicações ao procedimento) podem ser considerados para o transplante de pulmão. É importante salientar que o transplante NÃO aumenta sobrevida na DPOC! TRATAMENTO DAS EXACERBAÇÕES Uma exacerbação é definida como uma piora aguda dos sintomas respiratórios que requer tratamento adicional. -As exacerbações aceleram a progressão da DPOC (maior velocidade de queda do VEF1). -Aumentam a inflamação das VAI, com maior produção de muco e aprisionamento aéreo. Sinais cardinais de exacerbação: 1-Piora da dispneia 2-Piora da tosse 3-Piora da secreção A piora da dispneia é devida à hiperinsuflação pulmonar “dinâmica” (aumento do volume residual em curto espaço de tempo), com aumento do esforço respiratório. Além disso, a inflamação (edema) e o excesso de muco intensificam a obstrução das pequenas vias aéreas, aumentando a resistência da árvore respiratória ao fluxo de ar (podem surgir roncos e sibilos na ausculta). A piora da tosse e o aumento do volume de escarro, que pode se tornar purulento, causados pela inflamação e secreção da mucosa brônquica. ->Principais fatores de risco para exacerbação: História de exacerbação no último ano, aumento do diâmetro da artéria pulmonar e doença do refluxo gastroesofágico. ->Fatores desencadeantes: infecções respiratória, principalmente virais, mas pode ocorrer bacteriana. Poluição e mudanças de temperatura. As exacerbações da DPOC são classificadas como: ● LEVES: necessitam apenas de broncodilatadores de curta ação para controle sintomático. Tratamento ambulatorial; ● MODERADAS: necessitam de broncodilatadores de curta ação + antibióticos e/ou corticoide sistêmico. Tratamento ambulatorial; ● GRAVES: necessitam de tratamento hospitalar (emergência, enfermaria ou CTI), geralmente com drogas intravenosas e monitorização contínua. O paciente pode apresentar critérios de insuficiência respiratória aguda, necessitando de suporte ventilatório. TRATAMENTO DA DISPNEIA SABA podendo associar SAMA nos casos mais graves ou refratários. CORTICOIDES Glicocorticoide sistêmico (prednisona ou prednisolona 40 mg VO 1x/dia) deve ser prescrito por 5-7 dias (alguns autores recomendam 5-10 dias). User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Sublinhado User Sublinhado User Sublinhado User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 8 Thayná Campos Duarte ANTIBIÓTICOS Antimicrobianos são indicados na presença de: (1) três sinais cardinais da exacerbação (aumento da dispneia, da tosse e do escarro); (2) dois sinais cardinais, sendo um deles o aumento do escarro, que se torna purulento; (3) necessidade de ventilação mecânica. Na maioria dos casos, as bactérias implicadas são o Haemophilus influenzae, o Streptococcus pneumoniae e a Moraxella catarrhalis. As drogas de escolha costumam ser: amoxicilina- clavulanato, macrolídeos ou tetraciclinas. **pacientes que apresentam exacerbações muito frequentes, VEF1 extremamente reduzido e/ou necessidade de ventilação mecânica, recomenda- se a coleta de culturas (escarro e sangue) antes do início da antibioticoterapia empírica. VENTILAÇÃO NÃO INVASIVATodo paciente que apresenta critérios de insuficiência respiratória aguda deve receber suporte ventilatório com pressão positiva nas vias aéreas, a princípio através de VNI. A suplementação de O2 pode ser feita inicialmente através de cateter nasal ou máscara facial. A meta é manter a SaO2 entre 88-92%. VENTILAÇÃO INVASIVA (INTUBAÇÃO TRAQUEAL + VENTILAÇÃO MECÂNICA) O principal critério de intubação é a alteração do estado de consciência (desorientação, agitação, sonolência), pre-cipitada pela fadiga da musculatura respiratória, agudi-zando a acidose respiratória crônica (carbonarcose). São indicações de Intubação Traqueal e Ventilação Mecânica Invasiva na DPOC: 1. Dispneia grave, com uso importante da musculatura acessória. 2. Frequência respiratória > 35 ipm. 3. Hipoxemia muito grave: PaO2 < 40 mmHg após oferta de O2. 4. Acidose grave: pH < 7,25, com PaCO2 > 60 mmHg. 5. Sonolência, estado mental debilitado. 6. Outras complicações graves (instabilidade hemodinâmica, sepse, pneumonia extensa etc). 7. Insuficiência da VNI. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce
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