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AÇÃO DE EXIGIR CONTAS Elaborado por Giovanna Calvano. Fonte: Aulas da Professora Lídia Marangon (Gran) • Visa buscar contas de quem administra bens, valores ou interesses de outrem; • Natureza DÚPLICE – aquele que ajuizou pode vir a ter saldo devedor a ser pago ao demandado; • Relação pormenorizada de receitas e despesas; • Cabimento (jurisprudência): SITUAÇÃO CABE? FONTE Titular de conta bancária SIM Súmula 259/STJ Mútuo e financiamento (devedor ajuizando) NÃO Info 558/STJ Cumulação com revisão de cláusulas NÃO Info 592/STJ Adm de consórcio e promotora de vendas SIM Info 636/STJ Curatelado morreu (Prosseguimento) Info 583/STJ Filhos em relação aos pais DEPENDE Info 622/STJ Alimentante contra a genitora guardiã do alimentado Desde que sem outras finalidades Info 673/STJ Inventário SIM Info 687/STJ TITULAR DE CONTA BANCÁRIA tem legitimidade ativa? Súmula 259/STJ: A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular de conta corrente bancária. (Mesmo que o banco forneça periodicamente os extratos.) Contrato de MÚTUO e FINANCIAMENTO (Info 558/STJ): TESE FIRMADA: Nos contratos de mútuo e financiamento, o devedor não possui interesse de agir para a ação de prestação de contas – NÃO há administração de interesses; Revisão de CLÁUSULAS CONTRATUAIS (Info 592/STJ): Não é possível a revisão de cláusulas 1 No contrato de agência, tanto uma parte como a outra possuem o dever de prestar contas: O vínculo contratual colaborativo originado do contrato de agência importa na administração recíproca de interesses das partes contratantes, viabilizando a utilização da ação da prestação de contas e impondo a cada uma das partes o dever de prestar contas a outra. Vale ressaltar, por fim, que, mesmo que a empresa 1 já contratuais em ação de exigir contas (ação de prestação de contas). • Consignação em pagamento permite; • Inadequação da via eleita: o A ação de exigir contas é declaratória; o A revisional é ação que tramita pelo rito comum; ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS e PROMOTORA DE VENDAS: É cabível a propositura de ação de prestação de contas para apuração de eventual saldo, e sua posterior execução, decorrente de contrato relacional firmado entre administradora de consórcios e empresa responsável pela oferta das quotas consorciais a consumidores. (Considera-se contrato de agência) STJ, julgado em 23/10/2018 (Info 6361) MORTE DO CURATELADO e extinção sem resolução de mérito: A morte do interditando no curso de ação de interdição não implica, por si só, a extinção do processo sem resolução de mérito da ação de exigir contas por ele ajuizada mediante seu curador provisório, tendo o espólio legitimidade para prosseguir com a ação de exigir contas. STJ. 3ª Turma. REsp 1.444.677-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 3/5/2016 (Info 583). FILHOS EM RELAÇÃO AOS PAIS: Excepcionalmente, admite-se o ajuizamento de ação de prestação de contas pelo filho, sempre que a causa de pedir estiver fundada na suspeita de abuso de direito no exercício desse poder. Assim, a ação de prestação de contas ajuizada pelo filho em desfavor dos pais é tenha, extrajudicialmente, prestado contas para a empresa 2, ainda assim persiste o interesse de agir de propor a ação. Isso porque a apresentação extrajudicial e voluntária das contas não prejudica o interesse processual da promotora de vendas, na hipótese de não serem elas recebidas como boas, ou seja, caso ela não tenha concordado com os valores demonstrados https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/07/info-583-stj1.pdf possível quando a causa de pedir estiver relacionada com suposto abuso do direito ao usufruto legal e à administração dos bens dos filhos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.623.098-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/03/2018 (Info 622). ALIMENTANTE CONTRA A GENITORA GUARDIÃ DO ALIMENTADO: o tem o direito de averiguar se os valores que paga a título de pensão alimentícia estão sendo realmente dirigidos ao beneficiário e voltados ao pagamento de suas despesas e ao atendimento dos seus interesses básicos fundamentais. Esta ação não pode buscar eventual acertamento de contas, perseguições ou picuinhas com a(o) guardiã(ao), ficando vedada a possibilidade de apuração de créditos ou preparação de revisional pois os alimentos são irrepetíveis. STJ. 3ª Turma. REsp 1.814.639-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Moura Ribeiro, julgado em 26/05/2020 (Info 673) Na vigência do CPC/2015, remanesce o interesse de agir do inventariante na ação de prestação de contas, mantido o caráter dúplice da demanda. O inventariante não pode encerrar seu mister sem que antes apresente as contas de sua gestão. Essa prestação de contas é, portanto, uma atribuição imposta pela lei ao inventariante, razão pela qual possui interesse de agir para ajuizar a presente ação autônoma de prestação de contas. Vale ressaltar, inclusive, que esse interesse de agir é presumido. STJ. 4ª Turma. REsp 1.707.014/MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/03/2021 (Info 687). • A petição inicial - especificar detalhadamente as razões pelas quais se exigem as contas; • Mudanças provocadas pelo NCPC: o Mudou de nome com o novo CPC (Ação de prestação contas x ação de EXIGIR contas); ▪ A mudança implicou alteração da legitimidade ativa: antes, aquele que estava na administração dos interesses podia ajuizar, e agora, apenas aquele que tem os bens administrados; o Prazo de resposta do réu: 05 → 15 dias; Procedimento • Competência: o RELATIVA: art. 53, IV, “b” – local do ato ou fato onde foi feita a administração; o ABSOLUTA: Art. 553: inventariante, tutor, curador, depositário – sempre apensada aos autos do processo no qual tiver sido nomeado; • 1ª FASE: Discussão sobre a existência do DEVER de prestar contas; o Petição inicial: a) Requisitos de praxe; b) Demonstração das razões de exigir contas: comprovação da relação jurídica e o motivo do ajuizamento (interesse de agir específico); o Pedidos: cumulação de pedidos. a) Prestar as contas (1ª fase); b) Pagar o saldo devedor (2ª fase); • O pedido pode ser GENÉRICO; o Citação e respostas possíveis: prazo de 15 dias2, que começa a fluir automaticamente a partir da intimação do réu, na pessoa do seu advogado; 1) Apresenta as contas e não contesta: abertura de contraditório (ao autor – 15 dias) e (eventual) decisão da 1ª fase; • A impugnação pelo autor tem que ser específica e fundamentada; 2 Qual é o termo inicial do prazo de 15 dias, previsto no art. 550, § 5º, do CPC/2015, para o réu cumprir a condenação da primeira fase do procedimento de exigir contas? O termo inicial do prazo de 15 (quinze) dias, previsto no art. 550, § 5º, do CPC/2015, para o réu cumprir a condenação da primeira fase do procedimento de exigir contas começa a fluir automaticamente a partir da intimação do réu, na pessoa do seu advogado, acerca da respectiva decisão. STJ. 3ª Turma. REsp 1.847.194/MS, Rel. Min. Marco Aurélio Belizze, julgado em 16/03/2021 (Info 689). Obs: o prazo de 48 horas para a apresentação das contas pelo réu, previsto no art. 915, § 2º, do CPC/1973, deve ser computado a partir da intimação do trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito do autor de exigir a prestação de contas (STJ. 3ª Turma. REsp 1.582.877-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/04/2019. Info 647). 2) Apresentação das contas e contestação: abertura de contraditório e (eventual) decisão da 1ª fase; • Entende que tem dever de prestar, mas discorda de algum argumento; 3) Contestação sem apresentação de contas: nos casos em que o demandado acredita não ter dever de prestar contas; • Entende que não tem dever de prestar contas; 4) Sem contestação nem apresentação de contas: revelia, permitindoinclusive o julgamento antecipado; o Provimentos jurisdicionais: 1) Havendo apresentação de contas – prazo para manifestação do autor e o processo volta a seguir o rito comum; 2) Não havendo apresentação de contas: • Determinação para apresentar (se o juiz entender que existe dever); • Autor pode apresentar as contas em 15 dias; o O demandante NÃO pode impugnar; • É possível a determinação de perícia; o Sentença: ▪ Formação de título executivo judicial; ▪ Decisão que põe fim à 1ª fase: divergência doutrinária – decisão interlocutória ou sentença; • Aplicação da FUNGIBILIDADE RECURSAL (Daniel Assumpção): entre agravo de instrumento e apelação; PROVIMENTO CONTEÚDO RECURSO Procedência Condena o réu a prestar as contas sob pena de perder o direito de impugnar as prestadas pelo autor Agravo de Instrumento (Vide info 650, STJ3) Improcedência - Apelação Sem resolução de mérito o Intimação do réu para apresentar contas em 15 dias: ▪ Se não apresentar, o autor apresenta no mesmo prazo (o réu não pode impugnar); ▪ Se apresentar: • Prazo para autor se manifestar; o Impugnação fundamentada e específica – contraditório do réu em prazo razoável; • Possibilidade de determinação de perícia contábil – NÃO cabe AI (Info 654, STJ - 20194); • 2ª FASE: Apuração do saldo devedor e execução. 3 Cabe agravo de instrumento contra a decisão que julga procedente, na primeira fase, a ação de exigir contas, condenando o réu a prestar as contas exigidas. Como essa decisão não gera o encerramento do processo, o recurso cabível será o agravo de instrumento (arts. 550, § 5º, e 1.015, II, do CPC/2015). Por outro lado, se a decisão extinguir o processo, com ou sem resolução de mérito (arts. 485 e 487), aí sim haverá sentença e o recurso cabível será a apelação. STJ. 4ª Turma. REsp 1.680.168-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, julgado em 09/04/2019 (Info 650). 4 A decisão interlocutória que, na segunda fase da ação de prestação de contas, defere a produção de prova pericial contábil, nomeia perito e concede prazo para apresentação de documentos, formulação de quesitos e nomeação de assistentes, não é imediatamente recorrível por agravo de instrumento. STJ. 3ª Turma. REsp 1.821.793-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/08/2019 (Info 654). https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/08/info-650-stj.pdf
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