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É a personalidade marcante do teatro do oprimido. Sendo um dos maiores teatrólogos Brasileiro, (BOAL, 2014). Em 1956, provoca uma revolução estética no teatro Brasileiro, com peças de baixo custo e com qualidade. Essa forma de teatro surgiu como método de intervenção num momento de democratização do conhecimento (CAMPOS; SAEKI, 2014 p.2). Foi fundado, antes do que ficaria conhecido, como teatro do oprimido, sendo uma técnica desenvolvida por Boal, no teatro Arena de São Paulo, no período anterior à sua saída forçada do Brasil devido à ditadura militar. Esta técnica transforma qualquer notícia de jornal, ou qualquer outro material sem propósito dramático, em cenas ou ações teatrais, visando a problematização das cenas. Esse teatro, ao mesmo tempo em que apresentava os espetáculos para o público, fazia sessões para ensinar estas mesmas técnicas para grupos interessados em aplicá-las (ANDRADE; 2013). Devido à repressão imposta pelo Al-5 em 1958, viaja para fora do país e desenvolveu o teatro como ferramenta. Em 1986, retornando ao Brasil, Boal, cria o Teatro do Oprimido (TO), que é um método teatral em que a construção do drama é realizada por pessoas que sofrem opressões, o drama é real e estético, teatral e cotidiano, com características próprias que visam facilitar o diálogo com a plateia, no TO, os espectadores passam a ser espect-atores, pois, em vez de afastados da cena e alienados, são convidados a participar debatendo e apresentando suas saídas para as situações-limite encenadas (CAMPOS;SAEKI, 2014 p.2 ). É o teatro, onde todos os seres humanos são atores, pois agem, mas também espectadores por que observam (BOAL, 2006). Dessa forma, é necessário ativar seus sentidos, saindo do local de coadjuvante e repetidor de ideias, para tomar consciência da situação e das suas opressões. Conforme Boal, a maioria de nós, nem sempre, usa os sentidos plenamente. Vivemos uma vida sem senti-la, e, assim, deveríamos Aquele homem que se sente oprimido por sua classe social, pode, ao mesmo tempo, ser o opressor de sua mulher, de seu filho, de seu vizinho. Gera-se uma cadeia de opressões que parece não ter fim. Essa frase, sintetiza o TO. É preciso conhecer o corpo e torna-lo expressivo. Libertar-se da posição de expectador passivo para ator Sentir tudo o que se toca, escutar tudo o que se ouve, e ver tudo o que se olha; não é apenas ouvir por ouvir, é ser protagonista da sua própria existência (BOAL, 2014). Teixeira (2004) postula como os objetivos do TO, a mudança do espectador do lugar alienado para o de sujeito, onde propõe, atua, reflete e age. A Associação Internacional do Teatro do Oprimido (AITO, 2012 apud CAMPOS; SAEKI, 2014), postula como finalidade do TO: restabelecer o diálogo entre os seres humanos, evitando a construção de relações opressoras e oprimidas. A função do curinga, é uma das principais para Boal, ele busca trazer os espect-atores para dentro da discussão da peça em questão. O que se busca é dar voz para o espectador, permitindo que situações vistas possam ser nelas identificadas (NOGUEIRA; VELLOSO, 2012). O curinga é um agitador de torcida, um líder político de massas, uma figura que, através da empatia, tenta mostrar que a opinião do expectador é necessária (NOGUEIRA; VELLOSO, 2012) O funcionamento geral do teatro do oprimido, pode ser dividido por algumas etapas gerais: Baseando-se nas três premissas principais, o objetivos dos jogos, é conhecer o corpo, e torná-lo expressivo “ativando” um corpo mecanizado, que vive no automático. Basicamente, tem como objetivo fazer o grupo se “soltar” para a ação teatral. Em um dado momento, o grupo é convidado a contar uma história, sobre uma opressão sofrida por um participante, que será encenado a partir do teatro. Não promove uma resposta ideal, mas sim provoca as pessoas a promover uma real mudança O expectador, é chamado a intervir e participar da cena, com o objetivo de encontrar saídas Lembrando que essa foi uma explicação breve sobre toda a complexidade do funcionamento. Uma das diferenças, é que no teatro do oprimido, existe uma preparação para a apresentação, que não deixa de lado a espontaneidade, mas trabalha esse tema, por 3 ou 4 dias com o grupo, ao contrário do psicodrama. Vamos conhecer algumas técnicas principais: Os atores se disponibilizam no espaço cênico como estátuas, buscando representar a situação em questão e não usam palavras. É fundamental que haja silêncio total. Ao montar o quadro vivo os espect-atores são convidados a modificarem as imagens problema para uma situação ideal (BOAL, 2006). Todos ficam parados, em uma cena, que pode ter um movimento de repetição com um pequeno som, para que a cena pulse, como se a opressão fosse explodir A cena, é uma violência doméstica. Dois atores, estão face a face, um vira o rosto e grita, o outro vira a mão para bater. Isso de forma repetitiva. O espectador, pode intervir na cena, também com um único movimento, como segurar a mão do agressor. É uma técnica em que os atores representam uma cena até a apresentação do problema, e em seguida propõem aos espectadores que mostrem, por meio da ação cênica, soluções para o então problema apresentado. Aquelas discussões iniciais de uma situação de opressão, podem ser encenadas através dessa técnica (BOAL, 2006). O oprimido (protagonista) e o opressor (antagonista) estão frente a frente. Revelando uma situação real, em que o oprimido não foi capaz de enfrentar. Agora, ele terá a chance de vivenciar novamente e responder de forma distinta. Se a opressão encenada, é “minha” eu participo na plateia, para então, intervir na cena, junto com outros espect-atores que poderão sugerir novas soluções Pai homofóbico, humilha o filho e o expulsa de casa. A história foi o momento de opressão de alguém, que pode intervir. Levar o público, a compreender a falha política ou social da situação e instiga-los a intervir a qualquer momento. A proposta é a representação de uma cena diante de pessoas que não sabem que estão sendo espectadoras da ação dramática, e precisa acontecer num ambiente diferente do teatral, o mais dentro do cotidiano das pessoas possível (BOAL, 2006). Deve ser muito bem planejada e ensaiada, para que funcione. As pessoas não devem desconfiar que se trata de uma cena Cabe aos atores prolongarem a discussão, para que o espectador queira ser inserido na cena, que neste momento já passa a ser protagonista da ação teatral proposta. A série de reportagens do fantástico: “Vai Fazer o Que?” pode ser um bom exemplo. Como em um episódio, em que uma criança está sendo aliciada na praça de alimentação de um shopping por um homem adulto. Fazendo com que os expectadores sintam a cena e possam intervir. Apresenta uma forma de desmistificação da Fotonovela, por ser uma literatura direcionada as classes mais baixas da população. Para revelar as ideologia dominantes da mídia, quem coordena, dará exemplos de uma situação comum, da vida dos espect- atores, mas não falará, que na verdade trata-se de uma cena da mídia. Assim, discutirão as diferenças com a realidade (BOAL, 2006). Mistura de teatro fórum com uma câmara ou assembleia, com o objetivo de chegar a formulação de leis viáveis para a resolução do problema. Propõe a problemática de um determinado grupo, e ocorre um debate, que visem soluções (BOAL, 2006). Como já foi demonstrado, anteriormente, consistia basicamente, em encenar notícias que eram censuradas pelo governo, para revelar as informações distorcidas (BOAL, 2006). Técnica de ensaio para resistência a uma repressão futura. Consiste em solicitar a um participante que relembre um momento ao qual tenha sido vítima de uma repressão. Então esta pessoa escolhe outras presentes para lhe auxiliar na reconstrução da cena, para que ele possa reagir de maneiradiferente. . Pai que expulsou a filha grávida de casa aos 15 anos, agora revive a cena através do teatro, e tem a chance de reagir a opressão. Contar uma história (mito) de forma lógica revelando as verdades escondidas (BOAL, 2006). É uma série de exercícios, que visam trabalhar com demandas subjetivas como depressão, solidão, tristeza etc... A intenção é levar as demandas para o teatro fórum. (BOAL, 2006). Os objetivos, precisam ser muito bem definidos, para que a cena ocorra, e desperte a ação no expectador
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