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Farmacologia - Thayná Martins Doenç� d� Parkinso� - Transtorno neurodegenerativo - Primeiros relatos de sintomas parkinsonianos - Índia 5000 a.C - Apenas em 1817, James Parkinson publica o primeiro ensaio que descreve a doença; Sinais e sintomas Tétrade clínica (sintomas clássicos e mais facilmente identificados) - Bradicinesia - lentidão de movimentos - Rigidez muscular - devido ao aumento do tônus de alguns grupos musculares - Tremor de repouso - Desequilíbrio postural dado a alteração do eixo gravitacional Sintomas não motores: - Podem surgir antes e predominam nos estágios avançados da doença - Comprometimento das funções sensoriais, associação com depressão, transtorno de ansiedade e perda da função cognitiva (algo não previsto por Parkinson no séc.XIX 1 Farmacologia - Thayná Martins Transmissão dopaminérgica - O comprometimento da transmissão dopaminérgica é uma das principais causas para o aparecimento dos sintomas motores - Como se dá essa neurotransmissão? - Aminoácido precursor > tirosina - A tirosina hidroxilase converte a tirosina em L-dopa (que é um fator limitante pois é dependente de AMPc para que a gênese da dopamina seja possível) - A enzima dopa-descarboxilase transforma a L-dopa em dopamina - A domina é armazenada em vesículas sinápticas - A dopamina fica abrigada até que chegue um potencial de ação > entrada de Ca no terminal sináptico > migração da vesícula sináptica para próximo da fenda > exocitose da dopamina no espaço sináptico - A dopamina pode agir em receptores tanto na célula pós sináptica quanto na célula pré sináptica (mecanismo auto regulatório) 2 Farmacologia - Thayná Martins - A dopamina então pode ser metabolizada pela COMT ou ser recaptada pela célula pré sináptica Receptores dopaminérgicos - Família D1 - São metabotrópicos e acoplados a proteína Gs - Excitatório - Família D2 - Acoplados a proteína Gi - Inibitório 3 Farmacologia - Thayná Martins Localização dos receptores: “Destaque para os receptores D2 que se localizam na substância negra e no núcleo estriado > Via nigroestriatal" 4 Farmacologia - Thayná Martins Vias dopaminérgicas Principais vias: Via nigroestriatal (mesencéfalo-núcleo estriado), Via mesolímbica (área tegumentar ventral-núcleo accumbens); Via mesocortical (área tegmentar ventral - córtex pré frontal); Via tuberoinfundibular (hipotálamo-hipófise); Via talâmica (mesencéfalo-tálamo) Na doença de Parkinson a via comprometida é a Nigroestriatal devido ao processo de degeneração Via nigroestriatal - Corpos celulares na substância nigra com projeções direcionadas para o núcleo estriado - No núcleo estriado também chegam projeções modulatórias do córtex - Os primeiros sintomas aparecem quando 70% dos neurônios são perdidos ou quando há uma redução de dopamina de 20-40% estriatais - Redução da influência dopaminérgica sobre o controle motor das vias estriatais > alteração das vias motoras 5 Farmacologia - Thayná Martins Formação dos corpos de Lewy a partir do dobramento errôneo e inadequado da proteína alfa-sinucleína (devido a mutações de genes) > leva a ação bioacumulativa de tais proteínas (corpos de Lewy) 6 Farmacologia - Thayná Martins Corpos de Lewy - Emaranhados moleculares da a-sinucleína mutada - Se localizam particularmente no núcleo estriado - Relacionados com a gênese da doença - Ação degenerativa e morte celular Comprometimento do mecanismo de reparo UPS - sistema proteassoma-ubiquitina : mecanismo enzimático de degradação da a-sinucleína 7 Farmacologia - Thayná Martins Redução do conteúdo dopaminérgico estriatal - Isso se deve a ação neuro degenerativa dos neurônios da via nigroestriatal - Neuroadaptação > maior sensibilidade dos receptores pós sinápticos Controle dopaminérgico no sistema motor - Os receptores dopaminérgicos no corpo estriado podem ser do tipo D2 (-) e D1 (+) - Via indireta (vermelho) > função na redução do controle motor - Receptores inibitórios(D2) > redução da liberação de mediadores inibitórios como GABA e encefalina que deixam de inibir o globo pálido lateral > este então liberaria maior quantidade de GABA sobre o núcleo subtalâmico > inibido mais efetivamente a liberação 8 Farmacologia - Thayná Martins de glutamato no globo pálido medial e na substância negra (parte reticular) > maior liberação de GABA sobre o tálamo > inibindo as vias tálamo corticais responsáveis pelo ato motor - Via direta (preta) > ação motora - Receptores excitatórios D1 > liberariam GABA e substância P no globo pálido medial e substância nigra > inibindo a liberação de GABA sobre o Tálamo > Maior atividade das vias tálamo-corticais > maior controle motor 9 Farmacologia - Thayná Martins Antiparkinsonianos Características - Os fármacos visam o tratamento sintomático da doença e não no tratamento do processo neurodegenerativo subjacente - Foco na restauração dos níveis de dopamina - O tratamento crônico com os antiparkinsonianos leva a uma redução da sua eficácia clínica com o tempo Opções terapêuticas: 1. Precursores da dopamina > Levodopa 2. Agonistas dopaminérgicos > Bromocriptina (D2) 3. Antagonista NMDA* > Amantadina 4. Inibidores da degradação de dopamina > Inibidores da MAO-B; AADC; COMT 5. Anticolinérgicos* > Triexifenidil *Efetividade limitada No tratamento do Parkinson é comum a estratégia de uso de múltiplos fármacos > associação deve ser feita de forma racional 10 Farmacologia - Thayná Martins Precursores da dopamina - Fármaco mais utilizado: L-dopa (+carbidopa) - É um precursor natural da dopamina - Sofre a ação da dopa descarboxilase sendo convertida em dopamina - Limitações: - Eminente possibilidade da conversão periférica em dopamina, pois a dopamina não consegue ultrapassar a BHE, limitando sua disponibilidade no SNC - Metabolização pela COMT - Para aumentar a biodisponibilidade central da L-dopa é comumente administrado fármacos inibidores da dopa-descarboxilase (bencerecida/carbidopa) - Os inibidores da dopa descarboxilase também não conseguem ultrapassar a BHE > agentes adjuvantes > efeito apenas periférico 11 Farmacologia - Thayná Martins Levodopa - 3% para 10% de biodisponibilidade central - Discinesia: perda do controle motor facial - Efeito on-off - devido a seu reduzido tempo de meia vida, grande conteúdo de dopamina por curto tempo, hora com hora sem dopamina; - Diante de uma dieta hiperproteica , haveria uma competição por transportadores responsáveis pela captura de levodopa e aminoácidos 12 Farmacologia - Thayná Martins Agonistas dopaminérgicos Fármacos: - Apomorfina¹ (ultima escolha terapêutica) - Bromocriptina (D2) > 2 - Pergolina (D1 e D2) > 2 - Cabergolina (D1 e D2) - Pramipexol (D3>D2) - Ropinirol (D3> D2) - Múltiplas administrações diárias (não são a primeira linha de escolha) - Ação direta sobre o receptor 13 Farmacologia - Thayná Martins Inibidores da degradação da dopa Inibidores da monoaminoxidase-B (MAO-B): - Selegilina - Rasagilina A isoforma B é responsável pela metabolização central e periférica da dopamina, no entanto a sua ação periférica é menor do que a da isoforma A 14 Farmacologia - Thayná Martins - Os inibidores da isoforma A alteram mais o metabolismo periférico de monoaminas; Inibidores da COMT: - Tolcapona (ação periférica e central) - 1 - Entacapona - 2 15 Farmacologia - Thayná Martins Fármacos de ação não dopaminérgica Amantadina Efeitos controversos RAMs: - Tontura - Náusea e vômitos - Letargia - Distúrbio do sono Antagonistas de receptores muscarínicos - Benzotropina - Triexifenidil 16 Farmacologia - Thayná Martins - É necessário que esses fármacos consigam ultrapassar a barreira HE - Parkinsonismo iatrogénico > Induzido por fármacos - O efeitos adversos se deve ao bloqueio dos receptores colinérgicos em outros locais fora do núcleo estriado Associação tripla: Levodopa + Carbidopa + Entacapona 17 Farmacologia - Thayná Martins 18
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