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Wencesleu Braz 2019 ALÉX YAMASHIRO SILVA FERNANDO DOS SANTOS RODRIGUES GISELE APARECIDA MARIANO NATAN MIGUEL DA CRUZ CARVALHO RODRIGO PIRES SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO AGRONOMIA - BACHARELADO ANÁLISE SISTEMÁTICA DE MORFOLOGIA DE SOLO PARA VIABILIDADE DE CULTIVO DA SOJA Wenceslau Braz 2019 ANÁLISE SISTEMÁTICA DE MORFOLOGIA DE SOLO PARA VIABILIDADE DE CULTIVO DA SOJA Trabalho de Agronomia - Bacharelado apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Informática aplicada, Ciência do solo: Morfologia e Gênese, Ciência do solo: Fertilidade do solo e Nutrição Mineral das Plantas, Topografia e Georreferenciamento, Morfologia e Sistemática Vegetal e Seminário Interdisciplinar. Orientador: Prof. Flavia Luciane Biodoa Roim, Maurilio Cristiano Batista Bergano, Jamile Rithes Bernardes, Gabriel Trindade Caviglione e Ana Paula Scaramal Riotto. ALÉX YAMASHIRO SILVA FERNANDO DOS SANTOS RODRIGUES GISELE APARECIDA MARIANO NATAN MIGUEL DA CRUZ CARVALHO RODRIGO PIRES SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 INFORMÁTICA APLICADA ................................................................................... 4 3 CIÊNCIA DO SOLO: MORFOLOGIA E GÊNESE ................................................ 6 4 FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO MINERAL DAS PLANTAS ............... 12 5 TOPOGRAFIA E GEORREFERENCIAMENTO .................................................. 14 6 MORFOLOGIA E SISTEMÁTICA VEGETAL...................................................... 19 7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 23 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 24 3 1 INTRODUÇÃO O estudo sobre a ‘ciência do solo’ envolve vários recurso natural da superfície terrestre, incluindo a formação do solo (pedogênese), sua classificação e cartografia e ainda as suas propriedades físicas, químicas, biológicas e fertilidade, bem como a relação destas propriedades com o uso e gestão dos solos. Por vezes, termos que se referem a ramos da ciência do solo, como pedologia (formação, química, morfologia e classificação de solos) e edafologia (influência do solo nos organismos, especialmente plantas), são utilizados como sinônimos de ciências do solo. A diversidade de nomes associados a esta disciplina está relacionada com as várias associações possíveis. Naverdade, geólogos, engenheiros, físicos, agrônomos, geógrafos, biólogos, microbi ólogos, silvicultores, arqueólogos e especialistas em planeamento regional, contribuem todos para o conhecimento mais completo dos solos e para o avanço das ciências dos solos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedog%C3%AAnese_(solo) https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Edafologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Planta https://pt.wikipedia.org/wiki/Ge%C3%B3logos https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenheiro https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica https://pt.wikipedia.org/wiki/Agronomia https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Microbiologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Microbiologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Silvicultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Arqueologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Planeamento_regional 4 2 INFORMÁTICA APLICADA A viabilidade do cultivo de soja e milho na área de João Medeiros Neto é favorável, uma vez que as características do clima tropical favorecem o produtor. No entanto, o excesso de chuvas, com consequente redução na luminosidade podem afetar negativamente a cultura de milho. 2.1 ANÁLISE DO SOLO Primeiramente, precisa-se realizar a análise de solo com uma boa amostragem. As amostras devem ser representativas das áreas ou talhões que se pretende manejar. Antes de definir o esquema de amostragem, deve-se dividir a área em talhões homogêneos, onde se tem o mesmo tipo de solo e manejo. São utilizados como parâmetros para distinção dos talhões: a posição na paisagem (topografia), a cor do solo, profundidade efetiva do solo, a vegetação original, o uso atual e anterior (sequência de culturas, adubações, correções do solo etc.). Figura 1 - Representação esquemática de divisão de uma propriedade em glebas ou talhões a serem amostrados Fonte: Nunes (2010) 2.2 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E SISTEMÁTICAS DO MILHO E DA SOJA A planta de soja é uma dicotiledônea cuja estrutura é formada pelo conjunto de raízes e da parte aérea. O desenvolvimento pode ser dividido em dois 5 períodos, o vegetativo, desde a semeadura até o florescimento e o reprodutivo, do florescimento a colheita. A soja (Glycine max L.) é uma oleaginosa anual, da família Leguminosae, é classificada como espécie de ciclo C3. Quadro 1 - Média da composição dos grãos de soja PROTEÍNA ÓLEO CARBOIDRARTO CINZAS NA BASE SECA 40% 21% 33% 4% Fonte: Nunes (2010) O milho pertence a família das Poáceas (antiga família das gramíneas). É uma espécie anual, estival, cespitosa, ereta, com baixo afilhamento, monóico-monoclina, classificada no grupo das plantas C-4, com ampla adaptação a diferentes condições de ambiente. Para expressão de seu máximo potencial produtivo, a cultura requer temperatura alta, ao redor de 24 e 30°C, radiação solar elevada e adequada disponibilidade hídrica do solo. Figura 2 – Etapas plantio soja e milho Fonte: Nunes (2010) 6 3 CIÊNCIA DO SOLO: MORFOLOGIA E GÊNESE O solo contém várias características presentes e observáveis nos solos que permitem distinguir um determinado tipo de solo dos demais. Algumas características rotineiramente observadas na descrição morfológica de solos são eles: • Cor: É de fácil identificação e possibilita fazer inferências a respeito do conteúdo de matéria orgânica, tipos de óxidos de ferro, processos de formação, dentre outros. Para que se tenha um padrão de identificação de cor do solo, utiliza-se a Carta de Cores de Munsell (Munsell Color Charts), que considera as variações da cor em escalas de três componentes: matiz, valor e croma. • Textura: a textura tem grande influência no comportamento físico-hídrico e químico do solo, e por isso, sua avaliação é de grande importância para o uso e manejo dos solos utilizados para a agricultura. É expressa pela proporção dos componentes granulométricos da fase mineral do solo, areia, silte e argila. Deve ser observada em campo, na descrição morfológica, mas seu valor definitivo é dado pela análise granulométrica, realizada em laboratório. No Brasil, a classificação de tamanho de partículas utilizada segue o padrão disposto a seguir (EMBRAPA, 1979): Argila (< 0,002 mm); Silte (0,002 - 0,05 mm); Areia fina (0,05 - 0,2 mm); Areia grossa (0,2 - 2 mm). As frações mais grosseiras do que a fração areia são: Cascalho (2 - 20 mm); Calhau (20 - 200 mm); Matacão (> 200 mm). • Estrutura - é o arranjo estabelecido pela ligação das partículas primárias do solo entre si por substâncias diversas encontradas no solo, como matéria orgânica, ósidos de ferro e alumínio, carbonatos, sílica, etc. Este arranjo dá origem aos agregados ou peds, que são unidades estruturais separadas entre si por superfícies de fraqueza. A estrutura tem grande influência no desenvolvimento de plantas no solo, como sistema radicular, armazenamento e disponibilidade de água e nutrientes e resistênciaà erosão. A estrutura é caracterizada conforme três aspectos: - Tipo: laminar, prismática, colunar, blocos angulares, blocos subangulares, granular 7 - Tamanho: muito pequena, pequena, média, grande muito grande - Grau de desenvolvimento: solta, fraca, moderada, forte • Consistência - a consistência diferencia a adesão e coesão de particulas do solo, que podem variar em função da textura, matéria orgânica e mineralogia e deve ser observada em campo em três condições de umidade: consistência seca, que avalia o grau de resistência à quebra ou esboroamento do torrão, se classifica em solta, macia, ligeiramente dura, dura, muito dura, extremamente dura; consistência úmida, que é dada pela friabilidade do torrão ligeiramente úmido, se classifica em solta, muito friável, friável, firme, muito firme, extremamente firme; e a consistência molhada, que é observada em amostras molhadas, amassadas e homogeneizadas nas mãos. Ressalta-se ainda que se pode avaliar a plasticidade (capacidade do material em ser moldado), em três tipos: não plástica, ligeiramente plástica e muito plástica e; a pegajosidade (capacidade de aderência), em três tipos: não pegajosa, ligeiramente pegajosa e muito pegajosa. • Porosidade - A porosidade é visualizada no perfil de solo e deve ser descrita conforme a quantidade e o tamanho dos poros. Em relação a quantidade visualizar se são poucos, comuns ou muitos; quanto ao tamaho se pequenos, médios grandes ou muito grandes. • Cerosidade - a cerosidade pode ser visualizada em campo a olho nu ou com auxílio de lupa na superfície dos agregados ou em laboratório, por análise micromorfológica. Ocorre nas superfícies dos agregados ou nos poros. Tem aspecto de brilhante ou lustroso, resultante da deposição de material inorgânico ou argila. A classificação é feita conforme dois aspectos: grau de desenvolvimento: fraca, moderada ou forte; ou quantidade: pouco, comum ou abundante • Nódulos e concreções minerais - são corpos cimentados diferentes da matriz do solo e que podem ser destacados da mesma. Os nódulos não possuem organização interna. Já as concreções são desenvolvidas em torno de um ponto, de forma concêntrica. Na descrição de campo, devem-se considerar diversos aspectos dos nódulos ou concreções, tais como quantidade, tamanho, dureza, forma, cor e natureza. • Minerais magnéticos - avaliada no campo pelo grau de atração magnética à um imã de bolso. 8 • Carbonatos - É detectado em campo pelo grau de efervescência da superfície do material quando em contato com um pequeno volume de ácido clorídrico a 10 %. • Manganês - É detectado em campo pelo grau de efervescência da superfície do material quando em contato com um pequeno volume de peróxido de hidrogênio de 20 volumes. • Sulfetos - É comum serem observados em áreas de mangue ou com restrição de drenagem. No campo, os compostos de sulfetos apresentam coloração amarelo-dourada e odor característicos. • Eflorescências - São observadas no campo como crostas de sais nas superficies das estruturas. São resultado do acúmulo de sais após evaporação, portanto são encontradas em condições de solo seco. • Coesão - É uma característica observada em campo pela dureza (duro, muito duro ou extremamente duro) de horizontes subsuperficiais quando secos e friabilidade (friável a firme) quando úmidos. A coesão é comumente presente em Latossolos e Argissolos Amarelos da Formação Barreiras, na parte superior dos horizontes B. Podem ser descritos dois graus de coesão em campo: moderadamente coeso, refere-se ao material resistente à penetração de faca, martelo pedológico e trado, apresenta consistência dura quando seco e friável a firme quando úmido.; ou fortemente coeso, que é o material resiste fortemente à penetração de faca, martelo pedológico e trado, apresenta consistência muito dura a extremamente dura quando seco e friável a firme quando úmido. A morfologia do solo estuda os fatores que causam a modificação do mesmo, ou seja, fatores físicos (força do vento), químicos (modificações químicas da rocha com a água por exemplo) e biológicos (minhocas por exemplo) que fazem com que o solo sofra mutações. Essas mutações e suas formas dão origem aos diversos tipos de solo existentes em nosso planeta. Quanto maior a atuação da pedogênese no solo, mais este se tornará um corpo individual, com características próprias. Para se determinar o tipo de solo, busca-se pesquisas teóricas e dois momentos empíricos: análise de camp e análise de laboratório. A análise de campo é, sem dúvidas, um dos momentos mais importantes do estudo da pedologia, sendo o único momento em que o pesquisador 9 poderá ver o solo como um corpo tridimensional, atrelado a paisagem. Em laboratório, na maioria dos processos, o solo deverá ser destruído de sua estrutura original (salvo preparação para micromorfologia). Informações como cor, influência do relevo e biomassa e estrutura de agregados se perderão. O principal objetivo do estudo em campo é descrever de forma padronizada a morfologia, ou seja, a "anatomia" do solo, a qual será melhor analisada junto aos resultados laboratoriais para se determinar o tipo de solo, sua gênese, etc. Geralmente, os processos de descrição são bastante simples e não exigem equipamentos mais complexos do que pás, martelos de pedólogos, lupas, água para molhar a amostra e tabela de cor. Os sentidos usados pelo pedólogo geralmente são o tato (para se testar textura) e visão; há, contudo, alguns métodos descritivos, menos usuais e não aconselhados, que se utilizam do paladar (para determinar se a amostra é siltosa ou argilosa) e até olfato, para se determinar decomposição e presença de rochas argilosas. Nesta análise visual inicial, distinguem-se os horizontes do solo, detectando-se a translocação de argilas e matéria orgânica pela cor e consistência. Depois recolhem-se amostras que serão analisadas para determinar a composição em areia (grossa e fina), argila e silte. Essas partículas distinguem-se primeiramente pelo tamanho, mas suas propriedades são diferentes, por exemplo, as argilas adsorvem partículas. Um solo possui camadas horizontais de morfologia diferente entre si. Essas camadas são chamadas de horizontes. Essas camadas, apesar de todos as normas e técnicas, dependem para sua delimitação em campo estritamente dos sentidos do pedólogo. A soma destas camadas define o perfil do solo. Como a ação pedogenética, tal como perturbação de seres vivos, infiltração de água, entre outros, é variável ao perfil, é constante o desenvolvimento de alguns horizontes. Diz-se que quanto mais distante da rocha mãe, mais intensa e/ou antiga foi a ação pedogenética. Basicamente um perfil de solo apresenta os horizontes: • O - O horizonte orgânico do solo e bastante escuro 10 • H - Horizonte de constituição orgânica, superficial ou não, composto de resíduos orgânicos acumulados ou em acumulação sob condições de prolongada estagnação de água, salvo se artificialmente drenado. • A - Horizonte superficial, com bastante interferência do clima e da biomassa. É o horizonte de maior mistura mineral com húmus. • E - Horizonte eluvial, ou seja, de exportação de material, geralmente argilas e pequenos minerais. Por isso são geralmente mais claros que demais horizontes. • B - Horizonte de maior concentração de argilas, minerais oriundos de horizontes superiores (e, às vezes, de solos adjacentes). É o solo com coloração mais forte, agregação e desenvolvimento. • C - Porção de mistura de solo pouco denso com rochas pouco alteradas da rocha mãe. Equivale aproximadamente ao conceito de saprólito. • R ou D - Rocha matriz não alterada. De difícil acesso em campo. A textura do solo depende da proporção de areia, do silte (ou limo), ou argila na sua composição. Isso influencia na taxa de infiltração da água; armazenamento da água; aeração;facilidade de mecanização; distribuição de determinados nutrientes (fertilidade do solo). As percentagens de argila, silte e areia mudam bastante ao longo da extensão de um terreno. A maneira em que esses diferentes tipos de grãos se distribuem é de extrema importância na disseminação da água no solo. A textura modifica o movimento da água. No Brasil existe uma camada superficial que é arenosa e uma subsuperficial argilosa o que resulta em uma diferença quanto à porosidade. A água acaba penetrando mais facilmente na parte de cima e lentamente na camada inferior. Isso facilita a erosão em função do relevo e cobertura vegetal ou prejudica o desenvolvimento das raízes das plantas. Como a cor é algo bastante subjetivo, geralmente em todo o mundo se utiliza uma tabela de cor padrão, chamada de Münsell. Esta tabela consiste em aproximadamente 170 cores arranjadas de formas diversas. Achando a cor do solo nesta tabela, anota-se os três elementos básicos que regem o sistema de cores Münsell 11 • Matriz (Hue) - A cor pura, descrita entre vermelho (R), amarelo (Y), etc... • Valor (Value) - É o tom de cinza presente na cor ("claridade" da cor), variando entre branco ( valor 10) ou preto (valor 0) • Croma (Chroma) - proporção da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza. Variando também de 0 a 10. A cor implica diversas considerações imediatas sobre o solo. Geralmente, quanto mais escura, maior será o conteúdo de matéria orgânica. Já a presença de óxidos de ferro dá tons avermelhados para os solos. Cromas menos que 2 ou 3 podem indicar processo de gleização no solo. A cor Preto-azulado pode determinar magnésios. As partículas da textura podem se encontrar agregadas (porém não como rochas). A estrutura é então referente ao tamanho, forma e aspecto destes agregados. Os agregados, por sua vez, têm diversos graus de adesão, podendo ser mais friáveis (macios) ou mais brandos (duros). A resistência desses agregados é conhecida como consistência, e, como depende da textura, porosidade e outros fatores, que é também testada em amostras. • secas - para se determinar a dureza ou tenacidade • úmidas - para se determinar a friabilidade • molhadas - plasticidade e pegajosidade. Poros são os "vãos" dentro do solo. O maior fator de criação de tais poros é o bioma compostos de insetos, minhocas, etc... Os poros ajudam a penetração de água e sua permeabilidade, que, por sua vez, transporta material para dentro do solo, dos horizontes mais superficiais para os mais profundos. São dois grupos de poros, com um intermediário:de acordo com o diâmetro dos poros: macroporos - geralmente maiores de 0,075mm. Esses poros perdem sua água após 48h de secagem natural e são os que mais determinam a permeabilidade e aeração do solo; mesoporos - intermediário entre macroporos e microporos (entre 0,030mm e 0,075mm). 12 4 FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO MINERAL DAS PLANTAS A amostragem é considerada a fase mais crítica de um programa de recomendação de correção e adubação baseado em análise química de terra. O objetivo da amostragem é caracterizar a fertilidade de uma área ou gleba de grande dimensão, por meio da determinação das quantidades de nutrientes e outros elementos presentes, através de uma pequena fração de terra. A pesquisa tenta sistematizar certos procedimentos a fim de minimizar os erros de amostragem, devido a heterogeneidade que os solos apresentam. Para realizar a amostragem, deve-se caminhar em ziguezague dentro da gleba, fazendo paradas aleatórias e em cada parada coletar uma amostra. Para essa coleta deve-se limpar bem o local retirando restos vegetais e outras sujidades que possam comprometer a qualidade da amostra. Após ajuntar as amostras simples nesse recipiente, misturar bem e retirar uma porção de 500 gramas colocando em um saco plástico limpo e novo (se a amostra estiver úmida ela deve ser secada à sombra sobre um papel limpo e depois transferida para o saco plástico) A amostra composta formada deve ser enviada ao laboratório em um saco plástico limpo e bem identificado. Informações do produtor, da propriedade e da gleba que a amostra representa são muito importantes para o laboratório. Quando o produtor receber os resultados das análises, essas informações irão auxiliar na interpretação e recomendações de correção e adubação do solo, recomendações estas que devem ser feitas por um profissional habilitado. Em geral, a calagem deve ser realizada 3 meses antes do plantio da cultura. O calcário deve ser distribuído a lanço e incorporado uniformemente ao solo, até a profundidade de 17 cm a 20 cm. No cultivo convencional a aplicação é incorporada: aplicação do calcário seguida de operações de aração e gradagem. No sistema plantio direto, a correção da acidez do solo é feita por meio da aplicação de calcário na superfície sem incorporação. Para isso, recomendo a utilização de um calcário mais finamente moído, facilitando a reação do calcário com o solo e, consequentemente, maior efeito da calagem. A calagem superficial normalmente não tem efeito rápido na redução da acidez do subsolo, por isso o calcário deve ser aplicado o mais cedo possível, antes mesmo dos 3 meses anteriormente citado. 13 A calagem também atua ao longo dos anos no plantio direto, amenizando os efeitos nocivos da acidez em camadas mais profundas do solo. Isso é importante porque a acidez nas camadas subsuperficiais, em caso de níveis tóxicos de Al e/ou deficiência de Ca, pode impedir o desenvolvimento das raízes. No entanto, se sua região tiver um período de muita chuva e outro de seca, faça a calagem antes de acabar o período chuvoso, mesmo que seja 4 ou 5 meses antes da safra começar. Desse modo, haverá tempo do corretivo reagir para promover as mudanças benéficas ao solo que será cultivado no próximo período de chuvas. 14 5 TOPOGRAFIA E GEORREFERENCIAMENTO Topografia (do grego topos = lugar, local e grafo = descrição), significa a descrição minuciosa de uma localidade (área específica). Tem relação com o homem desde o início da humanidade, visto a necessidade de descrever o meio em que vive. Historicamente, não seria possível determinar o início da topografia, mas quando o homem deixou de ser nômade e passou a fixar moradia, a topografia já estava presente nas atividades e na determinação do espaço físico utilizado. O Velho Testamento contém frequentes referências ao direito de propriedade e mesmo os babilônios certamente praticavam alguma técnica de topografia. A prova para tal afirmação são mapas da Babilônia inscritos em tábuas encontrados por arqueólogos com idade estimada de 2500 a. C.Tem-se notícias de que a topografia nasceu no Egito antigo ao longo das vargens do Rio Nilo por seu alto potencial agrícola para a cultura de arroz e dai para frente crescente sua utilização. Com o tempo e a necessidade de medições outras inclusive de exageradas dimensões passou-se a utilização arcaica de geodésia servindo-se de observações astronômicas para a determinação de coordenadas geográficas. Concomitante ao desenvolvimento de métodos topográficos a aparelhagem também foi sendo aprimorada até culminarmos na atualidade com os atraentes GPSs e demais aparelhagem que trazem conforto nunca dantes pensado na histórica jornada topográfica com o uso de cadeias (correntes) trenas e outros instrumentos utilizados na topografia clássica. Dentro do PTG para a realização do presente trabalho, temos que, o profissional contratado, in casu o agrônomo, também foi requisitado para a avaliação topográfica da propriedade do Sr. João, local onde se desenvolve o presente trabalho, sendo que para tal o profissional dispõe de um teodolito e uma mira estadimétrica, e, com este equipamento efetuar o levantamento perimétrico da referida propriedade. 15 Figura 3 – Teodolito Fonte: Beck(2017) Figura 4 - Mira estadimétrica Fonte: Beck (2017) Figura 5 - Levantamento perimétrico Fonte: Beck (2017) 16 Necessita o Sr. João efetuar o recadastramento das coordenadas dos vértices da gleba adquirida de maneira a verificar os limites da propriedade, sendo que a área registrada na matrícula do imóvel apresenta a superfície de 4,05 hectares = 40.500,00 m². Para este mister o agrônomo contratado, dispondo dos materiais supra referidos elaborou trabalhos em campo, resultando das seguintes anotações: Tabela 1 – Planilha de Levantamento PLANILHA DE LEVANTAMENTO E PV < HOR AZIMUTE < VERT FS FM FI DIST A B 22°41'35" 87°51'28" 2,358 1,732 1,106 125,025 B C 285°04'11" 127°45'46" 99°45'14" 3,287 2,111 0,936 228,352 C D 237°01'11" 184°46'57" 89°01'33" 2,848 2,149 1,45 139,76 D E 277°05'24" 281°52'21" 89°21'50" 3,08 2,087 1,094 198,576 E A 247°38'23" 349°30'44" 86°56'27" 1,893 1,266 0,639 125,043 OBS.: ANOTAÇÕES EM PRETO = DADOS COLETADOS EM CAMPO ANOTAÇÕES EM VERMELHO = DADOS OBTIDOS EM GABINETE Dando sequência aos trabalhos, conforme os cálculos já iniciados na planilha acima, apresentamos os cálculos das coordenadas atualizadas, conforme segue: Tabela 2- Cálculo CÁLCULO DAS COORDENADAS E PV AZIMUTE DIST NORTE ESTE A B 22°41'35" 125,025 30345,740 29393,431 B C 127°45'46" 228,352 30205,888 29573,951 C D 184°46'57" 139,760 30066,608 29562,296 D E 281°52'21" 198,576 30107,452 29367,964 E A 349°30'44" 125,043 30230,400 29345,200 PRECISÃO = 1 / 19000 PERÍMETRO = 816,756 ERRO=LATITUDE = -0,039 LONGITUDE = -0,017 17 E assim sendo, tendo os trabalhos de campos alcançado resultados satisfatórios, passamos ao cálculo da superfície da propriedade do Sr. João, através da fórmula de Gauus, comparando com os dados advindos da matricula do imóvel, conforme segue a fórmula: n n A = ½ [(∑xiyi+1+xny1) – (∑yixi+1+ynx1)] i=0 i=0 Desmembrando teremos: A = ½ [ ( 29345,200 x 30345,740 + 29393,431 x 30205,888 + 29573,951 x 30066,608 + 29562,296 x 30107,452 + 29367,964 x 30230,400) – ( 30230,400 x 29393,431 + 30345,740 x 29573,951 + 30205,888 x 29562,296 + 30066,608 x 29367,964 + 30107,452 x 29345,200 ) ] = 41.337,73 m² Gráfico 1 – Resultado Fonte: Autores (2019) Gráfico 2 - Resultado 18 Fonte: Autores (2019) De maneira que, com os dados levantados em campo pelo Agrônomo contratado, elaborou-se os seguintes cálculos: a) distancias pelo método taqueométrico, através da mira estadimétrica; b) cálculo dos azimutes dos lados da poligonal que encerra o imóvel em questão; c) cálculo das coordenadas dos vértices deste perímetro; d) e consequente cálculo da superfície do imóvel (área) através da fórmula de Gauus. Conclui-se que pelo levantamento topográfico levado a termo pelo profissional responsável pelo levantamento topográfico haverá retificação da matrícula no Serviço Registral, haja vista a superfície lá anotada é 4,05 hectares, e no presente trabalho avaliou-se 4,13,37,73 hectares, ou seja, uma diferença de 837,73 m². 19 6 MORFOLOGIA E SISTEMÁTICA VEGETAL Fonte: Borges et al (2015) Características morfológicas da soja: a soja é originária de glycine ussuriensis, forma silvestre da planta, encontrada na Ásia. Esta leguminosa granífera, apresenta plantas herbáceas, anuais (90 a 160 dias), eretas e bem ramificadas, mas existem formas prostradas ou trepadoras, podem atingir uma altura que varia de 45cm a mais de 120cm, dependendo do cultivar e da época de semeadura. A planta é toda coberta por pelos curtos e finos de cor cinza ou marrom- clara. Sistema radical bem desenvolvido e nodulado. Folhas trifoliadas, com folíolos oval-lanceolados com pecíolos longos e cilíndricos, com pequenas estípulas na base, na maturação tornam-se amarelas e caem, deixando apenas ramos e vagens. Flores pequenas, retas ou um pouco curvadas. A cor varia entre amarelo-palha, passando por tons de cinza e marrom, até quase preta. Podem conter até cinco sementes e são tardamente deiscentes. A planta é de autofecundação, porém uma pequena taxa de polinização cruzada pode ocorrer. Quanto as características de sua raiz, a soja contém em seu sistema radicular a raiz axial principal e as raízes secundárias. Seu desenvolvimento é iniciado na germinação, desenvolvendo até a maturação fisiológica da planta. O crescimento radicular é dividido em três fases: • Fase 1: A radícula do embrião cresce verticalmente para baixo, dela cresce a raiz principal e dependendo da temperatura do solo, (22° a 27°) a raiz pode desenvolver-se de 2,5cm a 5cm diários. Após o crescimento atingir 45cm a 60cm de profundidade inicia o desenvolvimento das primeiras ramificações. • Fase 2: Surgimento da parte aérea com início do florescimento e formação das vagens. A raiz principal continua seu crescimento, podendo alcançar Características sistemáticas da soja Reino Plantae Filo Anthophyta Classe Magnoliopsida (Dicotiledônea) Ordem Fabales Família Fabaceae Gênero Glycine Nome Cientifico Glycine max 20 até 75cm de profundidade e as raízes laterais continuam se ramificando até os 15cm da raiz axial. • Fase 3: Esta ocorre no período entre a formação das vagens, enchimento dos grãos e a maturação fisiológica. Há diminuição no crescimento da raiz principal, por outro lado, há aumento no desenvolvimento e penetração das raízes secundárias principais. Na raiz da soja são encontrados nódulos resultantes de bactérias que são essenciais para seu crescimento e desenvolvendo, pois são elas que fornecem nitrogênio fixados no ar atmosférico e em troca recebem hidratos de carbono (BORGES et al, 2015). As características do caule da soja são do tipo Herbáceo ereto, pubescente e ramificado, desenvolve-se a partir do eixo embrionário, logo depois do início da germinação. No completo desenvolvimento do embrião, tem-se o eixo raiz hipocótilo, que possui no extremo superior os dois cotilédones e, no eixo inferior, o primórdio da radícula. O hipocótilo é a primeira porção desenvolvida do caule, seguindo do epicótilo, e por seu alongamento separam-se do nó cotiledonar as plúmalas com os primeiro primórdio folares gemas axilares. Após o epicótilo, são formados os internódios e, em cada nó, há uma folha e nas axilas destas uma gema lateral, que pode se transformar em ramificações dependendo das particularidades da constituição genética de cada cultivar, bem como do espaço disponível para o desenvolvimento. Se durante o crescimento não ocorrer influências de condições externas, o crescimento do caule na maioria das vezes é ortótropo. Quando a planta é exposta a condições de baixa luminosidade, especialmente em fotoperíodos longos, as cultivares torna-se volúveis, com caule delgado, podendo atingir mais de três metros de comprimento. Logo, necessitam de apoio. As características da folha é que ao longo de seu desenvolvimento, a planta da soja possui três tipos de folhas: as cotiledonares ou embrionárias, as simples ou unifoliadas e as trifoliadas ou compostas, cujo tamanho, formato e posicionamento são diferentes. Na germinação surgem duas folhas cotiledonares que se diferem pela forma oval elíptica. Os cotilédones são essenciais para o desenvolvimento inicial da plântula, pois fornecem reservas de nutrientes e, quando esgotados amarelam, murcham e caem. A folhas simples ou unifoliadas, possuem único folíolo: são inseridas opostamente no primeiro nó, acima do nó cotiledonar. São folhas de base larga ou estreita de forma lanceolada, truncada ou auriculada, sendo o ápice obtuso a 21 acuminado. Normalmente, possuem comprimento entre 6cm a 7cm e largura de 3cm a 4cm. O pecíolo é curto variando entre 1cm a 3cm de comprimento, na base de cada folha um par de estípulas. O caule principal ou asramificações produzem três folíolos (trifoliadas), sendo um terminal e dois laterais, dispostos alternadamente, de forma dística. Os folíolos são margens inteiras e de forma oval, lanceolado ou oblongo, tem de 4cm a 20cm de comprimento e 3cm a 10cm em largura. Porém existem cultivares com folhas maiores e ocasionalmente, maior número de folíolos, chegando em média de 4 a 7 folíolos por folha. O pecíolo varia de 5cm a 20cm de comprimento e é influenciado por alguns fatores, um deles é a posição e os tipos de crescimentos na planta. Nos pecíolos das folhas unifoliadas e trifoliadas, existem um pulvínulo que é responsável pelos seus movimentos. A coloração das folhas varia entre verde-pálida e verde escura. As flores da soja são formadas pelo cálice, corola, androceu e gineceu, ou seja, são flores completas. Ocorrem em racemos terminais ou axilares. O número de flores varia de 2 a 35 por racemos e quando abertas medem de 3cm a 8cm. A abertura floral pela manhã é influenciada pelas condições de temperatura e umidade. O cálice é tubular, formado por cinco sépalas e lóbulos de tamanhos diferentes, pubescentes, parcialmente unidos e persistentes. A corola é constituída em posição posterior e possui forma subordicularobovada. As pétalas laterais são chamadas de asas e as duas inferiores unidas formam a quilha ou carena. A coloração das pétalas varia de branco a roxo de diferentes tonalidades. Inicialmente separados, o androceu possui 10 estames diadelfos, sendo que posteriormente os filamentos de 9 são unidos numa única estrutura, ligados por um tecido meristemático desde a região basal e outro estame permanece separado na parte posterior. As anteras são livres arredondadas, dorsifixas e envolvem completamente o estigma na antese. O gineceu possui estigma e estilete com poucos glabros. O estilete mede metade do ovário e é curvado para trás, próximo ao estamos posteriores. O estigma é bífido e plumoso, antes da abertura floral, tornam- se receptível um a dois dias antes da abertura floral. O ovário é séssil oval e pubescente contendo de um a quatro óvulos. A cor da flor está relacionada com seu hipocótilo, bainhas e caules. Quanto ao fruto da soja, este é oriundo de duas valvas de um carpelo simples. É do tipo de vagem, achatado, reto e pouco curvado, pubescente e deiscente, geralmente possui 2cm a 7cm de comprimento, dependendo do cultivar e 22 das condições adofoclimáticas, enquanto a largura varia entre 1cm 2cm. O número de vagens por inflorescência é de 2 a mais de 20 e, acima de 400 por planta. A vagem tem de 1 a 5 sementes, contudo, a maioria das cultivares apresenta as vagens com 2 ou 3 sementes. A cor da vagem madura pode inflorescência é de 2 a mais de 20 e, acima de 400 por planta. A vagem tem de 1 a 5 sementes, contudo, a maioria das cultivares apresenta as vagens com 2 ou 3 sementes. A cor da vagem madura pode ser amarelo-palha muito claro, cinza-claro a quase preto, sendo estas características resultante da presença de caroteno ou xantofila e de presença ou ausência de pigmentos antocianos e, ainda, pelas condições de temperatura e umidade na maturação. A semente da soja é composta por um envoltório chamado tegumento. Há variações quanto à forma, tamanho, cor do tegumento, cor do hilo e cor dos cotilédones. A forma é variável, podendo ser globosa, elipsoidal e oval. A coloração do tegumento pode ser amarelo-palha, amarelo-oliváceo, verde-oliva, marrom, preta ou bicolor. No tegumento encontra-se o hilo e em sua extremidade a micrópila e abaixo dela, o hipocótilo. A cor dos cotilédones na semente madura é amarela ou verde, ocorrendo coloração amarela para a maioria dos cultivares. 23 7 CONCLUSÃO Solucionar os problemas da agricultura não é uma tarefa fácil, visto que estamos lidando com um potencial econômico importante para o país, principalmente para a população rural que tira grande parte de seu sustento da produção agrícola. Contudo, o aumento da população pode agravar a necessidade de inovações no método convencional de produção, além dos problemas ambientais que envolvem a agricultura convencional. Uma produção rende lucros, mas preciso faz-se necessário uma análise adequada do solo para verificar quais as condições se apresentam par ao plantio, e assim, reduzir possíveis prejuízos por perda de produtos. O uso e espaço (tamanho) da terra, a partir do gerenciamento precisa ser estipulado de acordo com o tipo e com a escala de produção. 24 REFERÊNCIAS BECK, M. Uso do Teodolito caseiro para o ensino de razões trigonométricas na Rede Municipal de Porto Alegre. Rev.Agri, v. 7, n.1, 2017. BORGES, W. Produção de soja e milho cultivados sobre diferentes coberturas Rev. Ciênc. Agron.,vol.46, no.1, 2015. NUNES, A. S. et al. Formação de cobertura vegetal e manejo de plantas daninhas na cultura da soja em sistema plantio direto. Planta Daninha, v. 28, n. 4, p. 727-733, 2010. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 INFORMÁTICA APLICADA 3 CIÊNCIA DO SOLO: MORFOLOGIA E GÊNESE 4 FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO MINERAL DAS PLANTAS 5 topografia e georreferenciamento 6 MORFOLOGIA E SISTEMÁTICA VEGETAL 7 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
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