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UFV – Universidade Federal de Viçosa Viçosa – MG (Novembro – 2020 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Luís César da Silva Índice 1. Introdução ................................................................................................................. 1 2. Propriedades dos grãos e do ar relevantes na aeração ............................................ 2 3. Utilização do ar ......................................................................................................... 6 3.1 Aeração em silo-pulmão ...................................................................................... 6 3.2 Resfriamento artificial da massa de grãos ........................................................... 7 3.3 Secagem a baixa temperatura ............................................................................. 9 3.4 Seca-aeração .................................................................................................... 10 3.5 Aeração ............................................................................................................. 11 4. Medição e monitoramento da temperatura dos grãos ............................................. 12 5. Pressões estática, dinâmica e total ......................................................................... 15 6. Medição de vazão e fluxo de ar .............................................................................. 17 7. Manejo do sistema de aeração empregando APPCC ............................................. 20 7.1 PCC1 – Sistema de aplicação de ar .................................................................. 21 7.2 PCC2 – massa de grãos ................................................................................... 21 7.2.1 Monitoramento da temperatura da massa de grãos .................................... 22 7.3 PCC3 – condições psicrométricas do ar ............................................................ 22 8. Projeto de sistema de aeração................................................................................ 26 8.1 Distribuição dos dutos de aeração ..................................................................... 30 8.2 Cálculos do espaçamento dutos de distribuição ................................................ 31 9 Referência ............................................................................................................... 34 1 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Aeração de Grãos e Termometria: Detalhes de Manejo e Projeto 1. Introdução A aeração é uma operação que tem por principal finalidade a redução das perdas qualitativas e quantitativas do produto durante o armazenamento. Assim, a tomada de decisão quanto ao momento adequado de acionamento dos ventiladores para insuflação de ar na massa de grãos, deve focar em medidas que promovam a redução das taxas de metabolismo dos grãos e da microbiota e insetos presentes. Basicamente, os sistemas de aeração de grãos têm por elementos: (1) o ambiente de armazenagem – silos ou graneleiros; (2) o ventilador – máquina que imprime velocidade e pressão ao fluxo de ar que passará pela coluna de grãos; (3) dutos principais ou de suprimento – canalização que conduz o fluxo de ar até os pontos de aplicação; e (4) dutos secundários ou de distribuição – são dutos equipados com chapas perfuradas por onde o ar entra na massa de grãos. O ambiente de armazenagem é um ecossistema em que os agentes bióticos são os grãos, fungos, insetos, bactérias e ácaros, enquanto os abióticos as impurezas e o ar intergranular. O espaço intergranular equivale de 30 a 55% do volume total de produto armazenado. Exemplo – em um silo com capacidade estática de 300 t de milho (5.000 sacas de 60 kg), o volume da massa de grãos é 400 m3. Como o índice de porosidade do milho é 40%, o volume do espaço intergranlular corresponde a 160 m3 de ar. O espaço intergranular é ocupado pelo ar, e podem estar presentes impurezas, fungos, insetos, bactérias e ácaros. Para maioria dos grãos, a condição ideal de armazenagem é umidade próxima de 13%, para essa condição a umidade relativa do ar intergranular estará próxima de 60%, o que inviabiliza o desenvolvimento de fungos, leveduras e bactérias, pois os fungos do armazenamento demandam valores superiores a 65%, leveduras superiores a 80% e bactérias a 90%. As condições psicrométricas do ar intergranular são definidas em função de temperatura e umidade dos grãos. Assim, por exemplo, ao acondicionar milho em um silo pulmão com umidade de 18% e temperatura próxima de 30 °C, a umidade relativa do ar intergranular será 80%, viabilizando o desenvolvimento dos fungos, caso o silo não disponha de ventiladores para arrefecer a temperatura do produto. Quanto à infestação por insetos, a temperatura ótima para o desenvolvimento é próxima de 30 ºC. Nessa condição, o desenvolvimento de ovo a adulto dura aproximadamente 30 dias, enquanto para temperaturas próximas a 15 ºC essa duração aproxima-se dos 100 dias. 2 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Desse modo, considerando que os grãos foram adequadamente secos, a gestão do sistema de aeração, deve-se ater aos valores da temperatura e umidade dos grãos e da umidade relativa do ar intergranular visando inviabilizar, principalmente, o desenvolvimento de fungos e insetos. 2. Propriedades dos grãos e do ar relevantes na aeração O ar é uma mistura de gases que didaticamente é dividida em ar seco e vapor. A porção ar seco é constituída por gases como os listados na Tabela 01. Tabela 01 – Constituinte da porção ar seco Componentes Formula Percentagem Nitrogênio N2 78,08 Oxigênio O2 20,95 Argônio Ar 0,93 Dióxido de Carbono CO2 0,03 Outros Gases - 0,01 Fonte: ASHRE, 1977 Nas operações com grãos é pressuposto, que a porção de ar seco tem massa constante. Portanto, a quantidade de ar seco, que entra pela massa de grãos é a mesma que sai (lei da conservação de massa). Em virtude dessas considerações, as propriedades do ar como razão de mistura, entalpia e volume específico são expressas tomando por referência a massa de ar seco. Por exemplo, ao considerar uma massa de ar como ponto de estado definido pelas temperaturas de bulbo seco igual a 25 ºC e de bulbo úmido igual a 20 ºC os valores das propriedades psicrométricas serão os reportados na Tabela 02. Tabela 02 – Propriedades do ar para as temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido igual a 25 e 20 ºC, respectivamente. Propriedade Valor e unidade Temperatura de bulbo seco 25 ºC Temperatura de bulbo úmido 20 ºC Umidade relativa 64 % Razão de mistura 0,0125 kg de vapor/ kg de ar seco Pressão de vapor 20 hPa Entalpia 58 k J/ kg de ar seco (13,8 k calorias/ kg de ar seco) 3 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Volume específico 0,862 m 3 de ar/ kg de ar seco Para representar características do ponto de estado da Tabela 02 é empregada a Figura 01, em que, no volume de ar igual a 0,862 m3 está contido um quilograma de ar seco e 12,5 g de vapor. Nesse estado, a entalpia da mistura ar seco e vapor será de 58 k Joule (13,81 k calorias) e umidade relativa 64%. Caso a quantidade de água na mistura aumentar de 12,5 para 19,5 a umidade relativa será igual a 100%, o que representa o estado de saturação do ar. Massa de ar seco = 1 kg Massa de Vapor = 12,5 g Energia = 58 k J Volume = 0,862 m3 Figura 01 – Representação do volume específico de massa de ar com temperatura de bulbo seco é igual a 25 ºC e de bulbo úmido 20 ºC. Quanto aos grãos, estes são higroscópicos e a depender das condições psicrométricas do ar circunvizinho pode ocorrer troca de calor e, ou de massa (vapor de água). O sentido e intensidade da troca de vapor de água dependerão do gradiente entre as pressões de vapor na superfíciedos grãos (Pvg) e do ar circunvizinho (Pvar), Figura 02. Desse modo, se: 1) Pvg > Pvar, ocorre secagem do produto; 2) Pvg < Pvar, ocorre umedecimento do ar intergranular; e 3) Pvg = Pvar, ocorre equilíbrio higroscópio - não há fluxo de água (vapor). Na condução da aeração, o ar insuflado no silo deve apresentar umidade de equilíbrio aproximadamente igual à umidade do produto armazenado. Para o cálculo 4 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto da umidade de equilíbrio e umidade relativa de equilíbrio pode ser empregada à equação modificadade Henderson, Equação 01 e 02, que podem ser utilizadas também para elaboração de tabelas como a Tabela 03 e 04. (Vide também as tabelas na seção apêndice). Figura 02 – Demonstração do processo de troca de calor e massa entre o ar e a massa de grãos. ⌈ ⌉ ⁄ eq. 01 [ ] eq. 02 em que, = umidade de equilíbrio, base seca; = constantes com valores definidos para cada tipo de produto conforme a Tabela 05; = umidade relativa, %; = temperatura do ar, oC; = Umidade relativa de equilíbrio, %. Na Tabela 03 é apresentada a umidade de equilíbrio para o milho. Em que, por exemplo, se a temperatura do ar insuflado for 22,0 °C e a umidade relativa 65%, a umidade de equilíbrio será 13,6%. Se o produto armazenado estiver com umidade próxima de 13,6%, com a passagem do ar não haverá redução da umidade do mesmo. No entanto, se a umidade de equilíbrio for inferior à umidade do produto armazenado, ocorrerá secagem do produto armazenado. Umidade Calor Pv g Ar de secagem Ar de Exaustão Vapor de Água Pv ai Pv ae Microclima 5 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Na Tabela 04 é apresentada a umidade relativa do ar intergranular. Exemplo: se a temperatura e umidade dos grãos armazenados for 20 °C e 14%, respectivamente, a umidade relativa do ar intergranular será 66,5%. Tabela 03 – Umidade de equilíbrio - milho Temperatura do ar insuflado (°C) Umidade relativa (%) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 14 4,6 5,8 6,8 7,7 8,6 9,4 10,2 11,0 11,8 12,6 13,4 14,3 15,2 16,2 17,4 18,7 20,3 22,7 16 4,6 5,7 6,7 7,6 8,4 9,2 10,0 10,8 11,6 12,4 13,3 14,1 15,0 16,0 17,1 18,4 20,0 22,4 18 4,5 5,6 6,6 7,5 8,3 9,1 9,9 10,7 11,5 12,3 13,1 13,9 14,8 15,8 16,9 18,2 19,8 22,1 20 4,4 5,5 6,5 7,4 8,2 9,0 9,8 10,5 11,3 12,1 12,9 13,7 14,6 15,6 16,7 18,0 19,5 21,8 22 4,4 5,4 6,4 7,3 8,1 8,9 9,6 10,4 11,2 11,9 12,7 13,6 14,4 15,4 16,5 17,7 19,3 21,6 24 4,3 5,4 6,3 7,2 8,0 8,7 9,5 10,3 11,0 11,8 12,6 13,4 14,3 15,2 16,3 17,5 19,1 21,3 26 4,2 5,3 6,2 7,1 7,9 8,6 9,4 10,1 10,9 11,6 12,4 13,2 14,1 15,0 16,1 17,3 18,8 21,1 28 4,2 5,2 6,1 7,0 7,8 8,5 9,3 10,0 10,7 11,5 12,3 13,1 13,9 14,9 15,9 17,1 18,6 20,9 30 4,1 5,2 6,1 6,9 7,7 8,4 9,1 9,9 10,6 11,3 12,1 12,9 13,8 14,7 15,7 16,9 18,4 20,6 32 4,1 5,1 6,0 6,8 7,6 8,3 9,0 9,8 10,5 11,2 12,0 12,8 13,6 14,5 15,5 16,7 18,2 20,4 34 4,0 5,0 5,9 6,7 7,5 8,2 8,9 9,6 10,4 11,1 11,8 12,6 13,4 14,4 15,4 16,6 18,0 20,2 36 4,0 5,0 5,8 6,6 7,4 8,1 8,8 9,5 10,2 11,0 11,7 12,5 13,3 14,2 15,2 16,4 17,9 20,0 38 3,9 4,9 5,8 6,6 7,3 8,0 8,7 9,4 10,1 10,8 11,6 12,3 13,2 14,0 15,0 16,2 17,7 19,8 Tabela 04 – Umidade relativa do ar intergranular na condição de higroscópico - milho Temperatura do produto (°C) Umidade do produto(%) 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 14 26,7 32,6 38,8 45,0 51,3 57,4 63,2 68,7 73,8 78,4 82,5 86,1 89,2 91,7 93,8 95,5 96,8 97,8 16 27,4 33,5 39,7 46,0 52,3 58,5 64,3 69,8 74,9 79,4 83,5 87,0 89,9 92,4 94,3 95,9 97,1 98,0 18 28,1 34,3 40,6 47,1 53,4 59,6 65,4 70,9 75,9 80,4 84,3 87,7 90,6 92,9 94,8 96,3 97,4 98,2 20 28,8 35,1 41,5 48,0 54,4 60,6 66,5 71,9 76,9 81,3 85,2 88,5 91,2 93,5 95,2 96,6 97,7 98,4 22 29,5 35,9 42,4 49,0 55,5 61,7 67,5 73,0 77,9 82,2 86,0 89,2 91,8 94,0 95,6 96,9 97,9 98,6 24 30,2 36,7 43,3 49,9 56,4 62,7 68,5 73,9 78,8 83,0 86,7 89,8 92,4 94,4 96,0 97,2 98,1 98,8 26 30,9 37,5 44,2 50,9 57,4 63,7 69,5 74,9 79,6 83,8 87,4 90,4 92,9 94,8 96,3 97,5 98,3 98,9 28 31,5 38,2 45,0 51,8 58,4 64,6 70,4 75,8 80,5 84,6 88,1 91,0 93,4 95,2 96,6 97,7 98,5 99,0 30 32,2 39,0 45,9 52,7 59,3 65,6 71,4 76,6 81,3 85,3 88,7 91,5 93,8 95,6 96,9 97,9 98,6 99,1 6 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto 32 32,9 39,7 46,7 53,6 60,2 66,5 72,2 77,5 82,0 86,0 89,3 92,0 94,2 95,9 97,2 98,1 98,8 99,2 34 33,5 40,5 47,5 54,4 61,1 67,3 73,1 78,3 82,8 86,7 89,9 92,5 94,6 96,2 97,4 98,3 98,9 99,3 Tabela 05 - Valores das constantes da equação 01 e 02 Produtos C K N Amendoim vagem 23,318 6,66E-05 2,5362 Amendoim beneficiado 50,561 6,50E-04 1,4984 Arroz com casca 51,161 1,92E-05 2,4451 Cevada (malteação) 195,267 2,29E-05 2,0123 Feijão 254,23 2,09E-05 1,8812 Milho 49,81 8,65E-05 1,8634 Soja 134,136 3,05E-04 1,2164 Sorgo 113,725 8,53E-06 2,4757 Trigo duro 55,815 2,30E-05 2,2857 Trigo durum 70,318 2,57E-05 2,211 Trigo mole 64,346 1,23E-05 2,5558 Fonte: ASAE Standards - D245.4) 3. Utilização do ar Em unidades armazenadoras ao se dispor de um silo equipado com sistema de insuflação de ar, pode-se empregar o ar para: aeração em silo pulmão, resfriamento artificial, secagem a baixa temperatura, seca-aeração e aeração do produto armazenado. 3.1 Aeração em silo-pulmão Em unidades armazenadoras de grãos, os silos-pulmão são empregados para regularizar o serviço de atendimento quando por alguma motivação técnica o fluxo estabelecido pelo setor de secagem não propicia o esvaziamento das moegas em tempo hábil. Como consequência a qualidade do serviço de atendimento reduz devido ao aumento de extensão de filas e do tempo de espera. Normalmente, o produto acondicionado nos silos-pulmão durante o dia é processado noite, assim pela manhã o silos devem estar vazios. O produto direcionado ao silo-pulmão deve ser limpo, para assim, obter dois benefícios: (i) 7 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto redução da carga de microrganismos – fungos e bactéria; e (ii) desobstrução do espaço intergranular, o que facilitará a passagem do fluxo de ar. Deve-se observar que produtos com umidade e temperatura acima de 17% e 25 ºC, respectivamente, propiciam níveis de atividade de água no espaço intergranular superior a 0,70, ou o mesmo que, umidade relativa de 70%. Isso favorece a proliferação de fungos do gênero Fusarium que produzem as micotoxinas zearalenona, desoxinivalenol (DON), ou T2. Para impedir esse processo empregam-se fluxos de ar, a temperatura ambiente, com intensidade entre 300 a 600 litros de ar/min.t de produto. O objetivo, nesse caso, é remover calor, para inviabilizar a deterioração fúngica do produto. 3.2 Resfriamento artificial da massa de grãos O resfriamento artificial é empregado para preservar a qualidade do produto limpo e seco ao inviabilizar, principalmente, o desenvolvimento de fungos e insetos. Sob condições de temperaturas superior a 25 oC e umidade acima de 16% ocorre o rápido desenvolvimento de fungos e insetos. Os danos causados pelos fungos são observados em questão de dias ou horas. Enquanto, os causados por insetos são percebidos somente após um mês de armazenagem. A diferença de tempo é função do ciclo de vida desses agentes. Ao secar grãos para umidades inferiores a 13%, geralmente, é bloqueado o desenvolvimento de fungos. Pois, a umidade relativa do ar intergranular é estabilizada em valores inferiores a 60%. Isso faz estabelecer níveis de atividade de água menores que 0,60. Nessa situação é inviabilizado o desenvolvimento de fungos, leveduras e bactérias. No entanto, os insetos podem proliferar. Para retardar isto, é empregado o resfriamento artificial, que consiste em reduzir a temperatura da massa de grãos a valores abaixo de 17 oC. No mercado brasileiroexistem empresas que locam e comercializam condicionadores de ar (gerador de frio) montados sob-rodas, Figura 03, ou em carrocerias de caminhões. O fluxo de ar aplicado deve ser superior a 120 litros de ar/min.t de produto (2,0 litros de ar/segundo/t). De modo geral, segundo recomendações técnicas, no resfriamento artificial de grãos devem-se ponderar os seguintes pontos: Primeiro: A massa de grãos deve estar limpa, pois a remoção de impurezas facilita a passagem do fluxo de ar resfriado pela massa de grãos, e fisicamente otimiza troca de calor entre ar e produto. 8 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Ar Ambiente 30oC e UR = 60% Ar Refrigerado 15oC e UR = 70% Grãos Resfriados Frente de Resfriamento Grãos Quentes Figura 03 – Resfriamento artificial em silos. Segundo: para umidades dos grãos entre 12,5 a 14%, o resfriamento artificial desacelera a atividade metabólica dos grãos e da microbiota, consequentemente, reduz as perdas quantitativas e qualitativas. Terceiro: grãos com umidade entre 14% a 16% podem ser refrigerados. Porém, será observado danos causado por fungos ou insetos. E caso o produto seja destinado à comercialização será necessário seca-lo antes da expedição. Quarto: Grãos com teores de umidade acima de 16% necessitam, obrigatoriamente, serem secos antes do resfriamento artificial. A temperatura que a massa de grãos atingirá por meio da refrigeração depende basicamente dos seguintes parâmetros: (a) temperatura e umidade relativa do ar insuflado; e (b) umidade do produto (Tabela 06). Conforme informações da Tabela 06, grãos úmidos atingem menores temperaturas. Por exemplo, grãos com 14% atingiram temperaturas em 4 a 5 oC inferiores as observadas para grãos com 10% de umidade. Outra conclusão, quanto menor a umidade relativa do ar insuflado, menor será a temperatura da massa de grãos. Isso para mesma umidade dos grãos. Por exemplo, ao ser aplicado o resfriamento com umidade relativa do ar igual a 30%, são obtidas temperaturas da massa de grãos de 3 a 5 oC inferiores às observadas quando do emprego de ar com umidade relativa de 60%. 9 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Tabela 06 – Temperaturas que o produto pode atingir em função da temperatura e umidade relativa do ar insuflado e umidade do produto Condições do Ar Insuflado Temperaturas em o C massa de grão para as umidades Temperatura ( o C) Umidade Relativa (%) 10 % 12 % 14 % 16 % 10 30 45 60 75 10,5 12,0 14,0 16,0 7,5 9,5 11,0 12,5 5,5 7,5 9,0 10,5 5,0 6,5 8,0 9,5 15 30 45 60 75 15,0 17,5 20,0 22,0 12,0 14,0 16,0 18,0 10,0 12,0 13,5 15,5 9,0 11,0 12,5 14,5 20 30 45 60 75 20,0 22,5 25,0 27,5 16,0 18,5 21,0 23,0 13,5 16,5 18,5 21,0 12,5 15,5 17,519,5 Fonte: Department of Primary Industries and Fisheries, State of Queensland - Austrália (2003) 3.3 Secagem a baixa temperatura A secagem a baixa temperatura emprega-se em silos, Figura 05, em que o produto é acondicionado com umidade até 20% e os ventiladores imprimem fluxos de ar de 1.000 a 10.000 L de ar/min.t. ar de exaustão ar de secagem Aquecedor Produto seco Frente de secagem Produto úmido Figura 04 – Sistema de secagem a baixa temperatura. O ar insuflado deve possuir temperatura em no máximo 10 °C acima da temperatura ambiente. Além disso, a umidade de equilíbrio, associada à temperatura e umidade relativa do ar de secagem, deve estar próxima à umidade final desejada. 10 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Assim, a depender da temperatura e umidade relativa do ar ambiente, pode se levar a necessidade do emprego de queimadores de gás instalados junto aos ventiladores. Ressalta-se que o ar ambiente ao passar pelo ventilador, normalmente, tem a temperatura aumentada em até +4 °C, em média considera-se +2 °C. 3.4 Seca-aeração Seca-aeração é realizada após a secagem em alta temperatura. Grãos quentes, ± 55 °C, e umidade em até dois pontos acima da umidade final desejada são transferidos a um silo. Nesse silo o produto permanecerá em descanso por 4 a 8 horas e finalmente aplica-se um fluxo de ar de 500 a 1.000 litros de ar/min.t de produto a temperatura ambiente com objetivo de remover o excesso de umidade e resfriar o produto (Figura 05). Figura 05 – Representação esquemática de um sistema organizado para realização de seca-aeração. As capacidades estáticas e número de silos para seca-aeração são definidos em função do fluxo horário do setor de secagem e número de produtos que utilizam o sistema de seca-aeração simultaneamente. Para proceder à seca-aeração na secagem de milho, pode ser utilizado o seguinte procedimento operacional: (i) depositar durante um dia de operação as cargas provenientes do secador no silo seca- aeração, suponha que isto encerre as 22:00 horas; (ii) deixar o produto em descanso por oito horas; (iii) na manhã do dia seguinte acionar os ventiladores até as 18:00 em seguida o silo é esvaziado para que o mesmo esteja pronto para ser carregado, novamente. Desse modo, a unidade deve contar no mínimo com dois silos para seca- aeração. Silo Seca- aeração Produto úmido S e c a d o r Produto semi-seco 16% bu Armazém Produto seco 13% bu 11 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Ao final da safra, esses silos podem ser empregados para armazenagem de produtos secos. 3.5 Aeração A operação de aeração aplica-se aos grãos armazenados, ou seja, adequadamente limpos, secos e tratados. Operacionalmente, a aeração dá-se pela insuflação de fluxo de ar com intensidade variando de 30 a 100 L de ar/min.m² em silos e de 100 a 200 L de ar/min.m² em graneleiros. Para os graneleiros a intensidade de fluxo é maior devido a maior dificuldade em garantir que em toda tonelada de produto armazenada passe a quantidade de ar especificada. A aeração de grãos armazenados, normalmente, é aplicada com três propósitos: (i) Aeração de manutenção; (ii) Aeração Corretiva e (iii) Aeração de Resfriamento. A aeração de manutenção visa preservar a qualidade do produto armazenado ao renovar a massa de ar intergranular, uniformizar a temperatura do produto e corrigir os efeitos da migração de umidade. A migração de umidade é um fenômeno de ocorrência natural na massa de grãos, que consiste no deslocamento de massas de ar pelo espaço intergranular. Como representado na Figura 06a, em dias de verão, devido às altas temperaturas externas, fará com que a massa de ar junto à lateral do silo, aqueça, tome o sentido ascendente e force o deslocamento do ar em sentido descendente pela parte central. Clima frio Ventilador desligado Clima frio Ventilador desligado Clima quente Clima quente ar frio ar quente região de aumento de atividade de água e temperatura. a) migração de umidade no verão. b) migração de umidade no inverno. Figura 06 – Processo de migração de umidade. 12 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Ao aquecer o ar, a capacidade de transportar água no estado de vapor aumenta. No entanto, quando essa massa de ar aquecida passar por regiões mais frias do produto armazenado, perderá calor e consequentemente a capacidade de transporte de vapor. Nesse caso, a massa de vapor resgatada de regiões mais quentes estacionará nas regiões mais frias, aumentando, pontualmente a umidade relativa e a atividade de água. Consequentemente, nesses pontos, será disparado o processo de deterioração fúngica e o aquecimento pontual do produto armazenado. Em dias frios, Figura 06b, a migração de umidade ocorrerá em sentido inverso, mas com os mesmos riscos de deterioração fúngica e aquecimento pontual do produto. A aeração corretiva é empregadapara eliminar focos de aquecimento associados ao desenvolvimento de fungos e, ou de insetos. Nesse caso, a ocorrência de fungos dá-se em porções do produto que foram: (i) armazenadas com umidade superior a 13% e, ou com nível de impurezas alto, como, por exemplo, na parte central dos silos quando não se emprega os espalhadores no carregamento; ou (ii) umidificadas devido às infiltrações de água – chuva ou elevação de lençol freático em graneleiros. Por fim, a aeração de resfriamento, é aplicada para reduzir a temperatura do produto armazenado a nível inferior a 20 °C. Consequentemente, é reduzida a taxa de metabolismo dos grãos armazenados, da microbiota presente e dos insetos, levando assim a menores perdas quantitativas e qualitativas do produto armazenado. Independente da finalidade da aeração, manutenção, corretiva ou de resfriamento, o gestor do sistema deve ater especial atenção às condições psicrométricas do ar a ser insuflado, para que não ocorra a supersecagem do produto armazenado, o que é caracterizado como perda quantitativa, e consequentemente, perda financeira. 4. Medição e monitoramento da temperatura dos grãos O monitoramento da temperatura dos grãos armazenados é essencial no manejo de sistemas de aeração. Para monitorar a temperatura emprega-se o sistema de termometria, que é constituído de sensores de temperatura distribuídos, que são conectados ao instrumento de leitura. Os sensores podem ser termopares ou digitais. Os termopares se configuram pela junção de dois cabos elétricos com constituições químicaa diferentes, que ao receber um aporte de calor faz estabelecer uma corrente elétrica de baixíssima amperagem. Os termopares podem ser do tipo: “T”, junção cobre / constantan, para 13 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto medição de temperaturas de -270 a 400 oC; “J”, junção ferro-constantan, temperaturas de –210 a 750 oC; “K”, junção cromel / alumel temperaturas de -270 a 1370 oC; e outros. Constantan, cromel e alumel são ligas metálicas. Constantan possui por principais componentes cobre e níquel, enquanto, cromel - crômio e níquel, e alumel - alumínio e níquel. Quanto aos sensores digitais de medição de temperatura, estes empregam a tecnologia “one wire” (um só cabo) e são confeccionados a base de metais semicondutores. Os sensores digitais possuem três terminais um para envio de dados e os outros dois para alimentação elétrica. Na Figura 07 é apresentado um pêndulo de termometria com dois cabos de aço para sustentação e fixação. Estes cabos devem suportar a tração de 1500 a 2.000 kgf/m. Pois, a força de arraste da massa de grãos quando da descarga de silos ou graneleiros podem romper os cabos elétricos. Figura 07 - Pêndulo de termometria analógica - termopares. Na parte interna dos pêndulos, no caso de termopares, irá passar um cabo de constantan e mais o número de cabos de cobre definido pelo número de pontos de leitura. Já no caso de sensores digitais são empregados apenas três cabos elétricos, independente do número de pontos de leitura. Desses cabos, dois são empregados para alimentação elétrica dos sensores e o terceiro é para transferir os dados das leituras ao equipamento de leitura. Os instrumentos de leitura podem ser: (i) sondas termométricas; (ii) modelos portáteis e (iii) modelos automatizados. A sonda termométrica apresenta uma haste metálica com segmentos rosqueados. Na extremidade da haste está instalado o termopar ou o sensor digital. 14 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Para a medição da temperatura, a sonda deve ser inserida na massa de grãos. Conectando a haste, tem-se um mostrador digital. Nos modelos portáteis, os pêndulos de termometria são instalados em silos ou graneleiros, e os cabos dos termopares são ligados a uma caixa terminal. Para proceder à leitura o usuário deve conectar o medidor portátil aos plugs correspondentes a cada um dos termopares. As leituras são gravadas na memória do equipamento, sendo depois transferidas a um computador para análise. Para os modelos de leitura automatizada, a cada período de tempo especificado pelo usuário, é procedida a leitura dos pontos de termometria. Os dados obtidos são transferidos e armazenados em um computador, Figura 08. 1) Sensor termopar; 2) Pendulo de termometria; 3) Extensão; 4) Caixa de comutação; 5) Rede de interligação; 6) Estação meteorológica; 7) Rede de ligação; 8) CAT 500® - Central de Aeração e Termometria Figura 08 – Sistema de termometria automatizado (Aeroter CAT500®). Para os casos de sistema de aeração automatizada, os dados transferidos ao computador quanto à temperatura da massa de grãos e temperatura e umidade relativa do ar ambiente, são analisados; e a depender das condições psicrométricas do ar a ser insuflado, da umidade de equilíbrio associada a este ar e a umidade do produto armazenado o sistema acionará os ventiladores / queimadores de GLP. A programação do sistema de aeração automatizado pode ser aplicada às seguintes operações: secagem a baixa temperatura, aerações de conservação e aeração de resfriamento. Sistemas de automatização modernos, que empregam sensores digitais, utilizam a tecnologia “wireless” para comunicação entre os elementos do sistema, além disso, esses sistemas são ligados à Internet. Permitindo ao usuário a distância 15 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto acessar relatórios, programar as operações e acionar os ventiladores dos silos e, ou graneleiros. Questões importantes no uso da termometria são: (i) antes da safra verificar se todos os pontos de leitura operam corretamente; (ii) fixar os cabos na base de silos e graneleiros, assim quando do carregamento, os cabos permaneceram nas posições desejadas; (iii) proceder as leituras das temperaturas sempre no mesmo horário, principalmente se o sistema conta com termopares; e (iv) agir com critério técnico na solução de focos de aquecimento. 5. Pressões estática, dinâmica e total O sistema de aplicação de ar, adequadamente projetado, deve imprimir a pressão estática e vazão requeridas. Desse modo, como medida de controle, é recomendado monitorar os valores da pressão estática e vazão. A pressão estática está associada ao potencial de colocar o ar em movimento e vencer as perdas de carga imposta pelo sistema. Esta pressão age em todas as direções e para medi-la deve ser instalado uma tomada de pressão junto à parede e conectar o manômetro em “U”, conforme esquematizado na Figura 09. Nos locais onde ocorre sucção, o valor da pressão será negativo e nos de insuflação positivo. Pe Pd Pt (a) Pressão estática (b) Pressão dinâmica (c) Pressão total Figura 09 – Formas de medida de pressão em um fluxo de ar Dentro do manômetro é colocado água e ao medir a altura da coluna de água (Pe) determina-se a pressão. Na área de processamento e armazenagem de grãos, normalmente, os valores de pressão são expressos em milímetros de coluna de água (mm c.a.). A pressão dinâmica está associada à velocidade do fluxo de ar. Ou seja, quanto maior a pressão dinâmica maior será a velocidade do ar. Por meio do valor da pressão dinâmica é possível calcular a velocidade do ar, conforme a equação 03. 16 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto √ eq. 03 em que: V = velocidade do ar, expressa em m/s; e Pd = pressão dinâmica, expressa em mm. c.a. Além do emprego da pressão dinâmica para o cálculo da velocidade do ar, podem ser empregados os anemômetros de hélice ou os anemômetros de fio quente, Figura 10. Os valores, geralmente, são expressos em metros por segundo (m/s). (a) Anemômetro de hélice (b) Anemômetro de fio quente Figura 10 – Tipos de anemômetros utilizados para medir a velocidade do ar. O anemômetrode fio quente possui uma haste tipo antena. Na extremidade desta haste tem um componente eletrônico denominado “termistor”. Esse sensor ao perder ou ganhar calor, aumenta ou diminui a resistência a passagem de eletricidade. Internamente o equipamento tem circuitos que convertem o valor da resistência em velocidade do ar. Normalmente, os anemômetros de fio quente permitem também medir a temperatura do ar. A pressão total corresponde à soma das pressões estática e dinâmica. Se não ocorrem perdas no sistema de aeração, o valor da pressão total é o mesmo em qualquer ponto após o ventilador. Mas as pressões estática e dinâmica alteram de valor conforme esquematizado na Figura 11. Em sistema de aeração, há momentos em que a pressão estática se converte em dinâmica, e em outros, a situação é invertida. Por exemplo, na Figura 10, no Ponto 2 a pressão estática é transformada em pressão dinâmica. Assim, o ar ganha maior velocidade e movimenta. 17 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto No Ponto 3, região do “Plenum”, o desejado é que a pressão estática seja máxima. Isso é necessário para que a pressão seja uniforme em toda a base do silo. Assim, a massa de ar insuflada irá subir com velocidade uniforme por toda seção do silo. Grãos Ponto 1 Pe = 0 Pd = 0 Pt = Pe + Pd = 0 Ponto 2 Pe = 0 Pd = Máxima Pt = Pd Ponto 3 Pe = Máxima Pd = 0 Pt = Pt Plenum Seção de Transição Figura 11 – Variação das pressões em um fluxo de ar em um sistema de aeração. Para que a pressão dinâmica se transforme em pressão estática, o ar é desacelerado empregando uma seção de transição (Figura 11). Nessa seção, à medida que é aumentada a largura do duto a velocidade do ar é reduzida. Além desses cuidados operacionais, devem também ser dispensados cuidados na manutenção preventiva dos ventiladores quanto à parte elétrica e mecânica, verificar os estados dos tuneis e chapas quanto ao acúmulo de pó e impurezas, o que afetará a eficiência da distribuição do fluxo de ar. 6. Medição de vazão e fluxo de ar Para determinar a vazão e o fluxo de ar em sistemas de aeração pode-se medir a velocidade do ar na superfície da massa de grãos ou então medir a pressão estática na base do silo. Para a medição da velocidade, vazão e fluxo de ar em silos em primeiro lugar devem ser observadas as normas de segurança quanto ao acesso a espaço confinado e trabalho em altura. Normalmente, na medição da velocidade são empregados anemômetros de hélices. Mas pode ocorrer que a velocidade do ar ao sair da massa de grão seja muito baixa, sendo necessário o uso de campânulas como representado na Figura 12. 18 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto V 1 A 1 Q V 2 A 2 Q Fluxo de ar Figura 12 - Campânula para medição de baixos valores de velocidade do ar. Na campânula, Figura 12, a vazão de ar (m³ de ar/min) é igual nas seções superior e inferior. Desse modo, matematicamente podem ser expressas as seguintes equações: Portanto, [ ] em que, - vazão do ar, m³/min; - velocidade do ar no topo da campânula, m/s; - velocidade do ar na base da campânula, m/s; - área da seção do topo da campânula, m²; - área da seção da base da campânula, m²;. - diâmetro da seção do topo da campânula, m; - área da seção da base da campânula, m; e. - relação define o fator de ajuste para determinação da velocidade na base do silo Exemplo: Na medição da velocidade de ar em um silo foi utilizada uma campânula em que os diâmetros das seções de topo e da base são 6,23 cm e 30,40 cm, respectivamente. A leitura da velocidade na seção topo foi de 1,80 m/s. Calcule a velocidade do ar na superfície da massa de grãos. 19 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Passo 1 – calcular o fator de ajuste da leitura das velocidades ( [ ] [ ] Passo 2 – calcular a velocidade do ar na base da campanula ( - Medição da vazão de ar sobre a massa de grãos Como representado na Figura 13, é recomendado o estabelecimento de quatro linhas diametrais de tal forma a dividir a seção da área em oito setores, sendo a linha # 1 posicionada na direção do ventilador. Ao longo de cada linha diametral devem ser demarcados seis pontos, espaçados entre si a uma distância equivalente a , sendo o diâmetro. Desse modo, por exemplo, para um silo com diâmetro de 12,0 m a distância entre os pontos medição será de 1,5 m . Linha # 1 1 1 2 3 4 6 5 Linha # 3 Linha # 4 Ventilador Setor # 1 Setor # 2 Setor # 3 Setor # 4Setor # 5 Setor # 6 Setor # 7 Setor # 8 1 12346 5 1 2 3 4 6 5 1 1 2 3 4 6 5 Linha # 2 Figura 13 – Segmentação da seção do silo em setores por meio de linhas diametrais. 20 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Como representado na Figura 13, são 24 pontos de medição da velocidade, portanto deve-se primeiro calcular a velocidade média do ar e depois calcular a vazão média, conforme a equação 03. eq. 03 em que, - vazão de ar, m³ de ar /min; - velocidade média do ar, m/s; - área da seção do silo, m²; e - fator para converter segundos em minutos. O fluxo de ar pode ser expresso segundo a área, volume de produto, ou quantidade de produto, conforme as equações 04, 05 e 06, respectivamente. eq. 04 eq. 05 eq. 06 em que, - fluxo de ar por área, m³ de ar/min/m² de área; - fluxo de ar por volume de produto, m³ de ar/min/m³ de produto; - vazão de área média na seção do silo, m³ de ar/min; - área da seção do silo, m²; - volume de produto silo, m³; e - quantidade de produto, t. 7. Manejo do sistema de aeração empregando APPCC Atualmente, para otimizar processos faz-se uso da técnica APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. Desse modo, ao ser aplicado na gestão de um sistema de aeração são elencados como os perigos (perdas): (i) a depreciação da qualidade do produto devido, principalmente, a proliferação de fungos; (ii) a redução de massa do produto devido a proliferação de insetos; (iii) o consumo exagerado de 21 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto energia elétrica; (iv) a contaminação do produto armazenado com micotoxinas devido a infestação de fungos; (v) o aumento da umidade relativa do ar intergranular; ou (iv) a supersecagem. Para minimizar essas perdas, o manejo do sistema de aeração pode ser realizado considerando três pontos críticos de controle: PCC1 – o sistema de aplicação do ar; PCC2 – a massa de grãos; e PCC3 – as condições psicrométricas do ar insuflado. 7.1 PCC1 – Sistema de aplicação de ar Duas variáveis podem ser monitoradas quanto à aplicação do fluxo de ar. A primeira refere-se à medição da vazão de ar na parte superior da massa de grãos como descrito no item 6. E a segunda refere-se à medição da pressão estática no “plenum” do silo Figura 11 – Ponto 3. E em seguida, conhecendo os valores da potência e rendimento do ventilador, utiliza-se a equação 07 para inferir o valor da vazão aplicada. Determinado o valor da vazão pode ser calculado o fluxo de ar expresso em m³ de ar/min.t e verificar se o mesmo está adequado. eq. 07 em que: - vazão de ar. m 3/min; - pressão no plenum, mm c.a; - rendimento do conjunto motor e ventilador, decimal; e - potência, cv. 7.2 PCC2 – massa de grãos A priori, o tomador de decisão deve ter conhecimento se o sistema de aeração foi projetado para o produto armazenado. Normalmente, dimensionam-se essessistemas tomando por referência o trigo, pois consequentemente atende as exigências de outros produtos como arroz, aveia, cevada, milho e soja. Próxima questão é verificar se a quantidade estocada não ultrapassa a capacidade estática definida no projeto. Em sequência deve ser verificado se o espaço intergranular está desobstruído, de tal forma permitir a passagem do ar. Para evitar a ocorrência desse problema o ideal é ter a massa de grãos totalmente livre de impurezas e grãos quebrados, fato que, normalmente, não ocorre. 22 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Normalmente as impurezas menores que os grãos, como areia, terra e grãos quebrados, denominados “finos”, tendem a concentrar na parte central dos silos ou graneleiros. Fato que dificulta a passagem do ar e facilita a proliferação de fungos e insetos. Para evitar isso, é recomendado maior rigor na operação de limpeza da massa de grãos, e a instalação de espalhadores, Figura 14. Caso, ainda assim, ocorra concentração de finos, o recomendado é proceder a transilagem do produto localizado na parte central para a parte superior. Durante a operação o produto pode ser “remaquinado”, ou seja, o produto deve passar pelas máquinas de limpeza novamente. Sem Homogeinizador Com Homogeinizador Figura 14 – Demonstração da necessidade do uso do homogeinizador (espalhador). 7.2.1 Monitoramento da temperatura da massa de grãos O monitoramento da temperatura da massa de grãos é essencial no manejo de sistemas de aeração. Focos de aquecimento são indicativos da atuação de fungos e, ou insetos. Questões importantes no uso da termometria são: (i) antes da safra, verificar se todos os pontos de leitura operam corretamente; (ii) fixar os cabos na base de silos e graneleiros, assim quando do carregamento, os cabos permanecerão nas posições desejadas; (iii) proceder as leituras das temperaturas sempre no mesmo horário, principalmente, se o sistema conta com termopares; e (iv) agir com critério técnico na solução de focos de aquecimento. 7.3 PCC3 – condições psicrométricas do ar Conforme no item 2, a depender das condições psicrométricas do ar, a umidade e temperatura da massa de grãos, podem ocorrer transferências de calor e, ou água entre o ar e a massa de grãos. 23 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Caso durante a aeração for aplicado ar com valores de umidade relativa acima do recomendado, ocorrerá o umedecimento do ar intergranular. Sabe-se que a absorção de água pelos grãos durante o armazenamento é demorada. O dano maior nesse caso é o aumento da atividade de água no espaço intergranular favorecendo a proliferação de fungos. Por outro lado, se o ar aplicado apresenta baixos valores de umidade relativa, poderá ocasionar a secagem do produto durante o período de armazenagem. Como por questões contratuais essa redução de umidade não pode ser descontada do usuário, será necessário o uso de quantidade extra de produto para repor a água que foi evaporada. Por consequência, o balanço de movimentação de produto apresentará saldo negativo. Portanto, é necessário ter conhecimento técnico para o levantamento das condições psicrométricas do ar e fazer uso das tabelas de equilíbrio higroscópico. Exemplo de tomada de decisão em aeração: O ar ambiente possui a temperatura de 18,0 oC e umidade relativa de 75%. Dentro do silo, a massa de grãos possui 14% de umidade e temperatura de 20,0 °C. Considere que ao passar pelo ventilador a temperatura do ar irá aumentar em 2 oC. Com o uso do gráfico psicrométrico, primeiro deve ser marcado o Ponto de Estado 1, temperatura de 18,0 oC e umidade relativa de 75%. Segundo, traçar uma reta paralela ao eixo das temperaturas de bulbo seco. Esta representa o processo de aquecimento do ar em 2 oC. Assim é determinado o Ponto de Estado 2, em que a temperatura de 20,0 oC e umidade relativa de 66% (Figura 15a). Pode-se também utilizar a Tabela 01A disponível no Apêndice. Ponto 1 UR = 75,8% T1 = 18,0 °C 75,0 66,0% 18 20 Curvas de Umidade Relativa Temperatura Ponto 2 UR = 66,0 % T2 = 20,0 °C P1 P2 a) Representação do processo no gráfico psicrométrico. 24 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Grãos 14,0% Ponto 1 UR = 75,0 % Te = 18,0 °C Plenum Ponto 2 UR =66,0 % Te = 20,0 °C b) Representação do processo no silo. Figura 15 – Representação do processo de aeração com ligeiro aquecimento do ar. Para o Ponto de Estado 2 ao consultar a Tabela 03 ou Tabela 02A, é constatado que para essa situação a umidade de equilíbrio é 14%. Quanto à condição psicrométrica do ar intergranular para milho com 14% de umidade e temperatura de 20 °C, ao consultar a Tabela 04 ou Tabela 02A, constata-se que a umidade relativa do ar intergranular é 66,5%. Decisão: Como a umidade de equilíbrio associada às condições psicrométricas do ar a ser insuflado tem valor igual a umidade do produto, 14%; e a umidade relativa do ar insuflado, 66% tem valor próximo a umidade relativa do ar intergranular, 66,5%; conclui-se que a aeração pode ser conduzida, pois a umidade do produto não será alterada e a umidade relativa do ar intergranular terá uma ligeira redução para 66%, condição que não favorecerá a proliferação de fungos. Outra forma de tomar decisão quanto a aeração é empregar o gráfico proposto por Burges e Burrel apresentado na Figura 16. O gráfico (Figura 16) é utilizado para prever a situação da massa de grãos a partir de duas informações: (i) a temperatura dos grãos, representada no eixo vertical, e (ii) a umidade do produto, representado no eixo horizontal. Os pontos localizados acima da Linha A, na maioria dos casos com temperatura da massa de grãos superior a 18,0 oC, indica condições favoráveis ao desenvolvimento de insetos Os pontos localizados a direita da Linha B, corresponde à região em que ocorrerá a perda do poder germinativo das sementes, o que está associado à deterioração fúngica. A direita da Linha C corresponde à região de deterioração que 25 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto pode ser realizada por fungos e insetos, isto quando a temperatura é superior a 18 °C, se inferior prevalece os fungos. Figura 16 – Gráfico para manejo de aeração proposto por Burges e Burrel. De acordo com o gráfico de Burges e Burrel, quanto menor a temperatura e umidade da massa de grãos, melhores são as condições de conservação. Porém, existem as restrições econômicas e de mercado quanto à limitação da umidade em 14% para alguns produtos, como milho e soja. Para trabalhar com o gráfico, toma-se uma perpendicular no ponto correspondente a umidade, por exemplo, 14%; toma-se uma horizontal no ponto relativo à temperatura, por exemplo, 26 °C. No encontro das duas linhas, é determinado o ponto. Nesse exemplo, o ponto caiu, acima da Linha A e a direita das Linhas B e C, portanto o produto apresenta alto risco de: (a) infestação de insetos, (b) deterioração por fungos - perda de germinação se for semente. Nesse caso, é recomendada a aeração para reduzir a temperatura da massa de grãos para valores próximos a 18,0 °C. 26 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto 8. Projeto de sistema de aeração Uma das primeiras informações necessárias para elaboração do projeto de um sistema de aeração é o conhecimento da resistência (perda de carga) imposta pela coluna de grãos à passagem do ar. Para levantar essa informação são utilizados protótipos como o esquematizado na Figura 17. Plenum Seção de Transição Coluna de Grãos Pressão Estática Pressão Dinâmica Manômetro Manômetro Ponto 1 Ponto 2 Registro de Entrada de Ar Figura 17 – Protótipo para determinação da perda de carga em coluna de grãos. O procedimento operacional consiste em encher a coluna de grãos, regular o registro de entrada de ar paradiferentes posições e, para cada situação proceder as medições das pressões estática e dinâmica. A partir da pressão dinâmica são calculadas as vazões, e conhecendo a área da base da coluna de grãos, é determinado o fluxo de ar por metro quadrado. Desse modo é obtida a Tabela 07 que reporta, para valores de fluxos de ar, as perdas de cargas por metro de coluna para: cevada, aveia, milho, soja, trigo e arroz. Outra opção é utilizar a equação 08 para o cálculo de perda de carga devido a coluna de grãos. eq. 08 em que, Pe - perda de carga imposta pela coluna de grãos, Pa; (Conversão: 1,0 Pa = 0,102 mm c. a.) F - fluxo de ar, m³ de ar /min.m 2 ; Hg - altura da coluna de grãos, m; a - constante definida em função do tipo de grão, Pa.min²/m³; (Tabela 08) e b - constante definida em função do tipo de grão, m².min/m³(Tabela 08). 27 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Tabela 07 – Perda de carga em coluna de grãos Fluxo de ar Pressão estática mm c.a./ m de coluna de grãos m 3 /min.m 2 Cevada Aveia Milho Soja Trigo Arroz 0,1 0,3 0,3 0,1 0,1 0,5 0,4 0,2 0,6 0,6 0,2 0,2 1,0 0,7 0,3 0,8 0,9 0,4 0,3 1,5 1,1 0,4 1,1 1,2 0,5 0,5 2,1 1,5 0,5 1,4 1,6 0,6 0,6 2,6 1,9 0,6 1,7 1,9 0,8 0,7 3,2 2,3 0,7 2,0 2,2 0,9 0,9 3,7 2,7 0,8 2,3 2,6 1,1 1,0 4,3 3,2 0,9 2,7 2,9 1,2 1,1 4,9 3,6 1,0 3,0 3,3 1,4 1,3 5,4 4,0 1,2 3,7 4,0 1,8 1,6 6,6 4,9 1,4 4,3 4,8 2,1 1,9 7,8 5,8 1,6 5,1 5,6 2,5 2,2 9,,1 6,7 1,8 5,8 6,4 2,9 2,5 10,3 7,7 2,0 6,5 7,3 3,3 2,8 11,6 8,7 3,0 10,6 11,8 5,6 4,6 18,6 14,0 4,0 15,2 16,9 8,4 6,7 26,2 19,9 5,0 20,2 22,6 11,5 9,0 34,4 26,3 6,0 25,7 28,7 14,9 11,6 43,4 33,3 7,0 31,6 35,4 18,8 14,4 52,9 40,8 8,0 38,0 42,6 22,9 17,3 63,0 48,8 9,0 44,7 50,2 27,4 20,5 73,7 57,3 10,0 51,8 58,3 32,2 23,9 85,0 66,3 12,0 67,3 75,7 42,7 31,3 109,2 85,7 14,0 84,3 95,0 54,4 39,5 135,6 106,9 16,0 102,7 115,8 67,3 48,3 164,0 129,8 18,0 122,5 138,3 81,3 57,9 194,5 154,5 20,0 143,7 162,4 96,4 68,3 227,0 180,8 Tabela 08 – Coeficiente a e b equação 03 Produto a b Intervalo de fluxo de ar (m³/m². min) (Pa.min²/m³) (m².min/m³) Limite inferior Limite superior Alfafa 16,778 0,067 0,336 9,12 Arroz em casca 7,139 0,220 0,336 18,00 Aveia 6,694 0,230 0,336 13,80 Canola 14,500 0,121 1,458 15,79 Cevada 5,944 1,145 0,780 9,12 Milho 5,750 0,507 0,336 18,24 Milho (baixo fluxo) 27,139 0,143 0,015 1,218 Milho espiga 2,889 5,417 3,060 21,18 Soja 2,833 0,267 0,336 18,24 Sorgo 5,889 0,134 0,336 12,18 Trigo 7,500 0,146 0,336 12,18 Trigo (baixo fluxo) 23,361 0,045 0,015 12,18 Fonte: ASAE D271 - Mar96 - Resistance to airflow of grain, other agricultural products, and perforated metal sheets. 28 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Na Tabela 09 são apresentados os fluxos de ar recomendados segundo o tipo de instalação e operação. Os valores dos fluxos são apresentados em litros de ar por minuto por toneladas de produto (L/min. t). Tabela 09 – Fluxo de ar recomendado, segundo o tipo de instalação e operação. Tipo de Operação Instalação Fluxo de ar (L / min. t de produto) Aeração Graneleiros fundo plano 100 a 200 Aeração Silos Armazenador 30 a 100 Aeração Silos-Pulmão 300 a 600 Seca-aeração 500 a 1000 Resfriamento mínimo 120 Exemplo de Uso das Tabelas 07 e 09: Suponha um silo com diâmetro de 18,30 m e altura de cilindro de 12,80 m em que será armazenado trigo com PH 78. Considere o ângulo de repouso do trigo igual a 30°. Pede-se calcular a potência do ventilador a ser instalado no silo. Passo 1: Calcular o volume de acondicionamento de produto no silo: Volume do cilindro = Área da Base x Altura Área da Base = (3,14 x Diâmetro2) 4 = (3,14 x 18,302) 4 = 262,89 m2 Volume do cilindro = 262,89 m2 x 12,80 m = 3.365,00 m3 Volume do cone = (Área da Base x Altura do cone) 3 = Altura do cone = Raio do Silo x Tangente do ângulo de repouso = Altura do cone = (18,30 2) x (tg(30°)) = 9,15 x 0,58 = 5,31 m Volume do cone = (262,89 m2 x 5,31 m) 3 = 465,32 m³ Volume Total = Volume do cilindro + Volume cone = Volume Total = 3.365,00 m3 + 465,32 m³ = 3.830,32 m³ Passo 2: Calcular a capacidade estática do silo: Capacidade estática = Volume Total x Massa específica do produto = Trigo PH 78 ( 78 kg / 100 L) Massa especifica = 0,78 t/ m³ Capac. estática = 3.830,32 m³ x 0,78 t/ m³ = 2.636, 65 t (43.944 sacas de 60 kg) 29 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Passo 3: Calcular a vazão de ar necessária Aeração Fluxo recomendado: 30 a 100 L / min. t (Tabela 09) Valor escolhido = 100 L / min. t de produto. Vazão = Fluxo x Capacidade estática do silo = Vazão = 100 L / min. t de produto x 2.636, 65 t = Vazão = 263.665 L de ar/ min = 263,67 m³ de ar / min Passo 4: Determinação da perda de carga do sistema Calcular o fluxo por área Fluxo por metro quadrado = Vazão Área Base = F(área) = 263,67 m³ de ar / min 262,89 m2 ≈ 1,0 m3/min. m2 Calcular o perda de carga na coluna de grãos Tabela 07 produto Trigo Fluxo de 1,0 m3/min. m2 Perda de carga por metro de coluna = 5,4 mm c.a/m de coluna de grão Considerando que a máxima altura da coluna ocorre no centro do silo, tem-se: Perda carga devido a coluna de grãos = Perda de carga por metro x Altura da Coluna de Grãos Perda carga coluna de grãos = 5,4 mm c.a/m de coluna de grão x (12,80 + 5,31) m = Perda carga coluna de grãos = 5,4 x 18,11 = 97,79 mm de coluna de água. Perda de carga do sistema = Pressão carga devido a coluna de grãos x Fator Obs.: O Fator varia de 1,5 a 2,0 – É aplicado para estimar perda de carga devido a tubulações, curvas, registros, área de chapa perfurada e impurezas na massa de grãos. Perda de carga do sistema = 97,79 mm ca. x 1,8 = 176,02 mm ca Passo 5: Cálculo da potência do ventilador 30 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto A potência é calculada por meio de equação abaixo. Tem-se que a potência necessária do motor é 20 cv. em que: - vazão de ar em m 3/min; - pressão estática a vencer, em mm c.a; - rendimento do conjunto motor e ventilador. Nesse caso, foi considerado igual a 60%; e - potência, expressa em cv. Para converter em quilo Watts (kW) multiplicar por 0,735 8.1 Distribuição dos dutos de aeração Os dutos que fazem a distribuição do ar na massa de grãos devem ser posicionados de tal forma a garantir no mínimo os fluxos de ar recomendados na Tabela 09. É importante ressaltar que o fluxo de ar terá por caminho preferencial o que oferece menor resistência. Portanto em projetos de aeração é recomendado que seja observada a relação do maior e menor caminho a ser percorrido pelo ar, representado pelas letras C e c, respectivamente. Conforme esquematizado na Figura 18, para graneleiros é recomendado a relação 5,1 c C , enquanto que para silos 8,1 c C . C c c C Figura 18 – Demonstração do traçado do maior caminho “C” e menor caminho “c” do fluxo de ar em graneleiro e um silo. Respeitando essas relações são feitas as locações dos dutos de distribuição segundo diferentes configurações como esquematizado na Figura 19. 31 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Figura 19 – Formas de distribuição dos dutos de aeração em silos. 8.2 Cálculos do espaçamento dutos de distribuição Para locação dos dutos de distribuição, parte-se do cálculo da área necessária da chapa perfurada para aplicação do ar. Para tanto, é necessário considerar as velocidades nos dutos de distribuição (Tabela 10) e na saída das chapas (Tabela 11). Tabela 10 – Velocidades do ar no interior dos dutos de distribuição Estrutura CaracterísticasVelocidades recomendadas (m/min) Graneleiros duto até 7,6 m 457 a 610 duto maior que 7,6 m 305 a 457 Silos 610 Tabela 11 – Velocidades do ar ao passar pela chapa perfurada Estrutura Velocidades recomendadas (m/min) Graneleiros 6,0 Silos 6,0 a 10,0 Passo 6: Cálculo da área de chapa para distribuição do ar Tem-se que para aplicar a vazão de 263,67 m3/min, considerando a velocidade do ar ao passar pela chapa perfurada igual a 10 m/min (Tabela 11), a área de chapa será: 32 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Passo 7: Cálculo do comprimento (extensão) do duto de distribuição do ar Se for considerado que a largura do duto for de 0,50 metros o comprimento total dos dutos será: Passo 8: Locação dos dutos de distribuição de ar Para locar os dutos de distribuição de ar, poderão ser adotadas as formas nas Figuras 20 e 21. Em que, para esse exemplo foi adotada a locação de: dois dutos centrais medindo 0,50 x 15,25 m e dois laterais medindo 0,50 x 11,60 m, totalizando 53,70 m de dutos de distribuição. Para essa situação, a relação crítica foi: Passo 8: Cálculo da seção do duto principal Considere que pelo duto passará toda a vazão de 263,67 m3/min e assuma a velocidade do ar pelo duto igual a 610 m/min (Tabela 10). Assim, tem-se: Considerando que a seção do duto é quadrática, então os lados do duto medirão: √ 33 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Figura 20 – Locação dos dutos de distribuição – planta baixa Ventilador 20 cv 263,67 m³/min 13,15 m 21,21 m C/c =21,21/15,57 = 1,36 C/c = 17,00/13,15 = 1,29 17,00 m 15,57 m Figura 21 – Locação dos dutos de distribuição – corte 6,10 m 18,30 m 3,05 m3,05 m 3,05 m 3,05 m 0 ,5 0 x 1 5 ,2 5 m 0 ,5 0 x 1 5 ,2 5 m 0 ,5 0 x 1 1 ,6 0 m 0 ,5 0 x 1 1 ,6 0 m 0,65 x 12,85 m 0 ,6 5 x 8 ,3 0 m 34 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto 9 Referência BROOKER, D. B., BAKKER ARKEMA, F. W., HALL, C. W. Drying Cereal Grains. The Avi Publishing Company, Inc. Westport: Connecticut. 1974. 256 p. DARBY, J. Aeration increases marketing choices. Farming Ahead, n° 144, p. 26-28, 2004. Department of Food Science. Aeration and cooling for control of stored grain insects. Institute for Technology and Storage of Agricultural Products. Israel Ministry of Agricultural and Rural Development. Acesso em 20.12.2007. Disponível em: http://www.agri.gov.il/Envir/aeration/aeration.html. DPI (Department of Primary Industries and Fisheries). Grain Storage Aeration for Cooling or Drying. (http://www.daff.qld.gov.au/26_6240.htm). State of Queensland: Australia. 2010 JONES, D. D.; GRISSO, R. D. Holding Wet Corn With Aeration. University of Nebraska. G87-862-A. (Revised July 1995). LOEWER, O. J., BRIDGES, T. C., BUCKLIN, R. A. On-farm drying and storage systems. ASAE Publication 9, American Society of Agricultural Engineers. 1974. PEREIRA, J. A. M. Aeração de grãos: Parte I – Fundamentos e manejo. CENTREINAR. Viçosa: MG. 2002. PEREIRA, J. A. M., PEREIRA, A. L. R. M. Aeração de Grãos: Parte II – Movimentação de ar e dimensionamento de sistema. CENTREINAR. Viçosa: MG. 2002. SILVA, J. S. [editor], Pré-processamento de produtos agrícolas. Juiz de Fora: Instituto Maria, 1995. 509 p. SILVA, L. C., Micotoxinas em grãos e derivados. Revista Grãos Brasil, Ano VIII, n. 39, Novembro/Dezembro de 2009, p. 13-16. WEBER, E. A., Armazenagem Agrícola. Editora. Livraria e Editora Agropecuária, Guaíba: RS. 2001. 396 p. TOWNE, H. L. Aeration strategies. World Grain, July 2001, p. 52-56 http://www.daff.qld.gov.au/26_6240.htm 35 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Apêndice TABELA 01A: Valores de umidade relativa do ar após o aquecimento de 1,0 e 2,0 °C Temperatura ambiente (°C) Umidade relativa ambiente (%) Aquecimento Temperatura ambiente (°C) Umidade relativa ambiente (%) Aquecimento + 1,0 °C + 2,0 °C + 1,0 °C + 2,0 °C 16 95 89,1 83,7 22 60 56,5 53,2 16 90 84,5 79,3 22 55 51,8 48,7 16 85 79,8 74,9 22 50 47,1 44,3 16 80 75,1 70,5 22 40 37,6 35,4 16 75 70,4 66,1 24 95 89,5 84,3 16 70 65,7 61,7 24 90 84,8 79,9 16 65 61,0 57,3 24 85 80,1 75,5 16 60 56,3 52,9 24 80 75,4 71,0 16 55 51,6 48,5 24 75 70,6 66,6 16 50 46,9 44,1 24 70 65,9 62,1 16 40 37,5 35,2 24 65 61,2 57,7 18 95 89,2 83,9 24 60 56,5 53,3 18 90 84,5 79,4 24 55 51,8 48,8 18 85 79,8 75,0 24 50 47,1 44,4 18 80 75,1 70,6 24 40 37,7 35,5 18 75 70,4 66,2 26 95 89,6 84,5 18 70 65,8 61,8 26 90 84,9 80,0 18 65 61,1 57,4 26 85 80,1 75,6 18 60 56,4 53,0 26 80 75,4 71,1 18 55 51,7 48,5 26 75 70,7 66,7 18 50 47,0 44,1 26 70 66,0 62,2 18 40 37,6 35,3 26 65 61,3 57,8 20 95 89,3 84,0 26 60 56,6 53,4 20 90 84,6 79,6 26 55 51,9 48,9 20 85 79,9 75,2 26 50 47,1 44,5 20 80 75,2 70,8 26 40 37,7 35,6 20 75 70,5 66,3 28 95 89,6 84,6 20 70 65,8 61,9 28 90 84,9 80,2 20 65 61,1 57,5 28 85 80,2 75,7 20 60 56,4 53,1 28 80 75,5 71,3 20 55 51,7 48,6 28 75 70,8 66,8 20 50 47,0 44,2 28 70 66,1 62,4 20 40 37,6 35,4 28 65 61,3 57,9 22 95 89,4 84,2 28 60 56,6 53,4 22 90 84,7 79,7 28 55 51,9 49,0 22 85 80,0 75,3 28 50 47,2 44,5 22 80 75,3 70,9 28 40 37,7 35,6 22 75 70,6 66,5 30 95 89,7 84,8 22 70 65,9 62,0 30 90 85,0 80,3 36 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto 22 65 61,2 57,6 30 85 80,3 75,9 TABELA 01A: Continuação... Temperatura ambiente (°C) Umidade relativa ambiente (%) Aquecimento Temperatura ambiente (°C) Umidade relativa ambiente (%) Aquecimento + 1,0 °C + 2,0 °C + 1,0 °C + 2,0 °C 30 80 75,6 71,4 33 60 56,7 53,7 30 75 70,8 66,9 33 55 52,0 49,2 30 70 66,1 62,5 33 50 47,3 44,7 30 65 61,4 58,0 33 40 37,8 35,8 30 60 56,7 53,5 34 95 89,9 85,1 30 55 51,9 49,1 34 90 85,1 80,6 30 50 47,2 44,6 34 95 89,9 85,1 30 40 37,8 35,7 34 90 85,1 80,6 31 95 89,8 84,8 34 85 80,4 76,1 31 90 85,0 80,4 34 80 75,7 71,6 31 85 80,3 75,9 34 75 71,0 67,1 31 80 75,6 71,4 34 70 66,2 62,7 31 75 70,9 67,0 34 65 61,5 58,2 31 70 66,1 62,5 34 60 56,8 53,7 31 65 61,4 58,1 34 55 52,0 49,2 31 60 56,7 53,6 34 50 47,3 44,8 31 55 52,0 49,1 34 40 37,8 35,8 31 50 47,2 44,7 35 95 89,9 85,1 31 40 37,8 35,7 35 90 85,2 80,6 32 95 89,8 84,9 35 85 80,4 76,2 32 90 85,1 80,4 35 80 75,7 71,7 32 85 80,3 76,0 35 75 71,0 67,2 32 80 75,6 71,5 35 70 66,2 62,7 32 75 70,9 67,0 35 65 61,5 58,2 32 70 66,2 62,6 35 60 56,8 53,8 32 65 61,4 58,1 35 55 52,1 49,3 32 60 56,7 53,6 35 50 47,3 44,8 32 55 52,0 49,2 35 40 37,9 35,8 32 50 47,3 44,7 36 95 89,9 85,2 32 40 37,8 35,8 36 90 85,2 80,7 32 50 47,3 44,7 36 85 80,5 76,2 32 40 37,8 35,8 36 80 75,7 71,7 33 95 89,8 85,0 36 75 71,0 67,3 33 90 85,1 80,5 36 70 66,3 62,8 33 85 80,4 76,0 36 65 61,5 58,3 33 80 75,7 71,6 36 60 56,8 53,8 33 75 70,9 67,1 36 55 52,1 49,3 33 70 66,2 62,6 33 65 61,5 58,1 37 Aeração de Grãos: Detalhes de Manejo e Projeto Tabela 02A – Umidade de equilíbrio para MILHO Temperatura do Ar (°C) Umidade Relativa do Ar (%) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 10 4,8 6,0 7,0 8,0 8,8 9,7 10,5 11,3 12,2 13,0 13,9 14,8 15,7 16,7 17,9 19,2 20,9 23,3 12 4,7 5,9 6,9 7,8 8,7 9,5 10,4 11,2 12,0 12,8 13,6 14,5 15,5 16,5 17,6 18,9 20,6 23,0 14 4,6 5,8 6,8 7,7 8,6 9,4 10,2 11,0 11,8 12,6 13,4 14,3 15,2 16,2 17,4 18,7 20,3 22,7 16 4,6 5,7 6,7 7,6 8,4 9,2 10,0 10,8 11,6 12,4 13,3 14,1 15,0 16,0 17,1 18,4 20,0 22,4 18 4,5 5,6 6,6 7,5 8,3 9,1 9,9 10,7 11,512,3 13,1 13,9 14,8 15,8 16,9 18,2 19,8 22,1 20 4,4 5,5 6,5 7,4 8,2 9,0 9,8 10,5 11,3 12,1 12,9 13,7 14,6 15,6 16,7 18,0 19,5 21,8 22 4,4 5,4 6,4 7,3 8,1 8,9 9,6 10,4 11,2 11,9 12,7 13,6 14,4 15,4 16,5 17,7 19,3 21,6 24 4,3 5,4 6,3 7,2 8,0 8,7 9,5 10,3 11,0 11,8 12,6 13,4 14,3 15,2 16,3 17,5 19,1 21,3 26 4,2 5,3 6,2 7,1 7,9 8,6 9,4 10,1 10,9 11,6 12,4 13,2 14,1 15,0 16,1 17,3 18,8 21,1 28 4,2 5,2 6,1 7,0 7,8 8,5 9,3 10,0 10,7 11,5 12,3 13,1 13,9 14,9 15,9 17,1 18,6 20,9 30 4,1 5,2 6,1 6,9 7,7 8,4 9,1 9,9 10,6 11,3 12,1 12,9 13,8 14,7 15,7 16,9 18,4 20,6 32 4,1 5,1 6,0 6,8 7,6 8,3 9,0 9,8 10,5 11,2 12,0 12,8 13,6 14,5 15,5 16,7 18,2 20,4 34 4,0 5,0 5,9 6,7 7,5 8,2 8,9 9,6 10,4 11,1 11,8 12,6 13,4 14,4 15,4 16,6 18,0 20,2 36 4,0 5,0 5,8 6,6 7,4 8,1 8,8 9,5 10,2 11,0 11,7 12,5 13,3 14,2 15,2 16,4 17,9 20,0 38 3,9 4,9 5,8 6,6 7,3 8,0 8,7 9,4 10,1 10,8 11,6 12,3 13,2 14,0 15,0 16,2 17,7 19,8 40 3,9 4,9 5,7 6,5 7,2 7,9 8,6 9,3 10,0 10,7 11,5 12,2 13,0 13,9 14,9 16,0 17,5 19,6 Tabela 03A – Umidade relativa do ar intergranular para MILHO Temperatura dos Grãos (°C) Teor de Água dos Grãos Armazenados (%) 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 10 25,3 30,9 36,9 42,9 49,0 55,0 60,8 66,3 71,5 76,2 80,5 84,3 87,6 90,3 92,6 94,5 96,0 97,2 12 26,0 31,8 37,8 44,0 50,1 56,2 62,0 67,5 72,7 77,4 81,6 85,2 88,4 91,1 93,3 95,0 96,4 97,5 14 26,7 32,6 38,8 45,0 51,3 57,4 63,2 68,7 73,8 78,4 82,5 86,1 89,2 91,7 93,8 95,5 96,8 97,8 16 27,4 33,5 39,7 46,0 52,3 58,5 64,3 69,8 74,9 79,4 83,5 87,0 89,9 92,4 94,3 95,9 97,1 98,0 18 28,1 34,3 40,6 47,1 53,4 59,6 65,4 70,9 75,9 80,4 84,3 87,7 90,6 92,9 94,8 96,3 97,4 98,2 20 28,8 35,1 41,5 48,0 54,4 60,6 66,5 71,9 76,9 81,3 85,2 88,5 91,2 93,5 95,2 96,6 97,7 98,4 22 29,5 35,9 42,4 49,0 55,5 61,7 67,5 73,0 77,9 82,2 86,0 89,2 91,8 94,0 95,6 96,9 97,9 98,6 24 30,2 36,7 43,3 49,9 56,4 62,7 68,5 73,9 78,8 83,0 86,7 89,8 92,4 94,4 96,0 97,2 98,1 98,8 26 30,9 37,5 44,2 50,9 57,4 63,7 69,5 74,9 79,6 83,8 87,4 90,4 92,9 94,8 96,3 97,5 98,3 98,9 28 31,5 38,2 45,0 51,8 58,4 64,6 70,4 75,8 80,5 84,6 88,1 91,0 93,4 95,2 96,6 97,7 98,5 99,0 30 32,2 39,0 45,9 52,7 59,3 65,6 71,4 76,6 81,3 85,3 88,7 91,5 93,8 95,6 96,9 97,9 98,6 99,1 32 32,9 39,7 46,7 53,6 60,2 66,5 72,2 77,5 82,0 86,0 89,3 92,0 94,2 95,9 97,2 98,1 98,8 99,2 34 33,5 40,5 47,5 54,4 61,1 67,3 73,1 78,3 82,8 86,7 89,9 92,5 94,6 96,2 97,4 98,3 98,9 99,3 36 34,2 41,2 48,3 55,3 62,0 68,2 73,9 79,0 83,5 87,3 90,4 93,0 95,0 96,5 97,6 98,4 99,0 99,4 38 34,8 41,9 49,1 56,1 62,8 69,0 74,7 79,8 84,2 87,9 90,9 93,4 95,3 96,8 97,8 98,6 99,1 99,5 40 35,4 42,6 49,9 56,9 63,6 69,9 75,5 80,5 84,8 88,5 91,4 93,8 95,6 97,0 98,0 98,7 99,2 99,5 0 Aeração de Grãos e Termomemetria: Detalhes de Manejo Tabela 04A – Umidade de equilíbrio para SOJA Temperatura do Ar (°C) Umidade Relativa do Ar (%) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 10 2,0 2,8 3,7 4,5 5,3 6,1 7,0 7,9 8,8 9,8 10,8 11,9 13,2 14,6 16,2 18,1 20,6 24,3 12 2,0 2,8 3,6 4,4 5,2 6,1 6,9 7,8 8,7 9,7 10,7 11,8 13,1 14,4 16,0 17,9 20,4 24,1 14 2,0 2,8 3,6 4,4 5,2 6,0 6,8 7,7 8,6 9,6 10,6 11,7 12,9 14,3 15,9 17,7 20,2 23,9 16 1,9 2,8 3,5 4,3 5,1 5,9 6,8 7,6 8,5 9,5 10,5 11,6 12,8 14,2 15,7 17,6 20,0 23,7 18 1,9 2,7 3,5 4,3 5,1 5,9 6,7 7,6 8,4 9,4 10,4 11,5 12,7 14,0 15,6 17,4 19,8 23,5 20 1,9 2,7 3,5 4,2 5,0 5,8 6,6 7,5 8,4 9,3 10,3 11,4 12,6 13,9 15,4 17,3 19,7 23,3 22 1,9 2,7 3,4 4,2 5,0 5,8 6,6 7,4 8,3 9,2 10,2 11,3 12,4 13,8 15,3 17,1 19,5 23,1 24 1,9 2,6 3,4 4,2 4,9 5,7 6,5 7,3 8,2 9,1 10,1 11,2 12,3 13,6 15,2 17,0 19,3 22,9 26 1,8 2,6 3,4 4,1 4,9 5,6 6,4 7,3 8,1 9,0 10,0 11,1 12,2 13,5 15,0 16,8 19,2 22,8 28 1,8 2,6 3,3 4,1 4,8 5,6 6,4 7,2 8,1 9,0 9,9 11,0 12,1 13,4 14,9 16,7 19,0 22,6 30 1,8 2,6 3,3 4,0 4,8 5,5 6,3 7,1 8,0 8,9 9,8 10,9 12,0 13,3 14,8 16,6 18,9 22,4 32 1,8 2,5 3,3 4,0 4,7 5,5 6,3 7,1 7,9 8,8 9,7 10,8 11,9 13,2 14,6 16,4 18,7 22,2 34 1,8 2,5 3,2 4,0 4,7 5,4 6,2 7,0 7,8 8,7 9,7 10,7 11,8 13,1 14,5 16,3 18,6 22,1 36 1,8 2,5 3,2 3,9 4,6 5,4 6,1 6,9 7,8 8,6 9,6 10,6 11,7 13,0 14,4 16,1 18,4 21,9 38 1,7 2,5 3,2 3,9 4,6 5,3 6,1 6,9 7,7 8,6 9,5 10,5 11,6 12,8 14,3 16,0 18,3 21,7 40 1,7 2,4 3,1 3,9 4,6 5,3 6,0 6,8 7,6 8,5 9,4 10,4 11,5 12,7 14,2 15,9 18,1 21,6 Tabela 05A – Umidade relativa do ar intergranular para SOJA Temperatura dos Grãos (°C) Teor de Água dos Grãos Armazenados (%) 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 10 45,7 51,1 56,1 60,8 65,2 69,3 73,0 76,4 79,5 82,3 84,8 87,0 89,0 90,7 92,2 93,6 94,7 95,6 12 46,2 51,5 56,6 61,3 65,7 69,8 73,5 76,9 80,0 82,7 85,2 87,4 89,3 91,0 92,5 93,8 94,9 95,8 14 46,6 52,0 57,1 61,8 66,2 70,3 74,0 77,4 80,4 83,1 85,6 87,8 89,7 91,3 92,8 94,0 95,1 96,0 16 47,1 52,5 57,6 62,3 66,7 70,8 74,5 77,8 80,8 83,5 86,0 88,1 90,0 91,6 93,0 94,2 95,3 96,2 18 47,5 53,0 58,1 62,8 67,2 71,2 74,9 78,3 81,3 83,9 86,3 88,4 90,3 91,9 93,3 94,5 95,5 96,3 20 48,0 53,4 58,5 63,3 67,7 71,7 75,4 78,7 81,7 84,3 86,7 88,8 90,6 92,1 93,5 94,7 95,7 96,5 22 48,4 53,9 59,0 63,8 68,2 72,2 75,8 79,1 82,1 84,7 87,0 89,1 90,9 92,4 93,7 94,9 95,8 96,6 24 48,9 54,3 59,5 64,2 68,6 72,6 76,2 79,5 82,5 85,1 87,4 89,4 91,1 92,6 94,0 95,1 96,0 96,8 26 49,3 54,8 59,9 64,7 69,1 73,1 76,7 79,9 82,8 85,4 87,7 89,7 91,4 92,9 94,2 95,2 96,2 96,9 28 49,7 55,2 60,4 65,2 69,5 73,5 77,1 80,3 83,2 85,8 88,0 90,0 91,7 93,1 94,4 95,4 96,3 97,1 30 50,1 55,7 60,8 65,6 70,0 73,9 77,5 80,7 83,6 86,1 88,3 90,2 91,9 93,3 94,6 95,6 96,5 97,2 32 50,6 56,1 61,3 66,0 70,4 74,4 77,9 81,1 83,9 86,4 88,6 90,5 92,2 93,6 94,8 95,8 96,6 97,3 34 51,0 56,6 61,7 66,5 70,8 74,8 78,3 81,5 84,3 86,7 88,9 90,8 92,4 93,8 94,9 95,9 96,7 97,4 36 51,4 57,0 62,2 66,9 71,3 75,2 78,7 81,8 84,6 87,1 89,2 91,0 92,6 94,0 95,1 96,1 96,9 97,5 38 51,8 57,4 62,6 67,3 71,7 75,6 79,1 82,2 85,0 87,4 89,5 91,3 92,8 94,2 95,3 96,2 97,0 97,6 40 52,2 57,8 63,0 67,8 72,1 76,0 79,5 82,6 85,3 87,7 89,7 91,5 93,1 94,4 95,4 96,4 97,1 97,7 Aeração de grãos e termometria Prof. Luís César da Silva 1 Tabela 06A – Umidade de equilíbrio para Trigo - MOLE Temperatura do Ar (°C) Umidade Relativa do Ar (%) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 10 6,0 7,1 7,9 8,7 9,4 10,0 10,6 11,2 11,8 12,4 13,0 13,6 14,2 14,9 15,7 16,6 17,6 19,2 12 6,0 7,0 7,8 8,6 9,3 9,9 10,5 11,1 11,7 12,3 12,9 13,5 14,1 14,8 15,6 16,4 17,5 19,0 14 5,9 6,9 7,8 8,5 9,2 9,8 10,4 11,0 11,6 12,2 12,8 13,4 14,0 14,7 15,4 16,3 17,3 18,9 16 5,9 6,9 7,7 8,4 9,1 9,7 10,3 10,9 11,5 12,1 12,7 13,3 13,9 14,6 15,3 16,1 17,2 18,7 18 5,8 6,8 7,6 8,4 9,0 9,6 10,2 10,8 11,4 12,0 12,5 13,1 13,8 14,4 15,2 16,0 17,1 18,6 20 5,7 6,7 7,6 8,3 8,9 9,6 10,2 10,7 11,3 11,9 12,4 13,0 13,7 14,3 15,1 15,9 16,9 18,4 22 5,7 6,7 7,5 8,2 8,9 9,5 10,1 10,6 11,2 11,8 12,3 12,9 13,5 14,2 14,9 15,8 16,8 18,3 24 5,6 6,6 7,4 8,1 8,8 9,4 10,0 10,6 11,1 11,7 12,2 12,8 13,4 14,1 14,8 15,7 16,7 18,2 26 5,6 6,6 7,4 8,1 8,7 9,3 9,9 10,5 11,0 11,6 12,2 12,7 13,3 14,0 14,7 15,5 16,6 18,0 28 5,6 6,5 7,3 8,0 8,7 9,3 9,8 10,4 11,0 11,5 12,1 12,6 13,2 13,9 14,6 15,4 16,4 17,9 30 5,5 6,5 7,3 8,0 8,6 9,2 9,8 10,3 10,9 11,4 12,0 12,5 13,1 13,8 14,5 15,3 16,3 17,8 32 5,5 6,4 7,2 7,9 8,5 9,1 9,7 10,2 10,8 11,3 11,9 12,5 13,1 13,7 14,4 15,2 16,2 17,7 34 5,4 6,4 7,2 7,8 8,5 9,1 9,6 10,2 10,7 11,3 11,8 12,4 13,0 13,6 14,3 15,1 16,1 17,5 36 5,4 6,3 7,1 7,8 8,4 9,0 9,6 10,1 10,6 11,2 11,7 12,3 12,9 13,5 14,2 15,0 16,0 17,4 38 5,4 6,3 7,0 7,7 8,3 8,9 9,5 10,0 10,6 11,1 11,6 12,2 12,8 13,4 14,1 14,9 15,9 17,3 40 5,3 6,2 7,0 7,7 8,3 8,9 9,4 10,0 10,5 11,0 11,6 12,1 12,7 13,3 14,0 14,8 15,8 17,2 Tabela 07A – Umidade relativa do ar intergranular para TRIGO - MOLE Temperatura dos Grãos (°C) Teor de Água dos Grãos Armazenados (%) 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 10 20,5 27,4 35,0 43,2 51,6 60,1 68,1 75,4 81,9 87,2 91,4 94,5 96,7 98,2 99,0 99,5 99,8 99,9 12 21,0 28,0 35,7 44,0 52,6 61,0 69,1 76,3 82,7 87,9 91,9 94,9 97,0 98,4 99,299,6 99,8 99,9 14 21,5 28,6 36,5 44,9 53,5 62,0 70,0 77,2 83,4 88,5 92,5 95,3 97,3 98,5 99,3 99,7 99,9 99,9 16 22,0 29,2 37,2 45,7 54,4 62,9 70,9 78,1 84,2 89,1 92,9 95,7 97,5 98,7 99,3 99,7 99,9 99,9 18 22,5 29,8 37,9 46,5 55,3 63,8 71,8 78,9 84,9 89,7 93,4 96,0 97,7 98,8 99,4 99,7 99,9 99,9 20 23,0 30,4 38,6 47,3 56,1 64,7 72,6 79,7 85,6 90,3 93,8 96,3 97,9 98,9 99,5 99,8 99,9 99,9 22 23,4 31,0 39,3 48,1 57,0 65,6 73,5 80,4 86,2 90,8 94,2 96,6 98,1 99,0 99,6 99,8 99,9 99,9 24 23,9 31,6 40,0 48,9 57,8 66,4 74,3 81,1 86,8 91,3 94,6 96,8 98,3 99,1 99,6 99,8 99,9 99,9 26 24,4 32,2 40,7 49,7 58,6 67,2 75,0 81,8 87,4 91,8 94,9 97,1 98,4 99,2 99,7 99,9 99,9 99,9 28 24,9 32,8 41,4 50,4 59,4 68,0 75,8 82,5 88,0 92,2 95,2 97,3 98,6 99,3 99,7 99,9 99,9 99,9 30 25,3 33,3 42,1 51,2 60,2 68,8 76,5 83,2 88,5 92,6 95,6 97,5 98,7 99,4 99,7 99,9 99,9 99,9 32 25,8 33,9 42,8 51,9 61,0 69,6 77,2 83,8 89,0 93,0 95,8 97,7 98,8 99,4 99,8 99,9 99,9 99,9 34 26,2 34,5 43,4 52,6 61,7 70,3 77,9 84,4 89,5 93,4 96,1 97,9 98,9 99,5 99,8 99,9 99,9 99,9 36 26,7 35,0 44,1 53,4 62,5 71,0 78,6 85,0 90,0 93,8 96,3 98,0 99,0 99,5 99,8 99,9 99,9 99,9 38 27,1 35,6 44,7 54,1 63,2 71,7 79,2 85,5 90,5 94,1 96,6 98,2 99,1 99,6 99,8 99,9 99,9 99,9 40 27,6 36,1 45,3 54,8 63,9 72,4 79,9 86,1 90,9 94,4 96,8 98,3 99,2 99,6 99,9 99,9 99,9 99,9
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