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FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO[9864]

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FUNDAMENTOS DO
EMPREENDEDORISMO
Introdução
Você já notou como as pessoas de sucesso são alvos de admiração? Tanto no cenário de entretenimento quanto empresarial, aqueles que se destacam por seus méritos são considerados referências. Quando pessoas de origem humilde tornam-se empresários bem-sucedidos e capitaneiam verdadeiros impérios corporativos, muitos acreditam que são pessoas de sorte ou favorecidas por circunstâncias especiais; mas na verdade, este é um pensamento incorreto: o sucesso que muitos empresários têm hoje é o resultado de muito esforço, persistência e muito, muito trabalho.
É fato que se tornar bem-sucedido é um enorme atrativo para todos e a construção de um negócio próprio é uma das ferramentas possíveis para isso. Você é uma dessas pessoas? Conhece alguém em seu círculo de relacionamentos que gostaria de iniciar um empreendimento?
Mas diante desta perspectiva, podemos nos questionar: porque alguns empreendedores prosperam, alcançam seus objetivos - e até os superam - enquanto outros tantos, bem intencionados, não conseguem? Estas questões são extremamente relevantes. Além de lidar com sonhos e expectativas pessoais, o empreendedorismo também afeta economicamente famílias e até comunidades inteiras. De certa forma, até a nação.
Por essa razão, ao longo deste estudo, vamos considerar alguns conceitos básicos de empreendedorismo para uma base conceitual em relação ao tema. Também, indicar as possibilidades da ação de empreender e a importância das iniciativas empreendedoras para a economia de forma geral. Primeiramente, faremos uma consideração sobre as origens do termo e da prática do empreendedorismo, suas principais escolas e seus pensadores.
Na sequência, abordaremos um interessante e controverso questionamento: o empreendedor inicia seu novo negócio primariamente por necessidade ou aproveita oportunidades? Por fim, será possível visualizar a importância do empreendedorismo para a economia de um país como fonte de riqueza e renda, em particular, em nosso país.
Espero que você aproveite este conteúdo, bem como as indicações adicionais de estudo, para um conhecimento estruturado e para que desenvolva um juízo de valor sobre sua própria postura em relação ao desafio que o empreendedorismo traz.
Bons estudos!
Empreendedorismo: Definições e Conceitos
Vamos iniciar nossos estudos compreendendo melhor nosso tema. Primeiramente, precisamos entender que as teorias relacionadas ao empreendedorismo e a definição de empreendedor não possuem uma única abordagem. Atualmente, existem diferentes linhas teóricas, construídas de forma muito bem fundamentadas. Dessa forma, vamos resgatar e apresentar a literatura científica sobre esses termos.
De acordo com Dornellas (2005) o empreendedorismo está relacionado com a capacidade de fazer acontecer, envolvendo pessoas e o processo de criação e inovação que, em conjunto, causam a transformação de ideias em oportunidades. Para Hisrch e Peters (2004) o empreendedorismo é o processo de criar algo novo agregando valor econômico, dedicando tempo e esforços necessários, assumindo riscos calculados e recebendo as recompensas decorrentes da independência econômica e satisfação pessoal.
As definições de empreendedorismo não possuem uma única abordagem, ou seja, uma única definição. Existem atualmente diferentes linhas teóricas, construídas de forma muito bem fundamentadas (SILVA, 2014). As principais teorias que discutem o tema do empreendedorismo são a teoria econômica e a teoria comportamentalista (BAGGIO; BAGGIO, 2014).
A teoria econômica, conhecida também por schumpeteriana, procura compreender o papel do empreendedor e seu impacto na economia (BAGGIO; BAGGIO, 2014). Nessa abordagem, o empreendedorismo está associado ao desenvolvimento econômico, com a percepção de que esse desenvolvimento está fundamentado por meio de inovações, basicamente pela introdução de novos recursos, que podem ser, por exemplo, um novo produto, novos mercados, a quebra do domínio mercadológico dos oligopólios, ou ainda, novas combinações de recursos já existentes (DEGEN, 1989).
Portanto, a essência do empreendedor está na percepção e aproveitamento de novas oportunidades para criar novos negócios, proporcionando a transformação de recursos em riquezas, sejam eles quais forem, e essa ação é típica da abordagem econômica. O empreendedorismo é um ato econômico e diversos autores o consideram como o “motor da economia” (BAGGIO; BAGGIO, 2014).
De outra forma, existem também abordagens do empreendedorismo ligadas ao comportamento do indivíduo. Essas são definidas como teoria comportamentalista. Nesta abordagem, o empreendedor é definido muito mais por meio de seus atributos psicológicos do que pela ação econômica. Assim, o desejo de empreender estaria vinculado à motivação, desejo de realização e obtenção de sucesso do indivíduo (LEITE; MELO, 2008).
O empreendedor é aquele que identifica oportunidades capazes de criar negócios e agregar valor sobre ele, assumindo riscos calculados (DORNELAS, 2005). Um empreendedor é o indivíduo que se dedica a crescer e inovar, seja em uma empresa já existente ou uma nova empresa. Assim, torna-se necessário que o empreendedor procure constantemente novos aprendizados e esteja atento a mudanças que possam afetar diretamente em seus negócios e em sua vida (FILION; DOLABELA, 2000).
Uma importante questão discutida pelos pesquisadores é em relação às características dos empreendedores de sucesso. Na Figura 1 a seguir, apresenta-se um resumo das características do empreendedor, conforme trabalho de Timmons e Hornaday (apud DOLABELA, 1999, p. 71).
Figura 1 – Característica do Empreendedor
Fonte: adaptada de Dolabela (1999).
É interessante também conhecermos algumas considerações pertinentes ao empreendedorismo, elencadas por Dolabela (2006, p. 29-30). O autor pontua que:
● Todas as pessoas nascem empreendedores.
● É um processo que atinge todas as esferas da sociedade, iniciado com a primeira ação inovadora da nossa sociedade.
● O empreendedor não se trata apenas da pessoa que cria um negócio, mas está presente em todos os ramos e setores de atividade.
● O processo de empreendedorismo pode ser considerado como uma manifestação de liberdade humana.
● Trata-se de um processo que depende de diversos fatores, como: formação, ambiente, trabalho, esforço, motivação, talento, recursos econômicos, dentre outros.
● Alguns fatores são importantes para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento empreendedor, como: cooperação e apoio da gerência; recursos financeiros para elaboração de projetos; recompensar e reconhecer os bons desempenhos; definir uma estrutura organizacional clara; ter confiança em seus funcionários; e transmitir autonomia.
● Por não se tratar de um conteúdo cognitivo convencional, não existe a possibilidade de transferir conhecimentos empreendedores de uma pessoa a outra. Contudo, qualquer indivíduo pode aprender como se tornar um empreendedor, quais as características e atitudes necessárias para ingressar no mundo do empreendedorismo.
● É um tema muito importante, por isso deveria ser apresentado e ensinado à toda a população, começando desde a educação básica.
● Como fundamentos do empreendedorismo podemos citar: o objetivo de criar um ambiente que transmita bem-estar para toda a população, incentivar o espírito inovador e a cooperação entre as pessoas.
● Não é possível determinar com certeza se uma pessoa vai ou não vai ser bem-sucedida como empreendedora.
Você Sabia?
De acordo com Dornelas (2007), tem-se 8 tipos de empreendedores: empreendedor nato, empreendedor que aprende, empreendedor serial, empreendedor corporativo, empreendedor social, empreendedor por necessidade, empreendedor herdeiro e empreendedor normal.
Fonte: os autores.
Observamos que os estudos em empreendedorismo apontam para uma manifestação social, ou seja, própria do ser humano. Ela visa o avanço de um estado atual para um estado desejado, utilizando, para isso, novos recursos ou recursos existentes de uma forma inovadora. É preciso considerar que o estado desejadoabrange em grande parte (porém, não exclusivamente) atividades econômicas, que podem gerar novos negócios.
Essa ação se dá por meio de produtos e serviços ofertados aos seus respectivos públicos, de forma a serem considerados de valor superior por eles. É preciso ter em mente que este valor superior é um conceito bastante subjetivo, pois remete ao que cada público considera como fator de decisão de escolha e, como você pode perceber no seu dia-a-dia, as pessoas têm preferências bastante variadas.
No contexto em que apresentamos o empreendedorismo, o conceito de inovação é muito relevante. Benedetti, Rebelo e Reyes (2006) destacam que a empresa, ao inovar, cria condições de sustentar seu crescimento e lucratividade. Os autores citam Luecke (2003) ao afirmar que a inovação é a incorporação e combinação de conhecimentos em algo original, relevante, tal como um novo produto, processo ou serviço (BENEDETTI; REBELO; REYES, 2006).
Quando pensamos em inovação, há vários campos que podem ser contemplados nas áreas técnica, tecnológica ou administrativa. A inovação, segundo alguns autores, pode ser até mesmo a simples introdução de um produto ou serviço já consolidado em novos mercados.
Complementando as discussões sobre inovação, Benedetti, Rebelo e Reyes (2006, p. 5) ainda destacam que,
[...] dois tipos de inovações são amplamente difundidos na literatura: a inovação radical e a inovação incremental. Luecke (2003) explica que uma inovação radical é algo absolutamente novo e normalmente envolve novas técnicas de produção e novas tecnologias. Segundo o mesmo autor, a inovação incremental explora processos, tecnologias e produtos já conhecidos, focando as melhorias que podem ser feitas 
Assim, ao pensarmos em empreendedorismo devemos considerar inovação, avanço, criatividade e novas formas de atender uma necessidade ou desejos de clientes atuais ou potenciais de uma organização.
Você Sabia?
A empresa maringaense O Casulo Feliz fez uso da ideia de responsabilidade ambiental e social para crescer e levar seus produtos ao mercado internacional. Intitulada de “seda sustentável”, produzida por meio do aproveitamento de casulos rejeitados por cultivadores, trabalho artesanal e processos ambientalmente corretos de produção, o produto apresenta tamanha qualidade que perpassou as barreiras nacionais e hoje a empresa se apresenta como grande exportadora para o mercado de moda e decoração.
Fonte: os autores.
EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE OU POR OPORTUNIDADE
O empreendedorismo, de maneira geral, pode ser entendido como um processo de implantar novos negócios ou realizar transformações em empresas já existentes. É um termo bastante utilizado no âmbito empresarial e, geralmente, está associado com a criação de novos produtos ou empresas, envolvendo criatividade e inovações (HISRCH; PETERS, 2004).
	Cada indivíduo possui diferentes motivos ou estímulos para tornar-se um empreendedor. De acordo com Ângelo (2003) essa motivação pode ocorrer pela percepção de uma nova oportunidade ou por necessidade, devido ao desemprego ou falta de outras fontes de renda, visualizando no empreendedorismo uma saída para seus problemas.
De acordo com Oliveira (2014), o nível de empreendedorismo no Brasil se desenvolveu em velocidade menor em comparação a países, como os Estados Unidos, devido a um forte protecionismo ofertado pelo governo brasileiro às empresas nacionais, em especial na década de 80. Geralmente, mercados fechados dão uma sensação de estabilidade, que não favorece a inovação e a eficiência. Foi o que ocorreu no Brasil.
	O empreendedorismo no Brasil é baseado em sua maior parte por micro, pequenos e médios negócios. Geralmente, o início de um novo negócio é de menor porte, seguindo o caminho natural de crescimento e expansão, caso prospere. Entretanto, no Brasil, muitos negócios permanecem pequenos, ainda que com o passar do tempo (OLIVEIRA, 2014).
	Essa permanência pode ser explicada, em parte, devido a esses empreendimentos manterem características de negócios familiares não se perpetuando nas gerações seguintes. Aproximadamente apenas 30% em média das empresas familiares sobrevivem à primeira geração (OLIVEIRA, 2014).
Além disso, o empreendedorismo é bastante afetado pelo ciclo econômico do país. Um ciclo de desemprego serve como estímulo à atividade empreendedora, por outro, quando se estabelece aumento nessa atividade há redução do nível do desemprego e, consequentemente, a redução da atividade empreendedora. Essa é uma questão que gera intensos embates por parte de vários autores; muitos afirmam que ambientes econômicos em crescimento e estáveis estimulam o empreendedorismo (BARROS; PEREIRA, 2008).
Um exemplo dessa questão é retratado por Dornelas (2014). O autor salienta que alguns ciclos de prosperidade econômica, em que está presente o otimismo dos agentes do mercado de investimentos e aumento da oferta de emprego e renda, o que gera o desenvolvimento do consumo de produtos e serviços, favorece o espírito empreendedor de indivíduos a iniciar novos negócios. A última década em nosso país experimentou essa condição.
Você Sabia?
O programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de abrangência mundial, é uma avaliação anual do nível nacional da atividade empreendedora. Teve início em 1999, com a participação de 10 países, por meio de uma parceria entre a London Business School, da Inglaterra, e o Babson College, dos Estados Unidos. Nesses 10 anos, mais de 80 países participaram do programa, que permanece crescendo ano a ano.
Atualmente, no mundo, o GEM é o maior estudo contínuo sobre a dinâmica empreendedora. Para saber mais acesse: <http://www.ibqp.org.br/gem>.
Fonte: os autores.
Temos então duas realidades impostas: o do aumento da atividade empreendedora em momentos em que a economia está em crise e as evidências de seu aumento com o aquecimento da economia. Elas nos apresentam, dessa forma, os dois perfis de empreendedores, mencionado anteriormente: os que empreendem por necessidade e os que empreendem por oportunidade.
Grande parte dos negócios criados por necessidade estão relacionados com a falta de oportunidades no mercado (AIDAR, 2007). Além disso, o perfil de pessoas que empreendem é composto, muitas vezes, por pessoas que ficam desempregadas e não desejam mais se sujeitar a patrões ou, ainda, apresentam pouca perspectiva de sua rápida recolocação no mercado de trabalho (ÂNGELO, 2003). Infelizmente, por conta do despreparo para um projeto independente e autônomo, acabam por fazer parte das estatísticas de fracassos de empresas nascentes no país.
No entanto, felizmente, houve uma proliferação de cursos de capacitação e formação, de ordem pública e privada, além do apoio de empresas, como o Sebrae, que vem levando à reversão desse quadro. Provavelmente, outro fator que também esteja contribuindo para o incremento da taxa de sucesso em empreendimentos de pequeno porte é o segundo perfil aqui apresentado: os empreendedores por oportunidade.
De acordo com Dolabela (2006), os empreendedores por oportunidade, em comparação ao perfil anterior (empreendedor por necessidade), geralmente, buscam algum tipo de capacitação ou consultoria prévia, ou seja, tendem a ser mais preparadas. Também pensam mais ativamente em inovação, conhecem o mercado devido a estudos realizados e, por conta destas e outras variáveis, incluindo as comportamentais, têm apresentado resultados melhores.
FATOS E DADOS
O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) faz a medição do TEA, Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial. A proporção de pessoas na faixa etária entre 18 e 64 anos na condição de empreendedores chamados de nascentes (classificados assim os com menos de 42 meses de existência) são avaliados em vários países do mundo. Quer saber como o Brasil está nos estudos do GEM? Acesse: <http://www.ibqp.org.br/gem>.
Fonte: adaptado de GEM ([2019], on-line).
De acordo com o GEM (2017), a taxa de empreendedores total no Brasil no ano de 2017 foi de 36,4%, ou seja, de cada 100 brasileiros adultos (18-64 anos), 36 conduziam alguma atividadeempreendedora. Em números absolutos, verifica-se que em 2017 mais de 49 milhões de pessoas estavam empreendendo ou haviam realizado alguma ação buscando a criação de um novo empreendimento. Comparando com anos anteriores, observa-se uma tendência de crescimento desde 2007, quando a taxa de empreendedorismo no país era de 21%.
Tabela 1 - Taxas e estimativas de empreendedorismo no Brasil - 2017
Considerando a motivação pelo qual os indivíduos decidem empreender, em 2017, verificou-se um aumento na relação entre empreendedores por oportunidade e por necessidade. No ano de 2016, para cada empreendedor inicial por necessidade, existia 1,4 empreendedores por oportunidade. Já em 2017, essa razão oportunidade/necessidade aumentou para 1,5. De outro modo, percebe-se que 59,4% dos empreendedores iniciais empreenderam por motivo de oportunidade e 39,9% por necessidade.
Destaca-se que essa pequena redução na proporção de empreendedores por necessidade está relacionada com os sinais de recuperação da economia brasileira em 2017, principalmente aqueles associados ao mercado de trabalho formal (GEM, 2017).
Sabia mais
O Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, é uma entidade privada sem fins lucrativos voltada à capacitação e promoção do desenvolvimento de pequenos negócios no país. Trabalha, desde 1972, no estímulo do empreendedorismo, competitividade e sustentabilidade de micro e pequenas empresas, atuando em todo o território nacional.
Conheça o portal da entidade e seus projetos pelo link disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/>.
Fonte: Sebrae (2018, on-line).
A atividade empreendedora é fundamental em países que praticam a economia de livre mercado e, especialmente no Brasil, temos uma realidade na qual o empreendedorismo por necessidade pode ser uma fonte de geração de renda para quem perdeu o vínculo de emprego em uma organização e não conseguiu, ou, não deseja uma recolocação de trabalho. Complementarmente, temos a situação dos empreendedores por oportunidade que vislumbram uma necessidade ou desejo não satisfeito ou satisfeito de forma insatisfatória por parte de um nicho de mercado e que se lançam a implementar suas ideias para ocupar esse espaço. São empreendimentos que, via de regra, têm maior possibilidade de sobrevivência no longo prazo.
Empreendedorismo: Importância para a Economia
A economia mundial é baseada, hegemonicamente, no capitalismo. Baseia-se, dessa forma, na geração de empregos pela ocupação de mão de obra pela iniciativa privada, em diferentes níveis de especialização. Os donos do capital investem na atividade produtiva. Eles nem sempre são empresários, mas essa ação tem por finalidade obter retorno positivo sobre seus investimentos, no qual chamamos de lucro.
Essa concepção se aplica também ao empreendedorismo. A lógica capitalista defende que quanto maior a desregulamentação, ou seja, quanto menor a intervenção do Estado na economia, melhor. Em outras palavras, nesse pensamento quanto mais livremente o capital circular, aplicado em empreendimentos produtivos, mais riqueza irá produzir, e isso acarretará em benefícios para todos.
Você concorda ou não com essa lógica?
Independente de nosso posicionamento, esta é a lógica predominante no cenário econômico mundial. Dessa forma, é bastante favorável ao espírito empreendedor um ambiente em que se possa investir livremente em atividades produtivas. E nela, o Estado deve fomentar a atividade empreendedora, considerando que quanto mais empreendimentos prósperos houver um uma nação, mais oportunidades de ocupação haverá para a população.
Peter Drucker (2010), um dos mais citados e renomados autores na área de administração e empreendedorismo, argumenta sobre a geração de mais de 40 milhões de empregos nos Estados unidos, no final do século XX, enquanto as empresas tradicionais reduziam seus postos de trabalho, em sua obra Inovação e Espírito Empreendedor (2010). O autor aponta que essa massiva geração de empregos se deveu à forte atividade empreendedora no país, principalmente, de empresas pequenas e médias. E ao contrário do que muitas imaginariam, não eram necessariamente ligadas à área tecnológica.
Já em nosso país, após o período de protecionismo estatal experimentado até o início do governo Collor, passamos a ter contato com a forte concorrência internacional, porém muitos setores não estavam preparados para esta competição. Assim, da pior forma possível, o Brasil entendeu o que a globalização pode ocasionar positiva ou negativamente para as empresas.
Na atualidade, o Estado brasileiro tem alterado momentos de intervenção com outros de maior liberdade no mercado. Mas a ideia, em qualquer dos momentos, é preservar empregos e, se possível, gerar tantos outros para absorver um contingente crescente de trabalhadores jovens que passam a integrar as estatísticas da População Economicamente Ativa (PEA).
Um fato importante a ser destacado é que o desafio da geração de emprego e renda é permanente em todo o mundo. Analisando de forma superficial, poderíamos indicar que as grandes empresas e corporações são os motores do emprego no mundo. De fato, o número de empregados de algumas grandes empresas ascende a dezenas ou mesmo a centenas de milhares e estes números sempre impressionam.
No Infográfico 1 são apresentados o faturamento de algumas empresas e o PIB (Produto Interno Bruto) de alguns países. O resultado é surpreendente.
Infográfico 1 - Comparativo do faturamento de empresas mundiais com o PIB de países
Apesar de sua importância para a economia mundial, que chega a influenciar fortemente até mesmo a relação governo/capital, a oferta de empregos, em países onde a atividade empreendedora está amadurecida ou em maturação, não é em sua maioria proporcionada pelas grandes empresas. Para comprovar esta afirmação, podemos recorrer aos dados de órgãos de fomento às micro e pequenas empresas. Conforme o Sebrae (2018), no Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, a atividade empreendedora tem relevante importância na geração de postos formais de trabalho. Na Tabela 3, a seguir, extraída deste estudo, é possível perceber o impacto das micro e pequenas empresas na geração de empregos no Brasil em 2016:
Tabela 3 - Distribuição de empregos por porte do estabelecimento no Brasil - 2016
Fonte: Sebrae (2018).[1]
Como é possível observar, o percentual das ofertas das médias e grandes empresas é superado pelo de micro e pequenas empresas em todas as regiões da federação. Essa tendência tem sido recorrente ao longo dos anos, e enfatiza a necessidade de o poder público conferir grande importância à iniciativa empreendedora, haja vista ela ser intensamente responsável pela criação de novas empresas e manutenção do nível de empregos no país.
Quando nos referimos ao mecanismo de empreender, temos os considerados empreendedores iniciais ou em estágio inicial e são caracterizados por dois tipos: empreendedores nascentes e novos. Os empreendedores nascentes são aqueles que se envolvem na estruturação de um negócio no qual são proprietários, no entanto ainda não realizou pagamento de salários, pró-labores ou qualquer outro meio de remuneração a seus proprietários por mais de 3 meses. Os empreendedores novos são proprietários que administram um negócio no qual já pagou salários, pró-labores ou qualquer outro tipo de remuneração aos proprietários por um período entre 3 e 42 meses (GEM, 2017).
Há também os empreendedores estabelecidos. Estes “administram e são proprietários de um negócio estabelecido, que pagou salários, pró-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de 42 meses” (GEM 2013, p. 29).
Sabia mais
No Brasil as organizações empresariais estão presentes para atender às necessidades diversas da sociedade. De acordo com as estatísticas do site Empresômetro, existem 21.168.906 empresas ativas em nosso país em dezembro de 2018.
Para conhecer os dados gerais ou específicos, além de outras estatísticas importantes, acesse o link disponível em: <http://www.empresometro.com.br>.Fonte: os autores.
As empresas têm um papel fundamental no sistema econômico atual por absorverem mão de obra de forma intensiva, proporcionando oportunidades de geração de emprego e renda. As grandes corporações têm papel muito importante para a economia mundial. No entanto, é possível verificar que, no Brasil, as micro e pequenas empresas têm empregado grande número de pessoas, superando em valores absolutos as médias e grandes empresas. Segundo o Sebrae (2018), as micro e pequenas empresas geraram quase 17 milhões de empregos no Brasil em 2016, enquanto que as médias e grandes empresas foram responsáveis pela criação de aproximadamente 14 milhões.
Portanto, o papel do empreendedor é fundamental na construção da economia, sendo um importante agente na geração de emprego e renda (NAISBITT, 1994). Novos empreendimentos, geralmente, começam como micro ou pequena empresa e muitos permanecem como tais ao longo do tempo. É preciso incentivar ainda mais a atividade empreendedora dos pequenos negócios, dada essa grande relevância econômica e social.
RESUMO
Os principais conceitos da área de empreendedorismo são compostos por diversas abordagens. Temos como principais teóricos Joseph Alois Schumpeter, David Clarence McClelland e os franceses Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say. 
Segundo Dornelas (2008, p. 22), empreendedorismo é “o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso”.
No Brasil, o empreendedorismo se desenvolveu em velocidade menor em relação a outros países, em virtude ao forte protecionismo, em especial na década de 80, e por se basear em micro, pequenos e médios negócios. O empreendedorismo é baseado em duas realidades: o aumento da atividade empreendedora em momentos em que a economia está em crise e as evidências de seu aumento com o aquecimento da economia, e se apresenta sob duas formas: por necessidade ou por oportunidade.
O perfil de pessoas que empreendem por necessidade basicamente é composto por pessoas que ficam desempregadas e não desejam mais se sujeitar a patrões ou, ainda, apresentam pouca perspectiva de sua rápida recolocação no mercado de trabalho. Já por oportunidade, geralmente buscam algum tipo de capacitação ou consultoria prévia, ou seja, tendem a ser mais preparadas. Também pensam mais ativamente em inovação, conhecem o mercado devido a estudos realizados e, por conta destas e outras variáveis, incluindo as comportamentais, tem apresentado resultados melhores.
Baseando-se na lógica predominante no cenário econômico mundial, que quanto mais livremente o capital circular mais riqueza irá produzir, acarretando em benefícios para todos, o empreendedorismo tem um papel fundamental.
APROFUNDANDO
CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE EMPREENDEDORES
Encontrar a melhor definição para o empreendedorismo não é uma tarefa fácil, pois existem diversas teorias sobre esse assunto, como, por exemplo, a teoria econômica e a comportamentalista. No entanto, podemos apresentar alguns aspectos básicos que independente da área conceituam muito bem o que é ser um empreendedor. O empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e o processo de criação e inovação. Dessa forma, necessita que o empreendedor dedique tempo, esforço e desejo de execução e obtenção de sucesso. É a pessoa que mesmo assumindo riscos calculados, procura pela criação de novas oportunidades. Mas será que qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor? Quais características são importantes para se atingir sucesso nessa área?
O empreendedorismo não se trata de um dom que qualquer pessoa nasce, mas depende das atitudes tomadas, de adquirir e desenvolver características empreendedoras. Primeiramente, é importante entender que cada empreendedor possui a própria realidade, objetivos e desejos. Assim, uma pessoa que busca se tornar empreendedora precisa identificar quais características se encaixam melhor em seu perfil e então se apropriar delas da melhor maneira que encontrar. Encontrar o caminho do sucesso não é algo simples e está cheio de escolhas e decisões.
Não existe uma fórmula básica que fará com que uma pessoa se torne empreendedora, encontrar o caminho do sucesso não é algo simples e está cheio de escolhas e decisões. É necessário que a pessoa assuma o controle de sua vida e de seus negócios, precisa desenvolver suas habilidades e seus conhecimentos, conhecer seu mercado, concorrentes e clientes, arriscar, ser persistente, procurar ao máximo ser eficiente e apresentar produtos com qualidade.
Além disso, o empreendedor deve focar em seu sucesso, ter autoconfiança e trabalhar muito. O sucesso de um empreendimento envolve diversos fatores, mas está relacionado ao conhecimento que o indivíduo possui sobre o próprio negócio, do setor em que trabalha e da valorização que tem de seu negócio.
Diversas são as características associadas ao empreendedor, como, por exemplo:
● Ambição, desejo de independência, responsabilidade e autoconfiança;
● Necessidade de realização, ambição, otimista e agressividade;
● Capacidade de avaliar riscos, liderança, habilidade para conduzir situações e criatividade;
● Habilidade de comunicação, inovador, originalidade e capacidade de aprendizagem;
● Movido por metas, controle interno e envolvimento a longo prazo;
● Buscar oportunidades e ter iniciativa;
● Buscar informações e estar comprometido com seus projetos;
● Conquistar parceiros e formar rede de contatos;
● Procurar a eficiência de seu negócio.
	Não existe apenas um tipo de empreendedor, por isso, como apontado anteriormente, qualquer pessoa pode vir a se tornar um. Na literatura podemos encontrar sete tipos de empreendedores, mas aqui vamos destacar quatro tipos de empreendedores: o nato, o que aprende, o serial e o corporativo.
O empreendedor nato são os mais conhecidos, tornando-se grandes exemplos. Geralmente são aqueles que criaram grandes impérios do nada. São otimistas, visionários, estão à frente de seu tempo e se comprometem totalmente com seus negócios.
O empreendedor que aprende seria aquela pessoa que nunca imaginou se tornar empreendedora, mas acabou se deparando com uma oportunidade e decidiu se dedicar ao próprio negócio. O empreendedor serial é uma pessoa dinâmica, que busca desafios e a adrenalina de criar algo novo. É apaixonado pelo ato de empreender e busca construir não apenas um negócio, mas uma grande corporação.
	Por fim, o empreendedor corporativo são, normalmente, executivos muito competentes, que possuem grande capacidade de gerenciamento e conhecimento de ferramentas corporativas. Procuram trabalhar com foco nos resultados, assumem riscos, possuem ótimas habilidades de comunicação, de desenvolver estratégias e de vender suas ideias.

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