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A Globalização como desafios para pequenas empresas

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A GLOBALIZAÇÃO COMO DESAFIO PARA AS PEQUENAS EMPRESAS
Cristiano Dick Smiderle, Eng.
Universidade Federal de Santa Catarina / Pós-Graduação em Engenharia de Produção
 Rua 9 de Julho, 826, Barreirios, São José, CEP 88111-380, SC
Fernanda Debiasi, Eng.
Universidade Federal de Santa Catarina / Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Vito, Eng.
Universidade Federal de Santa Catarina / Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Carlos Ernani Fries, Msc.
Depto de Engenharia de Produção - Universidade Federal de Santa Catarina
Caixa Postal 476 - Florianópolis SC 88040-900
Abstract: This article shows an overview about The Globalization Phenomenous and It tries
giving a good place for small companies. In the first part, general concepts are discussed,
considering the tecnological inovation in the telecommunication systems and its
consequences in the human life. In the second part, it is showed some advantages and
disadvantages for small companies and some strategical alternatives for a better orientation
in a global market.
KeyWords: Small Companies, Globalization, Business Partners.
1. Introdução
Quais as conseqüências que a abertura da economia trouxe e vem trazendo para as
micro e pequenas empresas brasileiras e através de quais meios estas estão tentando
sobreviver ou progredindo neste novo ambiente?
As respostas a estas perguntas poderiam solucionar muitas dúvidas dos pequenos
empresários (e também dos grandes) a respeito de que estratégias adotar diante de um
mercado global.
De maneira a entender as possíveis ameaças e/ou oportunidades que a globalização dos
mercados pode trazer para as micro e pequenas empresas (daqui para diante denominadas
somente por pequenas empresas), faz-se necessário um entendimento mais geral e imparcial
acerca deste fenômeno, observando-se as vantagens e desvantagens para as economias locais
2. O Fenômeno da Globalização
A revolução industrial, ocorrida no século XIX, provocou profundas modificações na
vida das pessoas no mundo todo, além de alterações constantes no meio em que vivemos.
Certamente, as alterações, advindas da transformação de uma economia agrícola em
uma economia industrial, foram impulsionadas basicamente por avanços tecnológicos.
Invenções como a máquina a vapor e a eletricidade, tornaram possíveis inúmeras aplicações,
as quais aceleraram em muito a evolução dos meios de fabricação.
Neste século o impulso tecnológico deve-se quase que exclusivamente aos avanços na
área de telecomunicações, aliado à redução dos custos de transporte. Hoje é possível a
comunicação entre pontos quaisquer do planeta com rapidez e baixo custo, se comparado
com os preços praticados no século passado. Já é possível a realização de “reuniões virtuais”
entre executivos de diversas filiais em diferentes países, utilizando-se os modernos recursos
da vídeo-conferência.
Da mesma forma, com a modernização dos meios de transporte as viagens tornaram-se
mais rápidas e baratas, o que acarretou um crescimento tremendo no número de viagens
realizadas, prova disto é a quantidade de vôos que ocorrem em qualquer aeroporto,
Conseqüentemente, os meios de comunicações e de transporte permitem cada vez mais
o crescimento dos negócios entre as nações, pois existe uma maior proximidade entre os
mercados mundiais.
Estes fatores, assim como a constante necessidade de expansão das diversas economias
(condição para o capitalismo), contribuem fundamentalmente para um fenômeno que vem
Verifica-se, portanto, que a globalização é um fenômeno estrutural, cuja tendência é a
unificação dos mercados internacionais.
Naturalmente, as barreiras alfandegárias comportam-se como ponderadoras do livre
comércio, o qual ocorreria caso estas transações estivessem desvinculadas de qualquer
Pode-se notar, então, a atuação de duas forças contrárias. De um lado, o
desenvolvimento tecnológico e o capital procurando cada vez mais aumentar o volume de
negócios extra nacionais, independente das conseqüências locais. De outro, o estado
procurando impor limites, com o objetivo de proteger a produção e a qualidade de vida local.
3. Efeitos e Contradições
Há o discurso de que a Globalização trará somente benefícios para o mundo, pois
tornará o mercado mais competitivo, eliminará desperdícios e existirão produtos com melhor
qualidade e quantidade.
O mercado global é imenso, trazendo muitas oportunidades de negócios para os
eficientes e os bem informados. Existem diversos nichos mercadológicos inexplorados e
desconhecidos que passam a ser atrativos do ponto de vista mundial.
Sem dúvida nenhuma, estas afirmações são verdadeiras. Porém considerar apenas estes
benefícios, como forma de avaliar os efeitos da globalização, resultará em um parecer um
tanto quanto limitado e parcial.
Ocorre que existe uma disparidade muito grande entre os países ricos, detentores da
maior parte da tecnologia, mercado e com maiores benefícios trabalhistas, e os países em
desenvolvimento, os quais possuem produção própria mas dependem dos ricos em
componentes essenciais dos seus produtos, ou então estão baseados na extração de recursos
naturais.
Por outro lado, os níveis atuais de globalização já alcançados, apesar das inúmeras
restrições de comércio, evidenciam uma perigosa tendência ao desemprego, sobretudo em
países ricos, pois suas empresas migram a produção para regiões onde o custo da mão de
obra é menor, ou para lugares menos sujeitos às leis trabalhistas. As grandes corporações,
sempre procurando reduzir custos e vendo-se diante de mercados sem barreiras tarifárias,
buscam economias de escala, através do fechamento de fábricas e concentrando a produção
Independente destes problemas, organizações como a OIC (Organização Internacional
de Comércio - substituta do GATT) permanecem vivas e poucos são os países que não
desejam participar de tal acordo, dado o mercado ao qual estariam inseridos.
O fato de tal organização em especial ser importante reside no fato de que, em um
mercado global completamente livre, os Estados estariam enfraquecidos, pois não teriam
controles tarifários sobre os fluxos de capitais. Vê-se, portanto, a necessidade de um
organismo de controle ou consenso como a OIC, regulamentando os princípios básicos do
Por outro lado, a formação de mercados regionais ou blocos econômicos não deve ser
confundida com globalização. Com certeza os blocos como o Mercosul, NAFTA e
Comunidade Européia se formaram com o intuito de buscar uma vantagem competitiva
perante a economia global.
Entre os blocos comerciais tende a ocorrer uma disputa bem mais acirrada, utilizando-
se requisitos técnicos e ecológicos como barreiras à entrada de produtos estrangeiros.
Obviamente estas restrições caracterizam um protecionismo, totalmente contrário à idéia de
As leis de propriedade intelectual também são fontes de disputas entre os blocos, pois
este protecionismo certamente atingirá algum interesse específico de algum país.
Observa-se, por conseguinte, uma pré disposição geral para a onda da globalização,
porém cada país tentando se defender dos efeitos prejudiciais que uma abertura completa
Esta autodefesa se traduz basicamente pela formação de blocos econômicos e por
medidas protecionistas, que visam limitar os efeitos das práticas desleais de comércio. Além
disso, busca-se um equilíbrio entre a taxação das importações e a eficiência das indústrias e
serviços internos, o que contribui positivamente para o aumento das relações globais (um
Globalização
Ameaças Oportunidades
Desemprego
Evasão de Divisas
Estado Fraco
Qualidade
Competitividade
Oferta alta
Novos nichos
Figura A: Os Prós e os Contras
4. Efeitos na Pequena Empresa
Um mercado externo receptivo sem dúvida estimula o espírito empreendedor, tornando
possível a criação de inúmeras novas pequenas empresas. No entanto, o mercado global é
extremamente competitivo e aceita somente produtos que cumpram requisitos de qualidade ,
prazo de entrega e especificações técnicas.
Frente à globalização, as empresas nacionais vêem-se obrigadas a produzir de acordo
com as exigênciaseuropéias (ISO 9000) e mundiais. A pequena empresa tem que se adaptar
a este novo quadro, sob pena de não conseguir sobreviver no mercado.
Esta situação indica a necessidade de uma transformação conceitual no comportamento
das pequenas empresas, no âmbito de como fazer negócios. Um maior profissionalismo é
requerido, assim como uma postura séria em relação aos compromissos assumidos.
Por outro lado a procura por economias de escala por parte das grandes empresas, traz
investimentos nos países em desenvolvimento, uma vez que estes têm menores salários e leis
trabalhistas menos custosas. Esta característica abre inúmeras oportunidades para pequenas
empresas que desejam tornar-se fornecedoras/parceiras dessas grandes empresas.
5. Alternativas Estratégicas
Do ponto de vista das estratégias a serem seguidas pela pequena empresa, o
comportamento deve ser o mesmo, esteja ela inserida em um ambiente global, ou em algum
bloco econômico de menor porte. A diferença básica é que um mercado global é muito mais
exigente quanto a requisitos técnicos, qualidade dos serviços, variável ambiental e outros
parâmetros que costumam ser determinantes na conquista ou não de novos mercados.
A pequena empresa deve se situar, identificando de forma clara o seu mercado de
atuação. O produto ou serviço deve ser da mais alta qualidade, deve estar em constante
evolução, sempre buscando os padrões de excelência do setor. O trato com clientes e
fornecedores deve ser formal o suficiente para garantir o profissionalismo e a seriedade de
ambas as partes. Deve-se lembrar que o cliente sempre possui alternativas e certamente
negociará com quem lhe oferecer maiores benefícios.
Para a empresa se manter e se expandir em um mercado altamente competitivo , é
necessário utilizar alta tecnologia e constante melhoria no produto/serviço e no processo.
À medida que novos produtos e melhores serviços chegam ao mercado, os clientes
tornam-se mais exigentes e as pequenas empresas devem elevar o padrão de qualidade, para
isso precisam de pessoas mais capacitadas, pois passam a utilizar equipamentos mais
sofisticados. É importante que a pequena empresa invista mais em treinamento de seus
funcionários. De acordo com dados do SEBRAE, enquanto as pequenas empresas gastam em
por ano por empregado, as médias utilizam 20 horas e as
grandes 30 horas anuais. A educação é o desafio!
O fator humano também é bastante considerado dentro do contexto da globalização.
Para se produzir produtos/serviços com padrões de qualidade globais, é necessário tomar-se
decisões estratégicas globais. Para isso, mesmo as pequenas empresas que estejam
trabalhando em mercados locais, necessitam de executivos com capacidade de planejamento
a longo prazo bem mais abrangente, executivos com capacidade de responder às rápidas
mudanças do mercado que , com a globalização surgem com maior freqüência e velocidade.
É importante saber prever o cenário que esta pequena empresa estará inserida no decorrer de
um ano, por exemplo, quais produtos/serviços poderão estar concorrendo no mercado, quais
produtos/serviços estarão procurando substituir o produto desta empresa. Assim, é preciso
profissionais muito mais dinâmicos que há alguns anos atrás, profissionais extremamente
bem informados e com sólida formação.
Assim como os produtos e serviços globais trazem ao mercado local novos padrões de
qualidade, trazem também uma maior concorrência, forçando as empresas locais a se
remodelarem para obter um maior índice de competitividade, maior flexibilidade, maior
compromisso na melhoria de produtos/serviços e menores custos.
Independente da sua postura diante do mercado, as pequenas empresas possuem
vantagens e desvantagens competitivas devido ao seu pequeno porte. No entanto pode-se
adotar uma série de estratégias de forma a minimizar os efeitos ruins dessas desvantagens.
Os impactos da globalização possuem um certo limite. Existem mercados locais e
regionais onde a lógica global não se aplica. “Nesses espaços, os padrões e exigências de
consumo e qualidade são outros, as economias de escala não se verificam e os processos de
produção não precisam necessariamente se revestir de características globais. A identificação
de vocações e espaços regionais, acoplado ao desenvolvimento desses mercados e o uso de
tecnologias apropriadas de produção pode levar à criação de empregos e à formas alternativas
.
No entanto, esses mercados não globalizáveis, pelo fato de tratar-se de especificidades
locais, possuem um limite de expansão e tendem à saturação, além de contribuírem muito
pouco para a captação de capital externo.
Encontrar formas de “globalizar” estes mercados pode gerar nichos globais muito
atrativos.
Por outro lado, as pequenas empresas têm condições e devem conhecer os mercados
globais em que atuam, determinando minuciosamente as suas características locais. Devem
aproveitar a sua agilidade em responder às mudanças de mercado para adaptar seus produtos
A impossibilidade da pequena empresa trabalhar com grandes economias de escala
deve ser compensada, portanto, com a articulação de produtos que se adaptem perfeitamente
por isso caracterizem um diferencial competitivo.
As grandes corporações, possuindo uma maior dificuldade em variações locais, têm
como alternativa associar-se às pequenas (leia-se menores) para formar famílias de produtos
locais adaptados às diversas regiões.
Contudo, há de se considerar as pequenas empresas de base tecnológica, sejam elas
com maior ou menor grau de tecnologia agregada, as quais podem estar iniciando no ramo ou
então tentando se expandir, inclusive para o exterior. Estas, embora tenham produtos e
serviços de alto valor agregado, não estão amparadas senão por incentivos governamentais,
que contribuem mas não suprem eficazmente as necessidades de uma participação global
mais ativa.
Soluções para estas “pequenas solitárias” podem ser encontradas, utilizando-se forças
conjuntas de diversas empresas com produtos parecidos , ou com dificuldades comuns.
O Japão tem exemplos concretos de empresas trabalhando juntas para alavancarem
algumas vantagens ou potencializar o desempenho em algumas regiões. “Os Distritos
produtores são constituídos de um grupo de empresas que apresentam certa semelhança entre
si e se juntaram em um determinado local devido a certas condições favoráveis como acesso
marketing, transportes e outros, além dos benefícios da
2. Vale lembrar que a proteção às pequenas empresas no Japão é bastante
acentuada. Isso pelo fato das associações intervirem junto ao governo, buscando mecanismos
“Em reuniões organizadas em São Paulo, a Câmara Júnior de Comércio do Japão expôs
como 60 mil pequenas empresas japonesas, conectadas por telefone e modem, cruzam
diariamente as suas propostas ou dificuldades tecnológicas. Assim por exemplo, um
trabalhador que enfrenta uma dificuldade técnica determinada, descreve-a no computador, e
recebe no dia seguinte na sua tela comunicações sobre que empresa resolveu de que maneira
esta dificuldade. Em outros termos, em vez de multiplicar cursinhos de qualidade
freqüentemente duvidosa, o Japão trabalha nesta área com a criação de um ambiente
tecnológico integrado, que envolve tanto cursos como comunicações informais, e sobretudo a
formação de uma cultura associativa e 3.
A tecnologia da informação deve ser amplamente utilizada para se descobrir novos
nichos de mercados e o fechamento de novos negócios.
5.1 Subcontratação e Parcerias:
A subcontratação ocupa hoje um lugar importante no relacionamento entre as
empresas de grande porte e as pequenas e médias empresas. Tornou-se muito mais
interessante para as grandes empresas realizarem apenas a montagem final e a
comercialização dos produtos acabados, deixando às pequenas e médias empresas o
fornecimento de materiais, componentes e peças ou a realização de parte dos processamentos
industriais. Nestes casos, normalmente a empresa contratante fornece todas as especificações
- desenhos, dimensões, padrões, qualidade, quantidade, prazo e outras - no momentoem que
realiza uma encomenda a uma empresa subcontratada. A vantagem para a micro e pequena
empresa é que ela irá produzir mediante um contrato seguro e além de aprender o know how
ela passa a atingir (indiretamente, através da grande empresa) um mercado muito mais
amplo.
Este tipo de relacionamento industrial - subcontratação - tende a acentuar-se com a
atual procura de flexibilidade pelas grandes empresas, pois como este relacionamento é
amplamente susceptível à regulação da iniciativa privada, a grande empresa poderá se ajustar
com facilidade à flutuação do negócio, bastando para isto, comprar de um número maior de
fornecedores em épocas de expansão e dispensar alguns fornecedores em períodos
recessivos. Além disso, alterações no produto, utilizando diferentes tipos de componentes,
tornam-se facilitadas para a grande empresa.
Estas circunstâncias podem levar a alterações estruturais na organização da empresa
subcontratada (pequena empresa), surgindo muitas vezes situações em que a desigualdades
de forças se conjuga com uma lógica de cooperação e de solidariedade orgânica. A
subcontratação pode ser tomada como relação de dependência ou como relação de
cooperação, sendo este aspecto fundamental para a aferição do modo como a subcontratação
afeta a autonomia empresarial da pequena empresa.
Para que a relação entre as empresas tenha sucesso e credibilidade a longo prazo,
deve apresentar vantagens a ambas as partes, ou seja, deve haver uma relação de parceria.
Em particular, a parceria entre pequenas empresas é uma das melhores maneiras de
minimizar os custos do comércio exterior, permitindo inovações tecnológicas no processo e
produto aliado a um elevado grau de flexibilidade.
Abaixo encontram-se algumas das principais vantagens e dificuldades destes
relacionamentos industriais para as pequenas e médias empresas:
(i) Economia de capital: Não será necessário um grande volume de investimento em
uma única empresa, uma vez que cada empresa produzirá apenas alguns tipos de
peças, além disso, a empresa contratante poderá alterar o seu nível de produção
sem realizar investimentos adicionais;
(ii) Custos: As empresas contratantes vêem nas empresas subcontratadas uma
oportunidade de redução de seus custos, pois estas empresas geralmente possuem
uma estrutura de custos mais enxuta e os funcionários recebem salários e
benefícios sociais menores, reduzindo custos para a empresa contratante;
(iii) Flexibilidade: As empresas subcontratadas absorvem as flutuações do mercado,
sem criar capacidade ociosa dentro da empresa contratante;
(iv) Simplicidade tecnológica: A produção de poucos itens pelas empresas
contratadas possibilita a especialização, portanto será mais simples ter o domínio
da tecnologia e melhorar a qualidade;
(v) Troca de informações entre os parceiros.
5.2 Trade points
Os trade points - ou pontos de comércio - constitui-se em fontes de informações de
baixo custo e retorno rápido relacionadas ao comércio exterior, podendo fornecer dados
sobre oportunidades de negócios e mercados, clientes e fornecedores em potencial,
regulamentações tarifárias, exigências alfandegárias, estatísticas, procedimentos de
exportação e importação, tabelas de custos etc. Nestes centros 
todos os participantes em comércio exterior, câmaras de comércio, transportadoras, bancos,
seguradoras etc, são agrupados fisicamente ou por meio virtual.
Os principais objetivos dos Trade Points são:
(i) Possibilitar transações comerciais globais com baixos custos de comunicação;
(ii) Promover práticas comerciais adequadas à um mercado globalizado;
(iii) Aumentar o desenvolvimento comercial das pequenas e médias empresas,
proporcionando uma maior participação destas empresas na realização de
(iv) Aumentar a velocidade de propagação da informação global;
(v) Estimular a participação de pequenas e médias empresas no comércio
internacional;
(vi) Redução de barreiras operacionais e até psicológicas ao comércio internacional;
(vii) Tornar-se uma porta de acesso a redes globais;
(viii) Possibilitar transferência de know-how e novas tecnologias.
Trade
Points
Endereço Comercial Endereço www Endereço eletrônico
Porto Alegre Rua Uruguai, 167, 90010-
140 - Porto Alegre, RS
http://www.prefpoa.com.br/TP_Port
oalegre/
tradepoa@procempa.com.br
Florianópolis DTCEX/FIESC,
Av Admar Gonzaga, 2675 -
Itacorubi, 88034-001
http://www.ctai.rct-sc.br/fiesc/ trade@antares.ctai.rct-sc.br
Curitiba CIC - Casa das Americas,
R Eduardo Sprada, 5900,
81270-010 - Curitiba, PR
tpcuritiba@lserver.cits.softex.br
Campinas Aeroporto Internacional de
Viracopos, Rodovia SP
66/75 km 2,8, 13051-970
Campinas
tpcampinas@mailhost.hq.rnp.br
Rio de
Janeiro
Rua da Candelaria, 9, 12.
Andar
26157-220 Rio de Janeiro,
RJ
Belo
Horizonte
Centro de Comercio Exterior
de BHZ, Rua Rio de
Janeiro, 750
31160-041
tradebhz@fumsoft.softex.br
Brasília UnB - Campus Universitario,
Asa Norte, 70910-900
http://www.unb.br/mrt/tpbsb tpdcsame@guarany.cpd.unb.br
Fortaleza Av Barao de Studart, 1980,
Edificio Casa da Industria,
 60120-001
http://tpfort.sfiec.org.br tpfort@sfiec.org.br
Vitória Av. Jerônimo Monteiro 935,
Ed. SEBRAE, Centro,
29010-003
 tpvix@tpvix.com.br
Tabela 1: Localzação de trade points no Brasil (Dezembro de 1996).
5.3 Franquias
O Franchising é uma estratégia para a distribuição e comercialização de produtos e
serviços que apresenta-se como método seguro e eficaz para empresas que desejam ampliar
suas operações com baixo investimento. O Franchising possibilita a um terceiro - o
franqueado - montar seu próprio negócio utilizando uma marca já conhecida e os conceitos
operacionais já experimentados, onde os problemas já foram identificados e eliminados,
fazendo com que os riscos de operação do negócio sejam sensivelmente reduzidos.
As vantagens do franchising tem encantado os pequenos investidores, uma vez que
este tipo de negócio oferece menor risco quanto à aceitação do produto / serviço no mercado,
pois se trabalha com uma marca já consagrada. Além disso, o franchising esta baseado na
parceria, o treinamento oferecido pelo franqueador, transferindo sua experiência, prestando
assessoria e orientação permanente elimina uma grande parte dos problemas operacionais
encontrados na criação de um novo estabelecimento.
6. Considerações Finais
Ao empreendedor e dono da pequena empresa cabe buscar alternativas estratégicas e
identificar oportunidades para consolidar a empresa no mercado global. Ele deve ser uma
pessoa muito bem informada acerca das forças competitivas que podem ameaçar ou
beneficiar o andamento do seu negócio.
Com o mercado globalizado as mudanças ocorrem mais rapidamente, sendo então
necessário uma empresa mais dinâmica, com ações rápidas, adaptações e inovações.
A informação e a velocidade com que esta chega até o empreendedor é fundamental
para que a empresa participe efetivamente do comércio internacional. Além disso, é
extremamente importante para a pequena empresa identificar o seu mercado de atuação. No
caso da América Latina, os produtos muitas vezes se assemelham em especificações de
qualidade e necessitam de poucas alterações ou adaptações, porém poucas pequenas
empresas estão aptas a atingir as exigências dos mercados americanos ou europeus.
Uma alternativa para a empresa entrar nestes mercados, ainda que de maneira
indireta, é a subcontratação. A produção tem colocação garantida no mercado, que pode até
se resumir a uma única contratante, o que de um lado facilita as negociações e tende à
parceria, e do outro traz alguns riscos da dependência de apenas uma empresa.
O fundamental neste contexto da globalização é o conhecimento profundo das
características da empresa e de seu mercado atual e/ou mercado alvo, para que se possa de
forma clara, identificar os pontos fortes e fracos que a empresa apresenta e traçar uma
estratégia que traga vantagens competitivas para a empresa; e como conseqüência, não só sua
sobrevivência, mas também seu crescimento.
7. Bibliografia
1 BRAHMBHAAT, Milan, et all. Globalização,Tecnologia e Emprego. Brasília: Instituto
Brasil Século XXI, 1996.
2 IIDA, Itiro. Pequena e Média Empresa no Japão. Brasiliense, 1984.
3 DOWBOR, Ladislau. Os Novos Espaços do Conhecimento. PUC - SP, 1995, 13p.
http://www.ppbr.com/ld/conhec.html
4 MÔNACO, Roberto. Globalização Econômica e as Pequenas e Médias Empresas.
Estudos SEBRAE, ano 1 nº 5, set/out/94. p.14-19.
5. SANTOS, Maria Odete. O Globo se Alastra se Estreita se Afasta: A Comunidade
Imaginária Mundial. Plural ano 5, nº8, jul/dez/96. p.03-11.
6 COGGIOLA, Osvaldo. Socialismo e Globalização. Plural ano 5, nº8, jul/dez/96. p.13-31.
7 MARQUES, Maria Manuel Leitão - Subcontratação e autonomia empresarial: Um
estudo sobre o caso Português. Porto: Afrontamento, 1992, p. 232.
8. Qualidade e Produtividade na Indústria Brasileira . SEBRAE.
http://www.sebrae.org.br/pesq/p_cni.htm
9 DANIELS, J.L. Visão Global. São Paulo: Makron Books, 1996.
10 NORMAND, Jucy Elizabeth FREITAS, Evorton Goursand de. Relações de Parcerias na
Terceirização. 16º Encontro Nacional de Engenharia de Produção - ENEGEP.
Piracicaba-SP, 1996.
11 JULIATTO, Dante Luís, et all. Sobrevivência x Tecnologia: O Caso das Micro e
Pequenas Empresas. 16º Encontro Nacional de Engenharia de Produção - ENEGEP.
Piracicaba-SP, 1996.
12 EDGINGTON, David. The globalization of the Japanese Manufacturing
Corporations. Growth & Change. v24 n°1, winter 1993, p. 87. 21 pags.
13 ROSSI, Clóvis. Globalização Sindical. Empresa Folha da Manhã. 26/jun/96.
14 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANCHISING http://www.franchising.com.br/
15 O Maior Showroom de Oportunidades de Franchising Contendo informações de 973
empresas - http://www.franquia.com.br/.

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