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Apoptose Uma célula funcionando 100% precisa de um núcleo intacto e integro, organelas, oxigênio (ATP), mem- brana plasmática seletiva e enzimas (delimitas em vesículas). Importância fisiológica da homeostase: cada orga- nismo tem sua homeostase mantendo as concentra- ções e condições em equilíbrio. A célula pode sofrer um estresse e se adaptar. Se reti- rado o estímulo, a célula volta ao normal. Na conti- nuidade do estímulo ou em um estímulo nocivo pode haver uma lesão celular que a princípio é reversível, mas pode evoluir para necrose/morte celular. Morte celular: perda das atividades integrada das cé- lulas com consequente incapacidade de manutenção dos mecanismos de homeostase. Na necrose há ruptura de membranas. No lisossomo há lise da membrana, o conteúdo extra- vasa e causa uma digestão enzimática das organelas, digere toda a célula → líquido extravasa → inflama- ção. Na lise da membrana celular externa, há o extravasa- mento de enzimas/proteínas para o extracelular e plasma → presença de enzimas séricas marcadores de morte celular. Alterações morfológicas da necrose, que são conse- quências da morte celular: eosinofilia, calcificação. Alterações nucleares da necrose: Picnose: núcleo denso, pequeno e hipercorado. Cariorrexe: núcleo fragmentado no citoplasma. Cariólise; núcleo pálido, dissolvido. Tipos de morte celular - NECROSE: destruição celular com conteúdo extra- vasado - MITOSE CATASTRÓFICA: sinalização para a morte - SENESCÊNCIA: telômeros - AUTOFAGIA: injúria e formação de autofagossomos Cada processo com sua alteração morfológica e bio- química. O que é mais vulnerável? Produção de ATP, manuten- ção da integridade da membrana celular, síntese de proteínas e enzimas, manutenção da integridade do DNA. A necrose é uma morte celular seguida de autólise → há inflamação. NA APOPTOSE NÃO HÁ INFLAMA- ÇÃO. Bolhas na membrana: destruição das proteínas de ancoragem do citoesqueleto. Os corpos apoptóticos são formados sem a presença de inflamação e em seguida são fagocitados pelos macrófagos. Definição de apoptose o Morte celular programada o Modernamente: morte celular não seguida de au- tólise e sem reação inflamatória. o Demanda gasto de energia da própria célula en- volvida no processo. o Processo ativo, onde a célula sofre contração e condensação de suas estruturas, fragmenta-se e é fagocitada por células vizinhas (geralmente macrófagos), sem reação inflamatória. o A célula que sofre apoptose sofre um estímulo, que vai ser acionado por um gene e resulta em morte (porque se ela não morrer pode gerar al- gum tipo de mutação, neoplasia). Ocorre conco- mitantemente cariorrexe e fragmentação da cé- lula, esses fragmentos são chamados de corpos apoptóticos. - Os lisossomos (e a maioria das organelas) não são desintegrados, eles são separados e envelopa- dos inteiros, logo, as enzimas lisossomáticas não são liberadas dentro da própria célula. - A célula é dividida em “blebs”, que são como ve- sículas, que contém sinalizadores de membrana, e são posteriormente fagocitadas por macrófa- gos - Na apoptose o núcleo é característico com gru- mos específicos devido ao fato do DNA ser frag- mentado em locais específicos. - Pode ser por estímulos patológicos ou fisiológi- cos (controlada por genes). o Processo de controle do ciclo celular (P53, em caso de falha, para o ciclo na fase G1). o Célula entrando em apoptose se retrai, há con- densação de cromatina no núcleo nas perife- rias e aumento da eosinofilia (rosa). Essencialmente: o Morte celular programada (fisiológica) e contro- lada; o Controle e regulação de tecidos embrionários e adultos (se não ocorrer apoptose completa, pode ocorrer algum tipo de má-formação, ex.: apop- tose completa das membranas interdigitais) o Remoção de células infectadas, danificadas ou malformadas, sem ruptura da membrana plas- mática o Desenvolvimento de órgãos (organogênese) o Na atrofia de órgãos José Lopes de Faria – Patologia Geral www.histologyguide.com anatpat-unicamp http://www.histologyguide.com/ 2 o Na eliminação de células após dano celular Condições fisiológicas: 1. Remodelação de órgãos na embriogênese e vida pós-natal, controle da proliferação e da diferenciação celular. 2. Involução hormônio-dependente em adul- tos (atresia dos folículos ovarianos na meno- pausa, regressão da mama lactante); 3. Morte de células imunológicas; 4. Manutenção do número de células em um te- cido – equilíbrio; 5. Na renovação de células epiteliais e hemato- poiéticas 6. Mutações ao acaso e divisões erradas; Condições patológicas Ocorre quando há uma lesão/dano no DNA celular, por vírus/bactérias, drogas citotóxicas, drogas anti- cancerosas, radiação (estresse genotóxico), radicais livres. Envolve dano ao gene P53 → controle do ciclo celular. O processo Existem enzimas chamadas caspases (que já existem em nossas células) que estão inativas, elas têm meca- nismo de inibição eficiente, e é necessário um pro- cesso para ativá-las. Uma vez ativas, geram uma cas- cata enzimática, que fragmenta as organelas sem romper membranas, ou seja, faz o desmonte da célula por dentro envolvendo endoesqueleto, núcleo, DNA, depois empacota tudo em vesículas. Alterações morfológicas 1. Retração celular e condensação da cromatina 2. Fragmentação nuclear - cariorrexe 3. Enzimas apoptóticas quebram o DNA 4. Formação de projeções da membrana plasmática - Translocação da fosfatidilserina, um tipo de fosfoli- pídeo, da camada citosólica, voltada para o cito- plasma, para a monocamada extracelular da MP, vol- tada para fora: a fosfatidilserina sempre está voltada para dentro, quando está voltada para fora é uma si- nalização para a fagocitose. 5. Corpos apoptóticos 6. Fagocitose por macrófagos adjacentes - O núcleo começa a se fragmentar (cariorrexe) e a cromatina forma grumos, pois ela é particionada em grupos idênticos de pares de bases. - Ativação de enzimas que clivam o DNA (DNAses – enzimas de restrição) em regiões específicas, a cada 200 pares de bases; - Degradação do citoesqueleto; - Degradação de proteínas essenciais para a sobrevi- vência e metabolismo celular. - Formação de corpos apoptóticos. Microscopicamente o Massa arredondada ou ovalada o Fragmentos nucleares basofílicos o Citoplasma eosinofílico intenso o Cromatina em grumos na periferia do núcleo Alterações bioquímicas Mecanismos de apoptose Via intrínseca (ou mitocondrial) – maior permeabi- lidade da mitocôndria. (ativada por diversas agressões: radiações, raciais li- vres, ag. Químicos, fatores de crescimento, hipóxia, lesão no DNA) Via extrínseca – iniciadas por receptores da mem- brana – (ex. linfócitos). Ambas as vias ativam as proteínas caspases Inibidores da apoptose: BCL-2 e BCL-x Indutores de apoptose: genes Bax, Bad, Bak Família da BCL-2 Proteínas que inibem a morte por apoptose Participação ativa - gasta ATP Funções: previnem a liberação de citocromo C (prin- cipal ativador da via intrínseca da apoptose) inibem a geração de espécies reativas de oxigênio e a acidificação intracelular; inibem a permeabilidade da membrana externa da mitocôndria através da es- tabilização do potencial de membrana. Caspases Proteínas que existem na forma inativa dentro da cé- lula (pro-caspases) Ativadas a partir da clivagem em pontos específicos Quando ativadas = enzimas agindo em substratos es- pecíficos. Ativação das caspases determina quebra da estru- tura nuclear Pró-caspases Forma inativa Clivagem (“ativação”) de proteínas que ameaçam a sobrevivência celular: - desmontagem do envoltório nuclear - hipercondensação da cromatina - degradação proteolítica das estruturas nucleares e citoplasmáticas Estímulo apoptótico → dentro da mitocôndria →pouco BCL2 e muito BAX → citocromo C tem dois ca- minhos ➔ Se une a PAF e forma apoptossomo, se une a caspase 9 e a cliva. Caspase 3 é ativada. ➔ Pode ligar-se a outros compostos pró-apop- tóticos que Caspases iniciadoras 8,9 e 10 → devem ser ativadas (pró-caspase para caspase) → clivam e ativam as pro- caspases efetoras 3 Caspases efetoras 3, 6 e 7 → quando ativadas clivam várias outras proteínas → mudanças morfológicas e bioquímicas da apoptose Caspases e sua cascata Homeostase é mantida pelo controle da quantidade de proteínas anti-apoptóticas e pro-apoptóticas O que desencadeia a apoptose? Ligação de moléculas a receptores de membranas Radiação Agente quimioterápicos Via extrínseca da apoptose Morte iniciada por receptores de membrana Proteínas de sinalização extracelular se ligam a “re- ceptores de morte” na membrana celular Receptores de morte Objetivo inicial: ativação da caspase 8. Receptor: Fas, liga-se ao FasL (fas ligante) e forma o complexo de morte FAAD - Objetivo inicial: ativação da caspase 8 (e 10) do tipo iniciadora. - O linfócito T CD8+ é um ligante que ativa receptor FAS também chamado de receptor de morte (pre- sente em todas as células – proteína transmem- brana), ele altera a mitocôndria e inicia o processo de apoptose pela via extrínseca. . TNFR (receptor de fator de necrose tumoral) . FASR (fas cell surface death receptor) - Receptores FAS: ligação de fatores químicos livres ou celulares, nos receptores de morte (FAS), presen- tes na superfície de membrana plasmática das célu- las resultando na ativação da caspase 8. - Formação do disco apoptótico ancorada na região do receptor, as caspases se ligam no disco apoptótico, e então, ele cliva a caspase iniciadora, que por sua vez clivam as caspases executoras realizando o desmonte da célula. - Ligantes livres: substâncias que podem vir de longe e tem afinidade, como citocinas, TNF-, ativam a apo- ptose via caspase 8. - Ligantes de superfície celular: linfócito T CD8+ atuam em células infectadas por vírus e células neo- plásicas ativando a apoptose via caspase 8. Obs.: Sem o sistema de apoptose quaisquer doenças são muito graves, pois dificilmente fará apoptose. Via intrínseca da apoptose = via mitocondrial Objetivo é ativar a caspase 9 Ativação de BH3 sinaliza para a mitocôndria que ela tem que morrer → há: ➔ Aumento da permeabilidade da mitocôndria ➔ Liberação de moléculas pró-apoptóticas no citoplasma ➔ Liberação do citocromo C para o citosol Citocromo C se liga à APAF1 e forma o apoptossomo, ele se une a procaspase-9 e a ativa → caspase 3. A partir das caspases efetoras o processo de apoptose torna-se irreversível. No outro caminho o citocromo c se liga a outros com- postos inibitórios e ativa a cascata das caspases - Objetivo inicial: ativação da 8, 9 e 10. 1. Desestabilização da mitocôndria com liberação do citocromo c 2. Citocromo C encontra a Apaf 1 (molécula adapta- dora) 3. Apaf 1 muda sua conformação e se une ao cito- cromo c e forma um domínio 4. 7 domínios se unem formando um apoptossomo 5. 1 apoptossomo é capaz de clivar 7 pró-caspases, se- parando-as em caspases iniciadoras e peptídeo de re- gistro (IAP) quando a pró-caspase se liga ao apop- tossomo uma proteína chamada diablo é ativada e re- tira o IAP (peptídeo de registro) formando as caspa- ses 6. Caspases iniciadoras clivam as caspases executo- ras 7. Caspases executoras desencadeiam cascata enzi- mática 8. Deflagrado processo de apoptose, o qual é irrever- sível. - Anti-apoptose: BCL-2, BCL-X - Pró-apoptose: BAK, BAX, BIM. Liberação do citocromo C e de fatores pró-apoptóti- cos → formação do apoptossomo (pró-caspase 9 + proteína) → ativação da caspase 9. As duas vias de encontram na caspase 3 Fatores que levam a mitocôndria a liberar o cito- cromo c e ativar a apoptose via caspase 9: - Predominância de proteína BAX + BAK - Exposição à radiação (radioterapia) - Exposição às substâncias químicas (drogas antican- cerígenas genotóxicas) - Infecção viral - Privação de fatores de crescimento ou inanição - Estresse oxidativo causado por radicais livres. - Célula privada de fatores de crescimento ou dano ao DNA → pró-apoptose→ cascata das caspases. - No citosol: citocromo c → apoptossomo → cliva pró- caspase 9 → caspase 9 ativa. O próximo passo é a fase efetora. A caspase-9 ativa a caspase-3 (efetora). Fase efetora A partir das caspases efetoras, o processo de apoptose se torna irreversível. - Fase final da apoptose: . Mediada por enzimas proteolíticas: caspases efeto- ras 3, 6 e 7. . Consiste no final das duas fases. 4 - O processo termina com a fagocitose dos corpos apoptóticos por macrófagos. ELETROFORESE EM GEL . Proliferação descontrolada de células; . Apoptose insuficiente; . Atividade descontrolada de BCL-2 . Células mutantes não expressam a P53 - ALZHEIMER . Apoptose excessiva; . Altos níveis de P53; . Morte neuronal precoce. - AIDS . Indução de apoptose em células sadias do sistema imune; . Destruição apoptótica dos linfócitos T CD4, induz a permeabilização da membrana mitocondrial; . Não há mapeamento de quais células estão infecta- das; . Células invadidas por vírus deixam de fabricar suas proteínas para fabricar as dos invasores. - LESÕES ISQUEMICAS . Necrose das células que dependem dos vasos afeta- dos e apoptose das células vizinhas pela geração de ERRO. - DOENÇAS HEPÁTICAS . Toxinas e alcoolismo. - OSTEOPOROSE . Perda de massa óssea por desbalanço entre os- teoblastos (produzem menos) e osteoclastos (conso- mem mais). Apoptose em doenças Câncer Proliferação descontrolada Apoptose insuficiente Atividade descontrolada de BCL2 A: células vivas B: Apoptose – padrão em escada dos fragmentos de DNA C: Necrose – padrão difuso do DNA.
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