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Exame Físico Neurológico (1)

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Semiologia→ Uncisal → MED 52 → Beatriz Gonçalves Luciano 
Exame Físico Neurológico 
 
Principais aspectos avaliados: 
 
1) INSPEÇÃO (ECTOSCOPIA): 
 
 A inspeção geral é parte integrante e comum de 
todo exame físico, onde se observa o paciente como um 
todo; desde a postura e a facie, até se o paciente 
apresenta higiene adequada e suas vestimentas. 
 A partir de anormalidades à inspeção, o 
examinador prestará mais atenção e fará com mais 
cuidado o restante do exame neurológico, direcionado 
para um possível diagnóstico. 
 
POSSÍVEIS ALTERAÇÕES:______________________ 
→ Lesões nos nervos periféricos: Ex: mão em garra (n. 
ulnar); mão em bênção (n. mediano); queda do punho 
(n.radial); queda do pé (n. fibular comum e marchas. 
→ Tremores: 
- De repouso: sugere parkinsionismo ( Doença de 
Parkinson, parkinsionismo por fármacos…); 
- Postural (precipitado ao manter o membro em 
determinada posição): comum e benigno; 
- De intenção (Precipitado por movimento): sugere 
síndrome cerebelar. 
→ Discinesia e acinesia: presente em algumas 
condições. com destaque para Doença de Parkinson. 
→ Tiques (movimentos estereotipados, breves e 
repetitivos): podem ser isolados ou associados à 
Síndrome de Tourette, TOC E TDAH. 
→ Acatisi: (impossibilidade de se manter em uma postura 
sentada, quieta): pode se dever ao uso de antipsicóticos 
ou doenças psiquiátricas. 
→ Distonia (movimentos de contorção repetitivos): 
secundária a fármacos, como levodopa (L-dopa, usado no 
tratamento de Doença de Parkinson). 
→ Coreia (movimento abrupto, imotivado, semelhante a 
uma dança) as principais causas são a febre reumática e 
a doença de Huntington. 
→ Atetose: semelhante à coreia, porém mais amplo e 
lento, tendo as mesmas causas. 
→ Flapping (movimento involuntário das mãos, 
semelhante ao bater de asas): associado à encefalopatia 
hepática ou encefalopatias metabólicas em geral. 
 
FÁCEIS:______________________________________ 
Algumas fácies são características de doenças 
neurológicas. 
 Fácies em machadinha: caraterísticas da distrofia 
muscular de Steinert. 
 
Fácies mongoloide: olho oblíquo e distante um do outro, 
rosto redondo e boa sempre entreaberta. Característica 
da síndrome de Down. 
 
Fácies pregueado do sofredor: característica da 
cefaleia em salvas, composta por expressão de dor e 
olheiras. 
Fácies acromegálica: com extremidades aumentadas 
(associada ao aumento do hormônio do crescimento). 
 
Fácies Parkinsoniana: caracterizada por hipomimia 
(reduzida expressividade), olhar fixo, pele oleosa e fronte 
enrugada 
 
Fácies Leonina: caracterizada pela madarose (perda dos 
cílios e/ou sobrancelhas), nariz espesso e largo, 
bochechas e mentos com nódulos e surgimento de pregas 
cutâneas. Característica da Hanseníase. 
 
Fácies Renal: caracterizada por edema ao redor dos 
olhos (predominante no período da manhã) e palidez 
comum. Comum em Síndrome Nefrótica e 
Glomerulonefrite Difusa Aguda. 
 
Semiologia→ Uncisal → MED 52 → Beatriz Gonçalves Luciano 
Fácies Hipocrática: olhos fundos, parados e 
inexpressivos, afilamento do nariz e lábios adelgaçados. 
Comum em Doença de Graves. 
 
 
Fácies Basedowiana: caracterizada por exoftalmia, 
olhos brilhantes, rosto magro e aspecto de espanto e 
ansiedade. Comum em Hipertireoidismo. 
 
 
Fácies Cushingóide: apresenta arredondamento do 
rosto e bochechas avermelhadas. Comum em pacientes 
que fazem uso prolongado de corticoides e em Síndrome 
de Cushing. 
 
 
Fácies Miastênica: caracterizada pela ptose palpebral 
(geralmente bilateral). Característica da Miastenia Grave. 
 
Fácies paralítica: característica da paralisia do nervo 
facial, podendo ser central - quando há paralisia apenas 
no quadrante inferior de um lado da face - ou periférica - 
quando há paralisia nos quadrantes inferior e superior de 
um lado da face. 
 
2) COLUNA (CERVICAL E LOMBAR): 
 
 
PESCOÇO E COLUNA CERVICAL: ________________ 
Precisa-se avaliar: 
- Limitação de movimentos; 
- Rigidez de nuca (associada da meningite). 
Sinal de Brudzinski: ao realizar a flexão do pescoço do 
paciente, as pernas são levantadas, levando ao 
diagnóstico de meningite ou hemorragia subaracnoidea. 
 
COLUNA LOMBOSSACRAL:_____________________ 
Precisa-se avaliar: 
- Limitação de movimentos; 
- Estiramento de raíz nervosa. 
Sinal de Lesègue: com o paciente deitado, há dor ao 
levantar a pena acima de 30º. 
 
Sinal de Kernig: ao estender passivamente o joelho com 
as coxas fletidas, o paciente apresenta dor intensa. 
 
 
Obs: Os sinais de Kernig, Lasègue e Brudzinski são 
chamados de Sinais Meníngeos, pela sua utilidade para 
detectar irritações meníngeas (meningite ou hemorragia 
subaracnoide). 
 
3) EQUILÍBRIO ESTÁTICO: 
 
 
A manutenção do equilíbrio depende de três 
fatores: visão, sistema vestibular e a propriocepção. É 
necessária a integridade de pelo menos dois dos três 
fatores citados para a manutenção do equilíbrio. Assim, 
ao “tirarmos” a visão do paciente, só lhe restam o aparelho 
vestibular e a propriocepção. E é nisso que se baseia o 
Teste de Romberg. 
 
TESTE DE ROMBERG: coloca-se o paciente, de 
pé, com os pés juntos, de preferência descalços e braços 
ao lado do corpo, observando-se a tendência de queda do 
Semiologia→ Uncisal → MED 52 → Beatriz Gonçalves Luciano 
paciente. Após 30 segundos, pede-se para o paciente 
fechar os olhos e observa-se novamente a tendência de 
queda Não toque no paciente, mas esteja pronto para 
protegê-lo de uma queda. Você pode sensibilizar o teste 
tocando nas costas do paciente ou pedindo para que ele 
coloque um pé atrás do outro. O Sinal de Romberg é 
positivo quando a capacidade de o paciente ficar em pé 
piora quando se fecha os olhos. 
 
Alterações: 
 
- Déficit Proprioceptivo: paciente cai assim que 
fecha os olhos. 
- Vestibulopatias: paciente cai alguns segundos após 
fechar os olhos (a queda é para o lado lesado). 
- Cerebelopatias: não apresenta Sinal de Romberg 
porque o paciente já apresenta dificuldade ao juntar 
os pés (possui base alargada) e essa dificuldade não 
aumenta ao fechar os olhos, salvo se houver 
comprometimentos vestibular ou proprioceptivo 
concomitante. 
- Ataxia frontal: não apresentam Sinal de Romberg, 
mas possuem uma postura estática de coluna 
inclinada para frente e nuca fletida. 
 
PULL TEST: o médico examinador fica de pé 
atrás do paciente , dando um puxão firme e súbito nos 
ombros deste. Avisada de antemão, uma pessoa pode 
recuperar o equilíbrio com até 2 passos, sendo, 
geralmente, anormal em pacientes com Doença de 
Parkinson. O examinador deve estar sempre preparado 
para segurar o paciente ao realizar este teste, caso 
contrário, uma pessoa que tenha perdido os reflexos 
posturais, pode cair. 
 
4) EQUILÍBRIO DINÂMICO (MARCHA): 
 
 Para analisar a marcha do paciente, já comece a 
observá-la nos máximos padrões possíveis assim que o 
paciente entra no recinto onde será examinado. Peça para 
o paciente caminhar até um determinado ponto (6 
metros), em linha reta, e retorne até você, 
preferencialmente descalço. 
 
TANDEM GAIT: o paciente caminha dez passos 
pé ante pé. Além de avaliar a marcha, avalia o equilíbrio 
do indivíduo caminhando em base estreita. É percebida 
alteração quando há mais de dois passos laterais quando 
se executa a tarefa. *Obs: Observar os tendões do 
paciente enquanto caminha. Se houver uma “dança dos 
tendões”, é uma característica de lesão cerebelar. 
 
 
 
Possíveis alterações na marcha: 
→ M. Hemiplégica/Ceifante: o paciente inicia sua marcha 
apenas com o membro não afetado, só avançando com o 
lado são, servindo o membro parético apenas como apoio. 
Caminha sem fletir o joelho ou tornozelo, arrastando a 
perna afetada em arco. Essa marcha é típica da 
hemiparesia da lesão piramidal (lesão do 1º neurônio 
motor). 
 
*Obs: Postura de Wernicke-mann: 
consiste em hipertonia do hemicorpo 
contralateral à lesão vascular com 
predileção pelos músculos flexores do 
membro superior eextensores do 
membro inferior - o paciente apresenta o 
MS flexionado e marcha 
ceifante/hemiplégica. É a postura típica 
do pós-AVE no território da artéria 
cerebral média. 
 
→ M. Escarvante/Parética: um pé parece estar caído e 
sua ponta é “arrastada”, tocando no chão. É típica da 
lesão do 2º neurônio motor e em lesões do n. fibular 
profundo. 
 
→ M, Atáxica Sensitiva ou Tabética: paciente bate os 
pés violentamente no chão. Típica das lesões da medula 
posterior (déficit de propriocepção),como a sífilis tabética. 
 
→ M. Atáxica Cerebelar: paciente anda de pernas 
abertas, buscando equilíbrio. Típica de Síndrome 
cerebelar. 
 
→ M. apráxica: dificuldade para iniciar a marcha, como se 
os pés estivessem colados no chão. Pode ser encontrada 
na hidrocefalia normobárica. 
 
→ M. Parkinsoniana: paciente anda com o corpo 
semifletido para frente (camptocormia), em passos curtos, 
com tremor nas mãos e dificuldade de mudar de direção 
(dá a volta “em bloco”), podendo ter dificuldade de iniciar 
a marcha. 
 
→ M. Claudicante: paciente manca para um dos lados ao 
andar. Típica da insuficiência arterial periférica e das 
lesões do aparelho locomotor. 
 
→ M. Cerebelar/ Ebriosa: paciente apresenta uma base 
alargada, com passos irregulares, oscilantes e rápidos, 
um exemplo de marcha “anárquica”. 
 
→ Miopática: caracterizada por fraqueza nas 
musculaturas proximais, provocando hipertrofia 
acentuada do tríceps sural e lordose do tronco. Em 
crianças, é bastante associada à Distrofia Muscular 
Duchenne. Também é chamada de Marcha de 
Semiologia→ Uncisal → MED 52 → Beatriz Gonçalves Luciano 
Trendelenburg quando associada à lesão do n. glúteo 
superior. 
 
→ Bipiramidal: caracterizada pelo movimento excessivo 
dos músculos adutores, o que lhe confere o nome de 
marcha em tesoura. Ocorre em lesões bilaterais do trato 
piramidal. 
 
5) FORÇA MUSCULAR: 
 
 Deve-se examinar os principais grupos 
musculares, orientando o paciente a executar um 
movimento contra resistência, sempre comparando um 
músculo com o seu oposto. 
 É avaliada e graduada conforme uma tabela que 
vai de 0 a 5, onde 0 é a força muscular mínima e 5 é a 
máxima. 
 
Sugere-se o seguinte roteiro mínimo para o 
exame contra a resistência: 
→ Segmento cefálico: flexão, extensão, flexão lateral e 
rotação do pescoço; 
→ Segmento braquial: abdução e adução do ombro, 
flexão e extensão do antebraço, flexão e extensão do 
punho, preensão palmar e abdução dos dedos; 
→ Segmento crural: flexão e extensão da coxa, da perna, 
do pé e do hálux. 
 Caso haja alguma dúvida sobre a força muscular 
dos membros deve-se realizar as manobras deficitárias. 
 
MANOBRAS DEFICITÁRIAS:_____________________ 
 
Manobra dos braços estendidos: consiste em deixar o 
paciente com os membros superiores suspensos em 
posição supina, com os dedos separados por 30 
segundos. A primeira alteração evidenciada é a adução 
do dedo mínimo, seguida pela pronação do antebraço 
(Sinal de Barré) e, por fim, o braço com a paresia cai. 
 
Manobra de Raimiste: com o paciente em decúbito 
dorsal, solicite a ele que flexione os antebraços a 90º, 
mantendo as palmas voltadas uma para outra sem se 
encostarem por 30 segundos. Do lado parético, ocorrerá 
gradual queda, primeiro dos dedos, seguidos por mão e 
antebraço. 
 
Manobra de Mingazzini: com o paciente em decúbito 
dorsal. peça ao paciente que ele flexione os joelhos e o 
quadril a 90º e se mantenha assim por 30 segundos. 
Ocorrerá queda gradual da perna parética. 
 
Manobra de Barré: com o paciente em decúbito ventral, 
peça que ele flexione as pernas a 45º, mantendo-se assim 
por 30 segundos. Haverá gradual queda da perna 
parética. 
 
6) TÔNUS MUSCULAR: 
 
 Examina-se o tônus muscular com o paciente em 
decúbito dorsal e estando o mais tranquilo possível (um 
paciente tens ou apreensivo pode apresentar resistência 
voluntária ou involuntária, o que pode simular aumento do 
tônus). 
 A avaliação do tônus muscular envolve três itens 
básicos: inspeção palpação e movimentação passiva. 
 
ALTERAÇÕES ________________________________ 
 
Hipotonia: é a redução do tônus muscular. É indicativa 
de doenças do Sistema Nervoso Periférico, desde colunas 
anteriores da medula (neuronopatia motora, poliomielite), 
passando pelos nervos periféricos (neuropatias 
sensitivas, motoras ou mistas), indo até o músculo 
(miopatia congênita), ou pelo comprometimento das vias 
proprioceptivas (tabes dorsalis), podendo ocorrer também 
em casos de lesões que comprometam o cerebelo 
(atrofias cerebelares) e gânglios basais (coreia mole). 
 
Hipertonia: é o aumento do tônus muscular. Ocorre em 
virtude da ausência do controle exercido pelas vias 
piramidal e extrapiramidal sobre as colunas anteriores da 
medula. E pode expressar-se, basicamente de duas 
formas: 
 → Hipertonia Elástica/Espástica: 
- A lesão é na via piramidal; 
- Exagera-se no movimento ativo e abranda-se no 
repouso; 
- Oferece grau variável de resistência à 
movimentação passiva, tal qual a lâmina de um 
canivete (Sinal de Canivete); 
- Quase sempre acompanhada de exaltação dos 
reflexos miotáticos. 
→ Hipertonia Plástica: 
- A lesão é na via extrapiramidal; 
- Abranda-se nos movimentos ativos e exacerba-se 
no repouso; 
- Intercala resistência e facilitação à realização da 
movimentação passiva, tal qual alavancas e 
engrenagens (Sinal da Roda Dentada). 
- 
 
Semiologia→ Uncisal → MED 52 → Beatriz Gonçalves Luciano 
7) COORDENAÇÃO: 
 
 O cerebelo é o órgão responsável pela sinergia e 
pela coordenação dos movimentos. Nos testes de 
coordenação recorremos às provas da função cerebelar 
que envolvem os membros superiores e inferiores, assim 
como o tronco. 
TESTES DE COORDENAÇÃO: ____________________ 
 
Prova dedo-nariz ou dedo -orelha: solicite que o 
paciente abra os braços e toque a ponta do nariz (ou 
lóbulo da orelha) com o indicador e repita a manobra com 
os olhos fechados. 
Alterações: 
- Cerebelopatias: paciente passa do nariz, 
independente que estar com os olhos fechados. 
- Perda sensitiva profunda: paciente comete erros 
de direção com os olhos fechados. 
 
Prova calcanhar-joelho: solicite que o paciente deslize o 
calcanhar de um membro sobre a outra perna até o pé e 
repita a manobra com os olhos fechados. 
Alterações: 
- Cerebelopatias: paciente não consegue realizar o 
teste. 
- Perda sensitiva profunda: paciente sente 
dificuldade com os olhos fechados. 
 
Teste de diadococinesia: oriente o paciente sentado a 
fazer movimentos alternados de pronação e supinação 
das mãos, aumentado progressivamente a velocidade dos 
movimentos. Se o paciente fizer normalmente, chama-se 
eudiadococinesia, se for alterado, chama-se 
disdiadococinesia e se o paciente não conseguir fazer, 
chama-se adiadococinesia. 
 
8) REFLEXOS: 
 
 Podem ser categorizados em dois grupos 
musculares ou profundos e cutaneomucosos ou 
superficiais. 
 
REFLEXOS PROFUNDOS _______________________ 
 São manifestações fásicas do reflexo miotático de 
tração, essencialmente baseados na percussão 
tendinosa. 
 
 
 
 
 
 
→ Extremidades superiores: 
 
Reflexo Bicipital: o golpe é 
realizado do tendão do bíceps 
braquial, com o antebraço pronado, 
que se flete e supina. Avalia o n. 
musculocutâneo. 
 
Reflexo Triciptal: a percussão é 
feita acima do olécrano e o 
antebraço sofre extensão. Avalia o 
n. radial. 
 
Reflexo braquiorradial 
/supinador: a percussão é feita no 
processo estilóide do rádio, 
provocando a flexão com supinação 
do antebraço. Avalia o n.radial. 
Reflexo pronador:a percussão é feita no processo 
estilóide da ulna, avaliando-se o n. mediano. 
 
Obs: Método de percussão no ligamento transversal do 
carpo: mantendo-se a mão do examinado relaxada sobre a 
mão do examinador, percute-se com martelo de reflexos o 
ligamento transversal carpiano. A resposta positiva é tida 
quando há flexão das falanges distais dos dedos. *O teste é 
doloroso em pacientes com Síndrome do túneldo carpo. 
 
→ Tronco: 
 
Reflexo abdominal profundo: avalia de T6-T12 (L2-L4 
havendo concomitante retração dos adutores da coxa). É 
feito pela percussão sobre um dedo, inserido na cicatriz 
abdominal, resultando no deslocamento da linha alba e da 
cicatriz abdominal. 
 
→ Extremidades inferiores: 
 
Reflexo patelar: a percussão é 
feita no tendão abaixo da patela. 
Avalia o n. femoral. 
 
Reflexo dos adutores: a 
percussão é realizada no 
côndilo medial do fêmur. Avalia 
o n. obturatório. 
 
 
Reflexo aquileu: a percussão é feita no tendão calcâneo, 
resultando na flexão plantar. Avalia o n. tibial. 
 
Semiologia→ Uncisal → MED 52 → Beatriz Gonçalves Luciano 
REFLEXOS SUPERFICIAIS ______________________ 
 
→ Extremidades superiores: 
 
Reflexo palmar: reflexo primitivo da preensão em 
neonatos. Avalia a integridade de C6-T1. 
Reflexo do palmomentoniano: pela contração do mento 
e de uma porção do músculo orbicular da boca em 
resposta a um estímulo cutâneo (atrito). 
 
→ Tronco: 
 
Reflexo cutâneo abdominal: estimulação mecânica da 
pele do abdome, por toque leve ou atrito centrífugo ou 
centrípeto, promove a contração visível dos músculos 
abdominais, resultando no desvio lateral do umbigo e da 
linha alba. 
 
→ Extremidades inferiores: 
 
Reflexo cremastérico: consiste na contração do músculo 
cremáster ao se estimular a coxa (sexo masculino). 
Reflexo de Geigel: consiste na contração dos grandes 
lábios ao se estimular a coxa. 
Reflexo cutaneoplantar: o estímulo plantar, com um 
objeto de ponta romba, provoca a flexão plantar do pé, do 
hálux e dos demais dedos. 
 
Sinal de Babinski: ao estímulo plantar há uma extensão e 
abertura dos dedos em leque. Típico de síndromes 
piramidais (lesão do 1º neurônio motor). 
 
Sucedâneos de Babinski: são sinais que possuem o 
mesmo valor semiológico, ou seja, causam extensão e 
abertura dos dedos em leque, indicando as mesmas 
lesões. São eles: 
- Chaddock: estímulo abaixo do maléolo lateral; 
- Gordon: compressão da panturrilha; 
- Oppenheim: compressão sobre a crista da tíbia; 
- Scheifer: compressão do tendão de Aquiles; 
- Austregésilo-Esposel: compressão da face 
anterior distal da coxa. 
 
9) SENSIBILIDADE: 
 
 
SENSIBILIDADE SUPERFICIAL __________________ 
- Tátil → algodão e pincel; 
- Dolorosa (nocicepção) → estilete fino e agulha; 
- Térmica (termocepção) → tubos com água 
quente e gelada. 
 
SENSIBILIDADE PROFUNDA ____________________ 
- Vibratória (palestesia) → diz respeito a 
capacidade de sentir vibrações. Há o uso do 
diapasão em eminências ósseas (espinha ilíaca, 
calcâneo, cotovelo); 
- Barestésica (pressão) → comprimir 
grupamentos musculares e pedir que o paciente 
localize-o. 
- Propriocepção → movimente o hálux do 
paciente para cima e para baixo, perguntando a 
ele (de olhos fechados) a posição dos dedos. 
 
SENSIBILIDADE DISCRIMINATIVA ________________ 
- Estereognosia → entregar ao paciente um objeto 
simples (ex.: caneta, bola) para que ele o 
reconheça, de olhos fechados, pelo tato. 
- Grafestesia → desenhar um número grande na 
palma da mão do paciente e pedir para ele o 
identifique. 
 
Obs: Através desses exames e dos dermátomos 
acometidos, pode-se identificar a topografia da lesão (em 
que local da medula ela está). 
 
10) NERVOS CRANIANOS: 
 
 São 12 pares de nervos que emergem do 
encéfalo para inervar estruturas da cabeça, pescoço e 
vísceras de todo o corpo. 
 
 
Nervo olfatório: é o responsável pela olfação. Seu 
exame consiste em apresentar odores diferentes ao 
paciente para verificar sua capacidade de senti-los. 
 Obs: 
- Normosmia: capacidade normal do n. olfatório; 
- Hiposmia: capacidade reduzida do n. olfatório; 
- Anosmia: perda total do olfato; 
- Cacosmia: sensação de odores fétidos sem 
estímulos fétidos; 
- Disosmia: percepção alterada de odores. 
 
Semiologia→ Uncisal → MED 52 → Beatriz Gonçalves Luciano 
Nervo óptico: é o responsável por transmitir informações 
visuais. Seu exame inclui a acuidade visual, a 
campimetria, a fundoscopia, além de reflexos mediados 
por ele. 
 
→ Acuidade visual: representa a clareza e a nitidez com 
que enxergamos e é dada pela capacidade de distinguir 
entre dois pontos. Para melhor compreensão, compare a 
letra ‘c’ e a letra ‘o’. Se houver queda da acuidade visual 
e o paciente não perceber a distância entre os extremos 
da letra c, esta poderá ser lida como letra o. 
→ Campimetria: consiste na avaliação da extensão do 
campo visual, realizada com um estilete e uma pequena 
esfera, avaliando quando ele é capaz de identificar a cor 
daquela esfera. Lesões em vias ópticas interferem 
diretamente no campo visual. 
→ Fundoscopia: oftalmoscopia ou exame de fundo de 
olho é o exame em que se visualizam as estruturas do 
segmento posterior do olho (cabeça do nervo óptico, 
retina, vasos retinianos e coróide), dando atenção 
especialmente a região central da retina, denominada 
mácula. 
Alterações no campo visual: 
 
A figura acima representa o “caminho” que a imagem 
percorre da retina até o córtex visual (lobo occipital). Os 
neurônios que formam o nervo óptico recebem o estímulo 
sensorial (energia luminosa) e deixam o globo ocular. 
Algumas dessas fibras cruzam no quiasma óptico e, indo 
formar o trato óptico contralateral, enquanto outras não 
cruzam e servem para formar o trato óptico ipsilateral. 
Observe na figura que as fibras que vêm da porção nasal 
da retina são as que cruzam no quiasma óptico. E são essas 
fibras que são responsáveis pelo campo visual temporal. 
 
Nervos oculomotor, troclear e abducente: esses 
nervos (3º, 4 e 6º) controlam a movimentação ocular e são 
avaliados em conjunto. 
→ Seis são os mm. extrínsecos do olho: 
 
 
 O exame da musculatura do globo ocular é 
realizado pedindo para que o paciente, mantendo a 
cabeça fixa, siga apenas com o olhar o seu dedo, 
informando quando não estiver vendo (movimentar o dedo 
em seis direções em forma de H). 
→ Lesões encontradas: 
- N. oculomotor: ptose palpebral e desvio para 
baixo e para lateral (estrabismo divergente); 
- N. troclear: há paralisia do m. oblíquo superior 
que resulta em diplopia. 
- N. abducente: há paralisia do m. reto lateral, 
gerando adução do olho (estrabismo 
convergente). 
→ Testes apenas para o 3º par: 
- Reflexo fotomotor: ao iluminar diretamente um 
olho, ambos sofrem miose (contração) → a via 
aferente é o 2º par (óptico) e a via eferente é o 3º 
par (oculomotor). 
- Reflexo de acomodação: ao pedir que o 
paciente fixe os olhos a um ponto distante de si e 
rapidamente pedir que olhe para o seu dedo se 
aproximando do nariz, há convergência e 
contração do músculo tensionando o cristalino o 
que é acompanhado de miose pupilar. 
 
Nervo Trigêmio: é responsável pela somestesia da face 
e das mucosas nasal e oral. Possui três ramos: oftálmico, 
maxilar e mandibular. 
→ Seu exame avalia: 
- Sensibilidade da face: com um pincel ou objeto 
de ponta romba tocar a face nas regiões 
referentes aos três ramos sensitivos do 5º par), 
comparando a sensação entre cada região com a 
contralateral. 
- Reflexo corneopalpebral: ao se tocar a córnea, 
há o reflexo para piscar. 
- Musculatura da mastigação: deve abrir e fechar 
contra a resistência. 
 
Nervo Facial: inerva sensitivamente os ⅔ anteriores da 
língua e parte do meato acústico, além de fazer a 
inervação motora dos músculos da mímica facial. 
 
→ Paralisia Facial: o diagnóstico de paralisia facial pode 
ser feito já na inspeção. É importante buscar assimetria 
facial e apagamento das rugas de expressão 
ipsilateralmente ao lado acometido (o lado contralateral 
puxa as marcas de expressão para si). 
 
→ Peça ao paciente para: 
Semiologia→ Uncisal → MED 52 → Beatriz Gonçalves Luciano 
- Fechar os olhos (haverá dificuldade em virtude 
da fraqueza do m. orbicular da pálpebra); 
- Mostrar os dentes (haverá desvio da rima labial 
para o lado normal, não paralisado); 
- Tentar assobiar (não será capaz derealizar a 
tarefa devido a perda de ação dos mm. bucinador 
e orbicular da boca). 
 
 
Paralisia central X Paralisia Periférica: 
 
 
 
Obs: Sinal de Myerson e Parkinson: ao percutir a 
glabela, o reflexo esperado é o de piscar, no entanto, tal 
reflexo é esgotável, com exceção dos pacientes com 
síndromes parkinsonianas. 
 
Nervo vestibulococlear: possui um ramo vestibular e um 
ramo coclear. O ramo vestibular é avaliado nos exames 
de equilíbrio (estático e dinâmico). Já em relação à 
audição, o exame de escolha é a audiometria. Na falta 
deste, caso haja déficit auditivo provável, podemos lançar 
mão de dois testes: 
 
→ Teste de Weber: um diapasão deve ser colocado no 
topo da cabeça, equidistante das duas orelhas, vibrando. 
Deve-se perguntar ao paciente em qual orelha ele sente 
melhor a vibração. 
- Normal: o indivíduo percebe o som igualmente 
por ambos os ouvidos. 
- Surdez de condução: lateraliza (paciente ouve 
melhor) para o lado comprometido. 
- Surdez neurossensorial: lateraliza para o lado 
normal. 
 
→ Teste de Rinne: coloca-se o diapasão vibrando no 
mastóide. Quando o paciente referir que parou de sentir a 
vibração, o diapasão é colocado a 2 cm do meato acústico 
externo. 
- Rinne positivo: quando o paciente volta a ouvir 
o diapasão vibrando, compatível com audição 
normal ou perda neurossensorial. 
- Rinne negativo: quando não há alterações, 
sugerindo perda condutiva. 
 
Nervo glossofaríngeo: é responsável pela inervação do 
⅓ posterior da língua e, juntamente com o n. vago e o . n. 
facial, supre a sensibilidade do meato acústico externo. 
Lesões neste nervo implicam em dores na região tonsilar 
e tuba auditiva. 
 
Nervo vago: é o maior nervo craniano, responsável pela 
inervação cervical, torácica e boa parte da abdominal. Sua 
avaliação é feita através da deglutição e da fonação. 
 
→ Para avaliar os nn. glossofaríngeo e vago (9º e 10º): 
- Questione a respeito de disfagia e disfonia; 
- Se possível, teste o reflexo do vômito; 
- Sinal da cortina de Vernet→ peça para o 
paciente abrir a boca e falar “ahhhh”, em caso de 
lesões unilaterais desses nervos, haverá desvio 
da úvula para o lado sadio. 
 
Nervo Acessório: possui um componente cranial e um 
espinhal. Aquele dá suporte ao vago, enquanto este 
inerva o mm. trapézio e esternocleidomastoideo. Sua 
avaliação é feita no exame da força muscular, pedindo 
para que o paciente levante o ombro e teste a rotação da 
cabeça. 
 
Nervo hipoglosso: inerva as musculaturas extrínseca e 
intrínseca da língua. 
- Lesão bilateral → nota-se disartria durante a 
anamnese 
- Lesão unilateral → língua, em repouso, 
apresenta leve desvio para o lado acometido. 
Obs: Força→ para testar a força da língua, solicite que o 
paciente coloque e sustente a ponta da língua contra a 
face interna de cada bochecha enquanto o examinador a 
empurra com o dedo. Melhor ainda é a utilização de um 
abaixador de língua aplicado diretamente a cada lateral 
da língua enquanto o paciente busca empurrá–lo.

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