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Avaliação Psicológica - Resumo

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Ava���ção Ps����ógi��
O que é avaliação
psicológica - métodos,
técnicas e testes (Hutz,
Bandeira e Trentini)
É um processo que tem por
objetivo reduzir hipóteses, ou
diagnósticos, sobre uma pessoa ou um
grupo - funcionamento intelectual,
características da personalidade, aptidão
para desempenhar uma ou um conjunto de
tarefas.
A testagem psicológica é parte da
avaliação psicológica.
Não se deve iniciar um
procedimento, com pessoas ou grupos, em
nenhuma área da psicologia sem um
diagnóstico ou uma avaliação inicial
dessas pessoa ou grupo - é preciso avaliar
os resultados.
Teste psicológico
É um instrumento que avalia
construtos que não podem ser observados
diretamente.
Urbina (2014,p.2) diz que o teste
psicológico é um “... procedimento
sistemático para coletar amostras de
comportamento relevantes para o
funcionamento cognitivo, afetivo ou
interpessoal e para pontuar e avaliar essas
amostras de acordo com normas”.
Um teste psicológico deve permitir
que o resultado obtido por uma pessoa
possa ser, de alguma forma,
contextualizado.
Uma avaliação psicológica levaria
a respostas - não seria feita apenas com
testes.
Os manuais de testes normalmente
apresentam tabelas com normas para o
instrumento.
É importante verificar os
participantes da amostra de normalização -
uso de normas válidas de um grupo para
outro pode levar a erro; nem sempre as
distribuições de construtos psicológicos
são normais.
Ponto de corte - a partir de que
escore diremos que o candidato está apto?
Ou o que a pessoa tem alta probabilidade
de ter um transtorno específico? - são
imprescindíveis, sempre implicarão algum
erro de falso-positivo e falso-negativo, não
há como eliminar a falha.
Validade e fidedignidade - uma
margem de erro estará sempre presente
Testes são fundamentais no
processo de avaliação psicológica. São
instrumentos objetivos que obtemos dos
testes - a avaliação psicológica envolve um
conjunto de métodos e técnicas, e os testes
são uma parte (não exclusiva) desse
processo.
- Entrevista
Pode ser feita com diferentes
finalidades e com vários objetivos.É um
procedimento complexo que requer
treinamento especializado.
Podem ser estruturadas,
semiestruturadas ou informais. As
primeiras seguem um roteiro muito preciso
- uma lista de perguntas a seguir com o
objetivo de colher dados específicos que
permitam gerar hipóteses diagnósticas ou
produzir comparações entre todas as
pessoas entrevistadas.
Semiestruturadas - tem um roteiro e
um conjunto básico de questões, mas o
entrevistador não fica totalmente preso a
esse roteiro - há alguns tópicos que devem
ser abordados ao longo da entrevista.
Informais - não têm um roteiro
preestabelecido, ele ouve o entrevistado e
faz perguntas ou observações - o
entrevistador tem possibilidade de
descobrir novas informações ou de
explorar um tópico de forma mais
aprofundada.
Como decidir qual tipo usar? Essa
decisão depende do objetivo da entrevista
e do próprio entrevistador.
Para uma entrevista inicial
geralmente são usadas entrevistas não
estruturadas. Entrevistas de seleção de
pessoal tendem a ser estruturadas ou
semiestruturadas; entrevistas clínicas ou de
acompanhamento podem variar
dependendo do objetivo.
Entrevista é um processo de
interação verbal, é importante observar
atentamente o entrevistado - gestos,
expressão facial, tom de voz, silêncios e
hesitações podem trazer informações
importantes.
- Observação
É um método que gera muitas
informações em maior ou menor escala.
Questões básicas sobre mensuração
Escores produzidos por
instrumentos psicométricos favorecem o
teste empírico de hipóteses e a avaliação
da plausibilidade de modelos teóricos
explicativos - explicações teóricas dos
fenômenos devem poder ser contrastadas
com a realidade.
O uso de métodos quantitativos
pode ajudar pesquisadores a obter
respostas a questões centrais de modo a
aprofundar o conhecimento.
Avaliação da efetividade de
intervenções - é de interesse de psicólogos
e da sociedade saber quais intervenções
são mais efetivas para o tratamento de
condições psicológicas ou psiquiátricas
específicas - são necessárias investigações
empíricas, avaliação quantitativa de
variáveis psicológicas.
Os resultados de uma testagem
psicológica, geralmente, produzem escores
que localizam um indivíduo em relação a
seu grupo de referência.
A quantificação facilita a
reprodutibilidade em pesquisa - uma
medida nunca tem como alvo um objeto, e
sim uma propriedade de um objeto.
- Teoria clássica dos testes
O foco da TCT é nos escores
observados produzidos pelos instrumentos
psicométricos e em quanto erro de medida
eles apresentam - escores produzidos pelos
testes geralmente contêm erros.
O experimento mental que
fundamenta a TCT é o de que o escore
verdadeiro seria a média para os escores de
um indivíduo, caso fosse possível que ele
respondesse ao instrumento infinitas vezes,
todas elas sem lembrar de ter respondido
antes.
O foco da TCT é, então, estimar o
erro contido nos escores observados, a fim
de conhecer melhor o escore verdadeiro -
fidedignidade ou confiabilidade.
A fidedignidade determina o
quanto da variância ou variabilidade nos
escores observados X é devida aos escore
verdadeiro t, e não ao erro aleatório -
quando igual a 1,00 é maximamente
fidedigno. Na TCT a fidedignidade é
medida por coeficiente cujos valores
situam-se entre 0 e 1, sendo aceitos como
desejáveis valores acima de 0,70.
A ideia de usar o coeficiente alfa é
saber o quanto ele é consistente em se
aproximar do escore verdadeiro do
indivíduo, o que nos dá uma estimativa do
erro de medida ocorrido - o coeficiente
tem sido, tradicionalmente, utilizado para
avaliar a consistência interna de dados
coletados transversalmente.
Desvantagens são os pressupostos
improváveis assumidos pelas técnicas da
TCT - paralelismo: se fossem feitas
infinitas aplicações de um teste, os itens
apresentariam médias e desvios-padrão
idênticos, além das mesmas correlações
com critérios externos, não há um teste
legítimo do modelo.
- Escalas de medida
Quatro níveis de mensuração:
1. nominal - aplica-se quando o uso
do número torna possível apenas
distinguir os indivíduos.
2. ordinal - adiciona significado à
representação numérica.
3. intervalar e razão - aplicam-se
quando há, além da ordem,
intervalos regulares entre os
valores.
Cada tipo de escala apresenta
possibilidades em termos de operações
empíricas e análises estatísticas. Qualquer
nível de mensuração admite sempre todas
as operações e tipos de análises dos níveis
inferiores, mas não o contrário.
Conceitualização de psicodiagnóstico na
atualidade
Psicodiagnóstico é mais comum
quando, durante o seu desenvolvimento, o
profissional se vale de testes psicológicos
para coletar informações sobre o
consultante. Nas avaliações em que esses
testes não são empregados ou inexistem
para os objetivos do exame, outros termos
se destacam, como avaliação clínica,
avaliação psicológica, entrevistas
preliminares, diagnóstico psicológico.
O que diferencia a avaliação clínica
feita por psicólogos que nomeiam sua
prática de “psicodiagnóstico” daqueles que
não a chamam assim é, apenas, o uso de
testes psicológicos - o uso ou não de testes
depende do psicólogo e de seu pensamento
clínico em relação a cada paciente.
A definição de “avaliação
psicológica” do CFP engloba qualquer
atividade, com ou sem uso de testes:
- A avaliação psicológica é
compreendida como um amplo
processo de investigação no qual se
conhece o avaliado e sua demanda,
com o intuito de programar a
tomada de decisão mais apropriada
do psicólogo - coleta e
interpretação de dados.
- A avaliação psicológica é um
processo amplo que envolve a
integração de informações
provenientes de diversas fontes -
testes, entrevistas, observações e
análise de documentos. A testagem
psicológica pode ser considerada
um processo diferente, cuja
principal fonte de informação são
os testes psicológicos de diferentes
tipos.
Psicodiagnóstico - uma modalidade
de avaliação psicológica, sem a
especificação da necessidade ou não do
uso de teste; o conceito éassociado ao uso
de algum instrumento psicológico, mais
especificamente testes que avaliam as
capacidades cognitivas, e sugeriram que os
profissionais que encaminham seus
pacientes não sabem ao certo a
nomenclatura que deve ser utilizada,
usando “psicodiagnóstico”, “avaliação
diagnóstica”, “psicoavaliação”,
“testagem”, conforme o tipo de interesse.
Não é o uso ou não de testes, ou de
determinados tipos de testes, que configura
a realização de um psicodiagnóstico, uma
vez que, em alguns casos, o psicólogo
abrirá mão do uso de testes.
O psicodiagnóstico é um
procedimento científico de investigação e
intervenção clínica, limitado no tempo,
que emprega técnicas e/ou testes com o
propósito de avaliar uma ou mais
características psicológicas, visando um
diagnóstico psicológico (descritivo e/ou
dinâmico), construído à luz de uma
orientação teórico que subsidia a
compreensão da situação avaliada, gerando
uma ou mais indicações terapêuticas e
encaminhamentos - pressupõe a adoção de
um ponto de vista científico sobre o
fenômeno avaliado.
É perigoso considerar as práticas
avaliativas apenas em sua dimensão
investigativa, excluindo os aspectos
interventivos e terapêuticos que lhe são
inerentes.
Barbieri (2008) entende que um
psicodiagnóstico isento de intervenções
pode trazer ao paciente muitos malefícios -
pode resultar em uma experiência
terapêutica negativa.
Entende-se que usar o termo
psicodiagnóstico apenas para as situações
em que os testes psicológicos são
utilizados com a intenção de tornar mais
objetiva a avaliação parece estar em
consonância com a visão positivista.
O psicodiagnóstico abrange
qualquer tipo de avaliação psicológica de
caráter clínico que se apoie em uma teoria
psicológica de base e que adote uma ou
mais técnicas - observação, entrevista,
testes projetivos, testes psicométricos.
Não é sugerido a adoção do termo
para situações avaliativas em contextos
jurídicos ou organizacionais, uma vez que,
nessas situações, estão presentes outras
variáveis geralmente não encontradas no
contexto clínico - não é limitado, em todos
os casos, a uma avaliação de sinais e
sintomas, tendo como resultado apenas um
diagnóstico nosológico, o que se
aproximaria muito de uma avaliação
psiquiátrica.
O termo é reservado para descrever
um procedimento complexo, interventivo,
baseado na coleta de múltiplas
informações, que possibilite a elaboração
de uma hipótese diagnóstica alicerçada em
uma compreensão teórica.
O processo de conhecer em avaliação
psicológica
(avaliação e medidas psicológicas
produção do conhecimento e da
intervenção profissional)
- Processo de conhecer fenômenos
ou processos psicológicos
- Tendência de naturalização do
conhecimento psicológico.
- Pressuposto de que o trabalho
profissional do psicólogo é um
trabalho científico - conduta de
trabalho.
- Os fenômenos psicológicos nem
sempre se mostram inteligíveis.
A necessidade de explicar as
condutas dos indivíduos em diferentes
situações cria a possibilidade de estruturar
modelos de investigação dos processos
psicológicos subjacentes à natureza da
própria conduta.
Quatro elementos essenciais à
configuração de esquema definidor da
avaliação psicológica: o objeto do estudo,
o campo teórico, o objetivo visado e o
método
É em torno do objetivo visado, o
campo da prática, que se delineia a
atividade profissional, integrada a
necessidade de proceder a compreensão do
objeto de estudo por meio das condições
teórico-metodológicas geradas nesse
processo, isto é, construídas pelos próprios
motivadores de ato de querer conhecer.
A necessidade de responder às
demandas sociais e às possibilidades de
avaliação e previsão da conduta dos
indivíduos, a partir da leitura de suas
condições de existência e de sua ação
individual ou coletiva.
O conhecimento produzido pela
avaliação psicológica presume a
possibilidade de enriquecimento da nossa
percepção sobre os problemas individuais.
O conhecimento obtido pela
avaliação psicológica é um conhecimento
orientado pelas teorias psicológicas - as
teorias são sistemas conceituais que podem
nos ajudar a encontrar a inteligibilidade
dos fenômenos presentes no diagnóstico
psicológico, entendendo e interpretando,
articulando e organizando, sintetizando e
universalizando nossa experiência -
linguagem científica.
A avaliação psicológica resulta de
uma avaliação objetiva.
Realidade intuída - se oferece
imediatamente à percepção.
Realidade instruída -
identificada a partir de um
modelo que, como uma “rede” é
aplicada pelo especialista sobre os
eventos de forma a poder revelar
alguma inteligibilidade, lógica ou
possibilidade de sentido sobre a
realidade psicológica humana.
O sentido das respostas
está na organização da rede de
significados do qual pertencem
outros sujeitos, com percepção e
atribuição de significados
semelhantes ou bastante
diferenciados.
A síntese de um psicodiagnóstico
espelha a sensibilidade do intérprete - a
habilidade em retratar o sujeito humano
desempenha um papel vital.
Cinco aspectos básicos de
discussão sobre a necessidade de
problematizar o campo da avaliação
psicológica como área de conhecimento da
psicologia - pressupostos básicos.
a. Os fenômenos psicológicos devem
ser percebidos de forma concreta -
exigem habilidades do conhecer.
b. O conhecimento psicológico,
produzido na avaliação
psicológica, deve se organizar em
torno de duas exigências
metodológicas:
1. positividade - capacidade
de descrever os fenômenos
psicológicos, que ocorrem
nos sujeitos, mas que fazem
parte de um sistema de
condicionantes e
determinações.
2. inteligibilidade - demonstre
o significado das condutas
na situação em torno dos
quais elas se estruturam, de
que forma elas são
reguladas pela percepção e
vivenciadas enquanto
afetos.
c. Necessitamos superar as relações de
determinação entre os fenômenos
psicológicos pelas relações entre as
variáveis ou fenômenos presentes na
situação-problema a ser investigada ou
avaliada - algo indesejável pertence ao
sujeito (diagnóstico do sujeito) e não às
características do fenômeno que ocorrem
nos sujeitos (sujeito do diagnóstico).
d. O campo de atuação do psicólogo deve
se orientar pelo objeto de trabalho da
psicologia:
1. atender e superar necessidade e
problemas humanos.
2. aperfeiçoar a ciência psicológica,
proporcionando saltos de qualidade
na construção do conhecimento.
e. O conhecimento acerca dos fenômenos
psicológicos só se torna acessível se se
transforma em conduta social e
profissional dos psicólogos.
Os profissionais da avaliação
psicológica tendem a problematizar a
situação em torno de dois níveis morais:
1. reguladores de conflitos entre o
conhecimento oriundo das técnicas
e das teorias de suporte e a
complexidade dos eventos
psicológicos percebidos na prática.
2. necessidade de preservar o sigilo e
a guarda de informações acerca da
intimidade dos indivíduos - atuação
tipicamente reprodutivista dos
avaliadores psicológicos.
Observação e medida de fenômenos
psicológicos
(Avaliação psicológica:
conceito, método e
instrumentos)
A necessidade de explicar as
condutas dos indivíduos criou a
possibilidade de estruturar modelos de
investigação sobre as características e as
dimensões dos processos psicológicos
subjacentes à natureza das condutas.
Avaliação psicológica - descrever e
explicar fenômenos ou processos
psicológicos por meio da atribuição de
valor ou medida às suas propriedades.
Querer superar necessidades humanas ou
desafios em termos de adaptação ao
ambiente, de superação de problemas ou
de redução de danos à saúde.
Conhecer é um processo de ambientação,
gradual e permanente. O processo de
querer conhecer é concomitante ao
processo de intervir. O processo de
conhecer implica mobilizar-se frente às
circunstâncias, intervindo nelas
exatamente para poder conhecer.
Um processo de avaliação
psicológica depende da atitude orientada
para a compreensão do que se quer avaliar,
da habilidade do avaliador em escolher
estratégias e procedimentos específicos às
necessidades oriundas das demandas por
avaliação.
Um dos principais entravespara o
psicólogo é organizar os instrumentos e os
procedimentos necessários à compreensão
dos fenômenos psicológicos. Organizar é
optar por um método, uma estratégia que
define de que maneira o profissional irá
relacionar o que se quer conhecer com o
que está disponível no âmbito
técnico-científico para ser utilizado.
Avaliação psicológica: conceito, método
e modalidades
Avaliação psicológica - um corpo
de conhecimentos orientados
metodologicamente para explicação e
resolução de problemas humanos em
matéria de psicologia.
Quatro elementos básicos:
1. objeto de estudo - são os
fenômenos e processos
psicológicos.
2. objetivo - estimar o valor ou
qualidade dos fenômenos
psicológicos - pressupostos básicos
do que denomina avaliar:
a. descrever e interpretar o
percebido pelas pessoas.
b. caracterizar as variações
dos aspectos observados
(ocorrência, frequência,
intensidade).
c. estimar valores
representativos dessas
descrições e variações.
1. campo teórico - são as teorias
psicológicas, construções teóricas,
geralmente sistematizadas na forma
de conceitos amplos ou específicos,
que servem para explicar
fenômenos e processos
psicológicos não observáveis
diretamente.
2. métodos - clínico e experimental.
O experimental é o mais utilizado
pelos pesquisadores que trabalham
na perspectiva de construir
instrumentos de medida ou explicar
o objeto de conhecimento. Três
recursos metodológicos são
fundamentais:
a. a observação do
comportamento.
b. o inquérito
c. a mensuração.
A avaliação psicológica é um
processo científico, fundamentado teórica
e metodologicamente em teorias
psicológicas, que busca estimar o valor ou
qualidades de fenômenos psicológicos nas
condições de vida das pessoas.
Avaliação psicológica “stricto
sensu” - realizada no âmbito da produção
de conhecimento, construção e
aperfeiçoamento de métodos e
instrumentos psicológicos. Processos de
investigação psicológica cuja finalidade é
produzir conhecimento sobre fenômenos
ou constructos psicológicos, geralmente
realizados por meio de pesquisa básica ou
aplicada, em instituições universitárias -
comunicação científica publicada em
periódicos, anais ou livros.
“Lato sensu” ou profissional -
realizada no âmbito da intervenção
profissional, é definida como o conjunto
de procedimentos planejados e orientados
por demanda oriunda da sociedade;
examinar características psicológicas
relevantes por meio de técnicas e
instrumentos psicológicos específicos,
fundamentar juízo especializado ou, ainda,
produzir um diagnóstico - um produto do
exercício profissional, elaboração de um
informe psicológico - exame psicológico,
exame psicotécnico, psicodiagnóstico,
diagnóstico psicológico, perícia
psicológica.
Exame psicológico define
pontualmente um procedimento de
verificar as condições psicológicas das
pessoas por meio de instrumentos
psicológicos - quando se quer verificar
determinadas características psicológicas
para uma demanda já especificada com
data, local e horário previamente
marcados.
Exame psicotécnico - designa a
atividade de avaliação realizada pelos
psicólogos que atuam no sistema de
trânsito com o objetivo de verificar as
condições psicológicas mínimas para
dirigir.
Psicodiagnóstico - designa
avaliações psicológicas realizadas em
contexto clínico configurado, na maioria
dos casos, com início e fim previstos a
curto e médio prazo, e que tem por
finalidade realizar o diagnóstico
psicológico, em face de hipóteses clínicas
de morbidez ou sofrimento psicológico;
utilizado para iniciar ou encaminhar
processos psicoterapêuticos.
Diagnóstico psicológico - é o
resultado de um processo de avaliação
psicológica que tem por finalidade extrair
um juízo crítico por parte do psicólogo das
condições psicológicas das pessoas sob
avaliação - de um diagnóstico pode-se
inferir um prognóstico.
Perícia psicológica - é uma
modalidade de avaliação psicológica cujas
características principais são o fato de
serem demandadas judicialmente e de
necessariamente fornecer um laudo
psicológico; responde às solicitações do
judiciário e sua função básica é fornecer
subsídios que contribuam na decisão
judicial.
Avaliação psicológica é uma
modalidade científica, desenvolvida por
psicólogos, para especificar o que se
conhece ou o que se pretende conhecer
acerca das condições subjetivas das
pessoas e suas expressões públicas.
A avaliação de fenômenos
psicológicos encontra-se respaldada nos
pressupostos da teoria da medida - avaliar,
nesse sentido, é atribuir valores ao que se
quer conhecer, a fim de identificar e
caracterizar o que pode ser definido como
apropriadamente psicológico na
experiência das pessoas.
Critérios científicos da avaliação
psicológica
São três critérios científicos:
1. medida
2. instrumento
3. processo de avaliação
- A medida
Pressuposto geral da teoria da
medida de que avaliar um fenômeno é
comparar suas características com a de
outro objeto de conhecimento e, como tal,
a mensuração é o meio de representação
dessa comparação.
Medir é comparar uma grandeza
com a outra, da mesma natureza,
tomando-a como padrão.
Mensuração é o conjunto de
operações que tem por objetivo determinar
o valor de uma grandeza, isto é, o atributo
de um objeto que pode ser
qualitativamente distinguido e
quantitativamente determinado.
As medidas psicológicas são
consideradas formas de acesso indireto aos
fenômenos psicológicos, por meio de seus
atributos e variações - medir ansiedade é,
antes de tudo, identificar o que define
ansiedade, quais são os elementos
constituintes que a difere de outros
fenômenos fisiológicos e psicológicos; o
que se mede são as variações desses
atributos, com base em um nível de
mensuração (escala) previamente definido.
Pressupostos dos axiomas da
medida:
1. axioma da identidade - define que
o conceito de que algo é igual a si
mesmo e somente a ele é idêntico,
e que se distingue de todas as
outras coisas por suas
características.
2. axioma da ordem - preconiza que
os números não somente são
distintos entre si, mas que esta
diferença é expressa também em
termos da quantidade, da grandeza
e da magnitude.
3. axioma da aditividade - postula que
os números podem ser somados de
modo a permitir que de dois
números a operação resulte num
terceiro número e que este seja
exatamente a soma das grandeza
dos dois números anteriores
somados.
Mensurar fenômenos psicológicos
é um meio empírico para exprimir
conceitos operacionalizados como
atributos passíveis de medida. Quanto
mais axiomas forem representados no
processo da medida, mais úteis se tornam
para a representação e a descrição da
realidade empírica.
- O instrumento
Um instrumento pode ser
considerado como qualquer artefato que
tem a função de estender a ação humana
ao meio, no sentido de superar limitações
ou ampliar o potencial humano - são meios
de observação, com a finalidade de
maximizar, tornar mais eficaz a obtenção
de dados sobre o que se quer conhecer; são
recursos materiais de coleta de dados sobre
o que se quer avaliar.
Em processos de avaliação
psicológica, os testes são instrumentos
objetivos e padronizados de investigação
do comportamento, que informam sobre a
organização normal dos comportamentos
desencadeados pelos testes ou de suas
perturbações em condições patológicas -
avaliar e quantificar comportamentos
observáveis, através de técnicas e
metodologias específicas, embasadas
cientificamente em construtos teóricos que
norteiam a análise de seus resultados.
Cada teste tem uma descrição
metodológica específica, com a finalidade
de controlar e excluir quaisquer variáveis
que venham a interferir no processo e nos
resultados, para que se obtenha um
resultado preciso das reais condições do
avaliando - devem ter a qualidade de sua
ação verificada através de procedimentos
metodológicos, que assegurem sua eficácia
e eficiência.
Quatro condições são necessárias
para garantir a sua qualidade:
1. a elaboração e análise dos itens -
são elaboradas e avaliadas as
questões individuais (itens) de um
teste; preparação dos itens para a
representação do comportamento.
É necessáriopoder representar no
item todas as possíveis variações
que o atributo medido possa
assumir, sob pena de não
contemplar a diversidade das
respostas.
Na análise dos itens, a
compreensão de leitura e resposta
do item, sua capacidade de avaliar
um determinado atributo, a eficácia
da avaliação das questões e a
capacidade dos itens em abarcarem
todas as possíveis manifestações
comportamentais de fenômeno em
questão, são investigadas.
2. estudos da validade - validade
lógica e empírica, cuja distinção
está respaldada na avaliação das
respostas dos sujeitos
É necessário identificar se a medida
efetuada pelo instrumento pode ser
considerada como consistente e não
passível de sofrer modificações alheias à
manifestação do comportamento, o que
leva ao passo seguinte.
3. da precisão - verificar a
consistência das respostas obtidas
pelos sujeitos no teste.
4. de padronização - estabelecimento
de normas para a utilização do teste
- constituição do instrumento;
elaboração da forma de aplicação
do teste; classificação dos
resultados obtidos pelos
respondentes - qual é a mais
indicada e como se pode obtê-la.
- O processo de avaliação
O processo de avaliação tem três
dimensões:
1. observacional
2. inquiridora
3. representativa
Método de investigação de
aspectos ou propriedades psicológicas,
baseado em axiomas teóricos.
Na dimensão observacional, a
manifestação pública da conduta expressa
o mais imediato dos meios para emitir uma
apreciação da ação e reação do avaliando -
cabe ao avaliador, ao observar, registrar e
categorizar as manifestações verbais e não
verbais de forma a apoiar a interpretação
de seus respectivos significados.
A dimensão inquiridora representa
a possibilidade de verificação dos
processos subjetivos expressos no
desempenho do processo de avaliação e
mediados pela autopercepção do
avaliando. As manifestações verbais e não
verbais no processo diagnóstico
estabelecido entre avaliador e avaliando
são vias fundamentais de orientação da
inquirição - é realizada de duas formas: a
verbal escrita - quando se lança mão de
questionários, inventários; verbal oral -
quando se utiliza a entrevista psicológica,
anamnese.
A dimensão representativa
expressa a possibilidade de considerar no
processo de avaliação a medida de
fenômenos psicológicos correlatos ao que
se pretende mensurar - utilizar
estrategicamente instrumentos
psicológicos validados e padronizados
para aferir os aspectos pretendidos.
Os instrumentos psicológicos são
construídos com a finalidade de
representar ações, reações, condutas,
expressões de afeto ou habilidades, do
ponto de vista da sua ocorrência e
previsibilidade - verificar a expressão da
atividade psicológica antes mesmo de sua
emergência.
Avaliação psicológica é um método
de investigação do comportamento
humano e dos processos maturacionais e
funcionais a ele associados. Há diferentes
formas de avaliação psicológica.
Há, nos processos de avaliação,
demandas específicas, procedimentos com
regras e situações bem definidas e um
código operacional que informa sobre o
que está sendo avaliado, de tal forma que
se permita chegar a conclusões objetivas
ao entendimento de outros psicólogos -
representar, nos resultados e conclusões,
hipóteses, indicadores e conhecimentos
sobre a realidade sob exame; o profissional
necessita não somente compreender o
papel dos recursos técnicos e
instrumentais, mas especialmente estar
atualizado sobre os achados teóricos
resultantes da mensuração de fenômenos
psicológicos que estão sob investigação.
O objetivo da avaliação psicológica
pode cobrir diferentes aspectos de
investigação de processos subjetivos e seus
correlatos comportamentais.
O processo de avaliação
psicológica é iniciado por uma demanda
que se refere a toda consulta de um cliente
que necessita de avaliação psicológica para
fins específicos. Para especificar a
demanda é necessário ter uma
compreensão do problema
(inteligibilidade), que é resultado do grau
de instrução científica do avaliador sobre o
objeto da avaliação.
O método corresponde ao conjunto
de procedimentos, técnicas e instrumentos
a serem organizados para produzir
evidências sobre o que se quer investigar.
Parte seguinte deste processo é a
elaboração de um diagnóstico e o
correspondente prognóstico, se for o caso.
O resultado disso tudo é a elaboração da
comunicação dos resultados da avaliação
psicológica, realizada por meio dos
informes psicológicos.
Perícia psicológica forense
A perícia judicial
Perícia - destreza, habilidade,
douto, versado, hábil, experimentado,
prático, erudito, capaz.
Perícia é o “exame de situações ou
fatos relacionados a coisas e pessoas
praticado por especialista na matéria que
lhe é submetida com o objetivo de elucidar
determinados aspectos técnicos” - são
utilizados conhecimentos científicos para
explicitar as causas de um fato.
Na área judicial, a perícia é
considerada um meio de prova
realizada por um especialista.
Perícia como forma de elucidar o
problema - o que caracteriza a perícia é
sua requisição formal. O objeto de
investigação da perícia judicial passa a ser
a elucidação de situações e fatos
controversos, decorrentes de conflitos de
interesses em relação a um direito
pleiteado, ou mesmo anteriores a estes, por
ação do Ministério Público que busca a
apuração de responsabilidades por atos
ilícitos.
A perícia, como meio de prova, não
se constitui em uma verdade soberana.
O resultado do trabalho pericial
precisa ser apresentado por meio de um
laudo técnico sucinto, mas com seus
achados descritos com precisão e
analisados de forma a fundamentar cada
conclusão.
- Regulamentação legal da perícia
judicial
As determinações legais sobre a
realização dos procedimentos periciais
encontram-se explicitadas em duas
grandes áreas jurisdicionais: a cível e a
criminal.
Na área cível, a perícia judicial está
regulamentada pelo Código de Processo
Civil de 1973 (CPC, lei n. 5.869/73) -
encontram-se dispositivos tanto em relação
à atividade do perito quanto da prova
pericial propriamente dita.
Na área criminal, há determinações
importantes para a prática da perícia em
saúde mental junto ao Código de Processo
Penal, capítulo VIII - da insanidade mental
do acusado e no Título V - da execução
das medidas de segurança; código penal de
1940 e lei de execução penal de 1984.
- Da legitimação do perito
No Código de Processo Civil
encontram-se as determinações que
especificam quem pode exercer as
atividades de perito - ART. 145.
Pode-se dizer que todos aqueles
psicólogos que se encontram devidamente
regulamentados junto a seu órgão de classe
e que possuem capacidade técnica para
responder às questões formuladas em juízo
sobre a matéria de psicologia, estarão
aptos a assumir o papel de peritos. Não há,
aqui, nenhuma especificação quanto à
necessidade de formação específica na
área forense.
Conforme o art.146 (CPC), o perito
terá o prazo máximo de 5 (cinco) dias para
apresentar sua justificativa e poder se
eximir de seu compromisso.
As situações de impedimento a que
o perito está sujeito são as mesmas
apresentadas aos juízes no art.134.
É importante ressaltar que a falta
de conhecimento técnico também pode ser
motivo de escusa por parte do profissional.
Na área das perícias criminais, as
determinações quanto aos peritos e os
procedimentos necessários à construção da
prova ficam definidos pelo Código de
Processo Penal - neste código fica
estabelecida a necessidade de que a perícia
oficial seja realizada por dois peritos que
atuem de forma concomitante, sem a
menção da figura do assistente técnico; os
impedimentos são citados a interdição de
direitos (art. 69, I e IV)
Apesar de o psicólogo, por lei, não
poder assumir a responsabilidade da
realização de tal perícia, esse profissional
tem sido requisitado, com frequência, para
a realização de avaliações psicológicas
como complementação de perícias
psiquiátricas.
- Da prova pericial
Capítulo VI, do Título VIII, seção
VII, trata da prova pericial (art.420 a 439)
- a perícia fica definida como um “exame,
vistoria ou avaliação”. O juiz, aonomear o
perito, deve, de imediato, estabelecer o
prazo de entrega do laudo, que deve ser
respeitado.
O não-cumprimento dos prazos
previstos pode acarretar a substituição do
perito e punição através de multa e
denúncia junto ao órgão de classe.
Brandimiller (1996), a perícia
judicial difere dos demais tipos de perícias
por três características.
1. a perícia é realizada sob a ordem
do juiz, que tem o poder de deferir
ou indeferir a prova pericial, além
de determiná-la por sua própria
iniciativa.
2. tem a participação das partes (autor
e réu) em sua produção, as quais
podem impugnar a nomeação de
perito, orientar a prova através de
quesitos, acompanhar as
diligências realizadas, questionar o
laudo do perito e formular quesitos
complementares para elucidá-lo.
3. esse tipo de perícia tem por
objetivo o convencimento do juiz,
que pode solicitar o
comparecimento do perito em juízo
para novos esclarecimentos ou
determinar a realização de nova
perícia se achar que a matéria não
foi suficientemente esclarecida.
A necessidade de informar às
partes a data e o local da perícia, sem
referir-se, especificamente, às atividades
do assistente técnico durante o processo de
avaliação pericial.
No caso de ser determinada nova
perícia, esta deverá ter por objetivo “os
mesmos fatos sobre o que recaiu a
primeira e destina-se a corrigir a eventual
omissão ou inexatidão dos resultados a que
esta conduziu” (art.438, CPC).
Silva (2003) afirma que, na área da
Psicologia, a segunda perícia tem sido
justificada pela primeira não oferecer
conclusões suficientes para auxiliar o juiz
em sua decisão - quando a deficiência
repete-se na avaliação seguinte, é muito
provável que as falhas encontram-se mais
nas circunstâncias dos fatos do que na
qualificação técnica do primeiro perito.
Perícia é um meio especial de
prova, que pode se valer de diferentes
fontes para obter as informações que se
fizerem necessárias. O art.429 (CPC)
prevê que, para o desempenho de sua
função, o perito e o assistente técnico
podem, entre outras atividades, ouvir
testemunhas, obter informações, solicitar
documentos que se encontram em poder da
parte ou em repartições públicas.
- O papel do perito oficial e do
assistente técnico
Código de Processo Civil de 1973 e
Lei 8.455/1992.
Em 1946, pelo decreto-lei 8.570,
estabelecia-se um sistema de tríplice
perícia - e, se não houvesse consenso, cada
parte poderia indicar seu perito, e, na
divergência de seus lados o juiz poderia
determinar um terceiro, denominado de
“perito desempatador” - tendiam a realizar
seus trabalhos voltados à defesa de seus
clientes (e não como auxiliares do juiz),
resultando na frequente nomeação desse
terceiro perito.
A partir de 1973 a perícia passou a
ser realizada por um perito nomeado pelo
juiz e de exclusiva confiança deste, ainda
que as partes pudessem arguir suspeição de
sua parcialidade e requererem sua
substituição - no momento da nomeação
do perito (Art.421), fica aberto o prazo de
5 (cinco) dias para que as partes possam
indicar seus assistentes técnicos e
apresentar quesitos. O perito elabora seu
laudo e o apresenta no prazo estipulado
pelo juiz, cabendo aos assistentes técnicos
realizarem seus pareceres críticos a
respeito deste trabalho em até 10 dias após
a entrega do laudo (art.433, CPC).
A partir da lei 8.455/1992, com o
objetivo de distinguir de forma mais
evidente o trabalho do perito oficial, como
auxiliar do juiz, e do assistente técnico,
como de confiança das partes litigantes.
Com esta mudança passou-se a
instituir o laudo pericial único, elaborado
pelo perito de confiança do juiz, cabendo
aos assistentes técnicos o trabalho de
comentá-lo, através da exposição de suas
divergências e concordâncias, em um
parecer crítico - o perito deve realizar seu
trabalho de forma independente, enquanto
que cabe ao assistente técnico a atividade
posterior de crítica ao laudo.
O contexto do trabalho pericial
A relação entre Psicologia e Direito
Urra (2002) afirma que a
Psicologia e o Direito partem do indivíduo
como sujeito único, responsável por seus
atos e condutas e com capacidade para
modificá-los.
Melton e colaboradores (1997)
ressaltam a importância do psicólogo ser
treinado para trabalhar no contexto
forense, de modo a compreender melhor
certas premissas jurídicas que não teriam
correspondência na ciência psicológica
(por exemplo, a noção de livre arbítrio).
Independente da formação dos
profissionais, a possibilidade maior ou
menor de colaboração entre os
representantes de cada área de estudo
também é determinada pela estrutura de
poder judiciário existente em cada país,
fator que pode intensificar ou amenizar
conflitos.
Estudos ressaltam dois pontos
controversos entre a Psicologia e o Direito,
são eles a concepção de homem e a
natureza dos fatos abordados.
Na primeira questão encontra-se a
controvérsia do livre arbítrio versus
determinismo - o Direito utiliza-se do
pressuposto de que o homem é livre por
natureza, podendo decidir sobre suas
ações. Só é possível aplicar-se uma pena a
um sujeito que poderia, a princípio, ter tido
a opção de realizar ou não sua conduta
ilícita. Assim, a ajuda solicitada à ciência
psicológica geralmente diz respeito a
esclarecimentos quanto à presença de
fatores psicopatológicos que pudessem
impedir o sujeito de avaliar e controlar sua
conduta.
A Psicologia está dirigida para a
explicação ou previsão dos fatores que
determinam o comportamento - está em
sua essência definir os determinismos da
conduta - determinam ser a conduta o
resultado da história pessoal de punições e
recompensas que explicam o
comportamento por determinismos
intrapsíquicos, não se poderia identificar
qualquer tipo de comportamento que fosse
considerado “voluntário” - compreensão
de motivação e liberdade.
Os dados encontrados nas
avaliações realizadas devem ser fornecidos
aos agentes jurídicos de forma a que façam
sentido e que possam ser analisados dentro
de um esquema legal.
Lösel (1992) diz que, em função
das diferenças paradigmáticas, muitos
termos psicológicos podem ser
mal-interpretados pela área jurídica.
Direito e Psicologia possuem culturas
diferenciadas, nas quais termos idênticos
podem ter significados diferentes.
Natureza dos fatos - como cada
disciplina constrói a noção do que é um
“fato”. A ciência psicológica trata os fatos
com o pressuposto da probabilidade,
enquanto a lei, por suas decisões
irrevogáveis, necessita trabalhar com
“nível de certeza”. Muitos psicólogos são
pressionados a expor seus achados com
níveis de certeza.
Para Melton e colaboradores
(1997), a ética obrigaria os psicólogos a
serem explícitos quanto aos níveis de
certeza obtidos em seus achados, mesmo
que seus trabalhos perdessem peso, como
prova, nos tribunais.
O trabalho dos psicólogos, na área
da Psicologia Forense, deveria ser sempre
dirigido no sentido de preocupar-se em
aumentar o grau de certeza de suas
hipóteses mediante pesquisas empíricas, e
de sensibilizar os juristas quanto aos
problemas básicos de predição e
flexibilidade da conduta humana.
Na Psicologia, a produção dos
dados científicos geralmente surge da
comparação de grupos quanto à
determinada variável. Isto faz com que, ao
aplicarem-se estes achados a um sujeito
especial (indivíduo), surjam dificuldades
para afirmar se as variáveis vão se
manifestar perfeitamente iguais ao estudo
que baseou a conclusão sobre os achados.
O peso das variáveis para determinar um
fato pode variar, resultando novamente,
em compreensão probabilística.
Psicologia - pluralismo; Direito -
uniformidade. A multiplicidade de teorias
e perspectivas que caracterizam a própria
psicologia, resultante da complexidade de
seus objetos de pesquisa, não é
compreendida pelo Direito, que possui
como objetivo intrínseco a uniformidade e
a evitação da desigualdade.
A Psicologia, como ciência, busca
a descrição, explicação, compreensão e
predição da conduta humana, através de
estudos empíricos, enquanto o Direito tem
por fim último a busca da “justiça” - seja
para seu cliente especificamente ou, no
sentido mais amplo, de proteçãoà
sociedade. Esta diferença ressalta dois
tipos de problemas:
1. O tipo de propósito faz com que
cada uma das áreas de
conhecimento utilize-se de
métodos de abordagem
diferenciados para a compreensão e
demonstração dos fenômenos
estudados. A ciência psicológica
utiliza-se da lógica formal. Para o
Direito, a necessidade de garantir
um resultado mais justo, faz com
que os agentes jurídicos utilizem
diferentes discursos lógicos, de
forma a elaborar uma
demonstração dos fatos que ele ao
convencimento ou à persuasão da
vontade para a tomada de decisão
por parte de um auditório
qualificado.
Aos agentes jurídicos não basta
apresentar a “verdade” dos fatos,
pois necessitam chegar à “justiça”.
Assim, nos procedimentos
utilizados, procuram mostrar
apenas as evidências que lhes são
favoráveis, muitas vezes
distorcendo os dados levantados
pelos agentes de saúde.
2. À função social de cada disciplina.
Lösel (1992) - as determinações
das normas jurídicas possuem uma
justaposição de objetivos: a
compreensão da culpa, a prevenção
social e a proteção da ordem
pública. Por isso, utiliza-se uma
abordagem normativa, com
prescrições que podem se tornar
problemáticas frente ao enfoque
empírico da Psicologia.
O perito deve oferecer, com seu
trabalho, um conhecimento especializado,
técnico, que ajudará a compreender as
evidências existentes no processo.
Em relação ao relatório final do
perito, as conclusões devem ser oferecidas
considerando sua probabilidade, sua
possibilidade de generalização e de
interferência.
- Características do contexto da
avaliação psicológica forense
Caires (2003) salienta que a
transposição direta do modelo clínico para
atender indagações judiciais pode levar
tanto a erros essenciais, em relação a
futuras decisões dos magistrados, como,
também levantar descrédito quanto ao
alcance do que é informado.
Para exercer o papel do psicólogo
na área forense é fundamental que o
profissional tenha estabelecido as
distinções do seu trabalho daquele
exercido pelo terapeuta na clínica. É
importante que o psicólogo compreenda as
especificidades de seu papel e de seu
relacionamento com o periciado, agindo de
modo mais independente na solução de
impasses que surgem com frequência.
- Objetivo da avaliação forense
A avaliação forense,
frequentemente, dirige-se a eventos
definidos de forma mais restrita ou a
interações de natureza não-clínica.
O objetivo final da avaliação será,
sempre, através da compreensão
psicológica do caso, responder a uma
questão legal expressa pelo juiz ou por
outro agente jurídico.
O agente jurídico, ao solicitar a
avaliação, pergunta sobre determinada
capacidade da pessoa, prevista pelas
normas legais, para responder a demandas
específicas relacionadas a situações da
vida real, como manter os cuidados com o
filho, responder por atos da vida civil ou
desenvolver atividades laborativas
remuneradas. O diagnóstico e a
necessidade de tratamento psicológico, que
podem ser elementos importantes para a
compreensão do caso, não são a resposta
final do trabalho.
Mesmo na perícia de dano
psíquico, o foco deve se restringir à
verificação da presença e da intensidade
dos sintomas emocionais com a
determinação do nexo de causalidade - não
há necessidade de abandonar totalmente a
preocupação com aquele que é objeto da
perícia; o importante é não transformar o
processo de avaliação forense em um
contexto terapêutico.
Críticas aos peritos psicológicos
forenses referem-se a três categorias
básicas:
1. ignorância ou irrelevância
2. intromissão na matéria legal
3. insuficiência ou incredibilidade das
informações prestadas.
No primeiro caso, o perito
justificaria suas conclusões por um critério
legal errado.
A incapacidade em determinada
competência não pode justificar a
incapacidade para outra.
No caso da intromissão, haveria,
por parte do técnico, uma tentativa de
impor teorias psicológicas para reformular
construtos jurídicos, “psicologizando” as
normas legais.
No caso da insuficiência ou
incredibilidade das informações, o perito
deixaria de oferecer evidências suficientes
quanto às suas conclusões. A quantidade e
qualidade da informação são fundamentais
para evitar tais problemas.
- A relação com o periciado
Uma questão inicial, que se expõe
ao psicólogo, é saber quem é seu cliente.
Ainda que seu trabalho esteja centrado na
avaliação de determinado sujeito,esta
relação encontra-se intermediada pela
solicitação de um agente jurídico.
A determinação da avaliação pelo
agente jurídico, também faz com que os
periciados da avaliação forense
diferenciam-se daqueles que buscam
voluntariamente um tratamento de saúde
mental - as pessoas “passam” por uma
avaliação forense, pois não a fariam se não
tivessem uma questão legal para resolver.
Nesse processo de investigação, o
examinador não só ocupa um espaço mais
distante do periciado, como também
necessita questioná-lo com mais
frequência e de modo mais incisivo quanto
às informações dúbias ou inconsistentes.
Com isso, a percepção que o periciado tem
de examinador nem sempre é de alguém
que está num papel de ajuda.
O psicólogo forense busca o
esclarecimento de questões propostas pela
situação de litígio judicial. - deve procurar
manter uma atitude de maior afastamento,
ser mais objetivo e procurar manter sua
neutralidade; uma postura mais crítica na
avaliação forense não trará,
necessariamente, prejuízos emocionais ao
periciado, considerando que a busca da
relação é do tipo avaliativo e
não-sustentado pela aliança terapêutica do
tratamento clínico - importância de
evitar-se a iatrogenia, e que os psicólogos
forenses podem estar seguros das práticas
que exercem e dos serviços que oferecem,
evitando que se produzam danos nas
pessoas avaliadas.
- Características da metodologia
A repercussão mais imediatista
desse tipo de relação é a preocupação que
o psicólogo deve ter com a validade das
informações que recebe. No contexto
forense, em função da natureza coercitiva
e da importância final do resultado do
trabalho, os periciados são incentivados a
distorcer a verdade. Ainda que a distorção
inconsciente da informação seja uma
ameaça à validade, em todos os contextos
de avaliação, a ameaça da distorção
consciente e intencional é
substancialmente maior no contexto
forense. A resistência frente à avaliação
forense é determinada por, pelo menos,
uma das seguintes razões: o periciado pode
estar temeroso quanto ao resultado final ou
desejoso do resultado da avaliação e pode
se sentir ressentido pela intromissão em
sua autonomia.
A precisão da informação passa a
ser uma questão fundamental para a
garantia da qualidade do relatório final.
É importante para o avaliador
forense conhecer a perspectiva da própria
mãe frente à criança, mas será de
fundamental relevância para suas
conclusões conhecer as condutas concretas
dessa mãe no cotidiano, por meio de outras
fontes de informação - é característica da
avaliação forense que a coleta de dados
não se restrinja ao discurso do periciado,
mas a todas as fontes consideradas
relevantes.
Grisso (1999) sugere que o
psicólogo deve dar preferência a
procedimentos padronizados, mesmo que
não sejam “testes”.
Greenberg e Schuman (1997), outra
característica importante é que as
entrevistas, na avaliação forense, devem
ser mais estruturadas do que na clínica, e o
examinador deve exercer um papel mais
ativo na organização das mesmas.
Na avaliação forense, uma
variedade de fatores, incluindo a pauta do
foro e os limites dos recursos, pode reduzir
as oportunidades para o contato com o
periciado - essa redução do tempo
repercute diretamente numa coerção ao
fechamento do caso e na diminuição da
possibilidade de reconsiderar as
formulações feitas. Ao mesmo tempo,
enfatiza-se a precisão da conclusão quanto
à finalidade das disposições legais, pois o
resultado da avaliação torna-se um produto
e passa a fazer parte dos registros do caso
jurídico - a prática demonstra a
necessidade de salientarem-se os limites da
avaliação quanto ao período em que ela se
realizou e aos dados que foram coletados.
- Formação técnica dopsicólogo
forense
Basta que o psicólogo esteja
devidamente regulamentado pelo Conselho
Regional de Psicologia do qual faz parte.
Apesar das limitações quanto aos
recursos existentes, é importante que o
psicólogo saiba que, quando for atuar na
área da Psicologia Forense, precisa buscar
conhecimentos tanto da área psicológica
que está investigando (família, abuso
sexual, periculosidade), como também do
sistema jurídico em que vai operar; deve
conhecer as jurisdições e instâncias com as
quais se relaciona,a legislação vigente
relacionada ao seu objeto de estudo e as
normas estabelecidas quanto à sua
atividade.
- Ética e perícia psicológica
A realização da perícia psicológica
exige, igualmente, o respeito a estes
princípios, de modo que a atividade em
questão traga apenas benefícios aos seus
usuários.
“O respeito à dignidade e
integridade do ser humano”. Cabe ao
psicólogo buscar a promoção do bem-estar
do indivíduo e da comunidade.
O código traz algumas
recomendações quanto às relações com a
justiça:
Art. 17 - O psicólogo colocará seu
conhecimento à disposição da justiça, no
sentido de promover e aprofundar uma
maior compreensão entre a lei e o agir
humano, entre a liberdade e as instituições
judiciais.
Art. 18 - O psicólogo se escusará de
funcionar em perícia que escape à sua
competência profissional.
Art. 19 - Nas perícias, o psicólogo
agirá com absoluta isenção, limitando-se à
exposição do que tiver conhecimento
através de seu trabalho e não
ultrapassando, nos laudos, o limite das
informações necessárias à tomada de
decisão.
Art. 20 - É vedado ao psicólogo:
a) ser perito de pessoa por ele
atendida ou em atendimento;
b) funcionar em perícia em que, por
motivo de impedimento ou
suspeição, ele contrarie a legislação
pertinente;
c) valer-se do cargo que exerce, de
laços de parentesco ou amizade
com autoridade administrativa ou
judiciária para pleitear ser perito.
Ao ficar definido que o psicólogo
deve colocar-se à disposição da justiça seu
conhecimento, amplia-se a noção da
repercussão de seus achados em
determinada avaliação, extrapolando-se,
muitas vezes, o sujeito avaliado.
Ávila Espada (1986) salienta que,
em avaliações forenses, o cliente do
psicólogo será tanto o sujeito periciado
quanto o sistema mais amplo da sociedade.
Assim, as repercussões de seus achados
não podem se restringir ao primeiro, mas,
sempre que necessário, contemplar esses
dois universos.
Outro aspecto salientado por
diversos autores diz respeito à importância
de o psicólogo avaliar os limites de sua
competência e de suas técnicas - essa
competência está relacionada ao tipo de
perícia que deve realizar e ao
conhecimento das características
operacionais do sistema jurídico em que
vai atuar.
No artigo 19, o psicólogo é
orientado a se manter dentro dos limites de
seu próprio conhecimento, com isenção
em relação às partes envolvidas - cabe ao
técnico respeitar os níveis de probabilidade
a respeito da previsão do comportamento,
além de evitar direcionar seus achados
para o favorecimento de uma das partes;
importância de que sejam bem-avaliados
os dados que constarão no laudo, pois a
seleção dos mesmos pode indicar a
presença de motivações subjacentes.
Uma situação pouco discutida diz
respeito à repercussão dos casos hediondos
na estrutura emocional dos peritos, com
efeito desestabilizador. Nesses momentos,
é imprescindível a reflexão crítica, tanto
para manter-se restrito ao papel de técnico
quanto para perscrutar e conhecer os
limites internos diante da demanda
judicial.
Art. 23 parágrafo 1 - Nos casos de
perícia, o psicólogo tomará todas as
precauções , a fim de que só venha a
relatar o que seja devido e necessário ao
esclarecimento do caso.
Parágrafo 2 - O psicólogo,
quando solicitado pelo examinado, está
obrigado a fornecer a este as informações
que foram encaminhadas ao solicitante e
orientá-lo em função dos resultados
obtidos.
Para Ávila Espada (1986), o ideal
seria que existisse o mesmo nível de
confidencialidade entre os contextos
clínicos e forense ou, entre os contextos
voluntários e não-voluntários. No entanto,
o propósito da avaliação forense já coloca
limitações quanto à possibilidade de se
manter o sigilo - à medida que tem como
função trazer aos autos uma realidade
relacionada aos problemas emocionais
associados à questão jurídica. Neste caso,
uma forma de manterem-se os
procedimentos éticos é o estabelecimento
prévio de um contrato, em que os níveis
desta confidencialidade sejam bem
esclarecidos.
A preocupação básica de todo
psicólogo quanto à impossibilidade de
manter os níveis de confidencialidade
existentes dentro da relação terapêutica é
amenizada, pois, estando o periciado
ciente dessa limitação, pode decidir
livremente sobre as informações que
deseja passar ao avaliador. Nenhum tipo de
manipulação deve ser feito para se obter
maior número de dados, sob o risco de
incorrer-se em procedimentos antiéticos.
Sobre os dados que devem constar
no laudo fica estabelecida a orientação
dada pelo primeiro parágrafo do artigo 23
do código de ética dos psicólogos. As
informações relatadas devem seguir o
princípio da pertinência, constando apenas
os dados relevantes para a matéria legal.
Cunha (1993) entende, de maneira
geral, que a devolução é de
responsabilidade de quem encaminhou o
processo - o psicólogo forense teria a
obrigação de comunicar diretamente a seus
periciados as informações colhidas na
avaliação sobre seus aspectos psicológicos.
A prática sugere que seria de bom
senso o psicólogo colocar-se à disposição
do periciado para esclarecimento de
dúvidas, em relação ao laudo, depois de o
mesmo tornar-se público em audiência
com o juiz. Deve-se tomar cuidado para
não criar uma via de comunicação
independente ao processo judicial, quando,
então o psicólogo deixaria seu papel de
assessor dos agentes jurídicos para assumir
a coordenação do próprio processo.
Melton e colaboradores (1997)
propuseram alguns passos que deveriam
ser observados nas diferentes etapas da
perícia:
1. Pré-avaliação: clarificar
determinações ambíguas ou
excessivamente genéricas,
certificar-se de que o periciado foi
informado de sua avaliação por seu
advogado, avaliar a própria
competência para realizar a
avaliação, avaliar os conflitos de
interesses envolvidos na questão,
estabelecer a forma de pagamento,
negar-se a tomar ciência de
informações que foram obtidas de
maneira ilegal e que poriam em
risco a validade do laudo.
2. Durante a avaliação clínica:
informar ao periciado todas as
questões legais envolvidas no
processo de avaliação e os limites
de confidencialidade, esclarecê-lo
sobre os papéis estabelecidos na
avaliação, solicitar a participação
do periciado na avaliação, respeitar
sua privacidade dentro dos limites
possíveis da perícia (manter a
investigação clínica dentro dos
limites da questão legal, orientá-lo
à impropriedade de revelações não
pertinentes ao caso).
3. Pós-avaliação: a relevância dos
dados para a questão jurídica deve
orientar o relatório (evitar detalhes
que possam embaraçar o periciado
ou pôr em risco seus direitos, evitar
conclusões valorativas que são
pertinentes aos agentes jurídicos),
informar ao periciado se existirem
fatores de risco (principalmente no
caso de crianças e adolescentes).

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