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Metabolismo e eliminação de fármacos Priscila C. L. Fernandes priscila_biologa@yahoo.com.br mailto:priscila_biologa@yahoo.com.br Introdução Eliminação do Fármaco (xenobiótico/substâncias exógenas): (mecanismo de proteção) Metabolismo/Eliminação: ❖ Rins ❖ Sistema hepatobiliar ❖ Pulmões Metabolismo dos Fármacos Reações de Fase 1 ❖ Reações de “funcionalização”: Criação de grupo funcional ou modificação de grupo funcional já existente na molécula ❖ Reações de fase 1: Perda da atividade farmacológica Diminuição da atividade farmacológica Aumento da atividade farmacológica Alteração da atividade farmacológica Fármaco original (apolar) Metabólito inativo (polar) Pró-droga original (apolar) Droga ativa (polar) Produto polar: excretado mais facilmente pela urina e pela bile Reações de Fase 1 Reações de Fase 1 Sistema Mono-Oxigenase P450 (CYPs) ❖ Citocromo P450 (abreviado CYP, P450 ou CYP450) é uma superfamília ampla e diversificada de proteínas responsáveis por oxidar um grande número de substâncias para torná-las mais polares e hidrossolúveis. ❖ Estruturalmente, CYPs são hemoproteínas formadas por uma porção constate, a coenzima (Protoporforina IX) e uma proteína variável de 50kDa. Estrutura Química e localização da CYP ❖ A reação mais comum catalisada pelo citocromo P450 é a monooxigenase, isto é, inserção de um átomo de oxigênio em um substrato orgânico ( R-H), enquanto o outro átomo de oxigênio é reduzido a água: R-H + O2 + 2H+ + 2e– → R-OH + H2O Sistema Mono-Oxigenase P450 (CYPs) ❖ Sistema de transferência de elétros para a CYP envolve outra enzimas: ❖ NADPH citocromo P450 redutase ❖ NADH citocromo b5 redutase ❖ Citocromo b5 Sistema Mono-Oxigenase P450 (CYPs) Sistema Mono-Oxigenase P450 ❖ P450 e variação biológica Reações de Fase 2 ❖ São “anabólicas” e envolvem a conjugação. ❖ Acontecem, principalmente, no fígado. Critério de reações de conjugação xenobiótica ❖ 1) Um substrato xenobiótico é acoplado a uma molécula endógena ❖ 2)…o qual é, geralmente, polar ❖ 3) …com peso molecular médio (~100 – 300 Da) ❖ 4)...e transportado por uma coenzima ❖ 5) A reação é catalisada por uma transferase. Mais comuns… ❖ Ac. Glicurônico (glicuração)>Glutationa>Outros a.a/sulfato/metil ❖ Produto decorrente desta reação geralmente é mais polar e sempre tem um aumento no peso molecular (discreto ou marcante) ❖ O fármaco precisa de um grupo ancorador (que pode ter sido inserido pela reação de funcionalização ou já estar presente na molécula) ❖ Reações consomem grande quantidade de ATP Mais comuns… ❖ Geram produtos mais hidrossolúveis que aqueles das reações de funcionalização ❖ Mecanismo de conjugação são usados por substâncias endógenas de modo que as drogas e seus metabólitos exercem uma competição com aqueles. ❖ Exemplo: Paracetamol (Alta taxa de conjugação com Ác. Glicurônico) não deve ser usado em recém nascidos pois diminui a capacidade de eliminação de bilirubina Reações de Fase 2 ❖ Indução de Enzimas microssômicas ❖ Metabolismo de Primeira passagem (Pré-Sistêmico) ❖ Metabólitos Farmacologicamente Ativos Indução de enzimas microssômicas ❖ A indução enzimática pode aumentar a toxicidade e a capacidade carcinogênica de um fármaco, ex: paracetamol ❖ Indução, ex: benzopireno Metabolismo de primeira passagem ❖ Alguns fármacos são eliminados com muita eficiência pelo fígado ou parede intestinal. Nesses casos, a quantidade que chega a circulação sistêmica é consideravelmente menor que a absorvida. Fármacos que sofrem eliminação de primeira passagem significativa Metabolismo de primeira passagem ❖ Problemas: ❖ Requer dose maior (via oral) ❖ Grandes variações individuais Metabólitos farmacologiacamente ativos ❖ Pró-farmacos: O composto original não é ativo. O fármaco só se torna farmacologicamente ativo depois de metabolizado. Eliminação de Fármacos e seus metabólitos Excreção ❖ Eliminação (depuração) do fármaco do organismo. ❖ Vias de eliminação: ❖ Renal ❖ Trato GI (fezes) ❖ Ar expirado (ex: Etanol) – ❖ Leite Materno ❖ Suor ❖ Lágrimas Eliminação Renal ❖ Filtração glomerular ❖ Secreção tubular ativa ❖ Reabsorção passiva por difusão Secreção glomerular ❖ Capilares glomerulares permitem que moléculas de fármacos com peso molecular abaixo de 20.000 se difundam para o filtrado glomerular. ❖ Os capilares são quase completamente impermeáveis a albumina. Secreção glomerular Secreção tubular ❖ As moléculas dos fármacos são transferidas para a luz do túbulo por dois sistemas de transportadores indepedentes e relativamente não seletivos Secreção tubular ❖ Divididos em dois sistema transportadores: cátion orgânicos (OAT) e ânions orgânicos (OCT) • Pe lo menos 80% do fármaco que chega aos rins é apresentado ao transportados, a secreção tubular é potencialmente o mecanismo mais eficaz de e l i m i n a ç ã o r e n a l d e fármacos Secreção tubular Transporte Catiônico - OAT - O sistema de transporte catiônico é responsável pela secreção de bases fracas; freqüentemente são compostos contendo o nitrogênio (incluindo a maioria dos neurotransmissores) que estão ionizados no pH fisiológico. Sistema de transporte para ânions orgânicos - OCT ❖ Secreção de muitos ânions orgânicos: compostos endógenos como o oxalato, prostaglandinas e o ácido úrico. ❖ Compostos exógenos, como os antibióticos (cefalosporinas e penicilinas), contrastes radiológicos, diuréticos (furosemida), analgésicos, e seus metabólitos, conjugados ou não Sistema de transporte para ânions orgânicos - OCT Secreção tubular ❖ Os transportadores OATs podem mover moléculas de fármacos contra o gradiente eletroquímico e, consequentemente, reduzir a concetração plasmática praticamente a zero. ❖ Os transportadores OCTs facilitam o transporte a favor do gradiente eletroquímico Difusão através do túbulo renal ❖ Se o túbulo for livremente permeável às moléculas do fármaco, cerca de 99% do fármaco filtrado será reabsorvido passivamente a favor do gradiente de concentração resultante. Consequentemente, a eleiminação de fármacos lipossolúveis é mínima, enquanto que, fármacos polares, cuja permeabilidade tubular é baixa, permanecem na luz do túbulo, tornando-se progressivamente mais concentrados a medida que a água é reaborvida Difusão através do túbulo renal • Drogas alcalinas: maior excreção com urina ácida • Drogas ácidas: maior excreção com urina alcalina Exemplo prático: Alcalinização da urina (desintoxicação por salicilato) Droga (ácida) Droga - + H+ Droga (base) + H+ DrogaH+ 0 4 8 12 16 6 4 2 0 Diurese Ácida (pH 4.9-5.3) Sem controle pH Diurese Alcalina (pH 7.8-8.2) Horas Q ua nt id ad e de M et an fe ta m in a Ex cr et ad a Excreção Urinária de Metanfetamina Nature, 1965 0 4 8 12 16 12 8 4 0 Fluxo Urinário (mL/min) C le ar an ce R en al d o Fe no ba rb ita l ( m L/ m in ) Diurese alcalina Diurese normal Lancet, 1967 Clearance do fenobarbital Suor, lágrima e saliva (sem importância quantitativa) Leite materno (pH médio de 7,08) relativamente mais ácido que o sangue Facilita eliminação de bases fracas: cloranfenicol, valproato, tetraciclinas Outras vias de eliminação de drogas: Depuração (Clearance) Renal – CLr ❖ Definido como: volume de plasma que contém a quantidade de substância removida pelos rins na unidade de tempo. ❖ Calculada a partir da concentração plasmática Cp, da concentração urinária, Cu, e da velocidade do fluxo urinário, Vu. CLr= Cu[droga] x Vu[tempo]/ Cp[droga] Total: Clsist = Clhep + Clr + Cloutros Excreção: Tempo De Meio Vida ❖ Tempode meia vida (t1/2): tempo necessário para que 50% da droga seja eliminado do organismo. Cálculo da meia-vida Administração Endovenosa: Ct = C0 . e-kt Maior K= menor tempo de meia-vida Menor K= maior tempo de meia-vida Ct = Concentração do fármaco no tempo t C0= Concentração do fármaco no tempo o e= logarítimo natural (2,718...) K= Constante de eliminação do fármaco t= tempo (horas) t1/2 = 0.693/k Referências ❖ Brunton, L. L., & Knollmann, B. C. (2018). As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora. ❖ Golan, D., Junior, T., Armen, H., Armstrong, E. J., & Armstrong, A. W. (2009). Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. In Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. ❖ Katzung, B. G., Masters, S. B., & Trevor, A. J. (2010). Farmacologia básica e clínica. 10ª edição. Rio de Janeiro/RJ: Mcgraw-hill Interamericana. ❖ Pritchard, J. B., & Miller, D. S. (1996). Renal secretion of organic anions and cations. Kidney international, 49(6), 1649-1654. ❖ Rang, H. P., Dale, M. M., Ritter, J. M., Flower, R. J., & Henderson, G. (2012). Farmacologia. 7 edição. Rio de.
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