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RESUMO: CONSULTA DE PRÉ-NATAL No Brasil, o nível de atenção primária à saúde é representado pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), portanto, se trata da porta de entrada preferencial das gestantes no sistema. Sendo o ponto estratégico para acolher as necessidades das mulheres e proporcionar um acompanhamento longitudinal e continuado, durante toda gestação (PASSOS et al, 2021 apud BRASIL, 2013c). As consultas de pré-natal têm como objetivo assegurar o desenvolvimento adequado da gestação, permitindo a realização de um parto saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais; atividades educativas; e preventivas (BRASIL, 2012). De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2013c), a gestante deve ser assistida por pelo menos seis consultas de pré-natal, com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro; o calendário deve ser iniciado precocemente (preferencialmente ainda no primeiro trimestre) e deve ser regular; e as consultas deverão ser mensais até a 28ª semana, quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais no termo, não existindo alta do pré-natal. Inicialmente, após a confirmação da gestação, deve ser realizado a anamnese obstétrica e o exame físico. Torna-se o exame físico basicamente igual na semiologia básica, porém, existem algumas particularidades envolvidas no período gravídico, minúcias, como a cor, que devem ser consideradas, visto que mulheres de etnia africana são mais propensas ao vício pélvico e à pré- eclâmpsia e estas são enfermidades capazes de influenciar a gestação que podem ser captadas por meio do rastreamento de nacionalidade e domicílio, bem como dos antecedentes pessoais. (SANTOS et al, 2018 apud REZENDE 2014). Posteriormente, no planejamento das consultas de assistência ao pré-natal de baixo risco, os profissionais de saúde devem estarem cientes dos exames fundamentais preconizados pelo Ministério da Saúde a serem solicitados na rotina de cronograma das consultas (BRASIL, 2013c): Primeira consulta ou primeiro trimestre: hemograma; tipagem sanguínea e fator Rh; coombs indireto (se a mãe for Rh negativo); glicemia em jejum; teste rápido para sífilis ou VDRL; teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); toxoplasmose (IgM e IgG); sorologia para hepatite B (HBsAg); urina tipo I, urocultura e antibiograma; ultrassonografia obstétrica; citopatológico (se houver necessidade clínica); parasitológico de fezes (se necessidade clínica); e eletroforese da hemoglobina. Segundo trimestre: teste de tolerância para glicose, com 75g nas gestantes sem diagnóstico prévio de DM (24a a 28a semana); e coombs indireto (se a mãe for Rh negativo). Terceiro trimestre: Hemograma; glicemia em jejum; coombs indireto (se a mãe for Rh negativo); teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); sorologia para hepatite B (HBsAg); urina tipo I, urocultura e antibiograma; repete-se o exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente; e teste rápido para sífilis ou VDRL. Além dos exames citados acima, temos os seguintes exames: teste rápido de proteinpuria (indicado para mulheres com hipertensão na gravidez) e malária (gota espessa – em todas as consultas de pré-natal, se necessário) (BRASIL, 2016). Durante as consultas é imprescindível que seja realizado o calculo da idade gestacional (IG), que é a referência de duas datas: a data da última menstruação (DUM) e a data da primeira consulta, contando quantos dias se passaram entre esse intervalo, o total de dias será divido por 7 (dias da semana) e o resultado da divisão será a quantidade de semanas, e o resto da conta, o numero de dias. (BRASIL, 2013c). Essa idade gestacional também pode ser realizada a partir da medida da altura uterina, seguindo os parâmetros estabelecido pelo Ministério da Saúde: Ate a 6a semana, não há alteração no tamanho uterino; Na 10a semana, o útero será correspondente a três vezes o tamanho habitual; Na 12a semana, o útero vai encher a pelve, sendo palpável na sínfise púbica; Na 16a semana, o fundo uterino será encontrado entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; Na 20a semana, o fundo uterino estará na altura da cicatriz umbilical. É necessário destacar, que apesar da altura uterina ser utilizada ser utilizada como parâmetro de cálculo de idade gestacional, ela não é fidedigna. O enfermeiro também deve realizar o cálculo da data provável do parto (DPP), podendo se utilizar do gestograma (calendário gestacional) e da regra de Näegele (subtrai três meses e adiciona sete dias à DUM). Em todas as consultas da gestante a partir da 10a a 12a semana de gestação, é necessário auscultar os batimentos cardiofetais (BCF) se utilizando do Sonar Doppler, a partir da 20a semana esses batimentos poderão ser auscultados pelo estetoscópio de Pinard (PASSOS et al, 2021). De acordo com o protocolo da atenção básica (BRASIL, 2016), a FC fetal normal é de 110 a 160 bpm. Em contrapartida, o Manual de pré-natal de baio risco do MS (BRASIL, 2013c) indica o valor de 120 a 160 bpm. Além de todas essas assistências citadas até o momento, os profissionais de saúde, responsáveis pelo pré-natal, devem estarem atentos para o estado nutricional das gestantes. A avaliação do estado nutricional da gestante consiste na tomada da medida do peso e da altura e o cálculo da semana gestacional, o que permite a classificação do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. Com base no IMC obtido na primeira consulta de pré-natal, é possível conhecer o estado nutricional atual e acompanhar o ganho de peso até o final da gestação (BRASIL, 2013c). Em alguns casos, se faz necessário que o profissional prescreva suplementação alimentar, por exemplo: Ácido fólico – indicado para prevenir anormalidades congênitas do tubo neural; conforme novas recomendações, o seu uso é indicado durante todo o período gestacional e alguns autores recomenda seu uso também durante o período pré-concepção (pelo menos 30 dias antes da data que o casal deseje a gravidez); e a nova dosagem é de 400mcg de ácido fólico, solução oral de o,2 mg/ml (BRASIL, 2013d; OMS, 2013). Sulfato Ferroso – tratamento e profilaxia de anemia; uso indicado durante toda gestação, até o terceiro mês pós-parto ou pós-aborto, na dosagem de 200mg/dia antes das refeições (BRASIL, 2013d). Vitamina A – responsável por repor níveis de retinol na mãe e níveis adequados de vitamina A no leite materno até que o bebê atinja os 6 meses de idade, para diminuir o risco de deficiência dessa vitamina nas crianças amamentadas (BRASIL, 2013c, 2013e). As gestantes, também devem serem orientadas sobre os principais objetivos da vacinação, que são a proteção da mulher grávida, livrando-a de doenças e complicações da gestação, e a proteção do feto, recém-nascido e/ou lactente, favorecendo-o com anticorpos para que possa resistir a infecções devido à baixa resistência do sistema imunológico (LOUZEIRO et al, 2014). Porém, os profissionais de saúde, principalmente o enfermeiro, deve estar ciente que é contra indicado vacinas com microrganismos atenuados (ex.: tríplice viral e a febre amarela). O calendário de imunização das gestantes é composto por: Vacina influenza – dosagem única durante a gestação; e em qualquer período gestacional. dt – previne contra o tétano neonatal; o esquema vacinal é composto por 3 doses (se a gestante não tiver comprovação vacinal das 3 doses) entre 30 e 60 dias, se o esquema se encontrar incompleto, deve-se apenas completa-lo. dtpa – administrar uma dose a partir da 20a semana de gestação; para aquelas mulheres que perderam a oportunidade de se vacina durante a gestação, deve-se administrar uma dose no puerpério o mais precocemente possível. Hepatite B – se o esquema vacinal for desconhecido, não vacinada ou com HBsAg – e anti- HB < 10 deve-se administrar 3 doses, sendo: a primeiraem qualquer momento da gestação, a segunda um mês após e a terceira seis meses após a primeira; se o esquema da gestante tiver incompleto é necessário apenas completa-lo com as doses que falta. Atualmente, estamos enfrentando uma pandemia de covid-19 e o Ministério da Saúde juntamente com a ANVISA recomenda o uso de imunizantes contra o vírus sars-cov-2 em mulheres gestantes e puérperas com ou sem comorbidade, desde que siga as orientações médicas. Os imunizantes aplicados em gestantes devem ser o da Pfizer e a CoronaVac, que não possuem vetor viral. Já as da AstraZeneca e Janssen ficam excluídas da vacinação de gestantes e puérperas justamente por usarem o vetor viral (BRASIL, 2021). De acordo com o que foi visto é possível concluir que a assistência pré-natal é de extrema importância para a saúde do binômio mãe-filho. Sendo de suma importância que a mulher conheça todas as possíveis situações que ela irá passar durante toda a gestação até o momento do parto e pós- parto, amenizando assim, seus anseios e temores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília, DF, 2013c. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Suplementação de Ferro: Manual de condutas gerais. Brasília: Ministério da Saúde, 2013d. LOUZEIRO, Edenilce Mendes et al. A importância da vacinação em gestantes: uma revisão sistemática da literatura no período de 2003 a 2012. Revista Interdisciplinar, v. 7, n. 1, p. 193-203, 2014. PASSOS, R. et al. Tratado de enfermagem para concurso e residências: volume I. Editora Brasileiro e Passos, João Pessoa, PB, p. 208-223, 2021 REZENDE, F. J; MONTENEGRO, C. A. Rezende Obstetrícia. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014. SANTOS et al. Resenha de livro: Rezende Obstetrícia. Revista de Enfermagem, UFPE Online, v.12, n.8, 2018.
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