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Neoplasias Neoplasias aula I • As nove primeiras páginas do Robbins são as páginas essenciais sobre neoplasias. • Não é fácil conceituar neoplasia, sendo preferível primeiro conhecer suas propriedades (características compartilhadas tanto pelas benignas quanto pelas malignas) para, depois, compreender sua definição. • Imagem slide 2: Lesão expansiva intracraniana, localizada na hipófise, medindo aproximadamente 10,0 cm de diâmetro, se trata de uma neoplasia benigna (comprimem) mas acabou levando o paciente ao óbito. Adenoma hipofiário. • Neoplasia: crescimento novo consequente de uma mutação de um ponto de controle do ciclo celular, o que interfere na regulação proliferativa. Essa célula mutada fica automaticamente se estimulando e proliferando (monoclonalidade). Há algumas neoplasias policlonais, que surgem a partir de várias cel. diferentes, mas a grande maioria das neoplasias malignas são monoclonais. • Neoplasia é uma das principais causas de mortes nos EUA (segunda causa principal de morte) e no Brasil (entre as 5 principais causa de morte). • Várias morbidades relacionadas (morbidades= todas as complicações que podem resultar de uma neoplasia, como problemas renais, alterações decorrentes de algum procedimento cirúrgico, caquexia, metástases). • Neoplasias vão desde lesões que não causam a morte do paciente (neoplasias benignas) as que podem causar óbito (neoplasias malignas). • As neoplasias são diferentes entre si, comportamento e classificação molecular individualizadas. • Saber o tipo de neoplasia (o nome dela) e também ir pra dentro da célula, do núcleo dela para ver quais são as mutações que estão presentes. • Câncer é um termo utilizado apenas para as neoplasias malignas. • Grande espectro de prognósticos. • Tumor também pode ser usado para as neoplasias. • Neoplasias epiteliais são mais comuns nos adultos do que as neoplasias de tecido conjuntivo. • Neoplasia benigna não invade e geralmente tem a cara do tecido de origem (bem diferenciada). • Ver tabelinha slide 5 A. Neoplasias Benignas: Lesões com aspectos morfológicos relativamente inocentes (não se tem infiltração), que permanecem localizadas, sendo incapazes de disseminação à distância (metástase: neoplasias secundarias). Não tem capacidade metastáticas. Geralmente comprime, não invade, a estrutura normal. Imagem slide 3: esquerda é um lipoma (neoplasia benigna de tec.adiposo) e direita é um adenoma (neoplasia benigna originada de glândula) de tireoide. São lesões pequenas, circunscritas e que se pode separar do tecido normal. Utiliza-se o sufixo “-oma” para as neoplasias benignas. Cuidado! Nem tudo que termina em oma é benigno, carcinoma e sarcoma são malignos. B. Neoplasias Malignas: Lesões com aspectos morfológicos atípicos, capazes de invadir e destruir as estruturas adjacentes e de se disseminar à distância. Utiliza-se o sufixo “-carcinoma” para as neoplasias malignas epiteliais. Utiliza-se o sufixo “-sarcoma” para as neoplasias malignas mesenquimais. Imagem slide 4: esq é lesão pulmonar (é uma neoplasia maligna derivada de epitélio glandular – adenocarcinoma pulmonar) e dir é uma grande lesão envolvendo articulação e osso (lesão maligna derivada de tecido ósseo - osteosarcoma). Neoplasias malignas são lesões de características infiltráveis, com bordas que são irregulares, são destrutivas, invadem e podem se disseminar a distância, pois invadem a parede de vaso sanguíneo e vão para outros órgãos. Pulmão e fígado são os órgãos mais acometidos por metástases, porque são órgãos de circulação central. Linfomas são neoplasias malinas de linfócitos (não se tem neoplasia benigna de linfócitos), Melanoma (neoplasia maligna dos melanócitos), Mesotelioma (neoplasia maligna derivada das serosas, do mesotélio). Propriedades Gerais das Neoplasias • Características anatômicas: A diferenciação entre neoplasias benignas e malignas é uma das informações mais importantes que um patologista pode dar. Uma série de características anatômicas e histológicas permite esta diferenciação. Imagem slide 6: raio x de tórax, provável neoplasia pulmonar, grande massa em pulmão a direita. A. Componentes: Todas as neoplasias são constituídas por 2 componentes: células mutadas clonais (parênquima) e por tecido mesenquimal normal circunjacente (estroma). Cel.estromais são as células do tecido conjuntivo que grande parte das vezes são normais, onde se tem colágeno, nervos, vasos, anexos, cel.inflamatorias, matriz extrac. Enquanto o parênquima é formado pelas células neoplásicas. Seta: apontando a célula neoplásica maligna, a imagem (slide 7) é um osteosarcoma. B. Diferenciação: Transformações morfológicas e funcionais de uma cél.embrionária até o seu correspondente histológico. Extensão com que as células do parênquima neoplásico se assemelham morfologicamente e funcionalmente às normais. As neoplasias benignas são por definição bem diferenciadas. As malignas podem ter diferentes níveis de variação. O termo anaplasia significa uma ausência de diferenciação. A grande parte de neoplasias no ser humano tem origem de uma célula adulta, já completamente diferenciada, só que ela sofre mutação e volta várias e várias vezes ao ciclo celular, o que pode acontecer a partir dessas mutações é uma célula perder a sua diferenciação, isso pode acontecer em algumas neoplasias. Então, posso classificar a neoplasia a partir da diferenciação em: Neoplasia bem diferenciada (olho para a célula e lembro do tecido), Neoplasia moderadamente diferenciada (que fica no meio termo), Neoplasia pouco diferenciada (olho para célula e encontro só algumas características do tecido) e Neoplasia anaplásica/indiferenciada (aquela que não se parece de jeito nenhum com o tecido de origem). Imagem slide 8: esq é uma neoplasia benigna de tireoide (e lembra a tireoide) e dir é uma neoplasia anaplásica (pode se utilizar técnicas complementares, como a imunohistoquimica, para o diagnostico dessa lesão). C. Displasia: É um crescimento desordenado encontrado principalmente em epitélios e que pode ser uma precursora da transformação maligna. Presença de perda da uniformidade celular e da arquitetura tecidual. Todas as lesões displásicas estão restritas à membrana basal epitelial. É um termo variável, dependendo do órgão iremos chamar a displasia de vários nombres, ex.: carcinoma in situ (imagem do slide 9) significa uma displasia. Robbins “toda displasia representa um campo fértil para o desenvolvimento de neoplasias malignas’’. Displasia representa uma pré-neoplasia maligna. É o teste base do Papanicolau/pré-cancer, amostra do epit.cervical e procura-se displasias. Displasia já tem mutação, mas não chamamos de maligna porque não invadiu ainda, não houve ruptura da membrana basal. Displasias no colón podem ser chamadas de adenomas. Carcinoma in situ é o carcinoma que ainda não invadiu, está dentro da espessura do epitélio. Seratose ectinica na pele também é uma displasia. Displasia pode ser tratada para impedir que evolua e vire uma neoplasia maligna. Dentro do epitélio eu não tenho vaso sanguíneo e linfáticos, eles estão no tec.conjuntivo, então por mais mutação que eu tenha no local de displasia, não se consegue metastatizar, não tem como invadir vaso se ainda não ultrapassou a membrana basal e tecido conjuntivo. Lesões displásicas são microscópicas e assintomáticas, na grande parte das vezes não se consegue se identificar a displasia, com exceção de locais aparentes, como mucosa oral, pele, por exemplo. D. Organelas Celulares: As células neoplásicas malignas são pouco coesas, pobres em mitocôndrias e com diminuto retículo endoplasmático rugoso. O núcleo é grande, irregular e hipercromático. Figuras de mitose são frequentes e podem ser atípicas/anormais. As organelas por estarem em meio a lesões necróticas, acabam se desprendendo. Se começo a encontrar muita mitose, figura de mitose em órgãos como estomago e intestino, isso não ta normal. E. AlteraçõesBioquímicas: As células neoplásicas malignas dependem da glicose anaeróbica para a obtenção energética, captam mais análogos da glicose e podem acumulá-la na forma de glicogênio citoplasmático. A tomografia por emissão de pósitrons, para o estadiamento das neoplasias malinas, o PET scan, é amplamente utilizada na Oncologia. Algumas neoplasias obtêm energia a partir da β-oxidação de ácidos graxos. As cel. malignas acabam por modificar as suas rotas bioquímicas. Figura: carcinoma de cél.claras (por causa do citoplasma repleto de glicogênio), é uma neoplasia maligna do rim F. Taxas de Crescimento: Geralmente correlacionadas com o grau de diferenciação neoplásica. Ao diagnóstico, uma neoplasia tem 10 na 9 células; 1,0 grama (é quando a neoplasia vira sintomática) de neoplasia maligna e já passou por 30 duplicações. Algumas neoplasias podem ser tratadas com agentes quimioterápicos ciclo-específicos. Figura: tecido com uma lesão constituída por cel. Fusiforme, no meio do tecido se observa três focos de mitose e a quarta em baixo. Quanto mais mitose, maior a proliferação de células. Essa taxa de crescimento que possibilita o tratamento com quimioterapia, que entram dentro da célula e a destroem (uns são mais específicos e outros não, por isso que cai cabelo e tal porque também entra nas células normais os medicam. inespecíficos). G. Monoclonalidade: A enorme maioria das neoplasias deriva de uma única célula precursora. Estudos com as isoenzimas A e B da glicose-6-fosfato desidrogenase (G6DP). Origem policlonal é quando tem origem em mais de um tipo celular, geralmente, que acaba levando a um grupo de neoplasias chamadas de neoplasia/tumores mistas, derivados de mais de um folheto embrionário. Ex.: teratoma e adenoma pleumor(mista e benigna) . H. Atividade da Telomerase: Os telômeros constituem sequências repetitivas de DNA, sem função de transcrição, localizados nas extremidades cromossômicas. Os telômeros evitam as fusões terminais e determinam a longevidade celular. As neoplasias malignas superexpressam a atividade da telomerase. Cel.neoplasicas tem uma quantidade tão grande de telomerases que os telômeros podem inclusive crescer, mais longos do que geralmente são, nas cél.neoplasicas, ou então os telômeros se tornam com tamanho permanentemente constante. Cel com telômeros encurtados param de se multiplicar. ‘’cel.malignas superexpressam atividade de telomerase’’. I.Daf: Não formação de um complexo que é uma das vias do apoptose. J. Invasão Local: O crescimento das neoplasias malignas é acompanhado por infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido circunjacente. As neoplasias benignas podem apresentar um tecido capsular fibroso circunjacente. As neoplasias malignas são mal delimitadas e espiculadas. Figura: dois casos de neoplasia mamária. Esq é benigna (fibroadenoma mamario, frequente em mulheres abaixo de 30 anos, apresenta capsula e facilmente é destacada do tecido normal). Dir maligna. A diferença são as bordas da lesão, benigna geralmente é circunscrita e encapsulada (capsula de tec.conjuntivo que se formou por causa da compressão, vai crescendo, vai comprimindo o tec.normal, o tec.normal morre e se tem reparo, o reparo irá formar a capsula). N.maligna não tem capsula, ela invade, destrói o tecido adjacente, não como desgrudar essa lesão do tecido normal, bordas indefinidas. K. Metástase: É a propagação de uma neoplasia para áreas que são fisicamente descontínuas com a topografia de origem. É uma propriedade inequívoca e exclusiva das neoplasias malignas. Aproximadamente 30% cos cânceres recém-diagnosticados já apresentam metástases. É o principal fator associado com neoplasia maligna. Figura: esq. Pulmão com vários nódulos na sua superfície e direita lobos hepáticos com nódulos, as duas lesões representam adenocarcinoma de colon (atingiu os vasos sanguíneos, embolizou e foi para o pulmão e o fígado). Metástase é uma característica inequívoca e exclusiva das neoplasias malignas. Toda neoplasia maligna tem a capacidade, o potencial metastático, mas nem toda vai metastizar. Nas regiões epiteliais, os primeiros locais atingidos pela metástase são os linfonodos e depois tem o comportamento a distância. Nos sarcomas, como é no tecido conjuntivo, as metástases podem ocorrer logo no início da doença. Quanto invade os vasos sanguíneos é comum entrar nas vênulas, por causa da parede estratificada. Neoplasias aula II Carcinogênese • É a base molecular das neoplasias. Mutações que acabam sendo acumuladas. • Uma neoplasia maligna ao ser identificada clinicamente já apresenta células heterogêneas genotipicamente • Tem algumas neoplasias que acabam tendo comportamento genético, síndromes neoplásicas familiares, como polipose adenominomatosa familiair, retinoblastoma, envolvendo idades precoces. • Ha vários pontos de checagem, que identifica, corrige ou leva a célula mutada a apoptose • Tumor é feito pela expansão clonal de uma célula precursora que sofreu dano genético e por isso acabou formando adiante uma massa de célula neoplásica. • Figura slide 31: desenvolvimento de uma neoplasia através da aquisição sequencial/gradual de mutações complementares. Tínhamos uma célula somática normal, com o DNA integro, daí essa célula desenvolveu uma mutação induzida por algum carcinógeno (tabagismo, etilismo, microrganismos principalmente viris ex HPV, vírus da hepatite B e C, helicobácter pilori (bactéria), vírus de Epstein Baar (mononucleose), estilos de vida (ingestão muito grande de proteína animal risco maior de câncer de cólon) • Carcinógeno: esse precursor acaba sendo iniciado com propriedades semelhantes a das células tronco, tem uma aquisição de uma instabilidade genômica nesse primeiro momento, a mutação induzida pelo carcinógeno faz com que o DNA/genoma fique instável, ou seja, propenso a aquisição de novas mutações (primeira mutação → instabilidade genômica → célula propicia a desenvolver novas mutações). Após isso, a célula (roxinha na figura) acaba adquirindo características de neoplasias, célula precursora com o fenótipo mutado, deixou de ser uma célula com um aspecto normal. Ocorre atipias celulares, mudança de organelas, formato, núcleo, célula modificada morfologicamente. Há mutações condutoras adicionais. Célula em azul é uma célula neoplásica maligna, acabou adquirindo mais de uma característica de neoplasia maligna e a partir dela continua se tendo mutações adicionais e há o surgimento de subclones (gera células fenotipicamente diferente da azul a partir de clonagem que forma uma massa tumoral constituída por células azuis, algumas light blue e algumas dark blue, são todas células derivadas da célula azul, porem cada uma acaba desenvolvendo uma mutação especifica ou uma característica neoplásica diferente). O gráfico azul em cima mostra o acumulo de mutações que foram condutoras e passageiras para o desenvolvimento de neoplasias, vou tendo um acumulo de mutação, de forma gradual. • Slide 32: célula normal sofre a indução mutagênica, a carcinogênese, vira uma célula neoplásica/mutada, aumenta a sua proliferação e a medida que eu tenho as replicações se pode ter novas mutações, novas linhagens que derivam de uma célula anteriormente mutada ali no início. No final, se tem uma neoplasia, uma doença, que é originada de uma única célula primitiva, porem a neoplasia acaba tendo células que genotipicamente diferentes entre si, algumas com um tipo de mutação e outras com outro tipo de mutação. Por isso que é difícil falar de cura para neoplasia maligna, tipo um remédio que resolva todas as formas de neoplasia, pois dentro de cada neoplasia há uma heterogeinocidade genética. Sabe-se que em algumas localizações, como mama e colo há um percentual maior de algumas mutações, ex.: nas células do esôfago, mais de 50% das células escamosas apresentam mutação p53, mas nas outras neoplasias é diferente, as mutações são diferentes, depende do local, do tecidohistológico, isso varia. Geralmente há 4 classes de genes que são reguladores normais do crescimento/multiplicação celular → proto-oncogenes (não é uma sequência mutada, não é uma sequência maligna, é uma sequência normal do DNA, mas são sequencias que se sofrerem uma mutação acabam levando a oncogênese, ai sim serão genes associados a neoplasia) promotores de crescimento, genes supressores de neoplasias (que inibem o crescimento), genes que regulam a morte celular programada/apoptose e genes envolvidos no reparo do DNA. Essas 4 classes são os principais alvos de mutações que levam a neoplasias malignas. • Slide 33: zodíaco. Marcas registradas de neoplasias, 10 características necessárias para o desenvolvimento de neoplasias malignas – evasão de supressores de crescimento, ativação da imortalidade replicativa/imortalidade celular, inflamação indutora de tumores, ativação de invasão e de metástase, instabilidade genômica (fenótipo mutador), indução de angiogênese, resistência a morte celular, desregulação energética da célula, sinalização proliferativa sustentável e o escapa da destruição do sistema imunológico. Cada uma dessas características tem achados moleculares. • Autossuficiência de fatores do crescimento: tumores tem a capacidade de proliferação sem estímulos externos, a célula deixa de ter um estimulo endócrino e passa a ter um autoestimulo, ela produz seus próprios fatores de crescimento. • Insensibilidade dos sinais inibitórios de crescimento: os tumores podem não responder as moléculas que iriam inibir normalmente as células anormais. • Efeito Warbur: princípio que diz que as células tumorais são submetidas a uma mudança metabólica para a glicose anaeróbica, há a modificação bioquímica da célula neoplásica, se utiliza como via preferencial para a síntese de macromoléculas e organelas, que é uma forma rápida de obtenção de energia. • Imortalidade celular: ocorre na célula neoplásica a aquisição de propriedades semelhantes a de uma célula tronco, aumento da expressão de telômeros (impeço o encurtamento dos telômeros). • Angiogênese sustentada: massa de células está crescendo e é necessário a presença de vasos sanguíneos para que essa massa adquira nutrientes e continue crescendo. Por isso que neoplasias que se desenvolvem muito rápido podem acabar desenvolvendo necrose central, porque como os vasos vem da periferia o centro pode acabar necrosando, pela falta de suprimento de nutrientes. • Capacidade de evadir o sistema imune do hospedeiro: há algumas mutações que proporcionam a célula neoplásica que ela se esconda, que deixe de ser reconhecida pelos linfócitos citotóxicos ou pelos linfócitos que induziriam a apoptose. O Anti PDL-1, PDL-1 é uma mutação especifica que tem por objetivo esconder a célula do sistema imune, tem sido muito utilizado em alguns casos de carcinoma de pulmão, pois retiro a invisibilidade as células que acaba sendo reconhecida pelo linfócito que mata a célula. Neoplasias aula III • Alguns genes e algumas sequencias do DNA acabam sendo reconhecidas antes mesmo da ocorrência de uma mutação; sequencias de DNA normais só que são sequencias reconhecidas que se houver uma mutação sobre elas acabam se transformando em oncogenes, ou seja, a mutação acaba favorecendo muito o desenvolvimento de neoplasias malignas → proto-oncogenes (são sequencias de DNA cujas mutações podem favorecer o desenvolvimento de neoplasias malignas). Proto-oncogenes importantes: • ERBB2 (ou her-2NEU) – ele tem uma função de receptor de síntese, quando é mutado se tem uma amplificação/superexpressão dele. Presente no Carcinoma de mama, esse proto-oncogene é um marcador de agressividade; hoje se tem um medicamento que atua na mutação desse proto- oncogene que bloqueia, bloqueia o receptor e desestimula a célula a se proliferar • C-MYC – é o resultado de uma translocação entre o cromossomo 8 e 14. tem relação com o Linfoma de Burkitt. • RET – também é um receptor de síntese que quando mutado ocorre uma mutação pontual que leva a desregulação do ciclo celular. Está presente em Neoplasias Endócrinas Múltiplas, Carcinoma Medular da Tireoide (neoplasia maligna derivada das células C, aquelas que produzem calcitonina, nas pessoas que tem a mutação, se pode tirar a tireoide profilaticamente) e Leucemias. • Genes supressores tumorais: evitam o desenvolvimento de neoplasias. Quando mutados não conseguem mais suprimir tumores. VER TABELA lá embaixo. BRCA1 e BRCA2 (câncer de mama e de ovário) podem ser passados geneticamente. NF (genes das neurofibromatoses). p53 relacionado com câncer de mama, câncer cerebral, leucemia, sarcomas, síndrome de Li-Fraumeni. RB relacionado com retinoblastoma. WT1 relacionado com tumor de Wilms, que é um nefroblastoma. • ‘’blastoma’’: neoplasia maligna das células em desenvolvimento, em células primitivas, antes/durante o processo de diferenciação. A) Autossuficiência nos Sinais de Crescimento: célula mutada com capacidade de criar fatores de desenvolvimento para ela mesma, se autoestimula, tem capacidade de voltar de forma autônoma ao ciclo celular. Ex.: neoplasia de mama que apresenta positividade/mutação no ERBB2. Mutação - estimulo da mutação no proto-oncogene - oncogenes, que irão codificar proteínas chamadas de oncoproteinas que possuem a capacidade de promover o crescimento celular na ausência dos sinais promotores de crescimento isolatorio, ou seja, estimula a célula a produzir fatores de crescimento. Vias de sinalização são múltiplas, principalmente nas vias de sinalização intracelulares (muitas dessas vias podem atuar como oncogenes quando sofrem mutações). Ocorre ligação do fator de crescimento ao seu receptor na membrana; ativação; transmissão do sinal intracelularmente; alterações na transcrição do DNA; divisão celular. B) Insensibilidade aos Sinais Inibidores de Crescimento: são neoplasias onde nós temos uma mutação em gene supressor de crescimento ou em um gene inibidor de crescimento. Ex.: Retinoblastoma, que é uma neoplasia que acomete principalmente crianças, o retinoblastoma que se forma como uma massa tumoral na câmara vítrea e que pode invadir o SNC através do N.optico, mutação no gene RB (que é um regulador de proliferação, é um regulador negativo da transição do ciclo celular da fase G1 para a fase S). Genes supressores tumorais inibem a proliferação celular; carcinogênese: ambos os genes devem estar disfuncionais; predisposição familiar: herança de uma cópia “defeituosa’’. C) Resistencia a Morte Celular: MYC é o oncogene relacionado, imagem do slide a direita é um paciente com Linfoma de Burkitt. Translocação, que aumenta a produção da proteína MYC e isso aumenta a expressão de genes pró-crescimento e causa uma resistência a morte celular através da inibição da apoptose (intrínseca e extrínseca), MYC também é capaz de ‘’tirar’’ a diferenciação a célula. Vias apoptóticas: intrínseca e extrínseca; cascata proteolítica das caspases: destruição celular; membrana mitocondrial: pró-apoptóticas x anti-apoptóticas. D) Potencial Replicativo Ilimitado: Ex.: mutação e o papel do p53 na manutenção da integridade e reparo do genoma ‘’guardião do genoma’’. Divisões celulares: encurtamento progressivo dos telômeros; envelhecimento celular: apoptose (catástrofe mitótica); células tumorais são imortais: reativam telômeros. E) Desenvolvimento da Angiogênese Sustentada: imagem slide a direita é um carcinoma de rim. Expressão do fator de crescimento endotelial vascular. VHL é uma proteína que atua como supressor angiogenico, quando se há uma mutação no gene do VHL a expressão da proteína irá decair muito. Até hoje não se tem um fármaco que bloqueie a angiogênese na neoplasia (cél.neoplásicas iriam sofrer isquemia e necrose) especificamente. A vascularização tumoral é essencial para o crescimento; proteína de von Hippel-Lindau (VHL): supressor angiogênico. F) Capacidade de Invadir e Metastatizar: imagem do slide é a cascata metastática,a invasão e a metástase são o resultado da interação complexa entre as células neoplásicas e o estroma normal. Geralmente são as principais causas de morbidade/mortalidade relacionada ao câncer. Os vasos mais invadidos pelas neoplasias malignas são as vênulas, pois elas têm a parede mais fina e os vasos linfáticos. Geralmente é nos sinusoides do fígado que emboliza quando invade o vaso e vai para a circulação porta, emboliza e continua crescendo e ira metastaziar para o fígado (neoplasia secundaria). Sarcoma invade vaso mais precocemente que carcinoma, pois precisa atravessar somente a membrana basal do vaso, enquanto o carcinoma precisa ultrapassar a membrana basal do epitélio e a do vaso. G) Reprogramação do Metabolismo Energético: é uma alteração associada a reprogramação do metabolismo energético, são alterações metabólicas promotoras de crescimento. Efeito de Warburg: glicose anaeróbica. Permitindo a realização do PET Scan para o acompanhamento de neoplasias, que é a emissão de pósitrons. A reprogramação é comum aos tumores: considerada uma nova característica; efeito de Warburg: desvio metabólico para a glicólise. H) Instabilidade Genômica: imagem do slide: xeroderma pigmentoso, neoplasia associada com instabilidade genômica, gera um defeito no reparo do DNA e aumento do risco para o desenvolvimento de neoplasias de pele. Mutações herdadas em genes do sistema de reparo do DNA; pacientes com maior risco de desenvolverem neoplasias. I) Inflamação promotora de malignidade/neoplasia: processos inflamatórios podem induzir adaptações. Imagem do slide na direta é o Esôfago de Barrett. Inflamação/Infecções crônicas podem induzir a displasias. O processo inflamatório crônico pode induzir adaptações; metaplasia: troca de um tipo de tecido adulto por outro; indução de displasias: alterações genéticas; displasia: campo fértil para o desenvolvimento neoplásico.
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