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Lesão do Ligamento Cruzado Anterior e do Menisc1

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Lesã o do Ligãmento Cruzãdo 
Anterior e do Menisco 
Cãroline Leã o 
Objetivo 01: Morfofisiologia do joelho. 
O sistema ósseo do joelho determina o seu alinhamento e absorve a carga 
axial. O terço distal do fêmur tem uma angulação em valgo decorrente do fato de 
alinhar a cabeça femoral com o centro da articulação do joelho, respeitando a 
angulação formada pelo colo femoral e determinando o eixo mecânico do membro 
inferior. O terço proximal da tíbia tem angulação em varo, pois tem o comportamento 
de uma barra fixa, nas duas extremidades, submetida a uma compressão axial, que se 
deforma proximal e distalmente. 
Ossos 
Fêmur 
O fêmur é o mais longo, mais pesado e mais forte osso do corpo. Sua 
extremidade proximal se articula com o acetábulo do osso do quadril. Sua extremidade 
distal se articula com a tíbia e a patela. O corpo (diáfise) do fêmur faz uma angulação 
medial e, em consequência disso, as articulações do joelho são mais próximas da linha 
média do que as articulações do quadril. Esse ângulo da diáfise femoral (ângulo de 
convergência) é maior nas mulheres porque a pelve feminina é mais larga. 
A extremidade proximal do fêmur consiste em uma cabeça arredondada que 
se articula com o acetábulo do osso do quadril, formando a articulação do quadril. A 
cabeça contém uma pequena depressão central chamada fóvea da cabeça do fêmur. O 
ligamento da cabeça do fêmur liga a fóvea da cabeça do fêmur ao acetábulo do osso 
do quadril. O colo do fêmur é uma região estreitada distal à cabeça. A fratura de 
quadril refere-se mais frequentemente à fratura do colo do fêmur do que à fratura dos 
ossos do quadril. O trocanter maior e o trocanter menor são projeções da junção do 
colo com a diáfise que servem de pontos de inserção para os tendões de alguns 
músculos da coxa e das nádegas. O trocanter maior é a proeminência palpável e visível 
anteriormente à concavidade lateral do quadril. É um referencial comumente usado 
para localizar a área de injeções intramusculares na face lateral da coxa. O trocanter 
menor é inferior e medial ao trocanter maior. Entre as faces anteriores dos 
trocanteres, encontramos uma linha intertrocantérica estreita. Uma crista chamada 
crista intertrocantérica aparece entre as faces posteriores dos trocanteres. 
Inferiormente à crista intertrocantérica, na face posterior do corpo do fêmur, 
existe uma elevação vertical chamada tuberosidade glútea, que se funde com outra 
elevação vertical chamada linha áspera. Ambas as elevações atuam como pontos de 
inserção para os tendões de vários músculos da coxa. 
A extremidade distal expandida do fêmur engloba o côndilo medial e o côndilo 
lateral. Esses côndilos se articulam com os côndilos medial e lateral da tíbia. O 
epicôndilo medial e o epicôndilo lateral se encontram superiormente aos côndilos, e 
servem para a fixação de ligamentos da articulação do joelho. Uma área deprimida 
entre os côndilos na face posterior é chamada fossa intercondilar. A face patelar se 
encontra localizada entre os côndilos na face anterior. Log acima do epicôndilo medial 
está o tubérculo do adutor, uma projeção rugosa que é local de inserção do músculo 
adutor magno. 
Patela 
A patela é um pequeno osso triangular localizado anteriormente na 
articulação do joelho. A larga extremidade proximal desse osso sesamoide incrustado 
no tendão do músculo quadríceps femoral é chamada de base; a extremidade 
pontiaguda distal é chamada de ápice. A face articular posterior contém duas faces, 
uma para o côndilo medial e a outra para o côndilo lateral do fêmur. O ligamento da 
patela fixa a patela à tuberosidade da tíbia. A junção patelofemoral, entre a face 
posterior da patela e a face patelar do fêmur, é o componente intermediário da 
articulação do joelho. A patela aumenta o efeito de alavanca do tendão do músculo 
quadríceps femoral, mantém a posição do tendão quando o joelho flexiona e protege a 
articulação do joelho. 
Tíbia 
A tíbia é o maior e mais medial osso da perna, além de ser o osso de 
sustentação do peso. O termo tíbia quer dizer flauta, pois os ossos tibiais de pássaros 
eram usados antigamente para fazer instrumentos musicais. A tíbia se articula em sua 
extremidade proximal com o fêmur e a fíbula e em sua extremidade distal com a fíbula 
e o tálus do tornozelo. A tíbia e a fíbula, assim como a ulna e o rádio, são unidas por 
uma membrana interóssea. 
A extremidade proximal da tíbia é expandida em um côndilo lateral e um 
côndilo medial. Esses côndilos se articulam com os côndilos do fêmur para formar a 
articulação do joelho, lateral e medialmente. A face inferior do côndilo lateral se 
articula com a cabeça da fíbula. Os côndilos ligeiramente côncavos são separados por 
uma projeção superior chamada eminência intercondilar. A tuberosidade da tíbia na 
face anterior é o ponto de inserção do ligamento da patela. Inferiormente, em 
continuidade com a tuberosidade da tíbia, há uma crista aguda que pode ser palpada 
abaixo da pele, conhecida como margem anterior (crista) ou, popularmente, canela. 
A face medial da extremidade distal da tíbia forma o maléolo medial. Essa 
estrutura se articula com o tálus do tornozelo e forma a proeminência que pode ser 
palpada na face medial do tornozelo. A incisura fibular se articula com a extremidade 
distal da fíbula para formar a sindesmose tibiofibular. De todos os ossos longos do 
corpo, a tíbia é a mais frequentemente fraturada e, também, o local mais constante de 
fratura aberta (composta ou exposta). 
Fíbula 
A fíbula é paralela e lateral à tíbia, porém é consideravelmente menor. 
Diferentemente da tíbia, a fíbula não se articula com o fêmur, porém ajuda a 
estabilizar a articulação do tornozelo. 
A cabeça da fíbula, a extremidade proximal, se articula com a face inferior do 
côndilo lateral da tíbia abaixo do nível da articulação do joelho para formar a 
articulação tibiofibular. A extremidade distal tem forma mais triangular e apresenta 
uma projeção chamada maléolo lateral que se articula com o tálus do tornozelo e 
forma a proeminência na face lateral do tornozelo. Conforme observado antes, a fíbula 
também se articula com a tíbia na incisura fibular para formar a sindesmose 
tibiofibular. 
 
Meniscos 
Existem dois meniscos entre a tíbia (osso da perna) e o fêmur (osso da coxa) 
na articulação do joelho. O menisco medial (perto da metade do corpo), em forma de 
“C”, está no interior da parte articular medial do joelho. O menisco lateral, em forma 
de “U”, está na parte articular externa da articulação do joelho. 
Estes dois meniscos atuam como amortecedores e estabilizadores em forma 
de cunhas no joelho ajudando os ligamentos do joelho, o ligamento cruzado anterior 
(LCA), o ligamento cruzado posterior (LCP), o ligamento colateral medial (LCM) e o 
ligamento colateral lateral (LCL) a manterem a articulação alinhada na execução dos 
movimentos. 
Essa atuação conjunta ajuda a dividir as forças que são transmitidas pela pela 
carga do peso do corpo ao se movimentar. O ato de andar desloca até duas vezes o 
peso do seu corpo sobre a articulação. Correr desloca cerca de oito vezes o peso do 
seu corpo sobre o joelho. Quando o joelho se dobra, a parte posterior dos meniscos 
leva maior parte da pressão. A cartilagem articular, material que cobre os ossos que 
compõem a articulação do joelho é lisa, escorregadia, macia e de consistência sedosa. 
Ela permite que as superfícies em contato deslizem umas sobre as outras sem danificá-
las, diminuindo o seu atrito. 
 
Articulação femorotibial 
A articulação femorotibial deve ser paralela ao solo. Sendo assim, os desvios 
axiais estruturais, quando ocorrem, acentuam o varo da tíbia ou o valgo do 
fêmur. Tanto o fêmur como a tíbia possuem, próximo do joelho, as corticais anterior, 
medial e lateral muito delgadas, envolvendo uma grande massa de osso 
esponjoso. Essa estrutura, semelhante à do calcâneo, é muito eficiente na função de 
absorvere distribuir carga. Contudo, quando atingida por trauma, sua 
reconstrução é muito difícil. A articulação do fêmur com a tíbia é assimétrica, devido 
a sua incongruência óssea, sendo, portanto, instável. 
O compartimento medial resulta da articulação do côndilo medial do fêmur 
em forma convexa com o côndilo medial da tíbia em forma côncava. O compartimento 
lateral é produto da articulação do côndilo lateral do fêmur em forma de esfera com o 
côndilo lateral da tíbia em forma convexa. Esse complexo articular, embora instável, 
permite que o joelho exerça a flexão-extensão associada às rotações externa e interna. 
Tal movimento ocorre pela estabilização do complexo medial, que funciona como eixo 
do movimento rotacional, e pela extrema mobilidade do côndilo lateral esférico do 
fêmur, que percorre, à semelhança de um limpador de pára-brisas, o côndilo lateral 
convexo da tíbia. 
 
Articulação patelofemoral 
A patela é um osso submetido a esforços de tração enormes; por isso 
somente dois terços de sua área têm superfície articular, o restante corresponde a 
zonas de inserções musculares em função dos esforços de tração. A 
superfície articular é multifacetada, sendo descritas até sete facetas. Isso se deve ao 
fato de a excursão ser feita em vários ângulos diferentes na sua relação com o fêmur, 
sendo mais por arrasto do que por congruência articular. Articula-se a tróclea femoral, 
que resulta de depressão entre os côndilos do fêmur. 
 
Músculos e ligamentos 
Esse conjunto articular, para se tornar eficiente e estável na transmissão da 
ação muscular, recebe várias inserções musculares e dispõe de diversos ligamentos. As 
inserções musculares do joelho são próximas ao fulcro do movimento, ou seja, da 
interlinha articular, o que resulta em enorme desvantagem mecânica em termos de 
momento de força. Tal desvantagem está expressa pela fortíssima massa muscular que 
movimenta a articulação, determinando, por sua ação, frequentes queixas de 
tendinites. 
O sistema ligamentar deve ser compreendido de forma conjunta, mais pela 
sua função do que por sua descrição anatômica. Com base nisso, os ligamentos são 
separados, na articulação femorotibial, em centrais, periféricos e os da articulação 
patelofemoral. 
 
Ligamentos da articulação femorotibial 
Centrais. Englobam os ligamentos cruzados anterior (LCA) e 
posterior (LCP), os quais são os principais responsáveis pela estabilização no sentido 
ânteroposterior e auxiliam na estabilização medial e lateral. O LCA apresenta 
comportamento mecânico individualizado. Estudos demonstraram variações de 35 a 
159 kgf para sua resistência máxima à tração. Ele é responsável por 85% da 
estabilização anterior do joelho. O LCP possui estrutura anatômica que sugere a 
existência de dois ligamentos ou pelo menos dois folhetos completamente distintos. 
Essas duas estruturas têm funções diferentes, pois uma está tensa em flexão e a outra, 
em extensão. O LCP tem como função impedir a posteriorização da tíbia em relação ao 
fêmur e, com isso, desempenha um importante papel no mecanismo desacelerador e 
frenador do joelho. Essa função estática é sinérgica à mesma função do quadríceps, 
que é o grande desacelerador e frenador dinâmico do joelho. 
Segundo Hernandez (1994), não há diferença entre o comportamento 
mecânico das duas estruturas que compõem o LCP e o LCA no que diz respeito à 
resistência. Para alguns autores pode existir diferença no que se refere à elasticidade. 
O LCP é responsável por 95% da estabilização posterior do joelho. 
 
Periféricos. São os principais responsáveis pela estabilidade medial, lateral e 
rotacional e auxiliam na estabilização ânteroposterior. O complexo medial é composto 
por dois folhetos: o superficial, que é mais delgado, e o profundo, mais espesso, 
dividido em menisco femoral e menisco tibial. O folheto superficial é mais elástico, 
podendo ocorrer lesão de um dos folhetos profundos, sem haver trauma no 
superficial. 
O complexo medial é reforçado no canto pósteromedial pela inserção do 
músculo semimembranáceo, que forma o ligamento poplíteo oblíquo posterior. O 
complexo ligamentar lateral é resultado do espessamento da cápsula articular, 
reforçada pela fáscia lata e por um forte complexo ligamentar pósterolateral. Esse 
complexo, formado pelo ligamento colateral da fíbula, pelo tendão do músculo 
poplíteo e pelo ligamento arqueado, tem a importante função de limitar a rotação 
externa da tíbia em relação ao fêmur, além de, obviamente, ser um 
estabilizador lateral. Nessa região, ocorrem muitas variações anatômicas. 
O complexo ligamentar lateral é o principal restritivo secundário da 
estabilização anterior e posterior do joelho. Como estabilizador secundário, é 
responsável por 58% da estabilidade anterior e por 64% da estabilidade posterior. 
Unindo as estruturas ligamentares, ajustando e auxiliando a 
distribuição de carga das estruturas ósseas, há os meniscos. O menisco medial segue o 
comportamento do compartimento medial, sendo mais estável e menos móvel. O 
menisco lateral, à semelhança do compartimento lateral, é mais móvel. Os meniscos 
funcionam harmonicamente, embora sejam independentes. Essa complexa estrutura 
possibilita a estabilização em qualquer grau de movimento, pois tal mecanismo é o 
resultado da interação do sistema ligamentar estático com o sistema muscular 
dinâmico. Há certa simetria em todo o conjunto, representada no esquema proposto 
por Nicholas (1973). 
 
Ligamentos da articulação patelofemoral 
A partir da descrição de Warren e Marshall, em 1979, do 
ligamento patelofemoral medial (LPFM), houve mudança na compreensão da 
estabilidade da articulação patelofemoral. Após 1998, vários estudos a 
respeito desse ligamento foram iniciados, demonstrando que ele é o principal 
responsável pela estabilização da patela. 
Com origem na borda súpero-medial da patela e na inserção no epicôndilo 
medial, o LPFM é o mais importante restritivo à lateralização da patela. Suas relações 
com o músculo vasto medial explicam, a nosso ver, a importância desse músculo no 
mecanismo de estabilização da articulação patelofemoral. 
 
 Objetivo 02: Fisiopatologia e manifestações clínicas da lesão do ligamento 
cruzado e do menisco. 
Epidemiologia e Fatores de risco: 
Há uma incidência de 1 para 3.000 indivíduos com ruptura do ligamento 
cruzado anterior e que ocorrem principalmente em indivíduos do sexo masculino, 
sendo a maioria delas causadas durante as atividades esportivas. O grupo de idade 
mais comumente associado à ruptura de LCA está entre 15 e 25 anos de idade, porém 
essa lesão também tem sido vista em indivíduos ativos com até 50 anos. 
O ligamento cruzado anterior pode ser lesionado de várias maneiras: 
 Mudança rápida de direção 
 Parar de uma vez 
 Reduzir a velocidade durante uma corrida 
 Apoiar os pés incorretamente depois de um salto 
 Contato direto ou colisão, como um desarme no futebol 
Vários estudos demonstraram que atletas do sexo feminino têm incidência de 
lesões do LCA maior que os do sexo masculino em determinados esportes. As 
explicações propostas sugerem que essa diferença seja devida a diferenças no 
condicionamento físico, na força muscular e no controle neuromuscular. Outras causas 
sugeridas incluem diferenças no alinhamento da pelve com o membro inferior (perna), 
maior frouxidão dos ligamentos e efeitos do estrógeno nas propriedades dos 
ligamentos. 
 
Fisiopatologia da Lesão do Ligamento Cruzado Anterior 
Podem-se dividir os mecanismos de lesão em lesões associadas e isoladas. As 
lesões associadas são quando mais de uma estrutura é acometida durante o trauma. 
Um exemplo de lesão associada pode ser observado quando há um traumatismo em 
valgo, mais flexão e rotação externa, neste caso, haverá lesão do ligamento colateral 
medial, lesão do cruzado anterior e desinserção do menisco medial. Este mecanismode lesão é muito comum em esquiadores e pode ser associado à lesão da musculatura 
da pata de ganso que tenta conter o valgo. Outro exemplo de lesão associada é 
quando ocorre um deslocamento completo através de hiperextensão maior que 30 
graus, com rotura, primeiro do ligamento cruzado posterior e depois do LCA. Um 
terceiro exemplo é quando uma força posterior direta contra a extremidade superior 
da tíbia provoca um deslocamento anterior enquanto o joelho é fletido, e produz a 
lesão do LCA geralmente associada com uma lesão oculta do cruzado posterior e 
cápsula articular. 
Durante o movimento forçado de flexão, varo, rotação interna, os ligamentos 
cruzados enrolam-se, o compartimento lateral se abre e o côndilo interno do fêmur 
pressiona o LCA, lesando-o. A rotação interna da tíbia quando o joelho é estendido 
pode produzir uma rotura isolada do LCA, pois tanto a porção póstero-lateral quanto a 
ântero-medial deste ligamento estão tensas neste movimento. 
No momento da lesão, o paciente geralmente experimenta um fenômeno 
especifico associado com lesão do LCA. A queixa mais comum é sentir um “estalido” 
(popping) ou “rangido” (cracking) dentro da articulação. Simultaneamente, o paciente 
sente que há uma sensação de falseio, “giving way”, seguindo de uma incapacidade de 
deambular sobre a extremidade. 
As lesões do LCA ocorrem geralmente por mecanismos onde o estresse no 
ligamento é grande o suficiente para causar uma ruptura. As lesões podem ser parciais 
ou totais dependendo do movimento, força e alongamento, seu trauma pode ser 
direto ou indireto. Quase sempre a lesão é dada por uma manobra de torção, e 
desacelação súbita geralmente seguida de estalos e hematroses presente dentro de 
poucas horas, ou ainda abdução com rotação externa e hiperextensão. 
 A laceração do cruzado anterior ocorre a partir de uma torção valga do joelho 
estando o pé firme no chão (exercícios de cadeia cinética fechada). A laceração do 
ligamento cruzado anterior ocorre por trauma súbito com rotação do pivô, 
recurvamento e desaceleração brusca do movimento. O mecanismo de lesão é 
ocasionado por uma hiperextensão, rotacões com o pé fixo no chão, onde 
frequentemente são observadas lesões de ligamentos colaterais laterais e mediais, 
ambos envolvendo mecanismo de desaceleração do movimento. 
 É preciso determinar o grau da lesão ligamentar a fim de proceder um 
tratamento adequado desde o início, realizando um prognóstico razoável referente a 
recuperação definitiva e necessidade de cirurgia com a duração real da reabilitação. A 
classifição e graduação das lesões ligamentares está baseada em dois fatores: número 
de filamentos rompidos e instabilidade articular. E a graduação quanto aos graus de 
lesões podem ser dos tipos: 
 Grau 1 – lesão do tipo leve, onde há edema e sensibilidade local, com 
rompimento de algumas fibras sem perda funcional. 
 Grau 2 – lesão do tipo moderada, onde grande parte das fibras encontra-se 
rompidas seguido de instabilidade na articulação, não demonstrando perda completa 
da integridade do ligamento. 
 Grau 3 – lesão do tipo grave, havendo rompimento completo do ligamento. 
 
 
Manifestações Clínicas: 
A rotura do LCA é frequentemente descrita como um "pop" ou "estalo" 
associada a dor, derrame e claudicação do joelho, tipicamente com diminuição da 
mobilidade. Frequentemente os doentes referem sensação de instabilidade ou 
cedência do joelho após a fase aguda (primeiras semanas) quando não são tratados. 
O inchaço secundário à hemartrose (acumulação de sangue na articulação) é 
observado algumas horas após o momento da lesão, agravando os sintomas dolorosos 
e a limitação funcional. Estima-se que cerca de 75% das lesões deste ligamento se 
associem a uma hemartrose aguda. 
As sensações de instabilidade, caracterizadas por passos em falso, são comuns 
durante as tentativas de retorno ao desporto, podendo manifestar-se também nas 
atividades de vida diária. 
Lesão do menisco: 
Lesões meniscais podem ocorrer em qualquer idade, mas as causas são um 
pouco diferentes para cada idade ou faixa etária. Em pessoas mais jovens, o menisco é 
uma estrutura bastante resistente e elástica. Lesões nos meniscos em pacientes abaixo 
de 30 anos, normalmente ocorrem como resultado de um entorse do joelho. 
Na faixa etária mais jovem as lesões meniscais mais provavelmente são 
causadas durante alguma atividade esportiva. O mecanismo mais comum é a entorse 
do joelho durante uma mudança de direção, uma parada brusca ou, como no caso do 
futebol, o jogador crava a perna de apoio no campo, devido ao uso da chuteira com 
cravos, e roda a perna para dar o chute com a perna contralateral. Esse movimento de 
rotação do joelho da perna de apoio faz com que a carga seja excessiva sobre o 
menisco, causando a lesão. A carga transmitida através do joelho é aplicada sobre a 
superfície superior do menisco, diretamente sobre as fibras radiais, que a transferem 
às fibras periféricas. Estas, firmemente ancoradas na superfície anterior e posterior da 
tíbia, se deformam, fazendo com que o feixe tenha uma tendência a sair da 
articulação. Essa deformação do rim meniscal é o resultado mecânico da absorção de 
carga e é o efeito "arco de corda”. A função meniscal depende da continuidade desse 
feixe de fibras que, se interrompida, anulará a função mecânica do menisco. 
Com o passar dos anos, os meniscos enfraquecem ou degeneram-se com a 
perda da elasticidade, hidratação e até mesmo vascularização. As lesões mais comuns, 
nas faixas etárias dos adultos e idosos, são as lesões degenerativas, podendo muitas 
vezes serem ocasionadas por movimentos do dia a dia da pessoa, tal como abaixar-se 
dobrando o joelho, descer uma escada ou até mesmo uma leve entorse por um 
desequilíbrio momentâneo. Na maioria das vezes, não há uma condição específica 
para o joelho, que leva ao desgaste do menisco. Estas lesões degenerativas são 
comumente vistas como uma parte da condição geral da osteoartrite (artrose) do 
joelho em adultos mais idosos. 
A lesão mais comum encontrada no homem mais velho é a clivagem 
horizontal, que representa a lesão degenerativa do processo involutivo do homem e 
pode ser uma manifestação normal da idade. Estes meniscos, lesados, continuam sua 
performance exercendo suas funções mecânicas e bioquímicas na distribuição de 
carga, absorção de choques, estabilização do joelho e espalhamento do líquido sinovial 
na cartilagem articular de revestimento, propiciando o adequado processo de nutrição 
do condrócito. Com a anulação destas funções pela meniscectomia, realizada num 
compartimento articular cuja cartilagem é também envelhecida pela idade, é natural 
que se espere a insatisfação do paciente pelo insucesso do procedimento. 
 
Os meniscos rompem de diferentes maneiras. As lesões são diagnosticadas 
por sua aparência e localização, podendo ser longitudinais, na borda, em alça de balde, 
mistas/complexas. As lesões horizontais e as lesões complexas costumam estar 
associadas a um processo degenerativo do menisco. As lesões verticais e em flap são 
mais frequentemente relacionadas a traumas. Lesões em rampa são comumente 
associadas ao rompimento do Ligamento Cruzado Anterior, enquanto as lesões em 
alça de balde são altamente instáveis e costumam levar ao bloqueio do joelho. 
As lesões podem acometer a raiz, o corno posterior, o corpo ou o corno 
anterior. As lesões podem também estar localizadas mais para a periferia ou mais para 
o centro do menisco. Quanto mais periférica a lesão, maior a vascularização do 
menisco e melhor a condição para cicatrização. Desta forma, temos a tendência de 
realizar a sutura do menisco nas lesões periféricas(zona vermelha - vermelha), e a 
ressecção das lesões mais centrais(zona branca - branca). 
 
https://ortopedistadojoelho.com.br/lesao-do-ligamento-cruzado-anterior-lca/
 
Manifestações Clínicas: 
O sintoma mais comum causado por uma lesão meniscalé a dor. A dor pode 
ser sentida ao longo da borda da articulação do joelho próximo aonde está localizado, 
ou a dor pode ser mais inespecífica envolvendo o joelho como um todo. É normal a 
referência de dor na parte posterior do joelho, principalmente para se abaixar, subir e 
descer escadas. O joelho pode inchar, causando uma sensação de pressão e dor aos 
movimentos. Isso geralmente ocorre nos casos de uma lesão aguda, pelo sangramento 
proveniente do menisco lesionado que se acumula dentro da articulação do joelho. O 
inchaço, na lesão crônica, deve-se ao acúmulo de liquido sinovial inflamado dentro do 
joelho. Isso, popularmente, é chamado de água no joelho. 
A articulação do joelho também pode travar se a lesão for grande o suficiente. 
Esse bloqueio articular deve-se à incapacidade de estender completamente o joelho 
devido a interposição de um fragmento do menisco lesionado na articulação, tal como 
um objeto interposto na dobradiça de uma porta. 
 
Objetivo 03: Consequências em longo prazo dessas lesões. 
A operação para reparar lesão no menisco, um problema comum no joelho, 
pode aumentar o risco de artrose, também conhecida como osteoartrite, e de perda 
de cartilagem. Os pesquisadores analisaram exames de ressonância magnética de 355 
joelhos ao longo de cinco anos: 31 foram operados por lesão no menisco, 280 
apresentavam lesão no menisco, mas não foram operados, e o restante não tinha 
lesão. Nos três grupos, os cientistas analisaram os riscos de desenvolvimento de 
artrose e de perda de cartilagem. 
A ATJ (artroplastia total do joelho) não é um procedimento isento de riscos. 
Suas principais complicações em curto prazo foram: rigidez, embolia pulmonar com 
trombose venosa profunda, problemas com a ferida operatória e óbito.

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