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A INDISCIPLINA NO ENSINO FUNDAMENTAL l E SUAS IMPLICAÇÕES NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM.

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Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ 
 
Curso de Pedagogia 
 
 
Juliana Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INDISCIPLINA NO ENSINO FUNDAMENTAL l E SUAS IMPLICAÇÕES NO 
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAJUBÁ 
2016 
 
 
 
 
 
 
Juliana Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INDISCIPLINA NO ENSINO FUNDAMENTAL l E SUAS IMPLICAÇÕES NO 
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM. 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Pedagogia do Centro Universitário de 
Itajubá – FEPI. 
Orientador (a): Prof.ª. Vanda Clélia Silva Almeida 
 
 
 
 
 
 
ITAJUBÁ 
2016 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gonçalves, Juliana. 
 
A indisciplina no ensino fundamental I e sua relação com o processo ensino-aprendizagem. Juliana Gonçalves. 
Itajubá, 2016, 37 p. 
 
Orientadora: Vanda Clélia da Silva Almeida 
Trabalho de Conclusão de Curso. Pedagogia. Centro Universitário de Itajubá – FEPI. 
 
1. Indisciplina. 2. Ensino. 3. Aprendizagem. 
I. Almeida, Vanda Clélia da Silva. II. FEPI – Centro Universitário de Itajubá.III. Título. Monografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho, acima de tudo a Deus e aos meus pais. Ao meu 
esposo, minha família, aos meus amigos que sempre me apoiaram e a 
todos os Pedagogos (as) que dedicam seu trabalho a fim de qualidade 
à educação. 
AGRADECIMENTO 
 
Nesta etapa conclusiva do curso de Pedagogia, agradeço primeiramente a Deus, autor 
e princípio de toda fortaleza e discernimento. Se não fosse a fé e a confiança que tenho nele, 
não sei como chegaria até aqui, pois enfrentei muitos obstáculos para que esse curso virasse 
realidade em minha vida. 
Agradeço aos meus pais, irmãos e amigos que sempre me deu forças e apoio nesta 
caminhada, sobretudo nos momentos de dificuldades, até mesmo financeiras. E 
principalmente ao meu esposo Nedson, pelo apoio e incentivo durante a realização deste 
trabalho, o qual me encaminhou para que esse sonho se torna realidade. 
Agradeço especialmente a minha querida Orientadora e Professora Vanda Clélia de 
Almeida, pela orientação, apoio e estimulo. Pela confiança, quando já estava desacreditando. 
Pelo esforço e empenho, sem os quais, com certeza, não teria sido possível chegar ao final 
deste trabalho. 
Agradecimento a todos os meus Professores e Mestres que esteve comigo desde o 
primeiro período, pela paciência, dedicação e com os seus exemplos propiciaram a me tornar 
uma pessoa melhor. Especialmente a Mestra Maristela da Soledade e Souza, pelos seus 
ensinamentos constantes, atenção, dedicação e entusiasmo por ter me auxiliando ao 
desenvolvimento deste trabalho. 
Enfim, não posso deixar de agradecer a todos os colegas da turma de pedagogia pelo 
apoio e pelas trocas nos momentos de aulas e eventos, dividindo alegrias e sofrimentos. 
Agradeço à banca, constituída pela Professora Ângela e Mariângela em que 
disponibilizou seu tempo para ler meu trabalho, e a todos que de forma direta ou 
indiretamente fizeram parte da minha formação a minha sincera gratidão. 
Enfim, sou grata a todas as pessoas que me ajudaram de alguma forma para realização deste 
sonho. Aos meus colegas de sala onde tivemos de compartilhar experiências, através de 
choros, risos e se tornaram pessoas especiais que eu não poderia de citar muito obrigada, 
Daniela Oliveira, Jessica Conceição, Juliana Gomes, Luana de Cássia, Tamiris, Thais e 
Tassiana e tantas outras que estarão em meu coração aonde eu estiver. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do 
processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da 
procura, fora da boniteza e da alegria”. 
 
 Paulo Freire 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho apresenta as mudanças econômicas e sociais ocorridas na sociedade nas 
décadas de 1970 e 1980, em que acarretou a interferência na estrutura familiar e, em 
consequência o papel desempenhado pela escola mudou. Essas mudanças ocasionaram 
diversos problemas, entre eles a indisciplina escolar. Assim, a indisciplina, a falta de limites e 
de regras por parte dos alunos, constitui um enorme desafio a ser superado pela família, 
educadores e sociedade. Desta forma, este trabalho tem como objetivo apontar a relação 
professor e aluno interfere na indisciplina escolar. Para contemplar o desenvolvimento do 
trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema da pesquisa. De acordo com a 
pesquisa, concluiu-se que a relação professor e aluno é de fundamental importância para 
garantir a disciplina escolar e o sucesso na aprendizagem. 
 
Palavras-chave: Indisciplina; Professor x aluno ; Família; Escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study presents the economic and social changes in society in the 1970's and 1980's, 
which led to an interference in the family structure, and consequently the role of the school. 
These changes led to many problems, including school indiscipline. This indiscipline, lack of 
limits and rules by the students is an enormous challenge to be overcome by the family, 
educators and society. This study aims to point out that the relationship between teacher and 
student interferes with school indiscipline. To contemplate the development of the work a 
literature review on the topic of research was conducted. According to the survey, it was 
concluded that the relationship between teacher and student is crucial to ensure school 
discipline and successful learning. 
 
Keywords: Indiscipline; Teacher x Student; Family; School. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 
 
2 BREVES CONSIDERAÇOES SOBRE A TRAJETÓRIA DA INDISCIPLINA NA 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................................. 12 
2. 1 Conceituando Disciplina ................................................................................................ 15 
2.2 Conceituando Indisciplina .............................................................................................. 16 
2.3 As implicações da indisciplina no processo ensino-aprendizagem ................................ 19 
 
3 AS CAUSAS DA INDISCIPLINA NA SALA DE AULA ............................................... 23 
3.1 As influencias da família sobre o comportamento do aluno ........................................... 26 
3.2 Contribuição da família no processo disciplinar do aluno, uma parceria entre escola e 
família ................................................................................................................................... 29 
 
4 ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS PARA LIDAR COM A INDISCIPLINA NA 
SALA DE AULA ..................................................................................................................... 33 
4.1 Controle da indisciplina na sala de aula ......................................................................... 35 
4.2 Habilidades especiais e reforço positivo do comportamento .......................................... 37 
 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 40 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 42 
 
 
 
 10 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho de pesquisa tem como principal objetivo analisar quais os conflitos, as 
causas e as consequências que geram a indisciplina no ambiente escolar, a fim de proporsoluções para modificar, transformar comportamentos indesejados em condutas que 
favoreçam comprometimento com o conhecimento. Para atingir esse objetivo foi realizada 
uma pesquisa bibliográfica para melhor embasamento teórico e cientifico do tema indisciplina 
escolar. 
 O problema da indisciplina escolar é um dos temas que atualmente mobiliza família, 
escola e sociedade. Entretanto que já ultrapassou os limites da sala de aula e assim tem 
assustado cada vez mais os professores, os diretores e os pais, dificultando assim a relação 
entre professores e alunos durante o processo de ensino e aprendizagem. 
A pesquisa se torna relevante por questões essenciais ligadas ao cotidiano escolar, pois 
é necessário mostrar que a indisciplina vem tomando novas proporções, em que muitos 
professores sentem dificuldades em lidar com este problema na sala de aula e assim tornam-se 
desmotivados e estressados, afetando o processo ensino aprendizagem. É necessário trabalhar 
o comportamento do aluno indisciplinado, levando em questão as decisões que devem ser 
tomadas para que o fracasso escolar não seja frequente. 
O docente tem que ter a iniciativa e a sensibilidade de intervir (de forma satisfatória) 
nos momentos tensos vividos pelos os alunos, sabendo dialogar e ajudá-los a resolver os 
problemas. Paralelamente deve estimular atitudes de bom senso e educação entre todos. 
Sendo necessário que a escola proporcione práticas que amenizem este problema em parceria 
com a família. 
Para a discussão do tema o trabalho foi desenvolvido com base em estudos teóricos 
referente à indisciplina escolar. Fundamentou-se principalmente, nas obras de Tiba (1996), 
Aquino (1998), Vasconcellos (1997), Garcia (1999) Zagury (2006) e outros. 
Dessa forma, o trabalho foi dividido em três capítulos, inicialmente, apresenta-se 
algumas considerações da indisciplina na educação brasileira e conceituando disciplina e 
indisciplina e salientando as implicações da indisciplina no processo ensino-aprendizagem. 
 No segundo capitulo refere-se as causas da indisciplina na sala de aula, as influências 
da família sobre o comportamento do aluno, bem como as regras e limites e a contribuição da 
família no processo disciplinar do aluno, uma parceria entre escola e família. E o terceiro 
capítulo, trata-se das estratégias educacionais para lidar com a indisciplina na sala de aula, o 
 11 
 
controle da indisciplina na sala de aula e as habilidades especiais, como o reforço positivo do 
comportamento. 
Acredita-se, que a pesquisa realizada a partir dessa concepção, leva-nos a refletir como 
é importante a relação entre aluno, família e escola. Contribuindo assim para que o aluno por 
meio dessa união adquira um comportamento adequado e, consequentemente, avançando de 
forma satisfatória no processo ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
 
2 BREVES CONSIDERAÇOES SOBRE A TRAJETÓRIA DA INDISCIPLINA NA 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
 
Neste capitulo é realizada uma aproximação do fenômeno indisciplina escolar após a 
promulgação da Constituição Federal, em outubro de 1988, que tornou a educação obrigatória 
para todos. 
Para Boarin (2013), o sistema educacional nacional com a Constituição Federal de 
1988, permite grande transformações em relação a obrigatoriedade da educação básica, onde 
trouxe para os bancos das escolas mais de 97% das crianças na faixa etária entre 7
1
 e 14. 
De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases (LDB) a educação básica é constituída 
pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio e tem por objetivo “[…] 
desenvolver o educando, assegura-lhe a formação comum indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” 
(BRASIL, 1996, p.20). 
O termo indisciplina percebe-se que ao longo do tempo assumiu diferentes 
significações, como regime de ordem impostas, obediência as regras, instrumento de punição 
e outros. Hoje, ao falar da disciplina, não evoca somente as regras e as ordens dela 
decorrentes, como as sanções ligadas aos desvios e consequentemente o sofrimento que elas 
originam (AQUINO, 1996; ESTRELA, 1994). 
Em cada país a maneira pela qual se trata as punições são diferentes, nos EUA era 
permitido a agressão física aos alunos que não continham disciplina, já no Oriente Médio as 
escolas ofereciam comida e abrigo para os alunos carentes porem eles sofriam sessões de 
tortura devido à falta de indisciplina (FRAGA,2014). 
De acordo com Fraga (2014) os castigos físicos nas instituições de ensino ainda eram 
comuns, países subdesenvolvidos como Inglaterra onde os sistemas disciplinares eram mais 
rígidos, os alunos sofriam abusos sexuais pelos professores, porem países como o Brasil 
criaram mecanismos para a proteção da criança, cria-se o ECA - estatuto da criança e do 
adolescente que aplica a pena criminal a quem castigar uma criança. 
Os bons comportamentos dos alunos daquela época não eram fundamentados apenas 
no respeito, mais no medo que acabavam deixando sequelas para toda vida, castigos diversos 
 
1
 A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394), promulgada em dez/1996, torna o ensino 
fundamental obrigatório, com duração de nove anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de 
idade. 
 13 
 
como a palmatoria, o ajoelhamento no milho, as reguadas nas mãos e no bumbum e 
constrangimento de ficar frente a sala com o chapéu de burro era constante aos alunos que 
realizavam algum tipo de indisciplina (PAULO, 2015). 
Antigamente não existia escolas, nem públicas e nem particulares, assim os alunos 
eram alfabetizados nas residências das próprias professoras que não possuíam nenhuma 
formação acadêmica, e assim usavam o espaço para o aumento da renda familiar. 
Naquele tempo as práticas pedagógicas eram incorporadas na violência física e 
psicológica, onde as punições eram constantes e muitas crianças não puderam dar 
continuidade nos estudos por terem que trabalhar prematuramente para ajudar na renda 
familiar da família. Aliás, usavam cadernos pelo ato indisciplinar cometido, que eram 
obrigados a escrever centenas de vezes a mesma frase e também eram chamados de burros 
pelos professores. 
 
 Em 1800, os castigos físicos tinham dois fins: punir o comportamento e a 
dificuldade de aprendizagem e para manter a disciplina eram utilizados vários 
objetos pelos professores como forma de educar (ARAGUÃO E FREITAS, 2012, p. 
18). 
 
Na antiguidade, nem toda criança tinha o direito de estudar, pois eram somente 
crianças de famílias ricas e nobres tinham acesso a esses ensinamentos e assim as crianças de 
baixa renda eram designadas a trabalharem como escravas. E a criança sendo menina não 
tinha mesma sorte que os meninos, pois as meninas não tinham um bom aprendizado formal 
na escola e os meninos já tinham a facilidade, pois aprendiam as regras militares e estratégias 
nas guerras (BORGES, 2010). 
Conforme Foucault (2010), há muitos tempos atrás, eram autorizados nas escolas os 
castigos corporais e que era a base de uma transmissão autoritária. E a partir dessas 
concepções foram trazidas novas maneiras menos autoritárias na relação professor e aluno. A 
partir dessa ideia, o professor era considerado um superior hierárquico, através dos métodos 
usados como subordinação e obediência, em que ele não era somente aquele que sabia mais, 
mas que podia mais porque estava mais próximo da lei. Ainda hoje, muitas pessoas julgam 
que a educação de antigamente era uma educação de excelente qualidade, onde os alunos 
respeitavam o professor que era o detentor do conhecimento, onde trouxe traços marcantes da 
ditadura militar do Brasil e não denotando uma educação de excelência como todos 
imaginavam. 
 14 
 
De certa forma, pode-se dizer que Michael Foucault (2003) foi um grande idealizador 
deum estudo cientifico sobre a lei penal em que se baseava em métodos para punir, onde 
questionavam os processos disciplinares nas escolas e dizendo que para segurar a disciplina as 
vezes exige cerca. Onde esses comportamentos indesejados eram usados de maneira sutis de 
controle, agir e falar dos alunos e professores e devido a esse fato as punições corporais, 
foram proibidas e também faziam com que através do castigo não conseguia promover a 
aprendizagem educativa. 
De acordo com o pensamento de Foucault, a indisciplina e disciplina tem estado tão 
presentes nos debates sobre o ensino, que chega a ser mais discutida que a própria transmissão 
de conhecimentos. 
Tiba (1996) sintetiza que no passado, o limite era castrador e o castigo era corporal, 
onde havia uma barreira entre pai e filho, pois como o pai trabalhava ele não podia ser 
sobrecarregado pela atenção e pelos pedidos dos filhos, desse modo ele foi se tornando uma 
figura distante e punitiva, e os filhos foram se tornando revoltados, pensando até em refugiar 
de casa. 
Conforme Zagury (2006), a escola tem a necessidade de garantir qualidade de ensino 
para todos, para que não ocorra o caso de as crianças chegarem na quarta série sem saber ler e 
escrever, e por não poder reprovar o aluno nas series iniciais e consequentemente com a 
universalização do ensino, a escola passa a presenciar o problema de indisciplina tornando-se 
um grande desafio que a cada dia mais tem sido alvo de preocupação no âmbito escolar. 
Porem a educação nacional passa por momentos difíceis com relação a qualidade de ensino 
em que acarreta o fracasso de ensino da educação básica; devido a administração pública 
mudar os seus projetos de quatro em quatro anos, onde acabam deixando os projetos 
pedagógicos anteriores e iniciam outros causando mudanças e gastos financeiros sem ao 
mesmo concretizar os projetos previstos naquele período. 
De certa forma, aponta-se que as mudanças educacionais só acontecem no papel, sem 
mencionar que o cotidiano de uma sala é vivenciado pelo professor, onde o professor entra em 
desespero por não receber o devido preparo, materiais e equipamentos que possam superar a 
ter sucesso nessa mudança e dessa forma acaba afetando o desempenho do professor pela 
sobrecarga de trabalho e aumento de tarefas, em que suas decisões referentes a transmissão de 
conteúdo acaba causando danos para os alunos. 
Devido as transformações ocorridas ao longo do tempo, os alunos de hoje não são os 
mesmos que a tempos atrás, em que a escola não acompanha essa evolução (Trevisol, 2008). 
Desta forma, de acordo com a autora o comportamento indisciplinado do aluno relata que algo 
 15 
 
não está indo bem de acordo com suas expectativas, pois a indisciplina é maneira de protestar 
por mudanças no método educacional, reivindicando uma educação de qualidade que desperte 
o interesse do aluno em estudar e progredir na escola. 
Assim, para uma melhor compreensão do problema da indisciplina no ambiente 
escolar, serão abordados no capítulo seguinte os diferentes conceitos encontrados para o 
termo. 
 
2. 1 Conceituando Disciplina 
 
A questão da disciplina vem sendo um dos temas mais preocupantes nos dias atuais, 
onde muitas crianças e adolescentes não possuem mais limites, e sendo assim acabam 
apresentando diversas dificuldades no decorrer da aprendizagem, pois não conseguem 
raciocinar, copiar, realizar atividades na sala de aula e sendo preciso elaborar uma construção 
de regras disciplinares, onde ofereça um ensino de qualidades a todos. 
Nesse aspecto, é necessário compreender o significado do termo disciplina para buscar 
caminhos afim de promove-las nos ambientes escolares. 
 
A disciplina é um regime de ordem imposta ou mesmo consentida. Ordem que 
convém ao funcionamento regular de uma organização (militar, escolar, etc.) 
relações de subordinação do aluno ao mestre ou ao instrutor. Submissão ao um 
regulamento. Observância de preceitos ou normas, qualquer ramo do conhecimento. 
Matéria de ensino (FERREIRA, 2001, p. 258). 
 
Quando se fala em disciplina, pensa-se num conjunto de regras e normas que levam a 
obediência. De acordo com o dicionário disciplina é “[…] conjunto de normas de conduta que 
regem determinada organização, atividade […], obediência a essas normas; […] capacidade 
para aceitar essas normas” (ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 2008, p. 447). 
Há varias concepções sobre a disciplina, que pode estar relacionada a uma boa 
educação, ou seja, possuir modos de comportamentos que permitam o convívio pacifico, onde 
o disciplinado é aquele aluno que obedecer às normas e as regras sem questionar. 
Pode-se dizer que o ambiente também interfere na disciplina, como conversas 
paralelas e altas que se geram classes barulhentas, salas sem ventilação, escuras, ou 
totalmente sem as mínimas condições de se conseguir uma boa disciplina e consequentemente 
dificultando o aprendizado. 
 16 
 
Muitos professores têm medo de entrar na sala de aula, não apenas por temor que terão 
que enfrentar e por não terem êxito na tarefa de ensinar, mas sobretudo por não saberem se 
receberão tratamento digno por parte de seus alunos. 
Tiba (1996) admite que a disciplina na instituição escolar, deve ser entendida como 
um conjunto de regras a serem acatadas para o êxito educacional. Em concordância, 
Vasconcellos, (2006, p. 39) salienta que apesar da complexidade do tema “sem disciplina não 
se pode fazer nenhum trabalho pedagógico significativo” e ainda afirma que: 
 
Para se obter disciplina é necessário a interação do sujeito com outros e com a 
realidade, até chegar ao autodomínio; podemos afirmar parafraseando Paulo Freire 
(1921-1997): Ninguém disciplina ninguém, ninguém se disciplina sozinho. Os 
homens se disciplinam em comunhão, mediados pela realidade (VASCONCELLOS, 
2006, p. 50). 
 
 Para Macedo a disciplina irá depender da força de vontade de cada cidadão ou pela 
determinação dos pais e conceitua a disciplina sendo a mola mestra para desenvolver a 
responsabilidade, a autonomia e o aprendizado. 
Portanto Macedo (2005) refere-se a disciplina dentro do âmbito escolar sendo tarefa de 
todos os professores, sendo necessário ensina-la pelo exemplo. Para ele o disciplinado é 
aquele que possui comportamento subordinado a regras visto que convencer é melhor do que 
impor, com o intuito de levar o indivíduo atingir seus próprios objetivos numa interação 
social através da adaptação e transformação. Portanto o aluno é a peça chave para a disciplina 
escolar e o sucesso do aprendizado. 
 
2.2 Conceituando Indisciplina 
 
A indisciplina é uma realidade que ocupa lugar de destaque entre as preocupações 
pedagógicas da atualidade e envolve diversos atores do processo educativo: pais, professores, 
alunos e escola. 
O termo indisciplina está diretamente relacionado a desobediência, que é uma das 
causas que interfere no processo ensino-aprendizagem e que preocupa os professores. Hoje 
em dia, os alunos chegam na sala de aula com um vocabulário repleto de gírias, palavrões e 
até mesmo atitudes violentas. 
Tem-se, na atualidade, uma sociedade em que a unidade familiar encontra-se 
desgastada, pois está sendo cada vez mais difícil estabelecer a disciplina. Acredita-se que o 
fato das crianças mais independentes e menos dispostas a obedecer a autoridade dos pais e 
 17 
 
professores, essa tal desobediência gera transtornos, falta de atenção, desinteresse e baixo 
rendimento escolar (SILVA, 2011). 
Sabe-se que são vários os conceitos de indisciplina e têm-se abaixo algumas definições 
significativas para o entendimento do assunto. 
De acordo com o dicionário o termo indisciplina é definido como “[…] falta de 
disciplina, desobediência, insubordinação; rebeldia” (ACADEMIA BRASILEIRA DE 
LETRAS, 2008, p. 708). Portanto, entende-se por disciplina as atitudes ou comportamentos 
que vão contra as regras estabelecidas com ato de rebeldia, desobediência.Atualmente, a indisciplina é um assunto muito amplo, complexo, que possui diferentes 
sentidos e que preocupa e mobiliza a família, escola e sociedade. Baseando-se nesse 
pressuposto, o dicionário (FERREIRA, 1986, p. 595) define indisciplina como “ a falta de 
disciplina, ato ou dito contrário à disciplina, desobediência, desordem, rebelião. E Aquino 
impõe que “a indisciplina (como problema teórico e prático) em geral é tratada de maneira 
imediatista sem o cirscunstanciamento conceitual necessário (AQUINO, 1996, p. 07). 
Sabe-se que a Indisciplina está em constante movimentação, pois é diferenciada por 
diversas culturas, e sempre vai existir nas salas de aulas e o que se consegue fazer é minimizar 
as suas causas para que haja um aprendizado melhor nas escolas. Dessa forma, “o conceito de 
indisciplina não é estático e nem universal, é um conceito cultural, onde o que prevalece são 
os valores morais principalmente como a disciplina é vista pelo professor dentro da sala aula”. 
(PARRAT-DAYAN, 2008, p.19). 
Percebe-se que discutir sobre indisciplina é sempre desafiador, pois com seus diversos 
aspectos e significados em comum, a meta é manter a disciplina como padrão básico de 
comportamento. 
Diante disso, tem-se claro que a indisciplina exige o cumprimento de tais regras, 
como: 
 
As primeiras regras são as morais, construídas socialmente com base em princípios 
que visam ao bem comum, ou seja, em princípios éticos. Por exemplo, não xingar e 
não bater. Sobre essas, não há discussão: elas valem para todas as escolas e em 
qualquer situação. O segundo tipo são as chamadas convencionais, definidas por um 
grupo com objetivos específicos. Aqui entram as que tratam do uso do celular e da 
conversa em sala de aula, por exemplo. Nesse caso, a questão não pode ser fechada 
(VICHESSI, 2009, p. 79). 
 
Não é fácil diferenciar o que faz parte da moralidade e o que seja convenção. Sendo 
que, os dois sentidos são misturados e resulta em regimentos para o bom funcionamento da 
instituição e um bom ambiente de disciplina, e gera incompreensão por parte dos professores 
 18 
 
e dos próprios alunos. Percebe-se que a indisciplina aparece como um comportamento 
rompedor grave que supõe um problema da escola, que impõe a própria vontade sobre a do 
restante da comunidade. “ Se for um aluno e este é chamado de difícil, indisciplinado, 
diferente. Se for o professor, diz-se simplesmente que é autoritário ” (ANTUNES, 2008, p. 
22). 
Para Garcia (1999) há alguns elementos que interferem na indisciplina escolar. 
Consequentemente a indisciplina pode ser especificada através das causas internas, onde o 
autor destaca as condições materiais, como o ambiente escolar, atitude do aluno e a relação 
professor aluno. E já nas causas externas, ele refere-se o ambiente familiar, a violência social 
e a influência dos meios de comunicação. 
Ao conceituar indisciplina, Garcia (1999) reafirma três dos principais planos onde é 
expressa na escola: 
 
[…] de um lado, é possível situá-la no contexto das condutas dos alunos nas diversas 
atividades pedagógicas, seja dentro ou fora da sala de aula. Em complemento, deve-
se considerar a indisciplina sob a dimensão dos processos de socialização e 
relacionamentos que os alunos exercem na escola, na relação com seus pares e com 
os profissionais da educação, no contexto do espaço escolar – com suas atividades 
pedagógicas, patrimônio, ambiente, etc. Finalmente, é preciso pensar a indisciplina 
no contexto do desenvolvimento cognitivo dos estudantes (GARCIA, 1999, p. 102). 
 
É necessário que a escola determine as condições e desenvolvimento dos alunos e de 
suas necessidades, para que possa garantir as condições necessárias ao processo ensino-
aprendizagem para evitar que a indisciplina aconteça (GARCIA, 1999). 
Para Zagury (2006) quando o aluno não aprende é porque ele fica desmotivado, ele 
não mostra interesse em fazer as atividades propostas pelo professor, enfim, ele procura fazer 
outra coisa no lugar sem valor nenhum para a escola, e é isso que o torna indisciplinado, e 
isso dificulta o seu desenvolvimento e consequentemente a qualidade de ensino decai. E isso 
ocasiona uma fonte de estresse nos alunos que vem associada à situação de conflito em sala 
de aula. 
Devido ao tempo que se perde em sala de aula com a indisciplina escolar, e de quanto 
isso tem perturbado os educadores no sentido de desgaste ocasionado pelo trabalho em um 
clima de desordem e diminuição da autoestima, que leva a frustação, desanimo e ao desejo do 
abandono de profissão, alguns professores tem optado pelo comodismo e conformismo, 
quando eles mesmos afirmam que o problema da indisciplina sempre existiu e sempre vai 
existir (ESTRELA, 1992 apud VASCONCELLOS 2000). 
 19 
 
Percebe-se que não existe uma causa única para a indisciplina, de acordo com Pires 
(1999) essas causas são mescladas com a sociedade, a família, a escola, o professor e o aluno. 
Portanto, a indisciplina de acordo com os olhares teóricos, pode acontecer em diversos 
setores da sociedade. E para reverter essa situação, é preciso requerer esforço, metodologias e 
um vasto trabalho de conscientização, ou seja, o desafio para que as crianças e as pessoas em 
geral se tornem seres disciplinados são delimitando regras, limites, objetivos, prazos, tarefas e 
valores (MACEDO, 2005). 
 
2.3 As implicações da indisciplina no processo ensino-aprendizagem 
 
Muitos são os motivos que levam os alunos a cometerem atos indisciplinados na sala 
de aula, e vem a mostrar que muitas vezes é preciso o professor aprender a lidar com esse 
“aluno problema”, porem a escola não contem um plano escolar especifico, não está previsto 
no planejamento escolar como trabalhar com tal situação. 
Os professores vivenciam a indisciplina dos alunos e acabam resolvendo por meios de 
suas próprias atitudes e que nem sempre são as mais efetivas para a solução do problema 
enfrentado. Muitas crianças que vivem essa falta de disciplina, a causa pode estar ligada as 
famílias onde os pais não dão atenção necessária aos filhos, que acabam crescendo sem 
limites. 
Para que se tenha uma boa disciplina em sala de aula, é fundamental que existam 
normas e regras no cotidiano escolar como forma de lidar com os problemas que surgirem, 
para que possa melhorar o desempenho e aprendizado das crianças. 
Atualmente percebe-se que há muitas escolas que não tem um plano de ação exclusivo 
para buscar a solução do ato indisciplinado, em que na maior parte das vezes quem busca a 
solução do problema é o professor individualmente, pois diante da falta dos atos 
indisciplinados gerados pelos alunos, não consta no planejamento escolar como lidar e 
trabalhar com o tal problema, e muitos dos docentes acabam resolvendo pelas suas próprias 
atitudes, sem mesmo saber se estão corretos ou não na conduta tomada (PEREIRA, 2009). 
Há diversos fatores que colaboram para a indisciplina. Dentre eles, é o fato de que 
muitos professores não estão dispostos a mudar o planejamento escolar para acolher apenas a 
necessidade do “aluno problema”, que só causa transtorno no ambiente escolar e dificulta a 
aprendizagem dos educandos, interferindo na distância entre docente e discente e 
consequentemente levando ao comportamento indisciplinado. 
 20 
 
Constata-se que há uma forte relação entre fracasso escolar e indisciplina. Geralmente 
o fracasso escolar acontece devido a criança estudar por diversos anos e não obter satisfação 
em sua vida escolar. Dessa forma, é preciso analisar as razões pelo quais o fracasso escolar 
acontece para o “aluno problema”. 
 
O “aluno-problema” é tomado em geral, como àquele que padece de certos supostos 
“distúrbios psico/pedagógicos”, distúrbios estes que podem ser de aprendizagem ou 
de natureza comportamental, que se enquadra num conjunto de ações que chamamos 
usualmente de indisciplinados (AQUINO, 1998, p.22). 
 
Atualmente, a indisciplinavem atrapalhando e dificultando a aprendizagem, onde 
muitos alunos não participam das atividades propostas pelo professor, e sem falar nos 
problemas mais graves, como a falta de respeito, os xingamentos, as agressões verbais e 
físicas presenciadas no ambiente escolar. Então, percebe-se que as famílias não impõem 
limites, e que podem chegar a influenciar no comportamento das crianças, tendo os pais como 
os primeiros educadores e de acordo com a evolução, elas acabam se tornando mais 
independentes e menos dispostas a obedecer a autoridade dos adultos. 
Hoje vive-se numa sociedade onde crianças e jovens em alguns casos não tem limites, 
nem tão pouco regras. Logo Aquino esclarece que: (…) as crianças de hoje em dia não têm 
limites, não reconhecem a autoridade, não respeitam as regras, a responsabilidade por isso é 
dos pais, que teriam se tornado muitos permissivos (AQUINO, 1998, p.07). 
Carmo (2010) diz que há muitos pais que dão liberdade excessiva para os filhos, são 
mimados e acabam deixando-os fazer o que querem sem nenhuma intervenção; impondo suas 
vontades e desde assim não aceitam ser contrariados, ou seja, eles não conseguem conviver 
com as obrigações do dia a dia e sentem-se derrotados por não serem o centro das atenções, 
apresentado assim um comportamento agressivo. O problema da indisciplina pode estar 
relacionado a desvalorização da escola por parte dos pais, que raramente comparecem as 
escolas para as reuniões e nem por acompanharem as lições rotineiras do filho, para tomar 
conhecimento de seus comportamentos no ambiente escolar. Há muitos pais que acham que a 
escola é responsável pela educação de seus filhos, jogando a responsabilidade cometida dos 
filhos pelos atos indisciplinados, conforme cita Tiba. 
 
"Há pais que, por manter seus filhos na escola, acham que esta é responsável pela 
educação dos mesmos. Quando a escola reclama de maus comportamentos ou das 
indisciplinas dos alunos, os pais jogam a responsabilidade sobre a escola" (TIBA, 
1996, p.169). 
 
 21 
 
Devido a vários fatores, observa-se que muitas crianças acabam se tornando 
indisciplinadas, sem regras, sem limites e acham que são donos de si, desrespeitando todos ao 
seu redor. Nesse sentido, elas chegam nas escolas com uma grande autonomia sobre os seus 
colegas e professores, impondo ordens, desrespeitando os colegas e os funcionários, 
arrumando conflitos e querendo ser o centro das atenções através de seus atos indisciplinados. 
Para Vasconcelos (2009, p.240), (…) é muito comum ouvirmos dos professores a 
queixa de que os pais não estabelecem limites, não educam seus filhos com princípios básicos 
como saber se comportar respeitar os outros, saber esperar sua vez, etc. 
 
Além de a indisciplina causar danos ao professor e ao processo ensino-
aprendizagem, o aluno também é prejudicado pelo seu próprio comportamento: ele 
não aproveitará nada dos conteúdos ministrados durante as aulas, pois o barulho e a 
movimentação impedem qualquer trabalho reprodutivo (OLIVEIRA, 2005, p.21). 
 
Entende-se que a indisciplina gera graves problemas ao processo ensino-
aprendizagem, pois dificulta a transmissão dos saberes, e devido aos barulhos e 
movimentação dentro da sala de aula, o educador não consegue ministrar uma boa aula, pois 
se sente incomodado com os alunos indisciplinados. Os alunos também não conseguem 
prestar atenção, agem de forma indevida e a relação professor e aluno fica prejudicada, bem 
como toda a aprendizagem. 
Existem vários fatores que contribuem para a indisciplina, e não é somente os pais que 
são culpados por seus filhos cometerem atos indisciplinados. Os professores e a escola têm 
um papel fundamental e de responsabilidade na formação do indivíduo, transformando e 
moldando a maneira das crianças se comportarem em várias situações que podem vir a 
ocorrer. 
Dessa forma, pode se dizer que é equívoco atribuir ao professor a culpa pela falta de 
disciplina, em que ocorre devido ser a pessoa que tem mais contato com o aluno, as vezes até 
mais que a família e diante dessa constatação o professor deve transformar essa realidade que 
o cerca, em que é agente e ao mesmo tempo paciente. O aluno deve então, conhecer seus 
direitos e deveres, regras e punições, onde ele mesmo possa elaborar, como por exemplo: as 
regras da sala de aula. Vasconcellos (1995, p. 106) orienta: “A afetividade de uma disciplina 
democrática na escola depende, em última instância, da democratização da sociedade. Os 
educadores devem se comprometer com o processo de transformação da realidade, 
alimentando um projeto comum de escola e de sociedade. 
 22 
 
Observa-se direções de colégios se omitem em dialogar com “aluno problema”, logo 
pensam em que algumas ligar para os pais para resolver a situação e o aluno é submetido a 
voltar para casa. No outro dia torna-se a apresentar os mesmos comportamentos e nada é 
resolvido (CALADO 2011). 
De acordo com o autor citado acima, é preciso que os diretores busquem a conciliação 
entre os alunos, responsáveis e professores, que através de conhecimento transmitido dentro 
da sala de aula, possam impor regras e disciplina para o bom convívio de todos na 
comunidade escolar a fim de amenizar a situação conflitantes dentro e fora da instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
3 AS CAUSAS DA INDISCIPLINA NA SALA DE AULA 
 
A indisciplina é um dos fatores que mais dificulta o ensino de qualidade e desencadeia 
consequências negativas ao meio social e familiar. Sabe-se que para a maioria dos professores 
a falta de disciplina tem gerado condutas negativas dos alunos, tais como: conversas paralelas, 
bagunça; a falta de limite e regras, e a falta de respeito com os professores e os colegas, onde 
esses obstáculos dificultam a maneira da família e escola trabalhar tal situação para o 
cumprimento das regras estabelecidas pela instituição escolar. 
Devido aos pais trabalharem fora, a formação da criança passa a ser concebida por 
outras pessoas. Em casos de separação conjugal, a criança acaba vivendo num meio cheio de 
brigas e conflitos, e isso interfere no seu comportamento, pois essa experiência desagradável 
dificulta a sua convivência e prejudica no processo de ensino-aprendizagem. 
 
“A indisciplina seria um indicio de uma carência estrutural que se alojaria na 
interioridade psíquica do aluno, determinada pelas transformações institucionais na 
família e desembocando nas relações escolares” (AQUINO, 1996, p. 48). 
 
Tiba cita: “Assim, tanto para a alta, como para a baixa autoestima, a indisciplina está 
presente. ” Alunos de baixa autoestima, não incomodam tanto as pessoas, vem a sofrer muito 
mais do que causar sofrimento aos outros, que são bem diferentes daqueles com autoestima, 
QUE produzem manifestações, conflitos e ultrapassam os limites da escola (TIBA, 2006, 
p.154). 
A família tem um grande poder de decisão na educação do aluno, pois sabe-se que ela 
é o principal alvo responsável pelo fracasso escolar do aluno, onde os problemas familiares 
influenciam-no comportamento do aluno em sala de aula e acabam desafiando a autoridade do 
professor e a falta de competência de alguns professores para controlarem a turma. 
Nesse sentido, exigem dos profissionais da educação uma atuação didática e 
pedagógica no trabalho onde a escola possa desenvolver com os familiares de seus alunos, 
para que a escola não seja apenas reprodutora da sociedade, mas sim transformadora da 
mesma (SILVA, 2002). 
Parrat-Dayan (2008, p. 07), salienta que “os problemas de indisciplina manifestam-se 
com frequência na escola, sendo um dos maiores obstáculos pedagógicos do nosso tempo”, 
gerando interferência na relação professor e aluno. Dessa forma, observa-se que não há uma 
relação estável e harmoniosa entre professor e aluno, pois ambos se discordam. Os alunos não 
aceitam a forma que são ministradas as aulas e as avaliaçõesefetivadas pelo professor, assim 
 24 
 
o educador não consegue motiva-lo a querer aprender. E para se ter um melhor 
desenvolvimento no processo ensino-aprendizagem é de extrema importância o papel do 
professor, pois através dele é que o aluno irá adquirir conhecimentos significativos para toda 
sua vida. 
 
O professor desempenha neste processo o papel de modelo, guia, referência (seja 
para ser seguido ou contestado); mas os alunos podem aprender a lidar com o 
conhecimento também com os colegas. Uma coisa é o conhecimento “pronto”, 
sistematizado, outro, bem diferente, é este conhecimento em movimento, tencionado 
pelas questões da existência, sendo montado e desmontado (engenharia conceitual). 
Aprende-se a pensar, ou, se quiserem, aprende-se a aprender (VASCONCELLOS, 
2003, p. 58). 
 
Segundo a entrevista cedida a edição do dia 01/03/2015 pela Rede Globo por Denis 
Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, ele fez um levantamento de acordo com o 
resultado da pesquisa sobre o trabalho dos professores da rede pública , através dessa 
pesquisa, ele diz que mil profissionais do ensino fundamental em todo o país citaram que a 
indisciplina é um dos principais problemas em escolas e revelou que os educadores 
consideram como um dos maiores problemas para melhorar a educação, assim os professores 
entrevistados colocam-se como dificuldade: a carga horária exaustiva, pois eles tem que largar 
um pouco do conteúdo para tratar assuntos de acordo com realidade e a vivencia do aluno, 
como: tiroteios que acontecem no momento em que as aulas estão acontecendo, onde se torna 
um ambiente frustrante tanto para os professores quanto para os alunos, onde é preciso ter um 
acompanhamento constante de psicólogo para a comunidade escolar. 
Para Guzzone (1995), o professor deve apresentar em seu plano de ação o domínio do 
conteúdo, o estimulo, o interesse, novas metodologias, responsabilidade, limites e regras 
construídas e liberdade de expressão na relação ensino-aprendizagem proporcionando uma 
interação entre criatividade, autoridade e cumprimento de regras. Há alguns professores que 
afirmam que a causa da indisciplina está relacionada aos problemas e condições financeiras 
das famílias, e outros acreditam que tal problema está ligado a repetências escolares, que 
dificulta a aprendizagem e para alguns profissionais está ligado a falta de reflexão de sua 
relação com o corpo discente e com o próprio corpo docente. 
Para Tiba (2006), a indisciplina pode ser ocasionada por diversos problemas como: 
distúrbios comportamentais, distúrbios na relação professor-aluno, autoritarismo confundindo 
com autoridade e métodos inadequados para o processo de ensino-aprendizagem. 
 A indisciplina também pode refletir algo sobre a relação professor e aluno que é de 
extrema importância na pratica pedagógica. Devido ao excesso de repressão do professor, o 
 25 
 
autoritarismo, regras rígidas na escola e intolerância provocam a revolta dos alunos ou ao 
contrário a permissividade e o excesso de liberdade também poderão provocar a indisciplina. 
É por isso que o professor deve balancear seus atos educacionais procurando estabelecer uma 
relação de diálogo e amizade com seus alunos. 
Na sala de aula ou em qualquer ambiente onde haja aprendizagem, a autoridade não 
pode ser confundida com autoritarismo. Estabelecer limites para os alunos não significa 
mostrar “quem manda”, mas prepará-los para a vida. É possível ter autoridade sem castigar 
ninguém. Trata-se, então, de ensinar os alunos a serem responsáveis pelo respeito e pelas 
regras em comum. Para Tiba (2006, p. 113) “criar uma criança é fácil; basta satisfazer-lhe as 
vontades. Educar é mais trabalhoso. Trata-se de prepará-la para viver saudavelmente em 
sociedade”. De certo modo, é preciso que o professor saiba se relacionar com seus alunos 
através do diálogo e compreensão, sem usar o autoritarismo a partir das ameaças e ofensas 
pelo comportamento inadequado, buscando demonstrar paciência, persistência, experiência e 
inteligência. 
Percebe-se que alguns professores afirmam que as causas da indisciplina estão ligadas 
a repetências escolares, em que os alunos sentem dificuldades durante a aprendizagem. 
Porém, outros acreditam que tal problemas pode estar ligado com as condições financeiras da 
família. Contudo as de baixa renda e as que fazem parte da rede pública de ensino. Para outros 
profissionais, esta causa pode estar ligada a falta de reflexão de sua relação com o corpo 
discente e com o próprio corpo docente (SIMON, 2012). 
Conforme salienta Guzzone, é necessário, que o professor apresente em seu plano de 
ação o domínio do conteúdo, o estimulo, o interesse, novas metodologias, responsabilidades, 
limites e regras construídas e liberdade na expressão na relação ensino-aprendizagem 
proporcionando-lhes uma interação em criatividade, autoridade e cumprimento de regras 
(GUZZONE, 1995). 
O problema da indisciplina também pode ter origem sucedida de fatores psicológicos 
ou emocionais que causam a falta de atenção e concentração na aula. Porém o distúrbio de 
atenção faz com que a criança tenha atitudes como hiperatividade, bem como a dificuldade de 
concentração ao executar as atividades escolares, a movimentação física excessiva em sala de 
aula e os comportamentos de violência. 
Há outros casos, além da hiperatividade, que é o caso do déficit de atenção em 
crianças ou adolescentes, que geram os problemas visuais, auditivos e de rebaixamento 
mental. Esses fatores fazem com que as crianças se sintam desinteressadas e não ter vontade 
 26 
 
de prestar atenção na aula, apresentando assim comportamentos indisciplinados, atrapalhando 
o seu aprendizado e dos demais alunos (SILVA, 2005). 
A carência de atenção e afeto pode manifestar-se na forma de comportamentos 
indisciplinados na escola como agressividade/rebeldia ou, apatia/indiferença, ou ainda, 
desrespeito/falta de limites., em que tais comportamentos podem ser tentativas para chamar a 
tenção dos colegas, e principalmente dos professores. (AQUINO, 1996). 
 
3.1 As influencias da família sobre o comportamento do aluno 
 
O conceito de família mudou muito nos últimos anos, percebe-se que não há somente 
um padrão familiar, mais sim vários padrões de família onde que tem sua identidade própria 
está em constante movimento, sendo que acontece os primeiros contatos sociais e as 
experiências educacionais. 
Observa-se que as famílias estruturadas interferem muito no processo ensino 
aprendizagem do aluno, pois onde há a capacidade do diálogo numa relação estável, 
apresentarão um excelente resultado durante sua vida escolar e social. Já a família 
desestruturada eles tendem a apresentar dificuldades na vida escolar e social. E possuem um 
ambiente familiar, agradável e harmonioso. (Machado, 2015). 
Percebe-se que quando a família não participa da vida escolar do aluno, isso acaba os 
levando a ter um baixo desempenho ou até mesmo a repetência escolar, onde os pais só 
comparecem a escola, quando a coordenação passa a chamá-los para resolver os problemas 
dos seus filhos. 
Conforme Machado, é de suma importância a participação dos pais na vida escolar de 
seus filhos, pois só assim eles irão obter avanços em sua aprendizagem, onde se faz necessário 
o professor conhecer o ambiente que o aluno está inserido, e procurar saber quais são suas 
dificuldades e os seus anseios para melhor compreender o porquê das dificuldades dos alunos 
no processo ensino aprendizagem. Assim, percebe-se que a influência da família precisa ser 
bem recebida pela escola, sem preconceitos, orientando suas falhas e aplaudindo seus acertos. 
Segundo as autoras Rocha & Machado (2002, p. 18) o envolvimento familiar traz 
também benefícios aos professores que, regra geral, sente que o seu trabalho é apreciado pelos 
pais e se esforçam para que o grau de satisfação dos pais seja grande. 
Para melhor compreender oporquê das dificuldades dos alunos no processo ensino 
aprendizagem. Assim, percebe-se que a influência da família precisa ser bem recebida pela 
escola, sem preconceitos, orientando suas falhas e aplaudindo seus acertos. 
 27 
 
Consequentemente, observa-se a influência que a educação familiar tem sobre o 
indivíduo, do conceito cognitivo, afetivo e moral. 
 A questão dos limites e regras no âmbito escolar tem sido uma das dificuldades tanto 
para os pais quanto para os professores, pois com o passar do tempo o comportamento da 
criança se modifica e é no cotidiano escolar que elas aprendem pela primeira vez a viver em 
sociedade, lidando com as diferenças e com a aceitação das regras estabelecidas pela 
instituição escolar. 
 Muito tem se falado no termo limite. A palavra limites ela possui vários significados, 
mais de acordo com o autor Ferreira (2004), a essência é a mesma: demarcar, estabelecer 
algo, construir o limite de, conhecer o limite de alguma coisa. Portanto, limite é referente 
aquilo que pode e o que não pode, e quando não há limites, consequentemente a criança irá 
encontrar dificuldades de se adaptar em grupos. 
 Para a psicóloga Luana (2011) é importante saber que quando não se dá limites à 
criança tende a ter dificuldades que vão se desenvolvendo a medida que vai crescendo, 
surgindo comportamentos com descontrole emocional e ataques de raiva sempre que escuta 
um “não”; distúrbios de conduta, desrespeitando pais, colegas e autoridades, excitabilidade, 
baixo rendimento porque aprendeu que fazer o que se quer é mais agradável do que fazer o 
que se deve; Agressividade física quando contrariado; Descontrole, problemas psiquiátricos se 
houver predisposição, surgindo problemas de ajuste social; Forma distorcida de ver o mundo, 
podendo levar a marginalidade, ao álcool e às drogas. 
Eis um assunto complexo, que exige reflexão, onde os caminhos a serem seguidos, 
podem prejudicar pontos de vista cultural, social, econômico, político e emocional, 
estabelecendo referência ao termo limite (VASCONCELOS, 2006, p. 30) atesta que “sempre 
que se pensa em disciplina, vem à mente a ideia de limite. ” Portanto, o limite tem a função de 
ensinar a criança o que é e o que não é permitido, dar proteção e segurança no que diz respeito 
a tomada de decisões. 
A instituição escolar está recebendo uma geração de indivíduos cada vez mais 
tecnológicos e com menos entusiasmo para aprender. Aliás estão mais preocupados com seus 
direitos do que com seus deveres, ignorando os valores transmitidos pelos pais e pela escola. 
Percebe-se que em muitas escolas há alunos que não demostram interesse aos estudos, 
normalmente se mostram inquietos, falantes, descomprometidos, não se importam com a 
presença do professor e desrespeitam os colegas; são excessivamente egocêntricos e não tem 
noção de limites. Sendo que ao mesmo tempo, certos comportamentos indisciplinados estão 
 28 
 
relacionados aos valores morais, onde os respeitos por outras pessoas não são importantes 
para eles. 
 Desde então, eles não valorizam mais o estudo e se orgulham por não saberem nada e 
consequentemente querem provar que para obter dinheiro e sucesso na vida, não necessitam 
de escolas e nem conhecimentos. Porém, é preciso que as crianças venham interiorizar a ideia 
de que podem fazer muitas coisas, de forma, que respeitando os seus próprios limites e os 
limites dos outros. 
 
[…] crianças precisam sim aderir regras (que implicam valores e formas de conduta) 
e estas somente podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os “limites” 
implicados por essas regras não devem ser apenas interpretados no seu sentido 
negativo: o que não pode ser feito ou ultrapassado. Devem também ser entendidos 
no seu sentido positivo: o limite situa, da consciência de posição ocupada dentro de 
algum espaço social – a família, a escola e a sociedade como um todo. (LA 
TAILLE, 1994, apud AQUINO, 1996, p. 86). 
 
Assim, é de extrema importância a concepção e o estabelecimento de limites na 
educação das crianças, pois elas que visam a construção de regras e o respeito as mesmas. 
Muitas vezes, os pais tentam resolver as situações cotidianas através dos berros, do 
contato físico e querem que suas próprias vontades sejam atendidas; ocasionando traumas e 
sequelas incontestáveis. 
 Zagury (2006) faz comparações entre o significado de dar limites e o que não é dar 
limites, a fim de estabelecer um melhor entendimento diante da proposta apresentada e que 
possa servir a quem interessar para ele dar limites é ensinar que os direitos são iguais para 
todos, mostrando a criança que existem outras pessoas no mundo, e que seus direitos acabam 
onde começam os direitos dos outros, pois as vezes é necessário escutar um não, pois a 
criança deve tolerar pequenas frustações no presente para que, no futuro, os problemas da 
vida possam ser superados com equilíbrio e maturidade pois é necessário discernir o que é 
uma necessidade e o que é apenas desejo. É preciso ser exemplo. 
Considerando a concepção do autor acima dar lime as crianças não é usar de força 
física, sendo autoritário e impaciente, invadindo a privacidade da criança a humilhando e a 
desrespeitando, dar limite é muito mais que isso, é expor o que está errado e construir 
conceitos em cima do erro causando reflexão sobre o ato praticado. 
Para Tiba (2006) o limite no passado era entendido como algo adestrador, autoritário, 
era imposto e até mesmo conquistado. Logo, os filhos tiveram diferentes visões sobre os 
limites que era imposto por seus pais e cresciam com a ideia de serem pais diferentes, mais 
liberais e amplo diálogo com os seus filhos. É de extrema importância, ter uma boa 
 29 
 
convivência com os filhos, educando sempre através do diálogo, respeitando, dando liberdade 
para suas escolhas e sabendo de suas consequências, onde o perigo está em serem pais 
liberais, ao ponto de tornarem seus filhos descumpridores de regras, desobedientes, rebeldes e 
indisciplinados, devido à falta de limites impostos no momento certo. 
Para Içami Tiba (1996, p.43), cabe aos pais delegar ao filho tarefas que ele já é capaz 
de cumprir. Essa é a medida certa do seu limite. É por isso que os pais nunca devem fazer 
tudo pelo filho, mas ajudá-lo somente até o exato ponto em que ele precisa, para que, depois, 
realize sozinho suas tarefas. É assim que o filho adquire autoconfiança, pois está construindo 
sua autoestima. O que ele aprendeu é uma conquista dele. 
Portanto, podemos perceber nas escolas que os professores para construírem regras de 
convivência da turma, eles acabam promovendo os “combinados da turma”, onde propõe 
normas a serem seguidas e cumpridas pelos alunos, porem dando a oportunidade aos alunos 
de cada um poder dar sua opinião na construção das regras e Já os limites devem ser 
negociados e nunca impostos. 
Para que as regras e limites impostos pela instituição escolar, e pelos pais sejam 
respeitados e cumpridos, é necessário ter paciência, autoridade, persistência e determinação, 
pois só através dessas virtudes que os pais irão precisar para educar seus filhos e sempre 
garantindo o respeito e a confiança de forma segura e responsável. 
 
3.2 Contribuição da família no processo disciplinar do aluno, uma parceria entre escola 
e família 
 
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, 
mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1987, p. 68). 
Sabe-se que a família é essencial para o desenvolvimento do indivíduo, pois é no meio 
familiar que obtém os seus primeiros contatos com o mundo interno e externo, onde encontra 
afeto, carinho, aprende princípios, cultura, linguagem, aprendizagem, etc. e consequentemente 
eles passam a aprender os primeiros hábitos e valores. Já na instituição escolar é oferecido 
conceitos educacionais, culturais e formativos. E passam a ensinar valores que são 
indispensáveis na vida de qualquer ser humano paraque se tornem cidadãos na sociedade. 
O acompanhamento familiar pode possibilitar um excelente aprendizado do educando, 
através da boa convivência, das regras e limites e tendo uma boa parceria entre pais e escola, 
onde pudesse ocorrer bons resultados em relação ao aluno. 
 30 
 
Para Tiba (1996, p.178) “É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho 
adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social...”. 
Através dos pensamentos de Nogueira (1999), de forma geral ela auxilia o bom 
desenvolvimento das crianças, se tornando-as mais seguras e participativas, fazendo visita as 
escolas, auxilio nas atividades de casa, conversas sobre as aulas, sobre a relação das crianças e 
com seus professores e o rendimento e a motivação da criança. 
As primeiras aprendizagens do indivíduo iniciam- se em seu nascimento, onde sua 
aprendizagem está relacionada aos aspectos afetivos, assim ela vai aprendendo a criar 
vínculos primeiro com a família e depois com o mundo. Consequentemente ela passa a 
elaborar toda a sua convivência em conhecimento, onde possibilita o seu desenvolvimento 
cognitivo, afetivo e social. 
Segundo o pensador Vygotsky (1984) “é o que apresenta maior contribuição no 
entendimento do complexo processo de aprendizagem humana. Ele propõe o interacionismo, 
que é baseado em uma visão de desenvolvimento apoiada na concepção de um organismo 
ativo, onde o pensamento é construído gradativamente em um ambiente histórico e, em 
essência, social. A interação social possui um papel fundamental no desenvolvimento 
cognitivo e toda função no desenvolvimento cultural de um sujeito aparece primeiro no nível 
social, entre pessoas, e depois no nível individual, dentro dele próprio”. 
A família é uma instituição de suma importância para o desenvolvimento e formação 
do sujeito, conforme descrito na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB (Lei 
9.394/96) afirma: 
"A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos 
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (LDB/1996. art. 
2º). 
Sabe-se que a ideia de princípios, valores, de educar e preparar para os desafios da 
vida deve vir da família, pois assim a criança se sente segura e valorizada. 
No Parágrafo único do Capítulo IV do Estatuto da Criança e do Adolescente 
(BRASIL, 1990), encontramos que "é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo 
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais", ou seja, trazer as 
famílias para o convívio escolar já está prescrito no Estatuto da Criança e do Adolescente o 
que está faltando é concretizá-lo, é pôr a Lei em prática. Família e escola são pontos de apoio 
ao ser humano; são sinais de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, 
mais significativos serão os resultados na formação do educando. A participação dos pais na 
 31 
 
educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são 
simultâneas e complementares. 
Eis os fatores que vem acontecendo muito no contexto atual, dentre eles a ausência 
dos pais na participação e acompanhamento das crianças nas escolas, onde eles acabam sendo 
responsáveis pelo sucesso do ensino aprendizagem dos seus filhos e pela contribuição do 
desenvolvimento da criança e na formação do indivíduo como um todo. 
Há famílias desestruturadas, onde a violência predomina e ocasiona nas crianças o 
medo e estresse. Devido a isso, percebe-se que há crianças maltratadas em casa e que acabam 
se tornando agressivas com o propósito de se protegerem e imitarem o que vivenciam ao seu 
redor. Consequentemente, essas crianças podem se tornar alunos indisciplinados e estressados 
(PAPALIA, 2009). 
Portanto, a responsabilidade não é somente dos pais na educação dos filhos, mais a 
escola tem que colaborar e fazer os pais a participarem mais da vida dos filhos para saberem 
do desenvolvimento escolar deles. 
Percebe-se que os pais são os maiores responsáveis de forma direta ou indireta pela 
educação dos filhos, onde a educação ocorre de forma dinâmica e sendo que a família é o 
primeiro contato social durante a infância e procura-se entender que a participação dos pais é 
necessária ao desenvolvimento de seus filhos na educação escolar. 
A escola tem o papel de preparar o aluno para que cresça intectualmente, reflexivo e 
tecnicamente para que esteja disposto para enfrentar o mundo e as suas dificuldades de 
emprego, preparar este aluno para a vida (ZAGURY, 2006). 
Para que haja uma excelente parceria entre a família e a escola e que ajude no 
desenvolvimento escolar do aluno, a escola precisa manter suas portas abertas para 
comunidade. Assim, a escola que tem que dar o primeiro passo para que haja essa interação, 
trazendo os pais para participar de tudo que acontece dentro da escola, e sempre estando 
disposto a ouvi-los suas opiniões construídas num processo em ensino aprendizagem de 
sucesso. 
No cotidiano escolar, vemos que os pais somente comparecem as escolas quando são 
convocados para reuniões ou quando seus filhos cometem algum ato. E tem aqueles que nem 
se preocupam em ir nas reuniões, para saber do desenvolvimento escolar do seu filho. 
Para uma melhoria na instituição escolar, a escola e os pais precisam se unir para 
buscarem juntas uma solução para os obstáculos que surgem no processo educacional dos 
alunos, com o meio de adquirir uma boa aprendizagem qualitativa. E para garantir sucesso no 
processo aprendizagem, os pais precisam acompanhar e valorizar seus filhos na vida escolar 
 32 
 
para que eles se sintam seguros, amparados e por saber que sempre terá alguém torcendo pela 
sua eterna felicidade. 
Muitas famílias delegam à escola toda a educação dos filhos, desde o ensino das 
disciplinas até a educação de valores, a formação do caráter, além da carência afetiva que 
muitas crianças trazem de casa, esperando que o professor supra essa necessidade. Por outro 
lado, algumas “famílias sentem-se desautorizadas pelo professor, que toma para si tarefas que 
são da Competência da família” (SZYMANSKI, 2003, p. 74). 
Para ter uma relação consistente entre discente e docente é preciso que haja dialogo e 
respeito entre ambos. Logo Oliveira (2005) propõe que o professor ofereça uma relação mais 
afetiva com a turma, demonstrando seu interesse pelos alunos. Notar a presença e saber ouvir 
o que ele tem a dizer seja sobre a escola, família ou outro assunto, sempre buscando tentativas 
de compreender as emoções do aluno, onde é muito importante para que o trabalho flua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
 
4 ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS PARA LIDAR COM A INDISCIPLINA NA 
SALA DE AULA 
 
A indisciplina vem sendo um dos maiores problemas na sala de aula e vem 
preocupando cada vez mais os professores, pois está sendo difícil manter vivo o interesse do 
aluno pelo estudo. Sendo assim, Lopes (2005, pag. 45), diz que para se manter a disciplina é 
uma arte que poucos educadores dominam e que o autoritarismo, os gritos e o “ já para a 
direção “ não funcionam mais. Sendo assim, fica cada vez mais difícil tomar medidas 
preventivas aos alunos disciplinados, onde os professores não sabem quais atitudes de 
prevenção e intervenção podem seguir adiante da situação problemática. 
Observa-se que há possíveis soluções (estratégias) para encarar o problema, onde 
demanda (requer) o envolvimento de toda a equipe. 
 Sabemos que a indisciplina infringe dois tipos de regras e vem sendo uma das saídas 
para lidar com a disciplina escolar. Dentre elas, a de natureza moral que são baseadas em 
princípios éticos, dentre eles: não xingar, não bater, etc.… e as regras convencionais que se 
refere ao uso do celular, boné, etc.… e para isso é preciso diferencia-laspara saber como lidar 
com elas. Para Vasconcellos (1995, pag. 85) ele propõe que o professor estabeleça as regras 
em sala de aula juntamente com os alunos; pois eles próprios ao ajudar a construir as regras 
eles vão ao encontro das necessidades deles, tornando-as sensatas e justificáveis. Só assim, 
fazendo com que os alunos ajudem na elaboração das normas, promovendo a participação na 
hora de falar, de ser ouvido e dar sua opinião faz com que reduza os casos de indisciplina 
escolar. 
Outro fato a ser considerado, é quando a metodologia do professor transmitido em sala 
de aula, não está sendo eficaz para que os alunos aprendam e avançam no ensino 
aprendizagem. Para que a aula seja relevante, é preciso que o professor mude sua maneira de 
passar o conteúdo, oferecendo uma aula mais dinâmica que desperte a curiosidade e a vontade 
de aprender nos alunos, para que se aproxime da realidade do seu cotidiano. E é como diz 
Vasconcellos (1994, p. 56) onde dele destaca que o professor precisa refletir sobre sua prática, 
fazer uma autocritica. Porém, ele precisa “ ter uma proposta adequada de trabalho, vinculada 
as reais necessidades dos alunos, conteúdos significativos e metodologia participativa” 
(VASCONCELLOS, 1995, p. 78). 
De acordo com a revista Profissão Mestre (2015) o professor brasileiro está entre os 
que mais perdem tempo no mundo com a indisciplina em sala de aula, e segundo os dados 
compilados pela instituição, 20 % do tempo de aula é perdido pelos professores para manter o 
 34 
 
controle dos alunos, onde revela que os três culpados são o professor, a família e o próprio 
aluno por não saber como lidar com as atitudes indisciplinares. Assim, a indisciplina escolar 
não tem uma causa única, mais sim uma mistura de fatores internos onde cita o ambiente 
escolar, as condições de ensino aprendizagem, a capacidade dos discentes de se adaptarem aos 
esquemas da escola; e os fatores externos que podem ser a influência exercida pelos meios de 
comunicação, a violência social, o ambiente familiar, etc. 
Tendo em vista os fatores que interferem na indisciplina, percebe-se que há um 
elemento muito comum hoje em dia na sociedade: o celular, vistos por muitos professores e 
instituição escolar como “vilão” da educação, que ao invés de fazerem o uso para coisas 
importantes como pesquisa escolar, acaba sendo usado para entrar em sites de bate papos, 
vídeos que nada tem a ver com o ambiente escolar. Mais pensando de uma outra forma, ele 
pode ser encarado como cúmplice para uma boa aprendizagem, pois através do uso pode 
servir para buscar informações ou atividades que desafiem os alunos. 
Outro elemento a ser considerado como prevenção, é o ambiente escolar. Onde Garcia 
(1999, p. 106), revela que o ambiente da escola deve ser verdadeiramente humano, onde possa 
construir um espaço democrático que se cultiva o diálogo e a afetividade humana, em que se 
pratica a observação e a garantia dos direitos humanos. Porém, deve ser um ambiente 
agradável e harmonioso, com boas condições físicas e favorecendo a aprendizagem 
(GARCIA, 1999). 
E tendo uma relação de respeito, cooperação e cumplicidade entre professores e alunos 
faz com que se torne um ambiente que desperte o interesse dos alunos em querer aprender 
sempre mais. E no ambiente escolar, é preciso que ambos se respeitem e sempre incentivando 
a cooperação entre si, porem estimulando a autonomia, fazer com que eles aprendam a tomar 
decisões responsáveis no momento certo e agir com calma em qualquer situação presenciada 
ou que venha acontecer na instituição escolar. 
E no ambiente escolar, é preciso que ambos se respeitem e sempre incentivando a 
cooperação entre si, porem estimulando a autonomia, fazer com que eles aprendam a tomar 
decisões responsáveis no momento certo e agir com calma em qualquer situação presenciada 
ou que venha acontecer na instituição escolar. 
 
 
 
 35 
 
4.1 Controle da indisciplina na sala de aula 
 
A Indisciplina é um acontecimento muito comum nas salas, através de 
comportamentos inadequados, como a bagunça, a falta de limites e de desinteresse dos alunos, 
e está presente tanto nas escolas públicas como privadas; e percebe-se que acaba gerando um 
transtorno no ensino-aprendizagem do aluno. Sendo assim, os professores vivenciam um 
grande desafio, tentando fazer com que os seus alunos progridam e procurando controlar a 
indisciplina ocorridas no interior da sala de aula. E existe uma relação conflitante entre 
professor e aluno, onde ambos não conseguem um aceitar o outro, onde se faz sentido a 
presença do diálogo, o respeito e compreensão ambos as partes, para saber as opiniões e 
atitudes que devem ser tomadas na construção de aperfeiçoamento de ensino-aprendizagem, 
na espera que o educador se preocupa com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos. 
Á medida que a sociedade se democratiza e os instrumentos autoritários colocados por 
ela a serviço da escola vão sendo eliminados, a relação obediência transparece, porque as 
relações de fato não estão baseadas no respeito e os sujeitos não se sentem mais obrigados a 
cumprir regras (AQUINO, 1996 p.36). 
 Para Piaget (1996), “o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a 
aquisição das noções morais”. Porém só consegue atingir a responsabilidade, desenvolvendo a 
cooperação e criando regras rígidas para ser cumpridas com a justiça. 
Atualmente, encontra-se dificuldades para manter vivo o interesse dos alunos pela 
aprendizagem. Nesse sentido, LOPES relata que para manter a disciplina é uma arte que 
poucos educadores dominam e que o autoritarismo, os gritos e a expressão: “já para a 
direção” não funcionam mais. E diante dessa situação, os alunos se tornam mais 
indisciplinados ainda e difícil de si lidar, pois os professores ficam completamente perdidos, 
sem orientação para usar estratégias para prevenir ou interver diante o fato ocorrido. 
É preciso que haja regras e normas para lidar com a indisciplina nas escolas e a 
participação dos alunos na elaboração das mesmas. Para Vasconcellos (1995, p.85), ele 
propõe que o professor estabeleça as regras de trabalho em sala de aula juntamente com os 
alunos, onde as regras devem ser estabelecidas e assumidas por todos. E dessa forma, 
tentando amenizar o problema disciplinar na sala de aula, ele dá oportunidade ao aluno de 
participar na construção dessas regras, e que irão ajudar nas necessidades deles, tornando-as 
justificáveis, e de acordo com as regras, os alunos vão aprendendo a ter disciplina 
(VASCONCELLOS, 1995). 
 36 
 
Outro fato importante está no ambiente escolar. Pois GARCIA (1999, pag. 106) diz 
que o ambiente da escola deve ser um espaço que se preserva sentimentos como o diálogo, o 
carinho, o cuidado com o outro e garantia dos direitos humanos. Deve ser um ambiente 
harmonioso e favorável a aprendizagem, para que desperte o interesse do aluno e professor a 
se tornar amigos. O autor relata também que para controlar a indisciplina é preciso de uma 
construção coletiva que envolve os seguintes componentes: a escola, o professor, o aluno, a 
família e a sociedade, e procurando propostas de melhorias na construção da disciplina. 
De acordo com os conflitos que há nas escolas, percebe-se que os professores com os 
atos indisciplinados dos alunos, eles ficam irritados, gritam, e alguns castigam deixando os 
alunos sem recreio, bater de frente com os alunos ou recorrem à direção ao tentar impor a 
disciplina. Mais nada disso adianta, é preciso que o professor, de a direção do que fazer, 
buscar a compreensão, diversificar a metodologia e ter o domínio do conteúdo de forma que 
todos os alunos consigam entender o que foi proposto em cada aula.; sendo um grande desafio 
construir um ambiente cooperativo entre aluno e professor, onde ambos exigem respeito e 
querem ser respeitados. Pois quando um aluno comete um ato indisciplinado, não e preciso 
deixa-loem um canto excluído, é preciso que haja dialogo, chamar atenção mais com 
respeito, e fazer o aluno perceber que não é somente ele e o professor que estão sendo 
prejudicados, mais sim toda a sala. 
Para Piaget (1996), “o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a 
aquisição das noções morais”. Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a 
cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras 
claras e que precisarão ser cumpridas com justiça. O professor passa a se preocupar com a 
motivação de seus alunos, tendo maior compromisso com seu projeto pedagógico e as 
questões afetivas, obtendo dessa forma uma relação verdadeira com seus educandos. Sob uma 
visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões 
conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que 
honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus 
alunos, obtendo dessa forma um melhor aproveitamento escolar. 
Diante dessas situações, o professor precisa diversificar a a metodologia de ensino, ou 
seja, melhorar a estratégia do ensino para se manter uma boa disciplina na sala de aula, 
através de conteúdos diferentes, que chamem a atenção dos alunos, utilizando vários recursos 
como: músicas, debates, jogos educativos, pois assim irão melhorar a concentração e 
comportamentos inadequados. E não alterar o tom de voz, pois isso irá gerar um clima de 
conflito e tensão no ambiente, mesmo a turma toda gritando, o professor tem que manter a 
 37 
 
calma, assim os alunos tentarão se espelhar nele diante da circunstancias da vida. Uma outra 
estratégia seria falar somete quando houver o silencio, pois, os demais alunos irão entender 
que não estão só atrapalhando o professor, e sim os colegas também, e só dessa forma irão 
construir na pratica um conceito mutuo. Portanto usar também a comunicação não verbal pois 
é uma forma de controlar os alunos e fazê-los prestarem atenção é levantar as mãos, e o lúdico 
também ajudara fazendo com que os alunos se mantem ligados na aula e no que o professor 
diz. 
Precisamos valorizar as pessoas. Uma frase de Walt Disney ilustra bem essa ideia: 
“Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas é 
necessário ter pessoas para transformar seu sonho em realidade”. Estamos envolvidos com 
pessoas em nosso dia a dia: alunos, professores, pais, coordenadores, orientadores e diretores 
e, por isso, precisamos aprender a trabalhar em equipe para obter uma instituição forte, 
competente e coesa. A qualidade é obtida através do esforço de todos os seus integrantes, 
onde cada profissional é importante e cada aluno também. A escola é uma organização 
humana em que as pessoas somam esforços para um propósito educativo comum. 
 
4.2 Habilidades especiais e reforço positivo do comportamento 
 
 Sabemos que a indisciplina presente na sala de aula, pode estar ocasionado a falta de 
motivação dos alunos, levando em consequência os termos como: os conteúdos acadêmicos, e 
a metodologia de ensino que por fim não favorecem a aprendizagem ou que tenham 
dificuldades na relação professor aluno. Logo percebemos que há estratégias que os 
professores podem estar utilizando no sentindo de motivação dos alunos para a aprendizagem 
e por apresentarem comportamentos adequados dentro da sala de aula e influenciando 
positivamente o nível de motivação dos alunos. 
É provável que a indisciplina observada nas escolas esteja diretamente relacionada à 
falta de motivação dos alunos diante do fato de se verem obrigados a estar numa sala de aula 
sem entender o porquê e para quê daquilo, considerando os conteúdos inúteis ou, mesmo que 
sejam úteis, não compreendendo bem para que servem, como afirma Werneck (1987): 
 
Creio que ensinamos demais e os alunos aprendem de menos e cada vez menos! 
Aprendem menos porque os assuntos são a cada dia mais desinteressantes, mais 
desligados da realidade dos fatos e os objetivos mais distantes da realidade da vida 
dos adolescentes (WERNECK, 1987, p. 13). 
 
 38 
 
E mesmo sendo um grande desafio para os professores e a escola em geral, há 
necessidade de usar a motivação para fazer com que as crianças aprendam, como forma de 
prevenir a indisciplina. 
Porém o professor deve buscar a usar a criatividade para produzir novos recursos de 
ensino, fazendo com que os alunos acabam participando na confecção dos materiais. Logo, os 
professores podem estar utilizando novos recursos didáticos, como a reciclagem, etc… onde 
esses benefícios trazem aos alunos: o aumento do interesse, estímulo a observação, 
imaginação e a criatividade, trazendo o aluno com a realidade social em que vive. 
Há diversas situações que desafiam os alunos a pensar, através das diversificadas 
metodologias, como por exemplo, os projetos que não fazem parte da rotina das salas de 
aulas, como o teatro que promove a participação de todos os alunos e também as competições 
esportivas e gincanas culturais. 
Dessa forma, é preciso estabelecer padrões de comportamento em conjunto com os 
alunos, onde um aluno indisciplinado e bagunceiro acaba atrapalhando os colegas que querem 
estudar e aprender onde é fundamental normas de conduta. 
Segundo a Professora Ana Maria Poppovic é necessário que os alunos tenham a 
oportunidade de participar da elaboração de um “código” de comportamento ´, em que 
tendem a respeitar e assumir o que foi proposto em conjunto pelo grupo, adotando mais 
facilmente as regras na pratica cotidiana da sala de aula. Desse modo, eles fazem o uso de 
vários procedimentos positivos de orientação da conduta, visando sempre desenvolver o 
autoconceito positivo dos alunos, ou seja, a imagem que se faz de si mesmo tanto 
interiormente quanto exteriormente e que logo influencia na autoestima dos discentes. 
Consequentemente, é desenvolvido a autodisciplina, a formação do conceito positivo, em que 
deve ser usado como forma de orientar a conduta, o reforço positivo, sempre elogiando e 
dando destaque ao comportamento adequado ( POPPOVIC apud HAIDT, 2003, p. 69). 
Poppovic (2003) afirma que “elogios e recompensas ajudam mais a motivar o aluno do 
que críticas e punições”; onde ressalta que o elogio precisa ser feito nos momentos adequados 
e se for dado à toa perde o valor do reforço. Nessa mesma obra ela sugere que os professores 
ponham em pratica na sala de aula o que eles denominam de “os três motivadores”: eu sou 
alguém; eu respeito os outros; eu quero que os outro me respeitem. 
Entretanto pretende-se formar o autoconceito positivo dos alunos para que 
desenvolvam a autodisciplina na base do respeito entre os colegas, os professores e as outras 
pessoas. Porem as regras de conduta adotadas e a aceitação de normas é necessária para se 
viver em sociedade. 
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Para o Professor Luiz Alves Mattos, no seu livro Sumario de Didática Geral (p. 218) 
diz que para melhorar a conduta dos alunos, se o professor puder explicar a seus alunos o 
porquê das regras e dos regulamentos escolares, talvez sejam menores os problemas de 
disciplina. Onde é importante discutir cada regra com a classe, para que os alunos possam 
entender por que de algumas exigências precisam ser feitas. Além disso, levando em conta as 
sugestões e opiniões dos alunos, procurando deixar bem claro que as regras que foram 
propostas pelo grupo precisam ser respeitadas. 
É fundamental que incentive e permita que os alunos participem ativamente da 
organização escolar e da dinâmica da sala de aula, pois quando o aluno está motivado e 
participa das atividades propostas no ambiente escolar, ele se concentra mais, ou seja, se 
mantem interessado e não apresenta muitos problemas de disciplina, a motivação é um fator 
fundamental para a aprendizagem. E se ela não estiver motivada a criança perde o interesse, e 
devido a esse desinteresse ela se torna

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