Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Joëlle Moreira - Turma 05 Neurologia CEFALEIAS SECUNDÁRIAS Critérios de diagnósticos geral para as cefaleias secundárias A. Qualquer cefaleia que preencha o critério C B. Houve diagnóstico de outra perturbação cientificamente documentada como causa C. Evidência de causalidade demonstrada por, pelo menos, dois dos seguintes: 1. A cefaleia desenvolveu-se em relação temporal com o início da presumida perturbação causal 2. Um dos dois: a. A cefaleia piorou significativamente em paralelo com o agravamento da presumida perturbação causal b. A cefaleia melhorou significativamente em paralelo com a melhora da presumida perturbação causal 3. A cefaleia tem características típicas da perturbação causal 4. Existe outra evidência de causalidade D. Não é melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 SINAIS DE ALARME: . 1. Primeiro episódio da cefaleia de início súbito 2. A pior cefaleia da vida 3. Início súbito (atinge a intensidade máxima em até 1 minuto) ou alteração das características da dor 4. Mudança de padrão ou surgimento de nova cefaleia superposta a antiga ou em pacientes enxaquecoso 5. Cefaleia progressiva ou nova diária persistente 6. Cefaleia iniciada em paciente > 50 anos 7. Cefaleia em paciente com história de HIV ou câncer 8. Cefaleia em pacientes com glaucoma ou outras afecções oculares agudas 9. Mudança de padrão da aura ou aura persistente e prolongada 10. Cefaleia em pacientes com história de convulsões ou TCE recente 11. Evolução subaguda (dias a semanas) com intensidade e/ou frequência crescente 12. Piora da intensidade e frequência da cefaleia 13. Persistência da cefaleia mesmo com analgesia adequada 14. Sinais sistêmicos de outras doenças (febre, perda de peso, elevação súbita da PA, consumpção) ou história pregressa de neoplasia 15. Alterações nos exames físico geral ou neurológico (alterações da consciência ou linguagem, da motricidade ocular, do campo visual e das funções motoras e sensitivas, rigidez da nuca) 16. Lateralidade fixa ou localização exclusivamente occipital 17. Cefaleia desencadeada por tosse, exercício físico, atividade sexual ou manobra de Valsalva 18. Sintomas neurológicos que não preenchem os critérios para migrânea com aura típica 19. Alterações na pele ou órbita sugestivas de malformação arteriovenosa 20. Comorbidade de crises epilépticas parciais 21. Acompanhada de distúrbios endócrinos ou HAS 22. Acorda o paciente durante o sono COMPLEMENTAÇÃO DIAGNÓSTICA: . É baseada nos exames de imagem. Sempre iniciamos com a TC de crânio sem contraste, seguida de acordo com a necessidade, por LCR com manometria, RM, angiografia de vasos cerebrais etc. TIPOS DE CEFALEIA SECUNDÁRIA: . Agudas: ≤ 3 meses; Persistentes: > 3 meses. CEFALEIA POR LESÃO OU TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO E/OU CERVICAL · Trauma (pós-traumática aguda ou crônica) · Lesão em chicotada · Hematoma intracraniano traumático · Pós-craniotomia Ocorrem em 7 dias após o trauma, podendo ser associados a vertigens, irritabilidade, dificuldade de concentração, alteração de personalidade e da consciência, lentificação psicomotora, alterações rápidas da memória, ansiedade, insônia. Assemelham-se a cefaleias do tipo tensão ou à enxaqueca. Fatores de risco: história prévia de cefaleia, lesão pouco grave, sexo feminino e presença de psicopatias. Tratamento: cuidados e orientações, analgésicos simples e anti-inflamatórios. Nas cefaléia pós-traumática crônicas, dar-se preferência aos antidepressivos ou a antiepilépticos. Podemos também lançar mão de fisioterapia. CEFALEIA POR DOENÇA VASCULAR CRANIANA OU CERVICAL · Acidente vascular encefálico (AVE) ou ataque isquêmico transitório (AIT) · Hemorragia intracraniana não traumática · Hemorragia subaracnóidea (HSA) · Malformação vascular não rota · Arterite · Dor da artéria carótida ou vertebral · Trombose venosa cerebral O diagnóstico e sua relação causal é fácil pois a maioria das perturbações vasculares ocorrem de forma aguda, com sintomas neurológicos e regridem rapidamente. AVE: a cefaleia é encontrada por sinais focais e/ou alterações do estado de consciência. HSA: É a causa mais frequente de cefaleia intensa, persistente e incapacitante de início súbito (condição explosiva) e é uma condição grave (mortalidade de 40-50%; 50% dos sobreviventes ficam incapacitados). A cefaleia é o sintoma mais proeminente ⤍ súbita, de forte intensidade, descrita como a pior dor de cabeça de sua vida. Há o aparecimento de uma cefaleia sentinela antes desses sintomas. Tratamento: derivados de morfina e narcóticos CEFALEIA POR TRANSTORNO INTRACRANIANO NÃO VASCULAR · Hipertensão liquórica · Hipotensão liquórica · Doença inflamatória não infecciosa · Neoplasia intracraniana · Injeção intratecal · Crise epiléptica · Malformação de Chiari tipo I Nas neoplasias cerebrais, a cefaleia é o primeiro sintoma em cerca de 50% dos pacientes. Essa cefaleia tem o padrão de uma hipertensão craniana: acordar pela dor, piorar com decúbito ou esforço e caráter progressivo. Não há relação direta entre o local da neoplasia e da cefaléia. CEFALEIA POR UMA SUBSTÂNCIA OU SUA RETIRADA Uso ou exposição: · Óxido nítrico · Inibidor de fosfodiesterase · Monóxido de carbono · Álcool · Componentes alimentares e aditivos · Cocaína · Cannabis · Histamina · Peptídeo relacionado ao gene de calcitonina Uso excessivo de medicamentos: · Ergotamina · Triptanos · Analgésicos · Opióides · Combinação de medicamentos Efeitos adversos ao uso crônico de medicamento: · Hormônio exógeno Interrupção do uso de substância: · Cafeína · Opioide · Estrogênios Essas cefaleias são genericamente agrupadas como cefaleia crônica diária. Qualquer medicamento que tem como intenção o alívio das dores pode tornar-se um desencadeador das dores (as dores antigas agora são sobrepostas por novas dores). Essas cefaleias têm agora um padrão de dor "aleatório", variando em qualidade, localização e manifestações. CEFALEIA POR INFECÇÃO · Infecção intracraniana (meningite, encefalite, abscesso cerebral e empiema subdural) · Infecção sistêmica · HIV/aids · Pós-infecciosa (crônica) Caracteriza-se como cefaleia generalizada, pulsátil, com piora em conjunto a progressão da doença e associada a sintomas sistêmicos (mal-estar geral, inapetência e alteração do nível de consciência). Meningite: sinais meníngeos + febre. Uma vez tratados, a cefaleia pode se tornar crônica. Encefalite: comprometimento da função cerebral, sinais de disfunção (alteração de comportamento e personalidade, déficits neurológicos). CEFALEIA POR TRANSTORNOS DA HOMEOSTASE · Hipóxia e/ou hipercapnia · Diálise · Hipertensão arterial · Hipotireoidismo · Jejum · Eventos cardíacos CEFALEIA OU DOR FACIAL POR TRANSTORNOS ANATÔMICOS · Transtorno de osso craniano · Transtorno do pescoço · Transtorno dos olhos · Transtorno dos ouvidos · Rinossinusite · Transtorno dos dentes, da mandíbula ou de estruturas relacionadas · Transtornos da ATM CEFALEIA POR TRANSTORNO PSIQUIÁTRICO · Transtorno de somatização · Transtorno psicótico
Compartilhar